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Supervisora:
__________________________
MA Milena P. A. Adolfo
ii
3.2.2. Método de Procedimento ........................................................................................... 28
3.3. Instrumentos ou Técnicas de Pesquisa .............................................................................. 28
3.3.1. Pesquisa Bibliográfica ............................................................................................... 28
3.3.2. Pesquisa Documental................................................................................................. 29
3.3.3. O Questionário .......................................................................................................... 29
3.3.4. Inquérito por Entrevista semi-estruturada .................................................................. 29
3.3.5. A observação naturalista ............................................................................................ 30
3.4. População/Participante ..................................................................................................... 30
3.4.1 Participantes ............................................................................................................... 30
3.5 Limitação do Estudo ......................................................................................................... 31
3.6 Modelo de Análise de Resultados ..................................................................................... 31
3.7 Ética da Pesquisa .............................................................................................................. 32
3.8 Breve Caracterização Geográfica, Social e Económica do Distrito de Chimbunila ............ 33
CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .............. 35
4.1 Apresentação de Dados ..................................................................................................... 35
4.2 Análise e Interpretação de Dados ...................................................................................... 35
4.2.1 Os Mecanismos de Articulação Entre os Órgãos de Consulta Comunitária do Distrito de
Chimbunila e a sua Comunidade ......................................................................................... 35
4.2.2 Problemas de Funcionamento das Instituições de Consulta Comunitária ..................... 37
4.2.3 Representatividade dos Órgãos de Consulta Comunitária do Distrito de Chimbunila .. 39
4.2.4 Desafios da Consulta Comunitária na Planificação do desenvolvimento do Distrito de
Chimbunila ......................................................................................................................... 40
4.2.5 Realização das sessões dos órgãos de consulta comunitária do Distrito de Chimbunila 43
4.2.6 Avaliação da execução dos planos discutidos nas reuniões dos Órgãos de Consulta
Comunitária ........................................................................................................................ 44
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO ............................................................. 47
5.1.1 Recomendação para o Governo do Distrito ................................................................. 48
5.1.2 Recomendação para futuras pesquisas ........................................................................ 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 49
Apêndices .................................................................................................................................. 53
Apêndice I: Roteiros de Perguntas dirigidas a população do estudo......................................... 53
Apêndice II: Respostas do questionário dirigido aos participantes da pesquisa ........................ 56
Apêndice III: Imagens ............................................................................................................ 62
Anexos ....................................................................................................................................... 64
Credencial .............................................................................................................................. 64
iii
Declaração de Honra
Declaro que esta Monografia Científica é resultado da pesquisa pessoal e das orientações da
minha supervisora, todos conteúdos e fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto
e na bibliografia final.
Declaro ainda que, este trabalho, não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.
__________________
iv
Agradecimento
Quero expressar, a minha eterna gratidão às personalidades que tanto me ajudaram na realização
da minha carreira académica. Agradeço a minha supervisora Mestre Milena Adolfo, por me ter
orientado na realização deste trabalho. Ao meu filho Bento por estar comigo em todos os
momentos da minha vida.
Agradeço pelo desmedido apoio que os meus irmãos Benedito, Felicidade e Benvinda vêm-me
prestando e a Fernandes, pelo companheirismo multidimensional.
Quero também agradecer aos meus colegas de trabalho, por me terem ajudado a abraçar a vida
acadêmica. Agradeço igualmente aos meus colegas de turma, pelo companheirismo académico.
Por último, à todos, inclusive os que não pude mencionar, o meu mais profundo obrigado por
terem me ajudado a me tornar a pessoa que sou hoje.
v
Dedicatória
Dedico este trabalho a duas personalidades, extraordinariamente excepcionais, que sempre farão
parte da minha vida: em memória dos meus pais Bento Juliasse e Julieta Joaquim, pela sua
extrema devoção paternal.
vi
Lista de Tabelas
vii
Lista de Imagens
viii
Lista de Abreviaturas
CL - Conselho Local
ETD - Equipe Técnica Distrital
FCs – Fundos Comunitários
No - Número
LOLE – Lei dos Órgãos Locais do Estado
OCB – Órgão Consultivo de Base
OIIL – Orçamento de Investimento de Iniciativa Local
OLE - Órgãos Locais do Estado
ONGs – Organizações Não Governamentais
PA – Posto Administrativo
PED – Política e Estratégia de Descentralização
PES – Plano Económico e Social
PESOD – Plano Económico e Social e Orçamento Distrital
ix
Resumo
x
Summary
The study under development is about «The Challenges of Community Consultation in Planning
for Local Development in the District of Chimbunila (2015-2018)». It aims to analyze the
contribution of community consultation in the development process of the District in question. In
this context, for the materialization of the study a qualitative approach was used. We opted for
descriptive research and as far as data collection techniques were concerned, the research was
based on bibliographic study, field study, interviews, questionnaire and observation. This time, as
a result, it was found that the Political Institutions of Community Consultation, in the District of
Chimbunila, have not brought significant improvements for local development, since the actions
developed do not meet the urgent needs of the populations. This is because, there is a weak
representation in the Local Consultative Councils (CCLs) resulting from the political
instrumentalization of the participation bodies. It is concluded, therefore, that the Political
Institutions of Community Consultation of the District of Chimbunila must reduce the political
instrumentalization of the local consultative councils and involve the popular in the decisions that
lead to local development. And, it is recommended that the diversity of the actors involved in the
participatory process be respected, in order to contribute to the creation of possibilities of choice
for the population of the District of Chimbunila and to reduce the political instrumentalization of
the local consultative councils, train CCL members in matters related to the functioning of local
councils and community consultation with a view to maximizing the involvement of the people in
the decisions that lead to local development.
xi
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1.Contextualização
Desta feita, a descentralização nas suas várias formas é vista por Forquilha (2011 e 2010);
Kulipossa (2010); Valá (2009); Guambe (2009) e MAE/MADER (2003), como uma forma de
consolidar a democracia, ampliar os mecanismos de participação dos cidadãos (seja de forma
individual ou através de organizações da sociedade civil) na vida sócio-política do país, construir
um campo político local e, desta forma, melhorar a governação local. A nível de Moçambique, o
actual processo de descentralização surge no âmbito da democracia participativa.
A participação dos cidadãos visa em última instância o desenvolvimento económico local, é nesta
linha de pensamento que segundo Buarque (1999), é imprescindível a articulação de um novo
contrato social, embasado em alianças entre as organizações das mais diferentes esferas. Dentro
desta dinâmica, percebe-se a existência de uma diversidade de actores: a sociedade civil, o governo
local, as redes sociais e os agentes económicos em suas diferentes escalas e tipos.
Foi assim que, produto das mudanças verificadas em Moçambique com a introdução do
multipartidarismo, elaborou-se vários instrumentos que permitam a constituição de Fóruns
Consultivos, de modo a garantir a participação dos cidadãos na elaboração dos Planos Distritais de
Desenvolvimento (PDD's). Entretanto, o funcionamento destes espaços, tem estado no centro de
muitas críticas levantadas sobre os mesmos, principalmente no seu papel de tomada de decisões
que visam ao desenvolvimento local (Faria, 2011).
12
Desta feita, os Órgãos de Consulta Comunitária, os governos distritais com apoio de outras
organizações não-governamentais devem criar mecanismos de convidar as comunidades locais a
desenvolver um papel mais activo na governação local participativa.
1.2. Problematização
Este posicionamento é também defendido pelo relatório da UNDESA (2008), segundo o qual no
actual contexto dominado pelas teorias democráticas, a participação é um instrumento
imprescindível para a governação participativa que é a condição básica para o alcance da boa
governação e, consequentemente, o desenvolvimento sócio-económico local, regional, nacional e
internacional. Deste modo, reforça-se o argumento de que o processo de governação do país feita
de cima-para-baixo só pode surtir efeitos desejados se for complementado pela governação
participativa e articulação dos diferentes actores sociais para o sucesso das acções relacionadas
com a promoção do desenvolvimento equitativo (Simão, 2013).
13
Desta forma, as comunidades locais através dos seus líderes e suas organizações comunitárias, com
o apoio do governo distrital e de actores não-estatais devem ser frequentemente convidadas a
participar na governação local.
Nesta linha de pensamento, Forquilha afirma que a experiência do funcionamento das Instituições
Políticas de Consulta Comunitária tem mostrado fraco fluxo de informação, particularmente dos
conselhos locais para as comunidades. Igualmente, as sessões dos conselhos locais,
particularmente dos distritos e dos postos administrativos, são preparadas pelas Equipas Técnicas
Distritais e presididas de uma forma extremamente vertical sob a liderança do representante do
órgão do Estado a nível local. Teoricamente, os representantes das comunidades nos conselhos
locais deviam garantir a circulação de informação de e para as comunidades (Forquilha, 2010).
A situação acima apontada é característica do Distrito Chimbunila, onde, por exemplo, não se tem
realizado sessões como previsto pelo guião de orientação do Conselho Consultivo Local e como
consequência não há fluxo de informação e prestação de contas. É nesta perspectiva que nos
últimos anos, no distrito em questão, se reportou um mau estar entre a administração e as
comunidades locais.
Aliado a isso, está o facto de o distrito em referência dispor de uma fraca rede de infra-estruturas, o
que priva a maior parte da população do fornecimento de serviços públicos básicos, gerando uma
desadequada gestão das expectativas das populações, sobretudo as mais desprovidas, e descrédito
da acção governativa.
É com base neste reconhecimento, que o presente trabalho, que procura contribuir na reflexão
sobre os desafios da consulta comunitária na planificação para o desenvolvimento local, levanta a
seguinte pergunta de pesquisa: Até que ponto a consulta comunitária tem contribuído na
planificação para o desenvolvimento do Distrito de Chimbunila?
1.3. Justificativa
O motivo da escolha deste estudo, justifica-se pelo facto de reflectir em torno do contributo da
Consulta Comunitária na Planificação para o Desenvolvimento Local, com maior enfoque no
estudo de caso do distrito de Chimbunila.
14
Pelo lado académico, o estudo é de extrema importância e de interesse institucional, visto que nele,
trata-se do cumprimento ou não dos preceitos legais e se se verifica a devida aplicação do sistema
em uso.
A pesquisa também poderá contribuir para um maior entendimento conceitual, envolvendo o tema,
possibilitando ampliar as discussões sobre os estudos relacionados às teorias sobre os desafios na
actividade de representação dos CLs, que se resume na Planificação com vista ao
Desenvolvimento Local.
No nosso país, desde o surgimento dos órgãos de Consulta Comunitária, vem se reportando vários
constrangimentos sobre a transparência na composição dos órgaãos em questão e o seu
funcionamento, especificamente nos desafios impostos pelos membros desses órgãos no
desenvolvimento das suas actividades, plasmadas pela Lei no 8/2003 e pelo Decreto no 11/2005.
A escolha do espaço temporal, 2015 – 2018, justifica-se pelo facto de se tratar de um período em
que o governo de Moçambique implementou a Política e Estratégia de Descentralização (PED),
esta política combina vários processos que se desenvolvem em sinergia para garantir a participação
das comunidades, o desenvolvimento local e a melhoria da prestação de serviços. O período em
referência foi, igualmente, marcado por uma relação conturbada entre a administração local do
distrito de Chimbunila e a população.
O primeiro capítulo (introdução) é subdividido em oito secções nas quais são apresentados
sequencialmente a contextualização do tema, a problemática e a questão de partida, a justificação
do estudo, os objectivos, as questões de pesquisa, a delimitação, o enquadramento do tema e a
estrutura do trabalho.
No segundo capítulo apresentamos o marco teórico. Onde fazemos a revisão dos estudos
desenvolvidos sobre o problema em questão, destacamos a teoria que sustenta o estudo e definimos
os conceitos.
O terceiro capítulo faz a apresentação da metodologia eleita para esta pesquisa, tanto no que
concerne ao modelo como as técnicas de pesquisa utilizadas no terreno.
17
CAPÍTULO II: MARCO TEÓRICO
O presente capítulo começa com a conceitualização, seguidamente apresenta a teoria que sustentou
o nosso estudo e finalmente traz a luz a revisão da literatura (empírica e focalizada), ou seja, a
análise ou levantamento das conclusões dos diferentes estudos científicos disponíveis, que tratem
do assunto ou que deram corpo teórico para o desenvolvimento da pesquisa.
2.1.1 Participação
Simão (2013) afirma que não existe uma definição acabada e consensual do termo participação, daí
que tem sido usado com diferentes significados. Sendo assim, apresenta-se de seguida alguns
elementos que visam facilitar o seu debate produtivo.
Esta visão é comungada por Chichava (1999), quando dá ênfase a capacitação das comunidades
como o elemento central do processo de participação. Para este autor, as comunidades tornam-se
mais responsáveis pelo seu desenvolvimento quando adquirem habilidades, conhecimento e
experiência, porque melhoram as iniciativas e o envolvimento directo das pessoas.
Corroborando PNUD (1993, citado por Simão, 2013), destaca 4 formas de participação:
participação ao nível do agregado familiar; a económica; a social e cultural e a política. Assim,
este autor defende que a participação é um conceito relativo e não absoluto, que existe em qualquer
contexto social em grau diferenciado. A questão fundamental é saber que grau e tipo de
participação existem nos diversos contextos sociais.
Das citações acima percebe-se que os autores complementam-se nas suas definições sobre o
conceito de participação. Todavia, a vantagem da definição do PNUD está no facto deste conceito
ser concebido como relativo e não absoluto, que existe em qualquer contexto social em grau
diferenciado. Deste modo, esta abordagem é útil para propósitos analíticos e debates à volta desta
problemática neste estudo, onde três formas de participação se aplicam: a participação por
consulta, participação passiva e a participação funcional (Simão, 2013).
18
Desta feita, concordando com Simão (2013) a presente pesquisa define participação como o
envolvimento activo e consciente das pessoas ao nível local (tomar parte) em todas as actividades
políticas, económicas, sociais e culturais, em todas as suas etapas (desenho, implementação,
monitoria e avaliação de projectos de desenvolvimento). Neste processo, a comunidade deve ser
dada a voz, o poder de decisão e controlo dos recursos e, onde não seja possível decidir e controlar,
ela deve ter a capacidade de influenciar o processo de tomada de decisões através das suas
instituições locais legítimas e representativas.
2.1.2 Comunidade
Nhamutote (2016, citando Lemos, 2009) define comunidade como sendo unidades sociais que
variam de aldeias, conjuntos habitacionais e vizinhanças até grupos étnicos, nações e organizações
internacionais.
Sustenta Bottomore (1996, citado em Nhamutote, 2016), que a comunidade geralmente indica um
grupo de pessoas dentro de uma área geográfica limitada, que interagem dentro de instituições
comuns e que possuem um senso comum de dependência e integração.
Desta feita, a comunidade é um grupo de indivíduos que se identificam com elementos comuns,
como o idioma, os costumes, os valores, hábitos distinguindo-se deste modo de outras
comunidades.
MAE (2009) refere que a participação comunitária não é simplesmente uma oferta voluntária de
tempo e recursos, mas resulta da participação dos cidadãos nos processos de decisão a favor da
comunidade, implicando um envolvimento efectivo nos processos de decisão nos grupos,
organizações e comunidades.
O termo “consulta comunitária” cobre uma vasta gama de actividades que o governo usa para
envolver os membros da comunidade no processo de tomada de decisão. Neste processo, incluem-
se as pessoas residentes, não residentes, donos de negócios, e as diversas partes interessadas nos
diversos assuntos de uma determinada comunidade (MASC, 2014).
19
A consulta comunitária é feita através dos Conselhos Locais nos diferentes níveis, nomeadamente:
Ao nível do Distrito;
Ao nível do Posto Administrativo;
Ao nível da Localidade;
Ao nível da Povoação.
Consulta comunitária é um processo que consiste em ouvir e colher a opinião e os interesses das
comunidades locais que ocupam uma determinada área para o seu desenvolvimento social,
económico e cultural (Tankar, 2014).
A Comunidade Local é um conjunto de população que vive e interage num espaço comum ou
numa determinada unidade de organização territorial que pode estar integrada num Distrito, Posto
Administrativo, Localidade ou Povoação. O termo é usado para se referir a um grupo que se
organiza em defesa de interesses comuns tais como: a protecção de áreas habitacionais, áreas
agrícolas, floresta, lugares de importância cultural, pastagens, fontes de água, áreas de caça e de
exploração, e etc (MASC, 2014).
A interacção entre os membros de uma comunidade local pode incluir a partilha de recursos,
informação, assistência, bem como o estabelecimento de relações de troca com empresas locais e
os consumidores.
20
2.3.5 O Conselho Local (CL), Fóruns Locais (FL), Comités Comunitários (CC)
e Fundos Comunitários (FC)
O artigo 118 do Decreto nº 11/2005 define que a constituição dos Conselhos Consultivos deve se
orientar com base em três princípios, que são os seguintes:
21
2.3.5.2 Os Foruns Locais (FLs)
Guião de Participação da Sociedade Civil e Cidadãos no Funcionamento dos Conselhos
Consultivos Locais, afirma que os Fóruns Locais (FLs) são instituições da sociedade civil que tem
como objectivo organizar os representantes das comunidades e dos grupos de interesses locais para
permitir que eles definam as suas prioridades (MASC, 2014).
22
2.3.7 Desenvolvimento Local
Várias teorias foram desenvolvidas em torno da participação das comunidades locais no seu
desenvolvimento, dessas destacam-se a abordagem institucionalista, que procura enfatizar o papel
das instituições na vida económica, e a teoria liberal orientada para a necessidade de optimizar o
desempenho das instituições do Estado, retirando o económico reservando-se assim o seu papel
regulamentador da economia (Parsons, 1976 citado por Vala, 2009).
No entanto, a presente pesquisa teve como base a perspectiva funcionalista, que foi introduzida nas
ciências sociais por Bronislow Malinowsk (1944). Na óptica deste autor (1944, apud Valá, 2009),
se os homens têm necessidades contínuas como uma consequência de sua composição biológica e
psíquica, então essas necessidades básicas irão requerer formações sociais que satisfaçam
efectivamente tais necessidades. Daí que o enfoque funcionalista leva a admitir que toda a
actividade social e cultural é funcional ou desempenha funções e é indispensável. A perspectiva
funcionalista considera função á contribuição dada por um elemento á organização ou acção do
conjunto do qual faz parte (Vala, 2009).
23
comunidade e os informes e as resoluções em forma de actividades por parte do governo na pessoa
do conselho de localidade considera se o output, sendo que nesta interacção há necessidade de
existência de um feedback por parte da comunidade, esta que pode ser feita com ajuda da comissão
de monitoria que vela pela avaliação das actividades realizadas durante a vigência do mandato do
CLL (Valá, 2009).
Com esta analogia, Valá (2009) sustenta que é fundamental reconhecer, primeiro que os CLs
respondem a uma necessidade imperiosa de desenvolvimento actual, ao participarem, se envolvem
mais activamente em assuntos que lhes dizem respeito, assegurando a sua auto-realização.
Em virtude dos postulados anteriormente, Parsons (1976, citado em Vala, 2009) afirma que toda a
acção humana apresenta caracteres de um sistema, quer dizer que se inscreve numa organização de
relações de interação e a situação na qual se encontra. Entretanto, Easton (1965, citado por Vala,
2009) defende que um sistema político encontra-se mergulhado num meio ambiente que o sujeita a
desafios aos quais deve responder. Este ambiente deve ser dividido para fins de análise em meio
ambiente externo (sistemas exteriores á sociedade global em exame com os quais está
presumivelmente em relação), e em meio ambiente interno (que compreende todos os sistemas
internos inseridos na mesma sociedade global).
Esta perspectiva vai ajudar a analisar as atitudes dos membros dos membros dos CLs, perante a
situação actual em que os membros dos CLs se encontram, sem nenhum incentivo material ou
financeiro e com dificuldade de executar as suas actividades, pouco interessam-se por garantir a
participação efectiva da população na governação local no distrito de Chimbunila.
Neste contexto, esta perspectiva vai também, por um lado, permitir analisar para além das regras e
procedimentos, os outros factores (sócio-económicos e de difusão de ideias ou crenças) que
influenciam a promoção da participação popular na governação local em Chimbunila. Por outro,
vai ajudar a entender de que forma a centralização governamental (partido único) do nosso país
herdada do passado colonial e dos primeiros anos da independência, tem influenciado nas acções e
comportamento dos vários seguimentos responsáveis pela promoção da participação das
comunidades na governação local do distrito em referência.
24
2.1. Revisão da Literatura Empírica e Focalizada
Neste ponto, trazemos um estudo realizado em Florianópolis, no Brasil, relacionado com o tema
Desafios da Consulta Comunitária na Planificação para o Desenvolvimento Local do Distrito de
Chimbunila.
A pesquisa teve como população de colecta de dados 16 indivíduos. A selecção desta amostra foi
aleatória. Os instrumentos de colecta de dados adoptados foram o roteiro de entrevistas e o
questionário.
Os resultados obtidos neste estudo mostram que, o processo participativo, baseado nos conselhos
de direito, está mantendo sempre as mesmas pessoas ou grupos no poder e colocando a culpa dos
problemas na sociedade. A forma como o processo está sendo conduzido gera cada vez mais uma
setorização da sociedade, o que se contrapõe às necessidades de discutir o desenvolvimento dentro
da abrangência holística. Esta é uma forma de diluir o poder da sociedade e apenas mudar o
sistema actual para um que classificamos de “Burocracia Participativa”. A complementaridade
entre as diversas áreas compreendidas no processo de desenvolvimento acaba sendo observada em
segundo plano ou então é deixada de lado. Na medida em que o processo é conduzido sem gerar
resultados, acarreta descrédito e desmobilização.
O trabalho mostrou quatro factores principais que podem influenciar directamente o processo de
participação: o sistema de governação; o conhecimento da realidade; a identificação das vantagens
da participação e a organização da comunidade. Desta feita, a capacidade de acção dos municípios
só voltará a se estabelecer se todos os atores trabalharem em conjunto e complementarmente. Para
isto, é necessário que a sociedade e o poder público sejam parceiros activos na promoção de acções
que contribuam efectivamente para o desenvolvimento almejado pela maioria da comunidade.
25
2.1.2 Revisão da Literatura Focalizada
Nesta secção, procurou-se trazer um estudo feito em Moçambique relacionado com o tema
Desafios da Consulta Comunitária na Planificação para o Desenvolvimento Local do Distrito de
Chimbunila.
A metodologia usada para a recolha de dados, a pesquisa foi do tipo qualitativo, os dados foram
recolhidos através dos questionários aplicados aos cidadãos residentes no distrito.
Quanto aos resultados da pesquisa, o autor avança dizendo que a qualidade de participação no seio
dos CLs no distrito em análise ainda continua a constituir um grande desafio para o processo das
reformas de descentralização administrativa. Trata-se de um desafio que essencialmente, tem a ver
com a representatividade nos CLs, os processos de prestação de contas e de tomada de decisões e a
monitoria dos planos Distritais. Argumenta ainda o autor que as lógicas informais se sobrepõem ás
lógicas formais de funcionamento do Estado a nível local, uma das características do neo-
patrimonialismo.
O estudo refere ainda que no Distrito de Gondola o processo de institucionalização dos espaços de
participação e consulta comunitária, marcado pela centralização, é controlado pelo Estado através
dos Conselhos Consultivos Locais e na redução destes últimos em meras instâncias de consulta
sem nenhum carácter deliberativo.
Contudo, dos dados colhidos durante o estudo, levaram a concluir que, o Conselho Consultivo
Distrital do distrito de Gondola como um órgão meramente consultivo no processo de tomada de
decisões sobre o PESOD, tal como a legislação prevê, não exerce muita influência nas decisões do
executivo local sobre este instrumento. Isto porque as opiniões emitidas pelo órgão não jogam um
papel extremamente importante.
26
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
3.2. Métodos
O método de abordagem seleccionado para a presente pesquisa foi o indutivo que para Gil (1999)
parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de colecta de
dados particulares. O método proposto pelos empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume) para os
quais o conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência sem levar em consideração
princípios preestabelecidos. O método indutivo foi usado em paralelo com o método monográfico.
O método monográfico parte do princípio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser
considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes. Esses casos
27
podem ser indivíduos, grupos, comunidades, etc. Gil (2011). Uma parte da amostra da nossa
pesquisa foi tida com base na amostragem intencional, tido como um dos que melhor se enquadra
ao estudo em questão.
Quanto ao método de procedimento, optou-se pelo descritivo. Segundo Gil (2011), as pesquisas
descritivas têm como objectivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. É nesta óptica
que a nossa pesquisa estudou o contributo da consulta comunitária na planificação do
desenvolvimento do Distrito de Chimbunila, mostrando a realidade da participação comunitária no
contexto do desenvolvimento do Distrito de Chimbunila.
O uso da pesquisa bibliográfica permitiu obter informação geral e necessária sobre a governação
local e sua relevância no caso específico do Distrito de Chimbunila. A informação obtida através
desta ferramenta foi submetida à análise pormenorizada por via de leituras exploratórias, analíticas
e interpretativas.
A pesquisa bibliográfica permitiu também uma vasta revisão da literatura sobre a governação local
participativa, como está bem patente nas referências bibliográficas apresentadas.
28
3.3.2. Pesquisa Documental
Tal como afirma Gil (1999), trata-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico.
Os dados obtidos a partir desta pesquisa ajudaram na reelaboração do problema e objecto de
estudo, bem como na consolidação do conhecimento sobre o processo da institucionalização e
funcionamento dos CLs em Chimbunila.
3.3.3. O Questionário
Esta técnica constituiu em uma seria de perguntas que a pesquisadora forneceu aos sujeitos, e estes
responderam por escrito na ausência da pesquisadora. O questionário foi dirigido a pessoas que
estão directa ou indirectamente ligadas aos CCL’s (alguns membros dos CCL e residentes no
Distrito).
De acordo com Richardson (1999), “esta técnica é relevante na medida em que os informantes
respondem com base nas questões apresentadas e é operacionalizado de tal maneira que o
informante tem a segurança no que se refere aos dados fornecidos”.
Sendo assim, a investigadora, entrou em contacto directo com os entrevistados onde, através das
suas questões abertas e reacções, facilitou a sua expressão e evitou que estes se afastassem do tema
em estudo.
Deste modo, cada entrevista é única, na medida em que as perguntas se adequaram àquilo que cada
participante partilhou com a entrevistadora.
29
3.3.5. A observação naturalista
Anuindo Quivy & Campenhoudt (1998), a observação naturalista, sendo aquela em que a
pesquisadora, permanece alheia à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observou
de maneira espontânea os factos que ocorrem no Distrito, o que facilitou a obtenção de dados sem
produzir suspeitas nos membros das comunidades, grupos ou instituições que foram estudadas.
3.4. População/Participante
Para Gil (1999), a população ou universo da pesquisa é a totalidade de indivíduos que possuem as
mesmas características definidas para um determinado estudo. A amostra constitui uma
representação de sujeitos de uma determinada população com características relevantes para o
estudo.
3.4.1 Participantes
30
3.5 Limitação do Estudo
A partir deste estudo, existe a possibilidade de ser aberto um campo, para que novos estudos como
este, possam ser desenvolvidos nas outras comunidades com vista a avaliação do real impacto do
envolvimento da comunidade no processo de planificação com vista ao desenvolvimento local.
Nesta pesquisa optou-se pela análise de conteúdo. Trata-se de é um conjunto de técnicas de análise
de comunicações, que tem como objectivo ultrapassar as incertezas e enriquecer a leitura dos
dados colectados. O objectivo da análise de conteúdo é compreender criticamente o sentido das
comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas” (Mozzato
& Grzybovski, 2011).
Desta feita, o processo de análise de dados envolveu várias etapas para auferir significação aos
dados colectados. Seguindo a linha de pensamento de Bardin (2006) citado por Mozzato &
Grzybovski (2011), no presente estudo, a análise de conteúdo foi organizada em três fases,
nomeadamente a pré-análise, a exploração do material e tratamento dos resultados, inferência e
interpretação.
A segunda fase consistiu na exploração do material. Esta foi a etapa da apresentação e descrição
analítica do material colectado, submetido a um estudo aprofundado, orientado pelos objectivos e
referencial teórico. Permitindo a categorização dos dados, isto é, tendo em conta as questões de
pesquisa agrupou-se o material do estudo em seis categorias (síntese do conteúdo, atingindo uma
31
representação sob um título genérico), nomeadamente: (i) os mecanismos de articulação entre os
órgãos de consulta comunitária do Distrito de Chimbunila e a sua comunidade; (ii) Problemas de
funcionamento dos órgãos de consulta comunitária do Distrito de Chimbunila; (iii) a
representatividade dos conselhos consultivos locais do distrito de Chimbunila; (iv) desafio da
consulta comunitária na planificação para o desenvolvimento do Distrito de Chimbunila; (v)
Realização das sessões dos órgãos de consulta comunitária do Distrito de Chimbunila; e a (vi)
avaliação da execução dos planos discutidos nas reuniões dos Órgãos de Consulta Comunitária.
Com os dados organizados, procedeu-se a última etapa, à interpretação dos dados, à inferência, o
tratamento dos resultados contidos nos índices, fazendo uma triangulação entre o diálogo e o
referencial teórico para se chegar à síntese.
A ética em pesquisa deve permear todo o trabalho do pesquisador. De acordo com Pithan e
Oliveira (2013, apud Santana, 2016) a publicação de pesquisa científica deve ser feita de forma
ética garantindo a credibilidade da ciência e a reputação do autor da pesquisa, que busca
reconhecimento pelos seus estudos.
Nesta óptica, Spink (2000) afirma que, a pesquisa é uma actividade de produção de sentidos
prepassada pela interacção entre pesquisadores e pesquisados, mas também entre os autores que
dão o suporte teórico, colegas, agências de financiamentos, entre outros. Neste sentido, a relação
que se estabelece entre o pesquisador e seus sujeitos passa por três aspectos éticos: o
consentimento informado, a protecção do anonimato e o resguardo do uso do poder na relação
entre pesquisador e participantes (Spink, 2000).
Concordando com o posicionamento acima, a nossa pesquisa respeitou três aspectos éticos
anunciados:
32
Igualmente a nossa pesquisa procurou citar todas as fontes consultadas, resguardando acerca dos
plágios e as cópias de textos, sem a citação da fonte de busca.
O Distrito de Chimbunila está localizado na parte Oeste da Província de Niassa, limitado: a Norte-
Distrito de Lichinga, Sul-Distrito de Ngaúma, através do rio Chinenge, a Oeste-República do
Malawi através da Localidade de Chala, Posto Administrativo de Lione, Este-Distrito de Majune
através do rio Icuvi e Nordeste-Distrito de Muembe. O Distrito conta com 92 líderes comunitários,
sendo 4 pertencentes ao 1º escalão, 13 pertencentes ao 2º escalão e 75 do 3º escalão.
Como se depreende da Lei n 26/2013, ate Dezembro de 2013 o distrito tinha o nome de Lichinga.
O mesmo é composto por 2 Postos Administrativos e 3 Localidades, ocupando uma superfície de
5.422 km2 e uma população de 72.503 hab. (37.632-feminino) e a densidade populacional é de
20,8 habitantes por km2 (INE, 2020).
Ao nível social e económico, o Plano de Uso da Terra do Distrito de Chimbunila (2013) apresenta
as seguintes características do distrito:
34
CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE
DADOS
Nesta segunda parte, com base na análise de conteúdo, apresenta-se e examina-se os dados da
observação, da análise de documentos e das respostas as questões dirigidas aos membros das
organizações de consulta comunitária, a Equipa Técnica Distrital e a população do distrito de
Chimbunila. Entretanto, para garantir o anonimato e a confidencialidade dos dados dos
entrevistados, as respostas dos inquiridos foram codificadas com a letra “E” (Entrevistado).
E1: “Os órgãos de Consulta Comunitária têm auscultado a população e recolhe as suas
preocupações. Essas, são bem acolhidas pelo governo local”.
35
E2: “Acho que a articulação entre os órgãos de consulta comunitária e a comunidade é feita a
partir de encontros que são convocados pelos líderes”.
E3: “Nos reunimos com as comunidades, para comunicar informações e pedir opiniões sobre a
nossa região. Mas as vezes, as preocupações da comunidade, que nós fazemos chegar ao governo,
demoram muito a ser satisfeita e não temos recebido explicações sobre o assunto”.
E5: “A forma de ligação entre os órgãos de consulta comunitária e a comunidade é com base nas
reuniões que algumas pessoas da comunidade participam”.
Desta feita, os dados da pesquisa certificam que há falta de vínculos permanentes entre os
representantes dos Conselhos locais e as respectivas comunidades, isto é, a percepção dos
membros dos CCL’s está claramente em contradição às opiniões e observações das pessoas da
comunidade que, na sua maioria, não sabem e nem são questionadas acerca das suas necessidades.
Assim, a ideia principal de participação da comunidade no desenvolvimento por meio de reuniões
não se reflecte nessas comunidades.
Embora os inquiridos 1 e 3 tenham dito que os órgãos de consulta comunitária realiza reuniões
com as comunidades e faz chegar as preocupações das populações nas suas sessões, a realidade nas
comunidades visitadas mostra-se bastante precária no tocante a investimentos de infra-estruturas e
outras formas de desenvolvimento (acesso a escolas, postos de saúdes, estradas, agua, entre
outros).
36
Ainda sobre o défice de aproximação ou ligação entre os representantes dos órgãos de consulta
comunitária e as respectivas comunidades no distrito em ênfase, concordando com Ngoenha
(2009), pode estar relacionado a: (i) interesses específicos dos actores políticos; (ii) o índice
elevado de analfabetismo da maioria dos seus membros; (iii) a dispersão habitacional e longas
distâncias que separam as comunidades, aliada a ausência de recursos materiais e financeiros para
garantir a movimentação regular dos membros dos CCLs pelas povoações.
E1: “Um dos problemas de funcionamento dos órgãos de consulta comunitária é a dificuldade de
os membros exercer as suas funções, somente o CCD tem condições para garantir a logística para
a realização das sessões (o transporte, alimentações etc.)”.
E2: “É difícil mencionar quais são os problemas, ainda estou a espera de orientação para saber
qual é o meu trabalho no conselho. Por enquanto só estamos a experimentar e as nossas
comissões de trabalho ainda não estão a funcionar”.
E4: “Não sei dizer quais são os problemas que eles enfrentam”.
E5: “Não sei o que as instituições de consulta comunitária fazem e também não sei quais são as
suas dificuldades de funcionamento”.
E6: “Não sei bem, mas acho que eles têm dificuldade de resolver os problemas daqui da zona”.
E7: “Os membros das instituições de consulta comunitária não sabem quais são as suas
actividades, também eles não têm condições para trabalhar”.
E8: “Acredito que o maior problema dos órgãos de consulta comunitária é de responder aos
problemas que aparecem nas suas comunidades”.
Além disso, não se cumpre na íntegra com o que está previsto no Guião Sobre a Organização e
Funcionamento dos Conselhos Locais, segundo o qual os membros dos conselhos consultivos
locais devem participar com regularidade em todas as sessões, bem como na realização de tarefas
determinadas pelos respectivos conselhos (MASC, 2014).
Desta feita, percebe-se igualmente que tanto os membros dos conselhos consultivos assim como a
comunidade apresenta dificuldades em mencionar os problemas de funcionamento das IPCCs, esta
situação é resultante do fraco domínio que eles têm sobre as funções dos órgãos de participação e
consulta comunitária, o que dificulta aos representantes dos CCLs de desenvolver as suas
actividades e prestar contas das mesmas às comunidades informando-as deste modo sobre os
planos e programas governamentais e do grau da sua realização.
Este cenário remete a necessidade desenvolver acções de capacitação dos CCL’s para reforçar o
conhecimento e consciência em relação ao papel de representação, na defesa dos interesses das
suas comunidades, povoações, localidades, postos administrativos e distrito.
De acordo com Simão (2013) deve-se implementar estratégias permanentes de capacitação das
populações e comunidades sobre a importância da sua participação na governação local para o seu
próprio desenvolvimento. Isto deve ser relacionado com o conceito de “empwerment” ou a tomada
de poder. No entender do autor, estas acções ajudariam a desconstruir as mentes bloqueadas pela
herança da violência do passado colonial, do socialismo do pós-independência e da guerra civil
terminada em 1992.
38
4.2.3 Representatividade dos Órgãos de Consulta Comunitária do Distrito de
Chimbunila
E1: “A representação é boa, uma vez que na composição dos CCLs respeitaram-se as quotas
estabelecidas pelo Guião. Escolheram-se pessoas idóneas para compor os CCLs”.
E2: “As comunidades estão bem representadas, porque na nossa comunidade escolheram algumas
pessoas para ir no CCL”.
E3: “A representação é muito boa, uma vez que nos órgãos estão representados todas as partes da
população, funcionários, jovens, mulheres, etc”.
E4: “A representação da comunidade é muito mal, porque escolheram entre eles, mesmo nas
reuniões se convidam entre eles”.
E5: “A comunidade não está bem representada, muitas pessoas não fazem parte desse grupo”.
E6: “Os órgãos de Consulta Comunitária não estão bem compostos, nós não sabemos como
escolheram as pessoas para estar lá”.
E7: “O processo de selecção dos membros dos CCLs não foi aberto. Estes, são compostos por
pessoas mais influentes do distrito e reconhecidas no partido (FRELIMO), isto mostra que lá não
é para qualquer pessoa da comunidade”.
Em relação a este ponto cabe, ainda, resgatar o que foi mencionado na revisão da literatura onde
Forquilha (2012) afirmou que, a fraca representatividade dos CCL’s influência na Planificação
para o Desenvolvimento Local na medida em que a viciação no processo da selecção dos membros
das comunidades para os conselhos permite aos presidentes dos Conselhos Locais (o
administrador, chefe dos postos, chefe da localidade) controlar as opiniões dos grupos, de onde
provêm a maior parte dos membros (governo distrital, convidados do administrador, autoridades
comunitárias e funcionários públicos, etc.), decisões estas que podem não reflectir,
necessariamente, os interesses das comunidades locais. Por conseguinte, tais fatos, colocam os
espaços de participação e consulta local em risco de instrumentalização política e a captura pelo
partido no poder (Forquilha, 2012).
E1: “Os desafios são muitos, um dos maiores que os órgãos de consulta comunitária enfrentam
está relacionado a falta de meios para trabalhar, igualmente há dificuldades de capacitação dos
membros do Conselho Local, para que eles saibam como desenvolver as suas actividades”.
40
E2: “Os órgãos de consulta comunitária tem vários desafios, por exemplo não há transporte,
dinheiro para comida para os membros durante as reuniões, esse é um grande desafio do nosso
órgão e, também, quando nós levamos as preocupações para o distrito demoram muito tempo
para nos dar a resposta (isso também deve-se resolver)”.
E3: “Os nossos órgãos têm muitos desafios, posso falar da falta de transporte para nós os
membros, posso falar da falta de alimentação nas nossas reuniões, posso falar da falta de muitos
materiais para nós trabalhar”.
E4: “Acho que um dos desafios desses órgãos é a falta de dinheiro para trabalharem”.
E5: “O desafio que enfrenta os órgãos de consulta comunitária é de procurar saber da população
qual são as suas necessidades e realizar as suas actividades de acordo com o que a população
pediu, não decidir fazer as coisas entre eles”.
E6: “Os desafios que a consulta comunitária enfrenta são de trabalhar para o desenvolvimento do
distrito”.
E7: “Um dos desafios do CCL é escolher pessoas que realmente irão trabalhar para a população,
não só pessoas da influência do governo”.
E8: “Há muitos desafios que os órgãos de consulta enfrentam, por exemplo falta de alimentação
nas reuniões e falta de transporte para ir trabalhar”.
As declarações dos entrevistados dão a entender que são vários os desafios que os órgãos de
consulta comunitária do distrito enfrentam, a destacar a fraca capacitação dos membros dos CCLs,
a dificuldade de prover recursos financeiros para as IPCCs realizarem as suas actividades e
facilitar a prestação de contas, a fraca capacidade de resposta dos governos distritais às prioridades
definidas pelos conselhos locais.
Em relação a capacitação dos órgãos de consulta comunitária Forquilha (2010) afirma que deve-se
investir na formação dos níveis mais baixos das IPCCs, com o objectivo de uma melhor
preparação dos representantes das comunidades nos conselhos locais, de modo a participarem de
uma forma efectiva e responsável no processo de planificação distrital. Igualmente a capacitação,
deve também estar norteada no sentido da reduzir a instrumentalização política dos conselhos
consultivos locais (Forquilha, 2010).
Para além da formação dos representantes do CCLs, deve-se criar condições logísticas para que os
membros dos órgãos de consulta comunitária desenvolvam as suas actividades. Consubstanciado a
41
isso, o mecanismo de articulação entre os membros dos conselhos locais deve ser orientado com
vista a que os assuntos discutidos a nível dos conselhos locais cheguem ao conhecimento das
próprias comunidades e essas por meio dos CCLs possam fazer chegar as suas preocupações as
estruturas governamentais.
Das respostas dos inquiridos percebe-se, também, a necessidade de buscar um processo efectivo de
mobilização da comunidade para a participação nas IPCCs, reactivando a crença por parte das
comunidades nos Conselhos Consultivos Locais e o governo. Como afirma Mambero (2010), as
comunidades estão cansadas de despender o seu tempo livre para discutir sobre questões que, na
maioria das vezes, para serem operacionalizadas dependem da vontade política dos governantes.
Como afirma Perreira é mais fácil ou produtivo buscar alternativas individuais para as suas
dificuldades e problemas ao invés de se inserirem em movimentos de luta colectiva que dependem,
via de regra, de uma intervenção mais contundente dos governos, no sentido de garantir, por
exemplo, o acesso a bens e aos serviços públicos (Mambero, 2010).
Assim, tal como afirma Forquilha (2010), pode-se considerar que os desafios identificados
requerem uma atenção particular para o reforço de mecanismos capazes de garantir a qualidade
dos conselhos locais, de forma a se poder “agarrar” a janela de oportunidades trazida pelo quadro
jurídico-legal da institucionalização da participação e consulta comunitárias, no âmbito do
desenvolvimento distrital.
No entanto, entende-se que no distrito de Chimbunila os Conselhos Locais a vários níveis (CCD,
CCPA e CCL) em contacto e coordenação directa com as comunidades, devem participar na
definição de infra-estruturas consideradas prioritárias dentro das suas necessidades e na
identificação de locais viáveis para a sua implantação, desenvolvendo neste exercício, uma relação
de articulação entre o Governo e a População, onde a comunidade identifica as suas necessidades
dando a conhecer as estruturas governamentais e o executivo em coordenação com os Conselhos
42
locais, buscam as melhores alternativas de solução para a satisfação das necessidades levantadas,
não só, como também a comunidade participa no acompanhamento da implementação dos
projectos localmente concebidos no âmbito das iniciativas do governo distrital.
E1: “Sim sou convidado para participar nas reuniões dos órgãos de Consulta Comunitária.
Participei duas vezes”.
E2: “Tenho sido convidado, participei duas vezes nas reuniões do CCL”.
E3: “Tenho sido convidado para participar nas reuniões do CCL, participei em todas as três
reuniões”.
E6: “Nunca fui convidado para participar nas reuniões do Conselho Consultivo Local”.
E7: “Participei três vezes nas sessões do Conselho Consultivo Local, a primeira vez tinha a ver
com a criação do próprio conselho”.
Os dados mostram uma divisão de opiniões, onde os entrevistados 4,5 e 6 afirmam que não são
convidados para participar nas sessões dos órgãos de consulta comunitária, mas isto não quer dizer
que estas instituições não efectuam as referidas reuniões.
Como se pode depreender das respostas dos inquiridos 1,2,3,7 e 8, os órgãos de consulta
comunitária tem realizado sessões. Todavia, igualmente percebe-se dos participantes da pesquisa
que os mesmos órgãos não têm efectuado o número de sessões previstas no guião de orientação
das IPCCs. A este respeito, os Artigos 27 e 28 do Guião de Consulta Comunitária preveem que os
CCLs devem realizar duas sessões ordinárias por ano e outras extraordinárias, geralmente sob
convite do presidente, (MASC, 2014).
Aliado ao acima exposto, as actas que a pesquisa teve acesso mostram que, durante o período em
estudo, o CCD do distrito de Chimbunila realizou somente três sessões ordinárias e seis sessões
extraordinárias.
43
A nossa pesquisa teve conhecimento que a dificuldade em realizar as sessões das IPCCs no
Distrito de Chimbunila está relacionada a falta de recursos materiais e financeiros, principalmente
nos níveis mais baixos.
Em relação a esta constatação Simão (2013) defende que quando as discussões das necessidades
locais ao nível da base não têm tido uma apreciação colectiva dos representantes comunitários,
enfraquece a identificação e o encaminhamento das mesmas às estruturas de níveis mais acima.
Assim, de certa forma, conduz a não solução das necessidades concretas da comunidade.
Deste modo, este facto mina a transparência dos CCLs e por sua vez, enfraquece o processo de
consulta comunitária na identificação das necessidades da comunidade de Chimbunila. Assim, é
preciso o mais urgente que se encontrem formas de ultrapassar estes obstáculos.
4.2.6 Avaliação da execução dos planos discutidos nas reuniões dos Órgãos de
Consulta Comunitária
E1: “A avaliação da execução dos planos discutidos nas reuniões dos órgãos de consulta
comunitária é boa. Porque quase tudo o que o governo tem realizado se inspira nas
recomendações dos membros dos CCLs, pode levar algum tempo”.
E2: “Avalio bem, o governo pode demorar fazer alguns projectos para aqui na comunidade mais
logo que tem o dinheiro executa. Um dos exemplos é a casa do chefe da localidade que está em
construção”.
E3: “A avaliação é boa, o governo acolhe quase todos os assuntos que o Conselho Local faz
chegar”.
E4: “Não avalio bem, Em Lione-Sede abriram furo de água na residência do Chefe da Localidade,
em Chala abriram furo ao lado do Posto Policial ao invés de colocar esses furos la no bairro onde
estão as pessoas. Não nos avisaram sobre a abertura dos furos e por isso que poucos usam (vê-se
na imagem 1, no apêndice 3)”.
E5: “A avaliação é mais ou menos boa, muita coisa que deve ser feita aqui na comunidade.
E6: Eu avalio mal a execução dos planos discutidos nas reuniões dos órgãos de Consulta
Comunitária, porque primeiro é difícil ter essas reuniões eu nunca fui mas também muita coisa
que se precisa fazer”.
44
E7: “A avaliação que faço não é boa. Aqui em Namuanica a população não tem fontes de
abastecimento de água potável. É um problema antigo e apresentamos muitas vezes ao governo.
Sempre nos dizem que estão a espera duma empresa para vir fazer o estudo do solo. A mesma
coisa está acontecer com a casa da chefe de localidade, prometeram construir a três anos”.
E8: “A avaliação não é boa. É difícil indicar essas actividades porque o governo tem construído
as coisas sem nos perguntar, um dos exemplos é o mercado central, é um empreendimento que
esta se estragando e não se usa pela população. Os vendedores negam ir vender os seus produtos.
(vede a imagem 2, no apêndice 3)”.
Os dados mostram que a execução dos planos discutidos nas reuniões de Consulta Comunitária
ainda não é uma realidade no distrito de Chimbunila. Apesar de os entrevistados 1, 2 e 3
considerarem que as suas propostas sobre as preocupações das comunidades são acolhidas
favoravelmente pelo governo local, contudo os mesmos salientam, nas suas respostas, que
satisfação dessas preocupações é uma incerteza ou demora bastante.
Neste sentido, com base nos dados do entrevistado 4 e 6 expostos aqui, percebe-se que as consultas
comunitárias não reflectem as necessidades urgentes das comunidades do Distrito de Chimbunila,
visto que as acções desenvolvidas não vão ao encontro das necessidades urgentes das populações.
Isto é, as populações clamam pela disponibilidade de infra-estruturas em locais onde beneficiarão
as comunidades carenciadas de forma a contribuir positivamente para a satisfação das suas
necessidades.
Desta feita, convocando Valá (2009), este de forma categórica sustenta que desenvolvimento local
significa que as pessoas devem viver em casas condignas, com acesso a água, educação, saúde e
protecção social, tenham energia para iluminar os seus sonhos, e possam comunicar com familiares
e amigos vivendo perto ou distante (facto que não se verifica no nosso campo de estudo).
O nosso estudo constatou que a fraca capacidade de resposta às prioridades definidas pelos CCLs,
como o caso da falta de instalações das secretarias nas localidades (funcionam nas casas dos chefes
das localidades) ou a casa do chefe da localidade de Namuanica, estradas degradadas, alunos
estudando em condições precárias, etc, está associado a vários factores, dentre os quais se
destacam os seguintes: desvio de aplicação do fundo para cobrir despesas protocolares, realização
dos trabalhos às pressas para justificar os fundos ou acomodar as sensibilidades de um dirigente
político. Concordando com Forquilha (2010), este cenário tem enfraquecido o processo de
participação local, abrindo um espaço para a “recentralização” do exercício de planificação, o que
é contrário a todos os princípios da LOLE.
45
Relativamente a resposta do entrevistado 8, a recusa dos comerciantes em vender no mercado
central pode não significar, necessariamente, a rejeição do local, mas a renúncia do não
esclarecimento, da ausência de diálogo, de não solução dos inúmeros problemas locais, da fraca
articulação entre os CCLs e a comunidade ou a lealdade política dos representantes dos CCLs ao
Governo do dia comprometendo o desenvolvimento das suas comunidades. Tal como afirma Serra
(2002), um Estado ganha hegemonia quando consegue trocar a exigência de lealdade política pelo
fornecimento (e pela monitoria constante) de serviços básicos de qualidade.
Portanto, pode-se afirmar que o processo de consulta comunitária no Distrito de Chimbunila tem
ainda um longo percurso para se tornar no colaborador elegível com as autoridades da
Administração Local na busca de soluções para as questões fundamentais que afectam a vida da
população, o seu bem-estar e o desenvolvimento do seu território.
46
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO
Todavia, constatou-se que o processo de consulta comunitária no Distrito de Chimbunila, não tem
trazido melhorias significativas para as comunidades, isto é, os membros das comunidades não se
sentem efectivamente envolvidos nos momentos de discussões e definições de acções orientadas
para o desenvolvimento local.
Quanto ao segundo objectivo, que almejou descrever a influência dos problemas de funcionamento
dos Conselhos Consultivos Locais do Distrito de Chimbunila na planificação do desenvolvimento
local, apurou-se que os CCL’s do distrito em ênfase, que constituem o espaço de consulta
comunitária, têm uma fraca ligação com as suas comunidades e apresentam um deficiente
funcionamento, estes cenários colocam o nível de participação da população muito fragilizado,
dificultando ainda mais o exercício do seu papel na promoção do desenvolvimento local.
47
na planificação de acções que conduzem ao bem-estar da comunidade. Esta é, portanto, uma das
razões do fraco desempenho relativo às prestações de contas dos conselhos locais às populações.
5.1 Recomendações
Vale a pena lembrar que os dados adquiridos na presente pesquisa trouxeram curiosas e
significativas informações referentes ao tema de planificação do desenvolvimento distrital e sobre
os conselhos consultivos e sua interacção com a comunidade. Desta feita, recomenda-se:
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gil, A. C. (1999). Como Elaborar Um Projeto de Pesquisa. 2a edição. São Paulo: Editora Atlas.
Gil, A. C. (2011). Como Elaborar Um Projeto de Pesquisa. 2a edição. São Paulo: Editora Atlas.
49
Seminários da Presidência da República 2008-2009. Maputo: Gabinete de Estudos da Presidência
da República.
Lakatos, E. & Marconi, M. (1992). Metodologia do Trabalho Científico. 4ª ed. São Paulo: Atlas.
Lakatos, E. & Marconi, M. (2011). Técnicas de Pesquisa. (7ª ed.). São Paulo: Editora Atlas.
Mozzato. A. & Grzybovski, D., (2011). Análise de Conteúdo como Técnica de Análise de Dados
Qualitativos no Campo da Administração: Potencial e Desafios. Curitiba, v. 15, n. 4, pp. 731-747.
Disponível em http://www.anpad.org.br/rac.
Richardson, R. J. (1999). Pesquisa Social – Métodos e Técnicas. 3ed. São Paulo: Atlas.
Rico, M. & T. A. (2010). Participação dos Cidadãos nos Conselhos Locais e na Monitoria do
Plano-Económico-Social e Orçamento Distrital – PESOD; Economia, Política e Desenvolvimento.
Roche, G. (1976). Talcot Parsons e a Sociologia Americana. Rio de Janeiro. Francisco Alves
Editora.
Rosa, Paulo R. da Silva (2011). Uma Introdução à Pesquisa Qualitativa no Ensino de Ciências.
Campo Grande.
UNDESA (2008) People Matter: Civic Engagement in Public Governance: World Public
SectorReport 2008. New York: United Nations. Disponível em:
51
https://publicadministration:un.org/publications/content/PDFs/E-Library%20Archives. Acesso:
27/07/2020
Legislação
52
Apêndices
Questionário dirigido aos Membros dos CCLs, Equipa Técnica Distrital e Residentes no
Distrito de Chimbunila
Caro cidadão, esta entrevista destina-se a colecta de dados para a pesquisa destinada a
elaboração da monografia, com vista a obtenção do grau académico de licenciatura em
Administração Pública, com o tema: Os Desafios da consulta comunitária na planificação do
desenvolvimento do Distrito de Chimbunila. Desta feita, os dados colhidos serão
exclusivamente usados para a pesquisa em questão.
1. Tem sido convidado para participar nas reuniões dos órgãos de Consulta Comunitária? Quantas
vezes foi convidado?
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
__
2. Quais são as actividades desenvolvidas pelos Conselhos Consultivos Locais?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
3. Mencione as formas de articulação entre os órgãos de Consulta Comunitária do Distrito de
Chimbunila e a sua comunidade.
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
4. Como avalia a representação dos membros da comunidade local nos órgãos de Consulta
Comunitária?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Como avalia a execução dos planos discutidos nas reuniões? Faça comentários sobre a
avaliação.
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
6. Quais são os desafios que se colocam no trabalho das instituições de consulta comunitária?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
53
Guião de Entrevista para da Comunidade do distrito de Chimbunila
Caro cidadão, esta entrevista destina-se a colecta de dados para a pesquisa relacionada com a
Análise do contributo da participação comunitária na planificação do desenvolvimento do
Distrito de Chimbunila. Desta feita, os dados colhidos serão exclusivamente usados para a
pesquisa em questão.
Nome_________________________________ Sexo __________ Idade ________
Ocupação _____________________________
Data:----/----/----
1. Tem conhecimento da existência de algum órgão de Consulta Comunitária (Conselho
Consultivo Local do Distrito/Posto/Localidade/Povoação)? Quando é que surgiram e
quando entraram em funcionamento?
2. Explique com tem sido feito o processo de selecção dos membros que integram os órgãos
de Consulta Comunitária?
7. Tem sido convidado pelos órgãos de consulta comunitária para participar nas suas
reuniões? O que se tem tratado nessas reuniões?
8. Como tem sido feita a prestação de contas sobre as actividades desenvolvidas pelos
membros dos órgãos de Consulta Comunitária nas comunidades que representam?
10. Qual é a tua percepção em relação a contribuição das instituições de consulta comunitária
no desenvolvimento da sua comunidade?
11. Quais são os desafios que se colocam no trabalho das instituições de consulta comunitária
no âmbito da planificação das actividades que conduzem ao desenvolvimento do distrito?
54
Guião de Entrevista para os Membros dos Conselhos Consultivos (do nível distrital, PA e
Localidade) e a Equipa Técnica do Distrito de Chimbunila
Caro cidadão, esta entrevista destina-se a colecta de dados para a pesquisa relacionada com a
Análise do contributo da participação comunitária na planificação do desenvolvimento do
Distrito de Chimbunila. Desta feita, os dados colhidos serão exclusivamente usados para a
pesquisa em questão.
7. Como têm sido a participação nos debates dos membros das instituições de consulta
comunitária?
8. Quais são os principais desafios que se colocam no trabalho das instituições de consulta
comunitária no âmbito da planificação das actividades que conduzem ao desenvolvimento
do distrito?
9. Explique como tem Funcionado as instituições de consulta comunitária?
10. Existem recursos financeiros e materiais que garantem o funcionamento das instituições de
consulta comunitária?
11. Qual tem sido o papel das instituições de consulta comunitária e outros actores locais no
processo de planificação distrital?
12. Quais são as actividades realizadas pelas instituições de consulta comunitária que
conduzem para o desenvolvimento das comunidades locais do distrito de Chimbunila?
13. Qual tem sido o nível de afluência dos membros das instituições de consulta comunitária às
sessões e como têm sido a participação nos debates?
14. Quais são os principais desafios/problemas que se colocam no trabalho das instituições de
consulta comunitária no âmbito da planificação das actividades que conduzem ao
desenvolvimento do distrito?
55
Apêndice II: Respostas do questionário dirigido aos participantes da pesquisa
57
para estar lá.
E7: O processo de selecção dos membros
dos CCLs não foi aberto. Estes, são
compostos por pessoas mais influentes do
distrito e reconhecidas no partido
(FRELIMO), isto mostra que lá não é
para qualquer pessoa da comunidade.
E8: Os órgãos estão mais ou menos
representados.
4 Quais são os desafios que se colocam 8 E1: Os desafios são muitos, um dos
no trabalho das instituições de maiores que os órgãos de consulta
consulta comunitária? comunitária enfrentam está relacionado a
falta de meios para trabalhar, igualmente
há dificuldades de capacitação dos
membros do Coonselho Local, para que
eles saibam como desenvolver as suas
actividades.
E2: Os órgãos de consulta comunitária
tem vários desafios, por exemplo não há
transporte, dinheiro para comida para os
membros durante as reuniões, esse é um
grande desafio do nosso órgão e,
também, quando nós levamos as
preocupações para o distrito demoram
muito tempo para nos dar a resposta (isso
também deve-se resolver).
E3: Os nossos órgãos têm muitos
desafios, posso falar da falta de
transporte para nós os membros, posso
falar da falta de alimentação nas nossas
reuniões, posso falar da falta de muitos
materiais para nós trabalhar
58
o desenvolvimento do distrito.
E7: Um dos desafios do CCL é escolher
pessoas que realmente irão trabalhar para
a população, não só pessoas da influência
do governo.
E8: Há muitos desafios que os órgãos de
consulta enfrentam, por exemplo falta de
alimentação nas reuniões e falta de
transporte para ir trabalhar.
5 Tem sido convidado para participar 8 E1: Sim sou convidado para participar
nas reuniões dos órgãos de Consulta nas reuniões dos órgãos de Consulta
Comunitária? Quantas vezes foi Comunitária. Participei duas vezes.
convidado?
E2: Tenho sido convidado, participei
duas vezes nas reuniões do CCL.
E3: Tenho sido convidado para participar
nas reuniões do CCL, participei em todas
as reuniões.
E4: Nunca participei das sessões dessa
organização.
E5: Não sou convidado para participar
nessas reuniões.
E6: Nunca fui convidado para participar
nas reuniões do Conselho Consultivo
Local.
60
Apêndice III: Imagens
Imagem 1: Da esquerda para direita, Furos de água abertos no quintal da casa do Chefe da localidade de Lione-Sede e ao lado do Posto Policial de Chala
62
Imagem 2: Mercado Central do Distrito de Chimbunila
63
Anexos
Credencial
64