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A borboleta

Em se tratando de estudos, sempre fui um menino dedicado, era como


se a escola fosse meu segundo lar, tão fantástico era como aquela moça fazia
meu coração palpitar, sentia uma vontade enorme de estudar aritmética
quando ela chegava para dar sua aula, porém uma garota infeliz veio a se
confessar para mim, ela segurava uma flor cujas pétalas haviam murchado,
obviamente recuei apressado e passei o tempo no mictório, ele não era muito
bem conservado, as torneiras não jorravam água como antes e agora aparecia
periodicamente milhares de borboletas nas quais disputavam território entre as
paredes, mexi em cinco ou sete para ver se reagiam, para minha surpresa elas
caíram no chão, nem um suspiro, nem um músculo, nada!

Estavam todas mortas, todas, sem exceção, nenhuma reagia ao meu


comando, comecei a desesperar-me tentando colocar elas no lugar, mas por
um descuido rompi a asa de uma borboleta e escutei com nitidez seu grito de
dor, a borboleta me chamou de assassino duas vezes consecutivas, no mesmo
instante apareceu a infeliz, com uma nova flor na mão, ela viu a cena e saiu
correndo deixando sua rosa cair no chão, tentei impedi-la, mas era tarde, eu
estava condenado a um futuro cheio de incertezas, decidi em me esconder na
lata de lixo, não era um lugar confortável, porém não tinha escolha.

Decorridos três minutos, enfiei a mão no bolso e peguei o telefone para


chamar minha mãe, mas ela não atendia, entretanto, alguém me chamou, era
aquela voz cativante da professora, não resisti e sai do meu esconderijo quase
caindo no chão, para minha surpresa não tinha nenhuma borboleta no local,
todas desapareceram, fiquei pasmo e a professora perguntou o que aconteceu,
expliquei o ocorrido, mas acredito que ela não ficou muito convencida.

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