Prof. Ferracini
1
CAPACITOR EM REGIME DC
SITUAÇÃO DE CARGA
Figura 1
Figura 2
2
E −t
onde: VC = E − R . e τ
R
t
−
VC = E (1 − e τ ) - resultando na equação de carga do capacitor.
Podemos através da equação de carga levantar a característica do capacitor, ou seja, a tensão
entre seus terminais em função do tempo, conforme a figura 3.
Figura 3
Com esses cálculos podemos concluir que o capacitor para estar totalmente carregado,
necessita de um intervalo de tempo maior que 5 * τ .
SITUAÇÃO DE DESCARGA
Estando o capacitor carregado podemos montar um circuito para a sua descarga, como
ilustrado na figura 4.
Figura 4
Figura 5
3
t
−
Equacionando a corrente em função do tempo temos: i( t ) = I máx . e τ
t
−
No circuito da figura 4 temos: VC = VR , onde VC = R ⋅ i(t) ou VC = R.(I máx .e τ ) ,
onde: R ⋅ Imáx = Vcmáx (tensão atingida pelo capacitor durante o processo de carga),
t
−
portanto: VC = Vcmáx . e τ - que é a equação de descarga de um capacitor.
Através dessa equação, podemos levantar a característica do capacitor durante a descarga,
como mostrado na figura 6.
Figura 6
Procedimento experimental
Figura 7
4
3 - Com o capacitor carregado monte o circuito da figura 8:
Figura 8
5 - Com os valores obtidos, construa os gráficos VC = f(t) para a carga e descarga do capacitor.
INDUTOR EM REGIME DC
Um fio condutor ao ser percorrido por uma corrente elétrica, cria ao redor de si um campo
magnético. Para melhor aproveitamento deste campo enrola-se o condutor em forma de espiral, ao
redor de um núcleo, constituindo o componente chamado indutor.
Chamamos de indutância (L) o parâmetro que relaciona esse efeito do campo magnético com a
corrente que o produziu e sua unidade é o Henry (H), tendo como submúltiplos o miliHenry
(mH = 10−3 H) e o microHenry (µH = 10−6 H).
Na figura 1 temos esquematizado um indutor.
Figura 1
Os indutores podem ser fixos ou variáveis. Os indutores fixos são constituídos por um fio de
cobre esmaltado, enrolado ao redor de um núcleo que pode ser de ar, de ferro ou de ferrite. O
indutor com núcleo de ar é simplesmente constituído pelo enrolamento do próprio fio e proporciona
baixos valores de indutância. Os de núcleos de ferro e de ferrite proporcionam valores mais altos de
indutância, sendo que o de ferrite (pó de ferro com aglutinante) é aplicado principalmente em altas
freqüências. Os indutores variáveis consistem num sistema onde o núcleo é móvel podendo a
indutância ser ajustada externamente, dentro de uma faixa pré-estabelecida.
ENERGIZAÇÃO DO INDUTOR
5
Figura 2
Figura 3
Figura 4
t = 0 , VL = E
t = τ , VL = 0,368E ou 36,8% de E
t = 5 . τ , VL ≈ 0
6
Concluímos que o indutor se energiza totalmente em um intervalo de tempo superior a 5
vezes a sua constante de tempo.
DESENERGIZAÇÃO DO INDUTOR
Figura 5
Figura 6
t
−
Equacionando a corrente em função do tempo temos: i ( t ) = I máx . e τ
t
−
No circuito da figura 5 temos: VL = VR , onde VL = R ⋅ i(t) ou VL = R.(I máx .e τ )
onde: R ⋅ Imáx = VLmáx (tensão atingida pelo indutor durante o processo de energização).
t
−
portanto: VL = VLmáx . e τ , que é denominada equação de descarga do indutor.
Através dessa equação, podemos levantar a característica do indutor durante sua
desenergização, como mostrado na figura 7.
Figura 7
t = 0 , VL = VLmáx
t = τ , VL = 0,368VLmáx ou 36,8% de VLmáx
7
t = 5 . τ , VL ≈ 0
Concluímos que o indutor se desenergiza totalmente em um intervalo de tempo superior a 5
vezes a sua constante de tempo.
Procedimento experimental
1 - Monte o circuito da figura 8. Ajuste o gerador de sinais para onda quadrada, 5 VPP e freqüência
10 kHz.
Figura 8
3 - Substitua o resistor de 470 Ω por outro de 1 kΩ. Meça e anote na tabela a forma de onda no
indutor e no resistor.
4 - Substitua o resistor de 1 kΩ por outro de 2,2 kΩ. Meça e anote na tabela a forma de onda no
indutor e no resistor.
CAPACITOR EM REGIME AC
Um capacitor, quando percorrido por uma corrente elétrica alternada oferece uma oposição à
passagem da mesma, imposto por um campo elétrico denominado reatância capacitiva. Essa
reatância capacitiva é inversamente proporcional à freqüência da corrente e ao valor do capacitor e
é dada por:
Sendo a reatância capacitiva uma oposição à passagem de corrente, a sua unidade é ohms (Ω).
8
1
Da relação X C = podemos traçar o gráfico da reatância capacitiva em função da
2π f C
freqüência indicada na figura 1.
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Observando acima, notamos que a corrente está adiantada de π/2 rad , em relação à tensão,
portanto, temos que a corrente obedece à equação:
π V
I = I máx sen(ωt + ), onde I máx = máx
2 XC
Procedimento experimental
9
Figura 4
2 - Ajuste a tensão do gerador de sinais para se obter no resistor as tensões marcadas na tabela
1. Para cada caso, meça e anote a tensão pico a pico no capacitor:
Tabela 1
3 - Ajuste o gerador de sinais para 1 Vpp, mantendo-a constante a cada medida. Varie a
freqüência de acordo com a tabela 2. Meça e anote para cada caso o valor da tensão pico a pico no
resistor e no capacitor:
Tabela 2
4 - Calcule VRef e VCef, anotando seus valores na tabela 2.
VRe f
5 – Calcule I ef = , anotando o resultado na tabela 2.
R
VCef
6 – Calcule X C = , anotando o resultado na tabela 2.
I ef
10
1
7 – Calcule X C = e compare com os valores obtidos na tabela 2.
2π f C
INDUTOR EM REGIME AC
Um indutor, quando percorrido por uma corrente elétrica alternada oferece oposição à
passagem da mesma, imposto por campo magnético denominado reatância indutiva. Essa reatância
indutiva é diretamente proporcional à freqüência da corrente, ao valor do indutor e é dada por:
XL = ωL ou XL = 2πfL . Sendo a reatância indutiva uma oposição à passagem de corrente, a sua
unidade é ohms (Ω). Da relação XL = 2πfL podemos traçar o gráfico da reatância indutiva em
função da freqüência indicada na figura 1.
Figura 1
Da figura 1 concluímos que a reatância indutiva aumenta com a freqüência. Aplicando uma
tensão alternada aos terminais de um indutor, conforme a figura 2, surgirá uma corrente alternada,
pois o indutor irá energizar-se e desenergizar-se continuamente em função da característica desta
tensão.
Figura 2
Figura 3
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Observando a figura 3, notamos que a corrente está atrasada de π/2 rad em relação à tensão,
portanto temos que a corrente obedece à equação:
π V
I = I máx sen (ωt − ), onde I máx = máx
2 XL
Procedimento experimental
Figura 4
2 - Ajuste a tensão do gerador de sinais para se obter no resistor as tensões marcadas na tabela 1.
Para cada caso meça e anote a tensão pico a pico no indutor.
Tabela 1
3 - Ajuste o gerador de sinais para 1 Vpp, mantendo-a constante a cada medida. Varie a freqüência
de acordo com a tabela 2. Meça e anote para cada caso o valor da tensão pico a pico no resistor
e no indutor.
Tabela 2
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4 - Calcule VRef e VLef, anotando seus valores na tabela 1.
V
5 – Calcule I ef = Re f , anotando o resultado na tabela 1.
R
V
6 – Calcule X L = Lef , anotando o resultado na tabela 1.
I ef
7 - Calcule XL = 2πfL e compare com os valores obtidos na tabela 1.
8 - Com os dados da tabela 2, construa o gráfico XL = f(f).
Todo circuito em regime AC oferece uma oposição á passagem de corrente elétrica denominada
impedância (Z) e cuja unidade é ohms (Ω). Quando no circuito houver elementos reativos, a
corrente estará defasada em relação à tensão, sendo que nestes casos, para a devida análise do
circuito, deve-se construir o diagrama vetorial e obter-se as relações entre eles.
Um dos circuitos, composto por um resistor em série com um capacitor, denominado RC série é
visto na figura 1.
Figura 1
Figura 2
Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do capacitor é igual a da
tensão da fonte:
2 2 2 2
Vef = VRe f + VCef dividindo todos os termos por I ef temos:
, onde:
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Portanto, podemos escrever:
Procedimento experimental
1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador de sinais para 5 Vpp, onda senoidal.
Figura 3
2 - Varie a freqüência do gerador de sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado meça e
anote a tensão pico a pico em cada componente.
Tabela 1
14
3 - Calcule o valor eficaz das tensões no resistor e no capacitor completando a tabela 1.
Figura 4
Tabela 2
O circuito RL série, composto por um resistor em série com um indutor, é visto na figura 1.
Figura 1
15
Figura 2
Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do indutor é igual a da
tensão da fonte:
Onde:
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Procedimento experimental
1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador de sinais para 5 Vpp, onda senoidal.
Figura 3
2 - Varie a freqüência do gerador de sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado
meça e anote a tensão pico a pico em cada componente.
Tabela 1
Figura 4
17
Tabela 2
Figura 1
Figura 2
Observando o diagrama, nota-se que VLef é maior que VCef, portanto temos como resultante
um vetor ( VLef − VCef ), determinando um circuito com características indutivas, ou seja, com
corrente atrasada em relação à tensão. No caso de termos VCef maior que VLef, obteremos um
circuito com características capacitivas, ou seja, com a corrente adiantada em relação à tensão,
resultando num diagrama vetorial como da figura 3.
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Figura 3
Da figura 2, temos que, a soma vetorial da resultante com a do resistor é igual a da tensão da
fonte. Assim sendo podemos escrever:
Onde:
, e
Como o circuito RLC série pode ter comportamento capacitivo ou indutivo, vão sobrepor
suas reatâncias, construindo o gráfico da figura 4.
Figura 4
Na figura 4 temos que para freqüências menores que fo, XC é maior que XL e o circuito tem
características capacitivas. Para freqüências maiores que fo, XL é maior que XC e o circuito tem
características indutivas. Na freqüência fo, temos que XC é igual a XL, e o efeito capacitivo é igual
ao indutivo. Como esses efeitos são opostos, um anula ao outro, apresentando o circuito
características puramente resistivas. Este fato pode ser observado, utilizando a relação para o
cálculo da impedância:
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Como XL = XC , temos que Z = R . Neste caso o ângulo θ é zero. Como a freqüência fo
anula os efeitos reativos, é denominada freqüência de ressonância e pode ser determinada,
igualando as reatâncias capacitiva e indutiva, resultando em:
Figura 5
Podemos ainda levantar a curva da corrente em função da freqüência para o mesmo circuito
como mostra a figura 6. Pelo gráfico observamos que para a freqüência de ressonância, a corrente é
máxima (Io) pois a impedância é mínima ( Z = R ).
Figura 6
Quando no circuito RLC série tivermos o valor da resistência igual ao valor da reatância
equivalente ( XL − XC ), podemos afirmar que a tensão no resistor (VR) é igual à tensão na reatância
equivalente ( VL −VC ). A partir disso, podemos escrever:
Vef
Como representa o valor de Io, ou seja, a corrente do circuito na freqüência de ressonância, e
R
VR
a corrente no circuito na situação da reatância equivalente e igual à resistência, podemos
R
I0
relacioná-las: I 0 = 2 . I ou I = . Esse valor de corrente pode ocorrer em duas freqüências de
2
valores distintos, sendo denominadas respectivamente de freqüência de corte inferior (fCI) e
freqüência de corte superior (fCS). Na figura 7 é visto o gráfico da corrente em função da freqüência
com esses pontos transpostos.
20
Figura 7
Procedimento experimental
1 - Monte o circuito da figura 8. Ajuste o gerador de sinais para 5 VPP, onda senoidal.
Figura 8
Tabela 1
21
3 - Calcule o valor ta tensão eficaz completando a tabela 1.
4 - Calcule o valor eficaz das correntes, utilizando Ief = VRef/R, completando a tabela 1.
5 - Calcule a impedância para cada caso, utilizando Z = Vef/ Ief , completando a tabela 1.
6 - Utilizando o circuito da figura 9, ligado ao osciloscópio, meça e anote os valores de 2a e
2b para as freqüências da tabela 2.
Tabela 2
Figura 9
22
CIRCUITO RC-PARALELO EM REGIME AC
Do diagrama temos que a soma vetorial das correntes do resistor e do capacitor é igual a
corrente total do circuito. Assim sendo, podemos escrever:
, onde:
1 1 1 1
Portanto, podemos escrever: = + ou Z = que é igual a
Z2 R2 XC2 1
+
1
R2 2
XC
impedância do circuito.
O ângulo θ é a defasagem entre V e I e pode ser determinado através das relações
trigonométricas do triângulo retângulo:
23
CIRCUITO RL-PARALELO EM REGIME AC
Do diagrama temos que a soma vetorial das correntes do resistor e do indutor é igual à
corrente total do circuito. Assim sendo, podemos escrever:
24
2
Dividindo todos os termos por Vef temos:
Onde:
1 1 1 1
Portanto, podemos escrever: = + ou Z = que é igual a
Z2 R2 XL2 1
+
1
R2 X 2L
impedância do circuito.
O ângulo θ é a defasagem entre V e I e pode ser determinado através das relações
trigonométricas do triângulo retângulo:
Figura 1
25
Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consideramos como referência a
π
tensão, sendo que neste caso ela esta adiantada de rad em relação à corrente do indutor e
2
π
atrasada de rad em relação à corrente do capacitor.
2
Figura 2
Para fins de diagrama vetorial, utiliza-se a resultante, pois os vetores que representam as
correntes no capacitor e indutor têm a mesma direção, porém, sentidos opostos.
Observando o gráfico da figura 2, notamos que ICef é maior que ILef, portanto temos como
resultante um vetor (ICef - ILef). No caso de termos ILef maior que ICef obteremos um vetor com
resultante (ILef - ICef) mas com sentido oposto ao anteriormente descrito.
Do diagrama temos que a soma vetorial da corrente resultante com a do resistor é igual a
corrente total do circuito:
2
Dividindo todos os termos por Vef temos:
Onde:
1 1
2
1 1 1
Portanto, podemos escrever: 2 = 2 + ou Z = que é igual a
X C X L
−
Z R 1 1 1
2
2
+ −
R XC XL
impedância do circuito.
O ângulo θ é a defasagem entre V e I no circuito e pode ser determinado através das relações
trigonométricas do triângulo retângulo:
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De modo análogo ao circuito RLC-série, a ressonância ocorrerá quando tivermos valores
iguais de XL e XC . Fato este que ocorre na f0 (frequência de ressonância) determinada por:
Figura 3
Podemos levantar também, a curva da corrente pela frequência para o mesmo circuito. Veja
na figura 4.
Figura 4
27