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Aviação Civil

Atividade Prática Supervisionada

Gestão de Manutenção e Operações


Professor Antonio José

Vitor Henrique Costa de Moraes


RA: 21500044
Principais Gestores de Engenharia e Manutenção (DEM)

- Diretor de Engenharia e Manutenção: Este exerce o cargo de Chefe de


Manutenção e quando ocorrer uma eventualidade ele será representado pelo
Inspetor Chefe. Junto ao Administrador Geral da empresa aérea, é o
responsável pelo planejamento, otimização, programação e execução dos
serviços de engenharia e manutenção das aeronaves, deixando os
equipamentos em ótimas condições de aeronavegabilidade e segurança. Para
que alguém se torne um Diretor de Engenharia e Manutenção, é requisitado
que o mesmo seja engenheiro aeronáutico registrado no CREA/CONFEA ou
ser engenheiro mecânico registrado no CREA e habilitado por este a exercer
atividades de direção de serviços técnicos referentes a aeronaves, seus
sistemas e seus equipamentos. É necessário também conhecer o conteúdo do
Manual Geral de Manutenção (MGM) das Especificações Operativas (EO’s) da
empresa aérea, e também possuir experiência na aviação trabalhando com
aeronaves de grande porte. Algumas atribuições e reponsabilidades ao Diretor
de Engenharia e Manutenção são: Dirigir e controlar a execução da política de
Engenharia e Manutenção e de material aeronáutico da empresa aérea,
respeitando a filosofia empresarial da empresa; Planejar, dirigir, e controlar as
atividades de manutenção das aeronaves; desenvolver as políticas
relacionadas à manutenção a fim de garantir uma operação confiável das
aeronaves; Assegurar que o planejamento e controle do orçamento de custos e
despesas da Diretoria de Engenharia e Manutenção (DEM) atendam à
necessidade dos planos da empresa e as limitações do orçamento; assegurar
que todos os funcionários da DEM tenham conhecimento do Manual Geral de
Manutenção e sua função na DEM.
- Inspetor Chefe: Junto ao Diretor de Engenharia e Manutenção, é o
responsável pelos Setores de Auditoria, Treinamento Técnico, Planejamento e
Registros (Controle Técnico de Manutenção – CTM) e Publicações Técnicas,
além dos aspectos referentes a Inspeções de Manutenção. O Inspetor Chefe
poderá ser representado pelo Gerente de Engenharia em alguma
eventualidade. Para se tornar um Inspetor Chefe é requisitado as seguintes
qualificações: Ser engenheiro aeronáutico registrado no CREA com experiência
de manutenção de aviões de grande porte ou engenheiro mecânico registrado
no CREA e habilitado para exercer atividades de direção de serviço técnico
referente a aeronaves ou ser técnico de nível superior habilitado pelo
CREA/CONFEA; possuir uma licença válida de mecânico aeronáutico
qualificado em células e grupo motopropulsor há pelo menos 3 anos contínuos
de atividades variadas de manutenção de grandes aviões para um detentor de
certificado ou uma oficina aeronáutica homologada, dos quais pelo menos 1
ano como inspetor de manutenção ou situação excepcional, a critério da
ANAC, técnico de grau médio para exercer as atividades de 14 a 18 do artigo
1º da resolução no 218 do CONFEA (29 Junho de 1973) referentes a
aeronaves seus sistemas e componentes. Algumas atribuições e
responsabilidades de um Inspetor Chefe são: Planejar, dirigir e controlar a
implementação e observação dos programas de garantia da qualidade na
DEM; efetuar uma avalição sistemática dos parâmetros de confiabilidade das
aeronaves, seus motores e componentes; representar a manutenção perante
as autoridades, fabricantes, fornecedores e oficinas certificadas. É de
responsabilidade do Inspetor Chefe assegurar que os trabalhos de
planejamento e controle de utilização e serviços sejam realizados de forma
adequada, como por exemplo o controle de utilização (horas, ciclos, tempo
calendário) das aeronaves seus motores e componentes e a realização do
planejamento dos serviços de manutenção, de acordo com os PM’s aprovados
para as aeronaves da frota da empresa aérea, em tempo hábil, de modo a
permitir a execução dos mesmos pelos setores de manutenção sem
ultrapassar os limites previstos.
- Gerente de Engenharia: Este é o responsável por todas as atividades
relativas à engenharia das aeronaves de toda frota da empresa aérea. Para
que alguém seja Gerente de Engenharia é requisitado que a pessoa tenha
formação em Engenharia Mecânica, Elétrica ou Aeronáutica com experiência
comprovada de pelo menos 10 anos de atividade correlatas. Algumas
atribuições e responsabilidades de um Gerente de Engenharia são: coordenar
a confecção e atualização dos PM’s da frota da empresa, para manter no mais
alto nível a segurança e a aeronavegabilidade das aeronaves; aprovar Boletins
de Engenharia e Boletins Informativos com a finalidade de detalhar
procedimentos técnicos operacionais e informativos; emitir ordens de
engenharia; elaborar e conduzir o programa de Confiabilidade de componentes
e aeronaves da frota da empresa, alimentando os intervalos de MTBUR,
alterando os intervalos de inspeção correspondentes; e garantir que os PM’s da
frota da empresa aérea confeccionados estejam de acordo com os requisitos
do fabricante, do proprietário da aeronave e das autoridades aeronáuticas.

Quais são os tipos de manutenção e revisões aplicados à aeronave

Manutenção preventiva: Esse tipo de manutenção é feito como forma de


precaução, por exemplo, uma substituição de uma peça após esta atingir o seu
tempo de vida útil. É programada com antecedência, geralmente se faz em
períodos pré-definidos. Tem a finalidade de manter um determinado nível de
funcionamento e disponibilidade antes da manifestação de uma pane. As
manutenções preventivas são realizadas segundo o Programa de Manutenção
(PM’s) específico para cada frota, com o objetivo de alcançar um nível máximo
de segurança e confiabilidade, a um custo economicamente viável.

Manutenção corretiva: Como o próprio nome já está dizendo, é um tipo de


manutenção que corrige um problema. É executada quando ocorre uma falha
em algum componente da aeronave, por exemplo, a troca de um gerador que
deixou de funcionar. Para que a manutenção corretiva seja realizada é
necessário a ocorrência dos os seguintes fatos: problemas técnicos ou
irregulares de funcionamento observadas pela tripulação durante os voos, e
quando pode afetar a segurança da aeronave e defeitos observados pelo
pessoal de manutenção, durante a execução de quaisquer serviços de
manutenção.

Manutenção diferida: Esse tipo de manutenção, é aquela que pode postergar,


ou seja, deixada para depois. A MEL (Lista de equipamentos mínimos) e a CLD
(Lista de Desvio de Configuração) estabelece qual tipo de anormalidade pode
permanecer pendente de uma correção, em quais condições pode ficar sem
uma manutenção prévia, e por quanto tempo. Mecânicos que tenha tomado
ações corretivas em relação a uma falha ou mau funcionamento registrado e
observado, de célula, motor ou componente que possa comprometer a
segurança de voo, deve registrar tais ações em um relatório de discrepância
técnica.

Manutenção própria: A empresa aérea fica limitada a executar apenas os


serviços de manutenção previstos nas suas EO’s válidas. Quando a
manutenção é realizada fora da base principal e requeira suporte técnico, será
comunicada ao Trouble- Shooting (MCC) da empresa, no qual o mesmo
fornecerá orientações a respeito, avaliando também a capacidade da base
realizar as referidas ações. As ações de correção que extrapolam os recursos
técnicos, fora da base, são entregues à responsabilidade de empresas
contratadas e aceitas pela ANAC, para a realização dos serviços. O Inspetor de
Manutenção sempre acompanha os voos realizados fora da base principal e
secundárias, ou quando não houver apoio de manutenção próprio ou
subcontratado.

Manutenção contratada: É a manutenção em que a empresa contrata alguma


outra empresa de manutenção para realizar os reparos/manutenções nas
aeronaves pertencentes a ela. Nesse tipo de manutenção, toda empresa
contratada deve possuir um Manual de Procedimentos de Inspeção (MPI)
aprovado pela autoridade aeronáutica. O MPI deve conter as seguintes
informações: Descrição geral do escopo dos serviços homologados,
instalações, procedimentos, etc; descrição de qualidade e do sistema de
inspeção. Os serviços realizados pela empresa contratada devem ser
realizados de acordo com as especificações do fabricante, dos órgãos
homologadores, do PM e do MGM.
Manutenção de linha: Esse tipo de manutenção possui altíssima frequência e
é menos complexa que as demais. Ela é realizada durante o trânsito das
aeronaves ainda dentro do aeroporto, após o avião ter pousado e estiver
aguardando para o próximo voo. O mecânico checa se foi reportada alguma
anomalia ou defeito durante o voo, e então se prepara para reparar o problema.
Também é verificado o desgaste dos pneus, possibilidade de impacto com
pássaros e atividades do gênero. Portanto essa manutenção, checa-se apenas
se está tudo em ordem para a próxima decolagem.

Manutenção de hangar ou diária: Acontece quando a aeronave tem um


tempo de espera superior a 6 horas entre os voos. Ela é mais complexa que a
manutenção de linha e é programada para serem realizadas por exemplo em
pernoite no aeroporto. São realizados procedimentos como: trocas de pneus e
freios, verificação de óleos e fluidos hidráulicos e mesmo tarefas não
obrigatórias pelos planos de manutenção, mas essenciais para as empresas,
como os cuidados com a aparência e bom funcionamento das poltronas dos
passageiros.

Manutenção de checks de letras A, B e C: É o tipo de manutenção que


demanda trabalhos mais longos e requer diferentes técnicos exigindo o
mecânico de aviação comercial, para cumprir as especificações de
manutenção e registrar tudo. São conhecidos como “checks de rotina”, pois
diretamente, dependem das horas de voo da aeronave. Portanto, a cada
vencimento desse prazo, a manutenção deve ser refeita da seguinte forma:
 No check A: é feita uma revisão uma vez ao mês com periodicidade que
varia de 300 a 800 horas de voo, dependendo do manual do fabricante.
Aqui, as tarefas típicas são recomposição de graxa em trens de pouso,
flaps e superfícies de comando, entre outras.
 No check B: realizado aproximadamente a cada 6-8 meses. Geralmente
é concluída dentro de 1 a 3 dias em um hangar do aeroporto. E pode
demandar aproximadamente 160 a 180 horas conjuntas da equipe de
técnicos.
 No check C: é feita uma revisão de 12 a 18 meses ou uma quantidade
específica de horas de voo reais ou ciclos, conforme definir o fabricante.
O tempo necessário para completar tal verificação é de pelo menos 1 a
2 semanas e em média 6.000 horas de esforço da equipe técnica.
 Overhaul ou Check D: Também conhecida como “Heavy Check”, é
realizado uma perícia mais profunda no avião e é a manutenção mais
complexa. É feita em média a cada de 3 a 4 anos, ou menos tempo caso
a aeronave acumule muitas horas de voo. O avião é totalmente
desmontado e remontado para a manutenção e, inclusive, a pintura da
aeronave é refeita, deixando-a como nova. Tal verificação geralmente
pode levar até 50.000 horas e 2 meses para ser concluída, dependendo
da aeronave e do número de técnicos envolvidos.

Manutenção não programada: mesmo com planos de manutenção cada vez


mais sofisticados com o passar dos anos, fatos imprevisíveis também fazem
parte do universo da aviação. Colisão com pássaros e balões, pane em algum
sistema e até mesmo um artefato que cause avaria num pneu podem levar a
aeronave para a manutenção, por horas ou até dias, afetando a escala
programada para aquele avião.

Modificações e Reparos
Eventualmente, existe a conveniência ou a necessidade de realizar
modificações ou realizar reparos em células, motores ou equipamentos das
aeronaves. Tais modificações e reparos podem ser classificadas como
Grandes Modificações ou Pequenas Modificações, e Grandes Reparos e
Pequenos Reparos. Toda documentação referente as Grandes Modificações e
Grandes Reparos, deve ser entregue para a Diretoria de Engenharia e
Manutenção. As modificações são alterações implementadas no componente,
ou na aeronave, introduzindo melhoramentos técnicos objetivando melhorar os
problemas de funcionamento, melhorar o desempenho, facilitar a manutenção,
possibilitar novas configurações, etc. Os reparos por sua vez, são os serviços
efetuados com o objetivo de sanar panes em componentes da aeronave.

Serviços de rotina: São serviços de verificações rotineiras ou também


serviços para sanar panes.

Revisões: São grandes manutenções realizadas em componentes onde o


mesmo é completamente desmontado e tem seu potencial renovado.
Referências bibliográficas:

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ESTEFÂNIA MARTINS. Manutenção de aeronaves: como padronizar utilizando


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PORTAL DO AERONAUTA. Como são feitas as manutenções de aeronaves? -


Portal do Aeronauta. Portal do Aeronauta. Disponível em:
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h‌ ttps://anhembi.blackboard.com/bbcswebdav/pid-16759671-dt-content-rid-
126848654_1/courses/202110.02817.01/AULA%20DE%20GEST%C3%83O%20DE
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