Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
|
-
|-
||
|
|-
|-
||
-
|
|
| |-
|-
-
-
- -
|- |-
-
|-
|--- : --~~~~!!!!!!!!!!!!
---- № ~*~~~~*~*~~~~!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ME MORIA S
L I T T E R A T U R A
P O R T U G U E Z A.
|
*#
M E MORIAS
L I T T E R A T U R A
P O R T U G U E ZA,
P U B L I C A D A S
P E L A
ACADEMIA RE AL DA S S CIENCIAS
D E L Is B o A.
T O M O III.
NA OFFICINA DA M E S M A ACAD E MI A.
ANNo M. Dcc.xcII. ' ' '
Com licença da Real Meza da Commi/aõ Geral fobre o Exame,
e Cenfura dos Livros.
2.
----~~ ~ ~ ~ ~ ~ ~~- - - ----- ~~~~
*
----
·
|-
·
, º /
*
*
-
|-
|-
|-·
----
·
…
.--
|- |-
|-
*|-
•,,
•
• • • • •
•- - * * * *
|-
• •• • • • •
|--
• •• • •
·•
··
|-→
· • • • •
|- -•
·-
:+ → - ,
·• •
· · - • • •
-·
|-
* •· • …
*- → ← →
-|-
… • •|- … •
•• •
* · •
•→
--*-
→ ·|-
|-• • • -·
•
• •·- - -·
·· •
*→ • • ·
- ... • •
·
•
�
· *
AP O NT A MENT os
Para a Hifloria Civil; e Litteraria de Portugal e feus
Dominios, collegidos dos Manu/critos a/im nacionaes,
como efirangeiros, que exifiem na Bibliotheca Real
de Madrid, na do E/curial, e nas de alguns Se
nhores, e Letrados da Côrte de Madrid.
}
P o RJ o A Q U IM J o s E F E R R E IR A G o R D o.
Sendo para ifo alli enviado com auctoridade de S. Mageftade
pela Real Academia das Sciencias de Lisboa no anno 179o.
A N N o M. D. CC. LXXIV.
illa verba . Quam ut inter mona Cod, lib. fol. 27. circa finem de
chos agat dignus. leatar ab illis verbis : Ut tamen
In fine Centuriae 6. et 7. delea fatemur, o c. ufque adfinem libri.
tur jugurandum ejufdem Amati Lu Lib. 2. fol. 47. pag. 2. delea
fitani ab illus verbis : Juro Deum tur ab illis verbis: Cum igitur
Immortalem , afque ad me nihil mens, aflu: ad fludium immorta
prius alit antiquius. Et parum infra, litatis rapere. }
deleatar ab illis verbis : Eodemque Cod, lib. fol. 48. pag. 1. delean
loco femper apud me, ufque ad fe tur haec verba : Ergo cum fides to
étatores effent. tum animum regat, et in Verbi
Ex Hieronymi ab Olea/tro prae Divini tudium rapiat, confequens
factione in Pentateuchum, ab illis : neceffario eft , ut non cernatur fo
Neque mihi objicias o c. ufque ad lum in credendo, fed etiam in obe
illa: ommitto im vulgata editione, diendo.
deleatur. Ibid, pag. 2. circa fim. libr. de
Ex Hieronymi Oforii , Epi/copi leatur : Tunc igitur vere fideles fu
Silven/?s, libro de Jufiitia : mus, cum Dei Verbo audientes fu
IITUIS e
Lib. . 1. fol. 5. pag. 2. ex: im - • •
D I V I S A O I.
Das Memorias , Documentos , e Efcritos em
Portuguez.
F* Agotinho de Azevedo , da Ordem de Santo
Agotinho, Apontamentos fobre as cou/as do E/la
do da India, e Reino de Monomotapa. Foraõ efcritos
para intrucçaõ d'ElRei Filippe de Catella, que jul
go fer o Terceiro, por fe acharem encadernados jun
to de outro papel, efcrito n°efe mefmo tempo. Tem
6. paginas. Bibl. Real Et.J. n. 14. folhas 149, folio.
Alvaro Ferreira de Vera , Progenitores dos Condes de
Cafiel-Novo por arvores de cofiados de oito avós. Foi
efcrita em Madrid no anno de 1644, e he dirigida
a D. Jeronymo Mafcarenhas , Dom Prior Titular de
Guimarães, e Deputado da Meza das Ordens. Julgo
fer o Original, pela perfeiçaõ com que etá efcrito,
e tem 34 paginas. B. R. Et. K. num. 58. fol. I. fol.
Do melmo , Genealogia dos Ma/carenhas. Foi
efcrita em M drid a 3o de Outubro de 1644. Tem
18. paginas. Ibid. fol. 82. fol. •
(a) Julgo fer eta a obra, que o Abbade Barbofa attribue a efte
efcritor com o titulo feguinte: Triunfo dos fete meninos martyrizados
em Marrocos no anno de 1585, aos quaes elle reduzia á Fê, de que ti
nhaó apo/latado, e confortou para animofamente pedecerem a morte.
(b) Ha huma copia dete mefmo Difcurfo a fol. 592, o qual ferá
talvez o que ao Addicionador da Bibliotheca Oriental de Pinelo, a
quem fegue o Abbade Barbofa, pareceo fer traducçaõ Catelhana. O
Senhor Farinha tambem fe equivocou nete lugar, entendendo, que
a Livraria de que fallava Barbofa era a do Efcurial, devendo enten
der
vio oa dito
que Addicionador,
S. Magetade Catholica tem em Madrid, que foi a que
como já dife. • .
D E LITT ERA ru RA P o R ºu GUEz A. 33
etudára nas fuas mefinas Chronicas, e obtervações ad
quiridas pelo efpaço de vinte annos, em feis das fuas
Provincias. He dividida em Io partes, e cada huma
dellas em capitulos, e no fim tem hum Indice Ge
ral, e a Hitoria da Tartaria, tudo em 39o paginas.
B. R. ER. J. num. 16. fol. (a) . } -
Tom. III. E D.
*-
|-
quez
ol. de Alenquer.… ºB. R. Et. H. num. 53. fol. 531 •
Francifco
- Eft. M. Ataide ,
num. 8.e Sotomaior Varias Poefias. Ibid. •
(a) Ha huma cepia deta carta º fol. 18; dete mefine Codice.
DE LIr rER A ru R A Por ru Gu e zA. 43
neira de Dialogo, o qual he dividido em quatro par
tes, tratando n’ellas: 1.º da nobreza , e excellencia
da profifaõ de Pintor: 2.° do valor e serviço da Pin
tura, afim na paz como na guerra : 3.° da etima
# em que tinhaõ eta arte, e fuas obras as outras
ações. Segue-fe a ito huma relaçaõ dos Pintores, a
que elle chama modernos; depois outra, em que re
fere os famofos Illuminadores ; apôs eta outra, em
que trata dos Efculptores de marmore ; depois outra,
em que refere os Architectos; a eta fe fegue outra,
em que dá conta dos Entalhadores de laminas de co
bre; e por derradeiro outra, em que refere os de
Corniolas. Dá fim a ete fegundo livro com os pro
verbios, que ha na Pintura. - - -
"…
No mefmo volume, em que etas duas obras ef.
taõ encadernadas fe achaõ entremettidos varios debu
Xºs, em que fe vem applicados os preceitos que ahí
dá, os quaes he muito provavel que fejaõ da fuá maõ.
• mais que poderia dizer acerca d’ete manuf
crito refervo para huma Memoria efpecial, que ef>
creverei fobre a vida de feu autor , contentando-me
Por ora com dizer, que elle pela fua doutrina, pu
fí.1Caº
e propriedade de locuçaõ merece ver a luz pú
Francifco Martins, Profefor de Lingua Latina na Uni
vertidade de Salamanca, Panegyrico á c……g. z!-
D.
+ - Pau
(a) Julgo que efte efcrito feria compoto entre os annos de 1611,
eSuce/is
17 ; porque
del añoo 1611
Codiceafiaqueel ode comprehende
1617. tem o titulo feguinte :
• |-
Jorge Daguiar.
O Conde de Villa Nova. Ruy de Soufa o Cide.
D. Manuel de Menezes. D. Lopo de Almeida.
D. Rodrigo de Menezes. D. Garcia de Catro.
Joaõ Rodrigues Pereira. Antaõ de Faria.
Affonfo de Carvalho. O Marquez.
Dogo Monis. Lopo de Soufa.
D. Ferrando. •
Do Conde de Portalegre.
Francifco da Sylveira. Pedro Farzam Bufcante.
D. Goterre. Antaõ Dias Monteyro.
D. Rodrigo de Catro. D. Antonio de Velafco.
D. Rodrigo de Monfanto. D. Afonfo Pimentel.
Joaõ Gomes. Iñigo Lopes.
•
•
D. Joaõ de Menezes.
Jorge Furtado. Gonçalo Mendes Gacote.
Antonio de Mendoça. D. Rodrigo Sande.
Do Barram. D. Duarte de Menezes.
Ruy de Soufa. Manuel de Noronha.
Jorge Sylveira. Do Coudel Moor Francif>
Valco de Foes, co da Sylveira. Joaõ
•
DE LITT E R A r U R A P o R ru GUEz A. 6}
Leonor Moniz.
D. Maria da Cunha. D. Joaõ Lobo.
Maria de Soufa. Vafco Martins Chichorro.
Joanna Ferreira. -
Pedro Mafcarenhas.
D. Joanna Henriques. Joaõ de Abreu.
D. Ifabel da Sylva. D. Luis de Menezes.
Diogo da Sylveira. Alexemaõ. •
Os Refens de Gafy.
Pe
62 M e M o R 1 A s
D I V I S A Ô II.
Das Memorias, Documentos, e E/critos em
Cafielhano.
(a) Fiz diligencia por achar n’eta mefma Etante os tres primei
ros livros d'eta Negociaçaõ, mas naõ os encontrei.
D E L I T T E R A T U R A P o R T U G U E Z A. 77
1Vra
-- M E M o R I A S
…:-*# l#. ER. M. num. 132, fol. 268 (a)
Ie refiro, Papel eferitº ao Duque de Lerma
= … & 1612, ante; 4㺠fo/e o Bifpo de Cana
* D. Fr. Francifra de Soufa com a embaixada de
----gi as tareçº de 1613. Tem 20 paginas B.
R. E. H. rum. Sc. fol. 87. (*)
Marcez de Sinta Cruz D. Àlvarº Bazan, Carta que
e..…… º D. Rºdrigº de Cairº, Cardeal Arcebipo
# , gºstº rº annº de 1583 conquifau a Ilha
…..…. 18.5. ER. J. num. 51.fol. 193: fºl.
Maz-zz & Torrecuña, Carta de 23 de Nºvembrº de
1ê-4. em gae dá parte, º ElRei Filippe IV do ef>
: #; armas em Badajós. Tem 4 paginas B. R.
# H. Em 79 fol. 235 fº:
Mi-se-1 de Villa Real, D. Pedro de Menezes, Carta
-
–-"T
Mierrerº = ::--: ºs riºsº d'hum Indice, em que adual
--…# F2:
ti… * * O+.…es dº Lisictheca Real n'elle vem citato
-- ritº, º ** retº rene dº º peños, que º tirei de
****
# Caro e…e cº natural de Nadiº, e º Lingua Catelhana
• •
• Aº *
***
era rar* * Periguezes tº as eruditis: º de Côrte, por ifo }
…, cue = #* #: #só escritas nºtº! E º coloquei nºeta
>#
#… pai-á conferir-* traça, cus nº propus leguir: la º fe
…) Nº C……e em sue *** referido :#e Papel, e ºc "# #
•* Itudo com º titulo de Conde de Salinas Eu julguei efeite
** * *
ino, que depºis foi cria
do Marçuez de Alemquer por Filippe
• •
Re
82 • M E M o R I As º
Con
DE LITT E R A T U R A Po R ru Gu Ez A. 87
Conquifia de Arronches em 17 de junho de 1661. Foi
#
58. fol. n’ete lugar a 19. do dito mez.
|-
Ibid. fol.
•
D I V I S A Ô III.
(…) No Codice vinha efte eferitor citado pelo feu nome fómentº:
eu julgando fer o mefino que vem na Bibliotheca Lufitana com º
appelido de Figueiró, lho dei aqui tambem.
DE LITT ERATURA Po RT U G U Ez A. 93
M E M O R I A
§ III.
§ VII.
§ IX.
§ XIII.
A contrucçaõ dos banhos, e os efeitos, que elles
produzem a favor da faude dos póvos, daó huma idéa
certa de que aquellas aguas tiveraõ grande reputaçaõ,
e por outra parte he evidente, que alli exitio povoa
çaõ muito importante, fufceptivel de tanta arte, e ma
gnificencia. A muita variedade de tijolos da mais foli
da confiftencia , de que fe encontraõ fragmentos nos
banhos, e nas mais ruinas, e dos quaes apprefento al
gumas amotras, inculca muitas oficinas, que fó fe pó
dem confiderar em huma fumptuofa, e grande edifica
çaõ. Sendo de notar, que naquelle detricto, e ainda
mefmo a duas, e trez legoas de ditancia, ha huma gran
de falta de argillas proprias para femelhante contruc
çaõ.
§ XIV.
§ XV.
Dos Póvos, que domináraõ a antiga Luftania, fó
os Romanos eraõ capazes de huma femelhante obra ,
propria dos feus conhecimentos, e dos feus cotumes;
pois que o ufo dos banhos foi para elles naõ fó hum
objecto de faude, mas tambem de luxo.
§ XVI.
LEG, AVG.
12 palmos.
§ XVII.
... He tradiçaõ contante das pefoas velhas daquelle
ditricto, que a referida pedra fôra defenterrada no fi
rio da Lameira na occafiaõ da primeira defcoberta, de
que falei no principio detas Memorias, e que fôra en
taõ trafportada para a quinta de Aldaó, afim como
fuccedeo com outra, que exite na quinta do Cirne,
na freguezia de S. Joaõ das Caldas, e cuja infcripçaõ
fe motra na copia letra X.
§ XVIII.
|
•
e clara, e como ella etava no fitio da Lameira, e fe
*
achou na defcoberta do tanque de que fallei no § 1.°
# parece-me , que fe póde deduzir, que aquelles banhos
fôraõ contruidos por Tito Flavio por efeito da fua au
thoridade publica, fendo Legado de Auguto na Lufita
nia. Naõ fuccede afim com a outra infcripçaõ, porque
conta que hum pedreiro por ordem do dono da
quinta lhe renovara as letras, e com ito he provavel
que fe transfigurafem muitas, e o feu fentido total fi
cou transfigurado, e imperceptivel, como fe obterva na
me{ma infcripçaõ, reprefentada na copia letra X, que
poto fe lêa em parte, naõ fe póde com tudo conhecer
º feu objecto, e hitoria.
§ XIX.
Depois deta conjecturada contrucçaõ dos banhos,
a primeira memoria, que tenho achado, de que fe pó
de deduzir a fua exitência he a vinda de Affonfo V.
Rei de Leaõ no anno de to 14., que etando em S.
Miguel das Caldas, mandou vir perante fi os Religio
fos Benedictinos, que entaõ pofuiaõ, e habitavaõ o
Convento, que neta Villa tinha intituido a Condefa
Momadona aonde hoje exite a Collegiada: conta de
hum documento, que fe conferva no Cartorio da mef>
ma Collegiada; eu o examinei, e delle faz mençaõ Gaf
Par Etaço nas Antiguidades de Portugal.
• i= "
§ XX. … …
Afonfo V. vinha com fua Mãi a Rainha Geloira,
*Póde-fe deduzir que naquelle fitio haviaõ banhos, é
edificio capaz de accommodar lium Rei ; mas naõ he
Provavel que ainda entaõ exitife alguma parte da po.
Vºaçaõ magnifica, que inculcaó as fuas ruinas; pois
lº nenhum dos Efcritores, que depois efcrevêraõ faz
mençaõ della. • • • • , !
". … §. XXI,
IÕ2 | * - -- M E M o R I A s - , ,
$ XXI.
§ XXV.
§ XXVI.
§ XXVII.
/**
Io4 | M = M o R 1 A s ^" ' '
*
§ XXVII.
§ XXVIII.
O mefmo Faria , e Soufa a fol. 83. fallando das
fuppotas, ou verdadeiras guerras dos Portuenfes com os
de Braga, fitúa a Cinnania entre o Porto, e Braga, e
netes termos fe contradiz quando afirma, que o monte
Citania he o lugar deta &#', pois que elle fica ao
Oriente de Braga, e o Porto ao Sul: objecçaõ, que fe
naõ encontra, fendo a Cinnania , e S. # das Cal
das,
§ XXIX.
Pedro Henriques de Abreu no difcurfo, que fez fo
bre a Cinnania, fitúa eta Cidade em Cidadelhe nas fral
das do Maraõ: bata lêlo para conhecer a pouca impor
tancia das fuas provas. -
§ XXX.
§ XXXV.
Eu defejava poder dar huma idéa exacta dos con
tentos, e natureza das aguas detes banhos, cujo pretti
mo naõ fó fe collige da fua rica, e engenhofa conf
trucçaõ, mas tambem dos efeitos, que fe achaõ pro
duzindo em diverfas moletias ; porém femelhante ana
lyfe, e as operações , que lhe faõ relativas, exigem
muito trabalho com intelligencia particular da theoria ,
e prática da Chimica, e os meios que lhe faó concer
Ilê IltCS..
§ XXXVI,
As mencionadas aguas faõ muito crytallinas, e del
gadas, tem algum cheiro, e fabor ao enxofre, mas naõ,
cultaõ muito a beber, e para efte fim fó-fe principiáraõ
a ufar… mais frequentemente de 1787., pois que a im
mundicie, em que fe: achavaõ antes º impedia huma fe
melhante applicaçaõ.
§ XXXVII.
§ XLI.
IO TASITATETVA
II GLORIA SERVET
P. R. AEGIPIAS
PVERONE
: LINAT HVNC
LAPIDEM
Nº 2º
GE, LA :
(Y)
IIC M E M Ó R I A #
Y Nº I.?
REGINA
MINER
VA ESOLI
LUNAE DI - - - - - - - o D póde tambem fer E, e de
ES OMI VIRI pois dete parece haver ponto.
FORTVN
MERCAS - - - - - - - - o S naõ fe conhece bem.
GENIO IO
VIS. GENIO
MARTIS,
Nº 2.º
: LRD - - - - - o L tambem parece E
ENVICT
ORIAE. SE - - - - - - o S tambem parece G
NIO MEO
DIIS SED
IS. PERV - - - - - - - adiante do V parece, que eteve
A ETMOC letra que naõ fe conhece.
• Nº 3.°
: AI : 3- . .
C. C. C.
R. COS.
CINNS.
GL
Nº 4.°
ESCVLA
PIO. LVCI.
AMNO , ,
ENFB.
VPIOINII - - - - - - o F póde fer E, e o B póde fer R.
•
===E==============
A.
Aba
E E LITTERATUR A Po R T U G U Ez A. 115
Abater, em fentido metaforico por embaraçar III. II. 2.
» As agoas que corriam ao longo da Cota lhe abate
» ram o caminho. III. I. 6., Ambas etas coufas aba
» teram, e efpaldearam tanto a armada, que perdiam
, o caminho.
Abobodado, coberto de aboboda , ou a modo della, I. I.
3. 2, Nam avia outro lugar defcuberto que huma gran
» de lapa ao modo de camara abobodada., Tendo-fe
notado ha vinte annos na minha Collecçam das Pala
vras Familiares elte adjectivo, ou participio; defendi-o
eu entam com o Diccionario de Jeronymo Cardofo,
e com a Profodia de Bento Pereira. Agora acceden
do Barros , fica de todo decidido o feu ufo. "
Abocar, tomar a boca, entrar, embocar, Hé verbo pro
priifimo, e mui frequente em Barros, de quem o
apprendeo Vieira, I, X. 5., O qual caminho faziam
2, per fora da ilha de Ceilam , e per as ilhas de
» Maldiva , atraveffando aquelle golfam até abocar
», os dous etreitos que difemos. II. I. 7., Quando
, veo ao outro dia pela menhãa começavam de abo
, car o rio onde etavam as etancias. II, II. 7, , De
, pois que as náos começavam de abocar o rio. II.
, H 8., As náos de Cochim huma hora antemenhãa
, abocavam já a barra. II. VI. 4., Afonço Dalbo
», querque abocando o rio II, III. 2. ,, Abocando o
, etreito per fora ao longo da terra, tomou hum na
, vio. II. V. 8., Ouve tanta prefa, e defacordo,
», que começando de abocar o portal deramlhe com
, as portas no roto II, VI. 5.,, Abocando ele huma
» rua larga. II. VII. 9., Tanto que aboca/e as portas.
II. VIII. I., Querendo abocar com a frota as bo
, cas delle. III, III, 1o.» E fendo cafo que encon
, trafe alguma náo de mouros, que ya abocando pa
»ra entrar o etreito.,,
Outras vezes parece tomar Barros o verbo abo
car na fignificaçaõ de defembocar, como nos feguin
tes lugares: II, VI. 4., E tambem porque vinham
• P ii 2S
II6 · · - M e M o R I A s : :
/
DE LITT E R A T U R A P o R ru Gu Ez A. 117
II. X.8., Ao tempo qué fe indinava tinha hum acata
mento trite., (Falla de Afonço d'Albuquerque.)
Outras vezes fignifica o refpeito que fe guarda,
ou deve guardar ás grandes pefoas, e coufas Sagra
das, como nos que fe feguem: I III. 9.» Fazendo feus
, criados á porta da Igreja hum arroido, os mandou
,, matar por o pouco acatamento que lhe tiveram. I.
X. 1., Por acatamento feu diante delle ninguem ef
carra. II. II. 5., Affonço Dalboquerque já indinado do
pouco acatamento que lhe tinhain. , E fegunda vez
no mefmo lugar: , De palavra em palavra pos nelle
, as mãos com menos acatamento do que merecia hum
, Capitam delrey.,, O contrario he De/acatamento,
de que com igual frequencia ufa o nofo Efcritor. E
daqui vem o verbo Defacatar, e o outro fubtantivo
Defacato, os quaes eu todavia me mam recordo ter
encontrado nelle.
Tambem nete mefmo fentido diz Barros Acata
dura. III. V. 5., De corpo robuto , e fortes mem
bros, carregados em fua acatadura.
Acerca, humas vezes fignifica fobre, outras entre. Exem
plos da primeira accepçaõ. III, II. 6.,, Teve mais hum
, vivo, e natural efpirito acerca de inquirir todolos
» reynos, e provincias daquelle Oriente III, II. 2.
» Tem aquella jurdiçam, que acerca da Clerefia entre
, nós tem os Bifpos., Exemplos da fegunda. H. X. 2.
» E tambem porque acerca dos homés lhe ficaffe no
» me de primeiro Conquitador. II, IV. I., Como
, acerca delles naõ he vergonha fogir. II. IX. 7.
» Servia feu oficio nam com nome de Bendaramas
, de Macohume , que acerca delles he como entre
, nós Vitorey. II, IV. 1o. , Geralmente os homés a
» quem Deos dá tantas calidades, fe tem efta con
, fiança, fam muy mal aceptos acerca de muitos. III.
, I. 4., Com hum cafo que fe cometeo junto della
, ficou celebrada em nome acerca de nós. III. II, 5.
» Senhores que tem nome de Oyas , que * @
118 - M E M o R I As
,, he o que acerca de nós denotam , Duques.
Acertur, por acontecer I. I. 7., Recolhidos os Capitães
,, a feus navios, acertou que entre os captivos vinha
,, hum da cota dos alarves. I. IV. 3., Acertando de
,, ferir hum baleato. II. IV. 4., E acertando dous Em
,, baixadores de outro rey feu vezinho de irem ver eta
, obra. III. I. 3., Ante que noffo Senhor o leuaíle,
, acertou de vir á India Garcia de Sá. III. I. 5., Cor
, , rendo o tracto do comercio entre os nofos e elle com
, toda a paz, e concordia, acertou de ir áquelle feu
, porto hum Diogo Vaz. III, II. 6.,, Diffe que acertam
2, do de dormir, quando acordaram viram etar o batel
2, em feco. , No mefmo fentido, diz Barros por acer
to, em lugar de por acafo, ou Ca/ualmente.
Achaque, por pretexto , falta , ou defeito. I. X. 4.
, Deulhe conta como algumas náos das que andavam
, per aquella cota , com achaque de ferem amigos
2, dos Portuguezes, eram roubadas darmada do Camo
», rim. II. III. 5., Que nam tomafem por achaque,
cuidarem que elle poderia receber efcandalo.
Achega, ajuda, concurfo, cooperaçam. I. IX. 1., Lem
, brandome que na penna, e etilo dete doctifimo
» Paulo Jovio, as minhas achegas ficavam potas em
2, edificio de perpetua memoria., Prologo da fegunda
Decada., Ao tempo que eu bufcava as achegas pera
elle. III. III. 7., Nam podia fazer a cafa forte de pe
º dra e cal, por nam achar etas achegas pretes.
4einte. I, IV.3., Quando o viram fobre a praya decer
, com paflos de meio chouto, acinte deteveramfe em
, o recolher., Ete termo cincoenta annos depois de
Barros naõ agradava já a Duarte Nunes de Liam,
que já entam o dava por obfoleto, ou antiquado,
mas eu nenhüa duvida terei ainda hoje de ufar delle.
Accolheita, amparo, abrigada, aocolhimento. I. I. 10.
» Ilhas de Arguim, onde o pefcado tinha alguma aco
» lheita, e lambugem da povoaçam dos mouros. I.
. . VIII. 9., Sabia fer aquelle porto acolheita do Coffai
• »» TO
D e L1 r r E R A T U R A Po R ru a UEz A. 119
, ro Timoja. II.V.8., Lugar de muitas voltas, e aco
, lheitas. II, VIII. I. , A qual ribeira por fer muy pe
»jada, e guja com ilhetas, e retingas, nam tem tan
»tas acolheitar, e portos. III, II, 2. 2, Quis Lopo
» Soares tirar-lhe eta acolheita.
Accolhimento, fendo taõ frequente em Barros efte no
me , admiro-me que há pouco tempo caufafle el
le etranheza a certo Profeffor de letras Humanas. I.
IX. 5, º E porque naquele reyno de Cochim achavá
» acolhimento, fé, e verdade. II. II. I. » Affonço Dal
» boquerque quando achou melhor acolhimento , do
», que elle efperava. III. I. 1.» A facilidade ainda que
º» feja
nhouprodiga
o animonodeacolhimento
muytos. das partes fempre ga
•
I 2.2 M. E M o R I A S
- III. 12., Se o fouber-mos agricultar, e grangear.»
Falla do commercio de Guiné. . " .. .
Agro, fignificando o campo, e tirado do Latino Ager.
II, III. 4., A caufa da eterilidade foy huma praga de
», gafanhotos que fobreveo aos agros., E mais abai
xo: ,, Ordenaram huma prociflam ao modo de quan
» do cá per Ladainhas, vam fobre os agros.,. A mef
ma palavra acharás no Prologo da Terceira Decada »
e muitas vezes tambem em Brito.
Agrura, afpereza, ingremidez. I. HII, 8.» Podem paffar
, a pé enxuto ao longo delta agrura de penedia. III.
IV. 9...». Como que os nofos eram aves, que aviam
» de fubir pela agrura da penedia fobre que o muro
», etava feito.
Aguardar; efperar. IH. V.2., Senhor que fazemos aqui ?
» Quereis que nos matem a todos ? Que aguardamos
», mais efcadas, nam temos nós mãos? III. III, 8.» Sem
,, aguardar outro recado, o fez logo vir. •
» nada, III.
Alionado, e por 7.,, Tem
III.dentro, por cima aquella cor alio
he alvo. •
Q_ii Al
124 · · · - M E M o R 1A.s e , , | 3 a
-Alma por pefoa, I. I. 15., Tomou Gomes Pires emen
, da delles, per oitenta almas que captivou." I. III.
3. 2, Fez alguns faltos na terra nos quaes tomou
2, algumas almas pera lingoas do que defcobrifle. - II.
I. 2. Entrado
» nhentas o lugar foram tomadas mais de qui
almas. |- - - - •