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APOSENTADORIA ESPECIAL

ADRIANE BRAMANTE
CURRÍCULO

ADRIANE BRAMANTE DE C. LADENTHIN


Advogada. Mestre e Doutoranda pela PUC-SP. Presidente do
Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário - IBDP. Vice-
Presidente da Comissão Especial de Direito Previdenciário da
OAB/SP. Coordenadora do curso de pós-graduação da Atame
Brasília e Goiânia. Coordenadora da pós-graduação de Direito
Previdenciário da ESA/SP. Professora convidada dos cursos de
pós-graduação da EPD, LFG, IDS América Latina, Damásio
Educacional, EBRADI, PUC-PR, CPJUR, IMED-POA, LEGALE,
dentre outras. Autora do livro “Aposentadoria Especial. Teoria
e Prática”. 5ª Edição Ed. Juruá e “Aposentadoria Especial.
Dissecando o PPP”, Editora Lujur. Membro do Conselho
Editorial da Revista de Direito Previdenciário da Editora
LexMagister.
Instagram: @adribramante
Fundamentação Jurídica:

-CF art. 201, § 1º, Art. 19 e 21 da EC 103/19;


-Lei 8.213/91, arts. 57 e 58;

-Decreto 3048/99, Art. 64 a 70

- Instrução Normativa INSS 77/15, Arts. 246 a 299


OUTRAS ALTERAÇÕES IMPORTANTES

• LTCAT
Lei
• PPP
9528/97
• EPC

• EPI
Lei •NORMAS
TRABALHISTAS
9732/98 •FINANCIAMENTO DA
APOSENTADOROA ESPECIAL
CONTRIBUIÇÃO ESPECÍFICA DA
APOSENTADORIA ESPECIAL
• § 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos
provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei no
8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze,
nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo
segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria
especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição,
respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)
(Vide Lei nº 9.732, de 11.12.98)

• § 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente


sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais referidas
no caput.
As informações da nocividade
no CNIS
Código da GFIP no PPP

• 1 - Não exposição a agente nocivo


• 2 - Exposição a agente nocivo ( 15 anos de serviço)
• 3 - Exposição a agente nocivo (aos 20 anos de serviço)
• 4 - Exposição a agente nocivo (aos 25 anos de serviço)
• Obs. O código 1 somente será utilizado no caso de trabalhador que esteve
e deixou de estar exposto a agente nocivo, no mês de competência. Para
os trabalhadores com mais de um vínculo empregatício:
• 5 - Não exposição a agente nocivo
• 6 - Exposição a agente nocivo (aos 15 anos de serviço)
• 7 - Exposição a agente nocivo (aos 20 anos de serviço)
• 8 - Exposição a agente nocivo (aos 25 anos de serviço)
REGRA DE TRANSIÇÃO DA APOSENTADORIA
ESPECIAL
EC 103/19. Art. 21. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou
ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional cujas atividades
tenham sido exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação
desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação, desde que cumpridos, no caso do servidor, o
tempo mínimo de 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for
concedida a aposentadoria, na forma dos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, poderão aposentar-se
quando o total da soma resultante da sua idade e do tempo de contribuição e o tempo de efetiva exposição forem,
respectivamente, de:
I - 66 (sessenta e seis) pontos e 15 (quinze) anos de efetiva exposição;
II - 76 (setenta e seis) pontos e 20 (vinte) anos de efetiva exposição; e
III - 86 (oitenta e seis) pontos e 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição.
§ 1º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se refere o
caput .
REGRA DE TRANSIÇÃO DA APOSENTADORIA
ESPECIAL É COMPOSTA POR:
66
TEMPO
OU
TEMPO
ESPECIAL
COMUM
IDADE 76
MÍNIMO
OU
86
CÁLCULO DA REGRA DE TRANSIÇÃO DA
APOSENTADORIA ESPECIAL

• A média da Aposentadoria Especial será 60% + 2% a


cada ano após os 15 anos, se mulher ou mineiro
afastado das frentes de produção; ou 20 anos, se
homem.

• No exemplo dado, a média será 60% aos 20 anos +


10 X 2% = 80% da média de todos os salários de
contribuição desde 07/94.
ANÁLISE DE CASE. APOSENTADORIA ESPECIAL
DN 25/07/73

DIREITO ADQUIRIDO PARA ATC, COM CONVERSÃO DE TEMPO ATE 12/11/2019, ANTES DA EC 103/19:

RMI - R$ 3.137,00
REGRA DE TRANSIÇÃO APLICADA. PROJEÇÃO

REGRA DE TRANSIÇÃO DA ESPECIAL, APÓS A EC 103/19: RMI R$ 4.892,770

**DEVERÁ MANTER-SE EXPOSTO AOS AGENTES NOCIVOS ATÉ ALCANÇAR 25 ANOS.


UM PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO DEVE ANALISAR
RT1

DIREITO
ATÉ A EC RT2
103/19

Regra
RT3
Geral

RT B/46 RT4
QUADRO RESUMO DAS REGRAS DA APOSENTADORIA ESPECIAL
REGRA DE TRANSIÇÃO FILIADOS APÓS 14/11/19
ATÉ A EC 103/19 (13/11/19)
(já filiados) (REGRA TRANSITÓRIA)
15 15
20 20
15, 20 ou 25 anos tempo mínimo
25 25
anos de efetiva exposição anos de efetiva exposição
SEM IDADE 66 (15) 55 anos (15)
SEM PEDÁGIO 76 (20) 58 anos (20)
SEM PONTOS 86 (25) pontos fixos 60 (25) anos de idade mínima

Exposição a agentes nocivos Agentes nocivos físicos, químicos, biológicos


Agentes nocivos físicos, químicos, biológicos ou associação
prejudiciais à saúde ou à integridade ou associação de agentes, prejudiciais à
de agentes, prejudiciais à saúde
física. saúde

CÁLCULO DA MÉDIA: 100% de todos os CÁLCULO DA MÉDIA: 100% de todos os salários de


salários de contribuição desde 07/94 contribuição desde 07/94
COEFICIENTE: 60% + 2% após: COEFICIENTE: 60% + 2% após:
100% média de 80% dos maiores
- 15 anos, se mulher - 15 anos, se mulher
salários de contribuição desde 07/94,
- 15 anos, se mineiro afastado das frentes de - 15 anos, se mineiro afastado das frentes de produção
sem fator previdenciário.
produção - 20 anos, se homem
- 20 anos, se homem
AVALIAÇÃO DA NOCIVIDADE:
QUALITATIVO X QUANTITATIVO
I - qualitativo, sendo a nocividade presumida e independente de mensuração, constatada pela simples presença do agente
no ambiente de trabalho, conforme constante nos Anexos 5, 6, 12, 13, 14 da Norma Regulamentadora nº 15 - NR-15 do
MTE, e no Anexo IV do RPS, para os agentes iodo e níquel, a qual será comprovada mediante descrição:

a) das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente nocivo ou associação de agentes nocivos presentes no
ambiente de trabalho durante toda a jornada;

b) de todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes mencionados na alínea "a"; e

c) dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção, a intensidade da exposição, a frequência e a
duração do contato;

II - quantitativo, sendo a nocividade considerada pela ultrapassagem dos limites de tolerância ou doses, dispostos nos
Anexos 1, 2, 3, 8, 11 da NR-15 do MTE, por meio da mensuração da intensidade ou da concentração consideradas no tempo
efetivo da exposição no ambiente de trabalho. Incluímos o Anexo 9 (frio) e o Anexo 10 (umidade)
AGENTES NOCIVOS

• FÍSICOS

• QUÍMICOS

• BIOLÓGICOS
Riscos físicos:
• Conceito: pode trazer o ocasionar
danos à saúde ou à integridade física,
em razão de sua intensidade e
exposição.

• SÃO AGENTES FÍSICOS:


 ruído
 vibrações
 calor
 frio
 pressões anormais
 radiações ionizantes
 umidade
ENQUADRAMENTO PELO RUÍDO CONFORME
POSICIONAMENTO FIRMADO PELO STJ
RUÍDO ACIMA DE 80 DB ATÉ
05/03/97
Decreto 53.831/64, código 1.1.6

RUÍDO ACIMA DE 90 DB ENTRE 06/03/97 E 18/11/2003


Decretos 2.172/97 e 3.048/99, Anexo IV, código 2.0.1

RUÍDO ACIMA DE 85 DB A PARTIR DE 19/11/2003


Decreto 3.048/99 com redação pelo Decreto
4.882/03, código 2.0.1
RUÍDO. ANALISAR:

RUÍDO
VARIÁVEL

RUÍDO EXATO
(80, 90, 85)
RUIDO. NÍVEIS VARIÁVEIS. TNU
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO. NIVEIS
VARIADOS. NÃO APURAÇÃO DA MÉDIA PONDERADA. MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES.
AFASTAMENTO DA TÉCNICA DE PICOS DE RUÍDO. PRECEDENTE DESTA TNU. INCIDÊNCIA DA
QUESTÃO DE ORDEM Nº 22 DA TNU. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO.A Turma Nacional de
Uniformização, por unanimidade, decidiu DAR PROVIMENTO ao Incidente para: (i) Ratificar a
tese de que, em se tratando de agente nocivo ruído com exposição a níveis variados sem
indicação de média ponderada, deve ser realizada pela média aritmética simples, afastando-se
a técnica de picos de ruído; (ii) Determinar o retorno dos autos à Turma Recursal de origem
para que proceda a adequação do julgado recorrido à tese ora estabelecida, nos termos na
Questão de Ordem n° 20 desta TNU.
(PEDILEF 05001573420174058312, GISELE CHAVES SAMPAIO ALCANTARA - TURMA NACIONAL
DE UNIFORMIZAÇÃO. Decisão em 21/06/2018)
RUÍDO VARIVÁVEL. TRF
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REVISÃO. OMISSÃO SANADA. COM-
( PROVAÇÃO DAS CONDIÇÕES ESPECIAIS. RUÍDO. NÍVEL ACIMA DOS
LIMITES LEGAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARCIALMENTE ACOLHIDOS.
1.No caso dos autos, foi reconhecido o exercício de atividade especial pela parte autora no período de 01.11.1995 a 12.06.1999, uma vez que trabalhou na empresa “Power S/C
Ltda.”, no setor de produção, ficando exposta ao ruído de 87 a 90 dB(A), de modo habitual e permanente, com base no código 2.0.1 do Anexo IV do Decreto n. 2.172/97 e do
Decreto n. 3.048/99 (formulário, fls. 232; laudo pericial, elaborado em 20.07.1999, fls. 233/9).
2.Cabe ressaltar que se tratando de ambiente fechado, sequer a média pode ser utilizada para comprovar o exercício de atividade especial, devendo ser considerado como
parâmetro o ‘maior nível’ de ruído exposto pelo segurado, uma vez que o ruído de maior intensidade mascara o de menor valor.
3.Inexiste óbice ao reconhecimento do tempo de serviço especial, não obstante o laudo técnico/PPP tenha apontado a exposição a ruído equivalente a 90 dB(A).Nesse ponto,
vale dizer que, por mais moderno que possa ser o aparelho que faz a medição do nível de ruído do ambiente, a sua precisão nunca é absoluta, havendo uma margem de erro
tanto em razão do modelo de equipamento utilizado, como em função da própria calibração
4.Assim, diante de tal constatação e, tendo em vista a natureza social de que se reveste o direito previdenciário, seria de demasiado rigor formal deixar de reconhecer a atividade
especial ao segurado exposto a ruído equivalente ao limite estabelecido pelo próprio legislador como nocivo à saúde.Por isso, mostra-se razoável considerar a atividade como
sendo especial em casos como o dos autos, em que tenha sido apurado o nível de ruído igual ao limite estipulado pela legislação previdenciária
5.E não assiste razão ao INSS quanto à incidência de correção monetária, tendo em vista que o v. acórdão encontra-se em conformidade com o entendimento firmado no
julgamento do RE n. 870.947, motivo pelo qual entendo não ser cabível qualquer mudança nos critérios de correção monetária por meio do presente recurso.
6.Embargos de declaração do INSS acolhidos parcialmente, sem efeitos infringentes.
(TRF 3a Região, 7a Turma, ApelRemNec – Apelação/Remessa Necessária – 2129437 – 0005033-18.2010.4.03.6105, rel. Desembargador Federal Toru Yamamoto, julgado em
24.06.2019, e-DJF3 Judicial 1, Data: 2.7.2019) (grifamos)
ENQUADRAMENTO PELO CALOR
Código de
Decreto Data limite Observação
enquadramento

Decreto n. 53.831/64 Código 1.1.1 05.03.1997 Acima 28o Celsius

Decreto n. 83.080/79 Código 1.1.1, Anexo I 05.03.1997 Acima 28o Celsius

Acima do LT da NR-15,
Decreto n. 2.172/97 Código 2.0.4, Anexo IV 06.03.1997 a 06.05.1999
Anexo 3 (IBUTG)

Acima do LT da NR-15,
A partir de 07.05.1999
Decreto n. 3048/99 Código 2.0.4, Anexo IV Anexo 3(71) (IBUTG).
até hoje
Vide Portaria 1359/19
EXPOSIÇÃO AO CALOR DE FONTES NATURAIS
• A Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU)
fixou tese, durante a sessão de 30 de agosto, em Porto Alegre (RS), sobre o
reconhecimento da especialidade do trabalho prestado sob incidência de
fonte natural de calor, segundo a qual após o Decreto n° 2.172/97 se tornou
possível o reconhecimento das condições especiais do trabalho exercido
sob exposição ao calor proveniente de fontes naturais, de forma habitual e
permanente, desde que comprovada a superação dos patamares
estabelecidos no Anexo 3 da Norma Regulamentadora nº 15, do Ministério
do Trabalho e Emprego, calculado pelo Índice de Bulbo Úmido –
Termômetro de Globo (IBUTG), de acordo com a fórmula prevista para
ambientes externos com carga solar. Processo nº 0501218-
13.2015.4.05.8307)
Disponível em: http://www.cjf.jus.br/cjf/noticias/2017/setembro/fixada-
tese-sobre-especialidade-do-trabalho-por-exposicao-a-fonte-natural-de-
calor , publicado em 04/09/2017.
ENQUADRAMENTO PELO FRIO

Código de
Decreto Data limite Observação
enquadramento

Decreto n.
Código 1.1.2 05.03.1997 Abaixo de 12o C
53.831/64
Decreto n.
Código 1.1.2, Anexo I 05.03.1997 Abaixo de 12o C
83.080/79

Decreto n. 2.172/97 Não consta frio A partir de 06.03.1997 Usar Súmula n. 198 do ex
tinto TFR + NR-15, Anexo 9

Decreto n. 3.048/99 Não consta frio A partir de 06.03.1997


EXPOSIÇÃO AO FRIO

EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. TEMPO ESPECIAL. EXPOSIÇÃO A
FRIO. ATIVIDADE EXERCIDA APÓS 05/03/1997.
CONSECTÁRIOS LEGAIS. 1. Para o reconhecimento
da especialidade pelo agente frio após
05/03/1997, é necessária a comprovação da
exposição ao frio inferior a 12º C, sem a utilização
de proteção adequada. Precedente da TRU. (...) 3.
Recurso do INSS improvido. ( 5000393-
74.2018.4.04.7107, SEGUNDA TURMA RECURSAL DO RS,
Relator DANIEL MACHADO DA ROCHA, julgado em
13/08/2018)
ENQUADRAMENTO PELA VIBRAÇÃO
Código de
Decreto Data limite Observação
enquadramento
Decreto n.
Código 1.1.5 (trepidação) 05.03.1997 Qualitativo
53.831/64
Decreto n. Qualitativo. Para o INSS só com máquinas
Código 1.1.4, Anexo I 05.03.1997
83.080/79 perfuratrizese martele- tes pneumáticos
Qualitativo.Não há limite de tolerância,
mas o INSS só aceita vibração
especificamente nos casosdemáquinas
Decreto n. perfuratri- zes e marteletes
Código 2.0.2 De06.03.1997a06.05.1999
2.172/97 pneumáticos.
Judicialmente, é possível utilizar a
vibração em outros casos(*), com a NR-15,
Anexo 8 ou NHO 09.
A partir de 06.05.1999 até 13.08.2014,
Decreto n. semlimite
Código 2.0.2
3.048/99 de tolerância, anterior à Portaria do MTE
n. 1.297, de 13.08.2014
Quantitativo. A partir de 14.8.2014, o
enquadramento deve ocorrer:
A partir de 14.08.2014(**), com limite de I. – paraVMB (vibração de mãos e
Decreto n.
Código 2.0.2 tolerância da NHO 09 e NHO 10 ou NR- braços): aren superior a 5 m/s2; e
3.048/99
15, Anexo8 II. – para VCI (vibração de corpo
inteiro):arensuperiora 1,1 m/s2 ou
VDVR superior a 21,0 m/s1,75
Riscos químicos:

• Conceito: pode trazer o ocasionar


danos à saúde ou à integridade
física, em razão de sua
concentração, manifestados por
névoas, neblinas, poeiras, fumos,
gazes, vapores de substâncias
nocivas presentes no ambiente de
trabalho, absorvidos pela via
respiratória ou outras vias.

A PARTIR DO DECRETO 3265/99:

1) AGENTES QUIMICOS QUALITATIVOS


– ANEXO XIII – NR-15
LEMBRE-SE DE CONSULTAR!
APOSENTADORIA ESPECIAL. FRENTISTA NÃO ENQUADRA POR
CATEGORIA. SÓ POR AGENTES NOCIVOS, SEGUNDO TNU.
• PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.
TEMPO ESPECIAL. FRENTISTA. ALEGAÇÕES DIVERSAS DA FUNDAMENTAÇÃO UTILIZADA PELO ACÓRDÃO RECORRIDO.
NÃO CONHECIMENTO. ENQUADRAMENTO POR CATEGORIA PROFISSIONAL. IMPOSSIBILIDADE. TEMA
157/TNU. CORREÇÃO MONETÁRIA. TEMA 810/STF. PENDENTE DE JULGAMENTO. PEDIDO ACONHECIDO EM PARTE,
NA PARTE CONHECIDA PROVIDO. 1. Trata-se de pedido de uniformização apresentado pelo INSS, buscando a reforma
do acórdão de origem com o afastamento de reconhecimento de períodos especiais laborados em posto de gasolina,
como frentista e em serviços gerais. 2. A argumentação tecida pelo INSS, acerca da exposição a hidrocarbonetos,
diverge dos fundamentos do acórdão, que reconheceu a especialidade com base em periculosidade decorrente de
substâncias inflamáveis e explosivas. Não conhecimento. 3. O acórdão recorrido não afasta o uso de EPI eficaz como
neutralizador da nocividade para agentes químicos, estando em consonância com a tese defendida no pedido de
uniformização. Não conhecimento. 4. Não é possível o reconhecimento como especial de período trabalhado como
frentista, por mero enquadramento profissional com apresentação de registro em CTPS. Precedentes desta TNU, em
representativo de controvérsia (PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL
50095223720124047003, JUÍZA FEDERAL KYU SOON LEE, DOU 26/09/2014 PÁG. 152/227). 5. A questão relativa à
aplicação da Lei 11.260/09 aos juros e correção monetária nos débitos da Fazenda pública está pendente de
julgamento definitivo pelo E. STF, em repercussão Geral (Tema 810). Sobrestamento na origem para aplicação da tese
firmada pela Corte Suprema. 6. Pedido de Uniformização conhecido em parte e, na parte conhecida, provido, para
adequação do acórdão recorrido à tese ora firmada.

(Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei (Turma) 0005610-75.2010.4.01.3801, TAIS VARGAS FERRACINI DE
CAMPOS GURGEL - TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO.)
Benzeno: vide Memorando-Circular n.º 08/DIRSAT/INSS, DE 08/07/2014

“Orientamos aos peritos médicos que, na análise dos


benefícios de Aposentadoria Especial oriundos da
exposição ao agente químico Benzeno, seja adotado e
critério qualitativo e que não sejam considerados na
avaliação os equipamentos de proteção coletiva e/ou
individual, uma vez que os mesmos não são suficiente para
elidir a exposição a esse agente químico”
AGENTES CANCERÍGENOS.
PRESUNÇÃO DE NOCIVIDADE:

• A presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição a


agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, será suficiente para a
comprovação de efetiva exposição do trabalhador, pelo critério
qualitativo e mesmo com uso de EPI.
(art. 68, § 4º RPS, com nova redação Decreto 8123/13 e 284 § único da
IN 77/2015)
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 9, DE 7 DE
OUTUBRO DE 2014

• Publica a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos (LINACH),


como referência para formulação de políticas públicas, na forma do anexo
a esta, dentre eles:
• Benzeno, compostos de cromo, poeira de sílica, óxido de etileno, dentre
outros
TNU. AGENTES CANCERÍGENOS. REPRESENTATIVO DA
CONTROVÉRSIA - TEMA 170
• INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. TEMA 170. PREVIDENCIÁRIO. TEMPO ESPECIAL. AGENTES
RECONHECIDAMENTE CANCERÍGENOS PARA HUMANOS. DECRETO
8.123/2013. LINACH. APLICAÇÃO NO TEMPO DOS CRITÉRIOS PARA ANÁLISE
DA ESPECIALIDADE. DESPROVIMENTO. Fixada a tese, em representativo de
controvérsia, de que "A redação do art. 68, § 4º, do Decreto 3.048/99 dada
pelo Decreto 8.123/2013 pode ser aplicada na avaliação de tempo especial de
períodos a ele anteriores, incluindo-se, para qualquer período: (1)
desnecessidade de avaliação quantitativa; e (2) ausência de
descaracterização pela existência de EPI".
• Aguarda decisão final do STJ.
AGENTES BIOLÓGICOS.
Enquadramento até 05/03/97:

CÓDIGO Trabalhos
1.3.2 Serviços de permanentes
Assistência expostos ao
Decreto GERMES Médica, contato com
INFECCIOSOS Odontológica e doentes ou
53.831/64 OU
Hospitalar em
que haja contato
materiais
infecto-
ou PARASITÁRIOS obrigatório com
organismos
contagiantes -
assistência
HUMANOS - doentes ou com médico,
1.3.4 ANIMAIS materiais odontológica,
infecto- hospitalar e
Decreto contagiantes. outras
atividades afins.
83.080/79
ENQUADRAMENTO POR AGENTE BIOLÓGICO de 06/03/97 ATÉ DATA
ATUAL, CONFORME CÓDIGO 3.0.1, Anexo IV, Decreto 3.048/99
a) trabalhos em estabelecimentos de saúde em contato com pacientes portadores de doenças infecciosas (até
07/05/99) e infectocontagiosas ou com manuseio de materiais contaminados até hoje;

b) trabalhos com animais infectados para tratamento ou para o preparo de soro, vacinas e outros produtos;

c) trabalhos em laboratórios de autópsia, de anatomia e anátomo-histologia;

d) trabalho de exumação de corpos e manipulação de resíduos de animais deteriorados;

e) trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto;

f) esvaziamento de biodigestores;

g) coleta e industrialização do lixo.


TEMA SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS É AFETADO PELA TNU

• Tema 205: a) para reconhecimento da natureza especial de tempo


laborado em exposição a agentes biológicos não é necessário o
desenvolvimento de uma das atividades arroladas nos Decretos de
regência, sendo referido rol meramente exemplificativo; b) entretanto, é
necessária a comprovação em concreto do risco de exposição a
microrganismos ou parasitas infectocontagiosos, ou ainda suas toxinas, em
medida denotativa de que o risco de contaminação em seu ambiente de
trabalho era superior ao risco em geral, devendo, ainda, ser avaliado, de
acordo com a profissiografia, se tal exposição tem um caráter indissociável
da produção do bem ou da prestação do serviço, independentemente de
tempo mínimo de exposição durante a jornada (Tema 211/TNU). Julgado
em 12/03/2020.
AGENTES BIOLÓGICOS.
LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DE AMBIENTES

• O código 1.3.2 do quadro anexo ao Decreto n.º 53.831/64,


além dos profissionais da área da saúde, contempla os
trabalhadores que exercem atividades de serviços gerais em
limpeza e higienização de ambientes hospitalares.
• (SÚMULA 82. DOU DATA: 30/11/2015 PG:00145)
TEMA AFETADO PELA TNU EM 06/11/2019

• Tema 238 - Decidir se, para o reconhecimento de tempo de serviço especial


dos trabalhadores que exercem atividades de serviços gerais em limpeza e
higienização de ambientes hospitalares por exposição aos agentes biológicos
elencados sob o código 1.3.2 do quadro do anexo ao Decreto n. 53.831/64,
exige-se a efetiva demonstração da exposição habitual àqueles agentes
nocivos ou se, ao contrário, o enquadramento decorre de simples presunção
de insalubridade por categoria profissional.
NHO/NR15

Físico
QUALITATIVO?
Químico
QUANTITATIVO?
Biológico
CRITÉRIO DE PERMANÊNCIA A PARTIR DA LEI 9.032/95
PERMANÊNCIA. CONCEITO

Decreto 3.048/99. Art. 65:


“Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é
exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a
exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do
cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do
bem ou da prestação do serviço”.
MANTÉM ENQUADRAMENTO QUANDO:

• Art. 290. O exercício de funções de chefe, gerente, supervisor ou outra


atividade equivalente e servente, desde que observada à exposição a
agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes,
não impede o reconhecimento de enquadramento do tempo de serviço
exercido em condições especiais. (IN 77/2015)
ELETRICIDADE X PROVA DE PERMANÊNCIA

Tema 210 (PEDILEF 0501567-42.2017.4.05.8405/RN)

• Para aplicação do artigo 57, §3.º, da Lei n.º 8.213/91 à tensão


elétrica superior a 250 V, exige-se a probabilidade da exposição
ocupacional, avaliando-se, de acordo com a profissiografia, o seu
caráter indissociável da produção do bem ou da prestação do
serviço, independente de tempo mínimo de exposição durante a
jornada.
AGENTE BIOLÓGICO X PROVA DE PERMANÊNCIA

TEMA 211 (PEDILEF 0501219-30.2017.4.05.8500/SE)

• Para aplicação do artigo 57, §3.º, da Lei n.º 8.213/91 a agentes


biológicos, exige-se a probabilidade da exposição ocupacional,
avaliando-se, de acordo com a profissiografia, o seu caráter
indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço,
independente de tempo mínimo de exposição durante a
jornada.
PERMANÊNCIA NO PPP. DESNECESSIDADE
• A ausência da informação da habitualidade e permanência no PPP não
impede o reconhecimento da especialidade. O PPP é formulário
padronizado pelo próprio INSS, conforme disposto no §1º do artigo 58 da
Lei 8.213/91. Assim sendo, é de competência do INSS a adoção de medidas
para reduzir as imprecisões no preenchimento do PPP pelo empregador.
Como os PPPs não apresentam campo específico para indicação de
configuração de habitualidade e permanência da exposição ao agente, o
ônus de provar a ausência desses requisitos é do INSS.
• (TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2250926 -
0021765-23.2014.4.03.6303, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ
STEFANINI, julgado em 26/11/2018, e-DJF3 Judicial 1 DATA:10/12/2018 )
PERMANÊNCIA. PERÍODOS DE AFASTAMENTO

Decreto 3.048/99. Art. 65:


“Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional nem
intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente
nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput aos períodos de descanso determinados pela
legislação trabalhista, inclusive férias, aos de afastamento decorrentes de gozo de benefícios de
auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez acidentários, bem como aos de percepção de salário-
maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exposto aos fatores de risco
de que trata o art. 68”.
STJ. PERÍODO DE AFASTAMENTO COMPUTADO
COMO ESPECIAL.

Tribunal de Questão Submetida a Situação do


Tema Processo Ministro Tese Firmada
Origem Julgamento Tema

NAPOLEÃO
REsp
NUNES MAIA TRF4 O Segurado que exerce
1759098/RS Possibilidade de cômputo
FILHO atividades em condições
de tempo de serviço
especiais, quando em gozo de
especial, para fins de
Tema auxílio-doença, seja acidentário Acórdão
inativação, do período em
998 ou previdenciário, faz jus ao Publicado
NAPOLEÃO que o segurado esteve em
REsp cômputo desse mesmo período
NUNES MAIA TRF4 gozo de auxílio-doença de
1723181/RS como tempo de serviço
FILHO natureza não acidentária.
especial.
A CONVERSÃO DE TEMPO NA EC 103/19
• Art. 25 § 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em comum, na forma prevista na Lei nº 8.213,
de 24 de julho de 1991, ao segurado do Regime Geral de Previdência Social que comprovar tempo de
efetivo exercício de atividade sujeita a condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde,
cumprido até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, vedada a conversão para o tempo
cumprido após esta data.

• PORTARIA Nº 450/PRES/INSS, DE 3 DE ABRIL DE 2020:


Art. 19. A conversão do tempo especial em comum é permitida apenas para
períodos trabalhados até 13 de novembro de 2019, vedada a conversão de
períodos laborados após esta data, conforme § 3º do art. 10 e § 2º do art. 25,
ambos da EC nº 103, de 2019.
NHO/NR15

Físico
QUALITATIVO?
Químico
QUANTITATIVO?
Biológico
TÉCNICA UTILIZADA.
Campo 15.5 do PPP: NHO X NR-15

LIMITE MÁXIMO LIMITE


DIÁRIO MÁXIMO
NR-15 PERMITIDO NHO - 01 DIÁRIO
PERMITIDO

85 DB 8 horas 85 DB 8 horas

88 DB 5 horas 88 DB 4 horas
90 DB 2 horas
90 DB 4 horas
95 DB 47,62 minutos
95 DB 2 horas

Vide: - Resoluções do Conselho Pleno, do CRPS n. 26/2018, n. 72 e


n. 73/2019
- Tema 174 da TNU
TESE FIXADA PELA TNU APÓS JULGAMENTO DOS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – TEMA 174
• (a) "a partir de 19/11/2003, para aferição de ruído contínuo ou intermitente, é
obrigatória a utilização das metodologias contidas na NHO-01 da FUNDACENTRO ou na
NR-15, que reflitam a medição de exposição durante toda a jornada de trabalho,
vedada a medição pontual, devendo constar do Perfil Profissiográfico Previdenciário
(PPP) a técnica utilizada e a respectiva norma;
• (b) "em caso de omissão ou dúvida, quanto à indicação da metodologia empregada
para aferição da exposição nociva ao agente ruído, o PPP não deve ser admitido como
prova da especialidade, devendo ser apresentado o respectivo laudo técnico (LTCAT),
para fins de demonstrar a técnica utilizada na medição, bem como a respectiva norma.“
(grifamos)
ENUNCIADO DO CRPS
ENUNCIADO DO CRPS
Tecnologia de Proteção Individual e Coletiva

§ 2º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão constar informação sobre a


existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade do
agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pelo
estabelecimento respectivo. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)
§ 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes
nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir
documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo
estará sujeita à penalidade prevista no art. 133 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
9.528, de 1997)
§ 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as
atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do
contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento.
SÚMULA 87 TNU
•A eficácia do EPI não obsta o
reconhecimento de atividade especial
exercida antes de 03/12/1998, data de início
da vigência da MP 1.729/98, convertida na
Lei n. 9.732/98.
(DOU nº 40, DATA: 26/02/2019.
PG: 00058
DJe nº 15/2019. DATA: 26/02/2019.)
SÚMULA 9 TNU

O uso de Equipamento de Proteção Individual


(EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso
de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo
de serviço especial prestado.

(DJ DATA:05/11/2003. PG:00551)


Comprovar o
Fornecimento
de EPI através
da
Ficha de
Entrega

EPI tem
Higienização que ter
qualidade
(CA)

EPI
Eficaz
Treinamento Adequado
ao risco

Número
suficiente

Fonte: Dr. José Marcelo O. Penteado.


Médico do Trabalho e Perito Judicial
EPI’s. O STF fixou duas teses, no julgamento do
ARE 664.335:

• Tese maior: se comprovada a eficácia do EPI, não será


caracterizada a atividade como especial, deixando de
ser aplicado o art. 201 § 1ºda CF;
• Tese menor: A informação de EPI eficaz no PPP não é
suficiente, nos casos de ruído, para descaracterizar o
tempo como especial.
EM CASO DE DÚVIDA O TEMPO DEVE SER RECONHECIDO COMO
ESPECIAL...
11. A Administração poderá, no exercício da fiscalização, aferir as
informações prestadas pela empresa, sem prejuízo do inafastável
judicial review. Em caso de divergência ou dúvida sobre a real
eficácia do Equipamento de Proteção Individual, a premissa a
nortear a Administração e o Judiciário é pelo reconhecimento do
direito ao benefício da aposentadoria especial. Isto porque o uso
de EPI, no caso concreto, pode não se afigurar suficiente para
descaracterizar completamente a relação nociva a que o
empregado se submete. (Ementa. STF. ARE 664.335)
IRDR SOBRE EPI.
TESE FIXADA

“a mera juntada do PPP referindo a eficácia do EPI não elide o direito


do interessado em produzir prova em sentido contrário”

(INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS - IRDR Nº 5054341-


77.2016.4.04.0000/SC. DJ 11/12/17. Aguarda julgamento de ED.)
QUESTÃO DOS EPIS RETORNAM AOS TRIBUNAIS SUPERIORES

“ O rol das exceções deve ser taxativo; pode ser revisto (ampliado) por
este Colegiado em novo IRDR e, no caso de o agente nocivo não estar
no rol de exceções, o juiz singular deve - obrigatoriamente - determinar
a perícia judicial conforme os 'passos' já estabelecidos no julgamento
do mérito do IRDR Tema 15”. (publicado em 03/10/2018)
Houve interposição de Recurso Especial (admitido pelo STJ -
05/08/2019 CONCLUSOS PARA DECISÃO AO(À) MINISTRO(A) HERMAN
BENJAMIN (RELATOR) - PELA SJD)
Recurso Extraordinário pelo INSS (inadmitido e com Agravo)

103
NO MANUAL APOSENTADORIA ESPECIAL QUANTO AOS EPI’s–
RESOLUÇÃO 600/17:

Deve ser observada a hierarquia entre medidas de


proteção coletiva, medidas de caráter administrativo ou
de organização do trabalho e utilização de tecnologia de
proteção individual, NESTA ORDEM. Admite-se a utilização
de EPI somente em situações de inviabilidade técnica da
adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas
não forem suficientes ou se encontrarem em fase de
estudo, planejamento ou implantação, ou, ainda, em
caráter complementar ou emergencial. (pag. 21) GN
SITUAÇÕES CONSOLIDADAS DE EPI INEFICAZ. ROL TAXATIVO,
SEGUNDO IRDR 4ª R.

•CATEGORIA PROFISSIONAL ANTERIOR


A LEI 9.032/95
•RUÍDO. ARE 664.335
•CALOR. NR-15, ANEXO 3
•PRESSÃO ANORMAL. NR-15, ANEXO 6
•BENZENO. Memorando-Circular n.º
08/DIRSAT/INSS, DE 08/07/2014
•BIOLÓGICOS. ITEM 3.1.5. Resolução
600/17. Vide Atualização de 09 de
2018.
•CANCERÍGENOS. LINACH. MEMO 2/15
•PERICULOSIDADE
O EPI NA IN 77/2015:
• ...e desde que comprovadamente elimine ou neutralize a nocividade e
seja respeitado o disposto na NR-06 do MTE, havendo ainda
necessidade de que seja assegurada e devidamente registrada pela
empresa, no PPP, a observância:
• I - da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR-09 do MTE, ou seja,
medidas de proteção coletiva, medidas de caráter administrativo ou de
organização do trabalho e utilização de EPI, nesta ordem, admitindo-se a
utilização de EPI somente em situações de inviabilidade técnica,
insuficiência ou interinidade à implementação do EPC ou, ainda, em
caráter complementar ou emergencial;
• II - das condições de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao
longo do tempo, conforme especificação técnica do fabricante, ajustada
às condições de campo;
• III - do prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação do MTE;
• IV - da periodicidade de troca definida pelos programas ambientais,
comprovada mediante recibo assinado pelo usuário em época própria; e
• V - da higienização. (art. 279)
TEMA AFETADO PELA TNU

• TEMA 213. Saber quais são os critérios de aferição da eficácia do


Equipamento de Proteção Individual na análise do direito à
aposentadoria especial ou à conversão de tempo especial em comum.
• Incluído em pauta, a sugestão do voto do Relator (14/02/2020) foi que
deve haver impugnação sobre eficácia do EPI no requerimento
administrativo para que possibilite a discussão no processo
previdenciário, como questão prejudicial.
• Houve pedido de vistas e o julgamento não foi concluído.
DIVERGÊNCIA QUANTO À DATA DA OBRIGATORIEDADE DO
LAUDO

• Posicionamento do INSS: o LTCAT é exigido a partir da MP 1523, de


13/10/96;
• Posicionamento do STJ: o LTCAT é exigido a partir do Decreto
2.172/97, que regulamentou a MP 1523/96 e depois foi convertida na
Lei 9.528/97 (vide REsp. n. 1.436.160-RS);
• Posicionamento da TNU: o LTCAT é exigido a partir da publicação da
Lei 9.528/97 (Vide Nota Técnica n. 13 do CJF)
TIPOS DE LAUDO TÉCNICO
• Laudo Coletivo: • Laudo Individual:
Documento emitido pela Documento que se refere
empresa de vínculo, exclusivamente ao requerente.
contemplando os resultados de Deve ser observado se o
avaliações das condições profissional que elaborou é ou
ambientais dos locais de não funcionário da empresa.
trabalho, o registro dos agentes Caso não seja, necessário
nocivos e as conclusões quanto constar autorização escrita da
à exposição ocupacional de empresa para fazer a pericia e a
todos os trabalhadores da identificação do acompanhante
empresa. O LTCAT coletivo só é da empresa, data e local da
válido se o posto de trabalho realização da perícia.
do requerente estiver
contemplado.
O LTCAT DEVE CONTER AS SEGUINTES INFORMAÇÕES*:
• Identificação da empresa, cooperativa de trabalho ou de produção, OGMO, Sindicato da categoria;
• Se individual ou coletivo;
• Identificação do setor e da função;
• Descrição da atividade (profissiografia);
• Descrição dos agentes nocivos capazes de causar danos à saúde e integridade física;
• Localização das possíveis fontes geradoras;
• Via e periodicidade de avaliação do agentes nocivo;
• Metodologia e procedimento de avaliação do agente nocivo;
• Descrição das tecnologias de proteção coletiva e individual, bem como medidas administrativas;
• Conclusão;
• Assinatura e identificação dos responsáveis técnicos com número do CREA ou CRM;
• Data da realização da demonstração ambiental ou do laudo

(*Manual de Aposentadoria Especial. Resolução 600/17. págs. 18 e 19)


TEMPORALIDADE DO LAUDO

Contemporâneo: Quando realizado


durante o período em que o segurado
trabalhou na empresa;

Extemporâneo: Quando o levantamento


foi realizado em data anterior ou posterior
ao período em que o segurado trabalhou
na empresa
LAUDO EXTEMPORÂNEO. QUESTÃO SUMULADA PELA TNU

• O laudo pericial não contemporâneo ao


período trabalhado é apto à
comprovação da atividade especial do
segurado.
(SÚMULA 68 DA TNU. DOU 24/09/12)
Laudo extemporâneo.
Decisão do STJ

“Não prospera a alegação do INSS de que o laudo pericial (fls.


250/258) apresentado é extemporâneo ao período que o autor
pretende provar, vez que a extemporaneidade do laudo pericial
não desnatura sua força probante”.

(AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 329.827 – SE. (2013/0111547-2) RELATOR:


MINISTRO HERMAN BENJAMIN. DJ 03/06/2013)
LAUDOS ACEITOS PELO INSS EM SUBSTITUIÇÃO AO LTCAT:

I - laudos técnico-periciais realizados na mesma empresa, emitidos por


determinação da Justiça do Trabalho, em ações trabalhistas, individuais
ou coletivas, acordos ou dissídios coletivos, ainda que o segurado não
seja o reclamante, desde que relativas ao mesmo setor, atividades,
condições e local de trabalho;
II - laudos emitidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança
e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO;
III - laudos emitidos por órgãos do Ministério do Trabalho e Emprego -
MTE;
LAUDOS ACEITOS PELO INSS EM SUBSTITUIÇÃO AO LTCAT

IV - laudos individuais acompanhados de:

a) autorização escrita da empresa para efetuar o


levantamento, quando o responsável técnico não for seu
empregado;
b) nome e identificação do acompanhante da empresa,
quando o responsável técnico não for seu empregado; e
c) data e local da realização da perícia.

(art. 261 da IN 77/2015)


DEMONSTRAÇÕES AMBIENTAIS ACEITAS PELO INSS EM
SUBSTITUIÇÃO AO LTCAT
V - as demonstrações ambientais:

a) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;


b) Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR;
c) Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho
na Indústria da Construção - PCMAT; e
d) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -
PCMSO.

(art. 261 da IN 77/2015)


LAUDOS NÃO ACEITOS PELO INSS*

• *I - laudo elaborado por solicitação do próprio segurado, sem o


atendimento das condições previstas no inciso IV do caput deste
artigo;
• *II - laudo relativo à atividade diversa, salvo quando efetuada no
mesmo setor;
• *III - laudo relativo a equipamento ou setor similar;
• *IV - laudo realizado em localidade diversa daquela em que houve o
exercício da atividade;
• *V - laudo de empresa diversa.
(* mas podem ser discutidas na justiça)
IMPORTÂNCIA DA DATA DE EXPEDIÇÃO DO PPP.
• PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. REMESSA OFICIAL TIDA POR INTERPOSTA. APOSENTADORIA ESPECIAL. ERRO MATERIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. VIGIA/GUARDA
DE SEGURANÇA. CATEGORIA PROFISSIONAL. OBSERVÂNCIA DA LEI VIGENTE À ÉPOCA PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE. PPP. EPI INEFICAZ. CARACTERIZAÇÃO. REQUISITOS
NÃO PREENCHIDOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REVOGAÇÃO DA TUTELA ANTERIORMENTE CONCEDIDA. DESNECESSIDADE DE DEVOLUÇÃO DE PARCELAS
RECEBIDAS POR FORÇA DA TUTELA ANTECIPADA. ENTENDIMENTO DO STF. IMEDIATA AVERBAÇÃO.

• VII - Verifica-se que quanto ao período de 25.08.2016 a 25.06.2018, laborado na Prefeitura Municipal de Diadema, deve, apenas, ser corrigido o erro material (art.
494, I, Novo CPC/2015) para constar que o término do período refere-se a 10.06.2018, data do ajuizamento da ação, conforme o pedido na exordial e não
25.06.2018 como constou no dispositivo da r. sentença.

• VIII - Mantidos os termos da sentença que reconheceu as especialidades, em que o autor laborou no período de 21.01.1991 a 08.07.1995, na função de vigilante
de carro forte, conforme CTPS e formulário, por enquadramento à categoria profissional expressamente prevista no código 2.5.7 do Decreto n. 53.831/1964, bem
como os períodos de 07.02.1997 a 05.02.2002, 15.06.2002 a 18.05.2004, 27.03.2003 a 07.10.2003, 13.11.2003 a 08.08.2015 e de 25.08.2016 a 23.08.2017 (data
da emissão do PPP), nas funções de vigilante e guarda civil municipal, em empresa de vigilância e na Prefeitura Municipal de Diadema, conforme CTPS e PPP’s, em
que porta arma de fogo, restando caracterizado o labor especial, vez que o demandante exerceu suas funções com risco à sua integridade física.

• XIII - Somados os períodos de atividades especiais reconhecidos na presente demanda, abatendo-se os períodos concomitantes, a parte interessada alcança o total
de 23 anos, 7 meses e 10 dias de atividade exclusivamente especial até 23.08.2017, data da emissão do PPP, insuficiente à concessão de aposentadoria especial
nos termos do art. 57 da Lei 8.213/91.

• (TRF 3ª Região, 10ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL - 5002841-19.2018.4.03.6114, Rel. Desembargador Federal SERGIO DO NASCIMENTO, julgado em 02/07/2019,
Intimação via sistema DATA: 05/07/2019)

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