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UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO

ANDRÉ VASSILIEFF MANTOVANI


AUGUSTO YOSHIHIRO YAMASHITA
DIOGO LOPES DA SILVA
EMERSON MARTINS PRADO
JOSÉ ANTÔNIO DE OLIVEIRA GONÇALVES
RONALDO BARBOSA DE SOUZA

EQUIPAMENTO HÍBRIDO PARA SUBESTAÇÃO DE ENERGIA

OSASCO
2010
ANDRÉ VASSILIEFF MANTOVANI - RA 107160064
AUGUSTO YOSHIHIRO YAMASHITA - RA 107170604
DIOGO LOPES DA SILVA - RA 107228912
EMERSON MARTINS PRADO - RA 090568168
JOSÉ ANTÔNIO DE OLIVEIRA GONÇALVES - RA 106166034
RONALDO BARBOSA DE SOUZA - RA 080288995

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

EQUIPAMENTO HÍBRIDO PARA SUBESTAÇÃO DE ENERGIA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Bandeirante de
São Paulo, como exigência do Curso de
Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Luis Nascimento

OSASCO
2010
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo de apresentar uma nova tecnologia hibrida
utilizado pelas distribuidoras de energia elétrica para construção de subestações de
energia elétrica em uma área reduzida e mantendo a mesma funcionalidade das
subestações convencionais.

A aplicação de tecnologia híbrida permite economia de espaço com


conseqüente diminuição de obras civis e menor utilização de estruturas metálicas e
tempo de montagem menor.

Palavra-chave: subestação compacta, equipamento híbrido.


ABSTRACT

This study objective is to present a new hybrid technology used for electricity
power distributors for sub units in a reduced area, maintaining the same functionality
of conventional sub units. 

This hybrid technology application permit space saving with consequent


reduction of infrastructure works, and lower utilization of metallic frames and time for
assembling 
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................1
2 SUBESTAÇÃO ELÉTRICA EM MEIO A CIDADE...................................................................2
2.1 SUBESTAÇÃO DE ENERGIA......................................................................................................4

2.1.1 Classificação de subestações............................................................................................4

2.1.1.1 Quanto ao Tipo.........................................................................................................4

2.1.1.2 Quanto ao Fluxo de Potência...................................................................................4

2.1.1.3 Quanto à Isolação.....................................................................................................4

2.1.1.4 Quanto à Natureza da Corrente Elétrica..................................................................4

2.1.1.5 Quanto à Função......................................................................................................5

2.1.1.6 Quanto à Relação entre Tensão de Entrada e Tensão de Saída...............................5

2.1.1.7 Quanto à Tensão......................................................................................................5

Função....................................................................................................................................6

2.2 ALGUNS DOS PRINCIPAIS DISPOSITIVOS ELÉTRICOS EM SUBESTAÇÕES.................................6

2.2.1 Disjuntores........................................................................................................................6

2.2.1.1 Características..........................................................................................................7

2.2.1.1.1 Tensão nominal....................................................................................................7

2.2.1.1.2 Nível de isolamento.............................................................................................7

2.2.1.1.3 Tensão suportável a freqüência industrial (TAFI).................................................7

2.2.1.1.4 Tensão suportável a impulso...............................................................................8

2.2.1.1.5 Tensão de restabelecimento................................................................................8

2.2.1.1.6 Corrente nominal.................................................................................................8

2.2.1.1.7 Capacidade de interrupção..................................................................................8

2.2.1.1.8 Capacidade de fechamento.................................................................................8

2.2.1.2 Arco Elétrico.............................................................................................................8

2.2.1.3 Disjuntor A SF6.........................................................................................................9

2.2.2 Seccionadoras...................................................................................................................9
2.2.2.1 Características........................................................................................................10

2.2.2.1.1 Chaves Seccionadoras........................................................................................10

2.2.2.1.2 Tipos de Seccionadoras......................................................................................10

2.2.2.1.3 Tipos de Abertura..............................................................................................11

2.2.2.1.4 Tipos de Acionamento para abertura ou fechamento.......................................13

2.2.3 Transformador de Corrente (TC).....................................................................................13

2.2.3.1 Classificação dos Transformadores de Corrente....................................................13

2.2.3.1.1 TC’s para Serviço de Medição............................................................................13

2.2.3.1.2 TC’s para Serviço de Proteção............................................................................13

2.2.3.2 Características........................................................................................................13

2.2.3.2.1 Corrente(s) nominal(is) e relação de transformação nominal............................14

2.2.3.2.2 Tensão máxima do equipamento e nível de isolamento....................................14

2.2.3.2.3 Frequência Nominal...........................................................................................14

2.2.3.2.4 Carga(s) Nominal(is)...........................................................................................14

2.2.3.2.5 Classe de Exatidão..............................................................................................14

2.2.3.2.6 Número de núcleos para medição e proteção...................................................15

2.2.3.2.7 Fator Térmico Nominal......................................................................................15

2.2.3.2.8 Corrente Térmica Nominal.................................................................................16

2.2.3.2.9 Corrente Dinâmica Nominal...............................................................................16

2.2.3.2.10 Uso Interno ou Externo....................................................................................16

2.2.3.2.11 Tensão Secundária Nominal.............................................................................16

2.3 EQUIPAMENTO HIBRIDO DE ALTA TENSÃO..........................................................................16

2.3.1 Economia........................................................................................................................19

2.3.2 Operação Facilitada........................................................................................................19

2.3.3 Desvantagem..................................................................................................................20

2.3.4 Transporte......................................................................................................................20

2.3.5 Montagem e Comissionamento......................................................................................21


2.3.6 Manutenção....................................................................................................................21

2.3.7 Comparativos..................................................................................................................22

2.3.7.1 Se convencional x se híbrida x isolada em SF6.......................................................22

2.3.7.2 Se convencional x se híbrida (incluindo terreno)....................................................23

2.3.7.3 Comparativo de espaço total instalado..................................................................24

3 CONCLUSÃO.............................................................................................................................25
1 INTRODUÇÃO

A crescente demanda de energia elétrica nas grandes cidades, ao lado da


carência e do custo de terrenos para construção de subestações convencionais têm
sido um grande desafio às concessionárias de distribuição de energia. Desta forma,
as distribuidoras de energia elétrica vêm buscando soluções para implantação de
novos empreendimentos em área urbana. Uma tecnologia que vem sendo
desenvolvida pelos grandes fabricantes de equipamentos para subestações de
energia elétrica é a solução híbrida que permite economia de espaço com
conseqüente diminuição de obras civis e serviços associados.

1
2 SUBESTAÇÃO ELÉTRICA EM MEIO A CIDADE
Na capital paulista com raros e cobiçados espaços nobres, as 91 estações de
distribuição de energia da Eletropaulo ocupam uma área do tamanho de mais de
meio Parque do Ibirapuera. Devido à necessidade de ampliação da capacidade de
pelo menos 11 subestações por causa do grande crescimento da demanda nas
áreas atendidas, uma solução encontrada é compactá-las já que não há mais
espaço disponível para ampliações onde já se encontram localizadas em terrenos de
10 mil metros quadrados cada, nas disputadas zonas oeste e sul. E com isso, as
áreas desocupadas, que totalizam 95 mil metros quadrados, é possível lucrar por
meio de parcerias com construtoras, que se colocam à disposição para custear a
modernização das subestações, construindo prédios comerciais e residências em
meio aos pontos mais valiosos da cidade.
Uma solução com equipamentos híbridos foi utilizada em uma das partes
mais nobres de São Paulo, no bairro Cidade Jardim, na Rua Hungria, local onde o
metro quadrado custa em média R$ 4,2 mil.
Em pouco mais de um ano, a Subestação Itaim foi “abrigada” em um prédio
de apenas 1,5 mil m². A subestação foi substituída por equipamentos de tecnologia
híbrida (que possibilitam a conexão externa com aparelhos isolados a ar), o que
possibilitou o aumento da sua capacidade de 76,8 para 96MVA.
No antigo lugar da subestação, a construtora Klabin Segall construiu dois
prédios, com apartamentos de até cinco suítes e preços a partir de R$ 4 milhões.
Porém, o lucro maior é da concessionária uma vez que a construtora quem custeou
todo o projeto da subestação e ainda pagou o preço de venda do terreno de R$ 38,6
milhões.

2
Detalhe de como era o terreno inicialmente e após compactação.

Essa tecnologia pode ser utilizada por qualquer cliente e lugar que exista o
problemas de espaço. Mas para entender melhor como aplicá-la vamos descrever o
que vem a ser uma subestação, seus principais equipamentos, a diferença de um
equipamento híbrido e suas vantagens.

3
2.1 SUBESTAÇÃO DE ENERGIA

Pela Definição NBR 5460 / 1992


“Parte de um sistema de potência, concentrada em um dado local,
compreendendo primordialmente as extremidades de linhas de transmissão e/ou
distribuição, com os respectivos dispositivos de manobra, controle e proteção,
incluindo obras civis e estruturas de montagem, podendo incluir também
transformadores, conversores e/ou outros equipamentos.”
A função ou tarefa mais importante das subestações é garantir a continuidade
com a máxima segurança de operação e confiabilidade dos serviços a todas as
partes componentes dos sistemas elétricos. As partes defeituosas ou sob falta
devem ser desligadas imediatamente e o abastecimento de energia deve ser
restaurado por meio de comutações ou manobras.

2.1.1 Classificação de subestações


2.1.1.1 Quanto ao Tipo
- Industrial
- Concessionária

2.1.1.2 Quanto ao Fluxo de Potência


- Elevadora
- Abaixadora

2.1.1.3 Quanto à Isolação


- Convencional
- Compacta, com utilização de equipamento compactos ou híbridos, de uso ao
tempo ou abrigado
- SF6 (sendo todos equipamentos de manobra, proteção e medição, encapsulados
em invólucros de gás SF6, sendo necessário uso abrigado)

2.1.1.4 Quanto à Natureza da Corrente Elétrica


- Corrente Alternada
- Conversora de Frequência
- Retificador
4
2.1.1.5 Quanto à Função
- Transmissão
- Subtransmissão
- Distribuição

2.1.1.6 Quanto à Relação entre Tensão de Entrada e Tensão de Saída


- De manobra
- Transformadora

2.1.1.7 Quanto à Tensão


- Baixa Tensão
- Média Tensão
- Alta Tensão
- Extra Alta Tensão
- Ultra Alta Tensão

Nas subestações, apesar das preocupações e cuidados tomados durante a


elaboração do projeto e a execução das instalações, o sistema elétrico está sujeito a
um defeito transitório ou permanente. Esses defeitos poderão ter conseqüências
irrelevantes ou desastrosas, dependendo do sistema de proteção empregado.
Além da importância dos aspectos referentes à proteção, outras funções são
igualmente necessárias nos sistemas elétricos de potência. Desta forma, surge os
dispositivos de seccionamento ou manobra. Dentre estes, pode-se destacar:
disjuntores, seccionadores, etc. Estes equipamentos têm por definição a capacidade
de interromper e restabelecer correntes sob condições normais e anormais de
operação. A tabela abaixo resume alguns dispositivos de chaveamento, destacando-
se as suas funções e aplicações.

5
Tabela – Dispositivos de chaveamento, suas funções e aplicações

Abertura Fechamento
Dispositivo Função A Com Curto- A Com Curto-
vazio carga circuit vazio carga circuit
o o
Especificamente projetada para
conectar os condutores de fases
à terra.
Possibilita a desenergização
Chave terra dos condutores ativos quando sim não não sim não sim
estes são aterrados,
proporcionando uma maior
segurança no manuseio desses
condutores.
Dispositivo de conexão
mecânica capaz de estabelecer,
sustentar e interromper
correntes sob condições
normais e eventualmente em
Seccionadora sobrecargas. sim sim não sim sim sim
Empregado no controle de
circuitos (abertura e
fechamento), é utilizada para
realizar a função de isolação.

Dispositivo de conexão
mecânica com capacidade para
estabelecer, sustentar e
Disjuntor sim sim sim sim sim sim
interromper correntes sob
condições normais e anormais
de operação.

2.2 ALGUNS DOS PRINCIPAIS DISPOSITIVOS ELÉTRICOS EM SUBESTAÇÕES

2.2.1 Disjuntores
Os disjuntores são dispositivos mecânicos destinados a conduzir e
interromper correntes sob condições normais e anormais de operação, tais como as
provenientes de um curto-circuito.
Os disjuntores devem sempre ser instalados acompanhados de relés, que são
elementos responsáveis pela detecção das correntes elétricas do circuito que,
6
podem enviar ou não a ordem de comando para a sua abertura. Na ausência de
relés, um disjuntor não passa de uma excelente chave de manobra, não possuindo
nenhuma característica de proteção.
Priorizando a proteção, um disjuntor deve interromper as correntes de defeito
de um determinado circuito, durante o menor espaço de tempo possível, de forma a
limitar a um mínimo os possíveis danos causados aos equipamentos conectados a
ele.
Os disjuntores devem interromper correntes de circuitos operando a plena
carga e a vazio (sem carga), e a energizar os mesmos circuitos em condições de
operação normal ou desligado.

2.2.1.1 Características
Para explicar melhor como funciona um disjuntor é preciso definir algumas
informações principais.

2.2.1.1.1 Tensão nominal


Tensão nominal é o valor eficaz da tensão pelo qual o disjuntor foi projetado e
construído, normalmente corresponde a máxima tensão de operação do sistema
para o qual o disjuntor é instalado.

2.2.1.1.2 Nível de isolamento


É o conjunto de valores de tensões suportáveis nominais que caracterizam o
isolamento de um disjuntor em relação à sua capacidade de suportar os esforços
dielétricos.

2.2.1.1.3 Tensão suportável a freqüência industrial (TAFI)


É o valor eficaz da tensão senoidal de freqüência industrial que um disjuntor
deve suportar, em condições especificas de ensaio. Normalmente, as normas
recomendam que os disjuntores devam suportar uma determinada tensão aplicada
em função de sua classe de isolamento. Em relação ao tempo de aplicação desta
tensão, geralmente, por recomendações normalizadas é de 1 minuto.
Por exemplo, para um disjuntor com classe de tensão igual a 15 kV, o valor da
tensão aplicada é de 34,5 kV, durante 1 minuto.

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2.2.1.1.4 Tensão suportável a impulso
É o valor de impulso normalizado, atmosférico pleno ou de manobra, que um
disjuntor suporta em condições previstas de ensaios. Esta tensão define o nível
básico de impulso (NBI) do disjuntor. O ensaio simula as condições atmosféricas,
que podem incidir nos terminais do disjuntor.
Por exemplo, um disjuntor com classe de tensão igual a 15 kV, deve suportar um
nível básico de impulso igual a 95 kV.

2.2.1.1.5 Tensão de restabelecimento


É a tensão que aparece entre os terminais de um pólo do disjuntor depois da
interrupção da corrente. Essa tensão é responsável pela reignição do arco entre os
terminais de um pólo de um disjuntor.

2.2.1.1.6 Corrente nominal


É o valor eficaz da corrente que o disjuntor deve ser capaz de conduzir
indefinidamente, sem provocar aquecimentos excessivos, ou seja, a elevação de
temperatura não excede seus limites térmicos pré-estabelecidos. Deve-se destacar
que a corrente nominal é função da temperatura ambiente do local de instalação do
referido equipamento.

2.2.1.1.7 Capacidade de interrupção


É a capacidade de interromper o valor eficaz da corrente de curto-circuito,
responsável pelo efeito térmico, sem danificar os contatos, ou seja, sem ultrapassar
os limites térmicos desses equipamentos.

2.2.1.1.8 Capacidade de fechamento


É a capacidade, em kVA ou MVA, de fechar o circuito. Normalmente, esta
capacidade é da ordem de 2,5 vezes a capacidade de interrupção. Esta condição
esta associado ao que se denomina efeito dinâmico da corrente de curto-circuito.

2.2.1.2 Arco Elétrico


Quando os contatos de um disjuntor, que estão conduzindo uma corrente
elétrica, são separados, dá-se a formação de um arco elétrico no ponto de
separação. Se a corrente e a tensão são suficientemente grandes para manter o
8
arco, forma-se um caminho para a corrente, junto com a formação de gases
incandescentes,neste caso, a temperatura pode elevar-se a cerca de 2000 oC. Como
esse arco é capaz de deteriorar os contatos, deve-se tomar medidas para extingui-lo
e para isso pode-se utilizar os seguintes procedimentos:
a) Aumento rápido do comprimento do arco;
b) Resfriamento do arco;
c) Deionização;
d) Restabelecimento rápido da rigidez dielétrica do meio.
Hoje em dia, a tecnologia de extinção à SF6 é amplamente utilizada nos
disjuntores de alta tensão, tendo substituído os demais meios de extinção.

2.2.1.3 Disjuntor A SF6


O SF6 é um dos gases mais pesados conhecidos (peso molecular 146),
sendo cinco vezes mais pesados que o ar. Sob pressão atmosférica o gás apresenta
uma rigidez dielétrica 2,5 vezes superiores à do ar. A rigidez dielétrica aumenta
rapidamente com a pressão, equiparando-se à de um óleo isolante de boa qualidade
à pressão de 2 bars. A contaminação do SF6 pelo ar não altera substancialmente as
propriedades dielétricas do gás, um teor de 20% de ar resulta numa redução de
apenas 5% da rigidez dielétrica do gás.
O SF6 é um gás excepcionalmente estável e inerte, não apresentando sinais
de mudança química para temperaturas em que óleos empregados em disjuntores
começam a se oxidar e decompor. Por se tratar de um gás eletronegativo, o SF6
possui uma elevada afinidade na captura de elétrons livres, o que dá lugar à
formação de íons negativos de reduzida mobilidade. Essa propriedade determina
uma rápida remoção dos elétrons presentes no plasma de um arco estabelecido no
SF6, aumentando, assim, a taxa de diminuição da condutância do arco quando a
corrente se aproxima de zero.

2.2.2 Seccionadoras
São utilizadas exclusivamente para estabelecer a conexão ou a separação de
dois componentes ou circuitos de um sistema elétrico. Não se exige das chaves
seccionadoras a capacidade de abertura e interrupção de quaisquer correntes. Em
funcionamento, isto é, com os seus contatos fechados, elas devem ser capazes de
manter a condução de sua corrente nominal, sem sobre-aquecimento. Além disso,
9
devem suportar todos os efeitos térmicos e dinâmicos das correntes de curto-
circuito, sem se danificar. A vazio, isto é, com seus contatos abertos, devem
estabelecer um nível suficiente de isolamento. Os seccionadores são utilizados em
subestações para permitir manobras de circuitos elétricos, sem carga, isolando
disjuntores, transformadores de medição e de proteção e barramentos. Também são
utilizados em redes aéreas de distribuição com a finalidade de seccionar os
alimentadores durante a manutenção ou para realizar manobras operacionais.

2.2.2.1 Características

2.2.2.1.1 Chaves Seccionadoras


Conforme citado anteriormente, as chaves seccionadoras servem para isolar
componentes ou circuitos de quaisquer outras partes sob tensão. Sob aspecto de
segurança, pode-se considerar um circuito isolado se o mesmo estiver interrompido
por uma chave seccionadora.

2.2.2.1.2 Tipos de Seccionadoras


Quanto há aplicação no circuito, pode-se considerar os seguintes tipos de
chaves seccionadoras:

 Chaves Seccionadora Simples (Abertura a Vazio):


Destinadas a abrir circuitos somente à vazio, nunca sob corrente;

 Chaves Seccionadora sob Carga:


Destinados a abrir circuitos sob corrente nominal. Este tipo de seccionadora é
encontrado para média e baixas tensões. Em alta tensão somente a SF 6;

 Chave de Aterramento
Destinada a aterrar um componente ou circuito. São utilizados em redes com
ponto neutro aterrado através de baixa resistência ôhmica e, em particular, para
instalações exteriores.
As principais características são:
 Alta segurança para as pessoas de serviço;

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 Aumento da segurança de alimentação;
 Intertravamento contra conexões às partes já aterradas;
 Redução do tempo fora de serviço, durante a manutenção e reparos.

2.2.2.1.3 Tipos de Abertura


 Lateral Simples

 Abertura Lateral Dupla com uma Coluna Rotativa

3 Abertura Lateral Dupla com duas Colunas Rotativas

 Abertura Vertical

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 Chave Pantográfica

 Chave Semi-Pantográfica

12
3.1.1.1.1 Tipos de Acionamento para abertura ou fechamento
 Manual
 Motorizado
 Ar comprimido

3.1.2 Transformador de Corrente (TC)


Os dispositivos de proteção ou medição precisam receber informações sobre
as grandezas elétricas dos equipamentos a serem protegidos. Por razões técnicas,
econômicas e de segurança, estas variáveis não podem ser obtidas diretamente na
alimentação de alta tensão, é preciso utilizar dispositivos intermediários, como os
Transformadores de corrente (TC).
Os TC’s destinam-se a evitar a conexão direta de instrumentos de medição e
proteção nos circuitos de corrente alternada de alta tensão. Permite, desta forma,
isolar o circuito de alta tensão dos instrumentos de medição e proteção, bem como
adaptar a grandeza a medir, no caso a corrente, em uma proporção conhecida e de
modo a assegurar uma medição mais favorável e segura.
Os TC’s têm uma composição similar aos transformadores convencionais.
A corrente que circula no enrolamento secundário de um TC é proporcional à
corrente primária, independente da carga.

3.1.2.1 Classificação dos Transformadores de Corrente


3.1.2.1.1 TC’s para Serviço de Medição
Utilizados para que os medidores de energia possam fazer a leitura do
consumo e grandezas fornecidas.

3.1.2.1.2 TC’s para Serviço de Proteção


Utilizados para fornecer os valores de corrente na linha para atuação dos
relés de proteção.

3.1.2.2 Características
Para defini-lo melhor deve-se compreender os significados das seguintes
grandezas:

13
3.1.2.2.1 Corrente(s) nominal(is) e relação de transformação nominal
São valores padronizados por norma (NBR 6856). As relações nominais são
baseadas na corrente secundária nominal de 5A.

3.1.2.2.2 Tensão máxima do equipamento e nível de isolamento


São valores padronizados por norma (NBR 6856). É definido com base na
classe de tensão de serviço no circuito no qual o TC será conectado. Deve-se
considerar a tensão máxima de serviço.

3.1.2.2.3 Frequência Nominal


São comuns as frequências de 50 e/ou 60 Hz. No Brasil, naturalmente usa-se
60 Hz.

3.1.2.2.4 Carga(s) Nominal(is)


As cargas nominais são designadas segundo a ABNT, por um símbolo
formado pela letra C seguida do número de Volt-Amperes correspondente à corrente
secundária nominal. Variam de C2,5 a C200, correspondendo, respectivamente, a
2,5 VA (0,1 Ω) e 200 VA (8 Ω).

3.1.2.2.5 Classe de Exatidão


 TC’s para Serviço de Medição
Estes TC’s são enquadrados, segundo a ABNT em uma das seguintes
classes de exatidão:
0,3 - 0,6 - 1,2 - 3,0

Tabela – Fator de Correção da Relação para TC’s

Exemplo de especificação (ABNT):

14
 TC’s para Serviço de Proteção
Estes transformadores de corrente são enquadrados, segundo a ABNT, em
uma das seguintes classes de exatidão:
5 – 10

Considera-se que um transformador de corrente para serviço de proteção


está dentro de sua classe de exatidão quando o seu erro de relação percentual não
for superior ao valor especificado, desde a corrente secundária nominal até uma
corrente igual a 20 vezes a corrente secundária nominal.

Exemplo de Especificação

3.1.2.2.6 Número de núcleos para medição e proteção


Varia de acordo com as exigências da instalação e/ou projeto.

3.1.2.2.7 Fator Térmico Nominal


O fator térmico nominal é o fator pelo qual deve ser multiplicada a corrente
primária nominal. Para se obter a corrente primária máxima que um TC é capaz de
conduzir em regime contínuo, sob frequência nominal e com a maior carga
especificada, sem exceder os limites de elevação de temperatura especificados.
Pela ABNT, os fatores térmicos nominais são:

15
1,0 - 1,2 - 1,3 - 1,5 e 2,0.

3.1.2.2.8 Corrente Térmica Nominal


É o valor eficaz da corrente primária simétrica que o transformador de
corrente pode suportar por um tempo determinado (normalmente 1 segundo), com o
enrolamento secundário curto-circuitado, sem exceder os limites de temperatura
especificados para sua classe de isolamento.

3.1.2.2.9 Corrente Dinâmica Nominal


É o valor máximo (pico) da corrente primária que um TC é capaz de suportar,
durante o primeiro meio-ciclo com o enrolamento secundário curto circuitado,sem se
danificar mecanicamente, devido às forças eletromagnéticas resultantes.
Geralmente Idyn = 2,5 Ith

3.1.2.2.10 Uso Interno ou Externo


De acordo com as características da instalação.

3.1.2.2.11 Tensão Secundária Nominal


É a tensão que aparece nos terminais da carga nominal imposta ao TC,
quando circula pela mesma uma corrente igual a 20 vezes a corrente secundária
nominal, sem que o erro de relação exceda ao valor especificado.

Tensões secundárias nominais (ABNT - ANSI):

10 - 20 - 50 - 100 - 200 - 400 - 800 V

3.2 EQUIPAMENTO HIBRIDO DE ALTA TENSÃO


Os fabricantes de equipamentos buscam alternativas para a compactação da
subestação através de soluções convencionais, blindadas isoladas a gás SF 6 (GIS) e
equipamentos com tecnologia híbrida. Porém, a alta compactação aliada ao custo
são fatores preponderantes na escolha da tecnologia híbrida.
Essa tecnologia promove a compactação por meio da disposição de
equipamentos de manobra e medição em módulos compactos isolados a gás SF 6 e
16
permite a conexão externa com equipamentos isolados a ar, diferente das
subestações GIS onde os equipamentos são interligados no interior do invólucro
sem a possibilidade de conexão com equipamentos que não sejam isolados a gás.
A compactação obtida não é maior do que oferecida por uma subestação GIS,
entretanto seu custo é menor.
Esta tecnologia ocupa uma área menor que uma subestação convencional,
tornando-se uma solução atraente para aplicação em locais de grande concentração
urbana e onde as questões estéticas e de aquisição de terreno são pontos
preponderantes.
A grande vantagem na utilização desse tipo de solução em relação às
alternativas convencionais, além do ganho de espaço físico, está na flexibilidade de
conexão dos módulos compactos da maneira que seja mais conveniente,
conseguindo soluções específicas de arranjos em função das condições de espaço
ou disposição dos circuitos de alimentação e demais equipamentos da subestação.
No equipamento híbrido os módulos são compostos de três invólucros de gás
separados. Cada invólucro abriga todos os dispositivos de manobra para cada fase:
disjuntores, secionadores e chave de aterramento, além de dispositivos de medição
(transformadores de corrente) que podem ser adicionadas no buchas de cada
invólucro.

Devido ao seu design compacto, esse equipamento oferece mais do que


simplesmente a economia de espaço. Também existem vantagens importantes a
serem levados em consideração: o requisito para reduzir consideravelmente o metro
quadrado de instalação é devido à combinação de todas as funções de desligar e
desconectar em uma única unidade, minimizando também as despesas de
construção civil. Esta unidade é de fácil transporte e instalação, reduzindo os custos
de engenharia a um nível mínimo. Devido ao total encapsulamento em SF6, a
manutenção é simples e com intervalos maiores em comparação com outros
equipamentos de manobra.

O projeto do encapsulamento também aumenta a confiabilidade operacional e


de segurança muito exigentes em condições ambientais, sendo especialmente
adequado para ambientes empoeirados ou corrosivos e climas extremos.

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Pela Definição ”Compact switchgear assemblies“ conjuntos compactos de
equipamentos de manobra da IEC 62271-205.
Um conjunto compacto de equipamentos de manobra é composto de:
Pelo menos um equipamento de manobra que conectado diretamente a pelo
menos um outro ou Pelo menos um equipamento de manobra compartilhando pelo
menos um componente de um equipamento vizinho para assegurar a sua própria
função de forma que existe uma interatividade entre os equipamentos individuais.
Esta interação pode ser conseqüência da proximidade dos equipamentos e/ou da
utilização comum de componentes. A interação pode ser elétrica, mecânica ou
térmica.
Além disso, um conjunto compacto de equipamentos de manobra é composto
de:
Equipamentos de manobra isolados no ar (AIS) ou Um conjunto de
equipamentos de manobra isolados no ar (AIS) com equipamentos de manobra
isolados em gás (GIS).

A figura abaixo apresenta o equipamento hibrido e os convencionais com destaque.

Equipamento Híbrido

18
Seccionadora Disjuntor TC

3.2.1 Economia
A solução híbrida tem atendido as principais questões enfrentadas pela área
de engenharia, tais como:
- Mais circuitos (bays) em menor espaço;
- Layout mais simples;
- Rápido tempo de instalação;
- Alta padronização e modularidade
- Redução das obras de construção civil;
- Transporte facilitado, dimensões predefinidas;
- Facilidade de comissionamento.

3.2.2 Operação Facilitada


Devido os seus pontos de contatos energizados estarem imersos em gás
SF6, o desgaste de suas partes metálicas são menores, pois o curto não danifica o
material com o nos equipamentos convencionais, reduzindo, assim, sua

19
manutenção. Além disso, sua operação é extremamente confiável pois é impossível
de se fazer uma manobra de aterramento com o equipamento energizado ,pois
equipamentos convencionais é necessário fazer esse bloqueio através de relés de
proteção.
Diferente das Subestações GIS totalmente isoladas a SF6 o acesso é
facilitado aos mecanismos de manobra em caso de alguma substituição.
E também não requer ferramentas especiais ou sobressalentes de curto
prazo.

3.2.3 Desvantagem
Devido ao seu tamanho compacto, a distância entre suas fases o limita a ser
utilizado em subestações com tensões até 145kV e corrente de 2500A. Pois em
tensões e correntes maiores, seu tamanho seria muito maior e inviável para ser
utilizado e transportado.

3.2.4 Transporte
Pode ser transportado facilmente, sem necessidade de vários transportes ou
caixas com diversas peças e pontos de encaixes.

Transporte rodoviário por caminhão Marítimo por contêiner

20
3.2.5 Montagem e Comissionamento
Necessário apenas 2 dias para montagem
1º Dia
 Descarga;
 Desembalagem;
 Montagem.
2º Dia
 Ajustes;
 Completar nível de gás;
 Comissionamento.

21
Por ser dividido em apenas 2 partes, basta o acoplamento entre ambas e
ligação dos terminais elétricos para a montagem.

3.2.6 Manutenção
Para a manutenção periódica pode ser realizada em visitas de rotina na
subestação, ou no máximo após 6 anos, para as seguintes verificação visuais:
 Corrosão;
 Pressão do gás SF6;
 Sistema de ventilação e aquecimento

A Manutenção programada é necessária após 12 e 24 anos de


funcionamento, para verificação dos seguintes pontos:
 Qualidade do gás;
 Conexões;
 Funcionamentos dos circuitos elétricos.

O recondicionamento do equipamento é aconselhável como uma manutenção


preventiva somente sendo necessário:
 Após 2.500 operação com corrente nominal

22
3.2.7 Comparativos
3.2.7.1 Se convencional x se híbrida x isolada em SF6
Neste comparativo são apresentadas as diferenças entre a construção de
uma Subestação com equipamentos convencionais, equipamento híbrido e
Subestação isolada em SF6.

  Convencional Híbrido SF6

Espaço* Aprox. 2,2 1,0 Aprox. 0,3

Uso ao Tempo Sim Sim Não, podendo ser adaptado

Todos os contatos de Todos os contatos


Condições Ambientais Contatos expostos ao ar
manobra encapsulado encapsulado
Demorado, requer local
Demorado e requer Rápido, somente duas
Instalação em Campo extremamente limpo e
instalação de várias peças peças
controlado
Regularmente,
especialmente para Longos intervalos de Longos intervalos de
Freqüência de Manutenção
seccionadoras e chaves manutenção manutenção
de aterramento
Fácil acesso aos Possível acesso aos Demorado plano de
Manutenção componentes e rápido componentes e rápido desligamento e
desligamento desligamento desmontagem

Prazo de Entrega 4 a 6 meses 4 a 6 meses > 12 meses

Custo Inicial* Aprox. 0,6 1,0 Aprox. 2,0

Custo Inicial na Subestação Aprox. 0,9 1,0 Aprox. 2,0

23
Custo ao longo prazo* Aprox. 1,5 1,0 Aprox. 1,5

* Espaço e os custos são estimados apenas valores sem levar em conta o custo do terreno, e dependerá das
necessidades da subestação e as condições locais.
Boa escolha com Adequado, mas com
Melhor escolha Pior escolha
algumas restrições grandes restrições

3.2.7.2 Se convencional x se híbrida (incluindo terreno)

A tabela abaixo apresenta uma análise comparativa percentual dos custos de


implantação de uma subestação convencional e uma subestação compacta com
tecnologia híbrida em uma região de alto valor para aquisição do terreno.

SE tipo SE tipo
Descrição
Convencional Híbrida

Terreno 47,5% 20,9%

Projetos 1,1% 1,0%

Equipamentos 38,0% 48,3%

Obras civis 8,6% 6,8%

Montagem
Eletromecânica 4,8% 4,0%

Total 100,0% 81,0%

Além do menor custo global para o caso avaliado, o tempo de implantação de


uma subestação compacta com tecnologia híbrida, em função de suas
características modulares, também é menor do que as subestações convencionais,
sendo a redução obtida da ordem de 20%.

24
3.2.7.3 Comparativo de espaço total instalado
Abaixo é apresentado um comparativo não somente do equipamento mas
também os espaços necessários entre um equipamento e outro.
Equipamentos Convencionais Híbrido

Como podemos observar em um pátio instalado um conjunto completo de


equipamentos necessário para uma conexão de linha, o equipamento híbrido obtém
uma redução maior que 50%.
As figuras abaixo mostra o equipamento híbrido e suas dimensões.

25
Dimensões

4 CONCLUSÃO
A aplicação de soluções compactas para subestações pode ser viabilizada
após analise técnica e econômica. O fator preponderante na sua implantação é
custo da área. Esta solução torna-se ainda mais atraente quando se tratar de uma
subestação existente, obtendo a disponibilização de área para outras aplicações,
permitindo desta forma, a implantação do empreendimento com vantagens
financeiras tanto para a concessionária quanto para o empreendedor.
A aplicação de tecnologia híbrida permite economia de espaço com
conseqüente diminuição de obras civis e menor utilização de estruturas metálicas,
mantendo a mesma funcionalidade das subestações convencionais, porém com
tempo de implantação menor. Além disso, permite alta modularidade e flexibilidade
graças à disponibilidade de combinações e opções. Este tipo de solução pode ser a
única viável tecnicamente quando as questões de espaço físico são decisivas e
extremamente competitivas quando a questão de custo da área for levada em
consideração, como foi apresentado na simulação realizada neste trabalho.
Com esse trabalho trouxemos informações relevantes sobre equipamentos de
proteção de subestações de energia e de uma solução compacta para solucionar
alguns dos principais problemas nesse setor.
26
REFERÊNCIAS

Filippo Tosi,”Pass MO The Hybrid Switchgear”, ABB ADDA Italy, 2004.


A. Arora, E. Mikes and G. F. Montillet, “Underground transmission and distribution
GIS solutions“, IEEE, 2003.
V. Colloca, G. Como., F. Pozzana, S. Sciarra, F. Iliceto, C. Di Mario, E. Colombo,
“Environmentally friendly, low cost HV/MV distribution substations using new
compact HV and MV equipment”, CIRED, 2001.
M. Mazzoni, G. Pacini, P. Perna, E. Colombo, “Improvement in the distribution assets
management by the exploitation of the innovative component technology and
network developing model”, CIRED, 2003.
M. R. Gouvea, D. P. Duarte, J. C. R. Lopes, S. L. Caparroz, I. K. de Lima, A. Suprizzi
and L. C. Goulart, “Distributed substations: an innovative low impact solution”,
IEEE/PES Transmission & Distribution Conference & Exposition: Latin America,
2004.
IEEE Std 1127, Guide for the Design, Construction and Operation of Electric Power,
1998.
Substation Automation Tutorial, IEEE 2003.

27
H. Elahi, J. Panek, J. R. Stewart., H. R. Puente, “Substation voltage uprating: design
and experience”, IEEE Transactions on Power Delivery, 1991.
S. Grzybowski, E. B. Jenkins, G. M. Molen, “Lightning impulse performance of air
clearances in HV substations”, IEEE, 1993.
NEMA SG6, Power Switching Equipment, 2000.
ANSI C2, National Electric Safety Code, 2002.

BIBLIOGRAFIA

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