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Apostila

MÉTODOS E TÉCNICAS DE ANÁLISE DE CIRCUITO II

Prof. Ferracini

1
CAPACITOR EM REGIME DC

SITUAÇÃO DE CARGA

Ao aplicarmos a um capacitor uma tensão contínua através de um resistor, este se carrega


com uma tensão, cujo valor depende do intervalo de tempo em que se desenvolverá o processo. Na
figura 1 temos um circuito para a carga do capacitor.

Figura 1

Estando o capacitor inicialmente descarregado (VC = 0), em t = 0 fechamos a chave S do


E
circuito. A corrente neste instante é a máxima do circuito, ou seja, I máx = . A partir daí, o
R
capacitor inicia um processo de carga com aumento gradativo da tensão entre seus terminais (VC)
com uma diminuição da corrente, obedecendo a uma função exponencial, até atingir o valor zero,
quando estiver totalmente carregado.
Na figura 2 podemos observar a variação da corrente em função do tempo.

Figura 2

A partir desta característica podemos equacionar a corrente em função do tempo e dos


componentes do circuito:
t t
− E −
i( t ) = I máx . e τ ou i( t ) = .e τ
R
onde: i(t) - é o valor da corrente num determinado instante.
Imáx - é o valor inicial da corrente no circuito.
e - é a base do logaritmo neperiano ( e = 2,72 ).
τ - a constante de tempo do circuito ( τ = R . C ).
A partir da figura 1 podemos escrever que:
E = VR + VC
substituindo nessa a equação da corrente, teremos: E = R ⋅ i(t) + VC.

2
 E −t 
onde: VC = E − R .  e τ 

R 
t

VC = E (1 − e τ ) - resultando na equação de carga do capacitor.
Podemos através da equação de carga levantar a característica do capacitor, ou seja, a tensão
entre seus terminais em função do tempo, conforme a figura 3.

Figura 3

Calculando a tensão para três pontos notáveis temos:

t = 0 , substituindo na equação de carga fica VC = 0

t = τ , substituindo na equação de carga fica VC = 0,632 E ou 62,3% de E

t = 5 . τ , substituindo na equação de carga fica VC = 0,993 E ou VC ≈ E

Com esses cálculos podemos concluir que o capacitor para estar totalmente carregado,
necessita de um intervalo de tempo maior que 5 * τ .

SITUAÇÃO DE DESCARGA

Estando o capacitor carregado podemos montar um circuito para a sua descarga, como
ilustrado na figura 4.

Figura 4

No instante t = 0, fechamos a chave S do circuito e o capacitor inicia sua descarga através do


resistor R. Neste instante, a corrente no circuito será máxima e a partir daí diminui, obedecendo a
uma função exponencial, até atingir o valor zero, quando o capacitor estiver totalmente
descarregado. Na figura 5 temos esta característica.

Figura 5

3
t

Equacionando a corrente em função do tempo temos: i( t ) = I máx . e τ
t

No circuito da figura 4 temos: VC = VR , onde VC = R ⋅ i(t) ou VC = R.(I máx .e τ ) ,
onde: R ⋅ Imáx = Vcmáx (tensão atingida pelo capacitor durante o processo de carga),
t

portanto: VC = Vcmáx . e τ - que é a equação de descarga de um capacitor.
Através dessa equação, podemos levantar a característica do capacitor durante a descarga,
como mostrado na figura 6.

Figura 6

Calculando a tensão para três pontos notáveis temos:

t = 0 , substituindo na equação de carga fica VC = Vcmáx

t = τ , substituindo na equação de carga fica VC = 0,368 Vcmáx ou 36,8% de Vcmáx

t = 5 . τ , substituindo na equação de carga fica VC ≈ 0

O capacitor para estar totalmente descarregado, necessita de um intervalo de tempo maior


que 5 * τ.

Procedimento experimental

1 - Monte o circuito da figura 7:

Figura 7

2 - Acione a chave S e o cronômetro simultaneamente. Determine e anote o instante em que cada


tensão for atingida, conforme o quadro abaixo.

4
3 - Com o capacitor carregado monte o circuito da figura 8:

Figura 8

4 – Repita o ítem 2 e anote no quadro abaixo.

5 - Com os valores obtidos, construa os gráficos VC = f(t) para a carga e descarga do capacitor.

INDUTOR EM REGIME DC

Um fio condutor ao ser percorrido por uma corrente elétrica, cria ao redor de si um campo
magnético. Para melhor aproveitamento deste campo enrola-se o condutor em forma de espiral, ao
redor de um núcleo, constituindo o componente chamado indutor.
Chamamos de indutância (L) o parâmetro que relaciona esse efeito do campo magnético com a
corrente que o produziu e sua unidade é o Henry (H), tendo como submúltiplos o miliHenry
(mH = 10−3 H) e o microHenry (µH = 10−6 H).
Na figura 1 temos esquematizado um indutor.

Figura 1

Os indutores podem ser fixos ou variáveis. Os indutores fixos são constituídos por um fio de
cobre esmaltado, enrolado ao redor de um núcleo que pode ser de ar, de ferro ou de ferrite. O
indutor com núcleo de ar é simplesmente constituído pelo enrolamento do próprio fio e proporciona
baixos valores de indutância. Os de núcleos de ferro e de ferrite proporcionam valores mais altos de
indutância, sendo que o de ferrite (pó de ferro com aglutinante) é aplicado principalmente em altas
freqüências. Os indutores variáveis consistem num sistema onde o núcleo é móvel podendo a
indutância ser ajustada externamente, dentro de uma faixa pré-estabelecida.

ENERGIZAÇÃO DO INDUTOR

Ao aplicarmos a um indutor uma tensão contínua através de um resistor, este armazenará


energia magnética, pois a corrente criará um campo magnético no indutor.
Na figura 2 temos um circuito para tal fim.

5
Figura 2

Estando o indutor inicialmente desernegizado, em t = 0 fechamos a chave S do circuito. A


corrente inicial é nula, pois o indutor se opõe às variações bruscas de corrente. Após essa oposição
inicial, a corrente aumenta gradativamente obedecendo a uma função exponencial até atingir o valor
E
máximo (Imáx), quando o indutor estiver totalmente energizado. Nesta situação, temos I máx = .
R
Na figura 3 temos a variação da corrente em função do tempo.

Figura 3

A partir desta característica, podemos equacionar a corrente em função do tempo e dos


t

componentes do circuito : i( t ) = I máx .(1 − e τ ) , onde τ é a constante de tempo do circuito e é igual
L
aτ= .
R
Para o circuito da figura 2, podemos escrever que: E = VR + VL . Substituindo nessa expressão a
equação da corrente, teremos:
t

E = R.I máx . (1 − e τ ) + VL , que resulta em:
t

VL = E . e τ - que é denominada equação de carga do indutor.
Podemos através da equação de carga levantar a característica do indutor em regime DC
conforme a figura 4.

Figura 4

Calculando a tensão nos pontos notáveis temos:

t = 0 , VL = E
t = τ , VL = 0,368E ou 36,8% de E
t = 5 . τ , VL ≈ 0

6
Concluímos que o indutor se energiza totalmente em um intervalo de tempo superior a 5
vezes a sua constante de tempo.

DESENERGIZAÇÃO DO INDUTOR

Estando o indutor energizado podemos montar um circuito para desenergizá-lo, como


ilustrado na figura 5.

Figura 5

No instante t = 0, fechamos a chave S do circuito e o indutor inicia o processo de


desenergização através do resistor R. Neste instante, a corrente no circuito será máxima
decrescendo exponencialmente até atingir o valor zero, quando o indutor estiver totalmente
desenergizado. Na figura 6 temos esta característica.

Figura 6
t

Equacionando a corrente em função do tempo temos: i ( t ) = I máx . e τ
t

No circuito da figura 5 temos: VL = VR , onde VL = R ⋅ i(t) ou VL = R.(I máx .e τ )
onde: R ⋅ Imáx = VLmáx (tensão atingida pelo indutor durante o processo de energização).
t

portanto: VL = VLmáx . e τ , que é denominada equação de descarga do indutor.
Através dessa equação, podemos levantar a característica do indutor durante sua
desenergização, como mostrado na figura 7.

Figura 7

Calculando a tensão nos pontos notáveis temos:

t = 0 , VL = VLmáx
t = τ , VL = 0,368VLmáx ou 36,8% de VLmáx

7
t = 5 . τ , VL ≈ 0
Concluímos que o indutor se desenergiza totalmente em um intervalo de tempo superior a 5
vezes a sua constante de tempo.

Procedimento experimental

1 - Monte o circuito da figura 8. Ajuste o gerador de sinais para onda quadrada, 5 VPP e freqüência
10 kHz.

Figura 8

2 - Meça e anote na tabela a forma de onda no indutor e no resistor.

3 - Substitua o resistor de 470 Ω por outro de 1 kΩ. Meça e anote na tabela a forma de onda no
indutor e no resistor.

4 - Substitua o resistor de 1 kΩ por outro de 2,2 kΩ. Meça e anote na tabela a forma de onda no
indutor e no resistor.

5 - Calcule a constante de tempo para cada caso.


6 - Explique as diferenças entre as formas de onda de tensão no indutor, nos três casos.

CAPACITOR EM REGIME AC

Um capacitor, quando percorrido por uma corrente elétrica alternada oferece uma oposição à
passagem da mesma, imposto por um campo elétrico denominado reatância capacitiva. Essa
reatância capacitiva é inversamente proporcional à freqüência da corrente e ao valor do capacitor e
é dada por:

Sendo a reatância capacitiva uma oposição à passagem de corrente, a sua unidade é ohms (Ω).

8
1
Da relação X C = podemos traçar o gráfico da reatância capacitiva em função da
2π f C
freqüência indicada na figura 1.

Figura 1

Da figura 1 concluímos que à medida que a freqüência aumenta, a reatância capacitiva


decresce até atingir um valor praticamente nulo. Aplicando uma tensão alternada aos terminais de
um capacitor, conforme a figura 2, surgirá uma corrente alternada, pois o capacitor irá carregar-se e
descarregar-se continuamente em função da característica desta tensão.

Figura 2

Medindo-se os valores da tensão e da corrente podemos obter o valor da reatância capacitiva


V
pela relação: X C = ef .
I ef
Lembrando que quando o capacitor está descarregado (VC = 0), a corrente é máxima e
quando carregado (VC=Vmáx), a corrente é nula, podemos em função disso representar graficamente
essa situação como ilustrado na figura 3.

Figura 3

Observando acima, notamos que a corrente está adiantada de π/2 rad , em relação à tensão,
portanto, temos que a corrente obedece à equação:
π V
I = I máx sen(ωt + ), onde I máx = máx
2 XC

Procedimento experimental

1 - Monte o circuito da figura 4. Ajuste a freqüência do gerador de sinais para 10 kHz.

9
Figura 4

2 - Ajuste a tensão do gerador de sinais para se obter no resistor as tensões marcadas na tabela
1. Para cada caso, meça e anote a tensão pico a pico no capacitor:

Tabela 1
3 - Ajuste o gerador de sinais para 1 Vpp, mantendo-a constante a cada medida. Varie a
freqüência de acordo com a tabela 2. Meça e anote para cada caso o valor da tensão pico a pico no
resistor e no capacitor:

Tabela 2
4 - Calcule VRef e VCef, anotando seus valores na tabela 2.

VRe f
5 – Calcule I ef = , anotando o resultado na tabela 2.
R

VCef
6 – Calcule X C = , anotando o resultado na tabela 2.
I ef

10
1
7 – Calcule X C = e compare com os valores obtidos na tabela 2.
2π f C

8 - Com os dados da tabela 2, construa o gráfico XC = f(f).

INDUTOR EM REGIME AC

Um indutor, quando percorrido por uma corrente elétrica alternada oferece oposição à
passagem da mesma, imposto por campo magnético denominado reatância indutiva. Essa reatância
indutiva é diretamente proporcional à freqüência da corrente, ao valor do indutor e é dada por:
XL = ωL ou XL = 2πfL . Sendo a reatância indutiva uma oposição à passagem de corrente, a sua
unidade é ohms (Ω). Da relação XL = 2πfL podemos traçar o gráfico da reatância indutiva em
função da freqüência indicada na figura 1.

Figura 1

Da figura 1 concluímos que a reatância indutiva aumenta com a freqüência. Aplicando uma
tensão alternada aos terminais de um indutor, conforme a figura 2, surgirá uma corrente alternada,
pois o indutor irá energizar-se e desenergizar-se continuamente em função da característica desta
tensão.

Figura 2

Medindo-se os valores da tensão e da corrente podemos obter o valor da reatância indutiva


V
pela relação: X L = ef .
I ef
Lembrando que quando o indutor está energizado (VL = 0), a corrente é máxima e negativa e
quando está desenergizado (VL = Vmáx), a corrente é nula, podemos em função disso representar
graficamente essa situação como ilustrado na figura 3.

Figura 3

11
Observando a figura 3, notamos que a corrente está atrasada de π/2 rad em relação à tensão,
portanto temos que a corrente obedece à equação:
π V
I = I máx sen (ωt − ), onde I máx = máx
2 XL

Procedimento experimental

1- Monte o circuito da figura 4. Ajuste a freqüência do gerador de sinais para 10 kHz.

Figura 4
2 - Ajuste a tensão do gerador de sinais para se obter no resistor as tensões marcadas na tabela 1.
Para cada caso meça e anote a tensão pico a pico no indutor.

Tabela 1

3 - Ajuste o gerador de sinais para 1 Vpp, mantendo-a constante a cada medida. Varie a freqüência
de acordo com a tabela 2. Meça e anote para cada caso o valor da tensão pico a pico no resistor
e no indutor.

Tabela 2

12
4 - Calcule VRef e VLef, anotando seus valores na tabela 1.
V
5 – Calcule I ef = Re f , anotando o resultado na tabela 1.
R
V
6 – Calcule X L = Lef , anotando o resultado na tabela 1.
I ef
7 - Calcule XL = 2πfL e compare com os valores obtidos na tabela 1.
8 - Com os dados da tabela 2, construa o gráfico XL = f(f).

CIRCUITO RC SÉRIE EM REGIME AC

Todo circuito em regime AC oferece uma oposição á passagem de corrente elétrica denominada
impedância (Z) e cuja unidade é ohms (Ω). Quando no circuito houver elementos reativos, a
corrente estará defasada em relação à tensão, sendo que nestes casos, para a devida análise do
circuito, deve-se construir o diagrama vetorial e obter-se as relações entre eles.
Um dos circuitos, composto por um resistor em série com um capacitor, denominado RC série é
visto na figura 1.

Figura 1

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consideremos como referência a corrente,


pois sendo um circuito série esta é a mesma em todos os componentes, lembrando que no resistor a
tensão e a corrente estão em fase e no capacitor a corrente está adiantada de π/2 radianos.

Figura 2

Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do capacitor é igual a da
tensão da fonte:
2 2 2 2
Vef = VRe f + VCef dividindo todos os termos por I ef temos:

, onde:

13
Portanto, podemos escrever:

, que é o valor da impedância do circuito.

O ângulo θ é a defasagem entre a tensão e a corrente no circuito e pode ser determinado


através das relações trigonométricas do triângulo retângulo, onde:

Considerando a defasagem, podemos escrever as equações da corrente e da tensão em cada


elemento do circuito.

Procedimento experimental

1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador de sinais para 5 Vpp, onda senoidal.

Figura 3

2 - Varie a freqüência do gerador de sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado meça e
anote a tensão pico a pico em cada componente.

Tabela 1

14
3 - Calcule o valor eficaz das tensões no resistor e no capacitor completando a tabela 1.

4 - Utilizando o mesmo circuito, ligado ao osciloscópio conforme a figura 4, meça e anote os


valores de 2a e 2b para as freqüências na tabela 2.

Figura 4

Tabela 2

5 - Calcule a defasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 3, anotando os valores na


tabela 2.

6 - Construa o gráfico ∆θ = f(f) , com os valores da tabela 2.

7 - Explique porque, utilizando a ligação ao osciloscópio, estamos medindo a defasagem entre


tensão e corrente.

CIRCUITO RL SÉRIE EM REGIME AC

O circuito RL série, composto por um resistor em série com um indutor, é visto na figura 1.

Figura 1

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consideremos como referência a


corrente, pois sendo um circuito série, esta é a mesma em todos os componentes. No resistor a
corrente está em fase e no indutor está atrasada de π/2 rad.

15
Figura 2

Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do indutor é igual a da
tensão da fonte:

Dividindo todos os termos por I2ef temos:

Onde:

Portanto, podemos escrever:

, que é o valor da impedância do circuito.


O ângulo θ é a defasagem entre a tensão e a corrente no circuito e pode ser determinado
através das relações trigonométricas do triângulo retângulo, onde:

Considerando a defasagem, podemos escrever as equações da corrente e da tensão em cada


elemento do circuito:

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Procedimento experimental

1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador de sinais para 5 Vpp, onda senoidal.

Figura 3

2 - Varie a freqüência do gerador de sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado
meça e anote a tensão pico a pico em cada componente.

Tabela 1

3 - Calcule o valor eficaz das tensões no resistor e no indutor completando a tabela 1.

4 - Utilizando o mesmo circuito, ligado ao osciloscópio conforme a figura 4, meça e anote os


valores de 2a e 2b para as freqüências na tabela 2.

Figura 4

5 - Calcule a defasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 3, anotando os valores


na tabela 2.

6 - Construa o gráfico ∆θ = f(f) , com os valores da tabela 2.

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Tabela 2

CIRCUITO RLC SÉRIE EM REGIME AC

O circuito RLC série é composto por um resistor, um capacitor e um indutor, associados em


série, conforme mostra a figura 1.

Figura 1

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2 consideramos como referência a


corrente, sendo que neste caso, ela está adiantada de π/2 rad em relação à tensão no capacitor e
atrasada de π/2 rad em relação a tensão no indutor. Para fins de diagrama vetorial, utiliza-se a
resultante, pois, os vetores que representam a tensão no capacitor e a tensão no indutor têm a
mesma direção e sentido opostos, condizentes com os efeitos capacitivos e indutivos.

Figura 2

Observando o diagrama, nota-se que VLef é maior que VCef, portanto temos como resultante
um vetor ( VLef − VCef ), determinando um circuito com características indutivas, ou seja, com
corrente atrasada em relação à tensão. No caso de termos VCef maior que VLef, obteremos um
circuito com características capacitivas, ou seja, com a corrente adiantada em relação à tensão,
resultando num diagrama vetorial como da figura 3.

18
Figura 3

Da figura 2, temos que, a soma vetorial da resultante com a do resistor é igual a da tensão da
fonte. Assim sendo podemos escrever:

Dividindo todos os termos por I2ef temos:

Onde:

Portanto, podemos escrever:

, que é o valor da impedância do


circuito.
O ângulo θ é a defasagem entre a tensão e a corrente no circuito, pode ser determinado
através das relações trigonométricas do triângulo retângulo, resultando:

, e
Como o circuito RLC série pode ter comportamento capacitivo ou indutivo, vão sobrepor
suas reatâncias, construindo o gráfico da figura 4.

Figura 4

Na figura 4 temos que para freqüências menores que fo, XC é maior que XL e o circuito tem
características capacitivas. Para freqüências maiores que fo, XL é maior que XC e o circuito tem
características indutivas. Na freqüência fo, temos que XC é igual a XL, e o efeito capacitivo é igual
ao indutivo. Como esses efeitos são opostos, um anula ao outro, apresentando o circuito
características puramente resistivas. Este fato pode ser observado, utilizando a relação para o
cálculo da impedância:

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Como XL = XC , temos que Z = R . Neste caso o ângulo θ é zero. Como a freqüência fo
anula os efeitos reativos, é denominada freqüência de ressonância e pode ser determinada,
igualando as reatâncias capacitiva e indutiva, resultando em:

f = f0 -> XL=XC ->

O gráfico da impedância em função da freqüência é mostrado na figura 5. Pelo gráfico


observamos que a mínima impedância ocorre na freqüência de ressonância e esta é igual ao valor da
resistência.

Figura 5

Podemos ainda levantar a curva da corrente em função da freqüência para o mesmo circuito
como mostra a figura 6. Pelo gráfico observamos que para a freqüência de ressonância, a corrente é
máxima (Io) pois a impedância é mínima ( Z = R ).

Figura 6

Quando no circuito RLC série tivermos o valor da resistência igual ao valor da reatância
equivalente ( XL − XC ), podemos afirmar que a tensão no resistor (VR) é igual à tensão na reatância
equivalente ( VL −VC ). A partir disso, podemos escrever:

Vef
Como representa o valor de Io, ou seja, a corrente do circuito na freqüência de ressonância, e
R
VR
a corrente no circuito na situação da reatância equivalente e igual à resistência, podemos
R
I0
relacioná-las: I 0 = 2 . I ou I = . Esse valor de corrente pode ocorrer em duas freqüências de
2
valores distintos, sendo denominadas respectivamente de freqüência de corte inferior (fCI) e
freqüência de corte superior (fCS). Na figura 7 é visto o gráfico da corrente em função da freqüência
com esses pontos transpostos.

20
Figura 7

A faixa de freqüências, compreendida entre a freqüência de corte inferior e a freqüência de


corte superior, é denominada de largura de banda, podendo ser expressa por:
LB = fcs − fci .

Procedimento experimental

1 - Monte o circuito da figura 8. Ajuste o gerador de sinais para 5 VPP, onda senoidal.

Figura 8

2 - Varie a freqüência do gerador de sinais, conforme a tabela 1, mantendo sua tensão de


saída em 5 VPP para cada valor de freqüência, medindo e anotando a tensão pico a pico no resistor.

Tabela 1

21
3 - Calcule o valor ta tensão eficaz completando a tabela 1.
4 - Calcule o valor eficaz das correntes, utilizando Ief = VRef/R, completando a tabela 1.
5 - Calcule a impedância para cada caso, utilizando Z = Vef/ Ief , completando a tabela 1.
6 - Utilizando o circuito da figura 9, ligado ao osciloscópio, meça e anote os valores de 2a e
2b para as freqüências da tabela 2.

Tabela 2

Figura 9

7 - Calcule a defasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 8, completando a tabela


2.
9 - Construa os gráficos: Z = f(f), Ief = f(f) e ∆θ = f(f) .
10 - Determine a freqüência de ressonância e as freqüências de corte inferior e superior, no
gráfico Ief = f(f) .
11 - A partir dos dados obtidos no item anterior, determine a largura de banda.

22
CIRCUITO RC-PARALELO EM REGIME AC

O circuito RC-Paralelo e composto por um resistor em paralelo com um capacitor, conforme


mostra figura 1.

Figura 1- Circuito RC-Paralelo

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consideramos como referência a


tensão, pois sendo um circuito paralelo, ela é a mesma em todos os componentes e no capacitor está
π
atrasada de radianos em relação à corrente.
2

Figura 2- Diagrama vetorial

Do diagrama temos que a soma vetorial das correntes do resistor e do capacitor é igual a
corrente total do circuito. Assim sendo, podemos escrever:

Dividindo todos os termos por V2ef, temos:

, onde:

1 1 1 1
Portanto, podemos escrever: = + ou Z = que é igual a
Z2 R2 XC2 1
+
1
R2 2
XC

impedância do circuito.
O ângulo θ é a defasagem entre V e I e pode ser determinado através das relações
trigonométricas do triângulo retângulo:

23
CIRCUITO RL-PARALELO EM REGIME AC

O circuito RL-Paralelo é composto por um resistor em paralelo com um indutor, conforme


mostra a figura 1.

Figura 1- Circuito RL-Paralelo

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consideramos como referência a


tensão, pois sendo um circuito paralelo, ela é a mesma em todos os componentes e no indutor está
π
adiantada de radianos em relação à corrente.
2

Figura 2- Diagrama vetorial

Do diagrama temos que a soma vetorial das correntes do resistor e do indutor é igual à
corrente total do circuito. Assim sendo, podemos escrever:

24
2
Dividindo todos os termos por Vef temos:

Onde:

1 1 1 1
Portanto, podemos escrever: = + ou Z = que é igual a
Z2 R2 XL2 1
+
1
R2 X 2L

impedância do circuito.
O ângulo θ é a defasagem entre V e I e pode ser determinado através das relações
trigonométricas do triângulo retângulo:

CIRCUITO RLC-PARALELO EM REGIME AC

O circuito RLC-Paralelo é composto por um resistor, um capacitor e um indutor, associados


em paralelo, conforme mostra figura 1.

Figura 1

25
Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consideramos como referência a
π
tensão, sendo que neste caso ela esta adiantada de rad em relação à corrente do indutor e
2
π
atrasada de rad em relação à corrente do capacitor.
2

Figura 2
Para fins de diagrama vetorial, utiliza-se a resultante, pois os vetores que representam as
correntes no capacitor e indutor têm a mesma direção, porém, sentidos opostos.
Observando o gráfico da figura 2, notamos que ICef é maior que ILef, portanto temos como
resultante um vetor (ICef - ILef). No caso de termos ILef maior que ICef obteremos um vetor com
resultante (ILef - ICef) mas com sentido oposto ao anteriormente descrito.
Do diagrama temos que a soma vetorial da corrente resultante com a do resistor é igual a
corrente total do circuito:

2
Dividindo todos os termos por Vef temos:

Onde:

1  1
2
1 1  1
Portanto, podemos escrever: 2 = 2 +  ou Z = que é igual a
 X C X L 

Z R 1  1 1 
2

2
+  − 
R  XC XL 
impedância do circuito.

O ângulo θ é a defasagem entre V e I no circuito e pode ser determinado através das relações
trigonométricas do triângulo retângulo:

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De modo análogo ao circuito RLC-série, a ressonância ocorrerá quando tivermos valores
iguais de XL e XC . Fato este que ocorre na f0 (frequência de ressonância) determinada por:

Para o circuito RLC-paralelo em ressonância, teremos a máxima impedância (Z=R)


conforme mostrada na figura 3.

Figura 3
Podemos levantar também, a curva da corrente pela frequência para o mesmo circuito. Veja
na figura 4.

Figura 4

Observando o gráfico, podemos ver que para a frequência de ressonância a corrente é


mínima (I0) pois a Z é máxima (Z=R).

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