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BLOCO I
Para estes historiadores, o aumento da produção para a troca num mercado amplo e do
comércio levava inexoravelmente a transformação de relações em termos contratuais dos
serviços prestados pelos camponeses.
Para Dobb o Feudalismo é concebido como “um modo de produção”, cuja ênfase de definição
está baseada não na relação jurídica entre vassalo e suserano (sem levar em consideração os
camponeses), ou mesmo na relação entre “produção e destinação do produto”, mas sim na
relação entre o produtor direto (seja ele camponês da terra ou artesão de oficinas) e seu
superior imediato, o “senhor”, ou na relação socioeconômica que os liga entre si.
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Definição de Dobb sobre Feudalismo Feudalismo como essencialmente um modo de
produção que virtualmente é idêntico ao conceito geral que entendemos como “servidão”:
uma obrigação imposta ao produtor pela força, independentemente de sua vontade, para
satisfazer as exigências econômicas de um senhor, em forma de serviços prestados, taxas a
pagar em dinheiro ou em espécie, posto em prática por via militar, pela força do costume
apoiado em algum procedimento jurídico ou pela força da lei.
Servidão x Capitalismo:
Para Dobb, essa forma de conceber a servidão, tratada pela interpretação clássica dos
historiadores, não é invariável a posse da terra sob a forma de feudo é uma
característica comum, mas não invariável, da servidão feudal como um sistema
econômico.
BLOCO II
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senhores, desenvolvendo um mercado de terras e outro de empréstimos (interpretação
clássica)
Dobb questiona se a ampliação do mercado e o efeito das relações monetizadas pode ter
sido uma condição suficiente, decisiva, para o declínio do feudalismo Será mesmo que as
relações de troca e o efeito do dinheiro exerceram papel decisivo para a transformação da
sociedade feudal em capitalista?
Em estudo comparativo entre a região sudeste (região mais atrasada no qual não fluía
com muita pungência as relações monetárias) com as regiões norte e oeste da
Inglaterra (onde o comércio era mais vicejante) mostra que estas últimas guardavam
menor relação monetária e maior de prestação de serviços.
Algumas regiões guardavam baixa correlação entre desenvolvimento do comércio e
declínio da servidão.
Não há evidências suficientes de que o inicio da transformação da Inglaterra estivesse
ligado ao crescimento da produção para o mercado.
O crescimento de uma economia monetária por si só guarda evidências tanto de uma
intensificação da servidão quanto de seu declínio (por isso, sob essa ótica, torna-se
difícil atribuir papel decisivo na transição de para uma sociedade feudal para uma
capitalista). Dobb cita exemplos de cidades russas nas quais a classe dominante
prosperava no comércio ao passo que mantinha relação de dominação serviu para
com seus escravos. Estes eram tanto objetos de produção quanto de comércio,
desenvolvendo uma forma de servidão em suas terras (não abole a servidão)
Entre outros exemplos (notavelmente o da Russia Czarista do séc. XVIII), verifica-se
portanto que na história existem muitos exemplos em que a despeito do
desenvolvimento comercial, a relação de servidão podia se intensificar.
Para Dobb, a economia monetária por si só não é decisiva para que as relações
tradicionais de seus servos fossem afrouxadas em favor de uma relação contratual a
disseminação do comércio e do uso do dinheiro não leva necessariamente à comutação
das prestações de serviços compulsórias.
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Dobb enxerga deficiência na interpretação tradicional que não analisa as relações
internas do feudalismo como um modo de produção. Para Dobb (como para Marx) a
desintegração do feudalismo se dá através de uma interação complexa entre o impacto
externo do mercado e as relações internas do sistema, no sentido em que as últimas
podem ser tomadas como tendo exercido a influência decisiva.
Determinantes do declínio
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BLOCO III
Fonte de renda e a forma de ser aumentada pela classe dominante durante o feudalismo
Tempo de trabalho excedente da classe serviu (camponesa), além do trabalho
necessário para subsistência desta última (baixa produtividade do trabalho e estado
estacionário).
BLOCO IV
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estágio inicial, o modo de produção era simples, onde o artesão possuía os meios
de produção para produzir seu artesanato (produção em pequena escala).
Com o tempo as comunidades mercantis urbanas conquistam liberdades em
relação à autoridade feudal, fazendo solapar a economia feudal. Estabelecem
relações novas na qual o lucro do campo não mais vai para as mãos dos senhores
feudais, mas sim dos mercadores.
Para Dobb, devemos nos contentar com uma provável explicação eclética sobre
o surgimento das cidades, estabelecendo por aproximação que a maioria das
cidades tenha surgido por iniciativa de alguma instituição feudal, e não como
corpo estranho ao sistema feudal (diferentemente do que argumenta Pirenne,
que atribui destaque a formação de grupos de comerciantes (artesãos e
mercadores) semi-independentes.
Dobb concorda com Pirenne que o renascimento das cidades depois de seu
declínio e desaparecimento em muitas regiões, foi o ressurgimento do comércio
no Mar Mediterrâneo (feito obtido pelas cruzadas), com incentivo das caravanas
transcontinentais entre os sec. XI e XII.
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