Você está na página 1de 7

O IMPACTO DA PANDEMIA NA ALFABETIZAÇÃO

Bruna Carvalho Duarte


Universidade Federal Da Fronteira SulInstituição
Brunaduartec9@gmail.com

Resumo
O artigo tem o intuito de fazer um estudo sobre a alfabetização em tempos de pandemia, onde
toda a área da educação precisou se adaptar, as aulas presenciais foram suspensas e foi
implementado o ensino remoto, o trabalho dos professores, gestão também precisou se
reinvetar na contrução de novas práticas de ensino.
O plano de educação a distância, em todos os níveis de ensino, foi a solução encontrada até
durar a pandemia, e diante desse contexto, esse trabalho, visa disticutir como se da o
letramento de forma remota, pensando também nas condições de volta as aulas e os desafios
para o ensino da escrita e para o futuro da educação. A metodologia utilizada foi artigos e
textos digitais envolvendo o texto em questão, e entrevista feita com os pais de crianças
matriculadas nos anos iniciais.

Palavras-chave: alfabetização, pandemia, letramento

INTRODUÇÃO
Com a realidde atual onde vivenciamos a pandemia do novo
coronavírus, o governo adotou várias medidas legais para conter a propagação
do virús. A escola foi uma das principais instituições que sofreu com mudanças,
implementando o ensino remoto, foi preciso jogo de cintura para aproximar a
escola da comunidade. Nessa situação de calamidade pública o
distanciamento físico se fez uma alternativa capaz de evitar um colapso ainda
maior no sistema de saúde.
Desta forma foi preciso ter um olhar crítico para o contexto educacioal, a
partir da aplicação de políticas públicas para a redução dos impactos da
pandemia na educação, existe dois caminhos preucupantes na caminhada
escolar, o 1º ano dos Anos Iniciais, com o comprometimento de ensinar seus
alunos a ler e escrever, e o 3º ano dos Anos Inicias, por se configurar como um
momento decisivo para a educação plena do aluno.
A assitência prestada nas atividades enviadas para os alunos, é
importante para minimizar os prejuízos da ausência das aulas presenciais.
Porem mesmo que a proposta de ensino digital seja um avanço na aréa
pedagógica, traz também implicações educacionais, o que necessita de uma
reflexão sobre a utilização das textualidades produzidas e acessadas no
ambiante virtual.
E ai que fica uma pergunta, como ensinar ler e escrever de forma remota?
Emilia Ferreiro em um de seus livros destaca que:

Nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em


certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o objeto
dessa aprendizagem. São provavelmente essas práticas (mais do que
os métodos em si) que têm efeitos mais duráveis a longo prazo, no
domínio da língua escrita como em todos os outros. Conforme se
coloque a relação entre o sujeito e o objeto de conhecimento, e
conforme se caracterize a ambos, certas práticas aparecerão como
“normais” ou como “aberrantes”. É aqui que a reflexão
psicopedagógica necessita se apoiar em uma reflexão
epistemólogica. (FERREIRO, 2001)

Diante de tais questões, este artigo traz relações dialógicas entre ensino,
tecnologia e a prática de ler remotamente, com o intuito de discutir a inclusão
do letramento digital no sistema escolar como alternativa para o distanciamento
social decorrente da pandemia da COVID-19

A leitura como formação do cidadão.


O conceito de leitura e escrita vem se modificando ao longo do tempo,
hoje já existe novas formas de pensar agir e comunicar-se que são habitos do
dia a dia, como enviar mensagem no celular ou computar, assim como ler
textos e livros digitais. Mesmo que a maioria das escolas ofereça
computadores e láboratorios de informatica para os alunos vivenciarem novas
maneiras de ler e escrever, é importante também que o professor consiga
administrar de forma segura esse manuseio das tecnologias em suas aulas.
Com as aulas remotas fica um pouco difícil os professores saberem se
os alunos estão lendo e fazendo as atividades corretas, diante dessa
dificuldade de estabelecer um parâmetro para avaliar o grau de letramento
digital do aluno, já que cada um demanda de diferente uso das tecnologias
digitais, é importante que esses alunos tenham desenvolvido habilidades
básicas para que possam aprimorar outras. E como que a fámilia irá conseguir
auxiliar de forma correta essas crianças? Conforme o artigo da Revista
Brasileira de Alfabetização afirma que
Para 44,6%, o ensino remoto é considerado uma boa solução para os
problemas da pandemia, o que não significa ignorar que, ao mesmo
tempo, ele não propicia, de modo integral, o atingimento dos objetivos
escolares porque, tendo em vista as especificidades do processo de
alfabetização, não se torna possível alfabetizar efetivamente sem
aulas presenciais, além de ter gerado sobrecarga de trabalho para os
docentes e as famílias e não ser adequado à etapa de ensino com a
qual trabalha, (Revista Brasileira de Alfabetização, 2020)

É por isso que se deve pensar com sensatez se o ensino remoto é ou


não é uma alternativa viável para alfabetizar as crianças. Pensando que

No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os componentes curriculares


tematizam diversas práticas, considerando especialmente aquelas
relativas às culturas infantis tradicionais e contemporâneas. Nesse
conjunto de práticas, nos dois primeiros anos desse segmento, o
processo de alfabetização deve ser o foco da ação pedagógica.
Afinal, aprender a ler e escrever oferece aos estudantes algo novo e
surpreendente: amplia suas possibilidades de construir
conhecimentos nos diferentes componentes, por sua inserção na
cultura letrada, e de participar com maior autonomia e protagonismo
na vida social. (BRASIL, 1996)

A familia com o papel de ensinar a ler e escrever.

Diante das aulas serem remotamente, onde em um tempo curto os


professores necessitaram reinventar o seu plano de aula, entrando em um
meio desconhecido para muitos. Para os responsáveis, que em meio a tudo
isso, de atividades e preocupações, assumiu o papel de educadores de seus
filhos, mesmo sem saber o que fazer.
A partir de entrevistas realizadas com alguns pais que tem filhos
estudando remotamente, fica claro a angústia e ansiedade da fámilia pela volta
das aulas.
M, pai de um aluno de 2° ano diz que é muito difícil ensinar a letra
cursiva para o filho, e a professora afirma que é preciso porque ele tem
dificuldade em escrever.
Já a mãe R, diz que a filha não quer tirar um tempo para os estudos, e
quando chega a hora de estudar, ler ou escrever, ela fica se diperçando muito.
Levando em conta que a fámilia também tem seus deveres, como
trabalho e afazeres domésticos, ficam muitas vezes sobrecarregados de
atividades, o que acaba elevando o estresse da família, sem contar que muitos
pais não possuem entendimento em certas atividades para ajudar os filhos.
É nesse pensamento que fica a dúvida se o ensino remeto é mesmo a
alternativa mais viavel para esse momento que estamos vivemos, ainda mais
quando falta conhecimento tanto dos professores quanto dos pais sobre as
tecnologias necessarias para acessar as aulas.
CONCLUSÃO
Deste modo o artigo procurou enfatizar a importância do letramento na
vida da criança, envolvendo segmentos entre ensino, tecnologia assim como a
leitura na perspectiva da cultura digital em tempos de pandemia da COVID-19.
Diante das pesquisas realizadas, observou-se que, se alfabetizar as crianças
em sala de aula é uma tarefa difícil, essas dificuldades se potencializam com o
isolamento social.
Contudo a alfabetização que atenda as expectativas de uma sociedade
cada vez mais ligada a tecnologia é de varias reflexões, com a quarentena a
adoção de políticas públicas que se façam necessarias para preencher o
espaço deixado pela falta de aulas presenciais com a troca das aulas
tradicionais para as aulas remotas não é de garantia que o processo de ensino
e aprendizado seja de forma competente. Mesmo que a experiência de um
ensino presencial tenha que ser considerada na contrução de saberes para o
ensino remoto, as atividades educativas desenvolvidas por meio da tecnologia
requer investimentos em práticas e recursos necessarios para tais fins.
Há que se considerar, ainda, que a cultura digital tem promovido
mudanças sociais significativas nas sociedades contemporâneas. Em
decorrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de
informação e comunicação e do crescente acesso a elas pela maior
disponibilidade de computadores, telefones celulares, tablets e afins,
os estudantes estão dinamicamente inseridos nessa cultura, não
somente como consumidores. Os jovens têm se engajado cada vez
mais como protagonistas da cultura digital, envolvendo-se
diretamente em novas formas de interação multimidiática e
multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de modo
cada vez mais ágil. Por sua vez, essa cultura também apresenta forte
apelo emocional e induz ao imediatismo de respostas e à
efemeridade das informações, privilegiando análises superficiais e o
uso de imagens e formas de expressão mais sintéticas, diferentes dos
modos de dizer e argumentar característicos da vida escolar.
(BRASIL, 2018)
Diante disso, sem ter condições iguais de acessibilidade e o uso correto
das ferramentas digitais, pode ser consideravelmente prejudicial à qualidade de
ensino dessas crianças. De fato é importante também pensar na importância
que os professores e gestores tem, visto que a implementação de ambientes
educativos colaborativos e participativos ultrapassa o formato pedagógico
tradicional.
É importante que todos os docentes participem da formação de
habilidades para interpretar, inferir, relacionar ideias em textos de diferentes
gêneros e tipos. A escola tem o papel de proporcionar a aprendizagem para as
tecnologias e as novas midias, dando uma atenção a mais na leitura e na
linguagem, aumentando o nivel de letramento dos alunos, não apenas no nivel
de alfabetização, para uma aprendizagem realmente signitiva. Por isso a
importancia de formações continuadas para a compreensão das propriedades
e do funcionamento das textualidades em situações de uso cognitivo ou
produtivo no tempo em que estamos vivendo, compreendendo como e quais
letramentos as instituições de ensino tem repassado para os discentes
remotamente.
Por isso é necessario incentivar os alunos a manterem o interesse pelos
estudos neste cenário de aulas on-line, bem como de continuar estudando
quando as aulas voltarem ao normal.
E a partir da pesquisa feita com os pais de crianças nos anos iniciais,
fica claro a preocupação sobre como a educação dos filhos ira ficar afetada
com essa pandemia, e o que eles podem fazer para ajudar os filhos da maneira
correta.
REFERÊNCIAS
ALFABETIZAÇÃO, Em rede: uma investigação sobre o ensino remoto da
alfabetização na pandemia covid-19-relatório técnico (parcial).

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Curricular Comum, http://


basenacionalcomum.mec.gov.br, 2016. Acesso em 10 de julho de 2016.

FERREIRO, Emilia. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001.

Kleiman, AB. Apresentação. (1995). In: Kleiman, Ângela (org.) Os significados


do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita.
Campinas: Mercado de Letras, pp. 07-11.

Você também pode gostar