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Cardoso e Sabbatini (2000): A educação de crianças em um ambiente sensorialmente

enriquecedor desde a mais tenra idade pode ter um impacto sobre suas capacidades
cognitivas e de memória futuras. A presença de cor, música, sensações (tais com a massagem
do bebê), variedade de interação com colegas e parentes das mais variadas idades, exercícios
corporais e mentais podem ser benéficos (desde que não sejam excessivos).   Na verdade,
existem muitos estudos mostrando que essa “estimulação precoce” é verdadeira. Ainda
precisamos provar se isso provoca um crescimento no cérebro das crianças, como acontece
com os ratos.

Dependendo dos tipos de neurotransmissores e receptores envolvidos, tal processo pode


determinar tanto a excitação quanto a inibição das células pós-sinápticas. Quando uma sinapse
é estimulada com alta frequência, observa-se um aumento subsequente de sua eficácia de
transmissão, isto é, a célula pós-sináptica passa a responder de forma aumentada a um
estímulo pré-sináptico. Por outro lado, uma estimulação de baixa frequência resulta na
redução prolongada da transmissão sináptica. Tais efeitos, conhecidos respectivamente como
potenciação e depressão de longo prazo, conferem às sinapses uma memória fisiológica dos
eventos recentes. A potenciação de longo prazo permite que sinapses muito utilizadas se
tornem mais fortes ao longo do tempo. Da mesma forma, a depressão de longo prazo
enfraquece sinapses pouco utilizadas.

À medida que as células nervosas crescem, elas se expandem para ligar diferentes circuitos
neurais. Com o desenvolvimento do cérebro, essas conexões se tornam mais eficientes. Falhas
nesse processo de refinamento abrem caminhos para o desenvolvimento de distúrbios
neurológicos, como o Alzheimer, o autismo ou a esquizofrenia.

“Os resultados sugerem que os processos de aprendizagem estão relacionados à exclusão de


neurônios menos efetivos. Quanto mais pudermos entender como esses mecanismos
funcionam, mais seremos capazes de compreender o que acontece quando eles não estão
funcionando”, conclui Umemori.

FÓRUM

O cérebro é uma máquina perfeita, a qual ainda cabe muito estudo. Sabe-se que muito já foi
estudado e descoberto, mas a partir da neurociência ainda pode-se fazer muito mais. Muitas
doenças neurológicas já contam com tratamentos/fármacos, que dão qualidade de vida ou
retardam seu avanço. Espera-se que no futuro, os cientistas evoluam ainda mais nas
descobertas, que o Brasil ( e o mundo) invista na educação e nas pesquisas. Só assim teremos
ainda mais conhecimentos sobre o cérebro!

[...] quando estamos intrinsecamente motivados, neurotransmissores como a


dopamina são liberados em nosso cérebro [....] isso nos proporciona o estímulo
necessário para a realização do objetivo. Esses mesmos neurotransmissores são
liberados quando nosso objetivo é atingido. A dopamina, o prazer químico, faz-nos
desejar conseguir de novo para repetir a boa sensação. (Sprenger, 2008, p. 25).

FÓRUM

Com a leitura do artigo sobre neurociência educação, percebi o quanto se faz


necessário um olhar mais profundo e técnico do professor, na maneira de como
CADA aluno (ou grupo de alunos) adquire seus conhecimentos. O professor precisa
variar sua metodologia, utilizando-se de ferramentas que partam do concreto para
o abstrato. Usar a “prática” para fixar a teoria. Motivar os alunos para suas
atividades, buscando enfoque no prazer em descobrir o novo, aprender, para assim
fixar os conhecimentos na memória de longo prazo.

FÓRUM

A aquisição da escrita e leitura é algo muito complexo. Quando lembramos de nós mesmos,
parece que foi tão simples e automático, mas através do estudo dos capítulos, percebemos
como há muito a se estudar sobre o assunto. Em especial, na Língua Portuguesa, há muitas
palavras/sons que confundem o leitor/escritor ainda em “construção”. É um processo
realmente multidisciplinar!

Desenvolv. Psicomotor

sete elementos da motricidade humana, quais sejam, tonicidade, equilibração, lateralização,


noção corporal, estruturação espaçotemporal, praxia fina e global

Ele estabelece com isso, que cada área cerebral seria responsável, sim, por uma especificidade
mas também estas áreas atuariam conjuntamente, na forma de um sistema DINÂMICO e
INTEGRADO, utilizando todo o sistema nervoso. Nasce aqui então, a ideia de Lúria – SISTEMA
FUNCIONAL, ampliado por lúria ao Sistema Nervoso Central humano. Para isso, realizou a
revisão de três conceitos: FUNÇÃO, LOCALIZAÇÃO e SINTOMA.

Foi possível destacar a interação entre as funções mentais e as motoras, destacando sobre o
aspecto motor ser educável e consciente, sem jamais poder ser separado do socius.

Na menção de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), podemos classificar os instrumentos de


avaliação de diversas maneiras. Referenciados por normas, por critérios, além de classificados
por instrumentos de produto ou de processo.

A EDM tem uma duração de cerca de 40 a 60 minutos. É indicada para aplicação em crianças
da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação Especial (crianças de três a 10 anos).
Oportuniza analisar problemas estabelecidos; discrimina os diferentes tipos de debilidade;
possibilita supor e/ou afirmar a descoberta de dificuldades escolares, disfunções motoras e
adversidades de conduta; identificar progressos; e acompanhar a criança em diferentes etapas
evolutivas (ROSA NETO et al., 2010).

Precisamos compreender que, por trás do cérebro que aprende, existe alguém que tem um
ritmo próprio e um estilo diferente de aprender e que, como tal, precisa ser respeitado em sua
individualidade (SAMPAIO; FREITAS, 2011, p. 30).

A Educação Psicomotora tem como objetivo estimular o desenvolvimento da criança


em seus aspectos motores, cognitivos e socioafetivos.

DEFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Assim, Vygotsky (2008) destaca que o processo de desenvolvimento do pensamento humano


resulta do movimento entre as funções psicológicas elementares e as funções psicológicas
superiores. Podemos entender por funções psicológicas elementares os reflexos, a atenção
involuntária e as associações simples. As funções psicológicas superiores referem-se a
mecanismos de ação, como: a capacidade de planejamento, a criatividade, a memória
voluntária, a imaginação e a deliberação sobre si e sobre os outros.
Podemos entender por funções psicológicas elementares os reflexos, a atenção involuntária e
as associações simples. As funções psicológicas superiores referem-se a mecanismos de ação,
como: a capacidade de planejamento, a criatividade, a memória voluntária, a imaginação e a
deliberação sobre si e sobre os outros.

Tacca (2004) evidencia que o professor é o outro social essencial para o desenvolvimento
intelectual, afetivo, social e de todas as outras dimensões e aspectos que integram a criança
como ser humano.

Apreendemos que o professor, ao compreender as diferenças, deixa de exigir agilidade de seus


alunos, pois a compreensão de que cada sujeito é singular na forma que aprende, atribui
menos importância ao “ritmo” de aprendizagem, mas a aprendizagem em si (TRENTIN, 2011).

Vimos ainda que neste contexto de concepções sobre a aprendizagem emergiram teorias,
como o Empirismo, o qual defende que a aprendizagem tem origem a partir da experiência; o
Inatismo, que considera que as condições para a aprendizagem do sujeito são pré-
determinadas; e o Construtivismo, o qual anuncia a aprendizagem como um processo
contínuo, construído por meio da interação ativa do sujeito com o meio (físico e social), a qual
ocorre através de sucessivas assimilações, acomodações e equilibrações.

FREUD

É no período de latência, a saber, na fase compreendida entre o quinto ano de vida e a


puberdade, que Freud irá abordar tal sublimação na própria medida em que é justamente na
latência sexual infantil o período no qual acontece o desvio da energia sexual para outras
finalidades, como a intelectual.

Frente ao anunciado, Ciasca (2008) traz uma válida diferenciação entre os termos dificuldade e
distúrbios de aprendizagem. Segundo Ciasca (2008) a dificuldade de aprendizagem está
associada a questões psicopedagógicas ou socioculturais, não se centrando a dificuldade
apenas no aluno. Já os distúrbios de aprendizagem estão vinculados diretamente ao aluno,
uma vez que pressupõem a existência de comprometimentos orgânicos, sendo desta maneira
mais direcionado ao contexto clínico.

Dentre das Dificuldades de Aprendizagem Específica, o DSM-5 anuncia que há basicamente


três tipos, sendo elas: as dificuldades específicas da leitura, as dificuldades específicas que
envolvem a matemática e as dificuldades específicas da expressão escrita.
Segundo o DSM-5 a Dislexia é um termo alternativo usado em referência a um padrão de
dificuldades de aprendizagem caracterizado por problemas no reconhecimento preciso ou
fluente de palavras e problemas de decodificação

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Segundo Santos (2011), é preciso que a criança tenha o direito de ser diferente quando a
igualdade a descaracteriza, e o direito de ser igual, quando a diferença a inferioriza. Assim,
entender as diferenças está entre os desafios da educação, pois os alunos são singulares, e
tratá-los de forma homogênea é restringir as expectativas que cada um traz consigo na busca
do conhecimento.

TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO

Em 2010, o neurocientista Alysson Muotri e sua equipe de pesquisadores constataram que o


neurônio autista teria o seu núcleo e o número de “espinhas”, que são as ramifi cações que
atuam nas sinapses, com tamanhos menores em comparação aos neurônios do grupo
controle, confi rmando que o autismo é um transtorno neurológico.

Klin (2006) conclui seu artigo argumentando que a avaliação da criança com autismo deve
incluir pesquisa genética e deve excluir a Síndrome do Cromossomo X Frágil, e exame para
excluir prejuízo auditivo, convulsões e esclerose tuberosa, Transtorno de Rett, testes para
identifi car défi cits ou anormalidades motoras e sensoriais evidentes ou sutis.

Entende-se por Função Executiva o conjunto de condutas que envolvem planejamento e


execução de estratégias adequadas para se atingir um determinado objetivo. Tal função
estaria relacionada com a capacidade de “[...] antecipar, planifi car, controlar impulsos, inibir
respostas inadequadas, fl exibilizar pensamento e ação.” (CUNHA; BELISÁRIO FILHO, 2010, p.
17).

Portanto, Bosa (2001) elucida que muitas características do TGD, tais como a infl exibilidade,
comportamentos obsessivos e compulsivos, foco no detalhe em detrimento de um todo, e difi
culdades no relacionamento interpessoal, podem ser explicadas por comprometimento no
funcionamento do lobo frontal. A difi culdade em “[...] juntar as partes de informações para
formar um ‘todo’ provido de signifi cado (coesão central) é uma das características mais
marcantes no autismo” (BOSA, 2001, Base Scielo ).

Lampreia

Mommo e Silvestre (2011) explicam que a aproximação espontânea da criança de algumas


atividades ou estímulos sensoriais podem justifi car algumas de suas necessidades sensoriais.
Por isso, faz-se fundamental na terapia seguir a motivação intrínseca da criança por
determinadas brincadeiras ou objetos que deseja explorar e experimentar. Tal motivação se
evidencia através de ações motoras, da fala e da intenção comunicativa. “O terapeuta deve ser
a escuta e a observação, mas não a fala ou execução. O respeito à motivação intrínseca da
criança, à liberdade de exploração, à motivação pelo compromisso e à diminuição do
direcionamento verbal ou motor garante a fi delidade [...]” ao princípio de que a terapia de
integração sensorial deve envolver a participação efetiva da criança (MOMMO; SILVESTRE,
2011, p. 307).

INCLUSÃO ESCOLAR

Sassaki (1997, p. 16) nos explica que A sociedade, em todas as culturas, atravessou diversas
fases no que se refere às práticas sociais. Ela começou praticando a exclusão social de pessoas
que – por causa das condições atípicas – não lhe pareciam pertencer à maioria da população.
Em seguida, desenvolveu o atendimento segregado dentro de instituições, passou para a
prática da integração social e recentemente adotou a fi losofi a da inclusão social para modifi
car os sistemas sociais gerais (grifos no original).

A insatisfação com uma interpretação estreita da integração enquanto problema da minoria,


na qual o sucesso signifi cava adequar uma criança a um sistema que não fora concebido tendo
em conta as suas necessidades, conferiu um impulso signifi cativo a uma mudança na
utilização da terminologia, passando a ser utilizado o termo inclusão em vez de integração.
Diferente da proposta da integração que visava modifi car os alunos até que pudessem se
encaixar no perfi l das escolas regulares, a inclusão visa que a escola se molde para atender as
necessidades de cada aluno. Além disso, o termo inclusão implica o reconhecimento de que
todos estão abrangidos, ou seja, o princípio da prática educativa inclusiva se aplica a todos os
alunos.
NEUROFISIOLOGIA

glândula pineal (que controla os ritmos diários do corpo e o ciclo sono-vigília),

Em neurociências temos um jargão que dizemos sobre a mente: existem ao menos três tipos
de mentes que lutam o tempo todo dentro de nós para ser a mais relevante, aquilo que nós
pensamos ser, aquilo que nós gostaríamos de ser e aquilo que nós realmente, somos.

Para ilustrar estes processos basta pensarmos que colocamos a mão em nossas cabeças, na
fronte, quando precisamos tomar uma decisão, exatamente o local do córtex pré-frontal, área
de tomada de decisões, de planejamento, o cérebro executivo.

Veremos adiante, que a mielinização axônica pode ocorrer graças à estimulação e treino,
sendo aspecto fundamental da aprendizagem.

Existe uma crescente proliferação da bainha de mielina à medida que usamos uma rede
neural, de forma que o treino e o uso continuado de áreas especializadas do cérebro terão
seus neurônios cada vez mais mielinizados, aumentando a velocidade do impulso nervoso e,
consequentemente da resposta neural.

NEUROPLASTICIDAE

Podemos conceituar plasticidade neural como toda modificação estrutural ou química no


sistema nervoso decorrente da aprendizagem, de experiências, após lesões, traumas (LENT,
2004). Mudanças no ambiente externo, ou mesmo interno do organismo, geram respostas
plásticas dos neurônios. Neste sentido, o principal propósito da aprendizagem é adaptar o
organismo com sucesso ao ambiente, que está sempre em mudança. Este é um dos princípios
definidores da vida, no que Lynn Margulis denominou de “acoplamento estrutural”. As
mudanças no ambiente podem representar mudanças significativas na morfologia celular do
cérebro e na sua anatomia.

Esta abordagem se dirige particularmente, para crianças com necessidades especiais, o tato, a
audição, a olfação, e o paladar poderiam ser utilizados como poderosas ferramentas de
ensino. Crianças com trissomia do 21, ou Síndrome de Down, são extremamente táteis, têm a
pele muito sensível e poderiam ser alfabetizadas usando a pele como estrutura perceptual
primeira, inscrevendo na mesma, as letras, fonemas e depois sim, a criança passaria a usar o
caderno, o quadro. Saber sobre as particularidades do aluno é importantíssimo se quisermos
usar a neurociência como ferramenta na educação.
Prática Institucional

Aprender a lidar com as próprias angústias e ansiedades e com isso desenvolver a capacidade
de ser paciente é uma das condições para o exercício desta profissão.

As crianças são seres falantes. Isso que poderia ser tomado como uma afi rmação simples e
uma obviedade não é tão simples assim, quando se leva em conta as formas como são
consideradas as crianças. As crianças têm coisas a dizer – e não são poucas coisas – em relação
aos seus sofrimentos, às suas descobertas, às suas angústias, aos seus medos, à
incompreensibilidade e deciframento de um mundo que às vezes é hostil e às vezes
aconchegante, mas, sobretudo, é confl itivo e contraditório. Elaborar este mundo – o impacto
sobre a sua subjetividade – só é possível por meio da palavra nas suas diferentes formas: jogar,
brincar. (MEDRANO, 2004, p. 29).

Sim, nós aprendemos, e muito, nas diferenças. Mas que tal embate seja sempre realizado com
diplomacia. Podemos e devemos reivindicar, opinar, divergir, sem esquecer a ética, o cuidado
e o respeito com o outro.

Um trabalho em equipe que ocorra de forma cooperativa é fundamental. E para isso as


empresas precisam capacitar os colaboradores, acolher sugestões e críticas e valorizar o
trabalho de equipe. O ambiente hostil, demasiadamente competitivo, pode difi cultar a
aprendizagem conceitual, procedimental e atitudinal, impedindo habilidades, aptidões e
talentos que poderiam atuar efetivamente em benefício da instituição como um todo. O olhar
psicopedagógico institucional pode prevenir, detectar e, inclusive, intervir nessas questões
específi cas da aprendizagem que alinhem teoria e prática da instituição com os objetivos da
organização e a qualidade de vida de seus colaboradores. Ressaltamos que a Psicopedagogia
Institucional atua em outros espaços além da escola, como hospitais, empresas e também
organizações não governamentais.

Encontramos o meio acadêmico e profi ssional em constante mudança, o que gera angústias,
incertezas, confl itos certamente, refl exões e transformações. Adequar-se aos As teorias do
conhecimento que fundamentam a Psicopedagogia encontram-se principalmente na
Psicologia, Psicanálise e Pedagogia O olhar psicopedagógico institucional pode prevenir,
detectar e, inclusive, intervir nessas questões específi cas da aprendizagem que alinhem teoria
e prática da instituição com os objetivos da organização e a qualidade de vida de seus
colaboradores.

O papel do psicopedagogo na empresa, juntamente com o profi ssional de Recursos Humanos,


contribuirá para a manutenção dos talentos, o aprimoramento das habilidades e a ampliação
dos conhecimentos de acordo com as necessidades e as propostas da instituição.

Enfi m, compreender o espaço institucional como um espaço privilegiado do aprender coletivo


e cooperativo é entender a instituição como aprendente, organização viva, complexa, que se
forma e transforma e assim permanece e evolui.
ensinamos as crianças, desde pequenas, a ganhar ou a “saber perder”. Por quê? Ora, o que se
diz sempre é que a vida fora da escola é competitiva. Assim sendo, precisamos preparar nossos
pequenos. A escola mantém e fortalece esse poder. Dizemos que fazemos dessa forma porque
vivemos num mundo de competição. Mas será que o mundo é competitivo porque o
mantemos assim? Não desenvolvemos ou favorecemos a parceria, a solidariedade, a equipe, a
autonomia, o espírito coletivo na escola. Estamos o tempo todo exigindo dos nossos alunos
que lutem e vençam, lembre a prática dos vestibulares. Queremos classifi car os melhores
(para governar) e os piores (para serem governados). Dessa forma, produzimos o tipo de
subjetividade de que a sociedade precisa, mantendo as relações de poder existentes.

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

Vygotsky (1989, p. 67) afi rma: “As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no
brinquedo, aquisições que no futuro se tornarão seu nível básico de ação real e moralidade”, e
Paín valoriza e especifi ca e relação entre a atividade lúdica e a aprendizagem: o exercício de
todas as funções semióticas que supõe a atividade lúdica possibilita uma aprendizagem
adequada, na medida em que é através dela que se constroem os códigos simbólicos e
signálicos e se processam os paradigmas do conhecimento conceitual, ao se possibilitar,
através da fantasia e do tratamento de cada objeto nas suas múltiplas circunstâncias possíveis
(1985, p. 51).

Se a brincadeira é, efetivamente, uma necessidade de organização infantil ao mesmo tempo


em que é espaço da interação das crianças, essa atividade merece o crédito de recursos de alto
valor educativo no processo pedagógico. Muitos podem ser os recursos empregados pela
criança para conhecer o mundo que a rodeia. O tema escolhido incorpora problemas que a
criança tentará resolver ou simplesmente será uma maneira usada para mostrar suas
habilidades e descobertas, o que fará seu companheiro de brincadeira também crescer pela
troca de experiências.

O psicopedagogo precisa considerar e fazer uso do lúdico em razão de que, brincando, a


criança constrói signifi cados e apropriase de diferentes papéis sociais, para o entendimento
das relações afetivas e a construção do conhecimento. A imitação do mundo dos adultos, das
atitudes dos mesmos em relação à família e ao trabalho, por exemplo, favorece para a criança
a elaboração de investigações e elaboração de hipóteses sobre o funcionamento da sociedade.
Essa atitude lhe permite uma busca de compreensão das ações humanas. Brincando a criança
aprende e assim se desenvolve.

A psicopedagogia contribui com todos os envolvidos no processo de aprendizagem, pois


exerce seu trabalho de forma multidisciplinar numa visão sistêmica. O diagnóstico se inicia
com uma demanda da instituição por um pedido de ajuda externa, está sempre relacionado
com o processo de aprendizagem e tem como objetivo a identifi cação dos vínculos que possui
com o conhecimento que se encontra em seu interior e em seu exterior. O olhar e a escuta
psicopedagógicos são recursos importantíssimos que ajudarão a captar dados que estão além
das aparências; ver do aparente ao escondido e escutar do barulho ao silêncio.

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