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Para o diagnóstico das prováveis causas das trincas observadas nos condutos
da chaminé foram, inicialmente, caracterizados e analisados os tijolos sílico-
aluminosos usados na construção das paredes e, posteriormente, fez-se uma
análise compor-tamental da parede isolante considerando-se os efeitos de
temperatura e do somatório de esforços provenientes da sobrecarga e do
fluxo de gases e particulados.
Por outro lado, resultados dos difratogramas de raios X dos tijolos mostraram
um aumento da fase tridimita (q) no tijolo usado. O gradiente de temperatura
associado à presença de tridimita no tijolo sílico-aluminoso usado promoveria
expansão volumétrica súbita e não homogênea ao longo da espessura da
parede, ocasionando o surgimento de trincas.
Como as tensões devidas ao peso próprio e à pressão dos fluxos dos gases no
interior da chaminé são pouco significantes em relação à resistência à
compressão do tijolo, pode-se considerar que estas não têm influência na
formação de fissuras. As sobrecargas poderão se originar a partir do efeito do
gradiente de temperatura e da restrição à expansão das paredes. De acordo
com a tensão calculada pela equação 6, verifica-se que esses valores podem
se elevar até o ponto de provocar a ruptura dos tijo-los por compressão na
face interna da parede. Tal situação só se processa, efetivamente, se consoles
atuarem como uma restrição indeformável à movimentação térmica da
parede.
Entretanto, uma vez que na quase totalidade dos casos as trincas partem da
base da parede, pode-se supor que esta sofre um pequeno deslocamento em
relação ao apoio na fase de compressão, aliviando as tensões calculadas na
equação 6. Assim, quando o conduto é resfriado, a parede deslocada retrai,
solicitando os tijolos à tração, situação onde apresentam a menor resistência
mecânica, ocasionando as trincas verticais observadas na figura 3a.
Conclusões
As paredes isolantes dos condutos sofrem efeitos de expansão e contração
térmicas durante o aquecimento/resfriamento da chaminé da usina, a cada
parada para manutenção das caldeiras. As tensões térmicas geradas são
responsáveis pelo surgimento e propagação das trincas observadas. A
restrição do movimento pelos consoles durante sua dilatação/contração
térmica gera tensionamento nas paredes de tijolos sílico-aluminosos.
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