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Aplicações Mecânicas

Aula 10
Geometrias

ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS:


Características geométricas (Formulário)

Diâmetros principais
Diâmetro primitivo (d0)=m.Z
Diâmetro de base (dg)=d0.cos α
Diâmetro interno ou do pé do dente (df)=d0-2hf
Diâmetro externo ou da cabeça do dente (dk)=d0+2hk
Geometrias

ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS:


Características geométricas (Formulário)
Geometrias

ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS:


Características geométricas (Formulário)
Falhas

Engrenagens podem falhar basicamente por dois tipos de


solicitação: a que ocorre no contato, devido à tensão
normal, e a que ocorre no pé do dente, devido a flexão
causada pela carga transmitida.
Falhas
Falhas

Essas fraturas ocorrem geralmente por fadiga (Tensões


variadas de flexão na raiz do dente) e por fadiga
Superficial das superfícies dos dentes (crateração).
Fadiga de contato

Estágio inicial da falha com pequenos sulcos, chamados


pites, são formados na região próximo a linha primitiva
do dente, que é definida pelo diâmetro primitivo.
Fadiga de contato

Macro-pitting, micro-pitting (c)

fadiga de contato na maioria dos casos ocorre no pinhão de


um par Engrenado (são as engrenagens motoras e possuem
maiores ciclos operação).
Fadiga de flexão

A falha por fadiga tem:


• A origem da trinca, ou
ponto focal, ocorre na
superfície da raiz (pé) do
dente do lado carregado.

• Normalmente a origem
ocorre no meio da face
do dente carregado.
Fadiga de flexão
• Ponto
Concentração de tensão na raiz, inclusões na no material,..
•focal

• Sobrecarga

A – Quebra por fadiga


B – Evidência de sobrecarga
Fadiga de flexão

Local da quebra: Marcas de contato (“pitting”) podem


evidenciar que uma das extremidades do dente está
suportando maior parte do carregamento(desalinhamento).
Falhas por impacto
Segurança

A falha para um sistema de transmissão não é somente o


que impossibilita o seu funcionamento. A falha também
pode ser uma condição insatisfatória de uso.
Modo de falha Conseqüência
Peça quebrada Sistema provavelmente inoperante.
Desgaste de peça excessivo Sistema provavelmente operante por tempo considerável
Vibração anormal Sistema provavelmente operante por tempo considerável
Ruído anormal Sistema operante; antecede potencial quebra
Temperatura elevada (peça ou óleo) Sistema operante; antecede uma quebra prematura
Vazamento de óleo. Sistema operante; antecede uma quebra prematura
Interferência / peças fora de posição Sistema inoperante. Torque interrompido.
Segurança

Coeficiente de segurança de flexão (Nb): Nb = Sfb / σb


Resistência á fadiga de flexão / Tensão de flexão

Coeficiente de segurança superficial: Nc = (Sfc / σc )²


(Resistência á fadiga de superfície / Tensão de superfície)²

Calcular para cada engrenagem no engrenamento


Segurança

A fadiga no pé do dente causa a quebra do dente, o que


não é comum em conjuntos de transmissão bem
projetados. Geralmente, a falha que ocorre primeiro é a
por fadiga de contato.
Segurança

A falha por fadiga de contato pode ser avaliada pelo que


convencionou-se chamar de critério de durabilidade
superficial. Surgem nessa região porque a velocidade de
deslizamento entre os dentes anula-se no ponto primitivo.
Mecânica
Mecânica

A potência transmitida é a força tangencial (responsável


pelo movimento das engrenagens) vezes a velocidade V
na mesma direção, ou o torque T vezes a rotação w. A
potência e a velocidade são dados de entrada dos
problemas comuns de projeto.
Mecânica

A carga tangencial que origina momento fletor, tendendo


a romper por flexão o pé do dente. A tensão no pé do
dente pode ser de tração ou compressão. Para a força
aplicada, a tensão será de tração no filete da direita e de
compressão no da esquerda.
Mecânica

Carga Tangencial (Ft). A força tangencial é determinada


pela formula:

Onde:
Ft-Força tangencial [N]
T-Torque [N.mm]
r0-raio primitivo [mm]
d0-diâmetro primitivo [mm]
Mecânica

Carga Radial (Fr): Atua na direção radial da engrenagem


e é determinada pela tangente do ângulo de pressão a:

Onde:
Fr-Força radial [N]
Ft-Força tangencial [N]
a-ângulo de pressão [graus]
Mecânica

Carga Resultante (Fn): Consiste na resultante das cargas


radial e tangencial, determinada por meio de Pitágoras:
Mecânica

Para estar devidamente dimensionado uma engrenagem


deve satisfazer duas condições:
Tensões no pé do dente

Associação Americana de Fabricantes de Engrenagens


(AGMA), sugere a seguinte equação para o cálculo das
tensões no pé do dente:
Tensões no pé do dente

J é o fator geométrico (determinado pelo gráfico)


Tensões no pé do dente

A curva inferior é utilizada quando a razão de contato for


pequena ou em projetos com maior segurança.
As curvas superiores dependem do número de dentes da
engrenagem conjugada e da distribuição das cargas
quando são utilizadas as dimensões recomendadas para a
cabeça e pé do dente.
Tensões no pé do dente

Kv é o fator de impacto ou de velocidades (determinado


pelo gráfico)
Tensões no pé do dente

O fator de impacto é aplicado para levar em consideração


o efeito das tolerâncias de fabricação nos choques
sofridos pelos dentes devidos às diferenças dimensionais.
Depende da forma de fabricar e do tipo de ferramenta.
Tensões no pé do dente

Ko é o fator de sobrecarga (tabelado)


Tensões no pé do dente

O fator de sobrecarga Ko leva em conta os choques


decorrentes da fonte de acionamento (motor) e da carga.
Para a maioria dos casos é suficiente classificar os
choques em pequenos, médios ou intensos.
Tensões no pé do dente

Km é o fator de correção (tabelado)


Tensões no pé do dente

O fator de correção para a precisão da montagem Km é


utilizado para incluir o efeito de alinhamento ou outras
condições do arranjo que não permitam o contato em
toda a extensão da largura do denteado ou o valor de b.
O valor do módulo é representado por m.
Fadiga no pé do dente

Uma vez definida a forma de calcular as tensões, resta o


cálculo da resistência com a qual a tensão vai ser
comparada. Simplificando, a resistência à fadiga por
flexão no pé do dente Sn pode ser calculada por:
Fadiga no pé do dente

O valor de Sn’ é dado pelo ensaio de flexão alternada


(ensaio Moore). Pode ser dado por metade do valor do
limite de resistência à tração Su Para aços esse valor é de
1400 Mpa. Acima desse valor aconselha-se a usar 700
MPa
Fadiga no pé do dente

O valor de CL que é um fator de vida, por trata-se de


flexão sempre será considerado como 1,0.

O valor CG leva em consideração o tamanho do dente e


admite os valores:
• 1,0 para módulos menores que 5,0 e;
• 0,85 para módulos maiores
Fadiga no pé do dente

CS é o coeficiente de acabamento superficial


(determinado pelo gráfico)
Fadiga no pé do dente

O valor de CS é um fator que leva em conta o


acabamento superficial e a dureza superficial. Deve-se
verificar se realmente a medição de dureza está sendo
realizada na região correta ou em uma região
imediatamente abaixo que pode apresentar valores
conflitantes. Geralmente se utiliza o valor 1,0
Fadiga no pé do dente

O valor de Kr é o fator de confiabilidade (tabelado)


Fadiga no pé do dente

O valor de Kr é um valor que define a probabilidade de


falha com que se deseja trabalhar. É a medida de
confiabilidade de seu projeto
Fadiga no pé do dente

O valor de Kt ou Kl é um valor que leva em


consideração a temperatura do conjunto e só é
considerado para temperaturas superiores a 70°C. Ele é
calculado por:
Fadiga no pé do dente

O valor de Kms é um fator dependente do sentido em que


os dentes trabalham:
Se trabalhar nos dois sentidos o valor Kms = 1,0
Se trabalhar sempre no mesmo sentido o valor Kms = 1,4
Dimensionamento

A tensão atuante no pé do dente deve ser menor ou igual


à tensão admissível do material indicado. Pois se isto não
ocorrer haverá falha do material devido ao sub-
dimensionamento. Para o correto dimensionamento da
engrenagem podemos seguir um método de cálculo
Dimensionamento
Engrenagens Retas- ( Informações preliminares)

Dados conhecidos: Razão de engrenamento, potência e


velocidade, ou torque e velocidade.

Dados desconhecidos: Øs do pinhão, passo diametral,


largura da face, materiais e coeficientes de segurança.

Decisões de projeto: Precisão de engrenamento, fabricação


(qualidade), temperatura operacional e confiabilidade.
Dimensionamento
Seqüência calculo:

1) Determinar carga tangencial nos dentes. (Torque


conhecido no eixo e raio de referencia suposto para pinhão
e engrenagem).

2) Calcular Tensão Flexão com tamanho do dente suposto


(antes da tensão na superfície). Aumento de dureza afeta
mais a resistência ao desgaste da superfície que a flexão.
Dimensionamento
Seqüência calculo:

3) Escolher Material (tentativa) e Calcular resistência a


Fadiga de Flexão.

4) Calculo coeficiente de segurança (ajuste de parâmetros


para atingir o desejável).

5) Calcular tensão superfície e resistência á fadiga de


superfície .
Dimensionamento
Seqüência calculo:

6) Calculo coeficiente de segurança contra desgaste (ajuste


de parâmetros e/ou dureza para atingir o desejável).

7) Estratégia: CS para falha de flexão serem maiores que


CS contra desgaste.
Dimensionamento
ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS:

A expressão seguinte deve ser utilizada no


dimensionamento de pinhões e engrenagens com ângulo
de pressão a=20° e número de dentes de até 40.
Para Aço:

Sinal + é utilizado em engrenamentos externos


Sinal – é utilizado em engrenamentos internos (planetários)
Dimensionamento

Onde:
5,72.1011 Pa=N/m² – (com comprimento em mm)=5,72.105 N/mm²
b - Largura do dente [m],[mm]
d0 - diâmetro primitivo [m],[mm]
T - Torque ou momento torçor [N.m],[N.mm]
ι - relação de transmissão Z2/Z1 [adimensional]
φ - fator de serviço (Tabelado) [adimensional].
Padm-pressão admissível [Pa=N/m²],[N/mm²]
Dimensionamento

Pressão Admissível (Padm)


Onde:

HB-dureza Brinell [Pa=N/m²],[N/mm²]


W-fator de durabilidade [adimensional]
Dimensionamento

1N/mm²=1000000N/m²
Dimensionamento

Fator de Durabilidade (W)


Onde:

np-rotação [rpm]
h-duração do par [horas]
Dimensionamento

Onde:
σmáx -Tensão máxima na base do dente [Pa],[N/mm²]
Ft - Força tangencial [N]
q - Fator de forma (Tabelado) [adimensional]
φ - Fator de serviço (Tabelado) [adimensional]
m - Módulo normalizado [m],[mm]
b - Largura do dente [m],[mm]
Fator de forma
Engrenagens Retas- ( Informações preliminares)

Fator de Forma (q) obtido em função do tipo de


engrenamento e do número de dentes. Para um valor
intermediário de dentes é necessário utilizar a interpolação
Fator de serviço (j)
Engrenagens Retas- ( Informações preliminares)

•ECDR
•Aplicação Serviço 10h/24h
•Agitadores 1-1,25/1,25-1,5
•Alimentadores 1,25-1,75/1,5-2
•Bombas 1-1,15/1,25-1,5
•Transmissões 1-1,25/1,25-1,5
•Eq. Ind. Polpa e Papel 1-1,75/1,25-3
•Eq. Conversão de Madeira 1,25-1,75/1,5-2
Tensão admissível (σmat)
Engrenagens Retas- ( Informações preliminares)

•Material MPa (N/mm²)


•FoFo cinzento 40
•FoFo nodular 80
•Aço fundido 90
•SAE 1010/1020 90
•SAE 1040/1050 120
•SAE 4320/4340 170
•SAE 8620/8640 200
Exemplo
Engrenagens Retas- ( Informações preliminares)

Dimensionar o par ECDR acionada por motor de 10KW que


atua com uma rotação de 840 rpm. As engrenagens atuarão
biapoiadas em eixos com carga uniforme e tempo de serviço
máximo de 10h diárias.
material SAE 4340.
Considerar b/d0=0,25
a=20°
Z1=12 dentes (pinhão)
Z2=38 dentes (coroa)
FIM

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