eST-103
HIGIENE DO TRABALHO – PARTE A
ALUNO
EPUSP/PECE
DIRETOR DA EPUSP
JOSÉ ROBERTO CARDOSO
EQUIPE DE TRABALHO
PP – PROFESSOR PRESENCIAL
SÉRGIO MÉDICI DE ESTON
MARIO LUIZ FANTAZZINI
FILMAGEM E EDIÇÃO
FELIPE BAFFI DE CARVALHO
MARCELO SIMÕES VÁLIO
PLÍNIO HIDEKI KURATA
GESTÃO TÉCNICA
MARIA RENATA MACHADO STELLIN
APOIO ADMINISTRATIVO
NEUSA GRASSI DE FRANCESCO
VICENTE TUCCI FILHO
“Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou
processo, sem a prévia autorização de todos aqueles que possuem os direitos autorais sobre este
documento.”
i
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
SUMÁRIO
o
eST - 103 Higiene do Trabalho – Parte A / PECE, 1 ciclo de 2011.
ii
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
o
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iii
Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
o
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
OBJETIVOS DO ESTUDO
Nota: O conteúdo deste capítulo foi extraído das notas de aula do professor Mário
Fantazzini.
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
das fábricas”, cuja disseminação era facilitada pelas más condições do ambiente de
trabalho e pela grande concentração e promiscuidade dos trabalhadores).
Tal dramática situação dos trabalhadores não poderia deixar indiferente à opinião
pública, e por essa razão criou-se, no parlamento britânico, sob direção de sir Robert
Peel, uma comissão de inquérito que, após longa e tenaz luta, conseguiu que em 1802
fosse aprovada a primeira lei de proteção aos trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos
Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho
noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano,
e tornava obrigatória a ventilação destas.
Em 1830, quando as condições de trabalho das crianças ainda se mostravam
péssimas, a despeito dos diversos documentos legais, o proprietário de uma fábrica
inglesa, que se sentia perturbado diante das péssimas condições de trabalho dos seus
pequenos trabalhadores, procurou Robert Baker, famoso médico inglês, pedindo-lhe
conselhos sobre a melhor forma de proteger a saúde dos mesmos. Baker dedicava parte
do seu tempo a visitar fábricas e tomar conhecimento das relações entre trabalho e
doença, o que levou o governo britânico, quatro anos mais tarde, a nomeá-lo Inspetor
Médico de Fábricas. Assim, diante do pedido do empregador inglês, aconselhou-o a
contratar um médico da localidade em que funcionava a fábrica de modo a visitar
diariamente o local de trabalho e estudar a sua possível influência sobre a saúde dos
pequenos operários, que deveriam ser afastados de suas atividades profissionais tão
logo fosse notado que estas estivessem prejudicando a sua saúde. Surgia, assim, o
primeiro serviço médico industrial em todo o mundo.
Em 1831, uma comissão parlamentar de inquérito, sob a chefia de Michael Saddler,
elaborou um cuidadoso relatório, que concluía da seguinte maneira: “Diante desta
Comissão desfilou longa procissão de trabalhadores - homens e mulheres, meninos e
meninas. Abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidade humana,
cada um deles era clara evidência de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade
do homem para com o homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que,
quando em suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à rapacidade dos
fortes”. O impacto deste relatório sobre a opinião pública foi tremendo, e assim, em 1833,
foi baixado o Factory Act, que deve ser considerada como a primeira legislação
realmente eficiente no campo da proteção ao trabalhador. Aplicava-se a todas as
empresas têxteis onde se usasse força hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno
aos menores de 18 anos e restringia as horas de trabalho destes, a 12 por dia e 69 por
semana; as fábricas precisavam ter escolas, que deviam ser freqüentadas por todos os
trabalhadores menores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de 9 anos, e um
médico devia atestar que o desenvolvimento físico da criança correspondesse à sua
idade cronológica.
Até a primeira guerra mundial, perdurou esta situação com alguns intentos isolados
para controlar os acidentes e doenças ocupacionais, sendo que a conflagração marcou o
início dos primeiros intentos científicos de proteção ao trabalhador, estudando-se as
doenças dos trabalhadores, as condições ambientais, a distribuição assim como o
desenho das máquinas e equipamentos, as proteções necessárias para evitar acidentes
e incapacidades, etc.
Este movimento prevencionista consegue a sua maturidade durante a segunda
guerra mundial, quando os países em luta compreenderam que o vencedor seria aquele
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
que tivesse uma melhor capacidade industrial, e para isto, conseguisse manter um maior
número de trabalhadores em produção ativa.
Como pudemos ver, o prevencionismo evoluiu lentamente através dos tempos,
caracterizando-se, inicialmente, por ações eminentemente médicas. Mesmo quando as
primeiras leis de amparo à infortunística foram decretadas, o seu objetivo foi restrito à
reparação dos danos causados pelo trabalho; surgiu toda uma legislação social de
“reparação” de danos (lesões). Dessa forma, o seguro social (Previdência Social)
realizava e realiza ações assegurando o risco de acidentes, ou melhor dizendo, o risco
de lesões.
Por outro lado, já no nosso século, iniciaram-se as ações complementares e
necessariamente básicas do prevencionismo, ou seja, era óbvio, como ainda hoje nos é,
que além de se reparar os danos causados pelos acidentes, era necessário evitar a sua
ocorrência.
1.1.2 OS ANOS 60
A preocupação com todos os tipos de acidentes e as considerações econômicas.
Surgiram então, teorias que foram e ainda são importantes, mostrando que ao
se fechar os olhos para os acidentes sem lesão (apenas com danos materiais),
perdem-se em prevenção, pois o que é realmente aleatório deste fato chamado
acidente é o seu resultado (só lesão, só dano material, só dano econômico ou
qualquer combinação destes).
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
uma empresa metalúrgica durante 7 anos, e que serviram de base para sua
“A” nas ordens de serviço, para posterior controle (manual) dos custos. Pode
agora parecer simples ou até bisonho, mas foi uma revolução para os
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
• Identificação de riscos;
• Análise de riscos;
• Avaliação de riscos;
• Tratamento de riscos.
• prevenção • eliminação
• redução
• financiamento • retenção (auto adoção ou auto-seguro)
• transferência (através ou não de seguro )
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
• O Engenheiro de Segurança;
• O Médico do Trabalho;
• O Enfermeiro do Trabalho;
• O Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; e
• O Técnico de Segurança do Trabalho (então chamado Supervisor de
Segurança do Trabalho).
Observe-se que naqueles tempos, não havia formação de segurança no País. Os
que a tinham, haviam estudado no exterior ou eram autodidatas. A preocupação com a
segurança havia, mas era restrita às CIPAs. O Sistema SENAI também sempre teve
preocupação de formar com segurança os aprendizes, e as empresas, especialmente as
estrangeiras aqui radicadas, com honrosas exceções locais, também tinham cuidados
oriundos das matrizes.
A criação veio decretada, a partir da Portaria 3237, de 1972, dentro do que se
chamou de PNVT - Plano Nacional de Valorização do Trabalhador.
Tal era a urgência, que as profissões foram criadas no âmbito do Ministério do
Trabalho, que outorgava a profissão, o que perdurou até os anos 80, quando passaram
para a esfera do Ministério da Educação. O então “Supervisor de Segurança”, nos
primeiros tempos, poderia formar-se apenas com o ginásio, atualmente conhecido como
ensino fundamental, sendo exigido posteriormente o 2o grau (atualmente ensino médio).
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
NR CARACTERÍSTICAS E OBSERVAÇÕES
• define atribuições da SSST, DRTs , dá definições e
1 - Disposições Gerais
obrigações de empregadores e trabalhadores.
• para novos estabelecimentos;
2 - Inspeção Prévia
• define o CAI - Certificado de Aprovação de Instalações.
• a partir de risco grave e iminente;
3 - Embargo ou Interdição • pode ser pedido pela DRT, DTM, fiscais ou entidades
sindicais.
4 - Serviços Especializados • define os quadros dos profissionais ocupacionais, a partir
em Engenharia de do grau de risco e número de trabalhadores.
Segurança e em Medicina
do Trabalho
• uma das normas mais modificadas e de gestação lenta na
5 - CIPA
instância da CTPP (“NR 0”).
• juntamente com o PPRA (NR-9), inaugurou a era dos
7- Programa de Controle
Programas Ocupacionais, atividades permanentes a serem
Médico de Saúde
desenvolvidas pelas empresas.
Ocupacional
• é um Programa de Higiene Ocupacional , a ser
9 - Programa de desenvolvido permanentemente. Incluiu novos conceitos na
Prevenção de Riscos legislação. Exige novas abordagens de controle pela
Ambientais inspeção do trabalho. Impulsionou a criação de outros
programas.
• uma das mais extensas, com 14 anexos abordando todas
15 – Atividades e as situações ambientais da insalubridade. Introduziu, ao
Operações Insalubres regulamentar a lei 6514, os Limites de Tolerância, reduzindo
em muito a insalubridade apenas qualitativa.
• outra norma de importância nas empresas, define a
periculosidade e as áreas de risco, assim como aqueles que
16 - Atividades e deverão perceber o adicional. Originalmente apenas para
Operações Perigosas inflamáveis e explosivos, ganhou inclusões de eletricidade e
radiações ionizantes. Em conjunto com a NR-15, uma das
principais causas de questões trabalhistas.
• ganhou reformulação nos anos 90 para abrigar a questão
17 - Ergonomia
das lesões por esforços repetitivos, hoje chamados DORT.
• segue a linha de programas ocupacionais na construção
18 - PCMAT
civil.
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
Quadro 1.2.
TRABALHISTA
também na própria CLT há pontos que o dia -a - dia irá requerer atenção. As portarias
PREVIDENCIÁRIA
AMBIENTAL
A legislação ambiental não pode passar despercebida, pois há vários pontos de
interseção. Lembrar que o ruído da empresa, após ser um problema ocupacional, escapa
aos limites da planta e vai ser um problema ambiental (por exemplo).
NÍVEIS LEGISLATIVOS
Em todos os campos, deve-se estar atento não apenas à legislação federal, mas
também às estaduais e municipais. Atenção, por exemplo em São Paulo, com a “lei do
PSIU” - Programa de Silêncio Urbano”.
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
1.4 TESTES
1. Quando e onde foram escritas as primeiras referências relacionadas aos
problemas dos acidentes e doenças ocupacionais?
a) 1720 a.C, Índia
b) 1230 a.C, China
c) 1450 a.C, Grécia
d) 2360 a.C, Egito
e) n.d.a.
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Capítulo 1. Introdução ao Mundo Ocupacional.
c) Agricola
d) Paracelso
e) n.d.a.
3. Qual o livro que delegou o título de “Pai da Medicina do Trabalho” ao seu autor?
a) De Re Metallica
b) De Morbis Artificium Diatriba
c) Dos Ofícios e das Doenças das Montanhas
d) Acidentes e Doenças Ocupacionais
e) n.d.a.
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional – Aspectos Históricos
OBJETIVOS DO ESTUDO
Nota: O conteúdo deste capítulo foi extraído das notas de aula do professor Mário
Fantazzini.
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional – Aspectos Históricos
Deve ser observado que muitos dos praticantes iniciais de higiene industrial
eram médicos, que não estavam interessados apenas na diagnose e tratamento da
doença, mas também no controle dos riscos, para prevenir casos futuros. Esses
médicos trabalhavam com engenheiros e outros cientistas interessados em saúde
pública e riscos ambientais. Dessa forma, iniciaram um processo incubado desde
Hipócrates, visando deliberadamente modificar os ambientes de trabalho com o
objetivo de prevenir doenças ocupacionais.
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional – Aspectos Históricos
Hoje em dia, os esforços da Higiene Ocupacional nos EUA são guiados pela
consideração dos riscos (hazards), mais do que pelas doenças.
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional – Aspectos Históricos
Vermont;
adotados;
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional – Aspectos Históricos
2.4 CONTROLE
• O controle dos riscos necessita da abordagem tecnológica, ou seja, medidas de
engenharia, complementadas por outras administrativas e pessoais;
• O conceito de controle na fonte, no ambiente (trajetória) e no trabalhador foi
introduzido pela primeira vez, de forma abrangente, por Ulrich Ellenborg, em
1473;
• A história da ventilação industrial e da proteção respiratória é de particular
interesse para os higienistas.
• Agricola, em 1561, enfatizou a necessidade de ventilação das minas incluindo
ilustrações de dispositivos para forçar o ar terra abaixo;
• O primeiro projeto de ventilação registrado foi o de D’Arcet no início dos 1800.
Havia um captor em uma fornalha, ligado a uma chaminé alta que tinha uma
forte tiragem (vazão por diferença natural de densidade);
• A lei inglesa das fábricas de 1864 exigia ventilação “suficiente”, mas só em
1867 os inspetores tiveram poder de exigir ventiladores e outros meios
mecânicos;
• Em 1951 a ACGIH publica a primeira edição do “Industrial Ventilation”, a "bíblia"
da ventilação industrial de controle para a higiene ocupacional. Sua importância
nunca poderá ser devidamente enfatizada;
• Quanto à proteção respiratória, nota-se desde Leonardo da Vinci (1452-1519),
com a recomendação de tecidos umedecidos contra os agentes químicos de
guerra;
• Nos 1800, a compreensão das separações entre partículas e gases permitiu
avanços. Em 1814 desenvolveu-se o precursor do filtro de partículas dentro de
um invólucro rígido. A propriedade de adsorção de vapores do carvão ativo foi
descoberta em 1854 e quase imediatamente utilizada em respiradores;
• O maior avanço nos respiradores foi, claro, conseguido na área bélica, devido
aos agentes químicos da 1a Guerra. A pesquisa de máscaras militares foi
intensa, não só de gases como de poeiras tóxicas usados nos campos de
batalha;
• Dentro do controle legal, em 1936, o USPHS recomendava que “todo grande
estado industrial” deveria ter pelo menos um higienista industrial coordenador,
com um salário anual de 6.000 dólares. As qualificações mínimas desse
especialista deveriam ser: graduação em engenharia química, dois anos de
trabalho em higiene industrial, 3 anos de experiência, e, além de um
conhecimento bem abrangente técnico e científico, “a habilidade de estabelecer
contatos com os executivos das fábricas, conseguir sua cooperação, além dos
mestres e supervisores; tato; iniciativa; bom julgamento e bom endereçamento
de questões técnico-administrativas”.
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional – Aspectos Históricos
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional – Aspectos Históricos
2.7 TESTES
1. Qual foi o divisor de águas para a Higiene e a Medicina Industrial?
a) Factory Act de 1864
b) O livro De Morbis Artificium Diatriba, de Ramazzini
c) Factory Act de 1901
d) Publicações de Agricola
e) n.d.a.
Feedback:
I. VERDADEIRO: item 2.1.2., logo após o quadro 2.1.
II. FALSO: Quadro 2.1 (a partir de 1906)
III. FALSO: item 2.1.2., primeiro parágrafo (Câncer de rim)
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional – Aspectos Históricos
5. Qual a relação de riscos aceitáveis pela Corte para a morte ao nível de certo PEL
(permissible exposure limit), durante a vida laboral, para substâncias químicas?
a) 1 para 10
b) 1 para 100
c) 1 para 500
d) 1 para 1000
e) 1 para 10000
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
OBJETIVOS DO ESTUDO
Nota: O conteúdo deste capítulo foi extraído das notas de aula do professor Mário
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
Notar que merecem uma ação bem diversa em relação a dos outros agentes, e
que muitas formas de controle serão específicas;
• Para bem realizar a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle
dos agentes ambientais são necessárias múltiplas ciências, tecnologias e
especialidades. Para a avaliação e o controle, é importante a engenharia; na
avaliação, também se exige o domínio dos recursos instrumentais de laboratório
(química analítica); no entendimento da interação dos agentes com o
organismo, a bioquímica, toxicologia e a medicina. A compreensão da
exposição do trabalhador (este termo é fundamental) a certo agente passa pelas
características físicas e/ou químicas dos agentes e o uso dessas ciências
básicas...;
• O reconhecimento é um alerta; a adequada avaliação deve levar a uma
decisão de tolerabilidade; os riscos intoleráveis devem sofrer uma ação de
controle;
• Para se conhecer sobre a intolerabilidade, valores de referência devem existir.
É o conceito dos limites de exposição (legalmente, limites de tolerância);
• O objetivo último da atuação em higiene ocupacional, uma vez que nem
sempre se pode eliminar os riscos dos ambientes de trabalho, é o de se reduzir
a exposição média de longo prazo (parâmetro recomendado de comparação)
de todos os trabalhadores, a todos os agentes ambientais, a valores abaixo do
nível de ação. Veja que começaram a surgir outros conceitos, que devem ser
definidos há seu tempo. Uma exposição estatisticamente definida, a um
processo razoavelmente estável, e que é avaliada e considerada abaixo do nível
de ação, é um objetivo básico na higiene (todavia, todas as exposições devam
ser mantidas tão baixas quanto razoavelmente exeqüível);
• Nem todos os agentes são medidos apenas por sua ação de longo prazo,
sendo também importante as exposições agudas (curto prazo). Pode-se
perceber que devem variar aqui os objetivos e formas de avaliação da
exposição.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
3.2.3 Ergonomia
Como também é eminentemente multidisciplinar, a ergonomia apresenta várias
interações, pois os mesmos agentes ambientais que significam risco na higiene serão
fatores de desconforto na ergonomia (ruído, calor, iluminação). Não se deseja aqui limitar
a ergonomia à questão do conforto, pois há muitas inadequações ergonômicas que
geram doenças, mas os exemplos dados evidenciam a interdisciplinaridade que existe.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
Quadro 3.1.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
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3.6 INTRODUÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS
Esta seção apresenta os Limites de Exposição (TLVs) para a exposição
ocupacional a agentes físicos de natureza acústica, eletromagnética, ergonômica,
mecânica e térmica. Assim como outros TLVs, estes limites para agentes físicos
fornecem um guia de dos níveis de exposição e das condições sob as quais, acredita-se,
quase todos os trabalhadores saudáveis possam estar repetidamente expostos,
diariamente, sem sofrer efeitos adversos à saúde.
Os órgãos-alvos e os efeitos à saúde dos agentes físicos variam grandemente em
função da natureza desses agentes; assim, os TLVs não são simples números, mas sim
uma integração dos parâmetros medidos do agente, seus efeitos em trabalhadores, ou
ambos. Devido aos muitos tipos de agentes físicos, é utilizada uma variedade de
disciplinas científicas, de técnicas de detecção e de instrumentação. Portanto é
especialmente importante que os TLVs para agentes físicos sejam aplicados apenas por
indivíduos adequadamente treinados e experientes nas correspondentes técnicas de
avaliação e medição. Dada a inevitável complexidade de alguns destes TLVs, a
Documentação mais recente dos TLVs para Agentes Físicos deve ser consultada quando
eles forem aplicados.
Por causa das grandes variações na susceptibilidade individual, a exposição de um
indivíduo aos níveis estabelecidos como TLV, ou mesmo abaixo desses níveis pode
resultar em distúrbio, agravamento de condições pré-existentes, ou mesmo,
ocasionalmente, em danos físicos. Certos indivíduos podem também ser hipersuscetíveis
ou incomumente reativos a certos agentes físicos do local de trabalho devido a uma
variedade de fatores tais como: predisposição genética, idade, hábitos pessoais (fumo,
álcool, ou outras drogas), medicação, ou exposições prévias ou concomitantes. Tais
trabalhadores podem não estar adequadamente protegidos dos efeitos adversos
decorrentes das exposições a certos agentes físicos em nível ou mesmo abaixo do limite
de exposição. Um médico do trabalho deve avaliar a extensão da proteção adicional
requerida para tais trabalhadores.
Os limites de exposição são baseados em informações disponíveis da experiência
industrial, estudos experimentais com animais e seres humanos, e quando possível, da
combinação dos três, como citado em suas respectivas documentações.
Como todos os TLVs, estes limites destinam-se ao uso na prática de higiene
ocupacional e deveriam ser interpretados e aplicados apenas por pessoa treinada na
disciplina. Eles não se destinam ao uso, ou por modificação para o uso: 1) na avaliação e
controle dos níveis de agentes físicos na comunidade ou 2) como prova ou refutação de
uma incapacidade física existente.
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Texto extraído do livreto da ACGIH
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
b) Educação e Treinamento;
c) Controle Médico;
d) Limitação de Exposição.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
3.7.1.7 Manutenção
Rigorosamente, não se pode considerar este como um método de prevenção no
sentido estrito da palavra, mas constitui parte e complemento especialmente importante
de qualquer dos anteriores, não só quando se trata dos equipamentos de controle de
riscos ambientais, mas também de equipamentos e instalações em geral na empresa.
É freqüente, devido ao pouco conhecimento do industrial de seus problemas
ambientais, que a ação das medidas adotadas se esterilize com o tempo, por falta de
uma manutenção adequada. Programas e cronogramas de manutenção devem ser
seguidos à risca, respeitando-se os prazos propostos pelos fabricantes e projetistas de
equipamentos.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
legal não implica necessariamente numa adequação total da ação técnica de prevenção
e controle das exposições ocupacionais. A lei, é claro, pede o mínimo, nem sempre o
suficiente, e muitas vezes não foca as causas ou privilegia a prevenção. É bom lembrar.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
*
O artigo de Berenice Goelzer, “Estratégia para avaliação da exposição ocupacional a contaminantes
atmosféricos nos ambientes de trabalho” – Programa de Saúde Ocupacional Organização Mundial de Saúde
adaptado para a ABHO e revisado por José Manoel Osvaldo Gana Soto.
o
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
3.13 TESTES
1. O texto sobre a conceituação e evolução da higiene ocupacional, de Vernon
Rose, expõe que:
a) a ação da higiene está baseada no reconhecimento da doença associada ao
trabalho e ao acionamento do médico.
b) a ação da higiene reside numa alteração deliberada do ambiente de trabalho
visando a prevenção da doença.
c) a ação da higiene reside no tratamento das doenças do trabalho e de saúde
pública.
d) n.d.a.
o
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Capítulo 3. Situando a Higiene Ocupacional.
Feedback:
ACGIH: American Conference of Governmental Industrial Hygienists
AIHA: American Industrial Hygiene Association
NIOSH: National Institute for Occupational Safety and Health
ABHO: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais
IOHA: International Occupational Hygiene Association
MSHA: Mine Safety and Health Administration.
7. Qual das alternativas abaixo não faz parte da área de atuação do Higienista
Ocupacional?
a) tratamento de doenças ocupacionais
b) em empresas, desenvolvendo programas de prevenção;
c) assessoramento de entidades de classe, patronais ou de trabalhadores, em
questões ocupacionais;
d) docência de temas ocupacionais ligados à higiene e na formação de
profissionais ocupacionais;
e) em empresas, desenvolvendo programas de prevenção segundo normativas
corporativas.
Feedback: item 3.9.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
OBJETIVOS DO ESTUDO
A fim de se compreender os efeitos de substâncias potencialmente perigosas faz-
se necessário um conhecimento básico do funcionamento do corpo humano.
Este capítulo abordará de modo sucinto a fisiologia humana e os modos pelos
quais o corpo humano pode ser afetado por substâncias (agentes químicos) e agentes
físicos. Serão discutidos riscos à saúde nos locais de trabalho e as doenças que podem
causar. Estas serão analisadas com maior detalhe em outros capítulos.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.1.1 a célula
A célula é o tijolo fundamental da vida. É uma pequena estrutura, em geral com
diâmetro inferior a 25 μm, e, portanto muito pequena para ser vista pelo olho humano.
Formas muito simples de vida, como amebas e bactérias, são compostas de uma única
célula. Todavia o corpo é formado por trilhões de células, cada especializada em uma
função particular.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.1.2.1 Inalação
A inalação é uma das formas mais comuns pelas quais substâncias perigosas
entram no corpo humano e os problemas de poluição atmosférica colocaram em
evidência a necessidade de se ter mais informações básicas sobre os pulmões.
Os pulmões podem ser divididos nas seguintes áreas principais (figura 4.2):
• sistema respiratório;
• estrutura e tecidos conectivos;
• macrófagos alveolares;
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
As vias respiratórias podem por sua vez ser subdivididas nas partes superior e
inferior. O trato respiratório superior engloba o nariz, os sinus paranasais, a boca, a
faringe e a laringe. Eles desempenham três importantes funções:
• fazer com que o ar inspirado tenha uma temperatura próxima da do corpo
humano (~37°C), seja aquecendo-o ou resfriando-o;
• fazer com que a umidade do ar inspirado chegue próximo à saturação;
• remover algumas das partículas suspensas e alguns dos gases contaminantes
existentes.
O desenho das vias do trato inferior permite que o ar inspirado seja distribuído aos
alvéolos de modo homogêneo e a um baixo custo energético. Iniciando-se na bifurcação
da traquéia, estas vias se subdividem dicotomicamente. Os pulmões humanos podem
conter até 17 subdivisões de vias puramente condutivas, as menores sendo conhecidas
como bronquíolos terminais. A partir dos bronquíolos terminais existem várias gerações
de vias de transição, denominadas de bronquíolos respiratórios, ou seja, vias em cujas
paredes existem alvéolos.
Estima-se que existam centenas de milhões de alvéolos num pulmão adulto,
configurando uma superfície de troca por difusão de cerca de 70 m2. O caminho
atravessado pelo oxigênio (O2) e pelo gás carbônico (CO2) é extremamente curto, pois da
fase gasosa alveolar até a molécula de hemoglobina a distância varia de menos de 1
micrômetro até cerca de 4 micrômetros. Esta distância é percorrida em cerca de 0,3
segundos.
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Capítulo 4. O Corpo Humano
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.1.2.2 Absorção
A absorção pela pele é outra forma comum de entrada de substâncias tóxicas. A
pele pode ser considerada o maior órgão do corpo e sua extensa superfície pode entrar
em contato direto com substâncias nocivas.
A pele protege os órgãos internos do ambiente externo, sendo sua camada exterior
composta de células mortas e endurecidas que são resistentes aos contatos do dia a dia.
Ela contém múltiplas estruturas que participam ativamente de uma série de mecanismos
do corpo, tais como:
• glândulas sudoríparas, que ajudam a resfriar o corpo quando o ambiente é
muito quente;
• glândulas sebáceas, que produzem óleos que repelem a água;
• uma rede de vasos capilares sangüíneos que tem papel chave no controle da
temperatura corporal. Estes capilares se expandem no calor, ajudando na perda
por radiação pelo ar, contraindo-se no frio de modo a conservar calor no corpo;
• uma camada protetora de óleos e proteínas que ajudam a impedir ou diminuir a
penetração de substâncias prejudiciais. Certos solventes usados na fabricação
de tintas podem facilmente penetrar na pele, atingir a corrente sangüínea e
alcançar outros órgãos. Evitando-se estes solventes, a superfície da pele pode
ser considerada como praticamente impermeável.
Assim a pele é um eficiente meio de proteção contra batidas (trauma), secagem,
bactérias, penetração de água, luz ultravioleta, substâncias nocivas, etc. Se a pele é
penetrada, as células brancas do sangue têm a capacidade de envolver bactérias e as
destruir. Após a penetração de um antígeno no organismo o sistema imunológico reage
produzindo anticorpos para neutralizar o efeito.
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.1.2.3 Ingestão
Uma terceira e importante via de entrada de substâncias tóxicas ocorre através da
boca e do trato digestivo. O trato digestivo é um tubo contínuo que se inicia na boca e
termina no ânus, como ilustrado na figura 4.3.
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.1.2.4 Injeção
Substâncias nocivas podem penetrar no corpo humano através de injeção. Por
exemplo, trabalhadores de hospitais operando com seringas contaminadas podem
acidentalmente injetar vírus em seu próprio corpo.
O processo de imunização envolve a deliberada injeção de antígenos no corpo, de
modo que o sistema imunológico reaja produzindo anticorpos que neutralizem a invasão
e protejam o organismo da suscetibilidade de uma futura invasão pelo mesmo agente.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
ampla gama de problemas que vão desde alterações incontroláveis de humor até a
morte. Outros compostos químicos são produzidos naturalmente pelo corpo e não têm
origem numa fonte externa. A fadiga muscular deriva da produção de ácido láctico.
4.1.4.1 O Fígado
O fígado pode ser considerado a fábrica química do corpo. Suas células contêm
enzimas que podem converter certas substâncias tóxicas em formas e compostos mais
fáceis de serem manipulados pelo corpo.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.1.4.2 Os Rins
Os rins agem como uma espécie de filtro para todas as substâncias do sangue.
Estão localizados nas costas, logo abaixo da cavidade torácica. Cada um tem cerca de
12 cm de comprimento por 5 cm de largura, com mais de um milhão de pequenos filtros.
Cada filtro limpa o sangue, removendo um grupo de impurezas que são depositadas na
urina. A urina passa então por pequenos dutos chamados de túbulos que compõem o
sistema tubular renal. Neste sistema são monitorados o nível de ácido e a quantidade de
água no corpo, deixando-os em equilíbrio. Dos túbulos a urina passa pela ureter e desta
à bexiga, a qual controla a sua saída do corpo. A figura 4.5. ilustra os rins, a uretra e a
bexiga.
URETER
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Feedback: 2 litros / min * 60 min / hora = 120 litros / hora * 8 horas = 960
litros
1 m3 = 1000 litros Æ 960 litros = 0,96 m3
7. Um solvente se evaporou numa sala, gerando 51,3 litros de vapor. A sala tem
dimensões de 12 x 10 x 8 m3. Assumindo que não tenham ocorrido alterações do ar
da sala, a concentração do contaminante na sala em partes por milhão é mais
próxima de:
a) 1
b) 5
c) 50
d) 100
e) 500
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Feedback: item 4.1.2.1: Em volume, cerca de 95% deste gás está contido
nos alvéolos.
11. Considere as informações abaixo sobre a pele:
I – A pele é um eficiente meio de proteção apenas contra penetração de água e
batidas (trauma);
II – Contêm múltiplas estruturas, como glândulas sudoríparas e sebáceas;
III – A absorção pela pele não é uma forma comum de entrada de substâncias
tóxicas;
IV – Possui uma camada protetora de óleos e proteínas que ajudam a impedir ou
diminuir a penetração de substâncias prejudiciais.
Qual a opção correta?
a) apenas II e IV são verdadeiras.
b) apenas I e III são verdadeiras.
c) apenas I é verdadeira.
d) apenas I e IV são verdadeiras.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Feedback:
I. Falso: item 4.1.2.2.: a pele é um eficiente meio de proteção contra batidas
(trauma), secagem, bactérias, penetração de água, luz ultravioleta,
substâncias nocivas, etc
II. Verdadeiro: item 4.1.2.2.
glândulas sudoríparas, que ajudam a resfriar o corpo quando o ambiente é
muito quente;
glândulas sebáceas, que produzem óleos que repelem a água;
III. Falso: Item 4.1.2.2.: A absorção pela pele é outra forma comum de
entrada de substâncias tóxicas
IV. Verdadeiro: item 4.1.2.2.: uma camada protetora de óleos e
proteínas que ajudam a impedir ou diminuir a penetração de
substâncias prejudiciais.
12. Com relação ao sistema circulatório, indique qual a alternativa correta:
a) ele não transporta substâncias nocivas ao organismo.
b) não existe célula no corpo que esteja a mais do que alguns milímetros de algum
vaso ou capilar.
c) o centro do sistema circulatório são os vasos sangüíneos.
d) os vasos sangüíneos possuem praticamente o mesmo tamanho em toda sua
extensão.
e) é a parte que está em contato mais direto com agentes nocivos.
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Capítulo 4. O Corpo Humano
.
4.3 A NATUREZA DO PROBLEMA
4.3.1 Dano celular
A substância DNA é complexa e especial porque contém uma espécie de marca
registrada que caracteriza a reprodução e a especialização da célula. Danos ao DNA
causam crescimento anormal ou funcionamento defeituoso e muitos compostos químicos
e agentes físicos podem originar estes danos. Outros compostos são apenas suspeitos
de causar danos ao DNA. Estes agentes e compostos são classificados em
carcinogênicos, mutagênicos ou teratogênicos. Outros agentes podem por sua vez
causar uma ampla variedade de problemas de saúde e segurança quando a exposição a
eles não é controlada.
4.3.1.1 Carcinogênicos
São denominados de carcinogênicos as substâncias ou agentes físicos que podem
causar câncer em seres humanos. No Canadá, cerca de 40% da população terá uma ou
outra forma de câncer, que é a segunda causa de morte atrás apenas de doenças do
coração e ataques cardíacos.
A maioria dos tipos de câncer causa crescimento anormal da célula, o que no final
acaba causando danos às células e aos órgãos. Na célula, o DNA, que controla o
crescimento, inicialmente causa um crescimento anormal e fora de controle. As células
formam então um tumor maligno em expansão, o qual depois se espalha por outras
partes do corpo, podendo finalmente levar à morte. Alguns compostos encontrados nos
locais de trabalho têm a habilidade de alterar a estrutura do DNA e são chamados de
carcinogênicos.
Um câncer não se desenvolve usualmente após apenas uma exposição a um
agente carcinogênico. Em geral, decorre-se um tempo entre 10 a 30 anos para que o
câncer se desenvolva, mas existem casos de menos tempo. Portanto, é possível que o
processo da doença já se tenha iniciado após a exposição ao carcinogênico e que o
trabalhador não tenha consciência disto.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.3.1.4 Inalação
A granulometria mais perigosa para partículas inaladas é de 0,5 a 7 μm, pois nesta
faixa elas são pequenas demais para serem vistas e conseguem burlar os sistemas de
defesas atingindo o pulmão. Uma vez no pulmão, estas pequeninas partículas podem
causar grandes danos nos alvéolos. Forma-se uma carapaça impermeável à troca de
oxigênio, iniciando-se o processo de doença, com severa diminuição da habilidade de
respirar e do fôlego. Estas doenças apresentam nomes específicos como asbestose,
silicose e CWP (“coal workers pneumoconiosis” ou pneumoconiose dos trabalhadores de
carvão). O termo geral pneumoconiose se refere às doenças pulmonares geradas por
material particulado, já que “pneumo” refere-se a ar e “conio” a partículas.
Gases, vapores, névoas, neblinas e fumos podem entrar na corrente sangüínea
através dos pulmões. Além disso, fumos de solda, névoas ácidas ou gases de exaustão
de caminhões podem estimular as defesas pulmonares, forçando produção de grandes
quantidades de muco e catarro e gerando uma situação de invalidez conhecida como
bronquite crônica. As mesmas substâncias podem destruir os delicados sacos de ar do
pulmão causando enfisema.
Devido ao fato de os pulmões terem um contato tão íntimo com tantos poluentes
nos locais de trabalho, eles são os alvos principais dos carcinogênicos ocupacionais. A
tabela 4.2. apresenta materiais e agentes que causam ou são suspeitos de causar câncer
pulmonar.
4.3.1.5 Absorção
Uma substância pode ser absorvida pela pele e ser transportada para outra parte
do corpo, ou pode causar dano no próprio ponto de entrada na pele. Doenças da pele
representam entre 50% e 75% de todos os pedidos de indenização por doenças
ocupacionais no Canadá.
A dermatite é uma inflamação da pele que pode ser causada por centenas de
substâncias existentes nos locais de trabalho, tais como tintas, solventes, resinas epóxi,
ácidos, materiais cáusticos e metais. Ela se apresenta como um vermelhão, ou como
coceira, ou como descascamento da pele. Existem dois tipos de dermatite:
a) dermatite de irritação primária (dermatite de contato);
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.3.1.6 Ingestão
Uma terceira e importante via de entrada para substâncias tóxicas é a boca e o
trato digestivo. Materiais tóxicos podem atingir o estômago quando sólidos ou líquidos
são ingeridos, quando cigarros são fumados em áreas empoeiradas, quando não se tem
refeitórios asseados, quando os trabalhadores não lavam as mãos antes de comer ou
fumar, ou quando comida é deixada sem ser embrulhada num local com poeira.
Pó de chumbo, oriundo do esmagamento de baterias ou de impressão por linotipo,
é facilmente ingerido e pode causar sérios danos à saúde. Depois de engolidas, as
substâncias tóxicas entram no trato digestivo de onde podem penetrar na corrente
sangüínea e se deslocar para o fígado. Este e os rins tentam remover os venenos e
torná-los menos danosos, mas nem sempre são bem sucedidos.
4.3.1.7 Injeção
Usuários de drogas são susceptíveis a doenças pelo fato de utilizarem a mesma
seringa. Todavia a entrada no corpo pode ocorrer também através de uma ferida
perfurante. Um trabalhador que pise num prego saindo de uma tábua pode perfurar a
sola do pé e originar um envenenamento do sangue. A princípio, a perfuração pode
parecer pequena, mas se não tratada, uma semana depois a infecção pode causar
inchaço, febre e dores, com afastamento do trabalho e custos de indenização.
Por isso, os trabalhadores devem ser encorajados a relatar todo e qualquer
acidente, não importa quão pequeno, de modo que possam ser tratados com um anti-
séptico. Mesmo uma farpa sob a unha pode causar uma infecção. O uso comum de
agulhas é mais um problema social enquanto que uma ferida perfurante é um problema
de segurança, mas esta última tem ligações com a higiene ocupacional.
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Capítulo 4. O Corpo Humano
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Capítulo 4. O Corpo Humano
por causa de sua exposição aos gases anestesiantes. Homens expostos a chumbo ou
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Capítulo 4. O Corpo Humano
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Tabela 4.6. Algumas substâncias, compostos e agentes suspeitos de causar danos aos
rins.
Chumbo naftaleno mercúrio
Tetracloreto de carbono cádmio tetracloroetano
Cromatos monóxido de carbono cobre
Vapores de gasolina urânio arsênio
Berílio bismuto terebintina
Ácido oxálico arsina iodo
Fluoreto de sódio dissulfeto de carbono calor intenso
Choques de alta voltagem vibrações perdas de sangue
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Tabela 4.7. Efeitos agudos e crônicos de materiais perigosos existentes nos ambientes.
SITUAÇÃO DE EFEITO AGUDO EFEITO CRÔNICO
RISCO
irritação dos olhos e garganta, bronquite crônica e
Névoas de ácidos umedecimento dos olhos, tosse, enfisema
dor de garganta, dor no peito
moderada irritação respiratória, asbestose, câncer do
Asbesto
tosse, espirros pulmão
tonturas, dores de cabeça, Pode contribuir para
Monóxido de carbono confusão mental; em doses muito paradas cardíacas (ataques
altas, desmaio e morte do coração)
euforia, sensação de torpor danos aos rins e fígado;
Tricloroetileno alcoólico, dormência, tonturas possivelmente câncer de
fígado
enrijecimento de juntas, artrite, tendinite, doença
Vibrações
formigamento dos dedos brancos
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Capítulo 4. O Corpo Humano
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Capítulo 4. O Corpo Humano
3. Na hepatite o fígado:
a) endurece devido a um vírus.
b) encolhe devido a certas substâncias.
c) inflama devido a compostos ou vírus.
d) sangra e definha devido à morte celular.
e) esfarela devido à falta de oxigênio.
4. O período de latência:
a) vai de segundos a horas.
b) vai de minutos a dias.
c) vai de horas a semanas.
d) vai de dias a meses.
e) vai de dias a anos.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
MÉTODO 1
Assume-se que existe um valor limite inferior, ou seja, um valor de concentração ou
dose de exposição abaixo do qual não ocorre efeitos adversos à saúde. Em outras
palavras, o corpo humano tolera esta concentração ou dose, pois abaixo deste valor as
funções corporais normais anulam a toxicidade do contaminante. A mais alta
concentração da substância que não produz efeitos danosos à saúde dos animais é
dividida por um fator de segurança. Por exemplo, se 10 ppm de uma substância não
causou efeitos em animais, mas 50 ppm causam então 10 ppm é dividido por um fator de
segurança de 10, 100 ou 1 000, de modo a se obter um limite de tolerância para pessoas.
A escolha do fator de segurança é algo controverso e depende da qualidade dos
animais de teste. Um fator de 10 é usado se estão disponíveis bons dados quantitativos
de exposição humana. Um fator de 100 é usado quando se tem dados de testes de longo
período e estudos extensos com animais. Um fator de 1000 é adequado quando os
dados com animais são poucos ou inadequados. Estes fatores de segurança são
arbitrários e são julgamentos científicos tanto quanto estimativas.
MÉTODO 2
Nesta metodologia, para se relacionar dados de animais com valores para seres
humanos, extrapola-se as altas exposições dadas para animais para as baixas
exposições mais típicas de contaminantes ambientais, onde se assume não existir valor
limite inferior. Ou seja, qualquer dose gera dano à saúde.
Este método é usado, por exemplo, quando se analisa possíveis carcinogênicos.
Assim, se uma dose de 100 ppm de uma substância causa câncer do fígado em 10% dos
animais, enquanto que uma dose de 50 ppm causa o dano em 1% dos animais, então se
pode estimar que uma dose de 1 ppm cause danos em 0,000 01% dos animais.
Neste método deve-se frisar que a extrapolação é teórica, assumindo-se que
mesmo a menor dose de uma toxina pode causar danos. Ou seja, não existe risco zero e
o risco varia com o nível de exposição.
Com poucas exceções, produtos químicos conhecidos por causarem câncer em
seres humanos também causam câncer em pelo menos uma espécie de animal de teste.
Isto não prova necessariamente que estudos com animais podem ser usados para prever
os efeitos nos indivíduos. Apesar deste senão, estudos com animais é o processo mais
comum e aceito de se definir limites aceitáveis para seres humanos. Por uma razão muito
simples: não existe outro método melhor disponível.
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Os gases mostarda e cloro foram usados na primeira grande guerra, com efeitos
devastadores. O agente laranja foi utilizado na guerra do Vietnã com efeitos terríveis
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
por muitos anos, antes que as sociedades médicas americanas e a indústria de carvão
Mesmo depois de uma doença ocupacional ter sido reconhecida e suas causas
estabelecidas, casos individuais podem ainda ser difíceis de diagnosticar. Assim, cerca
da metade das reclamações relativas à indenização por “pulmões pretos” nos Estados
Unidos tem sido rejeitada principalmente por causa de um teste de raios X que tem sido
considerado não confiável.
Outros fatores complicadores do reconhecimento de agentes ocupacionais
suspeitos são, por exemplo, o cigarro e a multiplicidade de causas de uma doença. O
cigarro pode ser a causa de uma série de efeitos similares a aqueles que a doença gera,
enquanto que certa enfermidade pode ter várias origens e apenas uma delas estar
associada ao local de trabalho.
Em resumo, não se tem uma estrutura aceitável de trabalho para coletarem dados a
serem analisados adequadamente nem se têm facilidades para sua obtenção. Por outro
lado, estudos de animais em laboratório são em geral mais úteis para quantificar
estimativas de riscos, podendo algumas vezes permitir o estabelecimento de relações
causais.
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Capítulo 4. O Corpo Humano
mutágeno as bactérias são modificadas de modo a não mais precisar deste nutriente. A
o
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81
Capítulo 4. O Corpo Humano
De modo geral quatro fatores têm influência em como uma substância tóxica afeta
um indivíduo. São eles:
• toxicidade;
• concentração;
• tempo de exposição;
• susceptibilidade individual.
4.7.1 Toxicidade
Um importante ponto a lembrar é que qualquer substância pode se tornar tóxica se
a dose for aumentada acima dos limites de tolerância do corpo. Assim, o próprio oxigênio
tão essencial à vida na proporção de 21%, pode se tornar tóxico se puro (100%). Por
conseqüência, a intensidade da dose e o tempo de exposição associados a um produto
tóxico ou a um agente físico, podem determinar a severidade do dano.
Duas diferentes substâncias podem causar danos distintos, apesar de
apresentarem a mesma concentração e ter-se o mesmo tempo de exposição. Esta
diferença de efeitos é denominada de toxicidade, que é normalmente expressa por
quanto da substância mata 50% dos animais expostos. Esta quantidade pode ser
representada pela sigla DL50 ou CL50, indicando dose letal a 50% ou concentração letal a
50%. Em inglês as correspondentes siglas são LD50 ou LC50 (“lethal dose e lethal
concentration”).
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.7.2 Concentração
A concentração pode ser expressa em muitas unidades, tais como partes por
milhão (ppm), partes por bilhão (ppb), em miligramas por metro cúbico (mg/m3), etc. Uma
pequena concentração de uma substância altamente tóxica pode gerar muitos danos à
saúde, enquanto que uma alta concentração de outra substância pouco tóxica pode
causar pequenos efeitos na saúde humana.
bem maiores, gera poucos efeitos à saúde. Cada substância é única nos seus efeitos à
saúde, existindo uma enorme variação das concentrações que podem ser toleradas
pelo homem.
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85
Capítulo 4. O Corpo Humano
4.8.1.3 Distinção entre Limites Média Ponderada (LTmp) e Valor Teto (LTvt)
Os valores da média ponderada permitem a superação do limite de tolerância,
desde que esta seja compensada por adequada exposição abaixo do limite durante o
turno 8 horas de trabalho. Em alguns casos específicos, pode ser possível se calcular a
concentração média numa semana (40 horas) em vez de num dia.
A relação entre o LTmp e as suas permissíveis superações decorre de regras
empíricas que em certos casos podem não ser aplicáveis.
O quanto um limite de tolerância pode ser superado num breve período de tempo,
sem causar danos à saúde, depende de vários fatores:
• da natureza do contaminante;
• se concentrações muito altas, mesmo em curto tempo, causam envenenamento
agudo;
• se os efeitos são cumulativos;
• a freqüência com que as altas concentrações ocorrem;
• a duração da superação.
Todos estes fatores devem ser levados em consideração quando se define se uma
condição perigosa existe, e se deve se admitir superações do limite de tolerância.
A concentração média ponderada se apresenta como o meio mais prático e
satisfatório de se monitorar contaminantes do ar quanto aos limites de tolerância. Apesar
disto, existem certas substâncias para as quais ela não é adequada. São substâncias
que têm ação rápida e cujos limites de tolerância são mais apropriadamente definidos em
função deste tipo de resposta. Estas substâncias são mais bem controladas por um limite
tipo valor teto que não deve ser nunca excedido.
Está implícito nestas definições que os modos de amostragem para se verificar
compatibilidade com as normas são diferentes em cada caso. Uma única e breve
amostragem, aplicável ao LTvt, não é adequada ao LTmp. Para este último, faz-se
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Agentes químicos como gases, líquidos e poeiras, têm um tipo de LT, com
características que são diferentes, por exemplo, dos LT para ruído, calor ou radiação
ionizante. Neste capítulo apresentaremos os conceitos básicos de limite de tolerância
para agentes químicos, e nos capítulos relativos a ruído, calor ou radiação ionizante
serão detalhados os correspondentes LT.
Diferentemente da ACGIH, no Brasil temos apenas dois tipos de limite de tolerância
para agentes químicos. Estes limites são válidos para jornadas de trabalho de 48 horas
semanais, para absorção por via respiratória e na presença de oxigênio com teor no
mínimo de 18%. Os dois limites legais no Brasil são o limite de tolerância valor teto (LTvt)
e o limite de tolerância média aritmética (Ltma).
onde:
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
(2)
onde:
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Tabela 4.10. Limites de tolerância média aritmética (LTma) para alguns agentes químicos
(extraída do Quadro 1, Anexo 11, NR-15). Quando existe LTvt assinalado na 2a. coluna,
este é o LT aplicável.
Absorção pela LTma (para até 48 horas semanais) Grau de insalubridade
Agentes químicos LTvt pele também ppm mg/m3
Acetaldeído 78 140 máximo
Acetato de cellosolve Sim 78 420 médio
Acetileno asfixiante simples
Acetona 780 1870 mínimo
Ácido acético 8 20 médio
Ácido cianídrico Sim 8 9 máximo
Ácido clorídrico + 4 5,5 máximo
Álcool n-butílico + Sim 40 115 máximo
Amônia 20 14 médio
Anilina Sim 4 15 máximo
Bromo 0,08 0,6 máximo
Chumbo 0,1 máximo
Cloreto de vinila + 156 398 máximo
Dióxido de carbono 3900 7020 mínimo
Dióxido de enxofre 4 10 máximo
Dióxido de nitrogênio + 4 7 máximo
Estireno 78 328 médio
Fenol Sim 4 15 máximo
gás sullfídrico 8 12 máximo
Metano asfixiante simples
Monóxido de carbono 39 43 máximo
Óxido de etileno 39 70 máximo
Óxido nítrico (NO) 20 23 máximo
Óxido nitroso (N20) asfixiante simples
Tolueno (toluol) Sim 78 290 médio
Quadro 4.9. Obter o LT para a amônia, especificando seu tipo. Caso seja
necessário, calcule o Vmax.
Quadro 4.10. Na tabela 4.10 identificar substâncias cujo LT seja de valor teto e
calcular o Vmax.
o
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91
Capítulo 4. O Corpo Humano
Solução:
Obtemos as substâncias
Ácido clorídrico – LTvt = 4 ppm
Álcool n-butílico – LTvt = 40 ppm
Dióxido de nitrogênio – LTvt = 4 ppm
Para o caso do LT ser valor teto (indicado pelo sinal + na 2a. coluna), este se aplica
e não o LTma. Portanto não tem sentido falar em Vmax neste caso. As substâncias que
tem LTvt são aquelas que em geral tem ação muito rápida, não sendo adequado analisar
os efeitos em 8 horas.
LTma
Figura 4.6.a.
Para o caso de LTma, os valores medidos devem fornecer uma média inferior a
este limite. Na figura, apesar da concentração ser sempre inferior a Vmax, fica claro que
a média das concentrações no tempo é superior ao valor do LTma. Portanto o LT teria
sido excedido.
LTma
Figura 4.6.b.
Neste caso o LT foi excedido, pois apesar na concentração média ser inferior ao
valor do LTma, num dado momento a concentração superou o valor máximo permitido
(Vmax).
o
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92
Capítulo 4. O Corpo Humano
LTma
Figura 4.6.c.
Neste caso o LT não foi excedido, pois nem a média aritmética das concentrações
supera o valor LTma, nem, em nenhum momento, a concentração supera o valor Vmax.
Portanto, apesar de nenhum valor superar Vmax, a média foi superior a 20 ppm,
o
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93
Capítulo 4. O Corpo Humano
Com a tabela 4.9: FD = 1,1. Portanto: Vmax = 1,1 x 3 900 = 4 290 ppm.
Apesar de nenhum valor superar Vmax, a média foi superior a 3.900 ppm, tendo
o
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94
Capítulo 4. O Corpo Humano
A média supera LTma e vários valores individuais superam o Vmax., portanto foi
excedido o LT.
novos e mais restritivos valores, decorrentes das mais recentes pesquisas. A ACGIH
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
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Capítulo 4. O Corpo Humano
4.9.1.1 Espirometria
Uma simples medição de espirometria envolve a determinação de quanto ar se
consegue expelir dos pulmões. Os resultados obtidos antes da contratação podem ser
comparados com testes efetuados periodicamente enquanto o trabalhador continuar na
empresa. Estes testes são também conhecidos como testes de funcionamento pulmonar
ou de capacitação pulmonar.
Certas doenças ocupacionais podem paulatinamente reduzir a capacidade de
funcionamento dos pulmões e o teste de espirometria pode ajudar a identificar esta
redução. A asbestose, a silicose e a pneumoconiose de carvão podem levar a um
funcionamento bem restrito dos pulmões, enquanto o cigarro em geral conduz a uma
obstrução pulmonar.
Os testes de capacitação pulmonar são usados para se avaliar o enfraquecimento
dos pulmões, mas o enfraquecimento não implica necessariamente em incapacitação. O
enfraquecimento é definido como a redução das funções pulmonares em comparação
com valores normais, enquanto que a incapacitação é a impossibilidade de um indivíduo
desempenhar suas atividades usuais.
A avaliação da incapacitação é muito mais difícil quando a pessoa tem um passado
de fumante, devendo-se sempre considerar também o estilo de vida que ela tem. Devido
ao fato de que existem poucos conhecimentos sobre a história deste tipo de doença e
sua evolução, não se pode demonstrar cientificamente o momento exato em que a
pessoa deve ser retirada da exposição. Os problemas de diagnóstico podem ser
diminuídos por uma cuidadosa interpretação da história do trabalhador. Isto ajuda a se
recomendar a retirada do serviço ou mesmo se ele deve pedir indenização.
Existem continuados problemas para se estimar a incidência destas doenças por
causa da não uniformidade dos relatórios e a rápida rotatividade da força de trabalho.
o
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101
Capítulo 4. O Corpo Humano
4.9.1.2 Raios X
É comum que trabalhadores que já trabalharam em ambientes com poeiras, mas
não o fazem mais, sejam solicitados a realizar exame de raios X dos pulmões com certa
regularidade. O motivo é que certos tipos de pneumoconioses continuam a se
desenvolver mesmo na ausência de fontes de material particulado.
4.9.1.3 Excreções
Metais pesados como mercúrio, podem ser detectados mesmo em pequenas
quantidades na urina. Esta detecção indica que o indivíduo está ou esteve exposto, e que
ações devem ser tomadas. Várias outras substâncias podem ser detectadas pelo mesmo
método.
4.9.1.5 Audiometria
Com o tempo as pessoas diminuem sua habilidade de ouvir. A causa pode ser o
natural envelhecimento humano ou um nível excessivo de ruído no local de trabalho.
Exames periódicos da habilidade auditiva podem identificar as pessoas sob situação de
risco quanto a ruído, podendo-se tomar então medidas para eliminar ou reduzir
sensivelmente o problema.
o
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102
Capítulo 4. O Corpo Humano
a) No final do livreto de TLV´s e BEI’s da ACGIH de 2001, existe uma lista de novos
agentes que estão sendo estudados, mas para os quais a ACGIH ainda não definiu os
limites de tolerância. Leia-os e os reescrevam a seguir, indicando quais têm algo a ver
com sua vida diária.
b) Definir DNA, RNA, ATP (trifosfafo de adenosina), vírus e bactéria.
c) Conceituar e exemplificar o que são metais pesados. Apresentar um ou mais casos
reais de contaminação por metal pesado descrito na literatura.
d) Conceituar ergonomia e dar exemplos de problemas ergonômicos da tecnologia
atual.
e) No Manual Atlas de Legislação – Segurança e Medicina do Trabalho, 57ª edição,
2005, estão compiladas as Normas Regulamentadoras (NR) aprovadas pela Portaria
No. 3 214 de 8 de junho de 1978. A que se refere a NR-15? A que se refere cada um
de seus anexos?
o
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103
Capítulo 4. O Corpo Humano
A ACGIH tem uma extensa publicação que está associada com o livreto de limites
de tolerância. Esta publicação se denomina “Documentation of the Threshold Limit Values
and Biological Exposure Indices” e apresenta a documentação científica e os dados das
fontes da literatura que serviram de subsídio para a definição do limite de tolerância. Para
melhor entendimento dos limites de tolerância, é aconselhável ler esta documentação
que no total se compõe de vários volumes. As documentações para os agentes químicos,
cianeto de hidrogênio e monóxido de carbono, exemplificam os tipos de documentos
usados para se chegar a um consenso de limite de tolerância, devendo ser lidas com
atenção.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Feedback: é uma fraqueza muscular, que também pode ser conhecida como
Síndrome da Fadiga Crônica.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Feedback: 20 cm3 por minuto = 1200 cm3 por hora = 9600 cm3 por dia (8
horas)
Concentração = 200 μg / 9600 cm3 = 0,021 μg / cm3 = 21 mg / m3
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Figura 4.11. Molécula do etileno e do óxido de etileno (base das resinas epóxi).
Um anel epóxi é o triângulo de 2 carbonos e um oxigênio. A ligação de vários
anéis, pela retirada de 1 hidrogênio, forma um polímero.
Figura 4.12. Polímero linear com 4 anéis de epóxi. Polímeros maiores podem
se expandir tridimensionalmente e por outros átomos.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
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110
Capítulo 4. O Corpo Humano
4.13.2.4.1 Epicloridrina
É um irritante da pele, olhos e trato respiratório, um sensibilizador da pele e um
suspeito carcinogênico.
4.13.2.4.2 Bisfenol
É um irritante da pele e afeta o sistema reprodutivo.
o
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Capítulo 4. O Corpo Humano
Tabela 4.12. Limites de tolerância para componentes da resina epóxi aderente [2-ACGIH]
COMPONENTE LIMITE DE TOLERÂNCIA OBSERVAÇÕES
não existe TLV-TWA da ACGIH;
não existe PEL – permissible exposure
grupo epóxi não existe (*) limit da OSHA – Occupational Health
and Safety Administration;
não existe OEL – occupational exposure
limit da força aérea.
2,4,6,tris-fenol não existe
Trietilenotetramina não existe
polietileno não existe
poliamina
TLV-C = 152 mg/m3 “skin notation”(**)
n-butanol (vapor) PEL = 300 mg/m3 (8
horas)
n-butil-acetato TLV-TWA = 713 mg/m3
TLV-STEL = 950 mg/m3
Epicloridrina TLV-TWA = 7,6 mg/m3 “skin notation”(**)
Bisfenol não existe
Cromo TLV-TWA = 0,5 mg/m3
Cromato de TLV-TWA = 0,000 5
estrôncio mg/m3
Ferro TLV-TWA = 1 mg/m3
(*) nem para esta resina específica nem para resinas epóxi em geral.
(**) para a ACGIH, indica que a rota de entrada pela pele e mucosas é significante.
o
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112
Capítulo 4. O Corpo Humano
Na resina epóxi aderente (REA) tem-se grupos epóxi (polímeros) com massa
molecular de 190 gramas, de modo que para ela podemos escrever:
Este limite pode ser usado então para comparação com as concentrações medidas
nos locais de trabalho.
A divisão da massa molecular 190 g pela massa 44 g nos dá uma indicação do
número de grupos epóxi no polímero da resina, no caso 4,3. O número fracionário é
comum em polímeros epóxi, significando na realidade 4 grupos epóxi e alguns outros
componentes como amina.
o
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113
Capítulo 4. O Corpo Humano
4.13.4.2 Aminas
Para os vapores do 2,4,6 tris fenol não existem metodologias de amostragem e
análise da NIOSH ou da OSHA. A coleta do material foi feita em tubos de sílica gel, e sua
presença qualitativa foi feita para as amostras do ar. As concentrações das amidas nos
aerossóis foram feitas a partir das concentrações dos grupos epóxi não reagidos.
4.13.4.3 Solventes
Para o vapor de N-butanol foi usada a metodologia NIOSH 1401 e para o vapor de
N-butil-acetato foi usada a norma NIOSH 1450.
Todavia não existe metodologia aceitável para se medir a concentração dos
solventes na fase aerossol.
4.13.4.4 Metais
Amostrou-se na fase aerossol os seguintes metais: Cr, Al, Sb, As, Ba, Be, Bo, Cd,
Co, Cu, Pb, Mg, Mn, Mb, Ni, K, Se, Ag, Va e Zn, com a metodologia NIOSH 7 300.
O aerossol foi coletado com filtro de 37 mm de diâmetro, montado de forma paralela
ao corpo do trabalhador.
4.13.5 Resultados
Para o grupo epóxi mediu-se uma concentração de 0,288 miliequivalentes de
grupos epóxi livres por metro cúbico de uma dada área de operação.
Portanto pode-se escrever para a concentração média da resina epóxi aderente:
Portanto:
C (REA) = 54,7 mg / m3
Deste modo para esta área a concentração excedeu o limite de tolerância que fora
estimado em 7,8 mg/m3.
A tabela 4.13 resume alguns dos resultados.
o
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114
Capítulo 4. O Corpo Humano
Como os aerossóis podem causar irritação nos olhos, devem ser utilizados óculos
fechados e vedados. Como pode ocorrer absorção pela epiderme é importante o uso de
luvas apropriadas. Fabricantes de luvas indicaram como adequadas as de borracha (butil,
nitritol ou neoprene), para evitar contato com o acetato de n-butil e butanol.
Do ponto de vista ocupacional, o “tie coat” (resina sem cromato) é um adequado
substituto para as bases de tinta que usam composto epóxi com cromatos. Esta
substituição reduziria bastante a exposição dos trabalhadores da indústria a cromatos.
o
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115
Capítulo 4. O Corpo Humano
2. Qual desses fatores não influi em como uma substância tóxica afeta o indivíduo?
a) susceptibilidade individual
b) concentração
c) toxicidade
d) massa específica (densidade)
e) tempo de exposição
a) espirometria e audiometria
b) somente raios X
c) análises de excreções, espirometria e raios X
d) somente teste de dosagem corporal
e) espirometria, raios X, análise de excreções, testes de dosagem corporal e
audiometria
a) raios X
b) espirometria
c) dosagem corporal
d) audiometria
e) n.d.a
o
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116
Capítulo 4. O Corpo Humano
a)engenharia/ medicina
b) engenharia/ psicologia
c)psicologia/ engenharia
d)medicina/ engenharia
e)medicina/ psicologia
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117
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
OBJETIVOS DO ESTUDO
Neste capítulo são abordados a coleta e o tratamento de dados associados a
condições perigosas nos ambientes de trabalho. São dados exemplos e apresentadas
diversas teorias de amostragem e medição. O tratamento de dados decorrentes de
grandezas medidas envolve o uso de ferramentas estatísticas. Como os dados podem
ser interpretados de várias formas, a apresentação dos valores medidos deve seguir
rígidas definições de modo que outras pessoas possam tentar extrair o mesmo
significado dos mesmos resultados. Se não apresentados adequadamente, pode-se
chegar a conclusões errôneas e a resultados paradoxais. Em geral não é necessário
apresentar em detalhe os aspectos estatísticos, mas certos conceitos básicos são
essenciais e devem ser aprendidos. Existem muitos bons livros sobre estatística e as
simples ferramentas aqui apresentadas estão bem estabelecidas, testadas ao longo do
tempo e largamente conhecidas.
Ao terminar este capítulo você deverá estar apto a:
• Distinguir entre os 2 tipos de medidas estatísticas;
• Definir os termos: média, moda, mediana, domínio, variância, desvio padrão;
• Estabelecer os objetivos de agrupar dados obtidos por amostragem aleatória;
• Estabelecer os objetivos do uso de distribuições de freqüência acumulada e de
porcentagem acumulada, sendo capaz de calcular como cada distribuição é
derivada da distribuição de freqüência;
• Distinguir formas de curvas em termos de assimetria e valores extremos;
• Construir histogramas para apropriada representação de dados experimentais;
• Entender a importância das distribuições log-normais na natureza e obter
curvas de freqüências log-normais a partir de dados de medições;
• Descrever os problemas associados às medições em qualquer experimento;
• Explicar como são obtidos os limites de tolerância para contaminantes e
descrever as diferentes classificações destes limites; e
• Explicar como estratégias de medição e métodos de medida são obtidos.
Nota: O conteúdo deste capítulo foi extraído do livro a ser publicado pelo professor Sérgio
Médici de Eston.
o
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118
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
A. MÉDIA
Existem vários tipos de média, como a aritmética, a geométrica, a harmônica e a
ponderada, cada uma útil em uma situação específica. Quando não adjetivada estamos
sempre nos referindo à média aritmética.
A média aritmética é obtida pela adição dos valores individuais e dividindo-se a
soma pelo número de valores adicionados. Ela indica onde os valores do grupo
considerado estão “centrados”, e este valor central também se denomina de valor médio.
Quadro 5.1. Os filtros usados para se coletar material particulado são pesados
numa balança e as massas de poeira são obtidas depois de se subtrair a massa do filtro
inicialmente limpo. Numa amostragem se obteve os seguintes 9 valores numa usina de
beneficiamento de minério: 11,33, 11,27, 11,38, 11,30, 11,29, 11,30, 11,34, 11,31 e 11,32
mg. Determinar a média dos valores.
SOLUÇÃO: Se você efetuar a conta com uma calculadora poderá obter um resultado
do tipo:
Dependendo da calculadora usada você pode ter obtido até mais algarismos do
número de algarismos significativos da resposta não pode ser maior que o número de
o
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119
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
B. Mediana
Se os valores de um grupo de dados forem ordenados em ordem crescente, a
mediana será o valor do meio, ou seja, aquele valor para o qual metade dos dados está
acima e metade abaixo.
11,27; 11, 29; 11,30; 11,30; 11,31; 11,32; 11,33; 11,34; 11,38;
O quinto valor, 11,31 mg, é a mediana, pois tem-se quatro valores antes e quatro
C. MODA
A moda de um grupo de dados é o valor que se apresenta com a maior freqüência.
Alguns grupos de dados podem ter apenas uma moda enquanto outros podem ter duas
ou mais modas. Quando se tem apenas uma moda diz-se que o conjunto de dados é
unimodal e quando se tem mais de uma moda se diz que o conjunto é multimodal.
SOLUÇÃO: Neste grupo o valor 11,30 aparece duas vezes e todos os outros
o
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120
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Quadro 5.4. Determinar a moda do seguinte conjunto de dados: {5, 2, 4, 12, 10,
12, 5, 8}.
SOLUÇÃO: Neste conjunto aparecem duas vezes o valor 5 e o valor 12, enquanto
todos os outros surgem apenas uma vez. Portanto temos um conjunto bimodal com as
modas 5 e 12.
D. OUTRAS MÉDIAS
A média aritmética é adequada para quando se supõe que os dados tenham uma
variação linear. Quando os dados têm uma variação exponencial ou logarítmica, a média
geométrica é mais adequada para representar o conjunto.
Quando os dados têm a ver com taxas de variação temporal, por exemplo,
velocidades, a média harmônica pode ser a mais adequada.
Finalmente a média ponderada, efetuada quando os dados têm pesos no cálculo da
média, pode ser útil, por exemplo, na pesquisa de depósitos minerais. Exemplos destas
médias são dados nos itens 5.3.4. e 5.3.5.
geométrica será:
{ 2 x 4 x 8 } 1/3 = 4
Portanto: MA = 4,7 MG = 4
Se soubermos que os dados não têm uma relação linear, mas sim uma relação de
forma exponencial, a média geométrica será uma melhor representante do conjunto de
dados.
Um exemplo de média geométrica surge quando se estuda ruído, pois o espectro
tem o ponto central de cada intervalo de freqüência dado pela média geométrica dos
extremos, ou seja, a raiz quadrada do produto do limite maior pelo limite menor. Isto
porque a unidade decibel é definida por um logaritmo, ou seja, tem embutida uma
variação exponencial.
Outro exemplo surge em normas de poluição do ar que usam, na definição dos
limites ambientais legais, a média geométrica anual da concentração de material
particulado. A razão é que muitos modelos de dispersão de poluentes se baseiam numa
distribuição gaussiana (exponencial).
o
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121
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
5.1.2 Dispersão
A média dos números 3, 4 e 5 é 4, que é a mesma média dos números 1, 4 e 7.
Todavia, os conjuntos são claramente diferentes e esta diferença está relacionada à
dispersão dos dados. Para se caracterizar esta dispersão existem alguns parâmetros
como o intervalo de variação, a variância e o desvio padrão.
SOLUÇÃO: O maior valor é 11,38 mg, e o menor valor é 11,27 mg. Portanto a
amplitude é:
B. VARIÂNCIA
Ela indica a “quantidade de dispersão” dos valores individuais de um conjunto com
relação à média do conjunto. Um dos modos de se calcular a variância é:
• quadrar a diferença entre a média e cada valor individual;
• adicionar as diferenças quadráticas;
• dividir esta soma pelo número de valores somados.
∑ (x i − x) 2
σ 2 ( x) = i =1
∑ (x i − x) 2
σ 2 ( x) = i =1
n −1
o
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122
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
precisamos usar uma maior precisão para a média, caso contrário a variância
dígitos para a média (ou às vezes até mais). A tabela 5.1 apresenta os cálculos
básicos.
C. DESVIO PADRÃO
O desvio padrão é um “resumo” de quão dispersos os dados estão em torno da
média. Um dos modos de se computar o desvio padrão é:
• quadrar a diferença entre a média e cada valor individual;
• adicionar as diferenças quadráticas;
• dividir esta soma pelo número de valores somados;
• extrair a raiz quadrada do resultado anterior.
o
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123
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
dp = [ 0,001 ] ½
Portanto: dp = 0,032 mg
Este valor é bem representativo dos desvios individuais, já que a magnitude dos
desvios individuais vai de 0,004 a 0,06 mg (vide 2ª coluna do exemplo 5.7).
D. QUARTIS E PERCENTIS
Um grupo de dados pode ser dividido em partes iguais. A divisão mais simples é
em duas partes, a parte superior e a parte inferior. O ponto na escala que divide o
conjunto deste modo é a mediana. Quando a mediana cai num intervalo, seu valor é
interpolado para se determinar o ponto exato onde ela recai. A mediana pode ser também
obtida da curva de distribuição cumulativa, pois corresponde ao ponto na curva para o
qual se tem 50%.
Se um conjunto é dividido em três partes, a denominação usada é de tercis. Em
quatro partes fala-se em quartis e em 100 partes fala-se em percentis.
E. AGRUPAMENTO DE DADOS
Muitas vezes pode ser desejável apresentar um conjunto de dados em termos de
eventos ocorrendo em vários intervalos adjacentes. Estes números especificam a
distribuição dos dados, sendo o mais completo resumo de valores quantitativos obtidos
para um parâmetro. A distribuição pode mostrar quais partes do grupo estão associadas
a que valores, ou ainda, que proporção está associada a um dado sub-domínio da gama
de valores que a medida quantitativa pode ter. Além disso, as contagens, proporções ou
porcentagens podem ser acumuladas adicionando-se sucessivamente, para cada
quantidade, todas as quantidades que a precedem.
Tabela 5.2. Valores de emissão diária de SO2 obtidas em chaminé industrial. Valores em
kg/dia.
66 81 88 93 97 100 102 106 112 119
71 83 89 93 98 100 102 107 112 119
71 83 89 95 98 100 102 107 113 121
72 84 89 95 98 100 102 107 113 122
73 85 90 96 98 100 103 108 114 123
74 85 91 96 98 100 103 110 114 126
o
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124
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
30 26 25
25
20 16 17
15
10 7 6
5 1 2
0
65 75 85 95 105 115 125 135
pontos médios dos intervalos
o
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125
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
gaussiana. Pode-se calcular também a média e o desvio padrão deste conjunto de dados
e inseri-los na figura.
G. FORMAS DE CURVAS
Como se podem associar curvas à relação entre freqüência e tamanho de
intervalos pode-se associar nomes às diversas formas de curvas para se dar uma
descrição geral da distribuição.
Algumas distribuições são simétricas, com um eixo de simetria central vertical que
divide a curva em duas metades iguais. Estas curvas simétricas contêm o mesmo
número de valores na direção dos dois extremos, ou seja, a mesma proporção de valores
altos e baixos.
Outras curvas são assimétricas, apresentando mais valores numa direção do que
na outra. Existem muitos tipos de distribuições assimétricas e quando a assimetria
decorre de uma maior concentração de valores se estendendo numa dada direção, a
curva pode ter uma espécie de “cauda”. A posição e orientação desta cauda, onde
poucos valores extremos se concentram, determinam o tipo de assimetria da curva. A
figura 5.3. apresenta alguns tipos de assimetrias.
Mesmo curvas simétricas podem ter ampla variação, dependendo, por exemplo, de
quanto são “pontiagudas” ou “achatadas”. Na estatística o termo relativo a esta variação
de forma se denomina curtose. As curvas bem altas ou pontiagudas são ditas com
o
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126
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Exemplo:
Há alguns anos um famoso pesquisador, Jay Gould, recebeu de seu médico uma
informação seca que dizia: “Você está com uma forma mortal de câncer, sua expectativa
de vida é de 3 meses!”. Gould ficou paralisado por cerca de 3 dias, triste com um final de
vida em torno de 40 anos e no auge da produção científica.
Após a paralisação inicial, procurou analisar as informações dadas. Em primeiro
lugar, ficou curioso de como o médico podia prever com tanta exatidão o seu tempo de
vida. Descobriu que o que a ciência dispunha era, na verdade, de uma curva de
freqüência de tempos de vida restante e que esta curva era unimodal e bastante
assimétrica positivamente. A figura 5.4. ilustra esta curva, cuja moda era 3 meses.
Ao analisar sua curva de expectativa de vida, percebeu que suas emoções
poderiam ser completamente modificadas se soubesse de que lado da moda ele estaria.
Como bom pesquisador, levantou as características daqueles que estavam no lado direito
da moda, o lado extenso da cauda. Se estivesse suficientemente do lado direito, poderia
o
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127
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
ter ainda 20 ou 30 anos de vida, ou até mais. Para quem estava com quarenta anos e
tinha três meses de vida, viver até os setenta era uma grande notícia.
Cada uma das seguintes características tendia a levar o doente para o lado da
assimetria positiva:
• ser relativamente jovem (menos de 60 anos);
• ter detectado a doença nos estágios iniciais;
• não ser fumante;
• não ter casos da doença na família;
• ter um passado de saúde;
• praticar esportes regularmente;
• ter uma alimentação sadia;
• ter uma atividade intelectual forte e criativa;
• ter muita vontade de viver;
• seguir os procedimentos médicos recomendados sem falhas;
• ter um organismo bem receptivo aos remédios ministrados;
• etc.
Jay Gould percebeu que tinha todas as características favoráveis e que, portanto,
suas chances de estar na ponta da calda, bem à direita, eram boas. Quando ele escreveu
o artigo contando o caso acima, já tinha tido uma sobrevida de 15 anos (!), e dizia que
sua existência dependia do fato de não seguir uma curva de Gauss, mas sim uma
assimétrica. Em 1999, sua sobrevida chegava quase há vinte anos!!!
o
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128
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
o
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129
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
7. A medida de dispersão, definida como a soma dos desvios com relação à média
dividida pelo número N de valores é:
a) o domínio
b) o desvio médio
c) o desvio padrão
d) o quadrado da variância
e) n.d.a.
Feedback:
Média = (2+6+10)/3 = 6
Diferenças da média com cada valor ao quadrado:
1. (6-2)^2 = 16
2. (6-6)^2 = 0
3 (6-10)^2 = 16
Somatória das diferenças = 32
o
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130
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
32/3 = 10,67.
Próxima etapa é a raiz quadrada de 16 = 3,27.
Feedback:
1. Média = 6,5
2. (6,5-2)^2 = 20,25
(6,5-5)^2 = 2,25
(6,5-8)^2 = 2,25
(6,5-11)^2 = 20,25
3. 20,25 + 2,25 + 2,25 + 20,25 = 45
4. 45 / 4 = 11,25
11. A medida de dispersão que não tem a mesma unidade que os valores medidos
é:
a) o desvio padrão
b) a variância
c) o domínio
d) As alternativas a) e b) estão corretas.
e) n.d.a.
o
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131
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
15. Qual desses itens indica um resumo do quanto estão dispersos os dados em
relação à média?
a) agrupamento de dados
b) amplitude
c) quartis e percentis
d) variância
e) desvio padrão
16. Qual das curvas apresenta o valor da mediana maior que o da média?
a) bimodal simétrica
b) unimodal assimétrica negativa
c) unimodal simétrica
d) unimodal assimétrica positiva
e) unimodal simétrica mesocúrtica
o
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132
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Quadro 5.9.
trabalho durante todas às 8 horas do turno. Analisando-se o filtro se teria uma medida
de um súbito aumento de concentração devido a uma dada operação. Por outro lado,
poder-se-ia recolher um dado volume de ar num frasco e coletar a poeira deste volume
numa superfície adesiva especial. Esta superfície poderia ser analisada num
poeira na atmosfera num dado momento, mas não se teria informação nenhuma sobre a
o
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133
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
5.3.2 Erros
Qualquer dado medido apresenta algum erro. Algumas vezes a fonte predominante
de erro é um instrumento inadequadamente ajustado, ou o uso de uma fórmula errada ou
a aplicação de uma metodologia imprópria. Os erros decorrentes destas causas são
denominados de erros consistentes.
Não se consegue eliminar completamente a introdução de erros consistentes num
conjunto de dados medidos, mas a probabilidade de sua introdução pode ser diminuída
usando-se cuidadosas técnicas de medição. Algumas vezes, um erro consistente pode
ser detectado ao se medir um valor conhecido, considerado como um valor de checagem.
Dados obtidos cuidadosamente em geral apresentam erros consistentes mínimos,
mas existe um outro tipo de erro que sempre estará presente em qualquer medição. Este
erro, denominado de aleatório, sempre está presente em maior ou menor grau. Ele
deriva de causas como flutuações do instrumento e variações na percepção ou
interpretação do observador.
Apesar de não poderem ser completamente eliminados, os erros aleatórios podem
ter seu impacto reduzido a um nível tolerável por meio da aplicação de técnicas
experimentais cuidadosas. A aplicação de técnicas simples de redução de dados, como a
média de muitos valores, pode ser muito útil.
Quadro 5.10.
é de 1 ohm. Foram obtidos os seis seguintes valores: 0,983, 1,008, 1,027, 0,991, 1,003,
0,986 ohms. Se calcularmos a média dos valores medidos, obteremos 1,000 ohm.
Portanto, a média apresenta exatamente o valor nominal com até 3 casas decimais,
o
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134
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
A. EXATIDÃO (“ACCURACY”)
A exatidão é uma medida da conformidade entre o valor obtido pela medição e o
valor exato (considerado correto). O valor exato normalmente se baseia numa medida
padrão de referência ou num padrão primário aceito como tal. A exatidão pode ser
expressa como uma porcentagem, que reflete a amplitude do desvio com relação ao
valor verdadeiro, sendo decorrente da combinação de erros existentes no sistema. Em
outros termos, a exatidão é uma medida do quão perto as observações correspondem ao
estado atual das coisas.
A exatidão da calibração é um fator intrínseco limitante da exatidão global do
sistema de medida, ou seja, a exatidão do sistema total de medição não pode ser melhor
que a do método de calibração.
B. AJUSTE (“CALIBRATION”)
É o procedimento pelo qual se estabelece uma correspondência entre o valor
extraído de um sistema de medição e a grandeza que entra no sistema (como a
concentração de um poluente). Testes de ajuste são uma necessidade periódica e sua
freqüência depende do instrumento. Um instrumento que é relativamente instável, por
exemplo, por causa de variações de temperatura, pode requerer freqüentes testes de
ajuste.
C. CALIBRAÇÃO
A principal diferença entre ajustar e calibrar é que no ajuste se modifica o
instrumento fisicamente, para que forneça um resultado “correto”. Uma calibração analisa
o desempenho do instrumento e pode fornecer uma curva de calibração, com a qual ao
se ler um valor se pode comparar com o valor “correto”. Mas não se modifica
mecanicamente o instrumento. Calibrar significa comparar com um padrão de maior
confiança.
o
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135
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
D. INTERFERÊNCIA (“INTERFERENCE”)
É uma resposta, positiva ou negativa, do sistema de medição a alguma coisa que
não é a grandeza sendo medida. O mesmo termo pode ser usado para indicar uma falta
de discriminação ou falta de especificidade. Com as recentes técnicas computacionais
embutidas nos instrumentos, muitas vezes as interferências podem ser medidas e
correções podem ser aplicadas, gerando uma melhor exatidão nos dados de saída.
Em geral os fabricantes designam um instrumento para um tipo específico de
medição, como um analisador colorimétrico para gás SO2, apesar de outros gases
interferirem nas medidas. A hipótese de trabalho nestes casos é que as interferências
não estão presentes nas medidas usuais, ou então são relativamente desprezíveis face
às esperadas concentrações de SO2. Todavia o operador do instrumento tem a obrigação
de estar consciente das inerentes interferências do sistema e de investigar quão
significante elas podem ser em uma dada aplicação.
E. RUÍDO (“NOISE”)
Consiste de desvios falsos e espontâneos na saída do instrumento, que não
decorrem de variações da grandeza sendo medida. É uma forma de interferência e na
sua maior parte está associado com o desempenho dos componentes dentro do sistema
de medição.
F. PRECISÃO (“PRECISION”)
É a medida de quão perto estão entre si uma série de observações da mesma
coisa. Normalmente é expressa como a variação ao redor da média de uma série de
experimentos repetidos, sendo quantificada pelo desvio padrão. Algumas vezes a
precisão é chamada de repetibilidade (“repeatability”).
O “espalhamento”, associado às medidas repetidamente efetuadas com um
instrumento, inclui todas as variações introduzidas pelos componentes do sistema. O
impacto deste espalhamento é adequadamente indicado pelo número de algarismos
significativos contido no valor da medida. Assim, uma concentração de 1,264 ppm implica
num sistema de medição de alta precisão, pois se tem 4 algarismos significativos. Mas a
validade de se expressar este valor com 4 significativos depende do desempenho do
sistema e, se o desvio padrão for de 0,3 ppm, então só se justifica usar 2 algarismos
significativos.
Todas as medidas efetuadas com um instrumental estão limitadas pela precisão
embutida no próprio instrumento. De modo geral, quanto mais preciso um instrumento,
maior seu preço. A precisão tem que ser considerada quando se apresentam dados, de
modo que a incerteza esteja somente no último algarismo significativo.
o
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136
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Exemplo:
Instrumentos podem ser precisos e inexatos, mas podem também ser exatos e
imprecisos. Ilustrar estes casos graficamente.
Consideremos um alvo de dardos como mostra a figura 2.4. O jogador da esquerda
é altamente preciso, mas é inexato, pois seus lances estão todos bem próximos uns dos
outros, mas em média bem longe do centro (lance correto ou exato). O jogador do centro
é impreciso e exato, pois seus lances se espalham pelo alvo, mas na média estaria bem
próximo ao centro. Ou seja, os desvios positivos e negativos se cancelariam e a média
coincidiria com o valor exato. Já o jogador da direita é preciso e exato, pois seus dardos
se agrupam e este agrupamento é quase no centro do alvo.
G. DOMÍNIO (“RANGE”)
É a faixa de medição que o sistema é capaz de quantificar, que se estende de um
valor mínimo a um valor máximo. Muitas vezes o valor mínimo é indicado de modo irreal
como sendo zero, mas ele deve ser indicado como o menor valor detectado pelo
instrumento.
H. CONFIABILIDADE (“RELIABILITY”)
Refere-se à operação do instrumento livre de problemas de mau funcionamento.
I. ESTABILIDADE (“STABILITY”)
Com relação a um instrumento, a estabilidade indica sua capacidade de manter um
dado nível de desempenho por um longo tempo. Um instrumento estável pode sofrer
alguma pane operacional e, portanto ficar operacionalmente não confiável. Todavia pode
neste tempo manter a estabilidade de seu ajuste, de sua sensibilidade, etc.
o
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137
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
K. SENSIBILIDADE (“SENSITIVITY”)
Pode ser entendido como o menor valor detectável de um contaminante que pode ser
repetidamente detectado pelo instrumento. Tecnicamente é a suscetibilidade a ações
externas, medidas pelo grau de resposta do instrumento.
o
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Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
o
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139
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
onde:
Cj = medidas individuais
n = número de medidas
ln = logaritmo natural ou neperiano
exp = representa a função exponencial (ex)
O desvio padrão geométrico (dpg) para a distribuição log normal pode ser calculado
pela expressão analítica dada na fórmula (5.2):
o
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140
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
6
freqüência
4
3
0
0,01 0,03 0,05 0,07 0,09 0,11 0,13 0,15 0,17 0,19
3
ponto médio do intervalo (mg/m )
Como se tem poucas amostras, dois intervalos não possuem nenhum valor. Se
mais amostras tivessem sido obtidas, eventualmente haveria valores nestes intervalos.
Se muitas mais amostras tivessem sido colhidas e os pontos médios dos intervalos
fossem unidos por uma linha, obteríamos uma curva log normal típica, como ilustrado no
quadro 5.11.
Quadro 5.11.
Usando os parâmetros estatísticos de uma distribuição log normal e um programa
como o Excel, depois desenhe a curva (à mão) correspondente à exposição de sílica
pelos mineiros.
o
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141
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Esta curva é assimétrica para o lado direito, com a inclinação sendo mais
acentuada na região dos valores menores. Isto indica que um grande número de medidas
se encontra do lado dos menores valores e que as medidas não se distribuíram
homogeneamente. Este tipo de curva é denominado de assimétrica para a direita
(“skewed to the right”).
Como os valores reais não foram dados, não é possível calcular a média aritmética
e a média geométrica a partir daΣ tabela 5.4. Estas seriam respectivamente 0,051 e
0,036 mg/m3. A média aritmética é influenciada demais por alguns poucos valores altos e
considera-se a média geométrica uma melhor medida de tendência central para este tipo
de distribuição. No próximo exemplo serão explicitadas todas as etapas numéricas dos
cálculos de média geométrica e desvio padrão geométrico.
Tabela 5.5. Cálculos numéricos iniciais para obtenção da média geométrica e desvio
padrão.
CONCENTRAÇÃO ln Cj [ ln Cj - ln MG ]2
3
Cj (mg/m )
0,02 - 3,91 [ ( - 3,91 ) - ( - 3,238 ) ]2 = 0,452
0,09 - 2,41 [ ( - 2,41 ) - ( - 3,238 ) ]2 = 0,686
0,13 - 2,04 [ ( - 2,04 ) - ( - 3,238 ) ]2 = 1,435
0,04 - 3,22 [ ( -3,22 ) - ( - 3,238 ) ]2 = 0,0003
0,01 - 4,61 [ ( - 4,61 ) - ( - 3,238 ) ]2 = 1,882
------- total: - 16,19 total: 4,458
------- MG = exp [ - 16,19 / 5 ] = 0,039
Portanto:
MG = 0,039 mg/m3
dpg = 2,87 mg/m3
Se todos os valores medidos fossem iguais, a média geométrica seria igual a eles,
a diferença dos logaritmos seria zero e, portanto o desvio padrão geométrico seria igual a
1,00.
À medida que o espalhamento dos dados aumenta, o desvio padrão geométrico
também aumenta. Um valor de 2,87 é considerado alto. No presente caso os resultados
estão espalhados e é difícil interpretar os valores. Mais medidas ajudaria a aumentar a
confiança nos dados.
o
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142
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Alguns laboratórios podem apresentar certos valores como sendo zero, mas zero
não pode ser utilizado para se calcular a média geométrica. O valor nulo apresentado por
um laboratório significa que, se presente, a quantidade é inferior ao limite de detecção.
Para valores inferiores ao limite de detecção, deve-se usar nos cálculos a metade do
limite de detecção e não o valor zero. Todo bom laboratório deve ser capaz de informar
seu limite de detecção.
o
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143
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
o
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144
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
o
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145
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
o
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146
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
O valor da exposição obtido poderia ser admissível para alguns tipos de poeira e
inaceitável para outros tipos. Para esta decisão a poeira deveria ser analisada
qualitativamente e quantitativamente, para se saber sua composição. Sabendo-se sua
composição, poder-se-ia usar o limite de tolerância apropriado e avaliar se ele teria sido
excedido ou não.
Emp (poeira) = 1,2 mg/m3 = 60% LTmp (poeira) = 100 x [1,2 / 2,0 ]
Emp (gás) = 165 ppm = 55% LTmp (gás) = 100 x [165 / 300 ]
o
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147
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Inferência
População
Amostra
Probabilidades
o
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148
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Obter medidas de interesse não é tão simples quanto possa parecer e pode
envolver diversas operações dentre as quais:
• seleção do local de amostragem;
• definição da estratégia de amostragem;
• escolha do método de amostragem (como os elementos da amostras serão
coletados);
• determinação da freqüência de medição (freqüência de coleta de elementos da
amostra);
• definição de quantos elementos serão coletados( tamanho da amostra);
• execução da amostragem;
• transporte e cuidados com a amostra;
• preparação das amostras;
• análise das amostras;
• interpretação dos dados;
• apresentação cuidadosa dos resultados.
o
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149
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
B. AMOSTRAGEM ALEATÓRIA
Na amostragem aleatória cada um dos membros de uma população tem a mesma
probabilidade de ser selecionado. Esta característica exige que cada um dos membros da
população seja identificado antes que a amostragem seja efetuada. A obtenção desta
lista de membros nem sempre é uma tarefa fácil.
O exemplo mais básico de amostragem aleatória é a amostragem aleatória simples,
tal qual a retirada de nomes de um chapéu. O mesmo método pode ser obtido usando-se
tabelas de números aleatórios, de modo que se obtenha uma amostra imparcial. A figura
5.7. ilustra a amostragem aleatória simples.
o
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150
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Exemplo:
Numa mina subterrânea seriam escolhidos os trabalhadores de subsolo que
tivessem o maior potencial de exposição aos níveis mais altos de poeira. Estes poderiam
ser todos os perfuradores em subsolo e deste grupo seria então escolhida uma amostra
aleatória simples.
o
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151
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
Exemplo:
Se um poço de água está sendo testado, é preciso ter certeza de se usar um
recipiente bem selado e que esteja isento de contaminantes antes da coleta de material.
É preciso se certificar de que nenhuma contaminação ocorra durante a coleta e manuseio
do recipiente, de que o recipiente esteja completamente selado e de que seja enviado ao
laboratório o mais breve possível. A amostra precisa ser rotulada e etiquetada,
guardando-se registros apropriados de modo que os resultados analíticos sempre sejam
atribuídos à amostra correta.
o
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152
Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
dados. O bom senso é o melhor indicador, mas com a maioria dos dados, uma
subdivisão em 10 a 20 classes fornece resultados satisfatórios.
Deve-se sempre lembrar que em pesquisa científica existem muito poucas
respostas absolutas. Em geral, numa pesquisa tem-se que assumir uma série de
hipóteses e emitir um conjunto de julgamentos. Não existe meio de se evitar estes
julgamentos e eles devem ser os mais imparciais possíveis.
A resposta de quando usar uma ferramenta estatística mais poderosa e complexa
não é simples. Todavia, se ela atrapalhar o leitor ou confundi-lo, não deve ser usada. Por
exemplo, se a distribuição for altamente assimétrica, ainda assim é possível se calcular a
média aritmética e o correspondente desvio padrão. Todavia, as correspondentes
interpretações são muito enganadoras.
Os dados para os quais se calcula a média aritmética devem ser simétricos, pois se
forem muito assimétricos, a média perde seu valor interpretativo, pois terá sido deslocada
para um dos lados. Se apesar de simétricos, os dados não se distribuírem de modo
normal, a média aritmética também perde um pouco de seu significado e deve ser usada
com cautela.
As restrições ao uso da média são severas, mas por outro lado, sua força também
é aparente. Ela tem alta sensibilidade à centralidade e forte conteúdo de informação. A
mesma sensibilidade que faz com que a média aritmética seja usada com cautela em
distribuições assimétricas, mostra também sua exatidão e grau de informação.
O desvio padrão da média aritmética é muito usado na análise de dados, mas
novamente deve-se ter cautela com distribuições assimétricas. O número calculado se
torna sem sentido, não tendo relação com a muito citada afirmação: “No intervalo de 1
desvio padrão de cada lado da média, tem-se aproximadamente 68% de todos os
valores.” Esta afirmação é verdadeira para distribuições normais mas não para
distribuições assimétricas.
Quando se trabalha com a contagem de partículas, com a distribuição
granulométrica ou com a variação temporal da concentração de gases, em geral tem-se
distribuição assimétrica e freqüentemente estas são log normais.
o
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Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
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Capítulo 5. Conceitos Básicos de Estatística em Higiene.
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9. Uma distribuição na qual se tem mais valores baixos do que altos, resultando
numa cauda maior à direita, é dita:
a) assimétrica positiva
b) assimétrica negativa
c) mesocúrtica
d) platicúrtica
e) leptocúrtica
Feedback:
1) Como não há nenhum valor que se repete, não há valor algum com maior
freqüência e por isso a moda pode ser qualquer valor.
2) A mediana seria o valor central. Como há número par de valores, os
números centrais são 3 e 4, e portanto devemos tirar a média entre eles, e
temos mediana = 3,5.
3) A média aritmética é (1+2+3+4+5+100)/6 = 19,1667
4) A média geométrica é (1*2*3*4*5*100)^1/6 = 4,7848
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5.8 EXERCÍCIOS
1. Escreva sua opinião sobre qual a informação mais importante deste capítulo,
usando no máximo 3 linhas. Justifique.
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Bibliografia.
BIBLIOGRAFIA
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Bibliografia.
22. LEIDEL, Nelson A. et al. Ocupational Exposure Sampling Strategy Manual. Ohio:
NIOSH, 1977.
23. Industrial Ventilation: A Manual of Recomended Pratice. American Conference of
Governmental Industrial. Higienists (ACGIH), Michigan, 21a edição 1992.
24. Engineering Principles of Acoustics, Noise and Vibration Control – D.D. Reynolds.
Allyn and Bacon Inc. 1981.
25. “Acoustics” an Introduction to its Physical Principles and Aplication – Allan D.
Pierre. Mc. Graw Hill, 1981.
26. Série EARLOG – Ear Division – Cabot Corporation – Publicada em revistas
especializadas como Professional Safety, a partir de 1983.
27. Samir N. Y. Gerorges. Acústica Aplicada. Apostila de Curso intensivo. São Paulo,
junho de 1983 – B & K do Brasil.
28. NIOSH Technical Report – A Report on the Performance of Personal Noise
Dosimeters. DEHW (NIOSHI) Publication,
29. Noise Control – Principles and Pratice – Bruel & Kiaer.
30. WELLS, GIAMPAOLI, SIDAN Riscos Físicos. São Paulo: Fundacentro, 1982.
31. CEAC – Luminotecnia – José Ramirez Vazquez. Barcelona – Espanha –1990.
32. Kaufman, John E. Ies Lighting Handbook: The Standard Lighting Guide, 5a Edição
New York IES, 1972.
33. Manual De los tubitos de Control. Análisis del aire y análisis técnicos de gases con
los tubitos DRAGER.
34. Normas de Higiene do Trabalho.
35. NHT-01 C/E – Norma para Avaliação de Exposição Ocupacional a Calor.
36. NHT-02 A/E – Norma para Avaliação de Exposição Ocupacional a
Aerodiapersoides.
37. NHT-03 A/E – Determinação de Vazão de amostragem pelo método da bolha de
sabão.
38. NHT-04 A/E – Norma para manutenção de baterias recarregáveis de Níquel –
Cádmio.
39. NHT-05 AQ/A – Quadro resumo das características dos tubos colorimétricos –
DRAGER.
40. NHT-05 AQ/E – Avaliação da exposição ocupacional a agentes químicos.
41. NHT-06 R/E – Norma para Avaliação de Exposição Ocupacional ao Ruído.
42. NHT-06 R/E – Avaliação da exposição Ocupacional ao Ruído Contínuo ou
Intermitente.
43. NHT-07 R/E – Avaliação de Exposição Ocupacional ao Ruído de Impacto.
44. NHT-08 GZ/E – Avaliação da Exposição Ocupacional a Solventes Orgânicos.
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Bibliografia.
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