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Acadêmica: Priscilla Sanguine Castro

Estudo das pandemias

O presente trabalho foi solicitado pela Professora Dra. Débora Biffi, a fim
de buscar informações acerca de três pandemias selecionadas a nosso critério.
Minha pesquisa foi feita a partir de artigos e dentre as pandemias, abordarei a
Peste Bubônica, Gripe Espanhola e Gripe Suína.

Conceito de pandemia: a característica definidora de pandemia é o surto


epidêmico de abrangência global.

Peste Bubônica ou Peste Negra

Foi a primeira grande pandemia de que se tem conhecimento. Teve seu


início em meados do século XIV, no continente asiático, mais precisamente na
China e chegou a Europa nos navios. Estima-se que o epicentro da doença na
Europa foi a cidade de Veneza, um importante cento comercial da época, e que
lá tenha se o originado o termo “quarentena”.

Naquela época, as condições de saneamento urbano eram péssimas, o


que contribuiu potencialmente para a explosão populacional de ratos.

A Peste Bubônica era causada por uma bactéria (Yersinia pestis) que
era transmitida pelas pulgas que infestavam ratos e outros roedores.

Tem esse nome Peste Negra em razão das manchas negras que
ocasionava nos doentes. O nome Bubônica vem do termo “bubões” que eram
nódulos que os doentes desenvolviam pelo corpo (em locais de gânglios) que
inchavam e que variavam do tamanho de um ovo ao tamanho de uma maçã.
Nos primeiros dois meses da infecção, apresentavam febre e indisposição,
tosse sanguinolenta. Após o aparecimento dos nódulos, vinham a óbito em até
três dias. Estar apresentando nódulos ou manchas negras era estar com a
morte decretada.
As pessoas tinham medo de sair à rua, pois acreditavam que sua
transmissão de através dos gases expelidos pelos infectados, mas na verdade
sua transmissão ocorria a partir das gotículas da tosse ou mordedura de
roedores e pulgas infectadas.

Não há estimativa do número de mortos, mas o que se sabe é que essa


pandemia dizimou um terço da população europeia.

Acredita-se que a curva descendente dessa pandemia só iniciou com o


saneamento e melhoras nas condições de higiene, o que também causou a
diminuição da população de ratos. O isolamento social também foi fator de
grande contenção para a pandemia.

Gripe Espanhola

A Gripe Espanhola teve seu início em 1918. No início do surto, os


governantes negavam a realidade da crise sanitária. O resultado foi a
contaminação de um quarto da população mundial e uma estimativa de 17 a 50
milhões de mortos. No Brasil, o número de óbitos chegou a 35 mil mortes.

O nome ‘Espanhola’ se deve ao fato de a Espanha ser o único país que


divulgava notícias sobre a gripe, por ser neutra no contexto da guerra.

A Gripe Espanhola era causada pelo vírus influenza do tipo A H1N1.

Como sintomatologia, incluíam :

Dores musculares e nas articulações;

Intensa dor de cabeça;

Febre acima de 38⁰C;

Dificuldade para respirar;

Cansaço excessivo;

Inflamação da laringe, faringe, traqueia e brônquios;

Pneumonia;
Dor abdominal, entre outros sintomas.

Não há local definido de onde tenha ocorrido a mutação do vírus, mas


sugere-se a China e Estados Unidos. Sabe-se também que provavelmente
tenha surgido nas aves e passada aos humanos.

Ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial, onde há relatos que uma


tropa norte americana teria sido contaminada e disseminou a doença pelos
outros continentes.

A medida que a gripe tomou espaço, os sistemas de saúde entraram em


colapso. Por ser uma doença desconhecida, o tratamento era baseado em
ofertar conforto aos doentes em hospitais de campanha e serviços de saúde
improvisados. O isolamento social, fechamento de locais de aglomeração e uso
de máscaras foram as medidas adotadas naquele momento.

Foi uma pandemia marcada pela extrema abrangência, morbidade


agravada, mortalidade e letalidade. Sua letalidade maior se deu em adultos
jovens e crianças, principalmente menores de 1 ano , mortalidade entre 20 e 39
anos. Gestantes também apresentaram algo risco.

No Brasil, as autoridades sanitárias recomendavam observar a higiene


pessoal e coletiva, evitar aglomerações e espaços confinados, pois sua
transmissão se dava por meio do contato, tosse e ar.

Como forma de tratamento, passaram a distribuir quinino, profilático da


malária, sem comprovação de efeito terapêutico.

Estudos apontam que o alto impacto dessa pandemia seria resultado da


grande virulência agravada por uma superinfecção bacteriana numa época em
que antibióticos não estavam disponíveis e um caos sanitário estava instalado.
A escassez de alimentos em função da guerra também poderia ser
considerado fator de contribuição.

A carência do conhecimento científico e técnicas apropriadas para o


controle da influenza impediram o Brasil de combater de modo efetivo o
controle da pandemia.
Gripe Suína

A Gripe Suína de 2009, foi causada por uma variação violenta do H1N1
e originou-se no México. O vírus H1N1 afeta suínos, causando doenças
respiratórias nesses animais e sendo capaz de infectar o homem por contato
próximo. O vírus tem genes de suíno, aves e homem, capaz de provocar
infecção inter-humanos.

A maioria dos casos de doença grave ou fatal eram jovens e adultos de


meia idade, previamente saudáveis. Idosos portadores de doenças crônicas
também estavam entre o grupo de risco.

A transmissão se dá por contato, disseminação por aerossóis, contato


das mãos contaminadas com as mucosas, portanto sendo primordial a lavagem
correta das mãos.

A sintomatologia é semelhante as outras infecções causadas por vírus


influenza e incluem: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, espirros e tosse. A
diferença estaria no risco de complicações, onde a doença evolui para a forma
mais grave da doença.

Também foram adotadas as medidas de isolamento social e restrição de


circulação de pessoas. Uso de máscaras, EPIs aos profissionais da linha de
frente, desinfecção de ambientes com álcool 70 %

A grande diferença em relação às outras pandemias foi o


desenvolvimento da vacina em curto prazo.
Referências:

https://www.uffs.edu.br/campi/erechim/noticias/artigo-as-pandemias-na-historia

https://m.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/gripe-espanhola.htm

COSTA, Ligia Maria Cantarino da; MERCHAN-HAMANN, Edgar. Pandemias de


influenza e a estrutura sanitária brasileira: breve histórico e caracterização dos
cenários. Rev Pan-Amaz Saude,  Ananindeua ,  v. 7, n. 1, p. 11-25,  mar. 
2016 .

CODECO, Cláudia Torres et al . The epidemic wave of influenza A (H1N1) in


Brazil, 2009. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro ,  v. 28, n. 7, p. 1325-1336, 
July  2012 .  

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