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CURSO DE DIREITO

ACADÊMICOS: LUAN HUF ALMEIDA e RAFAEL CASSOL

SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA I

GUARAPUAVA/PR
2021
EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA X VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE
GUARAPUAVA – PR

YURI RAPHAEL DOS SANTOS PRESTES, menor impúbere, nascido em


04/12/2017, neste ato representado por sua avó, MARLENE LOPES DO
NASCIMENTO, brasileira, solteira, doméstica, inscrita no CPF
757.295.559-20, e no RG 5.416.480-7 SSP PR, residentes e
domiciliados na Rua Martin Afonso, 272, alto Cascavel, CEP 85.030-
420, cidade de Guarapuava-PR, domestica, sem endereço eletrônico,
fone/whatssap (42) 9 8415-5519, sem endereço eletrônico, neste ato
representada por suas respectivas advogadas infra-assinadas, pelo
instrumento de procuração em anexo, vêm, respeitosamente, perante
V.Exa., com fulcro na Lei 5.478/68, Artigos 1.583, 1.589, 1694 e
1.696 do Código Civil, bem como do artigo 229 da Constituição
Federal assim como demais dispositivos, propor:

AÇÃO DE GUARDA, ALIMENTOS E FIXAÇÃO DE VISITAS

em face de JONAS PRESTES EUZEBIA, filho de José Evandir Euzebia


e de Iliane Aparecida Prestes Euzebia, brasileiro, maior e
capaz, pedreiro autônomo, Inscrito no CPF desconhecido, e no RG
desconhecido, residente e domiciliado Rua Thomé Cebulski, n.
51, Bairro Morro Alto, CEP 85067-420, Guarapuava–PR, endereço
eletrônico desconhecido, Fone/whatssap (42) 8427-5970, com base
nos fatos e fundamentos a seguir:

DA JUSTIÇA GRATUITA

A requerente pleiteia os benefícios da justiça


gratuita com base no art. 98 e seguintes do CPC e na lei
1060/1950 e ainda amparada no art. 5° inciso LXXIV da
Constituição Federal, pois como exerce a profissão de domestica
em meio período, possuindo renda de meio salário mínimo, não
tendo condições de arcar com as custas sem que prejudique seu
sustento.
É de resaltar ainda Vossa Excelência que acostado
aos autos está à declaração de hipossuficiência como preconiza
o Art. 98 do CPC.

DOS FATOS

O menor é filho legitimo de Jonas e Ketlem, ocorre quem


em 07 de agosto de 2021 a Senhora Ketlem veio a óbito, conforme
certidão acostada aos autos. Desde esta data a guarda do menor
encontra-se com a avó materna Sra. MARLENE LOPES DO NASCIMENTO, o
pai faz vizitas quinzenais com pernoite, e contribui com o sustento
do menor a titulo de pensão alimentícia com o valor de R$ 350,00
(trezentos e cinquenta reais).
Consultado pela avó sobre a possibilidade de usufruir
da guarda o mesmo se negou a ação consensual, não restando outra
alternativa a não ser o litígio.

DA GUARDA, VISITAS E CONVIVÊNCIA

A lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da


Criança e do Adolescente, sobre a questão da guarda, dispõe:

“Art. 33”. A guarda obriga à prestação de assistência


material, moral e educacional à criança ou adolescente,
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a
terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção
por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos
casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
responsável, podendo ser deferido o direito de
representação para a prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
condição de dependente, para todos os fins e efeitos de
direito, inclusive previdenciário”.

O art. 1584, § 5º do Código Civil nos ensina que:


§ 5º. Se o juiz verificar que o filho não deve
permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a
guarda a pessoa que revele compatibilidade com a
natureza da medida, considerados, de preferência, o
grau de parentesco e as relações de afinidade e
afetividade.
A jurisprudência pátria entende que ao ser concedida a
guarda, devem ser observados, em primeiro lugar, os interesses dos
menores, senão vejamos:

CIVIL. FAMÍLIA. GUARDA JUDICIAL PREVALECE O INTERESSE


DA MENOR. Nas decisões sobre a guarda de menores, deve
ser preservado o interesse da criança, e sua manutenção
em ambiente capaz de assegurar seu bem estar, físico e
moral, sob a guarda de pais ou de terceiros. (Resp nº
686.709 PI – 3ª Turma do STJ - Relator Ministro Humberto
Gomes de Barros).

Estando, portanto, preservado os interesses do menor e


estando a requerente com a posse do mesmo, nada mais cabe que a
guarda permaneça com a avó.
É necessário salientar que o bem estar do infante não
é gerada única e exclusivamente pelo convívio com a avó, mas sim
com o pai, sendo assim assegurada a convivência com a família
extensiva. Partindo disto há a necessidade de fixação de visitas ao
pai e se assim necessário com a família extensiva paterna, avós
tios e afins, nos finais de semanas a cada quinzena, ou em dias
adversos uma vez combinado com antecedência.

DOS ALIMENTOS

A renda auferida pela avó, não é suficiente para arcar


com as despesas do infante, tendo em vista que a mesma possui renda
de meio salário mínimo, é garantido pela legislação brasileira o
direito da criança receber do genitor pensão alimentícia conforme
dispõe o artigo 1.694 §1º e 1.695 do Código Civil:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua
condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação.
§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os
pretende não tem bens suficientes, nem pode prover,
pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de
quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do
necessário ao seu sustento. Diante disso, sendo a filha
menor e pelo fato de suas necessidades serem presumidas
nesse momento, o requerido deve ajudar financeiramente
no sustento da infante.

Assim, levando em consideração as necessidades do menor


e a possibilidade financeira do requerido, requer, inclusive em
sede de liminar, que este Juízo arbitre os alimentos em valor apto
a prover todas as necessidades da criança, ficando aqui como
sugestão o percentual de 30% (trinta por cento) do salário do
requerido.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto requer:

1. Concessão dos benefícios da justiça gratuita, face os autores


não possuir condições de arcar com à custa processuais, sem que
interfira na sua subsistência e de sua família.

2. Intimação do Ministério Público, por se tratar de interesse


de menor, nos moldes do art. 82, I, NCPC;

3. Concessão da guarda a avó, com fixação de visitas por parte


do pai quinzenalmente, e arbitramento de alimentos no importe
de 30% (trinta por cento) do salário do pai.

4. Intimação do requerido.

Dar-se-á presente causa o valor de R$ 4.200,00 (quatro mil e


duzentos reais), valor correspondente a 12 parcelas do valor
pago mensalmente a título de alimentos.

Nestes termos pede deferimento.

Guarapuava-PR 21 de maio 2021

Ana Claudia Hofmann Barfknecht Jeiniffer F. L. Sampaio Crissi


AOB/PR: 76.193 OAB/PR: 76.244

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