Você está na página 1de 5

SEMINÁRIO TEOLÓGICO CONGREGACIONAL DO NORDESTE

CURSO DE FORMAÇÃO MINISTERIAL

RÔMULO LINS
RODRIGO APOLÔNIO
MARCOS FERNANDES

SÍNTESE DO CAP. 9, IRA, DO LIVRO: “ACONSELHAMENTO CRISTÃO”,


EDIÇÃO 21, DE GARY R. COLLINS.

Recife
2019
O autor Gary R. Collins, introduz a capítulo narrando o que a bíblia fala sobre a
ira, onde defende que a ira Divina e humana são mencionadas diversas vezes na bíblia,
sendo esta um atributo de Deus e uma característica comum, provavelmente universal,
dos seres humanos, e que sendo a ira parte da natureza de Deus, não podemos concluir
que seja intrinsecamente má.

Para o autor, a ira divina é uma reação justa e necessária à demonstração da


impiedade moral. É uma ira cujo alvo é o pecado, e também as pessoas que praticam,
pois Deus se irou várias vezes com os Israelitas infiéis, e Jesus irou-se diante da “dureza
dos corações”, sendo imprescindível compreender a ira divina se quisermos entender os
ensinamentos bíblicos a respeito da ira humana.

Após introduzir a ira como sendo um atributo divino, o qual nunca é criticado na
bíblia, o autor passa a relatar as várias advertências que a bíblia relata sobre a ira do
homem. Em sua análise, defende que a ira contra a injustiça é correta e boa, quer se
manifeste em Deus ou nos seres humanos.

Para o autor, a ira do homem pode ser compreendida de várias maneiras;


podendo ser normal e não necessariamente pecaminosa, pois, os homens foram criados
à imagem de Deus, o qual lhes deu emoções, entre elas a ira; a ira humana pode ser
resultado de uma percepção errada, pois, os seres humanos são imperfeitos e avaliam as
circunstâncias a partir de sua própria perspectiva; a ira humana frequentemente leva ao
pecado, sendo expressa de várias maneiras, entre elas vingança, insultos, falsidade e até
a recusa em admitir que sente raiva, e a ira humana pode ser controlada, pois, não é
razoável pensar que Deus iria mandar o homem controlar a sua raiva, se não possível
controlar a ira humana.

No que concerne às causas da ira humana, o autor defende que as causas são
inúmeras, mas que podem ser colocadas em categorias com os rótulos biológicos, pois,
há evidências de que alergias, doenças do cérebro, distúrbios bioquímicos, anomalias
genéticas podem causar raiva ou predisposta à raiva do que outras; injustiça, sendo essa
a razão da ira divina que também deveria provocar nos crentes; frustação proveniente
de nossas próprias falhas ou incapacidade de alcançar um alvo almejado; ameaça e
danos, pois, a raiva é geralmente desencadeada quando uma pessoa sente que foi
rejeitada, afrontada, ignorada, criticada injustamente ou sofreu algum outro tipo de
ameaça; aprendizagem, pois, através da observação do comportamento dos outros,
crianças e adultos aprendem quando e como devem ficar com raiva.

Em se tratando sobre os efeitos da ira, Collins retrata que a nossa personalidade,


maturidade e percepção, diferem de pessoa para pessoa, e isso mostra como as reações
diante de determinadas circunstâncias da vida são expressas das mais variadas formas.

Diferenças individuais assim como a religião são fatores que podem afetar o
modo como as pessoas sentem e expressam sua raiva. Isso porque pessoas religiosas são
tidas como mais propensas a reprimirem ao invés de expor a raiva em circunstâncias
diversas.

A raiva pode influenciar as pessoas de quatro maneiras fundamentais. A pessoa


pode ser reprimida, recusando a admitir a existência da raiva, suprimida quando resolve
esconder a raiva dos outros, expressiva quando por meio das ações ela se manifesta de
forma destrutiva ou inofensiva, e, por último, a raiva pode ser também confessada a
Deus e aos outros.

A raiva pode gerar problemas de saúde como úlceras, ataques cardíacos, pressão
arterial, ansiedade, medo tensão, frustração, depressão, lutas espirituais, desejo de
vingança, tentativas inconscientes de fazer o mal a nós mesmos, como até mesmo o
suicídio, além de problemas como quebra de relacionamentos, conjugais, familiares,
sentimentos de culpa, ausência de perdão e consequentemente mágoas e ressentimentos
que destroem gradativamente a pessoa humana.

O auto reconhecimento e a busca de ajuda são aspectos de extrema relevância


para a pessoa que não consegue lidar com a ira, a raiva e que sofre e se culpa pelo
descontrole e o excesso desse tipo de sentimento que pode ser por vezes tão prejudicial
e destrutivo não só para a pessoa em si como também para aqueles com os quais
convivemos.

Na questão de como evitar a ira, Collins traz conselhos para evitarmos os


aspectos nocivos, destrutivos da ira. O primeiro ponto é o ensino da Bíblia. O ensino
continuo sobre o que a bíblia fala sobre a ira ajuda o cristão a discernir entre a ira santa
e as reações pessoais destrutivas.
O segundo ponto é evitar pessoas e situações que provoquem ira. Para
mantermos o autocontrole é preciso muitas vezes manter distancia de eventos ou
pessoas que nos causem raiva e nos levem a pecar.

O terceiro ponto é aprender a reavaliar as situações. Muitas vezes encontramos


dificuldades em controlarmos nossas emoções, contudo podemos controlar a origem do
problema: o pensamento. Observar os outros e seus comportamentos nos ajudam com o
trabalho do controle da ira.

O quarto ponto é o aumento da autoestima. A segurança em si mesmo aumenta


nossa resistência a raiva, o que nos permite controla-la. A análise correta do Evangelho
ajuda na valorização nossa imagem perante Deus.

O quinto ponto é não ficar remoendo. Esse tipo de pensamento é destrutivo, pois
a medida que voltamos aos questionamentos que nos levaram a ira fazemos com que a
raiva cresça. Devemos, portanto, conter e substituir esses pensamentos por outros
positivos e menos críticos.

O sexto ponto é aprender a confrontar. A divergências e discórdias fazem parte


da vida e não podem ser evitadas. No entanto, devemos aprender a falarmos a verdade
com brandura e amor, pois a comunicação correta evita conflitos.

O sétimo e último ponto é o controle espiritual. Essa é uma característica do


fruto do Espirito. Quando nos afastamos do pecado e caminhamos na presença de Deus
ocorre o crescimento progressivo do autocontrole, com o declínio da raiva e hostilidade.
Ter nossas vidas alicerçadas no Espirito Santo é o meio eficaz para controlarmos a ira.

Você também pode gostar