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Noções de Economia

Agente da Polícia Federal


Prof Heber Carvalho e Daniel Saloni – Aula 03

AULA 03 Teoria da firma (parte I): Produção

Sumário
1. TEORIA DA PRODUÇÃO.........................................................................................................2
1.1. OS FATORES DE PRODUÇÃO E ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS ...................................................... 2
1.2. A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO .......................................................................................................... 4
1.3. CURTO PRAZO x LONGO PRAZO .................................................................................................. 9
1.4. PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO (apenas um insumo variável) .................................................... 10
1.5. PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO (dois insumos variáveis) ........................................................... 18
1.5.1. Isoquantas......................................................................................................................... 18
1.5.2. Linhas de isocustos ............................................................................................................ 21
1.5.3. Ótimo (equilíbrio) da firma no longo prazo......................................................................... 23
1.5.4. FUNÇÕES DE PRODUÇÃO E ISOQUANTAS NOS CASOS ESPECIAIS ........................................ 28
1.6. RENDIMENTOS DE ESCALA........................................................................................................ 31
1.7. O GRAU DE HOMOGENEIDADE DAS FUNÇÕES DE PRODUÇÃO .................................................. 32
QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................................... 39
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS.................................................................................... 52
GABARITO.................................................................................................................................. 59

Olá caros(as) amigos(as),

Como estão os estudos? As aulas estão um pouco aprofundadas, não é


verdade? Pois é, concordo com vocês! Mas lembro-lhes que nossas aulas são
apenas o reflexo daquilo que é exigido pelo CESPE. Como vocês devem ter
percebido, por meio das listas de exercícios da última aula, o CESPE é capaz de
elaborar questões extremamente fáceis, mas também elabora questões bem
difíceis, em algumas vezes. Devemos estar preparados para as duas situações.

Havendo qualquer dúvida, é só escrever no fórum! Na aula de hoje, veremos


a teoria da produção e alguns temas relacionados aos fatores de produção. Em
alguns pontos, a aula será bastante parecida com a aula passada. Você vai
perceber que, aos poucos, o acúmulo gradual de conhecimento vai potencializando
o seu aprendizado. Fique certo disto!

E aí, todos prontos? Então, aos estudos!

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1. TEORIA DA PRODUÇÃO

Nesta aula, estudaremos a teoria da produção em três etapas. Primeiro,


teremos algumas noções básicas sobre fatores de produção, função de produção e
a diferenciação de curto e longo prazo (itens 1.1, 1.2 e 1.3). Passadas tais noções,
dividiremos o estudo da produção em curto prazo (item 1.4) e longo prazo (1.5).

1.1. OS FATORES DE PRODUÇÃO E ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS

Para produzir os bens e serviços de que a sociedade dispõe para o seu


consumo, as firmas utilizam vários recursos ou insumos. Elas utilizam matéria-
prima, mão-de-obra, máquinas, ferramentas, tecnologia, etc. O conjunto destes
recursos que as empresas utilizam na produção é chamado de fatores de
produção. Dentro do nosso estudo, temos, principalmente, três destes fatores de
produção:

Capital;
Mão-de-obra e
Tecnologia.

Capital, em Economia, tem o conceito um pouco diferente do que estamos


acostumados em nosso dia-a-dia. Nas nossas vidas, quando ouvimos a palavra
capital, quase que imediatamente fazemos a associação a dinheiro. No entanto,
economicamente, Capital quer dizer, além de dinheiro, o conjunto de bens de que
as empresas dispõem para produzir. Assim, o estoque de capital de uma fábrica de
automóveis será o conjunto das instalações, máquinas, ferramentas, computadores,
material de escritório, enfim, tudo o que é utilizado na produção. O estoque de
capital de um curso para concursos públicos compreende as salas de aula, as
carteiras, mesas, quadro-negro, projetor multimídia, sistema de som, etc. Quanto
mais estoque de capital (ou bens de capital) tiver a economia, maior será a sua
produção. O capital é representado pela letra (K).

Mão-de-obra é o próprio trabalho. É representada pela letra (L), devido ao


termo em inglês: Labour.

Tecnologia significa o estudo da técnica. Em Economia, ela representa a


forma como a sociedade vai utilizar os recursos existentes (capital e mão-de-obra)
na produção de bens e serviços. Dependendo da tecnologia, sociedades com pouca
mão-de-obra e capital podem, de fato, ser mais produtivas e gerar mais bem-estar à
sua população que outras com mais mão-de-obra e capital disponíveis. Em nosso
curso, seguindo o que é utilizado nos manuais de Economia, utilizaremos o fator de
produção tecnologia como uma variável constante, ou seja, que não muda.

Conceitos básicos:

Quando falamos em produção, é comum pensarmos em uma série coisas (as


empresas, os consumidores, os produtos, os fatores ou recursos de produção, a
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tecnologia, etc). Pois bem, em primeiro lugar, devemos definir produção, para,
depois, falarmos de outros conceitos que a ela sejam subjacentes.

Segundo o prof. Vasconcellos1, "Produção é o processo pelo qual uma


firma transforma os fatores de produção adquiridos em produtos ou serviços
para a venda no mercado." Em muitos textos, também podemos encontrar o termo
"produção" significando simplesmente a quantidade de bens que foram produzidos.
Neste sentido, o prof. Besanko2 conceitua Produção desta forma: "Bem ou serviço
produzido por uma empresa." Ainda há outras definições encontradas em outras
bibliografias. Não obstante, para questões teóricas de concursos, prefira o primeiro
conceito, em negrito.

O processo de produção, isto é, o processo pelo qual uma firma transforma


os fatores de produção (principalmente, mão de obra e capital) em bens pode seguir
vários caminhos. Ao escolher um processo de produção, a firma levará em conta a
sua eficiência. Esta eficiência pode ser avaliada pelo ponto de vista tecnológico ou
pelo ponto de vista econômico. Seguem as diferenças (segundo o prof.
Vasconcellos):

- Eficiência técnica (ou tecnológica): ocorre entre dois ou mais processos


de produção, é aquele processo que permite produzir uma mesma quantidade de
produto, utilizando menor quantidade física de fatores de produção;

- Eficiência econômica: ocorre entre dois ou mais processos de produção, é


aquele processo que permite produzir uma mesma quantidade de produto, com
menor custo de produção.

Em Economia, nós consideramos a eficiência tecnológica um dado pré-


determinado. Ou seja, é uma variável que não cabe à análise econômica, é mais
pertinente à área de engenharia. Isto quer dizer que, em Teoria da Produção, ao
analisarmos o processo de produção, assume-se, implicitamente, que já temos
eficiência técnica.

Vale a pena ainda ressaltar que tecnologia não se confunde com processo de
produção, apesar da diferença entre os dois conceitos ser muito pequena. O
processo de produção é a técnica por meio da qual um ou mais produtos serão
obtidos pela utilização de determinadas quantidades de fatores de produção. Ou
seja, diz respeito a diferentes possibilidades de combinações entre os fatores de
produção, para produzir uma dada quantidade de um bem.

Por outro lado, a tecnologia é um conceito mais amplo. Ela é um conjunto,


um inventário de processos de produção. Geralmente, existe mais de uma maneira
de se produzir uma determinada mercadoria, abrangendo desde uma grande
quantidade de mão de obra e relativamente poucos equipamentos (pouco capital)
até pouca mão de obra e uma grande quantidade de capital. A tecnologia, portanto,
especifica todas as possibilidades técnicas pelas quais os fatores de produção
podem ser transformados em produto. Este conjunto de possibilidades (conjunto de

1
Vasconcellos, “Economia: Micro e Macro”, editora Atlas.
2
Besanko e Braeutigam, “Microeconomia: uma abordagem completa”, editora LTC.
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processos de produção) significa a própria tecnologia. Entendemos, assim, que a


tecnologia significa um conjunto de processos de produção.

Por fim, também é importante definirmos outro importante conceito. É o


conceito de função de produção. Nós vimos que a produção é o processo pelo qual
uma firma transforma os fatores de produção adquiridos em produtos ou serviços
para a venda. A função de produção é a relação técnica (pode ser um gráfico,
uma equação matemática, ou uma tabela) que indica a quantidade máxima que
se pode obter de um produto, a partir da utilização de uma determinada
quantidade de fatores de produção, dada a tecnologia existente ou dado o
"estado da arte" (estado da arte=tecnologia).

Falemos um pouco mais sobre a função de produção:

1.2. A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO 3

No item anterior, vimos que, para produzir os bens e serviços que são
ofertados à sociedade, as firmas utilizam os chamados fatores de produção. Dentre
estes fatores de produção, aqueles mais relevantes para o estudo econômico são: a
mão-de-obra (L) e o capital (K). São estes dois fatores que utilizaremos em nossas
análises da teoria.

Em grande parte dos livros e questões de prova, as funções de produção


também são representadas pelas variáveis L e K (trabalho e capital). No entanto, é
importante que fique claro que isto é apenas uma convenção. Assim, caso você
encontre uma questão de prova que fale que a produção é função dos fatores de
produção 1 e 2, ou A e B; isto não deve ser motivo para que você se confunda. As
mesmas conclusões que serão observadas para L e K valem também para A e B, 1
e 2, X1 e X2, etc.

Outra observação que temos a fazer se refere ao fato de os fatores de


produção também podem ser chamados de insumos de produção, em alusão ao
fato de que é a partir deles que se origina a produção, como se fossem insumos (e,
na verdade, são!). Assim: fatores de produção = insumos de produção.

Desta forma, a produção da firma é função da mão-de-obra e do capital


existentes. Algebricamente, isto que eu acabei de dizer é representado desta
maneira:
Q = f (L, K) ou
Y = f (L, K)

(Q) é a quantidade de produção e muitas vezes também pode ser representado por
(Y). (L) é a quantidade de mão-de-obra. (K) é a quantidade de capital. f significa
3
Neste item, veremos somente a principal função de produção (Cobb-Douglas) utilizada em
concursos. Depois, no item 1.6, estudaremos outros casos menos comuns.
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“uma função de” e é empregado para representar que há uma relação de


dependência entre a produção (Q) e os fatores de produção (L) e (K).

Nota  se eu dissesse que a produção (Q) é função dos fatores X 1 e X2, teríamos,
algebricamente: Q = f (X1, X2).

Se a firma deseja alterar a sua produção (Q), ela terá que, ou alterar o
estoque de capital (K), ou alterar a quantidade de mão-de-obra (L), ou alterar os
dois, (K) e (L). Obviamente, isto tudo porque (Q) é função de (K) e (L): Q = f (K, L)

Aqui, lembro-lhes que estamos desconsiderando a tecnologia. Ou melhor:


estamos, na verdade, supondo que ela seja constante. Caso contrário, poderíamos,
por exemplo, aumentar a produção (Q) com o desenvolvimento de novas
tecnologias, sem precisar alterar o capital ou a mão-de-obra. A partir de agora,
quando falarmos em mudanças, ora no capital, ora na mão-de-obra, lembre sempre
que estamos considerando a tecnologia constante.

Apesar de sabermos que a produção (Q) é função do capital (K) e da mão-


de-obra (L), ainda falta uma equação que nos mostre esta relação de forma
algébrica, matemática. Existe uma função que expressa matematicamente esta
relação de dependência entre produção e os fatores de produção mão-de-obra e
capital. Esta função é conhecida como função de produção Cobb-Douglas e tem o
formato abaixo:

Q = A.K .L

Q é a produção. A é o parâmetro que mede a tecnologia ou a escala de


produção. K é o capital. L é a mão-de-obra. e são números positivos que
medem a mensuração das participações dos fatores na produção. Um elevado
indica alta participação de capital na produção. Por outro lado, um elevado indica
alta participação de mão-de-obra na produção.

Na aula passada, em teoria do consumidor, nós vimos que, em questões de


prova, a função Cobb-Douglas era amplamente utilizada pelos livros e pelas bancas
de concurso para retratar a utilidade dos consumidores. Aqui, na teoria da produção,
a mesma situação é válida. As bancas de concurso e livros em geral utilizam a
função Cobb-Douglas para descrever como se dá a produção das firmas.

Aqui no nosso estudo, como estamos supondo uma tecnologia constante,


veremos somente as consequências de alterações no K e no L para a produção. De
fato, a maioria dos textos e questões de prova, utilizam o parâmetro tecnológico
sendo igual a 1, de forma que a função de produção Cobb-Douglas será Q=Ka.Lb.

Vejamos, agora, um pouco mais sobre esta função de produção Cobb-


Douglas, ora apresentada:

Paul Douglas foi professor de Economia e senador nos EUA entre as


décadas de 40 a 60. Em seus estudos, Douglas notou que, à medida que a
produção da economia crescia, a renda dos trabalhadores (proprietários do “L”) e a
renda dos proprietários do capital (proprietários do “K”) cresciam na mesma

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proporção. Em outras palavras, se a produção da economia, digamos, dobrasse, a


remuneração dos trabalhadores e dos proprietários do capital também dobrava.

Assim, Douglas perguntou a Charles Cobb, um matemático, se haveria


alguma equação ou função de produção capaz de garantir esta propriedade ora
descoberta. Daí, surgiu a função de produção Cobb-Douglas, em homenagem ao
matemático e ao economista, respectivamente.

No entanto, para que a propriedade descoberta por Douglas fosse


respeitada, seria necessário que ( + ), a soma dos expoentes, fosse igual a 1.

Veja, como exemplo, a função de produção abaixo, em que temos ( + )=1:

Q = 2. (K)0,5. (L)0,5

Agora, vamos calcular a produção considerando um estoque de capital (K) de


9 máquinas e uma quantidade de mão-de-obra (L) de 4 trabalhadores:

Q = 2. (9)0,5. (4)0,5  Não esqueça que X0,5 é o mesmo que ou


Q = 2. 3. 2 = 12  Produção = 12

Vamos, agora, quadruplicar o estoque de capital e a quantidade de


trabalhadores:

Q = 2. (4.9)0,5.(4.4)0,5
Q = 2. .
Q = 2. 6. 4 = 48  Veja que 48 é o quádruplo de 12

Note que, ao quadruplicarmos o capital e a mão-de-obra, também


quadruplicamos a produção. Isto só foi possível porque ( + )=1.

 Nota: para que a produção quadruplique, é necessário que quadrupliquemos os


dois fatores de produção: a mão-de-obra e o capital. Se quadruplicarmos somente
um dos fatores, a alteração na produção não será na mesma proporção.

Em Economia, quando há esta situação, dizemos que a função de produção


apresenta rendimentos constantes de escala. Em outras palavras, se capital e
mão-de-obra forem aumentados na mesma proporção, então a produção também
aumenta nessa mesma proporção. Algebricamente, isto é traduzido da seguinte
maneira:

z.Q = A. (z.K) . (z.L)

ou

F(z.K, z.L) = A. (z.K) . (z.L)

Agora, o que aconteceria caso ( + )≠1? Teríamos duas situações: ( + )<1


ou ( + )>1

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Veja as duas funções de produção abaixo:

Q1 = 2. (K)1. (L)1 ( + )=2>1


Q2 = 2. (K0,5). (L0,25)  ( + ) = 0,75 < 1

Considerando um estoque de capital de 4 máquinas e 81 trabalhadores,


calculemos as respectivas produções:

Q1 = 2. (K). (L) = 2. 4. 81 = 648


Q2 = 2. (K0,5). (L0,25) = 2. . = 2. 2. 3 = 12

Vamos, agora, dobrar o estoque de capital e trabalhadores nas duas funções


de produção:

Q1 = 2. (2.K). (2.L) = 2. 8. 162 = 2592


 Veja que 2592 é mais que o dobro de 648.

Q2 = 2. (2.K)0,5. (2.L)0,25 = 2. . = 20
 Veja que 20 é menos que o dobro de 12.

Em Q1, onde ( + )>1, quando dobramos o capital e a mão-de-obra, a


produção quadruplicou (2592 / 648 = 4). Em Q 2, onde ( + )<1, quando dobramos
o capital e a mão-de-obra, a produção menos que dobrou (20 / 12 = 1,67). A partir
destes dados, podemos tirar as seguintes conclusões acerca deste da função de
produção Cobb-Douglas:

Se ( + )=1, temos rendimentos constante de


escala. Isto significa que se aumentarmos K e L em
determinada proporção, Q aumentará nesta mesma
proporção.
Se ( + )>1, temos rendimentos crescentes de
escala (ou economias de escala). Neste caso,
aumentos de K e L em determinada proporção
provocam aumentos de Q numa proporção maior.
Se ( + )<1, temos rendimentos decrescentes de
escala (ou deseconomias de escala). Aqui, aumentos
de K e L em determinada proporção provocam
aumentos de Q numa proporção menor.

Nota: tais observações do quadro acima, só valem para funções do tipo Cobb-
Douglas, com o formato: Q = A. K . L . Observe que a função Cobb-Douglas é
multiplicativa, não há soma nem subtração. Veja, abaixo, alguns exemplos de
funções do tipo Cobb-Douglas:

Q = 2.K (aqui L=1)


Q = 4.L (aqui K=1)
1/2 3
Q = ½.K .L

Veja, agora, exemplos de funções que não são do tipo Cobb-Douglas:

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Q=K+L
Q = K1/3 – K1/2 + L.K

Aqui na nossa abordagem da função de produção foi dada especial atenção


à função do tipo Cobb-Douglas. Devemos isto ao fato de ela ser condizente com
dados reais de várias economias e ser um bom começo acerca de como ocorre a
produção de bens e serviços da economia ou a distribuição da produção entre
capital e mão-de-obra. Além disto, e, é claro, principalmente, muitas questões de
prova em seus enunciados apresentam esta função como representativa da
produção, seja de uma firma individual ou da economia de um país.

Nas questões do CESPE, a banca na


maioria das vezes não informa se a função
de produção é ou não é Cobb-Douglas.
Neste caso, nós devemos supor que ela
seja Cobb-Douglas, pois esta é a regra
geral.

Agora, façamos algumas questões de prova:

1. (CESPE/Unb – Analista Legislativo – Câmara dos Deputados) - Se a


função de produção de serviços administrativos da Câmara dos Deputados
apresentar rendimentos constantes de escala, então, mesmo dobrando-se o
número de servidores administrativos, de máquinas e de computadores não
será possível alterar a produção de tais serviços.

Comentário:
Rendimentos constantes de escala é a situação em que uma variação, ao mesmo
tempo, de todos os fatores de produção (que são os insumos utilizados no
processo de produção) leva a uma idêntica variação da produção. Dessa forma, por
exemplo, se dobrarmos o número de fatores de produção (de servidores
administrativos, de máquinas e de computadores), a produção de serviços
administrativos também dobrará, caso haja rendimentos constantes de escala.

Gabarito: Errado

2. (CESPE/Unb - Controlador de Recursos Municipais – PMV/ES) - O fato


de que construir e operar uma fábrica capaz de produzir diariamente 2.500
automóveis não exige 2,5 vezes mais trabalho, talento empresarial,
equipamentos e espaço físico do que o necessário para produzir 1.000
automóveis explica-se pela existência de retornos crescentes de escala na
indústria automobilística.

Comentários:

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Se tivermos uma fábrica com alguma quantidade de fatores de produção e que


produza 1000 unidades; e, adicionalmente, para multiplicar essa produção por 2,5
(2500 unidades), não seja necessário 2,5 vezes mais fatores de produção, então,
isto é consistente com a existência com retornos crescentes de escala.

Ou seja, podemos multiplicar a produção por 2,5 (1000  2500) e isto não exige
que multipliquemos os fatores de produção por 2,5. Portanto, correta a assertiva.

Se houvesse essa exigência de multiplicar os fatores de produção por 2,5 para que
a produção também fosse multiplicada por 2,5; isto seria consistente com a
existência de rendimentos constantes de escala.

E se houvesse a exigência de multiplicar os fatores de produção por um número


maior que 2,5 para que a produção fosse multiplicada por 2,5; isto seria consistente
com a existência de rendimentos decrescentes de escala.

Gabarito: Certo

1.3. CURTO PRAZO x LONGO PRAZO

Sem delongas, seguem as definições:

O curto prazo é definido como um período de tempo em que um dos


fatores de produção (capital ou mão-de-obra) permanece fixo, constante,
inalterado. Por exemplo, uma situação em que o fator de produção capital seja fixo e
o fator de produção mão-de-obra seja variável será considerada curto prazo.

O longo prazo é o período de tempo em que os dois fatores de produção


são variáveis.

Observe que esta distinção é meramente conceitual e não guarda qualquer


relação com o tempo transcorrido no calendário. Por exemplo, o dono de uma
fábrica de sapatos pode demorar 10 anos até renovar o seu capital (estoque de
máquinas). Deste modo, este período de 10 anos significa curto prazo para esta
fábrica.

Em contraste, para um banco comercial que, diariamente, aumenta o seu


estoque de capital (abertura de agências, caixas eletrônicos, etc) e varia o seu
estoque de mão-de-obra (contrata e demite trabalhadores), dois dias já podem
significar longo prazo, pois ele provavelmente varia o capital e a mão-de-obra neste
período.

Veja que, no economês, curto prazo pode significar bastante tempo e longo
prazo pode significar pouco tempo. Isto é, o tempo não importa, o importante é
saber se apenas um ou os dois fatores de produção variam.

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1.4. PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO (apenas um insumo variável)

Falar em produção no curto prazo significa falar em produção com apenas


um fator de produção variável.

Geralmente o estudo do curto prazo é considerado levando-se em conta que


apenas o fator de produção mão-de-obra seja variável, enquanto o fator de
produção capital será fixo. Desta forma, conseguiremos analisar as implicações
de mudanças na produção provocadas somente por alterações em somente um dos
insumos de produção, no caso, o insumo mão-de-obra.

Quando o capital (K) é fixo, mas o trabalho (L) é variável, a única maneira de
a empresa aumentar a produção é aumentando o insumo trabalho (considerando a
tecnologia constante). Em outras palavras, para produzir mais é condição
obrigatória adquirir mais quantidades do insumo mão-de-obra (ou seja, adquirir mais
trabalhadores).

Ao decidir adquirir mais trabalhadores, a firma tem de comparar o benefício


que obterá em relação ao custo. Às vezes, ela olhará para o benefício e o custo em
perspectiva incremental. Isto é, ela procurará saber o quanto de produção adicional
ela ganhará com a contratação de um trabalhador adicional.

Às vezes, ela fará comparações na média. Isto é, ela tentará observar se a


contratação de um trabalhador adicional aumenta, por exemplo, a produção média
por trabalhador.

A partir das duas perspectivas apresentadas acima, devemos, neste


momento, apresentar dois conceitos muito importantes:

Produto marginal da mão-de-obra (PmgL): é o volume de produção adicional


gerado ( Q) ao se acrescentar 1 trabalhador (quando L=1). A palavra “marginal”
em Economês pode ser pensada como “incremental”, “à margem de” e sempre
significa o volume adicional sobre alguma coisa gerada pelo acréscimo de uma
outra coisa. Algebricamente, este conceito é representado assim:

Produto médio da mão-de-obra (PmeL): o PmeL é a produção por trabalhador.


Basta dividir a produção total pela quantidade de trabalhadores. Algebricamente,
temos:

A fim de facilitar a visualização do nosso estudo, veja a tabela 1, abaixo, para


uma determinada firma:

Produção no curto prazo (só um insumo variável: a mão-de-obra)

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Produto
Quantidade de Quantidade Produção Produto
Marginal
trabalhadores (L) de capital (K) (Q) médio (Q/L)
( Q/ L)
0 10 0 0 -
1 10 10 10 10
2 10 30 15 20
3 10 60 20 30
4 10 80 20 20
5 10 95 19 15
6 10 108 18 13
7 10 112 16 4
8 10 112 14 0
9 10 108 12 -4
10 10 100 10 -8
Tabela retirada da obra “Microeconomia”, Pindyck & Rubinfeld, 6ª. Edição.

Na primeira coluna, temos o número de trabalhadores, que varia de unidade


em unidade. Na segunda coluna, temos o estoque de capital que é fixo, já que
estamos trabalhando no curto prazo (apenas o insumo trabalho varia). Na terceira
coluna temos a produção total. Esta produção total é apresentada em forma de
unidades produzidas. Veja que não estamos falando em Receita (a receita é o
número de unidades produzidas multiplicado pelo preço. Pelo menos por enquanto,
esqueça o preço). A quarta coluna apresenta os produtos médios, que é a produção
total dividida pelo número de trabalhadores empregados. Por último, a quinta coluna
apresenta a produção adicional em virtude da contratação de 1 trabalhador
adicional, o produto marginal da mão-de-obra.

Analisando os dados fornecidos pela tabela, observa-se que a introdução do


1º trabalhador na produção fez com que esta aumentasse de 0 para 10, portanto,
um acréscimo de 10. Com a utilização de 2 trabalhadores, a produção muda de 10
para 30, um acréscimo de 20 unidades na produção. Com 3 trabalhadores, o
acréscimo é de 30 (a produção passa de 30 para 60). O acréscimo na produção
pode ser acompanhado na quinta coluna, pelo produto marginal da mão-de-obra.

Até esse momento, em que proporção capital/trabalhador era grande, os


acréscimos na produção eram crescentes. A partir do 4º trabalhador, a produção
aumenta a taxas decrescentes (ou seja, a produção continua aumentando, porém
os acréscimos na produção são decrescentes), porque a quantidade de capital
(máquinas, terra, ferramentas, etc) que cada trabalhador tem para trabalhar é cada
vez menor. Esta redução relativa da proporção do capital em relação à mão-de-obra
atinge seu ápice quando é contratado o 9º trabalhador, que passa a atrapalhar os
outros em vez de ajudar, devido à limitação da quantidade de capital existente. Em
decorrência, a partir do 9º trabalhador (inclusive), contratações adicionais terão o
efeito de diminuir a produção em vez de aumentar.

Mas... Por que isto ocorre?

Isto ocorre devido à lei dos rendimentos marginais decrescentes, que


estatui: à medida que aumentamos o uso de determinado fator de produção,

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curva. Isto porque neste trecho (de 0 a 3 trabalhadores) o produto marginal da mão-
de-obra é crescente, como vimos na tabela 1. Uma vez que a inclinação da curva de
produção é dada pela sua derivada (inclinação=dQ/dL=PmgL), nós sabemos que se
a inclinação é crescente de L=0 até L=3, isto só é possível porque o PmgL
(inclinação da curva de produção) é crescente de L=0 até L=3, uma vez que a
inclinação da curva de produção é dada pelo produto marginal do fator de produção
variável.

A partir do ponto A, à medida que aumentamos o número de trabalhadores,


entra em ação a lei dos rendimentos marginais decrescentes. Assim, a produção
continua a aumentar, porém a taxas decrescentes entre os pontos A e B. Como ela
aumenta a taxas decrescentes neste trecho, a concavidade é voltada para fora
(para a direita). Isto acontece porque, do ponto A ao B, o produto marginal da mão-
de-obra é decrescente, porém, preste bem atenção, apesar do PmgL (produto
marginal da mão-de-obra) ser decrescente, ele ainda é positivo. Ou seja, aumentos
na quantidade de trabalhadores ainda geram aumento da produção.

A contratação do 8º trabalhador (ponto B) não gera nenhum acréscimo na


produção. O produto marginal da mão-de-obra neste trecho é nulo, é igual a 0.
Desta forma, concluímos que quando o PmgL=0, a produção é máxima. Isto é
facilmente visualizável através do cotejo entre a tabela e a figura.

A produção é máxima quando o produto


marginal do fator variável é nulo.

QMÁX  quando PmgL=0

A partir do 8º trabalhador, ao aumentarmos a quantidade de trabalhadores,


caminhamos para a direita do ponto B. O PmgL continua decrescendo devido a lei
dos rendimentos marginais decrescentes.

Como no ponto B o produto marginal da mão-de-obra é igual a ZERO e, a


partir deste, ele continua decrescendo quando se contrata mais trabalhadores, o
PmgL começará a assumir valores negativos. Desta forma, a partir do 8º trabalhador
(linha tracejada do gráfico), se a firma continuar contratando mão-de-obra, a
produção irá cair, pois cada trabalhador adicional causa diminuição na produção.

Isto tudo acontece, vou repetir, porque o fator de produção capital é


considerado fixo, estamos, portanto, no curto prazo. Desta forma, vale a lei dos
rendimentos marginais decrescentes. À medida que aumentamos a quantidade de
mão-de-obra, o capital permanecendo fixo, cada trabalhador adicional tende a
contribuir cada vez menos para a produção total. Isto (o outro fator de produção
permanecer fixo) é a condição fundamental para tudo o que foi dito acima.

Vejamos agora outro gráfico. Desta vez, vamos representar os produtos médio e
marginal da mão-de-obra em função da quantidade de trabalhadores. O gráfico está
de acordo com os dados da tabela 1:
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adicional é menor que a produção média. Logo, a produção adicional deste


novo trabalhador vai puxar a produção média para baixo. Isto pode ser
visualizado na figura 2. Observe que, caminhando para a direita a partir do
ponto B, o PmgL é sempre menor que o PmeL. Da mesma forma, PmeL é
decrescente.

Bem pessoal, tentem fazer um esforço para entender o formato das curvas
apresentadas nas figuras 1 e 2, de modo que o entendimento das relações acima
apresentadas irá se tornar mais fácil (ou menos difícil).

Creio que a melhor forma de assimilar este assunto é através da visualização


mental dos gráficos. Guardando-os na cabeça tudo fica mais fácil. Assim, aconselho
a ler as relações várias vezes, sempre acompanhando nas figuras, de forma que
aquelas “entrem” na cabeça através da imagem dos gráficos.

É muito importante ressaltar que este processo de produção no curto prazo é


a regra geral: inicialmente, temos um produto marginal crescente para pequenas
quantidades de emprego do fator variável; depois, na faixa relevante de emprego do
fator variável, temos um produto marginal decrescente. Assim, mesmo que uma
tecnologia de produção obedeça à lei dos rendimentos marginais decrescentes, nós
podemos entender que isso não será válido inequivocamente para qualquer
quantidade de emprego (qualquer valor de L) do fator variável. Em algum nível
de L, podemos muito bem ter rendimento marginal crescente.

Nota 4: Da mesma maneira que foram conceituados o produto marginal da mão-de-


obra (PmgL) e o produto médio da mão-de-obra (PmeL), podemos derivar, usando o
mesmo raciocínio, dois conceitos semelhantes, desta vez, envolvendo o insumo
Capital (K):

Produto marginal do capital (PmgK): é o acréscimo na produção ( Q) ocasionado


pelo acréscimo de uma unidade de capital (quando K=1). Algebricamente:

Produto médio do capital (PmeK): é a produção total dividida pelo estoque de


capital. Algebricamente:

PmeK = Q.K-1

Finalizando este tópico, ressalto que as conclusões observadas para L e K


são também válidas para outras representações dos fatores de produção. Assim, se
tivermos uma função de produção (Q) com os insumos/fatores de produção X 1 e X2
(em vez de K e L), logicamente, teremos também que: PmgX1= Q/ X1,
PmgX2= Q/ X2, PmeX1=Q/X1, PmeX2=Q/X2. Considerando, por exemplo, que X1
seja fixo e X2 seja variável, QMÁX  quando PmgX2=0. Note que as conclusões são
rigorosamente as mesmas vistas para os fatores K e L, mudamos apenas as
nomenclaturas das variáveis. Portanto, não se assuste ao se deparar com questões
que tragam outras variáveis que não sejam K e L.

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3. (CESPE/Unb – Analista Legislativo - Câmara dos Deputados) - De


acordo com a lei dos rendimentos decrescentes, quando o emprego aumenta,
a produtividade marginal do trabalho diminui não porque os trabalhadores
adicionais sejam mais ineficientes, mas porque mais trabalhadores estão
sendo usados em relação aos demais fatores produtivos.

Comentários:
É exatamente o que está escrito na nota 2 do item 1.4. Ao contratar mais
trabalhadores (aumento de emprego), a produtividade marginal da mão-de-obra (ou
produtividade marginal do trabalho) diminui porque os outros fatores de produção
ficam fixos. Nesse sentido, a lei dos rendimentos marginais decrescentes estatui
que o acréscimo na produção decorrente da contratação de trabalhadores
adicionais será cada vez menor (decrescente).

Gabarito: Certo

4. (CESPE/Unb - Petrobras – Economista) - De acordo com a lei dos


rendimentos decrescentes, quando o emprego aumenta, a produtividade
marginal do trabalho diminui, não porque os trabalhadores adicionais sejam
mais ineficientes, mas porque mais trabalhadores estão sendo usados em
relação aos demais fatores produtivos.

Comentários:
Idêntica à questão 03. Coloquei apenas para que vocês vejam que a banca
simplesmente repetiu a questão já utilizada em outro concurso que foi realizado
cinco anos antes! Ou seja: treine a resolução das questões e a forma de pensar da
banca!

Gabarito: Certo

5. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC) - O crescimento da produtividade média do trabalho, mantendo-se
constante os demais insumos, é incompatível com a existência de uma
produtividade marginal superior ao produto médio.

Comentários:
Enquanto a produtividade média do trabalho é crescente, o produto marginal do
trabalho será superior ao produto médio. Veja a figura 02 para confirmar.

Gabarito: Errado

6. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - Ciências


Econômicas - SEGER/ES) - A lei dos rendimentos decrescentes exclui a
possibilidade de, no processo produtivo, a produtividade marginal de

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determinado insumo ser crescente.

Comentários:
A regra geral no processo produtivo é o fator de produção variável apresentar
rendimentos marginais decrescentes. No entanto, principalmente quando a
quantidade do fator de produção é bastante baixa, pode acontecer de ele
apresentar rendimentos marginais crescentes. Analisando as figuras 1 e 2 da aula,
isto acontece do ponto 0 ao ponto A. Nestes trechos, o aumento do fator de
produção mão-de-obra apresenta produto marginal crescente. Após o ponto A
(depois que temos mais de 3 trabalhadores), aí entra em ação a lei dos
rendimentos marginais decrescentes, que é a regra geral.

Vale ressaltar que o erro da assertiva está no fato de ela excluir a possibilidade de
haver produtividade marginal crescente, o que não é verdade, pois essa
possibilidade existe. Ou seja, temos o seguinte: a regra geral (situação comum) é a
ocorrência de produtividade marginal decrescente, mas pode haver trechos da
curva do PmgL onde a produtividade marginal seja crescente.

Gabarito: Errado

7. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas -


TCE/AC) - A produtividade marginal atinge seu ponto máximo quando o
produto médio é crescente.

Comentários:
A assertiva está correta.

Observando a figura 2, vemos que quando o produto marginal atinge o máximo


(ponto A), o produto médio está crescendo.

Gabarito: Certo

8. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – UEPA) - A lei dos rendimentos


decrescentes, aplicada ao fator trabalho, implica que a produtividade
marginal do trabalhado se reduz, caso o aumento do emprego se faça
mantendo-se os demais insumos inalterados.

Comentários:
É exatamente a definição da lei dos rendimentos decrescentes.

Gabarito: Certo

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ponto. A tangente (cateto oposto/cateto adjacente), por sua vez, em cada ponto, é
igual K/ L.

Observe que quando nos movemos do ponto A para o ponto B, a diminuição


do capital ( K=KB-KA) foi compensada por um aumento na mão-de-obra ( L=LB-LA),
para que nos mantivéssemos no mesmo nível de produção (mesma isoquanta).
Quando nos movemos do ponto B para o C, ocorre a mesma coisa, só que, desta
vez, precisamos de mais mão-de-obra ( L=LC-LB) para compensar uma perda até
menor de capital ( K=KC-KB). Do ponto C para o D, ocorre o mesmo fenômeno. Do
ponto D para o ponto E, precisamos de um grande aumento de mão-de-obra para
compensar uma pequena perda de capital, de forma que K/ L será um número
bem pequeno (veja que do ponto A ao B, K/ L é um número mais alto que o
K/ L do ponto D ao E).

No ponto A da isoquanta, onde a curva é bastante acentuada ou vertical


(inclinação elevada; K/ L elevado), um declínio dado no capital pode ser
acompanhado por um modesto aumento na mão-de-obra. No ponto E, a curva da
isoquanta é relativamente plana (inclinação baixa; K/ L baixo). Essa inclinação
mais plana significa que um mesmo declínio no capital requer um aumento bem
maior na mão-de-obra para que a produção fique constante. O declínio no capital
permitido por um aumento dado na mão-de-obra a fim de que a produção
mantenha-se constante é chamado de taxa marginal de substituição técnica 4
(TMgST) entre mão-de-obra e capital. Algebricamente, a TMgST 5 pode ser
definida como:

TMgSTL,K = K com a produção (Q) constante


L

A TMgST mede o intercâmbio entre dois fatores de produção (no nosso caso
ou exemplo, ela mede o intercâmbio entre o capital e a mão-de-obra). Ela mede a
taxa à qual as empresas devem substituir um insumo (fator de produção) por outro
para manter constante a produção.

A TMgST será sempre negativa. Isto porque o numerador K (KFINAL –


KINICIAL) é sempre negativo quando caminhamos da esquerda para a direita na
curva. Se caminharmos da direita para a esquerda, o L (L FINAL – LINICIAL) será
sempre negativo. Assim, a TMgST é negativa.

Perceba também que a TMgST é decrescente. Do ponto A ao B, temos uma


TMgST certamente maior, em valor absoluto, que 1 ( K > L). Do ponto D ao E,
entretanto, temos um TMgST certamente menor, em valor absoluto, que 1 ( K <
L).

4
Aqui, a única diferença de nomenclatura para o que define a inclinação das curvas de indiferença,
estudadas na teoria do consumidor, é a palavra técnica ao final do termo. Assim, na teoria do
consumidor, temos a taxa marginal de substituição definindo a inclinação da curva de indiferença. Na
teoria da produção, temos a taxa marginal de substituição técnica definindo a inclinação da
isoquanta.
5
A ordem que é dita importa na montagem da expressão. Se falamos taxa marginal de substituição
entre trabalho e capital, temos TMgST(L,K)= K/ L. Por outro lado, se falamos taxa marginal de
substituição entre capital e trabalho, temos TMgST(K,L)= L/ K.

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Isto acontece porque, quando o capital é intensivamente empregado (ponto


A), os poucos trabalhadores remanescentes efetuam trabalhos mais difíceis e
importantes. Neste ponto é necessário muito capital para substituir um trabalhador.
Quando a mão-de-obra é intensiva, e o capital não é muito prevalecente (ponto E),
qualquer capital adicional substituirá muita mão-de-obra. A regra é a seguinte: o que
temos em muita quantidade será pouco valorizado e o que temos em pouca
quantidade será mais valorizado. Desta feita, quando temos muito capital e pouca
mão-de-obra, é normal que demos mais valor à mão-de-obra (entregamos bastante
capital em troca de pouca mão-de-obra – ponto A da figura 06). Quando temos
muita mão-de-obra e pouco capital, ocorrerá o contrário (entregamos bastante mão-
de-obra em troca de pouco capital – ponto E da figura 06).

Outro ponto não menos importante é notarmos que a TMgST ( K/ L) é o


termo que define a inclinação da isoquanta (veja o apontamento na figura 6).
Assim, como TMgST é decrescente, a inclinação também será. Veja que, no ponto
A, a inclinação da isoquanta é bastante alta (mais vertical), já no ponto E, a
inclinação é bastante baixa (mais horizontal). Assim, por conseguinte, em A, a
TMgST é alta, e, em B, a TMgST é baixa, indicando que ela decresce ao
caminharmos para a direita (ela decresce em valores absolutos, isto é, se não
considerarmos o sinal negativo que a TmgST possui).

Assim como a curva de indiferença, a isoquanta é uma curva convexa, mas


fique atento: quando falamos que a isoquanta ou a curva de indiferença é convexa,
estamos falando que a convexidade é voltada para a origem do gráfico. Caso você
se depare com alguma questão de prova falando que as isoquantas são côncavas
para cima, você deve considerar tal assertiva correta. Na verdade, a questão está
falando que a concavidade (buraco) da curva é para cima. Ora, se a concavidade é
para cima, obrigatoriamente, a convexidade será voltada para baixo, indicando que
a afirmação é correta. Só houve mudança do referencial adotado.

Por fim, é bom que você saiba que, em algumas obras, é usado também
outro termo para se referir à taxa marginal de substituição técnica: taxa técnica de
substituição (TTN).

1.5.2. Linhas de isocustos

A linha de isocustos é uma reta sobre a qual os custos da firma são


constantes para diversas combinações de capital e mão-de-obra. Suponha uma
firma que pague aos seus funcionários o salário de $10 e tenha unidades de capital
no valor de $20. O custo do trabalhador é, portanto, W=10 (usa-se W devido ao
termo em inglês Wage=salário) e o custo do capital é C=20. Veja as linhas de
isocustos abaixo, supondo custos totais da firma nos valores de $1000, $1500 e
$2000:

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Isocustos BB’: 1500 = 10L + 20K  20K = 1500 – 10L  K = 75 – ½.L


Isocustos CC’: 2000 = 10L + 20K  20K = 2000 – 10L  K = 100 – ½.L

Veja que a única diferença entre as equações são os termos 50, 75 e 100.
Estes termos são chamados de interceptos da linha de isocustos. São nestes
pontos que a linha de isocustos intercepta o gráfico no eixo Y (eixo onde está o
capital), daí o nome “intercepto”. Veja que as linhas AA’, BB’ e CC’ interceptam o
eixo do capital em 50, 75 e 100, respectivamente.

Observe que, em todas as equações das linhas de isocustos, o termo que


multiplica a variável L (variável do eixo X) é -½ ou -0,5. Este termo, -½, significa a
inclinação da linha de isocustos. Observe que todas as linhas de isocustos do nosso
gráfico possuem a mesma inclinação. Desta forma, o termo que multiplica o L nas
equações deve ser igual para todas elas. Assim, vem o mais importante: é este
termo que determina a inclinação da linha de isocustos e ele é igual à divisão do
custo da mão-de-obra (W) pelo custo do capital (C).

Daí, podemos concluir que a inclinação da linha de isocustos é dada por -


W/C (é a razão entre os preços dos fatores de produção). Como em nosso
exemplo, os fatores de produção são mão-de-obra e capital, e o preço da mão-de-
obra é $10 e o preço do capital é $20, a inclinação será -$10/$20 = -½.

1.5.3. Ótimo (equilíbrio) da firma no longo prazo

Supondo um nível de produção Q1 da firma, ela maximizará seus lucros


quando, a este nível de produção, minimizar os custos totais. Assim, a condição de
maximização de lucros, a este nível de produção que está sendo suposto,
acontecerá quando a isoquanta que contém este nível de produção Q 1 tocar a linha
de isocustos mais baixa possível. Veja a figura 8

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custo marginal do capital (acréscimo no custo total decorrente da aquisição de mais


uma unidade de capital).

Assim, temos que, dada uma produção Q 1 e os preços da mão-de-obra (W) e


do capital (C), a firma minimizará o custo de produção quando ela utilizar
capital e mão-de-obra até o ponto em que seus custos marginais relativos 7
sejam apenas iguais às suas produtividades marginais relativas. Ou ainda, de
modo mais simples, podemos dizer que a firma atinge o equilíbrio quando a
razão entre as produtividades marginais de mão-de-obra e capital seja igual à
razão de seus preços.

ATENÇÃO 1: a condição acima exposta é a condição de equilíbrio (ótimo) da firma


no longo prazo. Isto significa que, dado um nível de produção, a firma minimiza os
custos (e maximiza os lucros) quando a isoquanta toca a linha de isocustos mais
baixa. Nós dizemos que esta tangência é condição necessária8 para a
minimização de custos e maximização de lucros.

ATENÇÃO 2: a ordem que é dita quando falamos em taxa marginal de substituição


técnica também importa. Por exemplo, se falamos taxa marginal de substituição
entre trabalho e capital, temos TMgST( L,K)= K/ L = PmgL/PmgK. Por outro lado, se
falamos taxa marginal de substituição entre capital e trabalho, temos TMgST( K,L)=
L/ K = PmgK/PmgL.

9. (CESPE/Unb – Economista – Petrobrás) - As isoquantas, que mostram


as diferentes combinações fatoriais que asseguram um determinado nível de
produção, não se podem cruzar.

Comentários:
As isoquantas têm as mesmas características básicas das curvas de indiferença,
quais sejam: não podem se cruzar (premissa da transitividade), têm a sua
inclinação negativa dada pela TmgS, são convexas em relação à origem e as
curvas mais altas são preferíveis.

Gabarito: Certo

10. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serviços de Transportes


Quaviários – ANTAQ – 2009) - Uma das características das isoquantas na

7
Custos marginais relativos significam a relação (fração) entre os custos marginais: CmgX1/CmgX2.
8
Não confunda condição necessária com condição suficiente. O que afirmamos é que a tangência
é condição necessária (mas não é condição suficiente). Assim como ocorre com as curvas de
indiferença na teoria do consumidor, pode haver isoquantas que não seguem o caso geral (não são
convexas). Nestes casos, o ótimo da firma não ocorrerá quando a isoquanta tangencia a linha de
isocustos. Por isso, nós dizemos que a tangência é condição necessária, porém não é condição
suficiente para o ótimo da firma, que significa a sua minimização de custos ou maximização de
lucros.

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teoria da produção é que elas devem ser curvas côncavas em relação à


origem dos eixos cartesianos.

Comentários:
As isoquantas, assim como as curvas de indiferença, devem ser convexas em
relação à origem e côncavas para cima.

Gabarito: Errado

11. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC) - A minimização do custo de produção ocorre quando a taxa
marginal de substituição técnica para os diferentes fatores for inferior ao
preço relativo desses fatores.

Comentários:
A minimização do custo (ótimo da firma) ocorre quando a taxa marginal de
substituição técnica para os diferentes fatores for igual ao preço relativo desses
fatores.

Gabarito: Errado

12. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA) - Aumentos nas taxas de


juros, se repassados ao custo de utilização do capital, deslocam,
paralelamente, as linhas de isocustos das empresas e conduzem à redução
no uso desse insumo.

Comentários:
Se os aumentos nas taxas de juros forem repassados ao custo do capital, então,
haverá alteração do preço do capital. Isto provocará alteração da inclinação da
linha de isocusto, tendo em vista que a inclinação desta é igual à razão dos preços
dos insumos. Se o preço de um insumo muda, então, há alteração da inclinação.

Gabarito: Errado

13. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA) - A minimização dos


custos requer que a inclinação da linha de isocusto seja igual à inclinação da
isoquanta, garantindo, assim, a igualdade entre a taxa marginal de
substituição técnica entre os insumos e o preço relativo desses insumos.

Comentários:
Perfeita! Apenas acrescento que minimização de custos pressupõe também o
ótimo da firma e a maximização de lucros.

Gabarito: Certo

14. (CESPE/Unb - IJSN/ES) - A escolha dos fatores de produção que


minimizam seus custos pode ser determinada ao se encontrar o ponto na
isoquanta que está associado à curva de isocusto mais baixa.

Comentários:

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Moleza, não!
Certa.

1.5.4. FUNÇÕES DE PRODUÇÃO E ISOQUANTAS NOS CASOS ESPECIAIS

No item 1.2, nós estudamos o principal tipo de função de produção: a função


Cobb-Douglas. Já no item 1.5.1, nós vimos como são as isoquantas. No entanto, as
isoquantas que nós estudamos (inclinação decrescente, determinada pela TMgST,
convexa, etc) representam o caso geral, o caso comum.

Da mesma maneira que ocorre na teoria do consumidor, o caso geral destas


isoquantas comuns (convexas, inclinação negativa/decrescente, etc) acontece
quando elas são oriundas de funções de produção Cobb-Douglas. Assim, quando
temos funções de produção Cobb-Douglas, as isoquantas serão obrigatoriamente
naquele formato convencional que aprendemos.

Entretanto, nós temos dois casos especiais em que o caso geral não se
aplica: função de produção de proporções fixas e de insumos substitutos perfeitos.

1.5.4.1. Proporções fixas (fatores de produção são complementos


perfeitos)

Suponha que uma firma funerária que presta serviços a um cemitério tenha
como produto a “fabricação” de buracos, sendo que a única forma de produzir um
buraco é com o emprego de dois insumos de produção: homem (mão-de-obra) e pá
(capital). Para produzir (fazer um buraco), é necessário um homem e uma pá. Pás
extras não têm serventia, já que o homem só usa uma pá para cavar o buraco. Ao
mesmo tempo, homens extras também não têm serventia, uma vez que eles só
podem cavar se houver pás suficientes (uma para cada homem).

Deste modo, o número de buracos que se pode obter será o valor mínimo
entre o total de homens e o total de pás. Neste caso, a função de produção será:

Q (K, L) = mín {K, L}

Esta função de produção se aplica no caso dos insumos de produção serem


complementos perfeitos (também é conhecida por função de produção de Leontief).
Isto é, quando, para produzir, a firma deve combinar os insumos em proporções
fixas (ressalto que não necessita ser na proporção de 1 para 1).

Outro exemplo: um show de televisão envolve determinada quantidade de


capital (máquinas, câmeras, etc) e de mão-de-obra (atores, diretores, cinegrafistas).
Para aumentar o número de shows, a firma deve aumentar proporcionalmente todos
os insumos de produção. Não adiantará nada construir novos estúdios e comprar
equipamento se não houver contratação de mais mão-de-obra. Ao mesmo tempo,

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1.6. RENDIMENTOS DE ESCALA

No item 1.2, nós tivemos alguma noção sobre o que são rendimentos de
escala. Agora é hora de melhorarmos esse entendimento. Pode haver três casos
(em todos eles, vamos supor que estamos dobrando ao mesmo tempo todos os
fatores de produção):

Rendimentos crescentes de escala (ou economias de escala): se a produção


cresce mais do que o dobro quando se dobram todos os insumos, então há
rendimentos crescentes de escala. Neste caso, vale a pena aumentar a quantidade
dos fatores de produção e operar em escala maior (isto é, operar com grande
quantidade de fatores de produção – grandes empresas). Quando temos
rendimentos crescentes de escala, é mais vantajoso ter uma grande empresa
produzindo do que ter muitas empresas pequenas. É o caso da prestação de
serviços de utilidade pública, por exemplo (companhias de energia elétrica, gás,
saneamento, etc).

Rendimentos constantes de escala (ou retornos constantes de escala): se a


produção dobra quando se dobram todos os insumos, então há rendimentos
constantes de escala. Neste caso, é indiferente aumentar a quantidade dos fatores
de produção e operar em escala maior ou aumentar o número de empresas
operando em escala menor. Ou seja, o tamanho da empresa não influencia a
produtividade dos insumos. É o caso das agências de viagem, por exemplo.

Rendimentos decrescentes de escala (ou deseconomias de escala): se a


produção aumenta em menos que o dobro quando se dobram os insumos, então há
rendimentos decrescentes de escala. A existência de rendimentos decrescentes
está ligada a problemas de administração e coordenação das tarefas dentro de uma
empresa. É uma situação em que há alguma falha na coordenação das atividades
de produção, caso contrário não teríamos essa situação em que aumentamos
proporcionalmente todos os insumos, mas a produção aumenta em proporção
menor. Como a existência de rendimentos decrescentes está ligada a problemas de
administração e coordenação, é mais comum que ocorra em empresas com
operações em grande escala, onde é mais provável que ocorram tais problemas.

Os rendimentos de escala variam substancialmente entre as empresas e até


mesmo entre os setores de produção. Por exemplo, empresas do tipo indústria têm
maior probabilidade de apresentar rendimentos crescentes de escala (economias de
escala) do que empresas do setor de serviços, pois a atividade industrial exige
vultosos investimentos em equipamentos (capital). Assim, na indústria, a compra de
uma máquina moderna (aumento do fator de produção capital) junto com o aumento
de mão-de-obra pode aumentar bastante a produção da firma.

Por outro lado, as empresas do setor de serviços geralmente operam com


rendimentos de escala menores que as indústrias. Assim, para aquelas, trabalhar
com poucos insumos de produção (poucos trabalhadores e máquinas) pode ser tão
eficiente quanto trabalhar com muitos fatores de produção.

Podemos inferir algumas conclusões a partir da disposição das isoquantas:

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Em primeiro lugar, não vou me ater ao fato do que é ou não é, do ponto de


vista matemático, uma função homogênea. Apenas tenha em mente que as funções
de produção abarcadas nas questões de concurso são homogêneas, ok?! Mesma
que a questão não diga nada, as funções de produção são sempre homogêneas.
Aliás, de fato, tal informação não muda em nada a nossa análise.

Apenas estou trazendo à luz tal fato para que você não estranhe caso
apareça algum enunciado de questão dizendo que a função é homogênea. Muitos
podem se assustar e achar que isso (a função ser homogênea) é uma exceção ou
um caso diferente. Fique tranquilo, isso não muda em nada o que estudamos nesta
aula.

Este item consta de nossa aula porque algumas bancas, às vezes, nos
pedem para informar, a partir da função de produção, se a produção apresenta
rendimentos constantes, crescentes ou decrescentes de escala. Para tirarmos
alguma conclusão sobre os rendimentos de escala, devemos saber o grau de
homogeneidade da função de produção. Assim, teremos o seguinte:

GRAU DE HOMOGENEIDADE SITUAÇÃO


ENTRE GRAU 0 E 1 Rendimentos DECRESCENTES
GRAU 1 Rendimentos CONSTANTES
GRAU MAIOR QUE 1 Rendimentos CRESCENTES

Tão importante quanto conhecer isso aí acima é saber como descobrir o grau
de homogeneidade das funções de produção. Quando tivermos funções Cobb-
Douglas (Q=Ka.Lb), é bastante fácil; basta somarmos os expoentes a e b. Por
exemplo, veja os graus de homogeneidade das funções homogêneas de produção
abaixo:

Q=3KL2  grau 3 (a=1 e b=2)  rendimentos crescentes (economias de escala)

Q=K1/2L1/2  grau 1 (a=½ e b=½)  rendimentos constantes

Q=K1/3L1/3  grau 0,66 (a=0,33 e b=0,33)  rendimentos decrescentes


(deseconomias de escala)

Quando a função é do tipo Cobb-Douglas, portanto, tudo é muito tranquilo. O


maior problema reside quando a função não é do tipo Cobb-Douglas. Nestes casos,
existe um bizú. Os retornos de escala estão relacionados com o aumento da
produção em virtude do aumento da quantidade de insumos. Se dobrarmos a
quantidade de insumos e a produção mais que dobrar, teremos retornos crescentes
de escala. Se, em vez de dobrarmos a quantidade de insumos, triplicarmos,
quadriplicarmos, ou multiplicarmos por uma constante ( pode assumir qualquer
valor) e a produção (Q) aumentar mais que multiplicada por Q, teremos retornos
crescentes. Se a produção aumentar menos que multiplicada Q, teremos retornos
decrescentes; se a produção aumentar no mesmo valor que .Q, há rendimentos
constantes. Ao mesmo tempo, ao terminarmos o procedimento, o expoente de
será o grau de homogeneidade da função de produção.

Tentemos descobrir o grau de homogeneidade das seguintes funções:

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Q=3L + 2K (multiplicaremos todos os insumos por )


Q’=3( L) + 2( K)
Q’= (3L + 2K)
Q’= Q

A nova produção (Q’) é exatamente a antiga multiplicada por . Logo, conclui-


se que há rendimentos constantes de escala, pois multiplicaram-se os insumos por
e a produção resultante foi Q . Como o expoente de , ao final do procedimento, é
igual a 1, podemos também afirmar que a referida função de produção possui grau
de homogeneidade igual a 01.

Q=(2L + 2K)1/2
Q’=[2.( L) + 2.( K)]1/2
Q’=[ .(2L + 2K)]1/2
Q’=[ 1/2.(2L + 2K)1/2]
Q’= 1/2.(2L + 2K)1/2
Q’= 1/2.Q

A nova produção (Q’) é exatamente a antiga multiplicada por 1/2. Logo,


conclui-se que o grau de homogeneidade da função de produção é ½ (expoente de
) e temos rendimentos decrescentes de escala (deseconomias de escala).

Q=K2 + L2
Q’=( K)2 + ( L)2
Q’= 2(K2 + L2)
Q’= 2.Q

A nova produção Q’ é exatamente a antiga multiplicada por 2. O grau da


função é 2 (expoente de ) e temos rendimentos crescentes de escala (economias
de escala).

Q=K2/L2
Q’=( K)2/( L)2
Q’= 2K2/ 2L2
Q’= 2-2.K2/L2
Q’= 0Q
Q’=Q

A nova produção Q’, mesmo após multiplicarmos todos os insumos por , não
mudou de valor (Q=Q’). Isto acontece por que o expoente de é igual a 0, ou seja, a
função é homogênea de grau 0. Também, como o grau é menor que 1, temos
rendimentos decrescentes de escala (deseconomias de escala).

Os casos acima, repito, são de funções que não são do tipo Cobb-Douglas.
Se tivermos funções Cobb-Douglas, o procedimento é somar os expoentes dos
insumos e verificar se é igual, menor ou maior que 01. Caso apareça alguma função
que não seja Cobb-Douglas, aí, o melhor é fazer como postado acima.

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Nota: as funções de produção de Leontief, do tipo Q=min{K, L}, de proporções fixas,


são homogêneas de grau um, sempre. Isto quer dizer que se dobrarmos os fatores
de produção, a produção também dobrará. Logo, todas as funções de produção de
Leontief, para insumos complementos perfeitos, possuem rendimentos constantes
de escala.

15. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC) - Caso a fabricação de determinada mercadoria exija que os insumos
sejam combinados em proporções fixas, então, a função de produção desse
bem gera isoquantas formadas por ângulos retos paralelos.

Comentários:
Quando os insumos devem ser combinados em proporções fixas, as isoquantas
têm o formato de um L, ou seja, formadas por ângulos retos paralelos. Veja a figura
08.

Gabarito: Certo

16. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC) - Aumentos salariais, decorrentes de negociações sindicais bem-
sucedidas, elevam os gastos das empresas com mão-de-obra, mas não
modificam a inclinação da linha de isocusto.

Comentários:
Aumentos salariais provocam o aumento do preço/custo do fator de produção mão-
de-obra. A inclinação da linha de isocustos é dada pela razão entre os preços dos
fatores de produção (inclinação=-W/C). Se houver alteração da razão –W/C, então,
haverá alteração da inclinação da linha de isocustos.

Gabarito: Errado

17. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior – MDIC) - O fato de um


supermercado reduzir seus custos administrativos em decorrência da
abertura de uma nova filial é compatível com a existência de economias
internas de escala dentro dessa empresa.

Comentários:
A existência de rendimentos crescentes de escala (economias de escala) está
intimamente ligado à produção de grandes empresas, onde há vantagem em
operar em grandes escalas (grande quantidade de fatores de produção). O
supermercado é um exemplo deste tipo de negócio, onde há vantagem em operar
em larga escala, uma vez que há economias de escala.

Gabarito: Certo

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18. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC) - Em funções de produção caracterizadas pela existência de
proporções fixas na utilização dos insumos, as isoquantas são representadas
por linhas retas paralelas.

Comentários:
Em funções de produção caracterizadas pela existência de proporções fixas na
utilização dos fatores de produção, as isoquantas são representadas por ângulos
retos paralelos (isoquantas em formato de L). As isoquantas são representadas por
linhas retas quando os fatores de produção são substitutos perfeitos.

Gabarito: Errado

19. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC) - Caso a sindicalização dos trabalhadores de determinada indústria
se traduza em salários mais elevados, isso modificará a inclinação da linha de
isocusto para as firmas que compõem essa indústria.

Comentários:
A inclinação da linha de isocustos é dada pela razão entre os preços dos fatores de
produção. Se o preço de um fator de produção é alterado (neste caso, há elevação
do preço do fator mão-de-obra – salários), então, há alteração da inclinação da
linha de isocustos.

Gabarito: Certo

20. (CESPE/Unb - Economista – MPU) - Quando há rendimentos crescentes


de escala as isoquantas situam-se cada vez mais próximas umas das outras,
à medida que os insumos aumentam.

Comentários:
O espaçamento entre as isoquantas nos permite tirar conclusões acerca dos
rendimentos de escala. Conforme se depreende da figura 11 da aula, podemos
concluir que há rendimentos crescentes de escala quando as isoquantas situam-se
cada vez mais próximas umas das outras.

Gabarito: Certo

21. (CESPE/Unb - IJSN/ES) - Quando há movimento para baixo ao longo da


curva, a isoquanta para insumos substitutos perfeitos possui taxa marginal
de substituição técnica decrescente.

Comentários:
A isoquanta para insumos substitutos perfeitos possui TMgST constante (ela é
decrescente no caso normal).

Gabarito: Errado

22. (CESPE/Unb - ANAL. DE MEIO AMB. E RECURSOS HÍD-CIENCIAS

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ECONÔMICAS - IEMA/SEAMA) - Supondo-se que, na produção de serviços de


proteção ao meio ambiente, funcionários e material de escritório sejam
fatores complementares, então, as isoquantas entre esses dois insumos são
linhas retas paralelas.

Comentários:
Se os fatores de produção (funcionários e material de escritório) são
complementares, então, as isoquantas são em formato de L.

Gabarito: Errado

23. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA) - Em resposta ao aumento


do custo da mão-de-obra, o uso da automatização pelas empresas que
administram grandes estacionamentos públicos - como aqueles dos
shopping centers e aeroportos - é consistente com a existência de uma
tecnologia caracterizada por isoquantas em formato de L.

Comentários:
Neste caso, os fatores (mão-de-obra e máquinas) são substitutos, pois as
empresas estão substituindo a mão-de-obra pelas máquinas. Então, as isoquantas
serão retas parelelas.

Gabarito: Errado

24. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA) - A função de produção


dada pela expressão Q = 10(K+L) apresenta rendimentos crescentes de
escala.

Comentários:
Esta função de produção não é Cobb-Douglas (se fosse Cobb-Douglas, era bem
fácil, pois bastaria somar os expoentes e determinar os rendimentos de escala pelo
grau de homogeneidade).

Assim, vamos ter que multiplicar ambos os fatores por “t” e verificar qual vai ser o
valor da nova produção Q´:

Q´ = 10(t.K + t.L)
Q´ = 10t(K + L)
Q´ = t[10(K + L)]
Q´ = tQ

A nova produção (Q’) é exatamente a antiga multiplicada por t. Logo, conclui-se


que há rendimentos constantes de escala, pois multiplicaram-se os insumos por t
e a produção resultante foi Qt. Como o expoente de t, ao final do procedimento, é
igual a 1, podemos também afirmar que a referida função de produção possui grau
de homogeneidade igual a 01.

Gabarito: Errado

25. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA) - Supondo-se que

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determinada empresa utilize os fatores de produção em proporções fixas,


então, para essa empresa, a taxa marginal de substituição técnica entre esses
insumos é infinita.

Comentários:
Quando as isoquantas são em formato de L, não se determina o valor da TMgST.
No trecho vertical do L, ela será igual a infinito (pois L=0); já no trecho horizontal,
ela será igual a zero (pois K=0).

Obs: lembre-se de que a TMgST= K/ L

Gabarito: Errado

Agora, para terminar a aula, vejamos mais algumas questões comentadas.

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QUESTÕES COMENTADAS

26. (CESPE - Analista de Gestão Educacional – Economia – SEDF - 2017) -


Com referência à teoria microeconômica da produção e às respectivas
estruturas de mercado, julgue o item subsequente.

A produtividade marginal é obtida a partir da divisão do produto total pelo


fator variável trabalho.

Comentários:
A produtividade marginal do trabalho é a divisão da variação da produção (∆Q) pela
variação do fator do trabalho (∆L). Pmg = ∆Q/∆L.

A divisão do produto total pelo fator variável trabalho é o produto médio do trabalho:
PmeL = Q/L.

Gabarito: Errado

27. (CESPE - Analista de Gestão Educacional – Economia – SEDF - 2017) -


Em relação às funções de custo de produção, julgue o próximo item.

Diz-se que uma firma possui produção constante quando uma determinada
combinação de seus fatores de produção proporciona dois níveis distintos de
produção.

Comentários:
Essa não é uma questão muito comum, fala de produção constante.

Podemos resolvê-la mais por interpretação do que qualquer aplicação da teoria


microeconômica.

Dado que a produção é constante, uma determinada combinação de seus fatores de


produção proporciona O MESMO nível de produção.

Gabarito: Errada

(CESPE - Auditor de Controle Externo – Planejamento - Economia - TCE-PA -


2016)

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Considere uma função de produção que utilize capital (K) e trabalho (L),
estando as isoquantas dessa produção (Q) descritas na figura apresentada. A
partir desses dados, julgue o item que se segue.

28. A referida função de produção apresenta rendimentos constantes à


escala.

Comentários:
Temos rendimentos constantes de escala quando os insumos de produção forem
aumentados na mesma proporção e a produção também aumenta nessa mesma
proporção. Dobrando-se os insumos, por exemplo, temos o dobro de produção.

Observando a figura trazida pela questão, percebemos que, se passarmos da


primeira isoquanta para a segunda, temos que K=2 passa para K=3 (aumento de
50%), L=4 passa para L=6 (aumento de 50%) e Q=8 passa para Q=12 (aumento de
50%).

Ora, neste caso, um aumento de 50% nos fatores de produção leva a um aumento
de 50% na produção, portanto temos rendimentos constantes de escala.

Qualquer outro mudança entre as isoquantas na figura acima aponta para


rendimentos constantes de escala.

Gabarito: Certo

29. As isoquantas apresentadas representam o capital e o trabalho como


substitutos perfeitos na produção.

Comentários:
Conforme tópico 1.5.4.2, quando as isoquantas apresentam o formato acima, os
dois fatores de produção são substitutos perfeitos e a TMgST é constante.

Gabarito: Certo

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Gabarito: Certo

32. (Cespe/Unb – Economista – TCE/SC – 2016) - A taxa marginal de


substituição técnica em cada ponto da isoquanta corresponde à quantidade
de capital que pode ser substituída por determinada quantidade de trabalho
com o objetivo de aumentar a produção.

Comentários:
A taxa marginal de substituição técnica em cada ponto da isoquanta corresponde à
quantidade de capital que pode ser substituída por determinada quantidade de
trabalho com o objetivo de manter o mesmo nível de produção (lembre-se de que,
ao longo de uma a isoquanta, o nível de produção é sempre o mesmo).

Gabarito: Errado

33. (Cespe/Unb – Economista – TCE/SC – 2016) - Constitui exemplo de


rendimentos de escala crescentes a função de produção X=0,5KL, em que X é
a produção física total, K é a quantidade dos recursos de capital e L é a
quantidade de trabalho.

Comentários:
A função de produção da questão é homogênea de grau 2. Ou seja, de fato, temos
rendimentos crescentes de escala.

Gabarito: Certo

A respeito das funções de produção e suas propriedades, julgue os seguintes


itens, considerando os insumos x e y e a produção

34. (Cespe/Unb – Economista – DPU – 2016) - A função Q=-5+x+y indica que


os bens são substitutos, sendo a taxa marginal de substituição entre os dois
bens igual a 1.

Comentários:
Pelo formato da função, podemos perceber que ela se refere sim a fatores
substitutos perfeitos. O formato da função de produção nestes casos é este:

Q (x, y) = a.x + b.y

Onde a e b são números quaisquer e positivos. Observe que o x e o y não podem


estar elevados a nenhuma potência (se estiverem, estaremos falando de funções
“quase-lineares”). Também não há problema em haver um número qualquer além
dos termos a.x e b.y. Assim, o “-5” não é um problema. Não desconfigura nossa
equação como representativa de fatores substitutos perfeitos.

Agora, vamos calcular a taxa marginal de substituição:

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Gabarito: Certo

35. (Cespe/Unb – Economista – DPU – 2016) - A função Q=x+y0,5 é do tipo


quase-linear, sendo a taxa marginal de substituição entre os dois bens
expressa por 2y0,5.

Comentários:
Não vimos em nossa aula o que são funções quase-lineares. Na verdade, este é um
tema até mais de Matemática que de Economia.

Uma função de produção (ou utilidade) quase-linear é aquela que possui o seguinte
formato:

Q = x + f(y)

No exemplo acima, a função é linear na variável x, mas possivelmente não é linear


em y.

São exemplos de funções quase-lineares:

Q = x0,5 + y (é linear em y, mas não é linear em x)


Q = ln x + y (é linear em y, mas não é linear em x)

Olhando a questão do enunciado, observamos que ela é sim quase-linear (ou


também podemos chamar de parcialmente linear).

Agora, vamos calcular a taxa marginal de substituição:

Gabarito: Certo

36. (Cespe/Unb – Economista – DPU – 2016) - A função Q=x0,5y0,5 é do tipo


Cobb-Douglas e a taxa marginal de substituição entre o bem y e o bem x é
expressa pela razão y/x.

Comentários:

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A primeira parte da assertiva está certa. A função Q=x0,5y0,5 é do tipo Cobb-Douglas.

Agora, vamos calcular a taxa marginal de substituição entre y e x:

Pelo resultado, o gabarito seria certo. No entanto, a banca considerou o item como
Errado.

A única explicação para seria o entendimento de que a taxa marginal de


substituição entre os bens y e x seria calculada com com o Pmgy no numerador e
com Pmgx no denominador, algo com que não concordamos (pois não é o certo).
Assim, no nosso entendimento, a questão está certa, apesar do gabarito da banca
examinadora.

Gabarito: Errado (a nosso ver, Certo)

A função de produção de uma firma é expressa por , em que Y é


a quantidade produzida do bem homogêneo, K é o estoque de capital e L é a
quantidade de trabalho. Supondo que a firma opere em um mercado em que
os preços do insumo capital e do insumo trabalho, em unidades monetárias,
sejam r=2 e w=4 respectivamente, julgue os itens seguintes a respeito desse
mercado.

37. (Cespe/Unb – Economista – ENAP – 2015) - A firma utiliza as mesmas


quantidades de capital e trabalho em sua produção.

Comentários:
Vamos calcular as quantidades ótimas de K e L.

Sabemos que no ponto ótimo:

Nós vimos na aula que a TmgST é igual à razão dos produtos marginais dos fatores
de produção K e L. Assim:

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O PmgL equivale a:

Agora, vamos calcular o PmgK:

Agora, vamos substituir os valores de PmgL e PmgK em (1):

Gabarito: Certo

38. (Cespe/Unb – Economista – ENAP – 2015) - A firma exibe retornos


constantes à escala.

Comentários:
A função de produção é homogênea de grau 1 (a soma dos expoentes é 1/3+2/3=1).
Ou seja, de fato, a produção possui retornos constantes de escala.

Gabarito: Certo

39. (Cespe/Unb – Economista – ENAP – 2015) - O produto marginal do


trabalho é crescente.

Comentários:
Vamos calcular o produto marginal do trabalho:

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Pelo resultado, percebe-se que, quanto maior o L, menor o PmgL. Ou seja, o


produto marginal do trabalho (PmgL) é decrescente em relação à quantidade de
trabalhadores (L).

Gabarito: Errado

Determinada firma combina capital (K) e trabalho (L) por meio da função de
produção Q=K L , em que Q representa a quantidade produzida do bem e e
são constantes positivas. Com base nessa situação hipotética, julgue os
itens a seguir.

40. (Cespe/Unb – Analista Judiciário – Economia – TJ/SE – 2014) - A


isoquanta é o lugar geométrico dos pontos em que a taxa marginal de
substituição técnica permanece constante para vários níveis de produção Q.

Comentários:
A isoquanta é o lugar geométrico dos pontos em que a taxa marginal de substituição
técnica varia para mesmos níveis de produção Q.

Gabarito: Errado

41. (Cespe/Unb – Analista Judiciário – Economia – TJ/SE – 2014) - A taxa


marginal de substituição técnica (TMST) entre os fatores capital e trabalho é
dada por TMST (K,L) = -(a/B)(L/K).

Comentários:
Aqui, devemos ficar atentos à ordem em que foram apresentados os fatores de
produção. Se falamos taxa marginal de substituição entre trabalho e capital, temos
TMgST(L,K)= K/ L = PmgL/PmgK.

Por outro lado, se falamos taxa marginal de substituição entre capital e trabalho,
temos TMgST(K,L)= L/ K = PmgK/PmgL.

Dito isto, vamos calcular a taxa marginal de substituição entre K e L:

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Gabarito: Certo

42. (Cespe/Unb – Analista Judiciário – Economia – TJ/SE – 2014) - Se


houver retornos constantes de escala na função de produção, então a
produtividade marginal do trabalho será uma função homogênea de grau zero.

Comentários:
Para resolver esta questão, vamos supor a seguinte função de produção: Q=KaLB

Para saber o grau de homogeneidade do produto marginal do trabalho, vamos


calcular o PmgL:

Se tivermos uma função de produção com retornos constantes de escala, isto


significa que o somatório dos expoentes da função de produção Q deve ser a+b=1.

Observe que, nesta hipótese de a+b=1, o grau de homogeneidade da função PmgL


será igual a zero.

Gabarito: Certo

Considerando a função de produção Cobb-Douglas descrita por


, em que x e y são os fatores de produção e A e B, os parâmetros, julgue
os itens subsequentes.

43. (Cespe/Unb - Economista – Suframa – CESPE – 2014) - A produtividade


média e a produtividade marginal do insumo Y são dadas, respectivamente,
por e .

Comentários:
Vamos começar o cálculo pelo produto marginal de Y:

Agora, vamos calcular o produto médio de Y:

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Gabarito: Certo

44. (Cespe/Unb - Economista – Suframa – CESPE – 2014) - Se a tecnologia


de produção tem rendimentos constantes à escala, então a produtividade
marginal dos fatores é constante.

Comentários:
Não existe, necessariamente, uma correlação obrigatória entre a produtividade
marginal dos fatores e os rendimentos de escala da tecnologia de produção.

Por exemplo, podemos ter uma tecnologia de produção com retornos constantes de
escala e, ao mesmo tempo, produtividade marginal decrescente (que é o mais
comum de acontecer, inclusive).

Gabarito: Errado

45. (Cespe/Unb - Economista – Suframa – CESPE – 2014) - Se a+ >0, a


economia apresenta rendimentos crescentes à escala.

Comentários:
Para termos rendimentos crescentes de escala, é necessário que a+b>1.

Gabarito: Errado

Teorias da firma e da produção procuram caracterizar comportamentos


racionais de uma empresa em ambientes competitivos ou não. Com relação a
esse assunto, julgue os itens que se seguem.

46. (Cespe/Unb – Auditor de Controle Externo – Economia – TCE/RO – 2013)


- Segundo a lei do produto marginal decrescente, o produto marginal diminui à
medida que se utiliza no longo prazo mais e mais dos fatores de produção
envolvidos.

Comentários:
A lei do produto marginal decrescente possui aplicação em curto prazo, porque
consideramos que um fator de produção possui rendimento marginal decrescente
na hipótese em que o outro fator de produção se mantém fixo (ou seja, é aplicação
ou conceito exclusivamente aplicável em análise de curto prazo).

Gabarito: Errado

47. (Cespe/Unb – Auditor de Controle Externo – Economia – TCE/RO – 2013)


- É possível que haja rendimentos constantes de escala e produto marginal
decrescente para uma dada tecnologia.

Comentários:

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Sim, é possível. Aliás, esta é uma situação muito comum (ocorre, por exemplo, com
funções de produção Cobb-Douglas homogêneas de grau um).

Gabarito: Certo

48. (Cespe/Unb – Auditor de Controle Externo – Economia – TCE/RO – 2013)


– Em uma função de produção Cobb-Douglas da forma f(x,y)=Axayb, em que
A>0, a>b, b>0 e a+b=1, pode-se interpretar o parâmetro A como a escala de
produção e os parâmetros (a e b) como a mensuração das participações dos
insumos (x, y) na produção.

Comentários:
Questão correta, conforme definimos logo o início da aula, quando comentamos os
significados dos parâmetros da função Cobb-Douglas.

Gabarito: Certo

Considerando uma função de produção Cobb-Douglas dada por y=K L , em


que y indica o montante produzido de determinado bem para cada quantidade
K de capital, e cada quantidade L de trabalho, julgue os itens subsequentes.

49. (Cespe/Unb – Perito – Economia – MPU – 2013) - Se + =1, a


produtividade marginal do trabalho é uma função homogênea de grau zero.

Comentários:
Observe que o item não nos pede o grau de homogeneidade da função de produção
y, mas sim da função produtividade marginal do trabalho.

Vejamos qual o será a produtividade marginal do trabalho desta função:

Observe que a função acima é uma função tipo Cobb-Douglas. Suas variáveis são K
e L. Portanto, o grau de homogeneidade será a soma dos expoentes dessas
variáveis:

Como a assertiva trabalha com a informação de que + =1, então, o produto


marginal do trabalho é função homogênea de grau zero.

Gabarito: Certo

50. (Cespe/Unb – Perito – Economia – MPU – 2013) - Se r e w são,


respectivamente, os preços do K e do L, então a combinação ótima desses
insumos para determinado custo C se dá no ponto em que

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Comentários:
A combinação ótima acontecerá quando TmgST for igual aos preços relativos de K
e L.

Façamos os cálculos:

Nós vimos na aula que a TmgST é igual à razão dos produtos marginais dos fatores
de produção K e L. Assim:

O PmgL já foi calculado na questão anterior e equivale a:

Agora, vamos calcular o PmgK:

Agora, vamos substituir os valores de PmgL e PmgK em (1):

Eu vou levar as variáveis K e L que estão no denominador para o numerador (e,


assim, terei que inverter os sinais dos seus expoentes):

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A alternativa isolou K/L. Então vamos fazer o mesmo, chegando ao resultado final:

Gabarito: Certo

51. (Cespe/Unb – Perito – Economia – MPU – 2013) - A taxa marginal de


substituição técnica de L por K é igual a

Comentários:
A TmgST é a razão dos produtos marginais de L e de K, respectivamente.

Felizmente, já fizemos esse cálculo na questão anterior:

Gabarito: Errado

A função de produção Cobb-Douglas de uma firma é dada por y=K L , em que


y representa a quantidade de produto que a firma consegue produzir para
diferentes quantidades de capital K e trabalho L.

Com base nessas informações, julgue o item subsequente.

52. (Cespe/Unb – Especialista em Regulação – ANCINE – 2013) - Se + =1, a


função de produção apresenta retornos constantes de escala.

Comentários:
Questão bastante fácil. Se a função é homogênea de grau um, então, temos
retornos constantes de escala.

Gabarito: Certo

Julgue os itens a seguir, acerca de microeconomia.

53. (Cespe/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) - A lei dos


rendimentos decrescentes está associada ao fato de que, quando um dos
fatores de produção é fixo, o decréscimo do produto marginal é uma regra
geral.

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Comentários:
Questão tranquila.
Observe para o fato de que a lei dos rendimentos decrescentes é válida em uma
situação de curto prazo (quando um fato é fixo). Nesta situação, em regra, o produto
marginal do fator variável é decrescente.

Gabarito: Certo

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/Unb – Analista Legislativo – Câmara dos Deputados – 2002) - Se a


função de produção de serviços administrativos da Câmara dos Deputados
apresentar rendimentos constantes de escala, então, mesmo dobrando-se o número
de servidores administrativos, de máquinas e de computadores não será possível
alterar a produção de tais serviços.

2. (CESPE/Unb - Controlador de Recursos Municipais – PMV/ES - 2008) - O


fato de que construir e operar uma fábrica capaz de produzir diariamente 2.500
automóveis não exige 2,5 vezes mais trabalho, talento empresarial, equipamentos e
espaço físico do que o necessário para produzir 1.000 automóveis explica-se pela
existência de retornos crescentes de escala na indústria automobilística.

3. (CESPE/Unb – Analista Legislativo - Câmara dos Deputados - 2002) - De


acordo com a lei dos rendimentos decrescentes, quando o emprego aumenta, a
produtividade marginal do trabalho diminui não porque os trabalhadores adicionais
sejam mais ineficientes, mas porque mais trabalhadores estão sendo usados em
relação aos demais fatores produtivos.

4. (CESPE/Unb - Petrobras – Economista – 2007) - De acordo com a lei dos


rendimentos decrescentes, quando o emprego aumenta, a produtividade marginal
do trabalho diminui, não porque os trabalhadores adicionais sejam mais ineficientes,
mas porque mais trabalhadores estão sendo usados em relação aos demais fatores
produtivos.

5. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC - 2009) - O crescimento da produtividade média do trabalho, mantendo-se
constante os demais insumos, é incompatível com a existência de uma
produtividade marginal superior ao produto médio.

6. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - Ciências Econômicas -


SEGER/ES – 2009) - A lei dos rendimentos decrescentes exclui a possibilidade de,
no processo produtivo, a produtividade marginal de determinado insumo ser
crescente.

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7. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas - TCE/AC


- 2008) - A produtividade marginal atinge seu ponto máximo quando o produto
médio é crescente.

8. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – UEPA – 2008) - A lei dos rendimentos


decrescentes, aplicada ao fator trabalho, implica que a produtividade marginal do
trabalhado se reduz, caso o aumento do emprego se faça mantendo-se os demais
insumos inalterados.

9. (CESPE/Unb – Economista – Petrobrás – 2007) - As isoquantas, que


mostram as diferentes combinações fatoriais que asseguram um determinado nível
de produção, não se podem cruzar.

10. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serviços de Transportes


Quaviários – ANTAQ – 2009) - Uma das características das isoquantas na teoria da
produção é que elas devem ser curvas côncavas em relação à origem dos eixos
cartesianos.

11. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC - 2008) - A minimização do custo de produção ocorre quando a taxa
marginal de substituição técnica para os diferentes fatores for inferior ao preço
relativo desses fatores.

12. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA - 2008) - Aumentos nas taxas


de juros, se repassados ao custo de utilização do capital, deslocam, paralelamente,
as linhas de isocustos das empresas e conduzem à redução no uso desse insumo.

13. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA - 2008) - A minimização dos


custos requer que a inclinação da linha de isocusto seja igual à inclinação da
isoquanta, garantindo, assim, a igualdade entre a taxa marginal de substituição
técnica entre os insumos e o preço relativo desses insumos.

14. (CESPE/Unb - IJSN/ES – 2011) - A escolha dos fatores de produção que


minimizam seus custos pode ser determinada ao se encontrar o ponto na isoquanta
que está associado à curva de isocusto mais baixa.

15. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC -2009) - Caso a fabricação de determinada mercadoria exija que os
insumos sejam combinados em proporções fixas, então, a função de produção
desse bem gera isoquantas formadas por ângulos retos paralelos.

16. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC -2009) - Aumentos salariais, decorrentes de negociações sindicais bem-
sucedidas, elevam os gastos das empresas com mão-de-obra, mas não modificam
a inclinação da linha de isocusto.

17. (CESPE/Unb - Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) - O fato de um


supermercado reduzir seus custos administrativos em decorrência da abertura de
uma nova filial é compatível com a existência de economias internas de escala
dentro dessa empresa.

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18. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC – 2008) - Em funções de produção caracterizadas pela existência de
proporções fixas na utilização dos insumos, as isoquantas são representadas por
linhas retas paralelas.

19. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - Ciências Econômicas –


TCE/AC – 2008) - Caso a sindicalização dos trabalhadores de determinada indústria
se traduza em salários mais elevados, isso modificará a inclinação da linha de
isocusto para as firmas que compõem essa indústria.

20. (CESPE/Unb - Economista – MPU – 2010) - Quando há rendimentos


crescentes de escala as isoquantas situam-se cada vez mais próximas umas das
outras, à medida que os insumos aumentam.

21. (CESPE/Unb - (IJSN/ES – 2010) - Quando há movimento para baixo ao longo


da curva, a isoquanta para insumos substitutos perfeitos possui taxa marginal de
substituição técnica decrescente.

22. (CESPE/Unb - ANAL. DE MEIO AMB. E RECURSOS HÍD-CIENCIAS


ECONÔMICAS - IEMA/SEAMA - 2007) - Supondo-se que, na produção de serviços
de proteção ao meio ambiente, funcionários e material de escritório sejam fatores
complementares, então, as isoquantas entre esses dois insumos são linhas retas
paralelas.

23. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA - 2008) - Em resposta ao


aumento do custo da mão-de-obra, o uso da automatização pelas empresas que
administram grandes estacionamentos públicos - como aqueles dos shopping
centers e aeroportos - é consistente com a existência de uma tecnologia
caracterizada por isoquantas em formato de L.

24. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA - 2008) - A função de produção


dada pela expressão Q = 10(K+L) apresenta rendimentos crescentes de escala.

25. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA - 2008) - Supondo-se que


determinada empresa utilize os fatores de produção em proporções fixas, então,
para essa empresa, a taxa marginal de substituição técnica entre esses insumos é
infinita.

26. (CESPE - Analista de Gestão Educacional – Economia – SEDF - 2017) - Com


referência à teoria microeconômica da produção e às respectivas estruturas de
mercado, julgue o item subsequente.

A produtividade marginal é obtida a partir da divisão do produto total pelo fator


variável trabalho.

27. (CESPE - Analista de Gestão Educacional – Economia – SEDF - 2017) -


Em relação às funções de custo de produção, julgue o próximo item.

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Diz-se que uma firma possui produção constante quando uma determinada
combinação de seus fatores de produção proporciona dois níveis distintos de
produção.

(CESPE - Auditor de Controle Externo – Planejamento - Economia - TCE-PA - 2016)

Considere uma função de produção que utilize capital (K) e trabalho (L), estando as
isoquantas dessa produção (Q) descritas na figura apresentada. A partir desses
dados, julgue o item que se segue.

28. A referida função de produção apresenta rendimentos constantes à escala.

29. As isoquantas apresentadas representam o capital e o trabalho como


substitutos perfeitos na produção.

30. A função de produção em questão respeita a lei dos rendimentos marginais


decrescentes.

31. (Cespe/Unb – Economista – TCE/SC – 2016) - Em uma firma que opera com
capital constante no curto prazo, aumento na quantidade de trabalho faz que o
produto marginal e o produto médio do trabalho cresçam e depois tendam a cair.
Nesse processo, enquanto o produto médio cresce, o produto marginal é maior que
o médio; e, enquanto o produto médio diminui, o produto marginal é menor que o
produto médio.

32. (Cespe/Unb – Economista – TCE/SC – 2016) - A taxa marginal de


substituição técnica em cada ponto da isoquanta corresponde à quantidade de
capital que pode ser substituída por determinada quantidade de trabalho com o
objetivo de aumentar a produção.

33. (Cespe/Unb – Economista – TCE/SC – 2016) - Constitui exemplo de


rendimentos de escala crescentes a função de produção X=0,5KL, em que X é a

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produção física total, K é a quantidade dos recursos de capital e L é a quantidade de


trabalho.

34. (Cespe/Unb – Economista – DPU – 2016) - A função Q=-5+x+y indica que os


bens são substitutos, sendo a taxa marginal de substituição entre os dois bens igual
a1

35. (Cespe/Unb – Economista – DPU – 2016) - A função Q=x+y 0,5 é do tipo


quase-linear, sendo a taxa marginal de substituição entre os dois bens expressa por
2y0,5.

36. (Cespe/Unb – Economista – DPU – 2016) - A função Q=x0,5y0,5 é do tipo


Cobb-Douglas e a taxa marginal de substituição entre o bem y e o bem x é expressa
pela razão y/x.

37. (Cespe/Unb – Economista – ENAP – 2015) - A firma utiliza as mesmas


quantidades de capital e trabalho em sua produção.

38. (Cespe/Unb – Economista – ENAP – 2015) - A firma exibe retornos


constantes à escala.

39. (Cespe/Unb – Economista – ENAP – 2015) - O produto marginal do trabalho


é crescente.

Determinada firma combina capital (K) e trabalho (L) por meio da função de
produção Q=K L , em que Q representa a quantidade produzida do bem e e são
constantes positivas. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

40. (Cespe/Unb – Analista Judiciário – Economia – TJ/SE – 2014) - A isoquanta é


o lugar geométrico dos pontos em que a taxa marginal de substituição técnica
permanece constante para vários níveis de produção Q.

41. (Cespe/Unb – Analista Judiciário – Economia – TJ/SE – 2014) - A taxa


marginal de substituição técnica (TMST) entre os fatores capital e trabalho é dada
por

42. (Cespe/Unb – Analista Judiciário – Economia – TJ/SE – 2014) - Se houver


retornos constantes de escala na função de produção, então a produtividade
marginal do trabalho será uma função homogênea de grau zero.

Considerando a função de produção Cobb-Douglas descrita por ,


em que x e y são os fatores de produção e A e B, os parâmetros, julgue os itens
subsequentes.

43. (Cespe/Unb - Economista – Suframa – CESPE – 2014) - A produtividade


média e a produtividade marginal do insumo Y são dadas, respectivamente, por
e .

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44. (Cespe/Unb - Economista – Suframa – CESPE – 2014) - Se a tecnologia de


produção tem rendimentos constantes à escala, então a produtividade marginal dos
fatores é constante.

45. (Cespe/Unb - Economista – Suframa – CESPE – 2014) - Se a+ >0, a


economia apresenta rendimentos crescentes à escala.

Teorias da firma e da produção procuram caracterizar comportamentos racionais de


uma empresa em ambientes competitivos ou não. Com relação a esse assunto,
julgue os itens que se seguem.

46. (Cespe/Unb – Auditor de Controle Externo – Economia – TCE/RO – 2013) -


Segundo a lei do produto marginal decrescente, o produto marginal diminui à
medida que se utiliza no longo prazo mais e mais dos fatores de produção
envolvidos.

47. (Cespe/Unb – Auditor de Controle Externo – Economia – TCE/RO – 2013) - É


possível que haja rendimentos constantes de escala e produto marginal decrescente
para uma dada tecnologia.

48. (Cespe/Unb – Auditor de Controle Externo – Economia – TCE/RO – 2013) –


Em uma função de produção Cobb-Douglas da forma f(x,y)=Axayb, em que A>0,
a>b, b>0 e a+b=1, pode-se interpretar o parâmetro A como a escala de produção e
os parâmetros (a e b) como a mensuração das participações dos insumos (x, y) na
produção.

Considerando uma função de produção Cobb-Douglas dada por y=K L , em que y


indica o montante produzido de determinado bem para cada quantidade K de
capital, e cada quantidade L de trabalho, julgue os itens subsequentes.

49. (Cespe/Unb – Perito – Economia – MPU – 2013) - Se + =1, a produtividade


marginal do trabalho é uma função homogênea de grau zero.

50. (Cespe/Unb – Perito – Economia – MPU – 2013) - Se r e w são,


respectivamente, os preços do K e do L, então a combinação ótima desses insumos
para determinado custo C se dá no ponto em que

51. (Cespe/Unb – Perito – Economia – MPU – 2013) - A taxa marginal de


substituição técnica de L por K é igual a

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A função de produção Cobb-Douglas de uma firma é dada por y=K L , em que y


representa a quantidade de produto que a firma consegue produzir para diferentes
quantidades de capital K e trabalho L.

Com base nessas informações, julgue o item subsequente.

52. (Cespe/Unb – Especialista em Regulação – ANCINE – 2013) - Se + =1, a


função de produção apresenta retornos constantes de escala.

Julgue os itens a seguir, acerca de microeconomia.

53. (Cespe/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) - A lei dos


rendimentos decrescentes está associada ao fato de que, quando um dos fatores de
produção é fixo, o decréscimo do produto marginal é uma regra geral.

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GABARITO

1. E
2. C
3. C
4. C
5. E
6. E
7. C
8. C
9. C
10. E
11. E
12. E
13. C
14. C
15. C
16. E
17. C
18. E
19. C
20. C
21. E
22. E
23. E
24. E
25. E
26. E
27. E
28. C
29. C
30. E
31. C
32. E
33. C
34. C
35. C
36. E
37. C

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38. C
39. E
40. E
41. C
42. C
43. C
44. E
45. E
46. E
47. C
48. C
49. C
50. C
51. E
52. C
53. C

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