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A PROPAGANDA DE PRODUTOS FUMÍGEROS E A PROTEÇÃO AO

CONSUMIDOR

Hálisson Rodrigo Lopes


Assessor de Juiz; Professor da Fundação Educacional Nordeste Mineiro – FENORD;
Mestre em Direito; Pós-Graduado em Direito Público; Pós-Graduado em Direito
Administrativo; Pós-Graduado em Direito Civil e Processual Civil; Pós-Graduado em
Direito Penal e Processo Penal; Pós-Graduado em Filosofia.

Gustavo Alves de Castro Pires


Especialista em Direito Civil e Processual Civil pelo Centro Universitário Newton
Paiva. Mestrando em Gestão Integrada do Território pela Universidade Vale do Rio
Doce - UNIVALE. Coordenador Geral do IESI/FENORD da Fundação Educacional
Nordeste Mineiro.

Carolina Lins de Castro Pires


Professora Universitária do Curso de Direito do Instituto de Ensino Superior
Integrado - IESI, mantido pela Fundação Educacional Nordeste Mineiro - FENORD.
Mestranda em Gestão Integrada do Território pela Universidade Vale do Rio Doce -
UNIVALE.

Resumo: A delimitação das condições para a realização de propaganda comercial


de produtos fumígenos, encontra-se base na Constituição Federal, mais
especificamente no capítulo da “Comunicação Social”. Apesar da liberdade de
comunicação e divulgação dos produtos destinados ao comércio, em relação aos
produtos fumígeros, merece destaque o potencial de dano a ser causado no
consumidor, conforme já visualizado pelo Ministério da Saúde. Por isso, a
propaganda dos produtos fumígenos encontra-se como espécie de comunicação
social, apesar do cunho comercial, merecendo destaque as proibições para fins de
proteção ao cidadão, potencial consumidor dos malefícios do uso e vício a tais
produtos. Portanto, alguns princípios devem ser seguidos quando da divulgação em
massa de tais produtos, nos meios de comunicação, e em função de suas
características, advertência, sempre que possível falada e escrita, sobre os
malefícios do fumo, segundo frases estabelecidas pelo Ministério da Saúde, usadas
sequencialmente, de forma simultânea ou rotativa. Sendo assim, o presente estudo
visa elucidar a propaganda dos produtos fumígeros, levando em consideração as
delimitações normativas infraconstitucionais no direito pátrio.

Palavras-chave: Propaganda. Produto. Fumígero.

Abstract: The boundary conditions for the realization of commercial advertising of


tobacco products, is based on the Federal Constitution, specifically the chapter on
"Social Communication". Despite the freedom of communication and dissemination of
products intended for trade, in relation to smoking products, we should note the
potential for damage to be caused to the consumer, as already seen by the Ministry
of Health Therefore, the propaganda of tobacco products is as a kind of media,
despite a commercial nature, with emphasis prohibitions for protection to citizens,
potential consumer harm and addiction of using such products. Therefore, some
principles should be followed when the mass dissemination of such products, in the
media, and due to its characteristics, warnings, whenever possible spoken and
written about the harmful effects of smoking, second sentence established by the
Ministry of Health, used sequentially, simultaneously or rotating. Thus, this study
aims to elucidate the propaganda of smoking products, taking into account the
normative boundaries in the right infra patriotism.

Keywords: Advertising. Product. Type of smoking.

Sumário: Introdução. 1. A Ostensividade e a Linguagem das Informações


Referentes aos Produtos. 2. A Propaganda dos Produtos Fumígeros. 2.1. Das
Proibições. 2.2. Dos Princípios e Advertências. 3. Das Penalidades. Conclusão.
Referências.

Introdução

A informação passou a ser elemento inerente ao produto e ao serviço, bem como a


maneira como deve ser fornecida. Repita-se que toda informação tem de ser correta,
clara, precisa, ostensiva e no vernáculo. No art. 8º do Código de Defesa do
Consumidor o dever de informar do fornecedor está relacionado ao aspecto do risco
à saúde e segurança do consumidor, e, como estamos dizendo, tal obrigatoriedade,
no caso, está intimamente relacionada ao núcleo da norma. Isto é, o fornecedor
deve dar informações sobre os riscos que não são normais e previsíveis em
decorrência da natureza e fruição dos produtos e dos serviços.
O que a norma almeja é evitar o uso de linguagem técnica ou incompreensível ao
cidadão médio, ou seja, que não necessite do consumidor conhecimentos
especializados para a aquisição de um produto ou serviço corriqueiro, colocado à
sua disposição no mercado.
Como a informação é dirigida ao consumidor, que é leigo, não se pode admitir que a
norma contenha termos ininteligíveis. São conhecidos os problemas enfrentados
pelos consumidores com as bulas de remédios (justamente os medicamentos, tão
importantes para a saúde e a vida do consumidor), que trazem conhecimentos
específicos da seara médica.
Por isso, a comercialização de medicamentos deverá ser realizada mediante
receituário médico, como regra, apesar de ser uma prática corriqueira a venda sem
tal exigência do consumidor.
Além disso, a informação, no mercado de consumo, é oferecida em dois momentos
principais. Há, em primeiro lugar, uma informação que precede o bem de consumo.
Em segundo lugar, existe a informação passada no momento da formalização do ato
de consumo, isto é, no instante da contratação.
Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamim (2001, p. 244) define os momentos de
informação como sendo pré-contratual e contratual, pois são dois estágios distintos
do iter da comunicação com o consumidor. Ambos têm o mesmo objetivo, ou seja,
preparar o consumidor para um ato de consumo verdadeiramente consentido, livre,
porque fundamentado em informações adequadas.
Aliás, o pré-contratual tem muito mais a ver com informações sobre o próprio
produto ou serviço, embora não se limite a tal. O outro, diversamente, trata
precipuamente das condições formais em que a manifestação de vontade tem lugar.
A precisão aqui referida está no sentido de que o fornecedor deverá escolher de
forma exata as palavras e construções que expressem com fidelidade um
pensamento, ou seja, transfira ao consumidor informações correspondentes ao
produto ou serviço direcionado às suas características funcionais.
Por informações precisas a lei quer impedir o uso de termos vagos e/ou ambíguos.
Quer que se evitem os vocábulos e proposições imprecisas, portanto. Não pode o
fornecedor usar de expressões do tipo: “é mais adequado tomar o medicamento a tal
hora”, “este produto é mais forte que o produto x” etc. (NUNES, 2005, p. 401).
Note-se que, às vezes, a imprecisão surge da utilização concreta do produto ou
serviço. Em relação aos produtos, “há um exemplo de caso corriqueiro e
generalizado por diversos deles: é o do prazo de validade”. (NUNES, 2005, p. 401)
Atualmente a maior parte dos produtos perecíveis ostenta prazo de validade na
embalagem. Mas muitos deles não informam quanto tempo o produto dura depois de
aberto.

1. A Ostensividade e a Linguagem das Informações Referentes aos Produtos

A ostensividade dirige-se especificamente àquelas informações impressas em letras


pequenas, difíceis de serem lidas, pois avisos praticados de forma intencional ou
provocador com a intenção de ludibriar o consumidor, não atinge os objetivos
consagrados no Código de Defesa do Consumidor.
Infelizmente, podemos constatar ainda textos impressos em rótulos de produtos,
com letras tão reduzidas que tornam incompreensíveis ao consumidor, servindo para
ocultar dados importantes e elucidativos.
Muito embora a norma do art. 31 do Código de Defesa do Consumidor não exija o
uso de caracteres destacados, como, “dependendo do caso, a informação para ter
validade e para garantir plenamente a saúde, a segurança e o patrimônio do
consumidor deve aparecer destacada, o uso do “destaque” tem de ser inserido nas
especificações.” (NUNES, 2005, p. 402)
O substantivo “destaque” tem de ser entendido como instrumento hábil a ressaltar
características importantes, cuja consciência direcionará, de forma predominante, a
intenção do consumidor. Sendo assim, ele significa a qualidade que surge num
contexto. Logo, é o contexto que dirá do destaque.
Para ter destaque, então, o vocábulo, a frase, a imagem etc. deve-se destacar
claramente do contexto. Para tanto, o fornecedor pode recorrer a todos os recursos
gráficos hoje existentes no mercado: “fotos, cores, luzes etc., e, nos textos, qualquer
alternativa: negrito, itálico, sendo que o mais simples é aumentar o corpo do tipo
para deixá-lo maior que os outros corpos de letras.” (NUNES, 2005, p. 403)
O que a norma pretende é que o fornecedor se utilize do destaque para conferir o
que for de relevo para a saúde e segurança do consumidor e nos específicos casos
necessários em que o dado é fundamental para que o consumidor possa usar e
consumir o produto ou serviço.
E, mais uma vez, consigne-se que quem sabe o que deve ser destacado é o
fornecedor. As informações prestadas devem ser apresentadas em língua
portuguesa. Em alguns casos, quando absolutamente inexistente similar na nossa
língua, o fornecedor pode utiliza a palavra estrangeira, explicando-a, contudo,
sempre que necessário.
Se levarmos em consideração o sentido das expressões anteriores, veremos que, se
não estivesse escrito na norma que o uso do vernáculo é necessário, ele já se
extrairia do sentido atribuído aos demais vocábulos, uma vez que é impossível
transmitir no Brasil, para consumidores brasileiros, informações corretas, claras e
precisas se não forem feitas na língua portuguesa.
Mais uma vez, Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamim (2001, p. 55) colabora
na elucidação do tema em apreço da explicando: “Os produtos e serviços que
apresentam informações em língua estrangeira, segundo os próprios profissionais
da área, assim o fazem por duas razões básicas: busca-se passar para o
consumidor a impressão enganosa de aquisição de um bem importado ou, ao
menos, de algo com “qualidade de exportação”. Facilmente, se percebe que a
utilização de outros idiomas é fruto de uma prática de marketing (condenável) e não
de uma necessidade do mercado. Cabe ressaltar que os fornecedores brasileiros, ao
exportar, são extremamente ágeis na colocação das informações exigíveis na língua
do país a que se destina o produto. Basta que lembremos as inúmeras vezes em
que nos deparamos, nos supermercados brasileiros, com frango congelado
totalmente rotulado em árabe (fruto de sobra de exportação). A regra aplica-se
também aos bens importados. Afinal, não faria sentido criar mais uma hipótese de
concorrência desleal entre os fornecedores nacionais e os estrangeiros. O Código,
realmente, não faz qualquer distinção entre bens brasileiros e bens importados. As
normas, em particular as de informação e segurança, têm por referencial o
consumidor, sendo irrelevante a origem do bem.”
Há uma única observação possível de ser feita em relação ao uso da língua
portuguesa. É a de que, de fato, como a preocupação da norma é com a mensagem,
conforme dito no art. 31 do Código de Defesa do Consumidor; e com a correção,
clareza e precisão, conforme ora examinado, pode, excepcionalmente, o fornecedor
usar termo estrangeiro, desde que este esteja incorporado à linguagem comum e
possa ser entendido pelo consumidor.
O termo “legível” dirige-se aos aspectos de nitidez caligráfica ou tipográfica, para
que se possa ler com facilidade, evitando informações manuscritas mal redigidas ou
apagadas.
Rizzatto Nunes (2005, p. 410) utiliza-se do exemplo das receitas médicas para
melhor elucidar o tema. Senão vejamos: “No caso de informações manuscritas
ilegíveis, cai como uma luva o exemplo das receitas médicas. Em alguns casos são
indecifráveis. É muito comum, infelizmente, que o consumidor se dirija à farmácia
para adquirir o medicamento e ninguém consiga descobrir o nome indicado pelo
médico ou, então, o que é pior, o consumidor acabe comprando o remédio errado. A
lei quer acabar com a famosa “caligrafia de médico”, que viola o princípio da
informação da Lei n. 8.078.”
Além disso, no que diz respeito ao texto opaco ou apagado, lembre-se que o
problema pode ocorrer com o uso dos papéis oriundos do aparelho de fax. Com o
tempo eles se apagam. Logo, não deve ser assinado documento em papel saído
diretamente de tal aparelho.

2. A Propaganda dos Produtos Fumígeros

O uso e a propaganda de produtos fumígeros, derivados ou não do tabaco, estão


sujeitos às restrições e condições estabelecidas pela Lei n.º 9.294, de 15 de julho de
1996, nos termos do § 4° do art. 220 da Constituição Federal. 1

2.1. Das Proibições

Levando em consideração a probabilidade de dano no uso de fumígenos, é proibido


1
Art. 220. § 4º - A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e
terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá,
sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto
fumígeno similar, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo 2 fechado, privado
ou público.
Visando atingir os objetivos de proteção da norma, inclui-se na proibição o uso de
fumígenos em repartições públicas, hospitais e postos de saúde, salas de aula,
bibliotecas, recintos de trabalho coletivo e as salas de teatro e cinema, bem como
nas aeronaves e demais veículos de transporte coletivo. É vedada a utilização de
trajes esportivos, relativamente a esportes olímpicos, para veicular a propaganda
dos produtos fumígenos.
Em via de consequência, a divulgação comercial dos produtos fumígenos, através
da propagando comercial também sofreu restrições, ou seja, é vedada, em todo o
território nacional, a propaganda comercial de cigarros, cigarrilhas, charutos,
cachimbos ou qualquer derivado ou não do tabaco.
A única exceção à regra acima é a exposição dos referidos produtos nos locais de
vendas, desde que acompanhada das cláusulas de advertência e da respectiva
tabela de preços, que deve incluir o preço mínimo de venda no varejo de cigarros,
vigente à época, conforme estabelecido pelo Poder Executivo.
Buscando a maior proteção do consumidor, a Lei nº 9.294/96, em seu Art. 3 o-A,
expõe outras proibições, tai como: a) a venda por via postal; b) a distribuição de
qualquer tipo de amostra ou brinde;  c) a propaganda por meio eletrônico, inclusive
internet; d) a realização de visita promocional ou distribuição gratuita em
estabelecimento de ensino ou local público; e) o patrocínio de atividade cultural ou
esportiva; f) a propaganda fixa ou móvel em estádio, pista, palco ou local similar; g)
a propaganda indireta contratada, também denominada merchandising, nos
programas produzidos no País após a publicação desta Lei, em qualquer horário;  h)
a comercialização em estabelecimento de ensino, em estabelecimento de saúde e
em órgãos ou entidades da Administração Pública; i) a venda a menores de dezoito
anos. 
               
2.2. Dos Princípios e Advertências

A delimitação das condições para a realização de propaganda comercial de produtos


fumígenos, encontra-se base na Constituição Federal, mais especificamente no
capítulo da “Comunicação Social”. Alexandre de Moraes (2011, p. 864) disserta
sobre o tema: “A garantia constitucional de liberdade de comunicação social,
prevista no art. 220, é verdadeiro corolário da norma prevista no art. 5º, IX, que
consagra a liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença. O que se pretende é
proteger nesse novo capítulo é o meio pelo qual o direito individual
constitucionalmente garantido será difundido, por intermédio dos meios de
comunicação de massa.”
A propaganda dos produtos fumígenos encontra-se como espécie de comunicação
social, apesar do cunho comercial, merecendo destaque as proibições para fins de
proteção ao cidadão, potencial consumidor dos malefícios do uso e vício a tais
produtos.
Portanto, alguns princípios devem ser seguidos quando da divulgação em massa de
tais produtos, incluindo: a) a proibição de sugerir o consumo exagerado ou
irresponsável; b) a não indução ao bem-estar ou saúde no uso de tais produtos; c)
2
Considera-se recinto coletivo o local fechado, de acesso público, destinado a permanente utilização
simultânea por várias pessoas. (Art. 2º, § 3º, da Lei n.º 9.294/96)
não fazer associação dos produtos fumígenos com celebrações cívicas ou
religiosas; d) não induzir as pessoas ao consumo, atribuindo aos produtos
propriedades calmantes ou estimulantes, que reduzam a fadiga ou a tensão, ou
qualquer efeito similar; e) não associar idéias ou imagens de maior êxito na
sexualidade das pessoas, insinuando o aumento de virilidade ou feminilidade de
pessoas fumantes; f) não associar o uso do produto à prática de atividades
esportivas, olímpicas ou não, nem sugerir ou induzir seu consumo em locais ou
situações perigosas, abusivas ou ilegais; g) não empregar imperativos que induzam
diretamente ao consumo; h) não incluir a participação de crianças ou adolescentes.
A propaganda conterá, nos meios de comunicação e em função de suas
características, advertência, sempre que possível falada e escrita, sobre os
malefícios do fumo, segundo frases estabelecidas pelo Ministério da Saúde, usadas
seqüencialmente, de forma simultânea ou rotativa. As embalagens e os maços de
produtos fumígenos, com exceção dos destinados à exportação, conterão a
advertências e imagens ou figuras que ilustrem o sentido da mensagem. 3
Nas embalagens de produtos fumígenos vendidas diretamente ao consumidor, as
cláusulas de advertência serão sequencialmente usadas, de forma simultânea ou
rotativa, nesta última hipótese devendo variar no máximo a cada 5 (cinco) meses,
inseridas, de forma legível e ostensivamente destacada, em 100% (cem por cento)
de sua face posterior e de uma de suas laterais. E ainda, deverá ser impresso um
texto de advertência adicional ocupando 30% (trinta por cento) da parte inferior de
sua face frontal.
A transmissão ou retransmissão, por televisão, em território brasileiro, de eventos
culturais ou esportivos com imagens geradas no estrangeiro patrocinados por
empresas ligadas a produtos fumígeros, exige a veiculação gratuita pelas emissoras
de televisão, durante a transmissão do evento, de mensagem de advertência sobre
os malefícios do fumo. Na abertura e no encerramento da transmissão do evento,
será veiculada mensagem de advertência, cujo conteúdo será definido pelo
Ministério da Saúde, com duração não inferior a trinta segundos em cada inserção.
A cada intervalo de quinze minutos será veiculada, sobreposta à respectiva
transmissão, mensagem de advertência escrita e falada sobre os malefícios do fumo
com duração não inferior a quinze segundos em cada inserção, por intermédio das
seguintes frases e de outras a serem definidas na regulamentação, usadas
seqüencialmente, todas precedidas da afirmação "O Ministério da Saúde adverte": a)
"fumar causa mau hálito, perda de dentes e câncer de boca"; b) "fumar causa câncer
de pulmão"; c) "fumar causa infarto do coração"; d) "fumar na gravidez prejudica o
bebê"; e) "em gestantes, o cigarro provoca partos prematuros, o nascimento de
3
O Ministério da Saúde adverte: EM GESTANTES, FUMAR PROVOCA PARTOS PREMATUROS E
O NASCIMENTO DE CRIANÇAS COM PESO ABAIXO DO NORMAL.
O Ministério da Saúde adverte: ELE É UMA VÍTIMA DO TABACO. FUMAR CAUSA DOENÇA
VASCULAR QUE PODE LEVAR À AMPUTAÇÃO.
O Ministério da Saúde adverte: FUMAR CAUSA CÂNCER DE BOCA E PERDA DOS DENTES.
O Ministério da Saúde adverte: FUMAR CAUSA CÂNCER DE LARINGE.
O Ministério da Saúde adverte: FUMAR CAUSA IMPOTÊNCIA SEXUAL.
O Ministério da Saúde adverte: CRIANÇAS QUE CONVIVEM COM FUMANTES TÊM MAIS ASMA,
PNEUMONIA, SINUSITE E ALERGIA.
O Ministério da Saúde adverte: FUMAR CAUSA ABORTO ESPONTÂNEO.
O Ministério da Saúde adverte: ESTA NECROSE FOI CAUSADA PELO CONSUMO DO TABACO.
O Ministério da Saúde adverte: FUMAR CAUSA CÂNCER DE PULMÃO.
O Ministério da Saúde adverte: AO FUMAR VOCÊ INALA ARSÊNICO E NAFTALINA, TAMBÉM
USADOS CONTRA RATOS E BARATAS.
crianças com peso abaixo do normal e facilidade de contrair asma"; f) "crianças
começam a fumar ao verem os adultos fumando"; g) "a nicotina é droga e causa
dependência"; h) "fumar causa impotência sexual". 
               
3. Das Penalidades

O descumprimento das exigências já citadas, bem como a realização das condutas


proibidas, ensejarão a aplicação de penalidades ao infrator, além de outras
penalidades previstas na legislação em vigor (Código de Defesa do Consumidor e
na Legislação de Telecomunicações).
Considera-se infrator toda e qualquer pessoa natural ou jurídica que, de forma direta
ou indireta, seja responsável pela divulgação da peça publicitária ou pelo respectivo
veículo de comunicação.
O art. 9º, da Lei nº 9.294/96, elenca as seguintes sanções: a) advertência; b)
suspensão, no veículo de divulgação da publicidade, de qualquer outra propaganda
do produto, por prazo de até trinta dias; c) obrigatoriedade de veiculação de
retificação ou esclarecimento para compensar propaganda distorcida ou de má-fé; d)
apreensão do produto; e) multa, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 100.000,00
(cem mil reais), aplicada conforme a capacidade econômica do infrator; f) suspensão
da programação da emissora de rádio e televisão, pelo tempo de dez minutos, por
cada minuto ou fração de duração da propaganda transmitida em desacordo com
esta Lei, observando-se o mesmo horário.  As sanções serão aplicadas
gradativamente e, na reincidência, cumulativamente, de acordo com as
especificidades do infrator. Em qualquer caso, a peça publicitária fica definitivamente
vetada.
No caso de venda de produtos fumígenos a menores de dezoito anos, aplicam-se as
sanções previstas na Lei no 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo do
disposto no art. 243 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. 
Compete à autoridade sanitária municipal aplicar as sanções aduzidas, que serão
apuradas no processo administrativo próprio, iniciado com a lavratura de auto de
infração, observados o rito e prazos estabelecidos na Lei nº 6.437/77, ressalvada a
competência exclusiva ou concorrente:  a) do órgão de vigilância sanitária do
Ministério da Saúde, inclusive quanto às sanções aplicáveis às agências de
publicidade, responsáveis por propaganda de âmbito nacional; b) do órgão de
regulamentação da aviação civil do Ministério da Defesa, em relação a infrações
verificadas no interior de aeronaves; c) do órgão do Ministério das Comunicações
responsável pela fiscalização das emissoras de rádio e televisão; d) do órgão de
regulamentação de transportes do Ministério dos Transportes, em relação a
infrações ocorridas no interior de transportes rodoviários, ferroviários e aquaviários
de passageiros. O Poder Executivo definirá as competências dos órgãos e entidades
da administração federal encarregados em aplicar as sanções previstas.       

Conclusão

Os produtos fumígeros, conforme estudos científicos já realizados, possuem


potencialidade lesiva expressiva, além de ação viciante, ou seja, causa dependência
química no usuário.
Logo, uma das medidas de prevenção quanto ao uso de tais produtos é a
informação. O processo de conscientização precisa, inicialmente, passar pela
compreensão e o conhecimento.
Além disso, não podemos desprezar o impacto do tabagismo na saúde pública.
Várias doenças ocasionadas pelo uso de produtos fumígeros são tratadas pelos
centros de saúde pública, tanto ambulatorial, quanto aos medicamentos
necessários.
Assim, a propaganda comercial deve ser delimitada para atender ao interesse
público, mais especificamente no que tange à publicidade, esclarecendo a todos os
malefícios à saúde do consumidor, direito este consagrado no texto constitucional.

Referências

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SILVA, Plácido e. Vocabulário jurídico. São Paulo: Forense, 1997.
SOARES, Paulo Brasil Dill. Princípios básicos de defesa do consumidor. São
Paulo: Editora de Direito, 2001.

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