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Hugo de São Victor junto com seu irmão [em Cristo] Ricardo, famosos
Registro: Jun 2000 mestres medievais, deixaram-nos esplêndidos comentários e sermões.
Um abraço a todos!
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LIÇÃO DE TEOLOGIA
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04/08/2021 Hugo e Ricardo de São Victor - Fórum Sapientia
Não é maravilhoso que a exegese católica da Bíblia possa ser tão inerme
ante a ação desgastante do tempo e, não obstante, estar sempre subindo
para aqueles patamares cada vez mais altos de compreensão que, até o
momento, culminam na pessoa do sr. Bortolini? Ó santíssima evolução!,
proclamaria, em êxtase, o pe. Teilhard. Joãozinho e Maria, atrasados
pagãozinhos, precisavam deixar sinais no chão para se orientar na
floresta. Os católicos foram abençoados com o dom de tanto mais saber
onde estão quanto mais se esquecem do caminho percorrido. Não me
perguntem como isso é possível. É um novo mistério da fé, substituído,
pela moderna teologia, àqueles admitidos nos tempos bárbaros de
Ricardo de S. Vítor. Convém denominá-lo, com a devida unção, “mistério
da historicidade”, fazendo a festa de sua comemoração coincidir, no
calendário litúrgico, com o natalício de S. Antonio Gramsci, padroeiro
desse gênero de coisas.
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Flávio José Lindolfo
[OBS: Esta mensagem foi editada por Flavio Jose Lindolfo em 01-01-2001 @ 08:32]
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04/08/2021 Hugo e Ricardo de São Victor - Fórum Sapientia
Mensagens: 509
http://www.accio.com.br/Nazare/1946/sumario.htm
[OBS: Esta mensagem foi editada por Soraia Malafaia Gomes em 01-01-2001 @ 09:42]
Sempre falando com poesia, ele nos explica que os sete vícios capitais
são comparáveis aos sete rios de Babilônia, que espalham todo o mal,
gota a gota, por toda a terra, pois deles defluem todos os pecados. Por
isso, lembra o mestre, a Escritura nos diz : "Junto aos rios de Babilônia
nós nos assentamos e choramos lembrando-nos de ti, ó Sion"(Sl
CXXXVI,1).
Hugo de São Victor coloca os vícios capitais em uma certa ordem lógica,
a fim de relacioná-los com os sete pedidos do Pai Nosso. Assim ele
ordena os vícios capitais: soberba, inveja, ira, preguiça ou tristeza,
avareza, gula e luxúria.
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Nosso Senhor respondeu: "Tu não terias esse poder se não te fosse dado
do alto". É do alto que vem o poder, porque todo poder vem de Deus.
A primeira petição do Pai Nosso, portanto, suplica que Deus nos conceda
a graça de reconhecê-Lo sempre como a fonte de todo o bem: "Pai nosso
que estais no céu, santificado seja o vosso nome". Isto é, que Deus seja
glorificado como causa de todo bem existente em nós e em todas as suas
criaturas.
O riacho deve ser grato à fonte que o alimenta. O raio de luz deve
reconhecer o Sol como causa de seu brilho. Só assim continuarão a
correr e a iluminar.
Na primeira petição da oração que nos foi ensinada por Jesus Cristo, a
própria Sabedoria encarnada, rogamos que Deus nos conceda a
compreensão e o reconhecimento de Sua excelência e transcendência, e
que assim, por meio do dom do temor de Deus Altíssimo, sejamos
humildes e curemos a enfermidade de nosso orgulho.
O orgulho é em nós uma doença grave que gera sempre outros males e
enfermidades. Ele nos faz amar o bem que Deus nos concedeu como se
fosse nosso, produzido, em nós, por nós mesmos. É o orgulho que faz o
riacho julgar-se fonte, e o raio de luz julgar-se o Sol.
Foi para combater este segundo vício capital que o Divino mestre nos
ensinou a pedir, em segundo lugar no Pai Nosso, "Venha a nós o vosso
reino".
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que, na eternidade, esteja para sempre unido a Deus pela visão beatífica.
Quando pedimos a Deus que Ele reine em todas as almas, Ele nos
concede o dom da piedade, que nos torna benignos, desejando também
para os outros o bem que desejamos para nós mesmos.
A inveja, por sua vez, gera em nós uma nova doença. Tal como a soberba
nos persuadira de que somos a causa do bem que temos, e a inveja nos
causa a tristeza de ver o bem nos outros, em seguida a inveja nos leva a
considerar que Deus é injusto ao dar o bem - que pretendíamos fosse
apenas nosso - a nosso irmão.
Consideramos então que o Criador reparte mal seus bens, e que nos fez
injustiça. Por isso, caímos em cólera contra Ele. A IRA é então a filha da
inveja. Ela nos leva a revoltar-nos contra Deus, enquanto justo
distribuidor dos bens.
A cólera leva então o homem a ter raiva de Deus, dos outros e, enfim, de
si mesmo. Com raiva de si mesmo, o homem, doente pelo vício da cólera,
começa a detestar até o bem que tem em si.
Por todas estas razões é que Nosso Senhor colocou como terceira petição
do Pai Nosso "Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu".
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tem alegria nem no próprio bem, e este bem ainda lhe exige
cumprimento de deveres, porque a quem muito foi dado, muito será
pedido. Desconsolado e triste, o homem soberbo, invejoso e colérico
lamenta as obrigações que trazem os bens que Deus lhe havia dado, e
tem pouca vontade de trabalhar na vinha de Cristo. É da cólera que nasce
a preguiça ou tristeza. O colérico preferiria que Deus não lhe desse bem
algum, para não ter mais obrigações. A tristeza ou preguiça ata o homem
na coluna da inércia e o fustiga de tristeza.
Isto é, que Deus nos conceda a graça e a força necessários para cumprir
nosso deveres de cada dia. Que Deus nos dê suas graças e força para
cumprirmos os deveres que elas nos acarretam. E esta força de atuar é
que traz ao homem a alegria do dever cumprido.
Com "o pão nosso de cada dia", o que pedimos, então, é o dom da
Fortaleza, o qual nos dá força e paciência para enfrentar as dificuldades,
trabalhos e cruzes de nossa vida de cada dia. É o dom da Fortaleza que
produz em nossa alma a fome e a sede de justiça de que necessitamos
para ir ao céu.
Para combater essa miséria e essa quinta doença - tão baixa - da alma,
Cristo nos mandou que pedíssemos, em quinto lugar: "Perdoai as nossas
dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores". Aliás no Pai
Nosso, há uma tradução infeliz que fez introduzir-se o costume de dizer:
perdoai as nossas ofensas. Ora, o texto latino diz: "débita" que não pode,
de modo algum, ser entendido como "ofensas". Devemos restaurar o
costume de dizer: perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos
aos nossos devedores, conforme Dom Lourenço Fleichman OSB.
Pois é bem justo que quem não é avarento no que lhe é devido não seja
também inquietado pelo que deve. O misericordioso com os seus
devedores alcançará misericórdia para si. E quando pedimos a Deus o
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Por esse dom do Espírito Santo sabemos e temos força para exercer de
bom coração a misericórdia para com quem nos ofende, e do modo mais
conveniente, e na hora oportuna, para lhes fazer bem em troca do mal
que nos deram.
Do rio vicioso da avareza, caso ele não seja vencido em nós pela ação da
graça, nascerá um rio mais lamacento ainda, que é o rio da GULA. E é
lógico que buscando os bens inferiores, o homem seduzido pelas riquezas
- nelas não encontrando verdadeira consolação, mas só ainda maior
inquietação - procure então num bem inferior, que está nele mesmo,
aquilo que os bens inferiores externos não lhe puderam dar.
Para combater este sexto e tão baixo mal, na oração dominical, Cristo
nos ensina a pedir : "Não nos deixeis cair em tentação".
Ressalto: note-se bem que não se pede para não ter a tentação da gula.
Visto que é necessário que o homem coma, todo homem estará exposto
à tentação do comer desregradamente. A gula explora o apetite natural
de subsistência, levando-nos ao excesso. A pretexto de necessidade, a
gula nos induz a comer irracionalmente.
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Este é o sétimo e fétido rio dos vícios de Babilônia, do qual, no Pai Nosso,
se pede apropriadamente no Pai Nosso a libertação: "Livrai-nos do mal".
Ora, a palavra sabedoria tem a mesma raiz de sabor. Movida pela graça e
sentindo o gosto da Sabedoria, a alma se liberta da escravidão dos
prazeres materiais e pode, enfim, alçar vôo para contemplar a Deus.
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Flávio José Lindolfo
[OBS: Esta mensagem foi editada por Flavio Jose Lindolfo em 03-01-2001 @ 03:26]
Fabio
Caro Fábio,
Registro: Jun 2000 Salve Maria.
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Um abraço!
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A leitura e a meditação.
A meditação.
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Nas obras de Deus, as em que Ele cria pela potência, as em que modera
pela sabedoria, as em que coopera pela graça, as quais todas tanto mais
alguém conhecerá o quanto sejam dignas de admiração quanto mais
atentamente tiver se habituado em meditar as maravilhas de Deus.
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Para que, portanto, possamos distinguir estas três coisas pelos seus
próprios nomes, diremos que a primeira é meditação; a segunda,
especulação; a terceira, contemplação.
As obrigações da eloquência.
Disse Agostinho, famoso por sua eloqüência, e o disse com verdade, que
o homem eloqüente deve aprender a falar de tal modo que ensine, que
deleite e que submeta. A isto acrescentou que o ensinar pertence à
necessidade, o deleitar à suavidade e o submeter à vitória.
Destas três coisas, a que foi colocada em primeiro lugar, isto é, a
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Deve, portanto, o doutor das divinas Escrituras ser defensor da reta fé,
debelador do erro, e ensinar o bem; e neste trabalho de pregação
conciliar os adversos, levantar os indolentes, declarar aos ignorantes o
que devem agir e o que devem esperar. Onde tiver encontrado, ou ele
próprio os tiver feito, homens benévolos, atentos e dóceis, há de
completar o restante conforme a causa o exija. Se os que ouvem devem
ser ensinados, seja-o feito por meio de narração; se, todavia, necessitar
que aquilo de que trata seja claramente conhecido, para que as coisas
que são duvidosas se tornem certas, raciocine através dos documentos
utilizados.
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No Coração de Maria, sempre, Flávio José Lindolfo.
Caros forenses,
Registro: Jan 1999
o texto que segue (retirado de
http://www.accio.com.br/Nazare/1946/sumario.htm), demonstra bem o
trabalho exegético daqueles que fazem parte do corpo místico da Igreja.
Bom proveito!
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"em tua opinião, foi o próximo do homem que caíu nas mãos do
assaltante?"
O sentido literal desta parábola é tão claro e tão evidente que ela
sequer parece ser uma parábola, mas apenas a narração de um
exemplo a ser imitado. Jesus parece querer dizer que, quando
vemos o próximo em dificuldade, podemos fingir que nada vemos
e passar adiante, ou então podemos parar o que estamos fazendo
e, por amor do próximo, socorrê-lo. A parábola, pois, parece
querer ensinar que todos nós devemos agir como o bom
samaritano; ademais, foi assim que, mais adiante, o mesmo
Evangelho de São Lucas narra que o estudioso da Lei de Moisés
diz ter entendido o significado desta parábola (Lc. 10, 39), e é
assim que quase todos a entendem quando a lêem. E é assim
porque é isto mesmo o que ela de fato significa. Trata-se, porém,
apenas do seu sentido literal.
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continua Hugo,
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"não apenas pregam aquilo que está nos dois Testamentos, mas
ensinam também muitas outras coisas que elaboram de acordo
com o que está escrito nestes dois Testamentos para que sejam
manifestadas aos outros.
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Jericó, por outro lado, é a cidade mais baixa do Oriente Médio; ela
fica em uma região desértica, num local de clima sufocante, em
uma depressão situada 300 metros abaixo no nível do mar às
margens do Mar Morto. Na verdade, sabe-se hoje que Jericó é a
cidade mais baixa de todo o planeta e, se não fosse o relevo das
montanhas da Palestina, ela já deveria estar submersa debaixo de
uma camada de algumas centenas de metros de água a uma
profundidade que nem a luz do Sol conseguiria atravessar. A
História, ademais, dava à cidade de Jericó conotações condizentes
com a sua geografia. Quando os judeus liderados por Josué
entravam para a tomada da terra prometida, Jericó foi a primeira
e a mais espetacularmente cidade conquistada pelo povo
escolhido, e foi também a mais severamente tratada. Além de
arrazá-la inteiramente até os seus fundamentos, os israelitas
haviam recebido ordens de Deus para que sequer um só objeto
lhe fosse tomado como despojo. Ao contrário da tomada de outras
cidades, em Jericó tudo deveria ser implacavelmente queimado;
os objetos de metal que não podiam ser destruídos pelo fogo
deveriam ser consagrados unicamente ao culto divino. Os
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disseram os apóstolos.
(At. 6, 4)
Referências
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No Coração de Maria, sempre, Flávio José Lindolfo.
Ir para: Outros
OK
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