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Unidade 3 Capitulo 4 t

ili.

orças
magnéticas
_*
o
,
O'
<

Alto-falantes de um sistema de som de computador.

Durante um curto-circuito em uma instala çã o aparente ,


observa-se que os condutores sã o repelidos por conta da a çã o
de uma for ça magn é tica . Essa força est á sempre presente entre
condutores que conduzem corrente el é trica . Entretanto , só é
poss ível visualizar sua a çã o em casos de extrema intensidade de
corrente, como a que ocorre durante um curto-circuito . Nestas
98
Unidade 3 Capítulo 4

circunst â ncias, a força pode assumir intensidades capazes, por


exemplo, de fazer balançar os condutores de uma linha de distri- |
buição de alta tensão.
A mesma força que se observa entre condutores conduzindo !
19
corrente, observa-se também em um condutor conduzindo cor-
;
; GJ
rente dentro de um campo magnético. É graças a essa força que
funciona um motor de corrente contínua .
Nos aceleradores de part ículas, que são máquinas destinadas ;
I
a fornecer elevados níveis de energia para se estudar a composi- i
ção e a origem da maté ria, as part ículas carregadas sã o mantidas ;
em ó rbita graças à açã o de potentes eletroímãs. A força magné- |
II
tica que atua sobre essas part ículas, provê a trajetória adequada à j tu
medida que sã o aceleradas, de forma que se mantenham sempre j m
dentro dos percursos circulares no interior dos aceleradores, que j
podem ter quilómetros de extensão.
Medidores elétricos como volt ímetros, amper ímetros e watt í- :
metros també m funcionam baseados em forças magnéticas exer- ;
cidas sobre suas bobinas.
Um alto-falante é basicamente uma bobina móvel dentro do i
campo magnético de um imã, que movimenta um diafragma toda j
vez que um sinal elétrico a percorre.
Enfim, a tecnologia está impregnada de dispositivos e equi- ;
pamentos que funcionam com base nas forças magnéticas. Que ;
tal conhecermos melhor essas for ças?

Carga em movimento dentro


de um campo magnético
Uma corrente elétrica consiste em um movimento ordenado
de cargas elé tricas no interior de um condutor. Sabemos que essa
corrente produz um campo magnético em forma de círculos con-
cê ntricos em torno desse fio. Agora, imaginemos essas mesmas
cargas transitando no espaço, como um feixe de elétrons, sem
o condutor para guiá-las . É obvio que essas cargas continuarão
a gerar o mesmo campo magnético. E se formos reduzindo o
n ú mero de cargas até que sobrem apenas algumas delas? Nossa
^1as
Unidade 3 Capitulo 4
im
SB í S? .
intuição nos diz que o campo magnético deve con-
alerta tinuar a existir, embora com intensidade menor.
Finalmente, reduzimos o n ú mero de cargas para
0 sentido do campo
magnético gerado por
apenas uma carga viajando no espaço. Pelo nosso
uma carga positiva é raciocínio, essa ú nica carga deve també m estar
dado pela regra de gerando um campo magnético em forma de cír-
Ampère, mão direita,
onde o dedo polegar
culos concêntricos em torno dela, num plano per- Campo de uma
carga positiva em
indica o sentido da pendicular à sua trajetória.
movimento.
velocidade. Para cargas Isto quer dizer que, se esta carga em movi-
negativas deve-se usar mento entrar numa regi ã o onde um campo magné tico esteja
a mão esquerda.
presente, haver á uma intera çã o entre esses campos magn éti-
cos, resultando numa for ça sobre a carga . Nosso objetivo agora
será analisar as caracter ísticas dessa força .
Inicialmente, vamos determinar o sentido da for ça que
atua em uma carga em movimento dentro de um campo
v magnético. Considere ent ão um campo magné tico uniforme
X apontando para fora do plano da folha e uma carga positiva se
deslocando para a direita com velocidade v. O campo da carga
B est á sendo representado
no plano através de " ponto" e "xis".
Carga positiva prestes
a entrar em um campo Ao penetrar na regiã o de campo magné tico, a intera çã o
magnético. entre os campos ocorre de maneira que na região acima da
carga os campos tê m sentidos coincidentes, enquanto que
na regiã o abaixo, sentidos contrá rios . Desta forma , na regi ã o
acima da carga teremos um excesso de linhas
de for ça pelo fato das mesmas se somarem,
enquanto que na região abaixo da carga haverá x
um enfraquecimento do campo por X
conta da subtraçã o entre as linhas de 1 B
F
for ça . Ocorre entã o um desequil í brio A interação
entre essas duas regiões. Para tentar entre o campo
fixo B e o
restabelecer o equilí brio, uma força campo da
surge, empurrando a carga no sen - partícula faz
uma
Trajetória circular da carga dentro
de um campo B.
tido do campo enfraquecido. Logo, surgir força.
esta for ça se d á perpendicularmente
à velocidade e altera a trajet ó ria da part ícula .
A intensidade da força é dada por:
F = qvB onde:
—— F » força que atua sobre a carga em movimento ( N )
q » carga da partícula (C)

IDO
— v » velocidade perpendicular ao campo ( m/s)
Unidade 3 Capítulo 4

O raio da trajetória descrita pode ser determinado através da


equação da força centrífuga : d
Fc =
mv 2
R
onde : a-PE
QJ

Fc » força centrífuga (N) ( )
m —» massa da part ícula kg

v » velocidade da part ícula ( m/s)
9
m
R —> raio da trajetória ( m)
Sabemos que a trajetória se estabiliza quando a força centr í -
§
fuqaJFor igual à força magnética :
mv 2 mv &J
F =F —* ——R— = Bqv —> R — Bqv >R — Bq PJ
Caso a part ícula penetre no campo magnético formando um
ângulo a em relação ao campo magnético, toma-se a projeção da
velocidade perpendicular ao campo e
então teremos : F = Bqvsena
a
Nesta situação, a trajetória da
W part í cula será um misto entre uma
B
linha reta e uma circunferência, o que
lhe confere uma trajetória helicoidal .

Trajetória helicoidal de uma partícula carregada.

Condutor conduzindo
corrente em um campo
magné tico
A mesma força que age em cargas elétricas isoladas via-
jando pelo espaço, age também em cargas elétricas que circulam
no interior de condutores e que constituem a corrente elétrica .
Isto quer dizer que cada uma das milhões de milhões de cargas
que compõem uma corrente elétrica circulando em um condutor,
1
estão sujeitas a uma força que as impele em determinado sentido
^ ioi
Unidade 3 Capítulo 4

r dentro do condutor. Como estas estão vinculadas ao condutor, é


: este ú ltimo que acaba sofrendo a a çã o da for ça resultante.
Observe na ilustração abaixo, um condutor visto pela sua
i seçã o transversal , conduzindo corrente com sentido apontando
j para fora do plano da folha . Ele está imerso em um campo B diri-
; gido à nossa esquerda A resultante entre o campo B e o campo
^
I magn ético produzido pelo condutor são mostrados na sequ ê ncia .

B B
A

Note que na região logo acima do condutor, a resultante


entre os campos produz uma maior concentração de linhas de
força , enquanto que na regi ã o abaixo dele, os campos se anulam .
Logo, (surge uma for ça que puxa o condutor para baixo, tentando
( restabelecer o equil íbrio entre as linhas de força . Se o condutor
estiver livre para se movimentar, ele será deslocado até sair da
região de influ ê ncia do campo magnético B. Neste caso, temos o
chamado princípio do motor.
Portanto, um condutor que conduz corrente imerso em um
campo magnético í f cã sujeito a uma força, que é dada por:
F = BLI onde:
F -» força resultante sobre o condutor ( N )

B » indu çã o magnética (T)

L » comprimento do condutor perpendicular ao campo ( m)

I » intensidade de corrente no condutor (A)
Caso o condutor esteja formando um â ngulo 9 com as linhas
de força , teremos que considerar a projeção do comprimento per-
pendicular ao campo.

Neste caso, teremos a


equa çã o da for ça dada por:
L F = BLIsenG

~ B
9

Podemos determinar o sentido da força que atua no condu-


; tor, analisando a interação entre os fluxos . Entretanto, podemos
IDE
Unidade 3 Capitulo 4

/
também usar a regra de Fleming aquela mesma regra que usamos a rJ
para determinar o sentido da corrente induzida, com algumas alte-
rações. E
H
Parajleter mina çã o de for ças, utiliza-se a
mão esquerda, onde
)s dedos polegar, indicador e médio, dispostos 90° um do outro
, 4-J
(U

^
indicam:
; Polegar
Médio —
—» >sentido
sentido ça
da for
corrente
da
I
fU
Indicador -> sentido do campo magnético §
&!
‘'Condutores paralelos
'

nj

conduzindo corrente elétrica


Quando temos dois ou mais condutores próximos conduzindo
corrente, o campo magnético de um interage com o campo magné-
tico do outro, provocando um desequil íbrio que resulta numa força
entre eles: Imagine os dois condutores abaixo vistos de perfil.
,

•r .
x x x x x x x x x x x •
i

x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
<2

»2 x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
X X X X X X X X X X
X X X X X X X

x x x x x x x x x x x
Campos magnéticos de condutores conduzindo corrente, interagem.

103
Unidade 3 Capitulo 4
Hl
B » 3? . <

Quando os dois condu-


tores sã o aproximados, seus
campos magnéticos se sub-
i:
traem na regi ã o delimitada
por eles. Fora dessa região, os
campos produzidos por elas
se somam . A resultante entre
iF
<z
os dois campos magnéticos tF
fica como mostrado ao lado.
Caso os sentidos das x x x x x x x x x x x
correntes sejam opostos, na x x x x x x x x x x x
região entre os condutores os
x x x x x x x x x x x
campos de cada condutor se A resultante entre os campos provoca o
somam, provocando um dese- surgimento de uma força entre os condutores.
quil í brio que resulta numa
força de repulsão.

n>
^
'i
AF
I1
x x x x x x x x x x x

x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
X I 2x X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X

X x l2 X X X X X X X X X

» F.

O s campos na região entre os condutores agora se somam e a força é de repulsão.

Com o excesso de linhas de força entre os condutores, para


tentar restabelecer o equilíbrio, surge uma for ça de repulsã o para
afastar os condutores.
1 D 4-
PT\
Unidade 3 Capítulo 4

Para determinar a intensidade das forças que agem entre os íJ


dois condutores, usaremos a equação da força sobre um condu- r-l
tor conduzindo corrente no interior de um campo magnético. Ou
seja:
F = BLI
Consideraremos que um dos condutores produz o campo B
Ie GJ

exatamente na posição em que se encontra o outro condutor. Con- Cl


siderando que os condutores estejam separados por uma distâ ncia
ru
d , e que o condutor que conduz Ir produz um campo dado por :
I . §
Bl 2 nd
43
GJ
A força que age sobre o condutor que conduz I 2, será então: nj

= iitd ' L" 2

A força que age sobre o condutor que conduz I, é a mesma e ,


portanto, podemos colocar simplesmente F na f ó rmula :
F = ll 0 Il -Iz ' L
' onde:
2nd
F —> força que age entre os condutores ( N)7 )
—> permeabilidade do vácuo (|i = 47t. lO H/m 0
'

,
I e I2 —> corrente nos condutores (A) ( )
d —»» dist â ncia os condutores m
entre
L — comprimento de cada condutor m ( )

Exemplos:

1. Determine a força que atua em uma carga de 1/LAC,


quando penetra em um campo magnético cuja indução
é igual a 2, 5T, com velocidade de 5 km/s, formando um
â ngulo de 60° em relação às linhas de força.


F = Bqvsena > F = 2, 5.1.10^. 5.103.sen60° » F = 10, 8mN —
2 . Calcule a força que age em um condutor de comprimento
50 cm, conduzindo uma corrente de 6A no interior de um
campo magnético de intensidade 1, 2T. O condutor forma
um â ngulo de 45° em relação às linhas de força.
_
F = BLIsenG > F = l, 2.50.10— —
2.6.sen 45° » F = 2, 55N

105
- « .
Unidade 3 Capítulo 4 .•••V,.
A

3 . Determine a intensidade das forças que atuam entre


dois condutores conduzindo correntes iguais a 35 A,
sendo o comprimento de cada condutor igual a 3 m e a
distância entre eles igual a lcm.

i.L -> F = 4 Tt. lO


F = p0
^
2 nd
7
"

.
35.35
2.7C. 1.10-2
. 3 —» F = 73, 5mN

Ã3S
1. Determine a velocidade de uma partícula carregada com 10r|C que, ao penetrar per-
pendicularmente em um campo B igual a 1,5T, fica sujeita a uma força de 250mN.

2. Uma partícula de massa 0,05g carregada com uma carga de 1,5pC entra em
um campo B igual a 2T, com velocidade igual a 2km/ s. Determine o raio de sua
trajetória.

3. Um condutor de 60 cm está imerso em um campo magnético de indução igual


a 0,91 0 condutor conduz uma corrente de 5A e está perpendicular ao campo.
Determine a intensidade da força que atua sobre o condutor.

4. Determine a intensidade e o sentido da força que atua no condutor abaixo:


2A

* * -
B 1T
9= 90=
120 cm

5. Determine o módulo e o sentido da força que age no condutor abaixo:

*
z
, eV
/ // ^
2 1

/Z 5A
Sr // \ 60

IDE B = 0.8 T
Unidade 3 Capítulo 4
Kr
6. Dois condutores, fase e neutro, dentro de um eletroduto de 3 m de compri- a ti
mento, conduzem uma corrente de 40A. Admitindo que a distância média entre
os condutores seja de 1cm, calcule a intensidade da força que age entre eles e
determine se a força é de atração ou repulsão. a
CJ
ti1
=
IXJ
1

iI
PJ

Campo magnético da Terra

O escudo magnético que nos protege

Pouca gente sabe que alé m da camada de ozônio, que nos


protege contra os raios ultravioleta, a Terra possui outro tipo de
camada protetora : o campo magnético .
Mas, contra o que ele nos protege?
Acontece que a Terra é permanentemente bombardeada
pelos chamados raios cósmicos e pelo vento solar. Os raios cósmi -
cos são part ículas subatômicas, principalmente protons altamente
energéticos provindos do espaço exterior. O vento solar é consti -
tu ído de prótons e elé trons ejetados da superf ície do Sol devido às
explosões solares .
Esses tipos de radiação, caso atingissem a superf ície inte-
gralmente, causariam estragos em qualquer tecido vivo, ocasio-
nando a morte ou degenerações capazes de produzir mutações
genéticas em toda espécie de vida . Além disso , poderiam inutili-
zar os sistemas de telecomunicações e de transmissão de energia
elé trica . Felizmente o campo magné tico da Terra desvia a maior
parte dessa radiação, funcionando como um escudo protetor.
Mas, como age esse escudo?
Lembremos que qualquer carga que se move em um campo
magné tico, fica sujeita a uma força devido à interação com seu
próprio campo magné tico. Assim , quando as cargas que consti-
tuem o vento solar ou a radiação cósmica penetram no campo
magnético terrestre, a força que atua sobre elas altera suas traje-
tórias, desviando sua rota de colisão com a superf ície .
^1 107
Unidade 3 Capitulo 4

ili.
Considere a carga positiva abaixo se aproximando do campo
magnético da Terra.
Pela regra de Fleming, conclu í mos que o sentido da força
aponta para fora do plano da folha. Isto auer dizer aue esta carqa
.
que estava em rota de
colisão com a Terra , tem
sua trajetó ria alterada e
se perde espa ço afora . s
Para uma carga nega-
tiva , o sentido da força
seria oposto, mas sua
(± > i 1

trajetória também seria N


alterada . Se olhássemos
a Terra do espa ço vista
pelo seu pólo sul mag-
Carga positiva entrando no campo magnético da Terra.
nético, ver íamos então
as cargas sendo desviadas da seguinte maneira .

linhas do campo magnético da Terra

Cargas sendo desviadas pelo campo magnético da Terra .

As auroras

Como vimos na ilustração acima, as cargas que penetram no


campo magné tico da Terra , perpendicularmente a ele, sã o desvia-
das para um lado ou para outro, dependendo do sinal. Entretanto,
a maioria das cargas n ã o incide perpendicularmente ao campo,
especialmente aquelas que se aproximam pelas regiões dos pólos.
Para estas cargas, ocorre um movimento helicoidal que faz com
que as cargas, de certa forma , sigam as linhas de força do campo
magnético da Terra, se afunilando nos pólos. Quando uma grande
quantidade de cargas atinge os pó los, seus choques com as molé-
culas do ar da atmosfera ioniza o ar, liberando fótons que geram
um espetáculo de luzes coloridas. Esse fenômeno é conhecido
como aurora boreal no Pólo Norte (geográfico) e aurora austral no
Pólo Sul.
108
Unidade 3 Capitulo 4

Auroras boreais.
PJ
Esses fenômenos ocorrem em concordâ ncia com os períodos de
maior atividade solar, quando rajadas de vento solar são ejetadas da
superf ície do Sol.
O campo magnético gerado pelas cargas que compõem o vento
solar interage com o campo magnético da Terra, deformando este
último, de forma que seu espectro magnético fica alongado na dire-
ção do vento solar, como se fosse arrastado por ele.

Campo magnético da Terra.

Os cinturões de Van Allen

Uma parte das cargas que entram obliquamente ao campo


magné tico terrestre acabam atingindo os pó los, poré m , grande
parte fica confinada no campo magn é tico através de um fen ô-
meno conhecido como espelho magnético, que faz com que as
cargas que se aproximam de um pó lo sejam refletidas e retornem
ao outro pólo. No campo magné tico da Terra se formam duas
regiões onde uma grande quantidade de partículas carregadas
^1 109
Unidade 3 Capítulo 4

ficam presas e sã o conhecidas como cintur ões de Van Allen, em


: homenagem ao cientista que mais se dedicou ao assunto.

A corrente anelar

Vimos que ao penetrarem fron-


talmente no campo magnético da
Terra, as partículas são desviadas.
Entretanto, se invertermos
a posição onde chegam as par-
t ículas positiva e negativa do
esquema ao lado, veremos que
Cargas sendo desviadas pelo campo o sentido da força se inverte e as
magnético da Terra. cargas assumem uma trajetória
que circunda a Terra.
Linhas do campo Dependendo da massa, carga e
: magnético da Terra. velocidade com que chegam, essas
part ículas podem ficar confinadas
s numa órbita circular em torno da
linha do Equador a uma altura supe-
rior a 30 mil km ( R = ) . As cargas
Bq
positivas executam uma órbita de leste

para oeste enquanto as negativas, em sentido oposto. A quantidade de


cargas presentes pode gerar um anel de corrente com intensidade que
pode atingir até um milhão de ampères em determinados momen-
tos. Nestas circunstâncias, o campo magnético gerado pela corrente
anelar (como se fosse o campo magnético de uma imensa espira
conduzindo corrente), interage com o campo magnético terrestre,
enfraquecendo-o nas regiões mais próximas à superf ície. Isto torna
o campo terrestre mais vulnerável e pode permitir que uma quanti-
dade maior de cargas provindas do vento solar atinja a superf ície.

AMAS

A Anomalia Magnética do Atlâ ntico Sul (AMAS) foi descoberta


no final da d écada de 1950 e constitui-se numa espécie de falha numa
região do campo magnético da Terra, que fica bastante enfraquecido.
Seu valor mínimo se situa sobre o Sudeste brasileiro em torno de
700 km da costa e ao que tudo indica, parece estar se ampliando e
IIO
Unidade 3 Capítulo 4

se deslocando lentamente para Noroeste. Simulações feitas em com- íJ


putador mostram que pode haver uma expansão significativa dessa d
anomalia nos próximos 100 anos. Como os registros das intensidades
do campo magnético terrestre mostram que esse vem diminuindo a S3
uma taxa de 10% em 150 anos, conjetura-se sobre a possibilidade do CJ
dipolo magnético terrestre estar se encaminhando para uma inver-
são. Ou seja, o campo iria diminuir gradativamente até se extinguir e
d
reaparecer com outra polaridade em algumas centenas de anos. Isto m
poderia ser catastrófico do ponto de vista de que ficar íamos sem a
proteção magnética que nos circunda.
Na região da AMAS, ocorrem mais problemas relativos à
i
falhas em sistemas de telecomunicações e transmissão de energia,
tanto que as concessionárias de energia nas regiões atingidas pela PJ
AMAS, como o Paraná, já começaram estudos para entender melhor
o fenômeno e tomar medidas que possam minimizar potenciais pro-
blemas futuros.
Scientific American Brasil n? 23

For ças magnéticas


-
a Objetivo
Comprovar a ação das forças magnéticas entre condutores
conduzindo correntes e força que atua em um condutor condu-
zindo corrente em um campo magn é tico.
-
b Material necessário
Item Quant. Unid. Especificação
01 01 pç Kit didático para altas correntes
02 01 pç Kit para comprovação de forças
03 01 pç Suporte para condutores paralelos
04 01 pç Fonte CA 0-240 V
05 01 pç .
Fonte DC 0- 20 V 5 A

Procedimento
1. Ligue o dispositivo ilustrado a seguir à fonte CC e, antes
de energizar, determine teoricamente qual será o sen-
tido da força sobre o condutor. Em seguida, aplique uma
corrente, aumentando gradativamente, e observe o que
ocorre com o condutor móvel. Sua previsão foi correta?
^1 in

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