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AGOSTO de 2007
Curso Técnico em Transformação de Termoplásticos - Injeção de termoplásticos – Módulo III 2007 2
pressão do material empurra o parafuso para trás, até que atinja uma posição pré-
determinada pelo operador. Nesse ponto, o parafuso pára de girar e termina o processo de
plastificação. A massa de material plastificado, que fica dosada entre o bico de injeção e a
ponta do parafuso deve ser suficiente para preencher totalmente a cavidade e o sistema de
alimentação do molde.
Uma vez dosado, o material deve ser injetado, ou seja, transportado para a cavidade
do molde fechado. O parafuso avança, como se fosse o êmbolo de uma seringa, criando a
pressão necessária para que o material consiga passar pelo canal do bico de injeção, canal
de alimentação do molde e ponto de entrada da cavidade e preencher a cavidade. Como as
paredes do molde possuem canais para circulação de água ou óleo, gradualmente a peça
moldada e o material que fica no canal de injeção são resfriados. Após o preenchimento,
ocorre o recalque: o parafuso é mantido avançado até que o ponto de entrada do material na
cavidade seja solidificado. O resfriamento da peça injetada prossegue, e aos poucos a
cavidade e o canal de alimentação solidificam-se por completo.
Como durante o resfriamento o parafuso está ocioso e a prensa está fechada, a
máquina pode aproveitar esse tempo para plastificar e dosar o material que será injetado no
ciclo seguinte, por meio da rotação do parafuso simultaneamente ao seu recuo até uma
posição pré-definida. Uma vez solidificada e resfriada até uma temperatura em que não seja
mais deformada, a peça está pronta para ser extraída. Realiza-se, então, o ciclo seco, que
consiste das etapas de abertura do molde, extração (desgrudar a peça do molde) e
fechamento. Terminado o ciclo, o material dosado é injetado, repetindo-se o ciclo até que se
atinja a produção desejada.
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etapa de injeção do ciclo seguinte. Materiais cuja viscosidade é muito baixa, vazam da
unidade injetora quando recuada. Por isso, alguns bicos têm uma válvula, aberta apenas
durante a injeção e o recalque.
molde
molde fechado abertura fechamento
aberto
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PREENCHIMENTO
Nesta fase do ciclo a(s) cavidade(s) do molde são preenchidas totalmente, devido ao
avanço da rosca, que empurra o material devidamente plastificado e dosado pelo bico de
injeção até o canal interno da bucha e deste para os canais de distribuição, pontos de injeção
(entrada) e, finalmente, cavidades. Durante o preenchimento, o polímero está sujeito
simultaneamente a tensões de cisalhamento, que provocam seu escoamento e o
aquecimento por dissipação viscosa de calor, e ao processo de resfriamento decorrente da
perda de calor para as paredes da cavidade.
A figura 3 mostra duas regiões distintas do escoamento: a que se encontra antes da
frente de fluxo e a que consiste na própria frente de fluxo, em forma de fonte (chafariz). Nas
regiões anteriores à frente de fluxo, pode-se observar a formação de uma camada junto às
paredes do molde, designada como camada solidificada, decorrente do resfriamento
provocado pelas paredes da cavidade. Nesta região, após a solidificação do material, o
movimento molecular é restringido, retendo-se a orientação molecular resultante do
cisalhamento. A espessura da camada solidificada é maior quanto mais intensa for a taxa de
remoção de calor do material pelo molde, e além de afetar a fase de preenchimento, afeta
várias propriedades do moldado. Entre as duas camadas solidificadas encontra-se a zona de
escoamento, onde o material pode continuar fluindo ao longo da cavidade.
A maior taxa de cisalhamento, conseqüente do gradiente de velocidade, encontrada
na zona de escoamento, localiza-se nas vizinhanças da camada solidificada. Contudo, em
virtude das altas viscosidades encontradas nessa região, seu valor máximo não se encontra
exatamente adjacente à camada solidificada. Nessa região de maior taxa de cisalhamento, o
fundido é sujeito a um fluxo cisalhante bastante pronunciado, o que causa a orientação das
moléculas do polímero na direção principal do fluxo. Por esta razão, a região onde a
orientação molecular torna-se mais intensa localiza-se logo imediatamente abaixo da
superfície do moldado.
A figura 4 (ADVANCED CAE TECHNOLOGY, 1997) mostra como a frente de fluxo
sofre um estiramento (fluxo elongacional ou extensional) e entra em contato com as paredes
da cavidade, o que provoca sua rápida solidificação de uma camada de material. Desta
forma, o estiramento do polímero na frente de fluxo é uma fonte adicional de orientação das
moléculas (e das fibras, no caso de polímeros reforçados) na superfície da peça. Além disso,
sempre que houver uma mudança na espessura da cavidade ou de direção do fluxo, haverá
um estiramento provocado pelo fluxo elongacional, como mostra a figura 4.
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PRESSURIZAÇÃO OU COMPACTAÇÃO
Uma vez que os polímeros possuem uma considerável compressibilidade, mesmo
após a cavidade ser preenchida, o parafuso precisa continuar a mover-se para frente. Desta
forma, o material na cavidade é comprimido, aumentando a densidade do moldado. A
compactação do material é necessária para assegurar sua correta densidade e, com isso
evitar ou minimizar o surgimento de defeitos provenientes de excessiva contração. Em
termos ideais, a etapa de pressurização deveria equalizar a pressão por toda a cavidade, de
modo a uniformizar as propriedades da peça. Na maioria dos casos, é nessa etapa que o
preenchimento da cavidade é de fato completado, especialmente quando a cavidade contém
regiões de difícil escoamento
RECALQUE (MANUTENÇÃO)
Se a pressão de avanço do parafuso cessasse logo após a pressurização, parte do
material na cavidade retornaria para o interior do canhão, devido à sua compressibilidade.
Portanto, para que o produto moldado venha a ter a densidade e as propriedades desejadas,
é preciso manter pressionado o material na cavidade até que não haja mais possibilidades
retorno para o cilindro. Complementando a função iniciada na etapa de pressurização, busca-
se, durante o recalque, a uniformização da distribuição de pressão pela cavidade e a
compensação da contração volumétrica do material decorrente do resfriamento. Com a
pressão programada e durante um determinado tempo, nesta etapa o parafuso é avançado
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Para que o operador da injetora possa controlar a qualidade do produto por meio de
modificações no processo, é preciso alterar os valores das variáveis que controlam o
processo. Infelizmente, porém, nos controles da máquina não há parâmetros de programação
diretos como temperatura do material, taxa de resfriamento e pressão na cavidade. Assim, o
controle do processo é feito de maneira indireta: o operador regula a máquina e a máquina
controla o processo.
Cada máquina possui um controle (manual ou via software) diferente, com maior ou
menor quantidade e qualidade de recursos, com maior ou menor facilidade de manuseio e
com maior ou menor precisão. Porém, todos os controles de máquinas têm o mesmo objetivo:
alterar as variáveis que controlam o processo. Ou seja, os controles da máquina injetora são
ferramentas usadas pelo operador para a obtenção de um produto com os requisitos de
qualidade desejados. Obviamente, essa qualidade somente será alcançada se, além da
regulagem da máquina, a matéria-prima, o molde, o meio-ambiente e a própria máquina
forem adequados.
Em uma máquina injetora de acionamento hidráulico, as principais variáveis ou
parâmetros de programação que modificam as variáveis de processo são:
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Figura 9
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Figura 10
Figura 11
v
y
Figura 12
Figura 13
Figura 14
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adquirindo uma orientação que favorece o fluxo do material. Neste caso então, quando as
moléculas são orientadas torna-se, portanto, mais fácil deslocá-las.
Os plásticos fundidos, no entanto, apresentam um comportamento pseudoplástico
apenas em uma certa faixa de taxas de cisalhamento (figura 14). Pode-se ver na figura 6 que
para valores muito baixos de taxa de cisalhamento a viscosidade é constante. Esta faixa é
conhecida como região de fluxo Newtoniano. O comportamento pseudoplástico é então obtido
para taxas de cisalhamento maiores.
O comportamento pseudoplástico traz alguns benefícios durante o processamento do
polímero fundido. Por exemplo, se dobrarmos a pressão aplicada para mover a água em uma
tubulação, a vazão da água também será duplicada, pelo fato da água não apresentar o
comportamento pseudoplástico. Contudo, se fizermos o mesmo utilizando um polímero, para
uma pressão duas vezes maior, a vazão pode aumentar de 2 a 15 vezes, dependendo do tipo
de material utilizado.
Figura 15 -
Além disso, facilitadores de fluxo tais como lubrificantes internos misturados à resina
básica melhoram as propriedades de processamento reduzindo também a viscosidade.
O peso molecular do polímero também exerce uma influência considerável na
viscosidade do polímero. Contudo, deve-se fazer uma distinção entre os efeitos do peso
molecular médio e da distribuição do peso molecular. Para polímeros com um distribuição
constante do peso molecular, um peso molecular mais elevado resulta em uma viscosidade
também maior. Desta forma, um polímero que possui um peso molecular elevado (com
macromoléculas maiores) possuem uma maior resistência ao fluxo que polímeros com
moléculas menores. Quanto maiores forem as cadeias poliméricas, mais elas se tornam
emaranhadas dificultando a seu escoamento. Assim, de forma a melhorar a facilidade de
processamento do polímero, os termoplásticos tem seu peso molecular restringido em um
certo limite.
Variações na distribuição do peso molecular também provocam efeitos na viscosidade
do polímero. Com uma ampla distribuição do peso molecular, as cadeias mais curtas agem
como um lubrificante, sendo que as cadeias maiores comportam-se de forma semelhante a
partículas de cargas. O efeito geral, contudo é uma redução da viscosidade do polímero em
questão.
No entanto, polímeros com pequenas dispersões na distribuição do peso molecular e
que possuem o mesmo peso molecular média, possuem maiores viscosidades, em virtude
das maiores forças necessárias para produzirem um deformação do polímero.
Outro fator que afeta a viscosidade é a pressão aplicada sobre o polímero. À medida
que a pressão aumenta, a viscosidade também aumenta, porém este efeito é considerado
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Figura 16
Este efeito é resultado da redução da seção livre para o escoamento do polímero causada
pelo crescimento da espessura da camada solidificada.
Figura 17
Figura 18
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Figura 19
Figura 20
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Figura 21
Figura 22
Na região central, onde ocorre o escoamento do polímero, onde o mesmo não sofre
cisalhamento, não ocorre a orientação de suas moléculas. Na região do ponto de injeção,
contudo, os efeitos causados pela pressão de recalque podem provocar um ligeiro aumento
nos níveis de orientação na região central da espessura da peça (figura 22).
O perfil de orientação é mais pronunciado para baixas temperaturas e altas velocidades
de avanço da frente de fluxo. O efeito da temperatura sobre a orientação molecular ocorre de
duas maneiras (Figura 23):
a) a relaxação da orientação molecular é mais rápida para maiores temperaturas do
polímero;
b) a espessura da camada solidificada, altamente orientada, é menor para maiores
temperaturas do fundido.
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Figura 23
Um outro caso, que pode ser ilustrado, é quanto às diferenças existentes entre a
orientação molecular em polímeros amorfos e semicristalinos. Em polímeros semicristalinos,
em virtude de sua alta contração térmica, mais material pode ser empurrado para dentro da
cavidade durante a fase de recalque. Esse processo adicional aumenta o grau de orientação,
especialmente no centro da seção transversal da peça.
A velocidade de avanço da frente de fluxo também afeta significativamente a orientação
molecular (figura 22). Para velocidades de avanço da frente de fluxo mais altas, a orientação
máxima relativa é mais pronunciada e localiza-se mais próximo à parede da cavidade. Outros
parâmetros tais como temperatura do molde e pressão de recalque, exercem apenas uma
pequena influência na orientação molecular. A figura 24 apresenta os perfis de orientação
molecular ao longo do caminho de fluxo da peça.
Figura 24
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Figura 30
Figura 31
Figura 32
Estes três estágios podem ser relacionados a certos efeitos bem como com a qualidade
da peça. A fase de injeção afeta principalmente a aparência da peça moldada, enquanto a
pressão de recalque controla, acima de tudo, as dimensões da peça. O gráfico ilustra muito
bem o significado relativo da pressão de injeção. Pode-se ver que esta pressão tem a função
de vencer a resistência ao fluxo do bico até a cavidade, porém do contrário é de menor
importância para a qualidade do moldado. As pressões de pressurização e recalque
usualmente são consideravelmente mais significativas e efetivas para esse caso.
O perfil de pressão também fornece informações sobre erros típicos cometidos nas
técnicas de processamento. Um alto pico de pressão no estágio de pressurização pode
causar sérias dificuldades. Ela resulta da determinação incorreta do momento da comutação
para a fase de recalque produzindo rebarbas, ou pior, uma cavidade altamente compactada.
Isto pode levar a consideráveis diferenças no peso das peças moldadas, e em suas
dimensões, principalmente na direção da abertura do molde. Não existe uma forma de
controlar o pico de pressão na cavidade, ela deve ser evitada por uma seleção correta do
ponto de comutação. Efeitos negativos são tratados na seção seguinte, na qual o ponto de
comutação e o tempo de recalque serão discutidos em mais detalhes em virtude de sua
importância.
A figura 33 demonstra os efeitos típicos de alguns parâmetros do processo na pressão
na cavidade. Diferentes velocidades axiais do parafuso resultam em variações do aumento da
pressão durante o estágio da compressão (Figura 33 a). Altas temperaturas do molde
melhoram a propagação da pressão da pressão no molde (Figura 33 b). O projeto do ponto
de injeção tem uma influência significativa na pressão de recalque durante o resfriamento da
peça (Figura 33 c). É claro que existem também um diferencial na pressão entre áreas
próximas ao ponto de injeção e áreas próximas às regiões de fim de fluxo (Figura 33 d).
Alguns destes efeitos serão detalhados mais tarde. Até então, a figura 33 deve fornecer
algumas informações gerais de que a qualidade das peças pode ser influenciada pelo
controle da pressão no molde durante o processo de moldagem.
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Figura 33
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Figura 34
Figura 35
do material. Isso, por sua vez, impede que a pressão seja transmitida, refletindo-se no gráfico
de pressão através de diferentes níveis de pressão máxima na cavidade. Isto afeta a
qualidade da peça (dimensões, bolhas e rechupes), necessitando, portanto, de um
considerável aumento da pressão de recalque para compensar uma velocidade de injeção
muito lenta.
Figura 36
Estes resultados estão resumidos na figura 37, que ilustra a dependência da queda de
pressão e da pressão na cavidade em relação à velocidade de injeção. Por razões
econômicas (economia de energia), e da qualidade da peça, a velocidade de injeção deve ser
sempre a mais alta possível.
Figura 37
Outros parâmetros importantes, os quais não serão discutidos aqui, são a geometria do
bico da máquina e do ponto de injeção, do tempo de resfriamento, tempo de alimentação,
operação da válvula de não-retorno, da rotação do parafuso, e da rigidez do molde, que estão
entre os principais efeitos sobre a pressão de injeção.
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Figura 38
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Figura 39
Como exemplo pode-se citar a figura 39, onde para velocidades de injeção muito baixas,
as cavidades mais afastadas são preenchidas antes, e as cavidades mais próximas do canal
da bucha são preenchidas posteriormente. Já para velocidades de injeção elevadas, as
cavidades mais próximas da extremidade do canal da bucha são preenchidas primeiramente,
enquanto as mais afastadas são preenchidas posteriormente.
Tal comportamento deve-se à ocorrência do efeito de hesitação do polímero, quando
fluindo a baixas velocidades, com relação a esse tipo de canal de alimentação. Nesses casos,
o polímero ao passar pelos pontos de injeção e penetrar nas cavidades mais próximas do
canal da bucha, tende a aumentar sua perda de calor para o molde e conseqüentemente sua
viscosidade, sendo o fluxo do material para essas regiões dificultado. Como o fluxo do
polímero pelos canais de alimentação é mais fácil do que dentro das cavidades mais
próximas do canal da bucha, a frente de fluxo do material avança pelos mesmos penetrando
nas cavidades subseqüentes. Ao chegar a última cavidade, o polímero irá preenchê-la
primeiro em virtude do aumento da resistência ao fluxo ocorrido nas cavidades anteriores.
Esse comportamento, contudo, pode ser modificado através da variação da velocidade
de injeção, como pode ser observado na figura 37.
Deve-se observar, portanto, que não só a utilização de canais balanceados, porém
também um rigoroso controle do processo, torna-se necessário para a produção de uma peça
de qualidade.
Um outro fenômeno, relacionado ao desbalanceamento do preenchimento da cavidade,
é o efeito da instabilidade do fluxo. Um molde de duas cavidades pode ser utilizado para
ilustrar esse efeito. Durante o preenchimento, pode-se verificar, em algumas situações, que
uma das cavidades (cavidade 1 por exemplo) tem seu preenchimento completado antes da
outra cavidade (cavidade 2). No ciclo seguinte, contudo, a cavidade que tinha sido preenchida
antes (cavidade 1) no ciclo anterior, é preenchida por último, enquanto que a cavidade que
fora preenchida por último (cavidade 2) tem seu preenchimento completado primeiramente
(cavidade 1). No ciclo seguinte o fenômeno se repete, sendo novamente a cavidade 1
preenchida primeiramente.
A justificativa para esse fenômeno está na possibilidade de ocorrência de diferenças de
temperaturas entre as duas cavidades, que podem ocorrer durante o processo (diferenças na
taxa de retirada de calor pelo sistema de refrigeração, etc.). Caso uma das cavidades esteja a
uma temperatura levemente mais alta, no momento da entrada do polímero na cavidade, o
mesmo irá preenchê-la primeiramente, em virtude da menor resistência ao fluxo nesta
cavidade (o que está associado a uma menor espessura da camada solidificada e uma menor
viscosidade do material). No entanto, a cavidade que será preenchida posteriormente terá no
final do recalque uma maior temperatura, pois terá um tempo menor, após o término do
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recalque, para que o calor, proveniente do polímero, seja extraído pelo molde.
Conseqüentemente, no início do preenchimento do ciclo seguinte, essa cavidade, que foi
preenchida por último, estará a uma temperatura levemente maior que a outra cavidade, o
que favorecerá o seu preenchimento.
Figura 40
da formação de rebarbas, uma comutação atrasada é a principal causa de danos aos moldes
pela deformação das cavidades bem como das máquinas injetoras, através da sobrecarga da
unidade de fechamento. O retardo na comutação pode causar, assim, danos permanentes às
colunas da máquina, e à longo prazo sua falha por ruptura, devido ao surgimento de trincas
nas mesmas.
O surgimento de uma orientação desfavorável nas peças também pode resultar de
uma comutação atrasada para o recalque, devido ao retorno do material da peça para os
canais de alimentação. O mesmo pode acontecer quando a comutação ocorre
prematuramente (figura 40 c).
A redução da pressão na cavidade na figura 40 c indica uma comutação antecipada
para a fase de recalque. Neste caso o preenchimento da peça é completado sob a pressão de
recalque, a qual pode resultar em uma velocidade de injeção muito baixa para um
preenchimento apropriado da cavidade. Além disso, no momento da comutação, o fluxo pode
estagnar durante alguns instantes, o que pode originar marcas superficiais no moldado.
Existem, desta forma, quatro métodos principais para a determinação do momento da
ocorrência da comutação, sendo eles:
a – comutação dependente do tempo;
b – comutação dependente da posição do parafuso;
c – comutação dependente da pressão hidráulica;
d – comutação dependente da pressão na cavidade;
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A temperatura do fundido também pode exercer uma forte influência na pressão dentro
da cavidade. Temperaturas do fundido maiores levam a maiores seções transversais livres
para o fluxo do polímero. O fundido em seu núcleo, o qual continua fluido, possui uma maior
temperatura e conseqüentemente uma maior viscosidade. Os efeitos de ambos, temperatura
e viscosidade reduzem a queda de pressão ao longo do caminho de fluxo e, portanto,
resultam maiores pressões na cavidade. Além disso, quanto mais quente estiver o polímero
mais tempo o ponto de injeção ficará aberto antes de sua solidificação, e , portanto, a duração
do recalque deve ser maior.
Figura 41
0 1 preenchimento volumétrico
No instante 0 o ponto que está sendo observado dentro da cavidade foi
alcançado pela frente de fluxo do material, ocorrendo então o aumento local da
pressão, acompanhado por um pequeno resfriamento do material até que o
preenchimento da cavidade esteja completo.
1 2 pressurização
Após o preenchimento volumétrico, o polímero sofre uma compressão dentro
da cavidade, com o objetivo de compensar sua compressibilidade, ocorrendo,
desta forma, uma elevação repentina da pressão dentro do molde.
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Figura 42
2 3 recalque (manutenção)
Durante a solidificação ocorre, devido ao resfriamento da peça, a sua
contração em virtude da diminuição da temperatura da mesma. Essa contração
pode ser compensada pela adição de mais material para dentro da cavidade, o
que ocorre durante a fase de recalque.
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2.5.1 PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO VISTOS ATRAVÉS DAS CURVAS PVT
A visualização do processo de injeção através dos diagramas PVT fornecem um
excelente resumo do andamento do mesmo e dos parâmetros que influenciam nas
propriedades relacionadas às curvas PVT (peso, contração, empenamentos e dimensões
finais da peça moldada).
Figura 43
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Se a temperatura do fundido for maior e a pressão local não variar, o volume específico
no instante em que for atingida a linha de 1 bar de pressão é maior (Figura 47). Nosso
primeiro pensamento é que isso deve levar a maiores níveis de contração, porém devemos
lembrar que maiores temperaturas proporcionam menores resistências ao fluxo do polímero,
desta forma maiores pressões são atingidas dentro da cavidade. Isso significa que a hipótese
inicial de uma pressão local constante está incorreta: uma pressão constante da máquina
resulta em uma maior pressão local se a temperatura do fundido for aumentada, resultando
em menores níveis de contração mesmo que as temperaturas sejam mais elevadas.
Temperaturas da cavidade mais elevadas possuem um efeito similar ao aumento da
temperatura do fundido (Figura 48). Um resfriamento mais lento leva a maiores volumes
específicos, e em teoria a maiores volumes específicos ao se atingir as linhas de 1 bar de
pressão. Porém, mais uma vez a hipótese de uma pressão local constante está incorreta.
Maiores temperaturas da parede da cavidade também facilitam o fluxo dentro da cavidade,
porém em um menor grau que um aumento da temperatura do fundido. Desta forma, um
aumento da temperatura da parede da cavidade leva a um valor de contração um pouco mais
elevado.
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Figura 54
Figura 55
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relaxação das mesmas o que reduz os níveis de tensões residuais. Outra razão para esta
redução dos níveis de tensões residuais é que após a remoção da peça da cavidade ocorre
um equilíbrio mais rápido da temperatura através da seção transversal da peça, o que
significa que as tensões residuais são produzidas por menores gradientes de temperatura.
A espessura da peça também influencia nos níveis de tensões residuais nas peças
moldadas (figura 57). Para peças com espessura de parede pequena, as quais possuem um
tempo de resfriamento menor, os níveis de tensões residuais resultantes são maiores em
virtude dos maiores gradientes de temperatura ao longo de sua espessura. Contudo, para
peças de espessuras maiores as condições de relaxação molecular são melhores, o que
promove menores níveis de tensões residuais.
Figura 56
Figura 57
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Figura 58
Figura 59
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tração oferecida pela camada solidificada. Pode-se observar na figura que a camada
solidificada, altamente orientada, contribui com um valor significativo da resistência à tração
da seção transversal do corpo de prova.
Figura 60
Figura 61
Pode-se concluir, portanto, que o posicionamento do ponto de injeção deve ser de tal
forma, que a direção de aplicação da carga principal(para componentes sujeitos a esforços),
durante a vida útil do componente, corresponda a direção do fluxo do material durante o
preenchimento da cavidade, devendo nestes casos utilizar-se condições de processamento
que promovam a maior orientação molecular possível. A espessura relativa da camada
solidificada também influencia diretamente nas propriedades mecânicas (figura 63). Como
pode ser visto nessa figura o módulo de Young aumenta linearmente com o aumento da
espessura da camada solidificada.
A resistência a tração e a elongação no momento da ruptura também são influenciadas
pela espessura da camada solidificada (figura 64). Para a realização deste experimento a
espessura da camada solidificada foi reduzida através de fresamento, sendo assim medidos
os valores de resistência à tração e elongação no momento da ruptura. Na figura 64 estes
valores são apresentados como função da espessura da camada solidificada restante.
As tensões residuais também exercem uma influência bastante significativa no
comportamento mecânico bem como na precisão dimensional de uma peça injetada. A figura
65 mostra os perfis de tensões residuais e os valores de contração volumétrica para
diferentes temperaturas do molde. Quando os perfis de tensões residuais são maiores os
valores de contração são menores, pelo fato da contração térmica ser impedida (menores
valores de contração) e as tensões residuais aumentarem.
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Figura 64
Figura 65
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propriedades mecânicas, como mostra a figura 69, onde podemos ver que o módulo de
Young aumenta quando a proporção de esferulitos pequenos é maior.
Figura 66
Figura 67
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3.1.1 DEFINIÇÕES:
Temperatura de injeção: é a temperatura com que o material sai do bico da máquina
injetora; temperatura que deve ser controlada pelo operador
por meio da regulagem de parâmetros operacionais como as
temperaturas do canhão e a velocidade de rotação do fuso.
Temperatura de massa (bulk temperature): é a temperatura do material na cavidade
em um dado local em dado momento do
ciclo.
Temperatura de fusão: temperatura na qual os polímeros semicristalinos fundem.
Melt temperature: embora seja muito freqüentemente traduzida como “temperatura
de fusão”, é a temperatura na qual o material (semicristalinos ou
amorfos) passa a escoar; muitas vezes a literatura em inglês usa
esse termo como sinônimo de temperatura de injeção.
Figura 2 - Fatores que influenciam a temperatura com a qual o polímero sai do bico da
injetora.
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Polietileno de alta densidade PEAD 210-240 220-250 210-240 190-220 190-220 30-50
Polipropileno PP 240-270 240-270 230-260 220-250 220-250 30-50
Poliestireno PS 220-280 210-280 180-230 150-180 150-180 30-50
Acrilonitrilo Butadieno Estireno ABS 210-240 210-240 200-300 190-220 190-220 60-80
Estireno Acrilonitrilo SAN 200-230 190-220 190-220 180-210 180-210 50-70
Policloreto de vinila - flexível PVC 150-180 150-180 140-170 130-160 130-160 20-40
Policloreto de vinila - rígido PVC 170-200 170-200 160-190 150-180 150-180 40-60
Polimetacrilato de metila PMMA 200-220 190-210 180-200 170-190 170-190 50-80
Polioximetileno - Homopolímero POM 190-210 180-200 170-190 170-190 170-190 60-90
Polioximetileno - Copolímero POM 180-200 170-190 170-190 160-180 160-180 60-90
Policarbonato PC 290-310 300-320 290-310 280-300 280-300 80-120
Poliamida 6 PA6 230-250 230-250 220-240 210-230 210-230 60-80
Poliamida 6.6 PA6.6 260-280 260-280 250-270 240-260 240-260 60-100
Politereftalato de butileno PBT 240-260 230-250 230-250 210-230 210-230 60-80
Acetato de Celulose CA 190-220 210-230 200-220 190-210 190-210 40-60
Polioxifenileno PPO 270-290 280-300 270-290 250-270 250-270 80-100
Se a massa do moldado for menor que 50% da capacidade de injeção, utiliza-se um perfil
de temperaturas decrescentes da zona do bico para a zona da garganta de alimentação. Isso
minimiza a quantidade de calor recebida pelo polímero durante sua permanência dentro do
canhão, diminuindo os riscos de degradação.
Se a massa do moldado for maior que 50% da capacidade de injeção da máquina
injetora, o tempo de residência total do material no canhão é relativamente pequeno. Assim,
para que o material absorva o calor necessário a um plastificação adequada, deve-se
programar um perfil de temperaturas constante ou crescente da zona do bico para a zona da
garganta de alimentação.
Figura 4 - Tempo necessário para que o molde atinja sua temperatura de equilíbrio (e) com
sistema de resfriamento, (d) sem sistema de resfriamento.
Como pode ser observado na figura 4, o tempo para um molde que não possua
sistema de resfriamento, atinja a temperatura de regime (temperatura de trabalho) pode ser
consideravelmente maior quando comparado a um molde que possua sistema de
resfriamento, o que implicaria maiores custos para o processo (perdas com peças refugadas,
tempo em que a máquina não estaria efetivamente produzindo, etc.). Além da temperatura
média da cavidade ser maior, o que também implicaria em maior tempo de ciclo, o processo
em algumas situações poderia ser inviabilizado caso a temperatura média da cavidade se
estabilizasse em um valor próximo ao da temperatura de distorção do polímero que está
sendo injetado.
Outro fator que também deve ser levado em consideração é a influência exercida pela
temperatura do molde no grau de cristalinidade fina do material, bem como na
homogeneidade da estrutura cristalina ao longo da espessura da peça. Para comprovarmos
esse fato, podemos verificar na figura 5 e a influência da temperatura do molde na densidade
e no grau de cristalinidade do material da peça. Fica evidente que para temperaturas do
molde excessivamente baixas o grau de cristalização do material injetado cai rapidamente, o
que pode produzir efeitos na peça acabada como, por exemplo, contração diferenciada e
empenamentos, como veremos mais adiante, devido a efeitos de cristalização secundária. Já
na figura 6 observamos a influência da temperatura do molde na homogeneidade da estrutura
cristalina ao longo da espessura da peça, a qual é bastante influenciada quando utilizamos
temperaturas muito baixas para o molde. A heterogeneidade morfológica pode resultar
também em empenamento e excessiva contração pós-moldagem.
Mais um fator que deve ser levado em consideração quando ajustamos a temperatura
do molde é o seu efeito sobre a contração de moldagem (aquela sofrida pela peça durante o
seu resfriamento), bem como a sobre a contração pós-moldagem (aquela ocorrida durante a
utilização da peça injetada e influenciada pelas condições de serviço da mesma) da peça
moldada. A figura 7 mostra que quando utilizamos temperaturas do molde mais altas ocorre
um acréscimo na contração de moldagem sendo a contração pós-moldagem mais baixa.
Contudo, para temperaturas do molde mais baixas a contração de moldagem tem uma
redução significativa enquanto a contração pós-moldagem tem também um grande
acréscimo. De forma geral a contração total, resultante na peça injetada, permanece
praticamente inalterada para os dois casos, porém, no caso de temperaturas mais baixas, o
efeito produzido na contração pós-moldagem pode tornar o desempenho da peça
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imprevisível, devido à possibilidade de alteração de forma da mesma durante sua vida útil, o
que comprometeria sua aplicação.
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como a apresentada na figura 8, devido ao deslocamento do seu núcleo fundido para regiões
mais próximas do lado mais quente do molde. Ao resfriar e contrair, essa região produz
tensões que levam ao empenamento da peça moldada. Portanto, deve-se controlar o
resfriamento do molde de forma que este seja uniforme, e ao ser desmoldado, o produto
apresente uma temperatura superficial o mais homogênea possível.
Tabela 4 - Temperatura média de extração para alguns polímeros fornecidos pela Bayer.
Para garantirmos que a peça ao ser extraída da cavidade não seja deformada, a
temperatura de desmoldagem média ou a temperatura no centro da parede da peça TE, não
deve estar dentro da faixa onde o polímero possui a habilidade de escoar, não sendo capaz
de suportar forças externas. Podemos então com o auxílio das curvas de módulo de
cisalhamento (figura 11) determinar este valor. Nessa figura (característica de uma blenda de
PC+ABS) vemos que o módulo de cisalhamento cai abruptamente quando a temperatura
atinge aproximadamente 106C, o que significa que a estabilidade dimensional acima dessa
temperatura não pode mais ser garantida, sendo esta, portanto, sua temperatura de
desmoldagem máxima. Tal temperatura está de acordo com a tabela 6, onde a temperatura
de desmoldagem sugerida é de 110 C.
Caso não sejam conhecidas as curvas de módulo de cisalhamento para o polímero em
questão, podemos determinar a máxima temperatura de desmoldagem por meio de sua curva
pressão-volume-Temperatura (p-v-T). Para o caso de polímeros amorfos podemos utilizar
como temperatura de desmoldagem a sua transição vítrea, e no caso de polímeros
semicristalinos a sua temperatura de cristalização. Para a blenda PC+ABS considerada
anteriormente, podemos verificar no diagrama p-v-T que sua transição vítrea ocorre em uma
temperatura aproximada de 110°C, o que mostra uma excelente correlação com as curvas de
módulo de cisalhamento e a tabela anteriormente apresentada.
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(a) (b)
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(c) (d)
Figura 14 - Fatores que influenciam no tempo de resfriamento de uma peça injetada (a)
espessura de parede da peça, (b) temperatura de extração da peça, (c)
temperatura da parede da cavidade e (d) temperatura do fundido.
a - Da mesma forma que as temperaturas recomendadas para o polímero, o molde deve ser
ajustado a partir de faixas de temperaturas recomendadas por fornecedores de matérias-
primas (tabela 1 e 2), etc.
Onde:
DKK - diâmetro do canal de resfriamento do molde;
Re - número de Reynolds;
v TM - velocidade de escoamento do fluido de resfriamento dentro dos canais;
TM - viscosidade do fluido de resfriamento;
m PU - vazão de fluido de resfriamento nos canais;
TM - densidade do fluido de resfriamento;
DHY - diâmetro hidráulico dos canais de resfriamento.
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g - Em moldes que devam trabalhar acima da temperatura ambiente, pode ser necessário
um pré-aquecimento.
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L = 4 . W / . D2 . , onde:
W – massa do moldado em g;
D – diâmetro do parafuso em mm;
- massa específica em g/cm3 na temperatura de processamento do polímero.
Curso de pressurização
Curso de recalque
Obs.: Podemos também determinar o curso de dosagem para um molde por meio de
tentativas, com o molde já instalado na injetora. Nesse método, inicia-se com um valor
de dosagem pequeno (inferior ao esperado para o preenchimento da cavidade),
aumentando-se este valor até que a cavidade seja quase totalmente preenchida
(aproximadamente 95%), sendo este valor utilizado como curso de preenchimento
(Lfill). Após a determinação deste valor podemos aplicar a equação para o curso de
dosagem, substituindo o valor encontrado anteriormente na mesma.
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Figura 17- Exemplo de gráfico para a determinação das rotações do parafuso em função do
seu diâmetro. Retirado do guia de processamento de um material específico.
Figura 18- Exemplo de gráfico que mostra o efeito da velocidade tangencial do parafuso
sobre a temperatura do polímero. Retirado do guia de processamento de um
material específico.
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injeção mais baixas ocorre o contrário, sendo a temperatura nas regiões de fim de fluxo mais
baixa.
Pressão de injeção
A utilização de velocidades de injeção elevadas resulta em altas perdas de pressão
devido à vazão volumétrica desenvolvida. Contudo, velocidades de injeção muito baixas
levam também a pressões de injeção elevadas (aumento da viscosidade e da espessura da
camada solidificada). Idealmente, a pressão de injeção resultante da velocidade empregada,
deve estar entre esses dois limites (preferencialmente o menor valor encontrado)
correspondendo ao ponto ótimo (com relação à qualidade da peça) de operação.
Figura 19- Relação entre a pressão de injeção (variável dependente) e tempo de injeção
(variável independente).
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L
Figura 22 - Determinação da posição do ponto de comutação para o recalque.
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