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Primeiro Capítulo 1

• As teorias são reducionistas ou sistémicas, não em função daquilo com que lidam, mas de acordo
com a forma como organizam os seus materiais.
• As TEORIAS REDUCIONISTAS explicam as resultantes internacionais através de elementos e
combinações de elementos localizados a nível nacional ou subnacional. Essa teoria é sobre o
comportamento das partes.
• Ele explica que o comportamento das partes seja moldado, não é necessário mais esforço.
• De acordo com as teorias do imperialismo, as resultantes internacionais são simplesmente a soma
dos resultados produzidos pelos Estados separados e o comportamento de cada um deles é
explicado pelas suas características internas.
• A teoria de HOBSON, tida como teoria geral, é uma teoria sobre o funcionamento das economias
nacionais. Hobson acreditava que poderia inferir o comportamento externo dos Estados capitalistas
a partir do conhecimento de como funcionam as economias capitalistas.
• Hobbes cometeu o erro de prever resultados a partir de atributos
• Os tradicionalistas enfatizam a distinção estrutural entre política interna e internacional, uma
distinção que os modernistas normalmente negam.
• A distinção apoia-se na diferença entre a política conduzida numa condição de regras estabelecidas
e a política conduzida numa condição de anarquia.
• Raymond Aron, encontra a qualidade distintiva das relações internacionais na ‘’ausência de um
tribunal ou de uma força policial, no direito de recorrer à força, na pluralidade de centros de decisão
autônomos, na alternância e contínua interação entre guerra e paz’’
• A conclusão a que os modernistas chegaram é que a diferença entre o sistema global e os seus
subsistemas não está na anarquia dos primeiros e na organização formal dos últimos, mas no fato
de haver, somente um sistema internacional.
• Os tradicionalistas continuam insistindo no modelo anárquico das relações internacionais marcando
uma distinção entre os domínios interno e externo, ao passo que os modernistas não fazem.
• Kissinger definiu uma ordem internacional como ''legítima'' se for aceita por as grandes potências e
como ''revolucionárias'' se uma, ou mais, a rejeitar.
• Uma ordem internacional legítima tende para a estabilidade e para a paz, uma ordem internacional
revolucionária, para a instabilidade e para a guerra.

• A similaridade entre as escolas tradicionais e modernas, é que ambos os membros revelam


seguidores do BEHAVIOURISMO. Membros de ambas as escolas oferecem explicações em termos
das unidades enquanto deixam de lado o efeito que as suas situações podem gerar.

Um texto sobre oque eu entendi

A Teoria Estruturalista surgiu por volta da década de 50, como um desdobramento dos
autores voltados para a Teoria da Burocracia, que tentaram conciliar as teses propostas pela Teoria
Clássica e pela Teoria das Relações Humanas. Os autores estruturalistas procuram inter-relacionar
as organizações com o seu ambiente externo, que é a sociedade maior, ou seja, a sociedade de
organizações, caracterizada pela interdependência entre as organizações. Daí Waltz começa o seu
livro afirmando que “resultantes político-internacionais não podem ser explicadas de forma
reducionista.”, ou seja, Teoria de Relações Internacionais não devem se ater somente às questões
de nível estatal, e sim a um nível sistêmico, onde as unidades interagem entre si formando uma
estrutura. O conceito de estrutura é um tanto quanto abstrato, para defini-lo é necessária a
existência de um conjunto de unidades em constante interação. Entretanto Waltz se abstrai das
características comportamentais das unidades, para poder entender como a estrutura do sistema
internacional influência nas ações dos Estados.

Para isso, “a estrutura política interna tem de ser examinada de forma a estabelecer a
distinção entre expectativas sobre o comportamento e suas resultantes nos domínios interno e
externo.”. Pois assim, tornará mais fácil desenvolver uma teoria sistêmica.

A política interna é ordenada hierarquicamente, através de relações de superioridade e


subordinação. Esse é o primeiro ponto para se entender o conceito de estrutura. Para Waltz, “uma
estrutura política interna é assim definida, primeiro, de acordo com o princípio pelo qual é ordenada;
segundo pela especificação das funções de unidades formalmente diferenciadas; terceiro pela
distribuição das capacidades dessas unidades''.

A definição tripartida de estrutura inclui apenas o que é requerido para mostrar como as
unidades de um sistema são posicionadas ou organizadas.”. Dados os sistemas internos e
externos, seus princípios ordenadores baseiam-se na centralização e na descentralização de
poder, como também na hierarquia e na anarquia. Internamente existe um governo com autonomia
para guiar e criar uma condição de subordinação regendo a política interna de forma hierárquica.
Já em âmbito internacional, como há a ausência de um governo centralizador, a política
internacional é estabelecida por um princípio anárquico, onde formalmente todos os Estados são
iguais e nenhum deve comandar e obedecer. Pelo que foi visto até agora, a estrutura define um
sistema ordenado.

O conceito de estrutura está atrelado a uma base organizacional, porém, pelo que foi
estudado, o princípio que determina as relações internacionais está na falta de ordem e de
organização. “Se a estrutura é um conceito organizacional, os termos estrutura e anarquia parecem
estar em contradição.” O autor ao se indagar sobre como se imaginar uma ordem sem um
ordenador, por analogia à teoria microeconômica, descreve como a ordem é criada através de atos
egoístas e de unidades individuais que na teoria é dada por pessoas e firmas. Dando continuidade
a teoria microeconômica, os sistemas político-internacionais como os mercados econômicos são
formados pela cooperação de unidades egoístas. Estes são originariamente individualistas,
gerados espontaneamente e involuntários. Dadas as comparações entre mercado e sistema
político-internacional a sua formação tem a mesma diligência, porém os objetivos têm suas
divergências.

No mercado econômico, o principal objetivo de pessoas e firmas é a maximização dos lucros.


Mas em um sistema político-internacional esses objetivos variam da luta pela sobrevivência à
ambição de conquistar o mundo. O segundo ponto tratado por Waltz na tentativa de conceituar
estrutura política, especifica as funções desempenhadas pelos Estados envolvidos no sistema. “Os
Estados que são as unidades de sistemas político-internacionais não são formalmente
diferenciados pelas funções que desempenham. A anarquia impõe relações de coordenação entre
as unidades de um sistema, e isso implica a sua semelhança.” Entretanto, como se pode dizer que
os Estados são unidades semelhantes, dada a vasta variedade existente? A semelhança está nos
problemas enfrentados pelas unidades em relação ao sistema, porém as mesmas tarefas não
implicam nas mesmas capacidades de contornar tais problemas. No terceiro ponto tratado por
Waltz, a partir do momento em que há uma nova distribuição da capacidade entre as unidades do
sistema, este como um todo também se altera. Essas alterações de estrutura criam novas
expectativas sobre o comportamento das unidades e as resultantes produzidas em interações
futuras.

As estruturas irão variar de acordo com as diferentes capacidades dos Estados, os sistemas
serão transformados se um princípio ordenador substituir o outro. No que diz respeito às ordens
anárquicas, o autor percebe que a ameaça de violência está associada à ausência de governo
como também à sua existência. Essa afirmação é exemplificada com as guerras existentes dentro
de um Estado para se estabelecer a ordem, gerando mais mortes do que as guerras entre os
Estados.

Os governos efetivos têm o monopólio legítimo do uso da força, ou seja, o Estado se


organiza para evitar o uso privado da força. “A diferença entre política nacional e internacional
reside não no uso da força, mas nos diferentes modos de organização para fazer alguma coisa em
relação a esse uso.”. As diferenças entre as estruturas nacionais e internacionais refletem-se na
forma como as unidades de cada sistema definem seus fins e desenvolvem os meios para alcançá-
los. A partir daí os Estados buscam a interdependência entre eles, a fim de cooperarem para
ganhos mútuos.
Porém existe uma diferença entre a interdependência dentro e entre as nações, assim o
autor difere estas por integração e interdependência, onde a primeira acontece dentro das unidades
e a última, entre as unidades. Porém os ganhos mútuos entre as nações geram uma desconfiança,
pois os Estados por terem impulsos imperialistas buscam diminuir a sua dependência em relação
a outros Estados e tendem buscar certa autonomia para uma maior auto-suficiência.

O problema central das estruturas consiste no comportamento racional das unidades, pois
dados os constrangimentos estruturais os resultados desejados não são alcançados. Devido às
necessidades individuais de cada país, de tomar conta de si mesmo, ninguém pode tomar conta do
sistema. Quando se diz respeito às estratégias que devem ser tomadas, as capacidades dos
agentes são prioridade. Em função disso, os grandes Estados são solicitados para fazer o que é
necessário para a sobrevivência do mundo. Tendo em vista que o sistema internacional é
anárquico, Waltz cita que “... os Estados não podem confiar poderes administrativos a uma agência
central a não ser que esta seja capaz de proteger os seus Estados clientes. Quanto mais poderosos
forem os clientes e quanto maior o poder de cada um deles aparecer como ameaça aos outros,
maior tende a ser o poder alojado no centro. Quanto maior o poder do centro, mais forte o incentivo
para os Estados se envolverem numa luta pelo seu controle”. Para o autor, se existe uma teoria
eminentemente política tendo em vista um sistema anárquico, seria a teoria da balança de poder.

Esta é um resultado causado pelas ações desordenadas dos Estados que tentam manter a
estabilidade do sistema sem destruir a multiplicidade dos elementos que o compõem, prevalecendo
assim dois pontos importantes. Primeiramente que a ordem seja anárquica e por último que seja
povoada por unidades que desejem manter a sua sobrevivência. Continuando com o pensamento
deformação de uma teoria sistêmica, Waltz adiciona que a balança de poder se impõe sobres as
aspirações de poder das nações, fazendo com que assim estas se restrinjam a si próprias,
aceitando o sistema da balança de poder, visto como se fosse um jogo onde as regras deveriam
ser cumpridas para que fosse mantida a estabilidade internacional e a independência nacional parir
deste momento Waltz começa a se perguntar se a suposta teoria que ele tenta elaborar este livro
tem alguma validade e então passa a multiplicar hipóteses e variar testes na tentativa de encontrar
resultados que comprovem estas teorias.

A teoria leva muitas expectativas sobre os comportamentos e resultados, prevendo se os


Estados irão envolver-se em comportamentos equilibrados, tenderão ao equilíbrio do sistema ou
até mesmo não irão aderir à teoria da balança de poder. O autor nos capítulos 5 e 6 de seu livro,
usa de diversas analogias no intuito de desenvolver e embasar seus estudos em fundamentos
teóricos que possam com o passar dos anos serem debatidos e evoluídos. A primeira teoria que
foi usada como objeto de comparação para a compreensão de uma possível teoria de Relações
Internacionais, foi a teoria microeconômica. Esta foi citada em função da dificuldade do autor em
definir como há uma ordem mediante uma estrutura anárquica, e porque “descreve como uma
ordem é espontaneamente formada.”.

Ao se falar de sistemas internacionais a analogia com a economia continua, entretanto


agora, de forma equivocada, pois a estrutura de um mercado é definida pelo número de firmas em
competição. Porém, essa definição não se aplica às relações internacionais devido à sua
incapacidade de controlar o ambiente de sua ação, problema esse que as firmas, por exemplo, não
possuem. Elas se fundem, compram-se umas às outras e são regulamentadas, os Estados não se
compram e não possuem uma entidade reguladora de suas ações.

Waltz defende o fato de como os economistas definem mercados em termos de firmas, as


estruturas político-internacionais são definidas por estados. Isso se dá porque as capacidades
econômicas e as outras capacidades dos Estados não podem ser entendidas de forma separada.
Os objetivos econômicos usam meios militares e políticos para serem alcançados, assim como os
fins militares e políticos necessitam dos recursos econômicos em suas metal. comparação de
sistema internacional com mercados torna-se interessante e tem seus pontos relevantes. A forma
como os Estados interagem são parecidas com as firmas, tendem a ser egoístas no intuito de
maximizar lucros e garantirem sua sobrevivência.
Entretanto, a durabilidade das estruturas é completamente diferente. A estrutura do sistema
internacional se manterá dessa forma como está por muito, ao contrário da estrutura do mercado,
que é altamente imprevisível. “A taxa de mortalidade dos Estados é notavelmente baixa. Poucos
Estados morrem; ao contrário de muitas firmas. “Comparando novamente a estrutura político-
internacional com a estrutura econômica, percebe-se que há uma dificuldade na cooperação de
seus membros. A cooperação entre firmas é limitada num mercado oligopolista, assim como a
cooperação entre Estados se limita no ambiente anárquico. A condição de insegurança e de
incerteza das ações futuras dos outros não favorece a cooperação. Esse sentimento levou Lênin a
acreditar que os países capitalistas em função de sua iniciativa imperialista não cooperaram para
o enriquecimento mútuo.

Então, durante todo o texto Waltz nos traz a importância de uma base estruturalista dentro
de um Estado e até mesmo de um sistema. Essa estrutura organizacional tem seus pontos
positivos, pois facilita na compreensão do sistema internacional como um todo, permite uma maior
integração dos povos aumentando a interdependência entre as nações, proporciona maiores
oportunidades de cooperação entre Estados e permite também o avanço e o desenvolvimento de
novas teorias que conseguem explicar de uma melhor forma às Relações Internacionais.

Estrutura da política interna


A estrutura define a disposição, ou o ordenamento das partes de um sistema. A estrutura não é uma
coleção de instituições políticas mas a forma como estão dispostas. A política interna é ordenada
hierarquicamente. As unidades (instituições e agências) se posicionam umas às outras em relações de
superioridade e subordinação.

Os atores políticos são formalmente diferenciados de acordo com o grau da sua autoridade e suas
funções distintas são especificadas. Estas especificações de papéis e esta diferenciação de funções
encontra-se em qualquer Estado.

O posicionamento das unidades umas em relação às outras não é completamente definido por um
princípio sistemático e ordenador e pela diferenciação das formas das suas partes.A posição das unidades
também muda . No desempenho de suas funções, as agências podem ganhar ou perder capacidades.

Uma estrutura política interna é assim definida, primeiro, de acordo com o princípio pelo qual é
ordenada, segundo pela especificação das funções de unidades formalmente diferenciadas, e
terceiro, pela distribuição das capacidades dessas unidades. Estrutura é uma noção altamente abstrata,
mas a definição de estrutura não é abstrata de tudo.

Primeiro-Ministro x Presidentes

No sistema político que o primeiro-ministro vive, é impelido a procurar apoio junto ao seu partido , à
custa de uma considerável redução da sua liberdade de ação. As características de liderança são
construídas dentro do sistema, o típico primeiro-ministro é um líder nacional fraco mas um excelente
dirigente partidário, pois suas ações estão limitadas pelo o partido que o elegeu, o primeiro-ministro move-
se de forma a evitar discordâncias e se possível antecipando-as. O primeiro-ministro pode contar com seu
partido se suas ações não entrarem em conflito com os membros do partido, deve sofrer para se manter
aceitável para seu partido parlamentar.

A ocupação do presidente no cargo não depende do Congresso, porque podem ser derrotadas as
políticas (ações) mas continuar no cargo e porque a obstrução é uma parte comum e aceitável do sistema,
pedem aquilo que pode não ser concedido. É esperada do presidente que peça ao Congresso os interesses
do país, até um pouco mais para tirar vantagem mais. O fosso entre promessa e desempenho, entre pedido
presidencial, e assentimento do Congresso, muitas vezes ilusório. Os presidentes pedem o que não
conseguem e, no entanto, o andamento da reforma não é mais lento, a flexibilidade e a resposta do governo
americano não são menores do que a Grã-Bretanha.
Como identificar a estrutura política?

A estrutura política produz uma similaridade no processo e na atuação desde de que a estrutura
dure. Similaridade não é uniforme. A estrutura opera como uma causa , mas não é a única causa e jogo.
Como podemos saber se os efeitos observados são causados pela estrutura da política nacional e não por
um elenco variável de personagens políticas, por variações de circunstâncias não políticas e por quantidade
de outros fatores?
Dentro de um país podemos identificar os efeitos da estrutura notando diferenças de comportamento em
partes diferentemente estruturadas do sistema político . De um país ao outro podemos identificar os efeitos
das estruturas notando similaridades de comportamentos em sistemas políticos de estrutura similar.

1. Princípios ordenadores

As questões estruturais são questões sobre a organização das partes de um sistema. As partes dos
sistemas políticos internos têm relações de superioridade e subordinação. Alguns devem comandar;
outros devem obedecer. Os sistemas internos são centralizados e hierárquicos. As partes dos sistemas
político-internacionais têm relações de cooperação. Formalmente, cada um é igual aos outros. Nenhum deve
comandar; nenhum deve obedecer. Os sistemas internacionais são descentralizados e anárquicos. Os
princípios ordenadores das duas estruturas são claramente diferentes, de fato, são o contrário uns dos
outros. As estruturas políticas internas têm instituições governamentais e os cargos como as suas
contrapartidas concretas. A política internacional, em contraste, tem sido chamada de "política na ausência
de governo”.

Como podemos pensar nas relações internacionais como sendo alguma espécie de ordem?
A anarquia das relações internacionais é, muitas vezes, referida. Se a estrutura é um conceito
organizacional, os termos “estrutura” e “anarquia” parecem estar em contradição. Se a política internacional
é “política na ausência de governo”, estamos na presença de quê? Ao procurarmos a estrutura internacional,
somos postos frente a frente com o invisível, uma posição pouco confortável para se estar.
Os sistemas políticos internacionais, como os mercados econômicos, são formados pela cooperação de
unidades egoístas. As estruturas internacionais são definidas em termos das unidades políticas primárias
de uma dada era, sejam elas cidades-estado, impérios, e nações. As estruturas emergem da coexistência
dos estados. Nenhum estado tenciona participar na formação de uma estrutura pela qual, ele com outros,
serão constrangidos.
Os sistemas políticos internacionais, como os mercados económicos, são originariamente
individualistas, gerados espontaneamente e involuntários. Em ambos os sistemas, as estruturas são
formadas pela cooperação das suas unidades. Se essas unidades vivem, prosperam, ambos os sistemas
são formados e mantidos num princípio de auto -ajuda que se aplica às unidades. Dizer que os dois domínios
são estruturalmente similares não é proclamar a sua identidade. Economicamente, o princípio de auto-ajuda
aplica-se dentro de limites delineados pelo governo. As economias de mercado estão organizadas de forma
a canalizar as energias construtivamente. Podemos pensar em padrões de comida e medicamentos, leis
antitrust, regulamentos de segurança e câmbio, leis contra liquidar um competidor, e regras proibindo
publicidade enganosa. As relações internacionais são mais um domínio em que vale quase tudo. As relações
internacionais são estruturalmente similares a uma economia de mercado desde que seja permitido ao
princípio de auto-ajuda operar no mercado, morrem, depende dos seus próprios esforços.
Os objetivos dos estados podem ser muito variados; podem ir desde a ambição de conquistar o mundo
ao mero desejo de serem deixados em paz. A sobrevivência é um pré -requisito para alcançar qualquer
objetivo que os estados possam ter, excluindo a promoção do seu próprio desaparecimento como entidades
políticas. O motivo da sobrevivência é visto como a base de ação num mundo onde a segurança dos estados
não é garantida e não como uma descrição realista do impulso que está por detrás de qualquer ato do
estado. A premissa toma em consideração o facto de nenhum estado actuar sempre exclusivamente para
assegurar a sua sobrevivência. Toma em consideração o fato de que alguns estados possam
persistentemente procurar objetivos que valorizam mais do que a própria sobrevivência; podem, por
exemplo, preferir a fusão com outros estados à sua própria sobrevivência. Toma em consideração o fato de
que na busca da sua segurança nenhum estado atua com conhecimento e sabedoria perfeitos.

Os sistemas de economias de mercado e relações internacionais, fazem menores exigências. Sistemas


de economias de mercado e relações internacionais, competitivos funcionam desenvolvendo interações das
suas partes eles desenvolvem estruturas que recompensam ou punem comportamentos que se formam
para considerar as excentricidades humanas. Os actores podem perceber a estrutura que os constrange e
entender como ela serve para recompensar alguns tipos de comportamento e penalizar outros. Mas ainda
assim, podem não o ver ou, vendo-o, podem por qualquer uma de muitas razões não conseguir conformar
as suas ações com os padrões que são mais frequentemente recompensados e menos frequentemente
punidos.
Dizer que “a estrutura selecciona” significa simplesmente que aqueles que se ajustam às práticas mais
aceitas e mais bem sucedidas sobem mais frequentemente ao topo e são os que mais provavelmente se
manterão. O jogo que temos de ganhar é definido pela estrutura que determina o tipo de jogador que mais
provavelmente prosperará. Internacionalmente, o ambiente da ação dos estados, ou a estrutura do seu
sistema, é definido pelo fato de que alguns estados preferem a sobrevivência a quaisquer outros fins que
possam ser obtidos a curto prazo e agem com relativa eficiência para alcançar aquele fim.

2. O caráter das unidades


Os estados podem alterar o seu comportamento devido à estrutura que eles formam através da
interação com outros estados. Mas de que forma e porquê?
O segundo termo na definição de estrutura política interna especifica as funções desempenhadas por
unidades diferenciadas. A hierarquia impõe relações de superioridade e de subordinação entre as partes de
um sistema, e isso implica a sua diferenciação. Os estados que são as unidades dos sistemas político-
internacionais não são formalmente diferenciados pelas funções que desempenham. A anarquia impõe
relações de coordenação entre as unidades de um sistema, e isso implica a sua semelhança. As estruturas
internacionais variam apenas através de uma mudança do princípio organizador ou, na falta disso, através
de variações nas capacidades das unidades. Por que motivo os estados devem ser tomados como as
unidades do sistema? Dada uma vasta variedade de estados, como podemos chamar-lhes “unidades
semelhantes”?

Os estados não são e nunca foram os únicos actores internacionais. Mas, de qualquer forma, as
estruturas são definidas não por todos os atores que florescem dentro delas mas pelos mais importantes.
Ao definirmos a estrutura de um sistema, escolhemos um ou alguns dos muitos objetos que compõem o
sistema e definimos a sua estrutura mediante esses objetos. Os estados usam meios econômicos para
fins militares e políticos; e meios militares e políticos para alcançar interesses econômicos. Alguns
estados podem quase desaparecer como entidades econômicas, outros não. Isso não põe nenhum
problema à teoria das relações internacionais uma vez que, de qualquer forma, a política internacional é
principalmente sobre desigualdades.
Enquanto os estados mais importantes forem os atores mais importantes, a estrutura das relações
internacionais é definida em função deles. Os estados definem o cenário no qual eles, com actores que não
são estados, representam os seus dramas ou continuam com os seus assuntos mais monótonos. Apesar
de eles poderem escolher interferir pouco nos assuntos dos actores que não são estáveis por longos
períodos de tempo, os estados, no entanto, estabelecem as condições da relação, quer permitindo
passivamente que regras informais se desenvolvam ou intervindo ativamente para mudar as regras que já
não os servem. Na hora do aperto, os estados refazem as regras segundo as quais os outros atores operam.
De fato, podemos ser surpreendidos pela capacidade de estados fracos impedirem a operação de
corporações internacionais fortes e pela atenção que as últimas prestam aos desejos dos primeiros.

Os estados são as unidades cujas interações formam a estrutura dos sistemas das relações
internacionais. Irão manter-se assim durante muito tempo. A taxa de mortalidade dos estados é
notavelmente baixa. Poucos estados morrem; ao contrário de muitas firmas. Quem é mais provável que
esteja daqui a 100 anos os Estados Unidos, a União Soviética, a França, o Egipto, a Tailândia e o Uganda?
Ou a Ford, a IBM, a Shell, a Unilever e a Massey-Ferguson? Mas o que significa termos 150 estados tão
diferentes no mundo de hoje, que certamente formam uma coleção heterogênea, como sendo “unidades
semeIhantes”? Chamar aos estados unidades semelhantes é dizer que cada estado é parecido com todos
os outros estados enquanto unidades políticas autônomas. É outra forma de dizer que os estados são
soberanos. Mas a soberania é também um conceito confuso.
Num sistema de estados soberanos nenhum estado é soberano. O erro está em identificar a
soberania dos estados com a sua capacidade de fazerem aquilo que desejam. Dizer que os estados são
soberanos não é dizer que eles podem fazer o que quiserem, que eles são livres da influência dos outros,
que eles são capazes de conseguir aquilo que querem. Os estados soberanos podem ser muito
pressionados por todos à sua volta, impelidos a agir da forma que prefeririam evitar, e incapazes de fazer
quase tudo como gostariam. A soberania dos estados nunca implicou o seu isolamento dos efeitos das
ações de outros estados. Ser soberano e ser dependente não são condições contraditórias.
Os estados variam muito em tamanho, riqueza, poder e forma. E, no entanto, as variações nestes e
outros aspectos são variações entre unidades semelhantes. De que forma é que são unidades
semelhantes? Como podem ser colocados numa só categoria? Os estados são parecidos nas tarefas
que enfrentam, apesar de não o serem nas suas capacidades para as desempenharem. As diferenças são
de capacidade, não de função. Os estados desempenham ou tentam desempenhar tarefas, a maioria das
quais são comuns a todos eles; os fins a que aspiram são similares.
Cada estado fornece dos seus próprios recursos e pelos seus próprios meios a maior parte da
alimentação, das roupas, das casas, dos transportes, e comodidades consumidas e usadas pelos seus
cidadãos. Todos os estados, excepto os mais pobres, fazem muito mais negócios no seu território do que
no estrangeiro. Temos de ficar impressionados com a similaridade funcional dos estados e, agora mais do
que nunca, com as linhas similares que o seu desenvolvimento segue. Do estado rico ao estado pobre, do
velho ao novo, quase todos eles dão mais atenção aos assuntos da regulamentação econômica, da
educação, saúde, e alojamento, da cultura e das artes, e assim quase infinitamente.

3. A distribuição das capacidades

O poder é estimado pela comparação das capacidades de um certo número de unidades. Embora as
capacidades sejam atributos das unidades, a distribuição das capacidades entre as várias unidades não o
é. A distribuição das capacidades não é um atributo de uma unidade circunscrita, mas um conceito de
sistema alargado. Firmas e estados são unidades semelhantes. Através de todas as suas variações de
forma, as firmas partilham certas qualidades: são unidades egoístas que, dentro de limites impostos pelo
governo, decidem por si próprias como enfrentar o seu ambiente e como trabalhar para alcançar os seus
fins. A variação de estrutura é introduzida, não através das diferenças no caráter e função das unidades,
mas apenas através das distinções entre elas de acordo com as suas capacidades.

Não perguntamos se os estados são revolucionários ou legítimos, autoritários ou democráticos,


ideológicos ou programáticos. Abstraindo-nos de todos os atributos dos estados exceto das suas
capacidades. Nem ao pensarmos na estrutura perguntamos seja o que for sobre as relações dos estados,
os seus sentimentos de amizade e hostilidade, as suas trocas diplomáticas, as alianças que formam, a
extensão dos contatos e trocas entre eles. Perguntamos que expectativas emergem meramente segundo o
tipo de ordem que prevalece entre eles e para a distribuição de capacidades dentro dessa ordem.
Abstraindo-nos de quaisquer qualidades particulares dos estados e de todas as suas relações concretas. O
que emerge é um quadro posicional, uma descrição geral da ordem internacional definida em termos do
posicionamento das unidades e não em termos das suas qualidades, ou seja, as estruturas são definidas
pela distribuição das capacidades pelas várias unidades. Mudanças nesta distribuição são mudanças de
sistema quer o sistema seja anárquico ou hierárquico.

Ordens Anárquicas e balanças de poder (cap6)

Violência externa e interna


Diz-se muitas vezes, que o estado entre estados conduz os seus assuntos envolto na sombra da
violência. Porque alguns estados podem em qualquer altura usar a força, todos os estados têm de estar
preparados para o fazer militarmente mais vigorosos. Entre estados, o estado da natureza é um estado de
guerra. Isto é dito não no sentido de que a guerra ocorre constantemente, mas no sentido de que, com cada
estado a decidir por si mesmo usar ou não a força, a guerra pode rebentar a qualquer altura. Quer seja na
família, na comunidade, ou no mundo em geral, o contato sem, pelo menos, conflito ocasional é
inconcebível; e a esperança de que na ausência de um agente para gerir ou manipular as partes em
conflito, o uso da força será sempre evitado, não pode ser encarado de forma realista. Entre homens
como entre estados, a anarquia, ou a ausência de governo, está associada à ocorrência de violência.
Diz-se que a ameaça de violência com uso recorrente da força distinguem os assuntos internacionais
dos nacionais. Mas na história do mundo, certamente que a maioria dos governantes teve de ter em mente
que os seus súbditos podiam usar a força para lhes resistir ou para os depor. Se a ausência de governo
está associada à ameaça de violência, então também está a sua existência.
Se a anarquia é identificada com o caos, a destruição e a morte, então a distinção entre anarquia e
governo não nos diz muito. Qual será mais precária: a vida de um estado entre estados, ou de um
governo em relação aos seus súbditos? O uso da força, ou o medo constante do seu uso não constituem
base suficiente para distinguir assuntos internacionais de internos. Se o uso possível e real da força marcam
as ordens internacionais e internas, então não pode ser delineada nenhuma distinção duradoura entre os
dois domínios em termos de uso ou não da força. Nenhuma ordem humana é à prova de violência.
A diferença entre política nacional e internacional reside não no uso da força, mas nos
diferentes modos de organização para fazer alguma coisa em relação a esse uso. Um governo, que
governe segundo algum padrão de legitimidade, arroga-se o direito de usar a força de aplicar uma variedade
de sanções para controlar o uso da força pelos seus súditos. Se alguns usam a força privada, outros podem
apelar ao governo. Um governo não tem o monopólio do uso da força. No entanto, um governo efetivo tem
um monopólio no uso legítimo da força, e legítimo aqui significa que os agentes públicos estão organizados
para evitar e para conter o uso privado da força. Os cidadãos não precisam de se preparar para se defender.
As agências públicas fazem-no. Um sistema político interno não é um sistema de auto-ajuda.

Interdependência e integração

O significado político de interdependência varia dependendo se um domínio é organizado, com


relações de autoridade específicas e estabelecidas, ou se permanece formalmente desorganizado. Desde
que um domínio seja formalmente organizado, as suas unidades são livres para se especializarem, para
perseguirem os seus próprios interesses sem se preocuparem em desenvolver os meios de manutenção da
sua identidade e preservação da sua segurança perante os outros. São livres para se especializarem porque
não têm razão para temer a crescente interdependência que vem com a especialização. Se aqueles que se
especializam mais, se beneficiam mais, então competir pela especialização prossegue. Os bens são
manufaturados, o grão é produzido, a lei e a ordem são mantidas, o comércio é realizado, e os serviços
financeiros são proporcionados por pessoas que se especializam mais minuciosamente.

As diferenças entre as estruturas nacionais e internacionais refletem-se na forma como as unidades


de cada sistema definem os seus fins e desenvolvem os meios para alcançá-los. Num ambiente anárquico,
as unidades semelhantes cooperam. Em meios hierarquizados, unidades diferentes interagem. Num
ambiente anárquico, as unidades são funcionalmente similares e tendem a manter-se assim. As unidades
semelhantes trabalham para manter uma certa independência e podem até lutar pela autarquia (forma de
governo em que um indivíduo ou grupo tem poder absoluto sobre a nação; autocracia). Num meio
hierarquizado, as unidades são diferenciadas, e tendem a aumentar a extensão da sua especialização. As
unidades diferenciadas tornam-se estreitamente interdependentes, mais estreitamente ainda à medida que
a sua especialização prossegue. Devido à diferença de estrutura, a interdependência dentro e a
interdependência entre as nações são dois conceitos distintos.
Apesar dos estados serem unidades funcionalmente semelhantes, eles diferem muito nas suas
capacidades. A integração (descreve a condição dentro das nações) aproxima as partes de uma nação. A
interdependência (descreve a condição entre elas) entre as nações deixa-as vagamente ligadas. Apesar de
se falar frequentemente da integração das nações, isso raramente acontece. As nações podiam enriquecer-
se mutuamente ao dividirem mais não só o trabalho envolvido na produção de bens mas também algumas
das outras tarefas que desempenham, tais como a condução política e a defesa militar. Por que motivo a
sua integração não acontece? A estrutura das relações internacionais limita a cooperação dos estados
em duas formas.
Num sistema de auto-ajuda cada uma das unidades gasta uma porção do seu esforço, não a
perseguir o seu próprio bem, mas a arranjar os meios de se proteger dos outros. A especialização num
sistema de divisão do trabalho funciona com vantagem para todos, apesar de não ser equitativa. A
desigualdade na distribuição esperada do produto acrescido opera fortemente contra a extensão da divisão
do trabalho a nível internacional. Quando confrontados com a possibilidade de cooperarem para ganho
mútuo, os estados que se sentem inseguros devem querer saber como o ganho será dividido.
Em qualquer sistema de auto-ajuda, as unidades preocupam-se com a sua sobrevivência, e a
preocupação condiciona o seu comportamento. Os mercados oligopolistas limitam a cooperação de
firmas, da mesma forma que as estruturas político-internacionais limitam a cooperação dos estados.
Dentro das regras impostas pelos governos, o fato de as firmas sobreviverem e prosperarem depende dos
seus próprios esforços. As firmas não precisam de se proteger fisicamente contra os assaltos das outras
firmas. São livres para se concentrarem nos seus interesses económicos. No entanto, como entidades
económicas, vivem num mundo de auto-ajuda. Todos querem aumentar os lucros. Se correm riscos
indevidos no esforço para o fazerem, devem sofrer as consequências.
Um estado preocupa-se sempre com uma divisão de ganhos possíveis que pode favorecer
outros mais do que a si mesmo. Essa é a primeira forma pela qual a estrutura das relações internacionais
limita a cooperação dos estados. Um estado também se preocupa para que não se torne dependente de
outros através de esforços cooperativos e trocas de bens e serviços. Essa é a segunda forma pela qual a
estrutura das relações internacionais limita a cooperação dos estados. Quanto mais um estado se
especializa, mais confia nos outros para lhe fornecer os materiais e os bens que não está a produzir. Quanto
maior a quantidade de importações e exportações de um estado, mais ele depende dos outros. O bem estar
mundial seria maior se uma cada vez mais elaborada divisão do trabalho fosse desenvolvida, mas os
estados iriam assim colocar-se em situações de cada vez mais estreita interdependência. Alguns estados
poderiam não resistir a isso. Para estados pequenos os custos de fazê-lo são altos. Mas os estados que
podem resistir a tornar-se cada vez mais enredados com outros.

Pág. 149 (no livro)


➢ Um Estado preocupa-se sempre com uma divisão de ganhos possíveis que pode favorecer
outros mais do que a si mesmo.
- Essa é a primeira forma pela qual a estrutura das relações internacionais limita a cooperação
dos Estados.
➢ Um Estado também se cuida para que não se torne dependente de outros através de
esforços cooperativos e trocas de bens e serviços.
- Essa é a segunda forma pela qual a estrutura das relações internacionais limita a cooperação
dos Estados.
- Quanto maior a importação/ exportação de um Estado mais ele depende dos outros.
➢ Estados pequenos não resistiriam a essa interdependência pelos altos custos, e eles se
preocupam em assegurar aquilo de que dependem.
➢ Os Estados procuram controlar aquilo de que dependem ou diminuir a amplitude da sua
dependência.
➢ Essa ideia explica bastante sobre o comportamento dos Estados: os seus impulsos
imperialistas e as suas lutas pela autonomia para uma maior autossuficiência.
- Nacionalmente, muitos lamentam o desenvolvimento extremo da divisão do trabalho, um
desenvolvimento que resulta da atribuição de tarefas cada vez mais específicas aos indivíduos.
- A especialização prossegue e sua extensão é uma medida de desenvolvimento das sociedades.
- Num ambiente organizado estimula-se a capacidade de cada unidade em especializar-se de
forma a aumentar o seu valor em relação às outras num sistema de divisão de trabalho.
➢ Internacionalmente, muitos lamentam os recursos que os Estados gastam para sua própria
defesa enquanto poderiam estar realçando o bem-estar dos seus povos através da
cooperação com os outros Estados.
➢ Num ambiente desorganizado o incentivo de cada unidade é pôr-se numa posição de ser
capaz de tomar conta de si mais, uma vvez que não pode contar com mais ninguém para
fazê-lo.
- Os Estados não se colocam em situações de mais dependência.
➢ Num sistema de autoajuda, as considerações de segurança subordinam os ganhos
econômicos ao interesse político.
➢ O que cada Estado faz por si mesmo é parecido com o que os outros fazem. São-lhes
negadas as vantagens que uma completa divisão do trabalho, tanto política como
econômica, iria fornecer.
- As despesas com a defesa são improdutivas para todos e inevitáveis para muitos. Em vez de mais
bem-estar a sua recompensa está na autonomia.
➢ Os Estados competem, mas não para contribuírem com os seus esforços individuais para a
produção conjunta de bens para o seu benefício mútuo.

3. Estruturas e estratégias
- As estruturas fazem com que as ações tenham consequências não pretendidas.
- PÁG 151. Em alguns casos, a busca do interesse próprio produz resultados coletivos que ninguém
quer, contudo os indivíduos ao comportarem-se diferentemente irão prejudicar-se sem alterarem
as resultantes.
- Podemos notar que o nosso comportamento produz resultantes não desejadas.
- De acordo com Alfred E. Kahn essas situações descrevem quando ocorre de “grandes” mudanças
serem trazidas ao de cima pela acumulação de “pequenas” decisões.
- Em tais situações as pessoas são vítimas da “tirania das pequenas decisões” pois ocorre de
“grandes” mudanças serem trazidas ao de cima pela acumulação de “pequenas” decisões.
- Se o mercado não apresenta a questão central para decisão, então os indivíduos estão
condenados a tomar decisões que são sensatas dentro dos seus estreitos conceitos, e sabem que
dará origem a um resultado que não querem.
➢ Ou isso ou eles arranjam um jeito de mudar a estrutura- por exemplo: trazendo as unidades
consumidoras para próximo do nível das unidades que estão a provocar as decisões dos
produtores.

Desde que deixemos a estrutura intocada não é possível que as mudanças nas
intenções e nas ações dos atores particulares produzam resultados desejáveis ou
evitem resultados indesejáveis.
- AS ESTRUTURAS PODEM SER MUDADAS, MUDANDO A DISTRIBUIÇÃO DAS
CAPACIDADES ENTRE AS UNIDADES.
- TAMBÉM PODEM SER MUDADAS IMPONDO REQUISITOS ONDE ANTERIORMENTE AS
PESSOASS TINHAM DE DECIDIR POR SI MESMAS. p. 152
- Os constrangimentos estruturais não podem ser afastados.
➢ Em todas as épocas e lugares, às unidades dos sistemas de autoajuda -Nações,
corporações, ou qualquer outro sistema- é dito que o maior bem, a par com o seu próprio,
requer que eles ajam pelo bem do sistema e não pela sua vantagem estritamente definida.
- Na década de 50, à medida que o medo da destruição mundial por uma guerra nuclear crescia,
alguns concluíram que a alternativa à destruição do mundo era o desarmamento mundial.
➢ O interesse internacional deve ser servido; logo, os interesses nacionais lhe estão
subordinados.
➢ Os problemas encontram-se ao nível global.
➢ As soluções para os problemas continuam a depender da política nacional.

- Problema central: o comportamento racional (o certo a se seguir numa nação em que se é


necessário resolver a tensão entre perseguir os próprios interesses e agir pelo bem do sistema),
dados os constrangimentos estruturais, não leva aos resultados desejados.
- Com cada país impelido a tomar conta de si mesmo, ninguém pode tomar conta do sistema. (os
Estados enfrentam o dilema ado prisioneiro)
- A possibilidade de ação efetiva depende da:
➢ habilidade de fornecer os meios necessários
➢ ainda mais da existência de condições que permitiam que as nações e outras organizações
sigam políticas e estratégias apropriadas.
- Existem problemas que pedem soluções globais mas não existe nenhuma agência global para as
fornecer.
- Grandes tarefas podem ser realizadas apenas por agentes de grande capacidade (potências).
Mas, essas potências têm de fazer o que é necessário para sua própria preservação
➢ Uma macro teoria de relações internacionais iria mostrar como o S.I. é mudado por grandes
agregados de sistemas. P.154
➢ Ex.: o valor do PIB mundial, o valor de importações e exportações mundiais, número de
mortos na guerra, valor dos gastos globais com a defesa, e migrações.
- O ponto decisivo é que numa macro teoria de relações internacionais iriam faltar as implicações
práticas da teoria macroeconômica.
- A qualidade da vida internacional manteve-se durante os anos mesmo com alguns pensando que
mudaria ´por conta das mudanças de consciência, na organização, ideologia etc.
➢ Os Estados podem procurar fins racionais e meritórios, mas não conseguem descobrir como
alcança-los
- Os Estados que enfrentam problemas globais são como consumidores individuais encurralados
pela tirania das pequenas decisões
- Os Estados, tal como os consumidores, só podem sair da armadilha se mudarem a estrutura do
seu campo de atividade.
➢ O ÚNICO REMÉDIO PARA UM EFEITO ESTRUTURAL FORTE É UMA MUDANÇA
ESTRUTURAL.

4. As virtudes da anarquia
- Para alcançar os seus objetivos e manter a sua segurança, as unidades numa condição de
anarquia devem confiar nos meios que podem gerar e nos acordos que podem fazer para elas
próprias.
➢ Autoajuda é o princípio de ação numa ordem anárquica.
- Dentro de uma economia ou dentro de uma ordem internacional, os riscos podem ser evitados
passando-se de uma situação de ação coordenada (anárquica) para uma situação de
superioridade e subordinação.
- As organizações têm, pelo menos, dois objetivos:
➢ Realizar algo
➢ Manter-se como organização (maioria das atividades estão direcionadas à essa)
- Ao tomar decisões políticas a primeira e mais importante preocupação é de assegurar a
continuidade e a saúde da própria organização.
- Como sistemas hierárquicos, os governos, nacional ou globalmente, são perturbados pela
dissidência de partes importantes.
- A perspectiva de um governo mundial seria um convite para a preparação da guerra civil
mundial.
- Os Estados não podem confiar poderes administrativos a uma agência central a não ser que essa
agência seja capaz de proteger os seus clientes. P.156
➢ As organizações que estabelecem relações de autoridade e controle podem aumentar a
segurança à medida que diminuem a liberdade.
➢ Quanto mais influente for a agência, mais forte se torna o desejo de a controlar.
- Em contraste as unidades numa ordem anárquica atuam pelo seu próprio bem e não pelo bem da
organização e do favorecimento da sua sorte dentro dela.
- Guerras podem ser evitadas se as unidades se concentrarem na política do problema e
projetarem uma cordo mínimo que permitirá a sua existência independente em vez de um acordo
máximo para manterem a união.
- Nacionalmente:
➢ A força de um governo é exercida em nome do direito e da justiça
➢ As relações de autoridade são estabelecidas.
➢ A força privada usada contra um governo ameaça o sistema político.
- Internacionalmente:
➢ A força de um Estado é empregue para o bem da sua própria proteção e vantagem
➢ As relações de autoridade só resultam das relações na forças
➢ A força usada por um Estado (organismo público) é o uso privado da força
- O uso privado da força ameaça apenas alguns membros do sistema das relações internacionais
e não o sistema em si.
- A política nacional é o domínio da autoridade, da administração e da lei.
- A política internacional é o domínio do poder, da luta e da acomodação.
- O domínio internacional é predominantemente um domínio político; ele é descrito como sendo
anárquico, horizontal, descentralizado, homogêneo, não dirigido e mutuamente adaptável.
- O domínio nacional é variadamente descrito como sendo hierárquico, vertical, centralizado,
heterogêneo, dirigido e idealizado.
- Quando mais centralizada for a ordem, mais próximas do topo ascendem as decisões.
- Internacionalmente, as decisões são tomadas no nível mais baixo, não havendo sequer outro
nível.
- Entre as unidades coordenadas, o ajustamento e as acomodações são alcançados pela troca de
“considerações”, numa condição na qual o dever de comando e o desejo de obedecer estão
ausentes.
- Onde a competição está acima das considerações, as partes procuram manter ou melhorar as
suas posições, manobrando, negociando ou lutando.
- Usam ou não a força, visando seus próprios interesses, mas se usar, o outro Estado usará também
“se me atacar eu vou atacar”
- Nas relações internacionais, a força serve como primeira e constante forma de usada.
➢ Quem sabe que pressionar muito pode levar à guerra, tem fortes razões para considerar se
os ganhos possíveis valem os riscos envolvidos.

5. Anarquia e Hierarquia p.161 um exemplo da china


1. A anarquia é tomada como significando não só a ausência de governo, mas também a
presença de desordem e caos.
- Uma vez que à política mundial, apesar de não ser totalmente pacífica, falta o caos absoluto, os
estudiosos tentam ver uma diminuição da anarquia em cada erupção de paz, quando se formam
alianças, quando se multiplicam as agências internacionais e quando aumentam as transações
através das fronteiras nacionais.
2. As anarquias são ordenadas por justaposição de unidade similares. Não são idênticas pois
alguma especialização por função desenvolve-se entre elas.
- As hierarquias são ordenadas pela divisão social do trabalho entre unidades que se especializam
em diferentes tarefas, mas a semelhança não se desvanece.
- Podemos imaginar algumas sociedades que se aproximam da anarquia pura, outras que se
aproximas da hierarquia pura e ainda outras, que são a mistura dessas.
➢ Nas anarquias, é descrito um domínio marcado pela política e poder com nenhuma das
interações das unidades definidas pela administração central e condicionadas pela
autoridade.
➢ Nas hierarquias, é descrito um domínio definido pela autoridade e pela administração central
com nenhuma das interações das partes afetadas pela política e pelo poder.
- Todas as sociedades estão misturadas, elementos delas representam ambos os princípios
ordenadores.
- O aparecimento de setores anárquicos dentro de hierarquias não altera e não devia obscurecer o
princípio ordenador do maior sistema, porque esses setores são anárquicos apenas dentro de
certos limites. Ex.: firmas nos mercados oligopolistas p. 161
➢ Os elementos hierárquicos dentro das estruturas internacionais limitam e restringem o
exercício da soberania, mas apenas de formas fortemente condicionadas pela anarquia do
maior sistema.
➢ Pág. 161/162 exemplo da China

- Esta seção explicou por que motivo, só dois tipos de estrutura são necessários
para cobrir todo o espectro de sociedades.
II
- No início desta, é explicado objetivamente o que foi dito nos caps. 1, 4, 5 e 6 (p. 162/163)
- A Realpolitik indica os métodos pelos quais a política externa é conduzida e fornece um
fundamento lógico para eles.
- A teoria da balança de poder tenta explicar o resultado que tais métodos produzem.
- Alguns acreditam que uma balança de poder é a melhor garantia da segurança dos Estados e da
paz no mundo; outros, que arruinou Estados ao causar a maiorias das guerras que travaram.
➢ Nessa teoria da balança de poder, existem os atores unitários que no mínimo, procuram a
sua própria preservação e, no máximo, visam o domínio universal.
➢ Os Estados usam seus meios disponíveis de forma sensata ou mais ou menos sensata para
alcançar esses fins.
- Meios:
➢ Esforços internos: formas de aumentar a capacidade econômica, aumentar a força militar,
desenvolver estratégias inteligentes.
➢ Esforços externos: formas para fortalecer e alargar as suas alianças ou para enfraquecer e
encolher um oponente.
- Um sistema de autoajuda é um sistema em que se eles não se ajudarem o suficiente (menos que
outros), não conseguirão prosperar e sofrerão.
- A teoria diz que se alguns Estados se dão relativamente bem, outros irão segui-los ou perder-se
pelo caminho (o sistema não funcionará se todos os Estados perderem o interesse em preservar-
se).
- A teoria é criticada por conta de muitos equívocos que críticos cometem p. 165 exemplificando.
- Forjar e manter uma balança pode ser o objetivo de um ou mais Estados, ou não.
- De acordo com a teoria, as balanças de poder tendem a formar-se quer alguns Estados visem
manter uma balança, ou quer alguns Estados visem o domínio universal.
➢ Se é para se manter uma balança de poder, a política dos Estados deve visar favorecer isso
➢ Se uma balança de poder é mantida, seu objetivo estava correto.
➢ Se o propósito dos Estados é favorecer uma balança, o propósito da balança é “manter a
estabilidade do sistema sem destruir a multiplicidade dos elementos que o compõem”
- A balança de poder pode “impor as suas restrições sobre as aspirações de poder das nações”
apenas se, primeiro, “se restringirem a si próprias aceitando o sistema da balança de poder como
a estrutura comum dos seus esforços”
➢ Numa economia puramente competitiva, a luta de todos para produzir lucros leva a uma
baixa margem de lucro, ou seja, deixem que a competição continue tempo suficiente sob
condições estáticas, e o lucro será zero.
➢ As regras inferidas dos resultados das interações dos Estados são prescritas para os atores
e diz-se que são uma condição da manutenção do sistema.
- Alguns requerem que uma superpotência esteja disposta a desempenhar o papel de equilibrador,
outros que tenham mais duas grandes potências.
➢ As balanças de poder formam-se na ausência das condições “necessárias”, e desde
1945 o mundo tem Estado estável, e o mundo das superpotências notavelmente
pacífico, apesar de as condições internacionais não estarem conforme estipulações
de teóricos.
➢ A Política da balança de poder prevalece onde dois requisitos existam: que a ordem
seja anárquica e que seja povoada por unidades que desejem sobrevivem
- Se, por exemplo, o equilíbrio de uma balança é mantido através da submissão dos Estados às
regras, então precisamos de uma explicação de como é alcançado e mantido o acordo em relações
às regras.
- Não precisamos de uma teoria da balança de poder, porque as balanças iriam resultar de um
certo tipo de comportamento explicado (com a psicologia nacional ou com a política burocrática).
Uma teoria da balança de poder não poderia ser construída porque não teria nada para explicar.
- A teoria da balança de poder é muitas vezes criticada porque não explica as políticas particulares
dos Estados. Isso está correto, mas, a teoria da balança de poder pode dar respostas gerais e úteis
as questões.
➢ A teoria da balança de poder é uma teoria sobre os resultados produzidos pelas ações
descoordenadas dos Estados.
➢ Ela faz previsões sobre os interesses e os motivos dos Estados, em vez de os explicar.
➢ Ela explica por que motivo uma certa similaridade de comportamento é esperada de Estados
similarmente situados. Comportamento similar mas não idêntico.

III
- Como as expectativas variam com as mudanças na estrutura dos sistemas internacionais. É
necessário submetê-la a testes.
➢ Antes de sujeita-la a teste, perguntamos se a teoria é consistente internamente e se nos diz
algumas coisas interessantes que não saberíamos na sua ausência.
- As teorias estruturais ganham plausibilidade se as similaridades de comportamento forem
observadas através de domínios que são diferentes na substância, mas similares na estrutura,
e se as diferenças de comportamento forem observadas onde os domínios são similares na
substância, mas diferentes na estrutura.
- Esta vantagem especial está ganha: a teoria político-internacional ganha credibilidade a partir da
confirmação de certas teorias em economia, sociologia, antropologia, e em outros campos não
políticos.
➢ Os testes são fáceis de projetar, uma vez que se tenha uma teoria para testar, mas são
difíceis de levar a cabo.
➢ Deve-se explorar todas as formas de testar mencionadas -tentar falsificar, engendrar testes
confirmatórios difíceis, comparar características do mundo teórico e real, comparar
comportamentos em domínios de estruturas similar ou diferentes.
- De acordo com a teoria, as balanças de poder formam-se recorrentemente, e os Estados tendem
a emular as políticas bem sucedidas de outras.
- Dois problemas são primordiais:
1. Apesar da teoria da balança de poder oferecer algumas previsões, as previsões são
indeterminadas- a falsificação é difícil pois a teoria não dá respostas precisas.
- As políticas e as ações dos Estados também são moldadas pelas suas condições internas
➢ O fracasso da formação de balanças e o fracasso de alguns Estados de se conformarem às
práticas bem sucedidas de outros Estados podem ser explicados apontando-se para os
efeitos produzidos pelas forças que estão fora do alcance da teoria.
➢ Na ausência de refinamentos teóricos que fixem expectativas com certeza é necessário fazer
testes mais difíceis.
➢ Para confirmar a teoria deveria por exemplo, procurar exemplos de alianças entre Estados,
de acordo com as expectativas que a teoria levanta, mesmo que tenham razões fortes para
não cooperarem com os outros. Ex.: A aliança da França e da Rússia, formalizada em 1894,
é um exemplo. P.174 fala sobre isso e mais exemplos
- Estes exemplos tendem a confirmar a teoria, encontramos Estados a formar balanças de poder
quer queiram ou não.
- A teoria leva-nos a esperar que os Estados se comportem de formas que resultem na formação
de balanças.
➢ Se os atores políticos se equilibram uns aos outros ou se aliam ao mais forte
(bandwagoning), depende da estrutura do sistema.
- O comportamento de bandwagoning e de balança se contrastam.
➢ Internamente, os candidatos perdedores compartilham do vencedor. Todos querem que
alguém ganhe.
➢ Externamente, os Estados trabalham para aumentar sua própria força, ou aliar-se a outros
para não ficar para trás.
- Nenhuma das grandes potências quer que uma delas se torne líder das outras.
- Se duas coligações se formam e uma delas enfraquece, esperamos que a extensão da preparação
militar aumente ou que a sua união diminua. Ex.: p.175
➢ Na anarquia, a segurança é o fim mais importante. Apenas se a sobrevivência for
assegurada é que os Estados podem ir atrás de outros objetivos como a tranquilidade, o
lucro e o poder.
➢ O poder é um meio e não um fim.
- Se os Estados desejassem maximizar o poder, eles se juntariam ao lado mais forte, e
veríamos não a formação de balanças, mas a forja de uma hegemonia mundial.
- A primeira preocupação dos Estados não é maximizar o poder mas manter as suas
posições no sistema.
- Pág. 176 exemplo da Guerra do Peloponeso que mostra como a posição dos Estados afeta o seu
comportamento e até disfarça seu caráter. Também apoia a preposição de que os Estados
equilibram o poder ao invés de o maximizarem.
- A teoria descreve as relações internacionais como um domínio competitivo.
➢ O destino de cada Estado depende das suas respostas às ações dos outros Estados.
- Os Estados em conflito imitam as inovações militares inventadas pelo país de maior capacidade
e engenho.
- Os efeitos da competição não estão confinados ao domínio militar. Também deve haver
socialização em relação ao sistema.
➢ Devemos procurar exemplos de Estados conforme às práticas internacionais comuns.
- A justaposição próxima dos Estados promove a sua parecença através das desvantagens que
surgem do fracasso de se conformarem às práticas bem sucedidas.
1.Da teoria, prevemos que os Estados irão envolver-se em comportamentos equilibrados, quer seja
ou não a balança de poder como objetivo de seus atos.
2. Da teoria, prevemos uma forte tendência em direção ao equilíbrio do sistema.
- A expectativa não é que um equilíbrio, uma vez que alcançado, seja mantido, mas que um
equilíbrio, uma vez interrompido, seja restaurado de uma forma ou de outra.
- Uma vez que a teoria descreve as relações internacionais como um sistema competitivo,
prevemos mais especificamente que os Estados exibirão características comuns aos
competidores: nomeadamente, que se imitarão uns aos outros e se tornarão socializados no
seu sistema.

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