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Resenha do texto “Arte sem Paradigma” de Arthur C. Danto.

Natacha de Souza

Um dos aspectos mais importantes no falar de arte foi a proximidade do autor


com Nova York e com sua cena artística. Neste período, o autor havia escrito
um texto mencionando sobre o fim da arte: a ideia do fim da arte possa ser
definida também como fim da narrativa. Citando Hegel, no livro “Lição de
Estética” de 1821, na qual já havia falado do fim da arte como de um momento
que se atingia a partir de uma tomada de consciência por parte da arte e de um
reconhecimento de sua própria natureza interna. O fim da narrativa pode ser
situado por volta do final dos anos 60 – na arte moderna.

Porém, há uma mudança radical da forma de arte e esta foi percebida – para o
autor, pela primeira vez numa mostra de Andy Warhol em 1964, em Nova York,
na qual foram expostas caixas de detergente para lavar pratos. Impressionou
pelo fato de que foi transgressor: a filosofia questionava situações e problemas
a respeito da natureza da arte e questões extremamente abstratas como “O
que é a arte”. Foi interessante ver as questões abordadas pela amostra de
Andy Warhol, uma vez que elas até então nunca foram trabalhadas ou pelo
menos exploradas daquela forma. Warhol criticou o fato de que o detergente
num “cubo branco” é considerado arte, mas quando está sendo vendido no
supermercado não é. Qual a diferença então do objeto exposto em vitrine e ao
exposto numa galeria? Óbvio que Warhol não foi o único a propor esta
questão, mas foi uma mensagem muito clara que até então não havia sido
passada desta forma.

Então surge alguns questionamentos a respeito da obra de arte. Está não deve
ter uma forma particular. Na filosofia da arte, filósofos como Hegel, Platão a
Heidegger continuava a haver um paradigma muito preciso sobre a forma que
a obra de arte devia ter e sobre alguma característica que lhe competia. Logo,
o que muda profundamente com a mostra de Warhol , é que a obra de arte não
se submete mais a nenhuma forma particular e que a análise da obra de arte
não se faz através da visão, mas através da análise filosófica.
O autor ainda menciona alguns exemplos das afirmações acima, pondo em
exemplos práticos a diferença das questões da forma e como a filosofia e a
subjetividade do artista estão conectadas na realização de uma obra neste
aspecto. Usando Wöllflin como exemplo, na teoria dele sobre história da arte,
definiu as leis desta possibilidade, e hoje, anos após, temos um momento em
que todas as possibilidades estão abertas.

A ideia de arte do autor que chega ao próprio fim difere muito de teóricos
anteriores. Se antes via-se a arte chegando ao seu próprio fim como um ponto
onde o artista produz formas puras; quadros brancos e detergentes são coisas
muito diferentes do proposto. Para Arthur, a arte que chega ao fim de si mesma
é a arte que atinge a compreensão filosófica de sua própria identidade.

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