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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA II

CONVECÇÃO FORÇADA DE AR

Itajubá, 23 de junho de 2021.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA II

CONVECÇÃO FORÇADA DE AR

Alunos: Ana Luiza Cruz Gorgulho - 30996


Maria Eduarda Pereira Moreira - 2017013429
Gabriel Sant’ana Olímpio– 2017003594
Thainá Santana de Almeida - 2017004896

Professor:Hugo Perazzini

Itajubá, 23 de Junho de 2021.


RESUMO

A transferência de calor ocorre de diferentes maneiras, uma vez que está presente em
diversos aspectos, e, consequentemente, diversas aplicações. No entanto, o trabalho
trata-se apenas da transferência de calor por convecção forçada, definida de modo
que o escoamento ocorre a partir de uma força externa. O objetivo principal da
prática foi analisar os dados experimentais considerando a influência do tamanho da
velocidade do escoamento do ar e do tamanho da partícula, além da utilização da
equação da transferência de calor e o cálculo do número de Biot, para que o
experimento pudesse gerar resultados esperados. A partir da avaliação dos
resultados, foi possível observar incoerência com os valores esperados, uma vez que
os valores encontrados se diferenciaram do valor teórico.

PALAVRAS CHAVE: Transferência de calor, convecção forçada, número de


Biot.

Objetivos: Calcular e analisar os valores do coeficiente da transferência de calor, além do


número de Biot e realizar comparações caso houvessem outros fluidos.
1. INTRODUÇÃO
A transferência de energia, devido a uma diferença de temperatura entre meios
diferentes é definida como Transferência de Calor e pode ocorrer de maneiras distintas, seja
por condução, convecção ou radiação.

É imprescindível o entendimento exato da transferência de calor, uma vez que, se


utiliza nas operações industriais, manutenção e projetos de novos equipamentos de forma que
leve a redução dos custos, otimização dos processos, além da economia de energia em uma
indústria. [2]

Dependendo do tipo do escoamento do fluido sob o corpo sólido, a transferência de


calor por convecção pode ser considerada como convecção natural ou convecção Forçada. No
que diz respeito a convecção natural, esta deriva do movimento do fluido como resultado
apenas das diferenças de massa específica devido a gradientes de temperatura.

Já transferência de calor por convecção acontece com o fluido em movimento a uma


superfície, no qual se encontram em temperaturas diferentes. No caso do experimento
realizado, a convecção forçada ocorre quando o escoamento do fluido é conduzido por
elementos extras que auxiliam na transferência de calor, como no caso de bombas,
ventiladores, compressores, dentre outros

Da lei de Newton do Resfriamento, vem que o fluxo de calor trocado é ditado pela
seguinte equação 1:

𝑄
𝑞 = 𝐴 = ℎ(𝑇𝑠 − 𝑇∞ ) [1]

O coeficiente de troca térmica é diretamente ligado as propriedades físicas do fluido,


no qual vai depender da camada limite, que é influenciada pelas condições do escoamento e
da geometria do sólido, por isso o grande desafio. Portanto, são utilizadas correlações
adimensionais para o cálculo do coeficiente de calor, como Re, Nu e Pr.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização do experimento, alguns materiais e métodos foram utilizados, sendo eles:

2.1Materiais

• Três esferas de ferro de diferentes diâmetros;


• Unidade de convecção forçada, formada por: Soprador e aquecedor, indicador digital
de temperatura, túnel de vento, Pt-100, termopar,painel de controle;
• Cronômetro;
• Pinça;
• Termo anemômetro;
• Suporte para as espeferas;
• Paquímetro digital.

2.2 Metodologia

Primeiramente foi ligada a unidade de convecção forçada e o setpoint do equipamento


foi ajustado para a tempertatura de 50 oC. Enquanto era esperado o equlíbrio térmico na
tubulação, com o auxílio do paquímetro digital, foram medidos os diâmetros das esferas
metálicas.

Assim que a temperatura da tubulação atingiu o setponit desejado, o anemômetro foi


posicionado no centro da tubulação até que o mostrador indicasse uma velocidade estável do
ar.

Em seguida encaixou-se uma das esferas no suporte e conectou-se o termopar para


medir sua temperatura inicial. Colocou-se o conjunto de suporte, esfera e termopar dentro da
tubulação e foi anotado o valor de temperatura encontrado a cada 30 segundos até que não
houvesse mais variação na temperatura da esfera. Este procedimento foi feito para as três
esferas nas velocidades de 2 e 4 m/s.
Foi confeccionado um gráfico com o auxílio do excel da temperatura da partícula pelo
tempo, assim como também foi analisada a influência do tamanho da partícula e a velocidade
do ar quente na convecção. Também encontrou-se o valor médio do coeficiente de
temperatura isolando h na Equação 1 para cada um dos valores de tempo e fazendo uma
média dos valores encontrados:

𝑇∞ −𝑇 ℎ×𝐴
𝛷= = exp (− 𝜌×𝑐 𝑡) (1)
𝑇∞ − 𝑇0 𝑝 ×𝑉

Verificou-se se esta correlação proposta é válida comparando os valores obtidos com


os valores obtidos pela Equação 2 da correlação de Ranz e Marshall:

1/2
𝑁𝑢𝑝 = 2 + 0,6𝑅𝑒𝑝 𝑃𝑟 1/3 (2)

Foi também calculado o número de Biot a partir da Equação 3, cujo resultados deve
ser abaixo de 0,1:

ℎ∙𝐿𝑐
𝐵𝑖 = (3)
𝑘

Por fim analisou-se os possíveis erros do experimento, bem como sua importância em
problemas da indústria química.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Resultados e tratamento estatístico

As propriedades das esferas de ferro foram organizadas na tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Propriedades das esferas de ferro

Esfera1 Esfera 2 Esfera 3


Diâmetro [m] 0,017 0,018 0,022
Raio [m] 0,009 0,009 0,011
Área [m²] 9,24E-04 1,02E-03 1,53E-03
Volume [m³] 2,64E-06 3,07E-06 5,64E-06
Massa Específica [kg/m³] 7850
Calor específico [kJ/kg K] 0,450
Condutividade Térmica [W/m k] 52
Fonte: TOGINHO, 2012
Durante a realização do experimento, foram colhidos dados acerca da temperatura de
cada esfera de ferro em intervalos de 30 em 30 segundos para as velocidades de escoamento
do ar de 2 e 4 m/s. Os dados foram reunidos nas tabelas 2 (2 m/s) e tabela 3 (4 m/s).

Tabela 2- Temperatura para cada ponto amostrado (2 m/s)

Temperatura [°C] 960 46 46 46


Tempo
17,15 18,04 22,09 990 46 46 46
[s]
mm mm mm 1020 47 46 46
0 31 29 31 1050 47 46 46
30 34 33 33 1080 47 46 46
60 36 34 35
1110 47 46 46
90 37 36 36
1140 47 46 46
120 38 37 37
1170 47 46 46
150 39 39 38
1200 47 46 46
180 40 39 38
1230 47 46 47
210 41 40 39
240 42 41 40 1260 47 46 47
270 42 41 40 1290 47 46 47
300 43 42 41 1320 47 46 47
330 43 42 41 1350 47 46 47
360 44 43 42 1380 47 46 47
390 44 43 42 1410 47 46 47
420 44 44 43 1440 47 46 47
450 45 44 43 1470 47 46 47
480 45 44 44 1500 47 46 47
510 45 44 44 1530 47 46 47
540 45 45 44 1560 47 46 47
570 45 45 44 1590 47 46 47
600 45 45 45 1620 47 46 47
630 46 45 45 1650 47 46 47
660 46 45 45 1680 47 46 47
690 46 46 45 1710 47 46 47
720 46 46 45 1740 47 46 47
750 46 46 45 1770 47 47 47
780 46 46 45 1800 47 47 47
810 46 46 46 1830 47 47 47
840 46 46 46 1860 47 47 47
870 46 46 46 1890 47 47 47
900 46 46 46 1920 47 47 47
930 46 46 46 1950 47 47 47
Tabela 3 – Temperatura para cada ponto amostrado (4 m/s)

Temperatura [°C] 750 47 46 46


Tempo 17,15 18,04 22,09 780 47 46 46
[s] mm mm mm 810 47 46 46
0 29 33 30 840 47 47 46
30 34 38 34 870 47 47 46
60 36 39 36
900 47 47 46
90 38 40 37
930 47 47 46
120 40 41 38
960 47 47 46
150 41 42 39
990 47 47 46
180 42 43 40
1020 47 47 46
210 43 43 41
240 43 44 42 1050 47 47 46
270 44 44 42 1080 47 47 46
300 44 44 43 1110 47 47 46
330 45 45 43 1140 47 47 46
360 45 45 44 1170 47 47 46
390 45 45 44 1200 47 47 46
420 46 45 44 1230 47 47 46
450 46 46 45 1260 47 47 46
480 46 46 45 1290 47 47 46
510 46 46 45 1320 47 47 46
540 46 46 45 1350 47 47 46
570 46 46 45 1380 47 47 46
600 46 46 46 1410 47 47 47
630 46 46 46 1440 47 47 47
660 46 46 46 1470 47 47 47
690 46 46 46 1500 47 47 47
720 47 46 46

Utilizando a Equação 1 foram calculados os valores de temperatura adimensional para


cada uma das esferas de diferentes diâmetros. A tabela 4 apresenta o tempo adimensional para
a velocidade de 2m/s, enquanto a tabela 5 para a velocidade de 4 m/s.apresenta a temperatura
adimensional para cada tempo de medição t+30s.
Tabela 5 – Tempo adimensional para 2 m/s

Tempo adimensional 990 0,21 0,19 0,21


Tempo 17,15 18,04 22,09 1020 0,16 0,19 0,21
[s] mm mm mm 1050 0,16 0,19 0,21
0 1 1 1 1080 0,16 0,19 0,21
30 0,84 0,81 0,89
1110 0,16 0,19 0,21
60 0,74 0,76 0,79
1140 0,16 0,19 0,21
90 0,68 0,67 0,74
1170 0,16 0,19 0,21
120 0,63 0,62 0,68
1200 0,16 0,19 0,21
150 0,58 0,52 0,63
1230 0,16 0,19 0,16
180 0,53 0,52 0,63
210 0,47 0,48 0,58 1260 0,16 0,19 0,16
240 0,42 0,43 0,53 1290 0,16 0,19 0,16
270 0,42 0,43 0,53 1320 0,16 0,19 0,16
300 0,37 0,38 0,47 1350 0,16 0,19 0,16
330 0,37 0,38 0,47 1380 0,16 0,19 0,16
360 0,32 0,33 0,42 1410 0,16 0,19 0,16
390 0,32 0,33 0,42 1440 0,16 0,19 0,16
420 0,32 0,29 0,37 1470 0,16 0,19 0,16
450 0,26 0,29 0,37 1500 0,16 0,19 0,16
480 0,26 0,29 0,32 1530 0,16 0,19 0,16
510 0,26 0,29 0,32 1560 0,16 0,19 0,16
540 0,26 0,24 0,32 1590 0,16 0,19 0,16
570 0,26 0,24 0,32 1620 0,16 0,19 0,16
600 0,26 0,24 0,26 1650 0,16 0,19 0,16
630 0,21 0,24 0,26 1680 0,16 0,19 0,16
660 0,21 0,24 0,26 1710 0,16 0,19 0,16
690 0,21 0,19 0,26 1740 0,16 0,19 0,16
720 0,21 0,19 0,26 1770 0,16 0,14 0,16
750 0,21 0,19 0,26 1800 0,16 0,14 0,16
780 0,21 0,19 0,26 1830 0,16 0,14 0,16
810 0,21 0,19 0,21 1860 0,16 0,14 0,16
840 0,21 0,19 0,21 1890 0,16 0,14 0,16
870 0,21 0,19 0,21 1920 0,16 0,14 0,16
900 0,21 0,19 0,21 1950 0,16 0,14 0,16
930 0,21 0,19 0,21
960 0,21 0,19 0,21
Tabela 5 – Tempo adimensional para 4 m/s

Tempo adimensional 750 0,14 0,24 0,20


Tempo 17,15 18,04 22,09 780 0,14 0,24 0,20
[s] mm mm mm 810 0,14 0,24 0,20
0 1 1 1 840 0,14 0,18 0,20
30 0,76 0,71 0,80 870 0,14 0,18 0,20
60 0,67 0,65 0,70
900 0,14 0,18 0,20
90 0,57 0,59 0,65
930 0,14 0,18 0,20
120 0,48 0,53 0,60
960 0,14 0,18 0,20
150 0,43 0,47 0,55
990 0,14 0,18 0,20
180 0,38 0,41 0,50
210 0,33 0,41 0,45 1020 0,14 0,18 0,20
240 0,33 0,35 0,40 1050 0,14 0,18 0,20
270 0,29 0,35 0,40 1080 0,14 0,18 0,20
300 0,29 0,35 0,35 1110 0,14 0,18 0,20
330 0,24 0,29 0,35 1140 0,14 0,18 0,20
360 0,24 0,29 0,30 1170 0,14 0,18 0,20
390 0,24 0,29 0,30 1200 0,14 0,18 0,20
420 0,19 0,29 0,30 1230 0,14 0,18 0,20
450 0,19 0,24 0,25 1260 0,14 0,18 0,20
480 0,19 0,24 0,25 1290 0,14 0,18 0,20
510 0,19 0,24 0,25 1320 0,14 0,18 0,20
540 0,19 0,24 0,25 1350 0,14 0,18 0,20
570 0,19 0,24 0,25 1380 0,14 0,18 0,20
600 0,19 0,24 0,20 1410 0,14 0,18 0,15
630 0,19 0,24 0,20 1440 0,14 0,18 0,15
660 0,19 0,24 0,20 1470 0,14 0,18 0,15
690 0,19 0,24 0,20 1500 0,14 0,18 0,15
720 0,14 0,24 0,20

Em posse dos valores de tempo adimensional, foram criados gráficos que melhor
relacionam a variação de temperatura ao longo do tempo, até que esta se estabilizasse próxima
aos 50°C, referentes à temperatura do fluido.

Tais gráficos para 2 m/s podem ser encontrados nas figuras 1, 2 e 3.


Figura 1 – Tempo adimensional ao longo do tempo de experimento para 2 m/s

Figura 2 – Tempo adimensional ao longo do tempo de experimento para 2 m/s

Figura 3 – Tempo adimensional ao longo do tempo de experimento para 2 m/s


Para a velocidade de 4 m/s, pode-se observar a relação entre tempo de experimento e
tempo adimensional nas figuras 4, 5 e 6.

Figura 4 – Tempo adimensional ao longo do tempo de experimento para 4 m/s

Figura 5 – Tempo adimensional ao longo do tempo de experimento para 4 m/s

Figura 6 – Tempo adimensional ao longo do tempo de experimento para 4 m/s


Isolando h na equação 1, pôde-se calcular o coeficiente de transferência de calor h
para cada um dos pontos medidos, dispondo seus valores nas tabelas 6 para 2 m/s e tabela 7
para 4m/s
Tabela 6-Coeficientes de troca térmica para 2 m/s

h 780 0,02 0,02 0,02


17,15 18,04 22,09 810 0,02 0,02 0,03
Tempo mm mm mm 840 0,02 0,02 0,02
0 - - - 870 0,02 0,02 0,02
30 0,06 0,07 0,05
900 0,02 0,02 0,02
60 0,05 0,05 0,05
930 0,02 0,02 0,02
90 0,04 0,05 0,04
960 0,02 0,02 0,02
120 0,04 0,04 0,04
990 0,02 0,02 0,02
150 0,04 0,05 0,04
1020 0,02 0,02 0,02
180 0,04 0,04 0,03
210 0,04 0,04 0,03 1050 0,02 0,02 0,02
240 0,04 0,04 0,03 1080 0,02 0,02 0,02
270 0,03 0,03 0,03 1110 0,02 0,02 0,02
300 0,03 0,03 0,03 1140 0,02 0,02 0,02
330 0,03 0,03 0,03 1170 0,02 0,02 0,02
360 0,03 0,03 0,03 1200 0,02 0,01 0,02
390 0,03 0,03 0,03 1230 0,02 0,01 0,02
420 0,03 0,03 0,03 1260 0,01 0,01 0,02
450 0,03 0,03 0,03 1290 0,01 0,01 0,02
480 0,03 0,03 0,03 1320 0,01 0,01 0,02
510 0,03 0,03 0,03 1350 0,01 0,01 0,02
540 0,02 0,03 0,03 1380 0,01 0,01 0,02
570 0,02 0,03 0,03 1410 0,01 0,01 0,02
600 0,02 0,03 0,03 1440 0,01 0,01 0,02
630 0,02 0,02 0,03 1470 0,01 0,01 0,02
660 0,02 0,02 0,03 1500 0,01 0,01 0,02
690 0,02 0,03 0,03 1530 0,02 0,03 0,03
720 0,02 0,02 0,02 1560 Biot
750 0,02 0,02 0,02 1590 0,00 0,00 0,00
Tabela 7 – Coeficientes de troca térmica para 4 m/s
h 750 0,026 0,020 0,028
17,15 18,04 22,09 780 0,025 0,020 0,027
Tempo [s]
mm mm mm 810 0,024 0,019 0,026
0 - - - 840 0,023 0,022 0,025
30 0,092 0,123 0,097 870 0,023 0,021 0,024
60 0,068 0,077 0,077
900 0,022 0,020 0,023
90 0,063 0,063 0,062
930 0,021 0,020 0,023
120 0,062 0,056 0,055
960 0,020 0,019 0,022
150 0,057 0,053 0,052
990 0,020 0,019 0,021
180 0,054 0,052 0,050
210 0,053 0,045 0,049 1020 0,019 0,018 0,021
240 0,046 0,046 0,050 1050 0,019 0,018 0,020
270 0,047 0,041 0,044 1080 0,018 0,017 0,019
300 0,042 0,037 0,046 1110 0,018 0,017 0,019
330 0,044 0,039 0,041 1140 0,017 0,016 0,018
360 0,040 0,036 0,043 1170 0,017 0,016 0,018
390 0,037 0,033 0,040 1200 0,016 0,015 0,017
420 0,040 0,031 0,037 1230 0,016 0,015 0,017
450 0,037 0,034 0,040 1260 0,016 0,015 0,017
480 0,035 0,032 0,038 1290 0,015 0,014 0,016
510 0,033 0,030 0,035 1320 0,015 0,014 0,016
540 0,031 0,028 0,033 1350 0,015 0,014 0,016
570 0,029 0,027 0,032 1380 0,014 0,013 0,015
600 0,028 0,026 0,035 1410 0,014 0,013 0,017
630 0,027 0,024 0,033 1440 0,014 0,013 0,017
660 0,025 0,023 0,032 1470 0,013 0,013 0,017
690 0,024 0,022 0,030 1500 0,013 0,012 0,016
720 0,027 0,021 0,029

As propriedades do ar a 50°C foram organizadas na tabela 8:

Tabela 8 – Propriedades do ar a 50°C


viscosidade cinemática [m²/s] 1,79E-05
calor específico [kJ/kg K] 1,007
condutividade térmica [W/m K] 0,028
Número de Prandtl 0,71
FOX et. al, 2004.
Utilizando as propriedades do ar, foram calculados os números de Reynolds dispostos
na tabela 9 para cada velocidade, de modo a poder verificar se a correlação da equação 2 para
convecção forçada ao redor de esferas pode ser utilizada no experimento em questão.

Para a velocidade de 2 m/s, o coeficiente de troca térmica calculado a partir da


correlação está apresentada na tabela 10:

Tabela 10

Esfera1 Esfera 2 Esfera 3


Número de Reynolds 1916 2016 2468
Número de Nusselt 25,43 26,03 28,59
Coeficiente de troca térmica pela
41,22 40,11 35,98
correlação [W/m² °C]

Para a velocidade de 4 m/s, tal coeficiente está apresentado na tabela 11:

Tabela 11 – Coeficiente de troca térmica a partir da correlação de Ranz e Marshall

Esfera1 Esfera 2 Esfera 3


Número de Reynolds 3832 4031 4936
Número de Nusselt 35,14 35,99 39,61
Coeficiente de troca térmica pela
56,96 55,45 49,85
correlação

Analisando os números de Biot pela equação 3, pôde-se verificar se a análise realizada


está correta, ou seja, se a análise concentrada é permitida para o caso em questão. Para 2 m/s,
temos os seguinte valores de h médio e número de Biot, indicados pela tabela 12:

Tabela 12 – Número de Biot para 2 m/s


h médio [W/m² °C] 0,02 0,03 0,03
Número de Biot 1,31E-06 1,45E-06 1,83E-06

Para 4 m/s, têm-se a tabela 13:

Tabela 13 – Número de Biot para 4 m/s


h médio 0,030 0,029 0,032
Biot 1,67E-06 1,66E-06 2,26E-06

Nota-se que para as duas velocidades, o número de Biot é bem menor que 1,
possibilitando a análise concentrada. Porém é necessário destacar que o h médio para os 2
casos também é muito menor que aquele calculado pela correlação, o que pode indicar alguma
incoerência na aquisição de dados.

Ao analisar os coeficientes de troca térmica, percebe-se que todos possuem valores


muito próximos, o que dificulta a análise da influência do diâmetro e da velocidade do ar no
mecanismo de convecção.

Caso o fluido fosse substituído pela água, sua maior capacidade de transferência de
calor faria com que o aumento de temperatura fosse mais eficiente, e caso as esferas fossem
feitas de um material de menor condutividade térmica, o aumento da temperatura seria mais
lento, ocasionando um coeficiente de troca térmica menor que o encontrado. Como o
experimento levantou valores de h muito pequenos, de fato é indicada a substituição do fluido
no túnel por um de maior calor específico, como a água.

3.2 Causas de erro

As possíveis causas de erro podem ser provenientes do arredondamento dos valores,


bem como a exposição de parte do sensor do termopar diretamente ao ar da tubulação, que
pode ter interferido em suas medições. A forma de medição da velocidade da corrente de ar
quente também pode ter sido um vetor de erro.

3. 3 Nomenclatura

A - Área de troca térmica [m³]


𝑐𝑝 - Calor específico do sólido [kJ/kg.K]
h - Coeficiente de transferência de calor [W/m³.K]
k - Condutividade térmica [W/mK]
𝐿𝑐 - Comprimento característico [m]
q - Fluxo de calor [W/m²]
Q - Taxa de transferência de calor [W]
t - Tempo [s]
T - Temperatura [°C]
𝑇𝑐 - Temperatura do sólido [°C]
𝑇∞ - Temperatura do ar [°C]
𝑇0 - Temperatura inicial [°C]
U - Energia interna [W]
V - Volume do sólido [m³]
µ - Viscosidade do fluido [kg/m.s]
𝜇𝑠 - Viscosidade do fluido avaliada na temperatura da parede [kg/m.s]
ρ - Massa específica do sólido [kg/m³]

4. CONCLUSÃO

A partir dos cálculos realizados, foi possível observar os valores do coeficiente de


transferência de calor estão incoerentes com os esperados. A partir da comparação com o
valor teórico, o valor encontrado apresenta uma transferência muito baixa de calor, mostrando
que o processo seria ineficiente. Sendo assim, é possível concluir que o experimento não foi
satisfatório e os resultados diferentes do esperados.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] INCROPERA, Frank P./ WITT, David P.de. LTC Editora S.A. Fundamentos de
Transferência de Calor e de Massa. 3ª ed. Rio de Janeiro, 1992.
[2] HELOA, T. S. Abreu. Montagem de um experimento didático para avaliação da
transferência de calor por convecção forçada. Vitória, 2016.
[3] FOX, R.W., MCDONALD, A.T., PRITCHARD, P.J.; “ Introdução à Mecânica dos
Fluidos”, LTC, 6a ed. 2004.
[4] TOGINHO Filho, D. O.; Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física
Geral, Universidade Estadual de Londrina. 2012.

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