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04/08/2021 Alfred North Whitehead - Fórum Sapientia

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Autor Tópico:   Alfred North Whitehead

Villiers de postado em 06-03-2000 04:35 IP: Logged


L'Isle-Adam
Membro
Mensagens: 105

Prezados amigos:
Registro: Mar
2000 O tema de que vou tratar aqui não se relaciona à investigação sobre a
dúvida metódica. No entanto, como não sei se é possível abrir um novo
fórum, pareceu-me ser este fórum o mais indicado para o assunto em
questão.Pretendo abordar nesta mensagem alguns aspectos do
pensamento de filósofo, lógico e matemático inglês Alfred North
Whitehead, a meu ver o mais profundo pensador do século XX.
Em seu livro THE CONCEPT OF NATURE(1919), Whitehead lança as bases
de uma perspectiva filosófica que pretende repensar a doutrina científica
da matéria em conjunto com uma teoria absoluta do espaço e uma teoria
absoluta do tempo. O princípio adotado para as relações entre espaço e
matéria deve também ser aplicado às relações entre tempo e matéria.
Whitehead advoga, pois, uma teoria relacional tanto do espaço como do
tempo, descrendo da modalidade corrente da teoria relacional do espaço,
que exibe porções de matéria como os termos relacionais para as relações
espaciais, ou seja, que acredita em complexos relacionais entre entidades
puras e simples através do espaço. As relações espaço-temporais se
estabelecem entre "eventos" que se manifestam, e não entre "entidades",
que se configuram, nos diz o pensador inglês, tão somente como
abstrações necessárias ao processo do pensamento na transformação da
apreensão sensível em conhecimento discursivo. Para Whitehead, os
legítimos termos relacionais são portanto os "eventos", que se afirmam
como acontecimentos espaço-temporais.
No monumental PROCESS AND REALITY (1929), sua obra filosófica de
maior fôlego, Whitehead, rejeitando o dualismo cartesiano entre "mente" e
"matéria", propõe uma concepção da Realidade estruturada em termos de
"eventos" e de suas relações/interconexões, que estabelecem a unidade
entre o "observador" e o "observado".
"Eventos", tal como comumente os concebemos, são acontecimentos que
se desenvolvem em lugares determinados, em períodos de tempo
determinados, extendendo-se por uma determinada duração - em suma,
tudo o que ocorre, desde a queda de uma folha no outono até a queda do
Império Romano. A matéria, argumenta Whitehead, pode ser considerada,
em si mesma, como um agregado de eventos sub-atômicos, definição que,
sem dúvida, encontrava esteio nas então recentes pesquisas da física
quântica. Os eventos sub-atômicos são, por consegüinte, exemplos dos
tipos fundamentais de eventos que constituem a base da ontologia de
Whitehead.
O pensador inglês, todavia, não restringe a validade de "seus" eventos
fundamentais ao plano sub-atômico; ao contrário, salienta que existem
princípios universais operando em todos os planos da natureza. Desse
modo, não apenas os eventos descritos pela mecânica quântica, mas

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também os eventos atômicos, moleculares e celulares se enquadram nas


unidades fundamentais definidas por Whitehead. Toda esta complexa rede
de eventos se manifesta como o conjunto de "ocasiões" experienciadas
pela percepção humana, o que não significa dizer que se configurem
necessariamente como experiências conscientes, uma vez que a
quantidade de fenômenos que simultaneamente experimentamos
ultrapassa de sobejo nossa capacidade de análise. Para Whitehead, a
característica mais importante da consciência consiste, sobretudo, em sua
capacidade de "isolar" analiticamente um fenômeno em meio à miríade de
fenômenos que nos envolve. Trata-se do que Whitehead irá denominar
como "ocasião atual", isto é, o evento que está sendo no momento
analisado por nossa consciência. O ato perceptivo estabelece, pois, uma
espécie de relação "causal" entre o sujeito e a realidade externa num
momento específico. Whitehead acredita que a percepção e a memória dos
atos perceptivos são instâncias superiores de um conceito mais
abrangente, por ele chamado de "apreensão". Para o sujeito, portanto,
apreender um objeto, seja ele concreto ou conceitual, é experimentá-lo,
ainda que não necessariamente de um modo consciente ou reflexivo. A
capacidade de "apreender", nesses termos, está tempo presente nos
planos inferiores da natureza: uma célula "percebe" o ambiente que a
circunda. No complexo de eventos sub-atômicos, cada evento apreende o
seu antecedente, e é quase que inteiramente determinado por ele.
O conceito de "apreensão" enunciado por Whitehead poderia parecer, a um
observador apressado, como algo deveras semelhante à noção
fenomenológica de "intencionalidade"; afinal, ambos descrevem a relação
que se estabelece entre um sujeito e um objeto, tendo exatamente em
vista a superação da cisão sujeito/objeto. Da mesma maneira, pois, que
"intencionalidade" é sempre consciência de um objeto, "apreensão" é
sempre percepção de um conjunto de dados. Existe, no entanto, uma
distinção crucial entre os conceitos em questão: a "intencionalidade" é
pensada apenas em termos de consciência humana, ao passo que o escopo
da "apreensão" ultrapassa os limites da consciência humana. Longe de
simplesmente se identificar com a "intencionalidade", a "apreensão"
generaliza tanto a noção de "intencionalidade" quanto a a de "causalidade",
unificando deste modo as perspectivas fenomenológica e científica.
Ao conceber, pois, a Realidade em termos de "eventos", e não de
"substâncias", Whitehead opera, a meu juízo, um deslocamento radical e
necessário em relação às teorias ontológicas e epistemológicas
consagradas pela tradição filosófica. "Mente" e "Matéria" não constituem as
instâncias fundamentais em que se divide a natureza, sendo substituídas
por Whitehead pelo conceito unificado de eventos relacionais no espaço-
tempo, que possuem características que podem ser consideradas como
pertencentes, em certos aspectos, tanto ao plano material, quanto, em
outros, ao plano conceitual.
Encerrando este texto já demasiado longo, gostaria de saber se há alguém
interessado em discutir o acervo de temas e questões que aqui apresentei,
sobretudo no âmbito do fecundo pensamento de Whitehead,um gênio
criminosamente ignorado pelos arraiais "acadêmicus" dos filosofantes
tupiniquins, que preferem se deleitar com as tolices de Heidegger,
Foucault, Deleuze, Baudrillard e outros do mesmo jaez.

Ps: aliás, diga-se de passagem: num século em que a França teve o


privilégio de contar com gigantes da magnitude intelectual de um Paul
Valéry, de um Henri Poincaré, de um Príncipe Louis de Broglie, nossos

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inúmeros francófilos "tropicalientes", entra ano sai ano, malbaratam suas


já parcas células cinzentas na estéril exegese de patetas como Deleuze e
Foucault... francamente, já não sei se é melhor rir, chorar ou desistir de
vez...!!!

[OBS: Esta mensagem foi editada por Villiers de L'Isle-Adam em 06-03-2000 @ 04:39]

        

Villiers de postado em 07-03-2000 01:49 IP: Logged


L'Isle-Adam
Membro
Mensagens: 105

Registro: Mar Prezado Everton:


2000
Confesso ter sido, de certo modo, um tanto leviano em minha referência a
Martim Heidegger. De facto, o conhecimento que tenho da obra deste
pensador alemão é bastante limitado, restringindo-se à leitura de sua
INTRODUÇÃO À METAFÍSICA e de alguns ensaios esparsos. Os modestos
recursos de meu entendimento não me permitem o privilégio de percorrer
os majestosos, intrincados labirintos conceituais e terminológicos que
caracterizam o pensamento do insigne filósofo germânico. É possível
também que um prolongado convívio com a precisão do estilo límpido,
conciso e fluente dos filósofos da Velha Albion tenha me acostumado mal,
quem sabe... Triste fado, decerto...! De qualquer modo, gostaria de frisar
pelo menos um aspecto deletério do pensamento heideggeriano: é patente,
hoje, a constatação de que Heidegger exerceu uma influência perniciosa
sobre o estudo dos clássicos gregos, influência que afetou e continua
afetando amplos setores da Academia em todo o mundo. De repente, sem
qualquer justificativa razoável para tamanho absurdo, um sem número de
"filosofantes" contemporâneos passou a estudar a filosofia grega através
de parâmetros interpretativos heideggerianos. Tal conseqüência não
poderia, de modo algum, ser imputada ao próprio Heidegger, mas não se
pode negar que, lamentavelmente, o venerando "hierofante" da Floresta
Negra tinha o péssimo hábito de "heideggerianizar" o pensamento dos
autores que estudava...
No que diz respeito aos famigerados pensadores franceses que citei, creio
que este triste e constrangedor "imbroglio" já foi devidamente elucidado
pelo precioso livro de Sokal e Bricmont.
Finalmente, no tocante à proximidade existente entre a perspectiva
fenomenológica e o pensamento de Whitehead, acredito que, de certo
modo, lancei alguma luz sobre esta questão quando mencionei a distinção
fundamental que se verifica entre, de um lado, o conceito fenomenólogico
de "intencionalidade" e, de outro, o conceito de "apreensão" proposto pelo
filósofo inglês.

Atenciosamente,

Villiers de L'Isle-Adam (Elegante "monstrorum artifex" no etéreo crepúsculo


dos Salões do século XIX...)

https://web.archive.org/web/20010712043417/http://www.olavodecarvalho.org/forum/Forum26/HTML/000002.html 3/8
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------------------

[OBS: Esta mensagem foi editada por Villiers de L'Isle-Adam em 07-03-2000 @ 01:56]

        

Olavo de postado em 09-03-2000 12:02 IP: Logged


Carvalho
Administrador
Mensagens: 120

Aviso ao Villers: Parabéns (a) pelo pseudônimo escolhido; (b) pelas


Registro: Mar sugestões de temas. Whitehead é um depósito sem fim de idéias
2000 importantes, e é ademais o único canal por onde a filosofia anglo-saxônica
e aquilo que os ingleses chamam "filosofia continental" podem estabelecer
uma base de conversa. Vamos em frente. Aviso aos navegantes: na
internet vocês podem encontrar, de Whitehead, pelo menos as conferências
"Religion in the Making".

        

Alexandre postado em 09-03-2000 03:04 IP: Logged


Aguiar
Bastos Caros amigos,
Administrador
Mensagens: 60

Registro: Feb
Complementando a mensagem acima do professor Olavo, o site em que se
2000 encontra o livro é: http://www.magna.com.au/~prfbrown/whiteh_p.htm

Um abraço a todos,
Alexandre Bastos

        

Soraia postado em 09-03-2000 03:22 IP: Logged


Malafaia
Gomes Caros Colegas,
Membro
Mensagens: 509

Registro: Jan Aqui vai mais um link com obras on line em inglês de:
2000
Alfred North Whitehead

http://www.asahi-net.or.jp/~sn2y-tnk/database.htm

http://www.asahi-net.or.jp/~sn2y-tnk/context.htm

http://res4.geocities.com/Athens/Delphi/2795/alfred_north_whitehead.htm

[OBS: Esta mensagem foi editada por Soraia Malafaia Gomes em 09-03-2000 @ 03:28]

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Villiers de postado em 09-03-2000 05:09 IP: Logged


L'Isle-Adam
Membro
Mensagens: 105

Prezado Professor Olavo de Carvalho:


Registro: Feb
2000 Em primeiro, muito obrigado pelos elogios e, sobretudo, pela satisfação de
encontrar no senhor um admirador da obra de Villiers de L'Isle-Adam, um
escritor extraordinário e tão injustamente ignorado no Brasil. Agradeço
também pela indicação do site contendo textos de Whitehead, pois é
sempre difícil encontrar textos desse grande filósofo, e haja dinheiro para
encomendar seus livros, já que constituem 'artefatos'virtualmente
"inencontráveis" nas livrarias do Rio de Janeiro!!!
Aproveitando o ensejo desta mensagem, gostaria de fazer uma pergunta
ao senhor, ainda que não relacionada ao tópico em questão. O senhor
decerto conhece a obra do sociólogo e economista marxista alemão Robert
Kurz, que obteve grande difusão no último decênio. Bem, indo direto ao
ponto: estive lendo, nestes últimos dias, um livro de Kurz entitulado "OS
ÚLTIMOS COMBATES", editado entre nós pela Vozes. Durante a leitura
fiquei algo surpreso ao encontrar, em diversos ensaios, referências
positivas e elogiosas à sociedade feudal frente ao processo de
modernização que iria redundar, a partir dos séculos XVII e XVIII, na
consolidação do que o autor chama de "sistema produtor de mercadorias".
Kurz salienta, com freqüência e sempre de modo enfático, que a vida dos
camponeses, servos e artesãos medievais era, de uma maneira geral, mais
livre e confortável quando comparada ao padrão de vida do proletariado, e
mesmo da classe média baixa, dos séculos XIX e XX. Por exemplo, no
ensaio "Escravos da luz sem misericórdia",Kurz, fazendo um cotejo entre a
duração da jornada de trabalho na atualidade e no período medieval, nos
diz ser possível constatar, consultando documentos medievais, "que a
jornada de trabalho dos servos nas glebas devia durar 'devia durar da
alvorada ao meio-dia'. Ou seja, a jornada de trabalho era mais reduzida do
qiue hoje não apenas em termos absolutos, mas também relativos, por
variar conforme a estação e ser menor no inverno que no verão"
(pag.250). Em outra passagem do mesmo texto, escreve o seguinte: "Nos
séculos XVIII e e início do XIX, tanto o prolongamento absoluto quanto o
relativo da jornada de trabalho, por meio da introdução da hora econômica
abstrata, foram sentidos como uma tortura. Por muito tempo, houve uma
luta desesperada contra o trabalho noturno ligado à industrialização. (...)
Quando na Idade Média calhava de os artesãos trabalharem à noite por
razões de prazo, cabiam-lhes lautos repastos e salários principescos. O
trabalho noturno era uma rara exceção. E consta das grandes 'façanhas' do
Capitalismo ter logrado converter o aguilhão tempo em regra geral da
atividade humana"(pag.251). Na conclusão deste texto, Kurz faz uma
severa crítica ao próprio pensamento marxista, que se converte em
'religião do trabalho': "O Marxismo, em contraste à sua própria pretensão
social, foi um protagonista do 'trabalho abstrato', à medida que sucumbiu
ao pensamento mecanicista do Iluminismo e a seu pérfido simbolismo da
luz" (pag.253). Observe agora, professor, este trecho do ensaio "Gênese do
Absolutismo do Mercado", onde Kurz analisa o impacto social das
transformações ocorridas na fase inicial da implatação do sistema
capitalista: "O absolutismo lançara então a primeira base do moderno
modo de produção capitalista, ao dar sinal verde para que a economia
monetária de mercado suprisse as demandas de seu gigantesco aparato
militar e burocrático. A grande maioria das pessoas sentiu esse

https://web.archive.org/web/20010712043417/http://www.olavodecarvalho.org/forum/Forum26/HTML/000002.html 5/8
04/08/2021 Alfred North Whitehead - Fórum Sapientia

desenvolvimento como uma repressão insolente e francamente


monstruosa. De fato, o antigo e 'simples' feudalismo sangrara apenas
superficialmente os camponeses e artesãos da sociedade agrária, os quais
reservavam uma pequena parcela de seus produtos aos senhores feudais
ou lhes faziam certos trabalhos. Quanto ao resto, no entanto, o feudalismo
os deixava em paz. Em seus campos e suas oficinas, eles podiam fazer o
que bem entendessem. Além disso, eles dispunham de sua própria
administração local" (pag.264). Afirmaçoes como estas que citei não
constituem exceções, se repetindo em diferentes passagens do livro,
sempre enfatizando a opressão social da modernidade capitalista frente a
uma sociedade feudal onde havia mais liberdade e respeito pela dignidade
humana.
Por mais 'heterodoxa' que sua interpretação do marxismo possa parecer,
Robert Kurz é inequivocamente um pensador de sólidas convicções
marxistas, sendo inclusive um extremado defensor do caráter
revolucionário e subversivo da filosofia de Karl Marx. Suas pregações
revolucionárias são de sobejo conhecidas pelos leitores da Folha de São
Paulo, que publicou nos últimos anos diversos artigos do economista
alemão. Todavia, 'nosso' implacável revolucionário também é, quem diria,
um eloqüente entusiasta da sociedade medieval!!!. Ora, todos nós
sabemos que 99,99% dos intelectuais 'marxistas', 'progressistas' e
'esquerdistas' se irmamam na pregação estúpida e renitente da Idade
Média como tétrica 'idade das trevas', um mundo sombrio de opressão e
ignorância. Como então, professor Olavo, o senhor explica este
extravagante e enigmático 'fenômeno': um revolucionário marxista
apologista da Idade Média!?!?!?!?!?

PS 1: Uma vez que o principal objetivo da coleção BIBLIOTECA DE


FILOSOFIA consiste na publicação de grandes obras da filosofia inéditas em
português, penso que seria fantástico se a coleção incluísse entre seus
títulos o monumental "PROCESS AND REALITY", principal livro de
Whitehead e uma das obras basilares do pensamento contemporâneo. Não
sei se o professor Olavo concorda, mas creio que a edição deste livro seria
um contribuição inestimável para a cultura filosófica dos leitores brasileiros.
Bem, espero que minha sugestão possa um dia ser levada a cabo!!

PS 2: Agradeço também aos amigos Alexandre Aguiar e Soraia Malafaia


pelas preciosas indicações. Muito obrigado!

Atenciosamente,

Villiers de L'Isle-Adam ( aristocrata amargurado com o "desencantamento


do mundo" promovido pelo prosaísmo contábil da burguesia )

<FONT COLOR="#800080" SIZE="1" FACE="Verdana, Arial">[OBS: Esta


mensagem foi editada por Villiers de L'Isle-Adam em 09-03-2000 @ 05:55]
</font>

[OBS: Esta mensagem foi editada por Villiers de L'Isle-Adam em 09-03-2000 @ 05:58]

        

Amílcar postado em 09-03-2000 15:53 IP: Logged


Nadu
Membro
Mensagens: 19

Prezado amigo,
Robert Kurz desenvolveu um dos aspectos que você cita num artigo

https://web.archive.org/web/20010712043417/http://www.olavodecarvalho.org/forum/Forum26/HTML/000002.html 6/8
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Registro: Mar chamado "A expropriação do tempo", publicado pela "Folha de São Paulo"
2000
em 3 de janeiro de 1999.
Este artigo serviu de base para uma aula do seminário de Filosofia de São
Paulo (Bloco 15, aula de jan/99), em que o Professor Olavo abordou
pormenorizadamente o assunto.
A crítica de Olavo de Carvalho à concepção de tempo de Robert Kurz é
imperdível. Olavo mexe e remexe no tema, transita de Aristóteles a Kant
para extrair, um a um, os pressupostos do pensamento de Kurz que,
trazidos à luz, revelam-se absurdos.
Infelizmente a transcrição da fita tem mais de 50 páginas, o que inviabiliza
a sua reprodução neste Fórum. Mas, digo a você: nunca havia visto alguém
demolir uma teoria daquele jeito.

[OBS: Esta mensagem foi editada por Amílcar Nadu em 09-03-2000 @ 15:56]

        

Aleks postado em 21-09-2000 11:20 IP: Logged


Paterno
Membro
Mensagens: 74

Caro Senhor Maia,


Registro: Feb A obra de Newton da Costa, estabelecamos assim um marco temporal
2000 didático, comecou com a publicacao da sua tese de cátedra defendida na
UFPR, em Curitiba, no fim da década de 50, e foi batizada de SISTEMAS
FORMAIS INCONSISTENTES. Nela, Prof. Da Costa intruduziu o formalismo
conhecido hoje como cálculo proposicional e de predicados de primeira
ordem paraconsistente, resultados de completude e correcao, e um início
de axiomatizacao da teoria de conjuntos seguindo o modelo NF de QUINE.
{ao descrever o que há no livro, talvez tenha cometido excessos citando
assuntos que ele nao mencionou lá, pois nao estou com o livro em maos)
O termo Paraconsistência foi cunhado pelo filósofo peruano Francisco Miró-
Quesada, e a etimologia do termo pode esclarecer muito: grosso modo,
uma lógica que se comporta, sob aspectos de consistência, paralelamente
à lógica
aristotélica. Na lógica paraconsistente, derroga-se o princípio aristotélico
da contradicao. Uma teoria 'modelada' pela lógica paraconsistente, pode,
digamos, 'aceitar' contradicoes, desde que estas nao a trivializem. A
primeira vista, as aplicacoes dessa nova concepcao logica, originada no
pensamento logico polones e com raizes em Lukasiewisch, e
principalmente Jaskowski - filósofo da contradicao polones em cuja obra
acham-se muitas raizes da paraconsistencia - teve aplicacoes imediatas na
teoria de conjuntos e fundamentos da matemática.
Atualmente, para citar as tao reclamadas aplicacoes da logica
paraconsistente, pode-se mencionar, na economia - resultados que estao
ligados aos trabalhos de axiomatizacao da economia, podendo-se obter
uma referência sobre esse assunto no livro O CONHECIMENTO CIENTÍFICO,
pela HUCITEC, também.
Na ciência da computacao, um professor da universide da Carolina do
Norte desenvolveu uma linguagem de programacao que pode ser usada na
programacao de sistemas especialistas de diagnóstico em hospitais.
Na física quântica, nao necessariamente usando logica paraconsistente,
mas desenvolvendo outro tipo de lógica, cuja idéia provém de
Schroedinger: uma lógica para a formalizacao da física quântica, sonho da
maioria dos físicos deste século(creio que vocês conhecem O ESPIRITO
CIENTÌFICO de Bachelard, e lá ele menciona o problema e cita a lógica
francesa Paulette Fevrier e sua lógica trivalente para a física: o problema é

https://web.archive.org/web/20010712043417/http://www.olavodecarvalho.org/forum/Forum26/HTML/000002.html 7/8
04/08/2021 Alfred North Whitehead - Fórum Sapientia

análogo).
Bem, creio que já ultrapassei o limite de sua paciência com citacoes. Caso
você suporte a tediosidade do texto até esta linha, agradeco-o pela
atencao,
Aleks.
P.S.: Por favor, caso eu esteja falando algum dado errado no texto, avisem-
me, estou sem referências, pois minha biblioteca está doutro lado do
atlántico.

        

Aleks postado em 21-09-2000 11:26 IP: Logged


Paterno
Membro
Mensagens: 74

Desculpem-me, por algum motivo mandei a resposta para o tópico sobre


Registro: Sep Whitehead sendo que deveria manter-me no tópico de Sugestoes sobre
2000 lógica nao-clássica. Desconsiderem o texto, por favor.

Obrigado,
ALeks.

        

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