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Natacha de Souza
Porém, há uma mudança radical da forma de arte e esta foi percebida – para o
autor, pela primeira vez numa mostra de Andy Warhol em 1964, em Nova York,
na qual foram expostas caixas de detergente para lavar pratos. Impressionou
pelo fato de que foi transgressor: a filosofia questionava situações e problemas
a respeito da natureza da arte e questões extremamente abstratas como “O
que é a arte”. Foi interessante ver as questões abordadas pela amostra de
Andy Warhol, uma vez que elas até então nunca foram trabalhadas ou pelo
menos exploradas daquela forma. Warhol criticou o fato de que o detergente
num “cubo branco” é considerado arte, mas quando está sendo vendido no
supermercado não é. Qual a diferença então do objeto exposto em vitrine e ao
exposto numa galeria? Óbvio que Warhol não foi o único a propor esta
questão, mas foi uma mensagem muito clara que até então não havia sido
passada desta forma.
Então surge alguns questionamentos a respeito da obra de arte. Está não deve
ter uma forma particular. Na filosofia da arte, filósofos como Hegel, Platão a
Heidegger continuava a haver um paradigma muito preciso sobre a forma que
a obra de arte devia ter e sobre alguma característica que lhe competia. Logo,
o que muda profundamente com a mostra de Warhol , é que a obra de arte não
se submete mais a nenhuma forma particular e que a análise da obra de arte
não se faz através da visão, mas através da análise filosófica.
O autor ainda menciona alguns exemplos das afirmações acima, pondo em
exemplos práticos a diferença das questões da forma e como a filosofia e a
subjetividade do artista estão conectadas na realização de uma obra neste
aspecto. Usando Wöllflin como exemplo, na teoria dele sobre história da arte,
definiu as leis desta possibilidade, e hoje, anos após, temos um momento em
que todas as possibilidades estão abertas.
A ideia de arte do autor que chega ao próprio fim difere muito de teóricos
anteriores. Se antes via-se a arte chegando ao seu próprio fim como um ponto
onde o artista produz formas puras; quadros brancos e detergentes são coisas
muito diferentes do proposto. Para Arthur, a arte que chega ao fim de si mesma
é a arte que atinge a compreensão filosófica de sua própria identidade.