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FEUERBACH
PRINCÍPIOS
DA FILOSOFIA
DO FUTURO
E OUTROS ESCRITOS
Telegramas: SETENTA
Telex: 64489 TEXTOS P
Esta obra está protegida pela Lei. Não pode ser reproduzida,
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0
Qualquer transgressão à Lei dos Direitos de Autor será passível h!! edições 70
de procedimento judicial.
:
k
•1
ADVERTÉNCIA DO TRADUTOR
dade), de uma harmonia ut6pica entre homem e natureza (talvez lag de Berlim desde 1967, utilizei as SämtlicheW erke (Vol. II), ao
sejapossivel uma recuperagilo ,vecol6gicco do seupensamento!), cuidado de Wilhelm Bolin e Friedrich Jodi, e publicadas 2 pela
deixou de lado, por insisthncia nos factores subjectivos e indivi- FroMmannVerlagIGunther Holzboog (1903-1911,1959 ), de Es-
duals, o papel determinante da ideologia, o lago entre a represseio tugarda, que também merecem confianga.
sociocultural e o recakamento da sensibilidade enquanto pulstio
dafelicidade (que constituircl o discurso essencial dapsicanklise). Artur Mora°
Pg róximo de nos pela revalorizagko do corpo e pelo entusiasmo
naturalista», torna-se-nos estranhb no seri vislumbre da
de uma reconciliagiio possivel entre ovrogressoh da civilizageio,
o trabalho social e cultural e a satisfacao da pulscio de felicidade
do homern, reconcilidgeib essa que, para n6s, se torna cada vez
mais miticaperante as vat-las ameagas de cakistrofe global e a in-
tensificag o da rnisériapsquicasegregadaporrnzVtiplos meca- •
nismos da cultura actual. t„; ",7 C
. , , , , • ;
1 ,.- . v
, .
Uma
aç nova filosofia q_ue _e. situa numa époCa comum às filoso-
fi ' recreie-n— te .-2n10 de inteiramente
i
I
te ,d verso de unia_filosofia
ó (
kiielfièide mim ríodo totalm el â ficÀrá ria humanidade; isto é,
imila_filOsofia que deVe - isua existência aPériís à necessidadefile-
. . sófica como, por exemplo, a de Fichte em relação à kantiana, é ?
, ; uma Coisa; mas uma filosofia que corresponde a uma necessida-
de da humanidade é outra coisa inteiramente diferente, uma filo-
sofia que se inscreve na história da filosofia e só indirectamente,
por meio dela, se relaciona com a história da humanidade é uma vv ,
coisa; mas uma filosofia que é mediamente a história da huma- I
, ni te é outra coisa de todo divers, ,. ----- - -----T— ,,, "1
kv Z_, ergunta-se,pis: é tiig - otuffilen..aorrnação, na reforma
'e renovação da filosofia-TE, nesse cis-ó-, -édino pode, como de,-„,
iiv v e ela
v
constituir-se? Far-se-á esta transformação
... . no espírito-e -rio II,
-
ãêiitidõ da filosnfia tradicional Ou num novo sentido? Trata-'se de
-
III
- - -
nina filosofia como a que até agora existiu ou de uma essencial- h
mente _ diversa? Ambas as questões dependem de uma outraj)En- I
contramo-nos no limiar de umkno,yiaÉpoca; de um novo período
da humanidade, ou prosseguimo ãv -án caminhos já ba- tidOs? Con- V,
, .•11 i
;
,.,1`) r., I
-
a que corresponde_à netessidade da (Roca, da hum anidade. Em ‘ a.,:filosofia(pei
, ,
J;latetitelrtence ao period° da decadencia do
a 'aI'.III
'
I perfOd da decaddncia de uma concepgao do mundo de alcance -"da glametacao, ma que pretendla ser , ao_ niesmo '- ld
c lailistifti, i
__ ,..... -
i tein amda a ia posN o. 4 filosofia hegeliana dissimulava4 ne
c - ...A/,,,,tc. 1.1:11
a g to kt-A,1
i
historic°, ha, certamente necessidades_con anas -- a uns 6 ou 1
I I,
)2 parece necessário conservar o antigo e hityLo citie' novo; para it -, ,- 1 gagp 0-cliStiarliSino soh a contradigao - entre representagare
• —
.
/ outros, 6 hnperativgjtalizar o novo. ---1-11Tque lado reside ay_erda- ,1 -\t,
,
—
perriannatinitid:ndgáva o Cnsuarusmo ao povo, r e soi n -a--- dav _ t,,... tot t ',
, , , deira_ne_c_
essidade'Vaquele que tern a exigdriefidO futiiro -- o cintradigao entre o Cristianismo das origens e o Cristianisrno aca-:-t c\j"'
Nut° alltddipado:
__ naquere que 6-niö'Viirieri
_
-
tdfaia i- frente. A ne- - - ado. Nos origeas -
, ö -OriS-tianismo teria sido necessário; aqui;todos a,"
cessidade de conservagao é apenas uma necessidade artificial, os lagOiTfirarn refelffdö g:"Tin,la religiad-S6 se mant6iiise se preser-
criada — dapenas reacgao. A filosofia hegeliana foi a sfntese ar-
bitraria de diversos sistemalOttentesvdeeinsufleipnclas — sem
' forga positiva, porque 'Zsin negatividaae absoluta. S6 quem tern a
coragoie de ser absolutamente,negativo tern a forga de criar a no-
l o
1'
tAf ar no Seu sentido inicial, origindrio. Na _origem, _
tenergia, verdade; toda a religiao comega por ser estrita e incon' V \,}),
tionalmente religio§a nias, corn o tempo, esgota-se, tom ée la- , , ,,, ;1 .
a religi ao 6 fogo,
a', infiel a si mesma, indifeitnte, submete-se a lei do act Para ‘,/,•--- ,a,"- ;1
"toriCiliar corn a reltiao esta contradieão ,da pratica, esta apos---\ ' -', 1 t
,
di,-
j`‘) .
-.,t'' 0, ' •
;
Os dodos da humanidade distinguem-se tasia da religiao, para a di'sSfillar, recorre-se a tradigao ou-a mo- \ ',-' . a ;a
_ , . pas por_ trans- " ,a
l
formagöes re igiosas. 0 movimento h1strico464Lingelyn funda- difiéagao do antigo livro da Lei. Assim os judeus. Os cristaos con- l 1 !.
, ilde -dliiienetra no coraçao CIO homern. O coragdO)nao 6 seguem dar as suas escrituras sagradas urn sentidp 1 ,
radicahnente ; a a: r
a ,
. uma forma da religiao, cotho Se ela houvesse tambdih -de- fisidir no contraposto a esses textos. -a' a•-• . 7 -' 1,, ,' -- , •
g a
, coragao; 6 a essência da religiao. Surge., pois, a quatao: teve ja_ ado — negado no espfrito e no coragao, .1(1RI
lu- c
,3 • k, a_Cristianismod_ne
,c) ' gar ern f,i-o-i=- li Irid- l'arolla 6 religiosa? Sim; já nao_temos coragao, na,__ ncia e na vida, na_arte e na iiidatria, radiCalmente, de um I
-
já no temos religiao. 0 Cristianismo- dnegado — negado mesmo trio& irrevogNei, sem apelo, porq-uTe-Oiliöln-lefii
' deTalinalo se
„ u ° „' por aqueles"que airida parede-m -
sustentá-lo; mas nao se quer dizer -
aPiniiiiardiii dn Vetdadefro -, do hiiinan -
6, do anti f
Sagriadd, --
que se
‘;, . ° ° s,•
emyoz alta que 6 negado. Nao se diz isso por razöes de'polftica, room ao crisfian
—
lirrin toda a foica de oposigao:-Ai6 agora:2E4a- (',.% ,,,!* '' . 1
-
faz-se cliik um segredo; alimenta-se a este respeito, de modo _gao era uma negagao fficonsciente. S6 hoje 6 que ela 6 ou se toma
a intencional ou nä°, uma ilusao;faz-s_e_p_a_ssaLa_negaga°
ma do uma negagao consciente, querida, uma negagaci visada directa- (-
a, Cristianismo por Cristianismo, faz-se do Cristianismo um .sim- ' mente, e tanto mais quanto o cristi_apismo se aliou aos inimigós do ,„, :
,.. __
ples nome. Vai-se to longe ria negagaddo Cristianismo que se
,.. d. ifundamental-dafiumanidade preSente, o impulso da
pt__s liber-
rejeita todo o critério positivo e nio se exige coni—o c46-iio do ens- - . 1 1
1 dade politica. A negago •
a consciente fimda uma época nova, funda 1 , ' ai.
,a tao, nem os livros simbolicos, nem os Padres da Igreja, nem a 13f- ---
a necessidade de m ifilosofia nova, franca, nao maistrista, reso-
' i
1,,,, V
a1,'1
a blia: como se nao fora verdade que toda a•areligiao s6 permanece '‘ lu . ill ente acdsta. — - ) , ‘ ,--,1 - w , ,.. \-,.- • i: " ' -' i',,- ':
• a' a
religiao enquanto possui urn determinado critério do religioso, urn --
--' • : • '-filii s dia tdfiIa O lugar_da religiao mas 6 justamente por isso '--- „,
,
a _determinado centro e urn princfpio determinado. Tal 6 a conserva- a I' tie tamb6 uma filos.° a_toarneate_divers r eatrap_ara o_lugaLda 11,,P,,,,,'4'-'''' '''
. * -
D ga-Oso-galiirinl"cla neggao. Que 6, poN,—O'Cristianismo? Se nao atiga:-A-filosoflaiii etiterItatip-O-de -subStituir.a teligiffo , era' era r ra
m . a."
emos itais nenhum testamento, por ondeseconhecemos a vonta- 1- 5 ' filbsofiamia nenhunila religiao, era sem religiao. Deixavalöra de
c
- de o espfrito do fundador? Isto significa apenas que já no exis- SI a essência ge,e11.1i'ar cla rehiao, pretendiannicalikfilMOIrrn_a,do • ', • I. ',',,:: irti'
1
• te Cristianismo algum.'Semelhantes manifestagoes so unica- 1 ', pensamento. Para re1i o a filosofia develommar-se , ''-','° 1.
,t - " '
mente revela Oes da decaddncia intema, mais a decaddncia do
i religido thquanió fliosofia, _ deve introdu0r,ern Si mesmd de urn -
C ' ianismo. Y odoin a ela conforthe, o que constitui a essencra - dd refigiao, o que a 114
,r :e rki ."7
v,) D,, Cristianismo ja nao corresponde nem ao homem tedrico, faz a vantagem da religiao sobre a filoso gl, 'I 4 *, „,' , ,- ^ . 1 ' /.,, ' - ,' 4, I I 1
v
nem ao h-oiffe—m-icliiiicOTjalito "satisfaz o es- pfrito, nem sequer tam- , 5 c A necessidade de uma filosofia essencialrnente nova brota---i \ ' ' 1,
b6m satisfaz o coragao, porquetemoSbutros interesses para o nos- . ain a de que nds temos diante dos olhos o tipo4LasOadodalllo- •-;- i,
so coragao diversos da beatitude celeste e eternI.) _ . sofia antigit,iT pl is, -Söpérfluo tudo o que4° the assernelha; tudo 1'
t '( 1-a,,,' ' ' r
ri
14 L-::'7 A
- 1
61, ) .,.<.\,, C, .;, ' k -1. L = , n
111:'
• , = ,
ii
• • . , ,
•
\ o que se possa produzir em conformidade com o seu espírito, por te, de modo instintivo e prático, a sua fé religiosa. Não é a fé em
us -
Deus,_ri ~scorifiariça_erri_De que funda os Esta Wf a
mais longe que dela possa estar nas suas determinações particula- -
. 9:ensa nOlibmem como • e s do homem_ que. exPlici Sajectiva- ,,,,, , •,
, res. Por mais quej-se conceba ou demonstre -
o Deus pessoal de tal
-- m te a Otigeni do rátá
-
1 ta '
-T
° ``' ' '
-
r , ' , ' ' + '' ' '. ‘1" "
• ou tal maneira - - nãCI mais disso que remO s siber, não qiieremos 1
, No„.EStado, as forças , • .
„ homem separam-se e desenvolvem-
aunenhuma teologi
mais (''
s
i As diferenças fun amentais da filosofia são diferenças.„fun - -)'
- para,ti cayÉstlesta separação e sua reunificação, constiuírem
'
-A
- um setinfinito-Amitos homens, muitas- força, . - consti à`só Cf 4\'' t. i
i, ti ntais dia humanidade. Para o lugar da fé,-entrou i'descrença; -._ . - ,
; para o lugar da Bíblia, í'razão; para o lugar da religião e da Igreja, • Torça. O Estado é a soma de todas as realidades, o Estado é a pro- `,• e '
-
• a política; a terra substituiu" o céu, o trabalho sub,s ',. iir a oração, YrcrêncWdO homem. No Estado, os homens representam-se e !i
completam-se Uns aos outros --- o que eu não posso ou sei, outro
a necessidadepatgial o inferno, o riorii.em o crist. o i omens, que
, já não estão'ciados entre um senhor no céu e u senhor na ter- , O-pode:Não existo Para mim, entregue ao acaso da força da natu-
, ••v- : ,,,,',..', ra, que s „rWi realidade r _nc orm31; _. '1, divisa, são fiõmens, reza; outros existem para mim, sou abraçado por um círculo uni-
diferentes dos itisi viiy,On ii-O &Es-girrarrien o , . • " -tiue para_ a filoso- ri 0 f versai, Siiii membro dum todo.-0 Estado [verdadeiro] do homem -g/
- -
' ) '2' ' • - I fia éfes ltaano pensamentCé para nós e ' e a ifitediataSe e - - lirm-itado, infinito, verdadeiro, COmPleto,divinOT $01 o Estado é o I,' .
-•, „, sitamos,
f pois,-)cle um princípio conforme a esta -.---------„--,-- „. homem—o Estado é o homeniqUe se determinaa .314 ,2
esmo, o ho-,,k
' mediada& . - ,
camprática, o homem entrou para o lugar do cristão, então tam .. - m • me •• !ue se refere a si próprio, o homem i
írl2w1u o.
c
,,t (.0 statlo é a realidade,rn aO triesmo tempo bém a refu-
, •„ ',no Pliii-O teórico o ser humano deve substituir o divino. Em suma, -
—-- - -, aç .. práTU daTé rieligio W frlesmo'nos nossos dias, o crente em \
, devemos--resumir nunVpriridíPio_suptelin d) num vocábiT i õ'npre- •\ ;,
mo, aquilo em que queremos tornar-nos: só assim santificamOs a aflição busca apenas ajuda no omem, contenta-se com a «bênção
i de Deus», que deve estar em toda a parte. Sem dúvida, o sucesso ( 1 . •- •
\ria nossa vida, fundameptan iiTO-s-sa tendência. Só assim nos liber-
Inão depende da actividade humana, mas muitas vezes, acidental-
tamos
, da contradição que, presentemente, enVenena o mais íntimo
e
de nós menos: da contradição entre a nossa vida e o nosso pen- -mente, das circunstância s favoráveis; u «bênção de, Deus,»4-
• , i • - -
sarnento- uma religião radicalmente contrária a esta vida e a es- , -
as pbeiriness '
o os com ,
'
que a' deS crença crente diásiMUiâ'O _ ' s'éca '‘
te pensamento. Devemos, pois, tornar-nos religiosos teísmo prátic,, O. ateísmo prático é, pois, o_vfnculo dos Estados;
; , os homens est ono Estado
.....,_.porque estão
,. sem
_ Deus
. _.no—
Estado, o Es-
= a política deve tornar-se a nossdiefigião='.: máS ela só pode tor- - - - - deus dos homens, por_ilio, reivindica justam ente para si
nar-se tal se tivermos na nossa intuição Um princípio 06 é O
, supremo
lo
consiga transformar a política em religião. Pode, por instinto, fa- predicado divino da «majestade». Tornou-nos conscientes do
-
zer-se da política uma religião mas trata-se aqui de um último (que-faz o fundamento e o yinculo inconscientes do Estado: o
na política
fundamento declarado, -de um princípio oficial. Este princípio ex- ateísmo prático. Os horhens lançam-se presentemente
presso negativamente é a senas o atetsmo,fisto é, o abandono de um porque reconhecem no cristianismo uma religião que desit6i a
• J<
k
Deus distinto do hOme !, • ;4
sj,,,, Pil.(;''' ' 4
ene política dos ho ens. Á
r, ,("
C. ' Irreligião, no sentido ordinário, é tão pouco o vínculo do Es-
,
w ue o pensador, antes a consciencia, tem no conhecimento,
o homem prátic tem-no no seu impulso. MadRiimpulso prático
•-•,•' ‘,` - 4ádo como é antes ya sua dísSoIuçço ku.smno ,.sentido da religião, 5 na humanidade é o impulso político,9 UnpUli-Oa-í3articipar activa-
40 pai, o conser ador, o providenciador, o guarda, o protector, o
regente em senhor da miinatcfnia mundial Por isso, o homem não mentenos negócios dó-Estãdo, o impulso para a supressão da hie-
1 Ç precisa do homem; tudo o ij.uê de deve receber dê siOuidoiiiiitrriá- \ far-qiilã Mítica, da insensatez do povo, o impulso para a negação
' .‘ recebe-o 'imediatamente de Deus. Confia em Deus, não no do catolicismo político. A Reforma destruiu o catolicismo religio- f \‘'
1 ,, ribinerif, dá graças abeus -enão ao homem, por cops- 1-1 ineiwI- só-,-rrias os tempos modernos puseram em seu lugar o catolicismo
mem só por acidente está vinculado ao homem político. Pretende-se agora, no domínio dazytica, o que a Refor-
. ica_ção,
.,_ 04N s:_qh,Le .
cfivá do Estado; os' nonl_ens r rjerillse pelasimples.razí'o-cle ma quis e projectou no domínio da religiãOJ
_.. _eú - -
,.,k‘s oQ, - que não crêem em Deus algum porque negam inconscientemen-) NI'• • (Sá-sim como a transmutaçãri „,„... de Deus em razão não elimina
.9„.•-•- e 1 , -- ----------- -- - - - - Ç'' • •.,,>• -
16 . 17 .
,. 2
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- , •, r ' , ,. ,'' ., .
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Deus, mas somente o desloca, assim também o protestantismo •
deslocou apenas o Papa para o rei. Tèata-se agora do papado polí- ,
tico; as razões que tornam neces$ ,,,J"O o rei são as mesm as que tor-
nanecessário o Papa religiao. \
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A retens á era moderna é a rdade Média protestante em que só
-
V. ! , ' 11 ç'
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L
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'
lo antigo, eteCCom_ a-dissolução ,. do cristianismn'proteátaine,
-' fl, enquanto poder e yerdadeseligiosa que determinam o espírito, en-
•
•
:
o pensamento, que não é nenhum ser; aqui, seres, que não são noú- VLspinosa é o verdadeiro criador da moderna filosofia especu-,
'
menos , que não são pensamentos; em cada passo na vida, estamo40.2 lativa; ; c11,elling é o seu restaurador e Hegel levou-a ao pleno„, 4-
fora da filosofia, em cada pensamento difirOsofia, fora da viddzi Jürnprinieng
cabeça
-, ........ _ da Igreja, é homem corno eu; Orei é homem
- 4-,cr\ ,-,' z''"¡Art
1
como nós. Ele não pode, pois, impor ilimitadamente as,suas fan- -' ... r
` 0 ; ..---)
:
',
onde som6 S ..S,.ehhoreã, é a terra , dnde somos escravos, ie;13 Ois, re-
- - — -
', tiveres suprimido a religião cristã é que tu, por assim dizer, terág
( direito à república) pois, na religião cristã, tens a tua república no
'v
'fcéu,.‘por isso, nó precisas ._ ._ de uma aqui. Pelo contrário, aqui, de- * Estas designações teológicas utilizam-se aqui apenas no sentido de epítetos triviais.
ves ser escravo, para" que o céu não seja supdrard) -- - ---) „A rkÃ
-- .. n r '51 :115,2
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'4A )e, 0 t 1 ‘ ti ' 4 '
, 4 , L' ' ' ' 1,
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(10 ilosofia da identidad istirtguiu-se da filosofia, esmnosista nificado d- urn simples pivii_Oad,94ti
_
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ai le ite g4011-t a' 6 4itiNtoms' '
5
iente-FoTter insuflad A'" coisa
"
• morta e indolente da subs- W 1$ A . .t,' , 1 1.
Vt o espfrito do idealism°. Hegel, em particular, fez da auto- k - 2?)
13 '
ide, -di foka de autodistingffo, da autoconsciencia,
_ urn 1 CAluz da psicologia o absoluto . _ ou
. . infinito da filosofia espe- pi'
VI/
atributo da siltAt cia. A proposicAo oaradoxal de Head — kKa , ctilativa é simplesrnentro não determinado, 9 .indefibidb ---,a s. „.r p- ' ,,)„ ervi
---,2 sciência de Deus 6 a autoconsciência de Deus» — funda-se no i-abiff vie' todo o determinado, simultarieamente ,potTN,TA,- ' i ' - • \1
i
m
1 UM seTclietiolilesta abstragfab, Inas logo de novo co m
— e a , en-, , c , c) k-- (yq
'rnofundamento que a proposigao paradoxal de ES019$S Mai,
;
'
tificado; mas, A luzValiii sföria, 6 apenas o velho. serou —T o mo1S-tro-__ / , d
tillattao — e tem aPe - teOli‘ico-metaffsico, nao finit6 no, no ma tenal., n4o
este sentido: a atjtoConscienci a é um atributo da substávcia
)eus; Deus 6 consciencia, que o telSta>difereniernente da - detelnadb-, não qualificado -
sciencia real atnbui a Deus 6 apenas uma '-representacao sem
,,,,c—c^,--ii C ... .
; C P4'''''
. 1
c', 11). „- lógica hegeliana 6 a teol ogi a reconduzida A railio e ao pre- .
' rn substancial; igualmente roposigao de Hegel diz apenas: a
\ I
-- sente, a teologia fella 16gica. Assim como o ser divino da teologia
e a quinta essência ideal ou abstracta detiklas as. , ...._realidades,
F
r
:
i-- . isto :
; , 0 nsciência é a essência divina • f, 1= ,
r
l..,
„ 1 ,ili:1ódas-as defer Mina 0i
- -
-
s; deta das ds finidades, assim tamhém
a 16gica. Tudo o que existe sobre a Terra reencontia-se Iv céu da
0 método da crfhcayerormadora dafflosofia em eolo-gi — assim também tudavc_te exist na natureza re -eat-ITO-n-
r nao se distingue do já aplicado na filoso.fia da reliião Te- th- 4e no céu da 16gica divin.a.;4 qualidade, a quantidade,a me-
m ap-enas,,de fazer serii-pre doiir-e\dVaro Sujeito e fazer do su- ida, a essencia, o quimismo, o mecanismo, o organism4Na teo-
111
-
",,Ifi to'o objecto eprincipio — portant°, inverter apenas a filosofia ogia, temos tudo duas vezes: uma, de forma abstractaTioutra, "Cie
e! Deculativa de maneira a termos a verdade desvelada., a verdade
__ _ orma concreta; na filosofia. "hegeliaria, 'Cada coisa 6-nos dada duas _ _
-:./-\ 1 ' ( pura - -- e nuD
, - - ,, \ ' - ezes: como objecto da 16g-tea e, em seguida, novamente comp ob-
1 ,' , ,',,<„,, -,e- • _0 -- '- , . r - ,. ' -
_
jecto da filosofia dã natureza e do espfri D .
„,....... „0.......„ P - C • • 1 in
r . ,,
-,-- I '
Cf."- QC" K 4 ,74 Aessencia da teologia 6 a essência do homem, transcendenth, -
-
- 47 .1;
---/ r rojecindiPara fora do hOmeni;aesSência da lógieade He gel 6 o \ ( ,
i-
.zte
ii....- ' pensarn to transcendente, 6 pensamentO do hoirtempostofora do
PP— h omem.
")-- c.,".
C,
2 ' 2- ••' :
5 5'5
\ ° 5
./- , f,:5-\i''
•
).., . : It- P, r M $ 410TI o, 0 Assim como meologia cinde e aliena-o\ homem para, em se- v, \ ‘,,,,
,- ,, assi tiV1.1,-ii,,,segttn•o •••••-•••••• nn••••n••9 •-• n• gth a, de novo corn ele rdentificar aSua essésricia alienada, assim,''
to em -----
gerahkaproprio --- segundo Hegel, ser, Hegel multiplica 5 cinde a essência simples, idêntica a si, da na-
es-sfricia, conceito W.,sp tureza e do liotfeirt para, eni seguid,a, de novo reconciliar a forga
r pensade unicamente cm ser, é apenas o que fora violentamente separad • _
sbbesta_ ou aquela deterilifficiardlifiC1legbria, -6- integamente ab- „---
,,, 1 '
rso- i-.vido nessa cafegolia, nest-a- detenninidade, de que,dei- c („Ametaffsica ou a lógice6 apenas uma \
ciencia -rea e unanen ) ...,, '
,c
\kando estas de lado, el6JuaLnip_esn
' - --- . i -- -o-me. m as, apesar disso, o
's - — -
fp ' P --1.1 -n-57-11—-e CW1 "- 69 11fIl'alifTiG efis-a-ni a iiii 7triiiiitLcuiiii tr ivn'A '
0., absoluto como suAit-dt , fojaz corno fundanlento, e o verdadeiro rnetaffsicaé apsicologiassoterica ue arbitrariedade, que acto de -
4 -
: 1bjR6-, 09r-uj c—o interm
-
6dio o absoluto no 6 um simples nome, forga considerar a qualidade por si, -I"Strisagdo por si, e -des-garrd-
- mas alguma coisa, a determinaçcio, tern sempre, no entanto, o sig- -las as duas entre ências particuldres-como se a qualidade fos-
i
.,
&. 20 . 21
[ .
se alguma coisa sem a sensação e a sensação alguma coisa sem a ,.
dúvida, iwlicas_lo na filosofia hegeliana, m sempre e ao mesmo .-,
qualidade. tempo com a sua negação e o seu contrario. tr, i
t I"C"
' ,
;/?‘ airri,
ab,solutoge klegel nada mais é do que o chamado es-
Nfspp:Ito
I\4 Ui:prova evidente de que o ~sole é o chamado espír_ ,_ \, í) I' it
".?
na arte, na_ reli ião na filosofikEm veniSculo isto sigiiiii ea: o es-
g
- real o ser supremo e divirio. O monoteísmo cristão não tem em si
pírità da arte, da re4ião, ila
lo c sofia é o espírito absoluto. Mas qu'aÃuerprincíPidde cultura artística e científica. Só opoliteísmo,
não &posslyel separar aarle e areligião da sensação, da fantasia o chamado culto dos (dolos, é afonte da arte e da ciência. Os Gre-
e daintuiçãàhumanas, nem a filosofia do pensanientd, em suma, l
- gos elevaram-se à plenitude da arteplástica unicamente Porque
o espírito absoluto do espírito subjectivd- e ou da essência do ho- viram na____forma
__—_, hurriana, de um modo incondicional e sem hesita-
Mem, sem de novo nos transferir para o antigo ponto devi Sia da - - çcTõ, ,brma sup
-
_ rema,
_ a forma
t
, - da indad e. OS, crigãos só che-
_ , ...div.„,„...... ......
-
\ teologia, sem nos levar a tomar o espírito absoluto, por-um outro garanapõesia,de gois "et Ter CM negado c praticamente a teologia
espírito, difgente_do ser humano, isto é, como um fantasma de nós 'casta", ntiando'Vene7arliii o Ser divino coirio 'O ser fetnínino.,Os i! ' -
- - -
com a essência da 1
mesmos existindo fora 3 cristãos figam artistas e poetas em c R triidiTão
sua . religi ão,ial CoM o a representavam, tal,, c&mo era Objecto da sua
--- ,1
• ,
\
i k natOrlio ' , 7
,U t 1,1' l
i ," ) /"\- ,4-''
essênctahu • .,• a a, mas, para a consciência
, dos.cristãos, é uma es-
, êãcia estranha, não humana.C.ristg deve , ,_, sçr homem e também
agrhcia do homem fora d.%) homem, a Js''sência d O Rris-ii-i:Rik
o - - - -
não homem; é uma anfibolia. Mas a arte só pode representar o ver-
fora-dii acto
-
de pensar. Ao fundar todo o seu sistema neSiesactos , ' ,'
dãdeiro, o inequívn -:.` ,„„. .,. , ,,. c, , \- ---:
'
Xr \
1
',''
.K , "
•
' ., q
verdade erealidade quando deferminado, isto 6, quando nao se ode > A honestidade e a' röl
,
Z'l
t_Al_Lde sao ilteis em todas as coisas — e
•.'7' ) como i unto, mas como finito, entao, ofinita. e. em verdade o . - tambem em filosofia. Mas.a filosofia s6 , e_honesta , e sincer unan- ,A
i m °
do confessa a finitude ........... Oa sua infinidade especiaativa -- quando s
— — - .,. por'exemplo, que o segredo da patureia P.m.,Peu
confesSa, pada
z
mais -e dire o segfedO dartiffire a humana, que a noite que ela p3e
-
, 411 IA
.. tarefaada verdadeira filosofia nao é reconhecer o infinito co-
. "" 0 las o finito como o nao finito, c ornop_infinito; ou,nao
firiitct, em Deus, para daf tirar a luz da consciencia, 6 unicamente o seu
,p 6 transper o finito para o infinito, mas o infinito parad finit pr6prio.. sentimento
.. ........ obscuro, instintivo, da realidade e indispensa-
s, ., <
• (>,°, bilidade da mate n4
bt omego da filosofia riff° d Deus, nao_estabsoluto, nem o ser
fo4 o pre icado do absoluto ou da ideia o comego
ö firnto* o delenninado, o real. P.wfinito nao pode pensar=se
1
rkl 0 caminho ate agora seguido pela filosofia especulativa,
caminho
do 4„/
inver-,,,,,'
real, 6 urn
u
/ seiffdflhito Podes tu pensar, definir a qualidade, sem pensar nu- ' --stracto
\ , Ao -- parao concreto, do ideal para o
Cleira e
tiilo.- Neste -caminbcf, 'nunca se ,chega, 4, realidade veraa ,
ma qualidade determinada? Por conseguinte,
- o primeiro nao d o - objectiva, mas sempre apenas 4 realização this suas proprias
,abstracgöes e,-poris-§b inesrnz awrica A verdadeira .liberdade does- \' `.121k
5 • - </A
a palavra itftnitoa sempre tenas
/ no sentidoda filosofia ab solu ta*, I qua!,
I(d5 porno de vista do absoluto, oreal, 2 efectivo, surge como o irreal, o nub, porque o ir-
tpfrito;
,
gas coisas e dos seres na sua realidadeVO6
pois, so a intuigeio –
Objectiva é que liberta e isenta o homem
-'
de todos os preconceitos.
q 214
0'
,..,
real, o indeterminado cons ti tui pars At° real, em bora, por outro lad o, de novo do poruo de J,k pas-sag= do ideal ao real tern 6 s eu lugar apenas nafilosofia
viStofkrAdade,
o finito, o nulo, apareça como o real —urns contradição que sobressai práticl
--abretudo Oa primeira filosofia de Schelling, mas que subjaz
geliana3 tambem ainda I filosofta he-
\ -
24 25
_
X
,
' ,
,,-,,,,
\s. _,
filosofia é o co. ., ecimento do que e. Pensar e conhecer x,', ^
'k -I -n
as o tempo da sua política e divinizapjrincípio da estabilidade,
n V`, ' _„,,é, oisa, s e o sere - como ão— eis a lei suprema, a mais elevada ta-
."' - contrário ao direito, à razão, à história. '•
irefa dá fildsofia. , )"'•
, , (1 \. y '4., , , filosofia eskeillativa fez do desenvotviznett atempo
1 --
absolUto. Mas esta separação do de-
I
O que _~.....,............_
é, tal comaé-=„portanto, dyeiia deiro na sua verdadeira ,0 umá 'forma, um atributo do
, ,1
e X17-essão, parece superficial; o que é, ~
, , . __.........,, ) 1..çoriyo--------,: nao é — - SenVaryimenta e do tempaé unia verdadeira obra-prima da arbi-
poãffito, o verdadeiro expresso sem verdade e de movo inverso, trariedade especulativa e a prova irrefutável de que os fiffsofos .\1\e, I )!:
) parece ser profund o, ,-aN.9 especulativos utilizaram o seu absoluto, ._ CO= os Jealogos utiliza- Q ,,e,
/
(i , ram o seu Deus, o qual, sem afecto, tem todos -
OS afectos do
' N
f •-,,,,- veracidade, a simplicidade, a exactidão são á característi- p homem, ama sem amor, irrita-se sem irritação . Uriii desen iolvi- /-
-eas formais da filosofia réfiri mento sem tempo equivale a um desenvolvimenta-,Wde, --7.eriv-bl- ..„,
**-'
,--, • - - lfiá ão: * °N ` 1 S ,
\\ (C ird.
y iniel
o ser absoluto evolui a partir de si — é, ao
K Prop R
ser, com, que _a mosona começa; não pode_ separar-se da finfe -aõ cabo, verdadeira e racional só quando invertida. Impor-
'j ta pois dizer: só_ um ser que se desenvolve e que se desdobra no
\ wr ") onsciência, nem a consciência pode 'separar-se do ser. Assim,
[Yr cO-mo a realidade da sensação é a qualidade e, inversamente, a sen- tempo é um ser absoluto,
_ _isto é, verdadeiro e rea-0 ,
' 4k roca d , f,J?1
, sação é a realidade da qualidade, assim também o ser é_a realida-
de dkcimsciência, mas, inversamente, a consciência é a realidade ()espaço e o tempo são as formas de revelação do infinito redj
,
'' ,,\_5-, do ser-------.'S-6)a consciência é 6 sei-efectiviam-ente real. A unidade
2 I
real de espírito e natureza é unicamente a consCiêncrã 't:R .COnde não existe nenhum limite, nenhum tempo, _nenhuma afli- j 70
--) " -- -ai d nen nla energia , ,.1 ge
_ção; também aí não existe nenhuma. 14.Vr 4 e, à 4
°,- f
' "
,
, 1 , . . odas . as cletesminaçÕesjonnas, categorias, ou „contb'sfeIiii.- nenhum espírito, nçnhuma chama, nenhum -am eole;J
;. SÓ oN, ser
,l
t_ ; '14:
0 \14.
' ererri- chaM'ar, que a filosofia especulativa eliminbru _ do absoluto
Cf?
''' ..Letate é o' er'ke:Cessário. A existência sem ne sidade
s uma 1.fr.
-
( , , e rejeitou para o âmbito do finit6; do empírico, contêm justainente existência ua. ó que é em geral isento de rieCeSSida Cles tam- r, g 110
) a essência verdadeira do finito, o verdadeiro infinito, osi;erdadei-
-_____--- ..., bém não tem quâquer necessidadeda existência: Quer ele seja ou
ros e últimos mistérios da filoso não é tudo um—um para si mesmo, um para os outros. Um ser sem 01"'
., 'ilkii‘gèn'erà 4,um ser sem fundamento. Só merece existir o que_po-
' m - -'
ys, i 7'
-
,,,\ (O:espaço e,o tempo são as formas de,g_xistência de todo o ser. degker: Só o ser,Ndoloroso é ii m ser divino. Um ser 4g
se. á e e ' Av'
1 ' ' :. „Hlí ,. . il.---:-
c,R" Sb'a existência no espaço 'e no tempo é existênCia. - A neíaçã-d-do é um ser sem ser. '-n,,,ji4i. - • - .-' . m :-,: 41-"a k i
O '.,;: i - --`, ;,47,,- " Tn:'_..'-.. "ti.6 Al.'1'-':-.'.: '''~''.•
,e7 A espaçO-e-d-o tempo é sempre 'apenas a negação dos seus limites, não ,
I
coisas, tem as mais ..9estas consequências práticas. Só quem em
toda a parte se encontra no ponto de vista do tempo e do espaço
possui igualmente na vida tacto e entendimento prático. 0(espa- ias justamente porque ela não sofre,
. _
ço e o tempo são os primeiros critérios da práxis. Um povo que ex- porque é u Infinita, porque possui exactamente
clui o tempo da sua metafísica e diviniza a existência eterna, isto as mesmas o seu contrárioaL: tribntoid
•
é, abstracta, isolada do tempo, exclui também consequentemente
1
26 27
1 i
franceses,
p
descobrimos nos franceses mais vivacidade nos séusji.e!y'
. ,mas rnis solidez nos alernaes, e poder-se-ia corn razao afir- k
,.„g em ,
frith' que o temperamento que melhor convem a filosofia é o gáli-e,:.., ,,, J I
u
„,q,
co-germdnicoco ainda que uma criança querisfivesse paribus)
urn frances
ser dota- t tii
I CO filosofo deve introduzir no texto da f:dosofia aquiltague no
eY-9/
por pai e uma alema,por mae, deyeria'(caete 1
v.;'
,C VI.
t , 9 em nao - m Inteiramente correcto; ,,
?, „Y
riroso7V, 0 que, pelo,contrário, é Contra a filosofia, rtue do de um born brgirthimPhilosOphiCurn.» t
i1
f
.r. ' , Ese opöe ao , pensarnento abstracto, portanto, o que em Hegel se se. que agora deVerhos fazer da mae uma_fraucesa_e_slo_paLum 1 ')
I I reduz a simples nota.
g
Sdassim a filosofia se tomard aforga univer- alemao. 0 coragtio — o princfpto fenunno, o sentidoado sensfvel,
cabega— o
1 § .
l, sem antagonismos, irrefutável e irresisdvel.Por conseguinte, a sede do materialismo —6 de inspiragito francesa;
1
+
I . i ,' osefia . ° 411 *,k,s eggporgalas i ,i . , 4 0 Ir ,..1,e. ',,44 4 - prinelpio masculino, a sede do idealismo— é de inspiragtio alemti. n
E .0 * s -C,140iSitata'dllri9 . i 4al f ,
0 coragao faz revoluçöes
-, a cabeca reformas; a cabega p6e as NI- i
l' ... ' -
Mas so onfle 1
A. , ,1 4,... , l'Ote ant1.'749.eol' As tik
ze--en
- 1 , .
i 1' , .,,P1 p '.
.
O
-, I
pl ot.. tA , 4, 0
4 4 11, , .j
, ,
s sas em posigclo, o coragao pöe-nas em
movimento. I
fr ,,-; i existe movimento,sefervescancia; paixao, Singue, sensibilidade, I
---o \ N ri„ 2....f ---- um Leibniz, o seu prin-
1 .' '
einstrumentgs
-
Cs e os Or
aos .
essendai fstla-filosofiasao a cabe- f esprit clë
i, 'reside também o espkito. SO o lista , arrancou pela pri_me !, 1 f
,3 *- sa cirik"- cli TcTividade, da liberdade, darfinidade metaffsica,-do cfpio sangufneo, materialista-idea a ,i„ra
1
1- idealism°, e o coraeaoo, fonte da'aTetOcrela finitude,
I N.oe • ) L , da
s . necessi- vez, o alemaes ao seu p_edantismo e ao seu escolasticismo filosO-
\ .'-'1'.,- - i
NI l date, do_s_ensuggmo — em` termos fe Oricos:
\r
to o CaeC..nsamen
'- ” t - 0 (.10-
n- ficos: , ,
' ' 'iliigclo poiVkpensamento e a neeesSidaclidde ega . „, r9 ^ P." ‘ '',1 I
?.- X e o sentido stio a necessidade do acoragtio. 0 pensamentoiiiitlidgclo
'
P',, sentimento, cora ão, amor, isto é, a negação e dissolução de o sujeito, o ser .é_o predicado . 'A ,1..60~_tIsainento num ele-
X (,71, Deus no homemjP5r conseguinte, nava filosofia,s'enquanto mento do pensamento, ou pnsamento que a si mesmo se pensa, , a I H
I 4:, t t
i \ rt\, 1 \l e i E como urn animal em terra Arida olhos da nossa época, que nos interesses mais essenciais toma a \ "
.1/4. N'
re r —, queggn mau espfrito faz rodop p
,,,,„-illiz, Zt *,..) ft aparencia pelo ser, a ilusao pela realidade, o nome pela coisa. As- 1
\
0 0,k) t„."
, ,1
iN. ci A. ' :-00 " Wm
' toVrailAaA pdhagetis cOras].:3 N, ''') / sinrsertompletam os contrarios! Onde 9..nada.se toma por algo, a , I
i
,_.
me ntira pela- verdade, af, consequentemente, deve tomar-se algo , r ,-
--- €
'
L.
'''
por nada, d verdade pela mentira. E quando - comicamente ,.. .... . , . no
r4Y preciso moment° em que a filosofia se concebe num acto decisi- ; (`
*--/ v 1' .... '.. ('), 4 vI;( :, V, vo e universal de autodesmistificaçao .- se faz a tentativa ate en-
I tao inaudita de fundar uma filosofiaunicamente no favor e na opi- ii 4
/ \\ i cilti/A
‘e'l
nicio do priblieo dos jornais, entao 6 preciso também, de modo ho- 1
nesto e cristao, tentar contradizer as obras filos6ficas s6 porque -
11
'\) sao publicamente difamadas no Allgemeine Zeitung de Aubsbur- r.
go. Quao honrosas, quao morais sao, pois, as condiçOes da vida pa-
blica na Alemanha! -
A nova, a anica filosofia positiva, 6 a negaglio de toda afiloso-
/4 fla isc31a, erilli"ota7dd1a-coritenha ern sf a verdade, a tidgaçao Urn novo princfpio emerge sempre corn urn novo nome; isto 6,
filosofia coin° qualidade abstracter, particujar, isto é, escaks- eleva ao estado principesco urn nome tirado de um a condiçao bai-
tica: riabspeiSSIiin-inHum sanió-e-Lseiiha , nenhum a lingilagern par- xa e inferior - e far dele uma designaçao do que ha de mais ele- 1
riCular, nenhum nome particular, nenhum princfpio particular, ela ii,,, vado.ese traduzir- por oautoconsciencia» 0 nome ,da filosofi
-
a no: lk
é o, pr8prio homem pensante - o homem que d e sabe que é a - iitio da
i va o nome frorii eirt,lfitet:reia=se 1 filOsOlii nova no sen
essencia autoconsciente da natureza;a essencia da Histdria, a --t--
aiitiga, desloca-se de novo para o anti go ponto de vista; pois a au-
`
essencia dos Estados, a essencia da religiao - o homem que 6 e : -toc-onsciencia da antiia fi14ofia enquanto separada do homem 6
,‘;
/ sabe que 6 a identidade real (nao imagindria), absoluta, de todos ) uMO ObsfrIC Oi°Iern realidade. à homem 6 a autoconspienci
- a' -
S
‘ I ös prinéfpios e contradiOés, de todas as qualidades activas_e pas- l
4
sivas, espirituais_e sensfveis, politicas e s" .6ciaTi
- s
=- que sabe que o c tVegundo a linguagetn, o— nomejlomem é um nome particular
ser panteista, que os fil6sofos especulativos ou, antes, os tedlogos rnas, segundo a verdade, 6 o nomede todos os
-
nomes. Ao homem
s -
separavam do homem, e objectivavam num ser abstracto, na- sao devidos maltiplos predicados :Sejarogue for que o homem no:
meie ou exprima, exprime sempre a sua_orkariaTe ss encid:Plor f'S-o,
-
32
3
\k\-c9 v-4 33
1\
r„
a linguagem é o critério da elevação ou da baixeza do nível da cul-
tura da humanidade. O nome de Deus é apenas o nome daquilo que
' o homem considera o poder supremo, a essência suprema, isto é,
o sentimento supremo e o pensamento suprerdo u.V , 1
CO nome Homem significa\ ) m geral,Spenas o homem com as /
p_hoi erri.é„a essência fundamental dá Estado. O Estado é a f;,5
suas necessidades, sensações, opiniões — o homem enquanto
- pessoa, distinto do seu espírito e das suas qualidades públicas em totill.Wde- realizada, elaborada e expliatadrda essência humana.
geral — o homem distinto, por exemplo, do artista, do pensador, No Estado, as qualidades ou actividades do NP:1_0M
do escritor, do juiz, etc., como se a qualidade de pensador, de anis- lizarn-Se eniêátadOS» particulares; mas, na pessoa do chefe do
/ ta, de juiz, etc., não fosse uma propriedade característica e essen- Estado, são reconduzidas à identidade. O chefe do Estado deve 1
presentar todos os «estados»; diante dele, todos são igualmente V" I!
cial do homem; como se na arte, na ciência e assim por diante, o
homem estivesse fora de si. .2N filosofia especulaiivTilixou teorica- necessários e igualmente justificados. O chefe do Estado é o repre- 1
it
mente a separação do homem das qualidades essenciãfab
........_ homem
• „, 'e divinizou assim, enquanto essências independentes, qualidades
-
puramente abstractas ré-se, por exemplo, no Direito Natural de
sentante,do
- - homem uniyersárj
35
34
Sttas%
-
PRINCiPIOS DA FILOSOFIA DO FUTURO*
1843
1
1
. tarefa
..A dos tempos rnodernos foi a realizaçAo e a humaniza- "
tropologià.
_
.,- yko,de-- Deus a ,transformaçAo e a resoluçfto da teologid na an- ppto "
°1‘
, 2 ...., ,
1
0, rnodo religioso ou prcitico desta humartizaçäoo foi Protes- ,,, iiI
7 t f"
i
,
* Publicadoprirneiramentecomoescrito aut6nomona Sufça e corn o seguinteprólogo:
Estes princfpios contern a continua & e a ulterior fundamentaçäo das minhas Teses I
para a reforma cla filosofia votadas ao exliio pela arbitrariedade irrefreada da censura ale- 1
mä. Em conformidade corn o primeiro manuscrito, visavam set urn livro completo; mas,
quando encetei a redaccäo definitiva, apossou-se de mim — tido sei como — o espfrito da . ,I
,
r' - ' 1 ' VP ' 1
37
1
n
f
4" r
4 ', 4 ,,, , nn
r ',
,,
< .<9 ; 2, ,n
N ' . e,'"
3 5 )
, a
/ -
O Protestantismo, no entanto, negav , ' o Deus. em si ou Deus 'A essência da filosofia especulativa nada mais é do que a es-
t'
como Deus — pois só o Deus- em , si é ver adeiramente Deus —de sênciade Deus racionalizada, realizada e actualizada. A filosofia
um modo puramente prático; no plan teórico, deixava–o sub- especulativa é a teologia verdadeira, consequente ,racional.'''
istir. Ele é; mas não é só para o hõmení,, isto é 7 para o homem reli- ti ;QT.4,
,
gloso — que Deus é um ser ultramund ano, um ser que só algum
'" n dia se tomará objecto para o homem no céu. Mas o além da reli-
\‘
r4,-",' 2,.,)
\, ,gião é o._ lado_ de cá da filosofia; a inexistência de objecto para a pn-s 6
'menu constitui justamente o objecto d -diã-é-guria'al. ' , J
--''" i''
) I ; ' y '''' ,
I ." 19 L
Deus enquanto _Deus
_, — enquanto ser espiritttal ou abstracto,
! -- isto é, não hurn ano, não sensível, acessível e objectivo só para dl-a- 1.) '
t
/ nJ , n
1 i , ,n ,', J—e ' ?" - - ."`", '-'-‘
,,,,,,, j
.).': ,. ,,,, ,, (-', , ,'", ' " ---, c°1 .-..-' )
C ' A C,
'-i ,
,,,
,,---
I • . "
I ou para
, zão
,. a inteli gênciá, nada mais é do que a essência d a pró- ,-
i . vW . „5.
., priarazao,
_ a qual, porém, erepresengidg pela teologia comu 1¥ u sk\A'j,i,
A
4.-nr
pelo teísmo mediante a imaginação como um ser autóriO \MV:dife- vy'4
(A eiaboração e resolução racional ou teorética do Deus que pa- \' , , c reli-fé:distinto da razão. É pois uma necessidade , intemmajgrada,
•
_ „, . ...., –
,..r^‘,.) -q e se identifique finalrnente_
9)( , ra à religião é transcendente e inobjectivo,é
I
a filosofia especula- u com a razão ã essêndina razão f,p
• tiva. 1 'r'' , ,e 4 .
,P.
,, r)
» distinta da razão, por conseguinte, que se reconheça, . .... , realize e
e actualize o ser divino como a essência
„ da razão. Nesta necessida- ! ri,,,,0
), íde se. unda o .
' ti , grande significaslo
, histõrico pl a filosofia
, k, especula-
, , , ,-,,kr_o-sr..!
. . , .7. - - D '--ç,...`r.t ,
1' ' "(2 '' ' 'I '`
- 2
ci -r , ,. `}. ,>-2--,37 Ára -1-04,,,,1= s '
+
- n , ,35,-, n
;A prova de que o ser•divino é a essência da raz'ap_ou da inte- :Y
.," , ,,/ c (- ., ligênRia reside em qUe as dite-rminações ou propriedades de"Peusj
"`•j )( N, .
.
C, .. .." -,- 0-- , Q
• ..,.0 , ',- :.1.,,, n ' ' \ (7- -, tanto quanto naturalmente estas são racionaisou, espirituais —
V
r
f gião são determinações da sensibilidade ou da imaginação, mas
censura alemã e risquei de um modo bárbaro. Tudo o que esta censura indirecta deixou sub- 'L77 proPiedades da razão.
sistir reduz—se aos seguintes cadernos, que são poucos. , ,r- -&Deus e o ser tn auto; o 4- sem quaisquer limitaçõ es.» t• /
.--0 Dei—lhes o nome de «Princípios da Filosofia do Futuro» porque o tempo presente, em
Mas,
, geral, enquanto época de ilusões refinadas e de preconceitos de bruxa velha é incii5a2 de ca- • se lr' eus não~ tem on
fr as'ou-,
teit imites,,também
14 ' • a razão não tem
, piscar e ainda menos de apreciar, justamente em virtude da sua simplicidade, as verdades 1 Yquaisquer fronteira . e, p or exemplo, Deus é um ser que se ele- \\Y"
r / simples de que estes princípios são abstraídos. ç l.,: X" va por c * das fronteiras dasensib-ilida4, também a razão igual- •,r\s'
A filosofia do futuro tem a tarefa de reconduzir a filosofia do reino das «almas pena-
das» para reino das almas encarnadas, das almas vivas; de a fazer descer da beatitude de .,- (‘ .' mente o épuem não pode pensar nenhuma outra existência anão
um pensamento divino e sem necessidades para a miséria humana. Para esse fim de nada ser a sengvel, quem, pois, possui uma razão limitada pe1ai.en0 'I
mais precisa do que de um entendimento humano e de uma linguagem humana. Mas pen-
sar, falar e agir de modo puramente humano só está concedido às gerações futuras. Hoje,
ilidade, possui 4por isso mesmoitambém um Deus limitado p-ela r
n ainda não se trata de exibir o homem, mas de o tirar da lama em que mergulhou. O fruto deste
trabalho limpo e penoso são também estes princípios. A sua tarefa era deduzir da filosofia
- y
,
,, sensibilidadefA razão que pensa Deus como um-ser ilimitado-pen-
sa,..em Deus apenas na ..sua própriajlimitasg. O que para a razão
do absoluto, isto é, da teologia, a necessidade da filosofia do homem, isto é, da antropolO- /, o t. ser divino é também para ela o ser verdadeiramente racional—
gia e, mediante a crítica da filosofia divina, fundamentar a criticada filosofia humana. Pres-
supõem, pois, para a sua apreciação, um exacto conhecimento dos tempos modernos. isto é, a essência que corresponde perfeitamente à razão e por is-
As consequências destes princípios não se farão esperar. 1 so mesmo a satisfaz. Mas aquilo em que um ser se satisfaz nada
B ruckberg, 9 de Julho de 1843 ‘\ mais é do que a sua essência objectiva. Quem se compraz num poe-
,,_.
. --, 1 ..• 4- ;-,. AQ\-e :',\ , :tf, • ,• ''
38
n
• t
r ta é ele proprio uma natureza p de ne-
•
/ num fildsofo é ele prdprio uma odtica;
naturezae quem acha, complacencia f(Deus é o ser independente, autánomo,que naopreCiSa . 4
fagdo toma o bj
fi fk.„ e,por conseguinte, ex,iste a erS,
los6fica e s6 esta saris- nhumoutro ser para a sua fxistência srP
ectiva anas
suacoisas
natureza para ele e para o outro. Mas esta detenuinaçd° me- k
, a razdo
- «ndo se detdm s bartir de si e por si mesmo.» Mastaxnbem _
riefiniCa0
iiii ensfveis finitas . s6 se satisfaz taffsica abstracta s6 tern sentiao e rea_uuttu ,....,Lits., ,.....-..... ,...___
,1 ,. ier infinit& ---- por con seguinte, st5 neste
na a ssencia da razdo. _ _ .. ser é que se descorti- n
'ddessencia do entenclline to e enuncia apenas que Deus nte é
turnino.
ser
S“'
i
1 .- div
.... -1
Deus e,o,ser nesessário4Mas pensante e inteligente ou, inversamente, s6 o serpensa
,, , Corriefeito, s6 urn ser sensfvel precisa de outras coisas fora dele
no facto de que ele d urn ser radon&esta sua necessidade
,_, fimda-se
t ria,
ndo tem em si o funda e inteligente. _ para a sua existencia. Eu preciso de ar para respirar, de Agua para para
0 mundo, a ma-
sirn comO' d )d-lhe compl mento_do porque é que existe e é as- ver, de substdricias vegetais e animais , I
2ri 9 tow
en beta', de luz para 1
yjndiferente ser ou ndo ser, ser corner mas de nada preciso pelo menos imediatamente para pen- ' 1
1 assim—ou d outro modo*. tressupôe,
•caus pois, neces sar. E-me impossfvel pensar urn ser que respira sem ar, dm ser que
a urrioutro ser e, claro está, urn ser sarlamente como nte para Si o ser pensante.
1
p te
.5y
,
i
i s ra ae in
inteligente, autoconscien-
que age seguncio raz5es e fins. Pois se a este 044° ser se
teligencia surge de novo a questao pelo seu f .i i i„
y e sem luz, mas posso pensar isoladame
l Q_ser que respira refere-se necessariamente a urn ser a ele exterior;
4
i ta é ele p e)}1'
róprio uma natureza poética; e quem acha co p Deus é o ser independente autónomo que não precisa de ne-
num filósofoo é ele próprio uma n atureza f m lacência „.
fação toma ilosófica e só esta satis- nhunz outro ser para a sua existência e, por conseguinte, _existe a srP
a razão opâo bjectiva a sua natureza para ele e para o outro. Mas p artir de si e por si mesmo.» MasSambém esta determinaçãoyne-
se detém nas coisas s •• tiefirliCãO
___ _
____
no ser i nfinito» —por cons ensíveis, finitas; só se satisfaz tafísica abstracta i só tem sentido e re'cliluauu s.....iiii..., ,......— ....
to e enuncia apenas que Deus i um ,ser
, ,, na a., sência da razão. eguinte,só neste
• ser é que, se clescorti- d'aessência daentendirnen
s L, ) ,,,.-:-T- tp eus é o ser n . _ e , só o ser pensante é divino.
... ecessário Mas esta sua necessidade f pensante e inteligente ou, inversament
no facto de que ele é um ser racional e int , unda-se Com 'efeito, só Um ser sensível precisa de outras coisas fora dele
eligente. O mundo, a, ma- para a sua existência. Eu preciso de ar para respirar, de água para
téria, não têm em si o fundamenta& porque é que existe e -de luz para ver, de substâncias vegetais e animais para
sim como é ,)é-lhe completamen é as- , `
ehét,
C.,
5_,J.,--i------ , zindiferente ser ou não ser, ser ,bcomer; mas de nada preciso, pelo menos imediatamente, . para pen-
_ causa
assim um ou d outro modo*. tiektipõe, ., pois, necessariamente como ,
sar. E-me impossível pensar um ser que respira sem ar, itn ser que
iIt
‘14--
j ra ae in
te
ne
outro ser e, claro está, um ser
inteligente,
que age segundo razões e fins. Pois se a este outro ser
teligência
cessidade do surge
ser p de novo a questão pelo seii fiindament
, _
autoconscien-
se reti-
+
' Q,ser_que respira refere-se necessariame
- tem o seirseress'ericial, graças ao
nte para si o ser pensante.
vê sem luz, mas posso pensar isoladame nte a um ser a ele exterior;
qual é o queé, fofa.tle si; mas O
, . sei périsante' refere se a si mesmo, é o seu próprio objecto, tem a*
1 rimeiro e supremo fu
5 --
(4156§ to de que só o in nda-se, pois, no pressu-
=
$ , , só rio e ver telecto é o ser
supremo e prinzeiro, o ser sua essência em si mesmo, é o que é, graças a si própria-)
1 dadeiro] Assim como em geral as deter neces-
físicas ou onto minações meta-
r` teorógicas só têm verdade e r ,
reconduzem às de ç , n. ealidade quando se
l
ógicas, assim termina ões 9sicoló icas ou,
taitibéni
" nc .--„antig a.metaffsica ou on egiiiiTea ne ceãâ '
- idade do s 'el----divi- 7 \ N.‘
• ,,„
r toteologiaP só tem sentido e intelecto,
verdade e ealidade na determinação ,4).4
cca de Deus como ser
in sicológica ou an tropológi-
teligente. • ser n ecessário é Q ser que ne- , objecto'é,nfilosofia especulativasujeito;
4
que no teísmo é a
deessariamente se deve pensar - . psolutamente afi - da razão
O
o que além é essência unicamente p ensada e represefitád
nen wk5_,
hum•modo se pode ne• . r ou eli - nn,aro ser que - a
ser que a si mesmo se pens , .e, conminar; mas apenas como um é aqui a essência pensante da própria razão. , ,y
ara si Deus como um ser pessoal existin-
a razã prova e eanta a r 'nas seguinte, no ser necessário, Ns O teísta representa_p \j'r
' c
Ig 1
dade.
< us é o ser inco dicionado, u
a sua p rópria n ecessidade e reali-
g
n ' olhos de urn ser pens ante que vive num outro planeta ou cometa, , Parentesco exprime o mesmo que identidade; mas a ele est simul-
, se poem alguns parágrafos de uma dogmática crista, que tratam do taneamente associada a representagao sensfvel de que os seres
ser de Deus. Que concluiria um tal ser a partir desses paragrafos? aparentados sac) dois seres independentes, isto 6, sensfveis e exte-
1
. 0 ., `', ', Porventupx existencia de urn Deus, no sentido de dogmatica cris- riores urn ao outro na sua existencia. ir
I
• 4,.. , ta? Nao1C.onc1uiria apenas que existem seres pensantes na terra;
, descobriria nas clefinigOes que -os habitantes da terrkiao .._ do. seu
---- Deus.apenas definigOes da strapröpria essencia. Por exemplo, na /V
)t
k t
do seu proprio espfrit_olem suma, ori.luiria da essência e das pro- ' *,; \ t 5' . ) ,' n , , t
. \ ,,,,)
I
priedades do object° para a essência e a 's propriedades do sujeito, N 1
i
' UiP . -'
I e corn plena razao; pois, a distingao entre o -que o objecto 6 em si t 4•
A teologia ordinana taz do ponto de vista df homem o ponto
r -
mesmo e_o_que . . _ele -6 para o homem no se enquadra nesse objec,-/' - de vista de Dais; polo contrario,a, teologia 'e,s, pelZu lariTalaz do
. to. Essa distingao s6 é legftima no caso de um objecto que é dado'i f ponto de vistdde,Deus o ponto de _vista do homem, ou antes, do _
I .
de modo imediatarnente sensfvel e, por isso_mesmo, 6 também ensador. ,,,,----
dado a outros seres exteriores ao homem. A luz nao esta af unica- f Deus Tara a teologia cormum 6 objecto e sem drivida, como i
, mente para o.homem, afecta tamb6m os animais e igualmente as qtaaluer outro objecto,sensivel; mas, ao mesmo tempo, é para ela
, plantas e ainda as mat6rias inorganicas: 6 um ser universal. Para , sujeito e, claro esta, sujeito exactamente como o sujeito humano; / 5
experimatar o que é a luz, consideramos, pois, naö apenas as Deus produz coisas fora de si, tern relagOes consigo mesmo e corn C ') e
' impressOes e os efeitos daniesma em nos, mas também noutros os outros seres fora dele existentes. Ama e pensa-se a Si mesmo
I seres diferentes de nos. For
, ad . conseguinte,
. aqui esta necessária e e, simultaneamente, também os outros seres, em suma, o homem
objectivamente fundada isungao entre o-objecto em si mesmo faz dos seus pensamentos e ate dos seus afectos pensamentos e
co objecto ara nos , a saber, -entre o objectpja realidade e o objec- afectos de Deus; faz da sua essenc'a e do seu ponto de vista a es
to no nossó Pensameitto e representaçao. as Deus 6 apenas um sência e o ponto de via de Deus. a(a-,leologia . especulativa
.. — - vi-
\ objecto do homenIps animais e as estre as glorificaniDéus so na ra tudo ao conträri a teologia ordindna, Deus 6, -pors, uma o -
interpretagilo do-Womem. kpois, inerente a essência do pröprio tradkclo consigo e m3-;-11,eve gefurn ser não humano, um ser su-
- -
42 43
(\, .
_
, \ri. PI);
\ pra-humano; no entanto, éem verdadeium‘er humano segundo \,-,5‘
tf- 9
tOdas -as-siiaâ 'éle-termina-Oés. N,,,a„ teologia/ ou filosofia especubti,
-
v, vas, pêlo doritrário; Deus é uma contradição com o homem: deve,
epf .
a essência dollopiem — pelomenos, da razão — eno entan-
\1 i ' , tb-rira"-Vertradrum ser nãolumano um ser supra-humano, isto Eprdades
. -
s
oprtedade,s24predicaclo essenciais do ser divino sãos , ‘,
ou predicados essenciais da fi
loso ia
f especulativa , 1'
j
-- i é, abstract . a teologia ordinária, o Deus supra:Ui-Mino é so- / proprie ç'-' t
,
,-, nielite um or de retórica edificante, uma representação, um
brinquedo da fantasia; na filospfia pecjilativa, pelo contrário, é
verdade e coisa terrivelmente séria. A contradição violenta com 10
que deparou a filosofia especulativa deve-se apenas ao facto de • 'd-
ela ter feito dn-e-u.s q- ue, noe
t ísiiià, é apenas um ser ..___
da fantasia, , , çls:„.,1
um ser longínquo, indeterminadb-e-nebuloso, um ser presente e de- e;
terminado, e ter assim destruído o encantamento ilusório que um C (:,," Deus é espírito puro, sçr puro, Pura actividade — actus purus
t — sem paixões, sem determinações a partir de fora, sem sensibi- ••it. c._ - : 1
ser longínquo possui na bruma azulada da representação. Os teís- é este espírito puro, 7. ` i°
tas, pois, irritaram-se, porque a lógica, segundo Hegel, é a repre- lidade, sem matéria., ,A filosofia especulativa
-- pura actividade, realizada
esta C01116 à
--
CU de pensar— o ser abso- ••
sentação de Deus na sua essência eterna, premundana, e porque
-
Jata, no --éhlMt-ó--, exem-plo na dbuírina da quantidade, da luto,como pensamento absoluto.
grandeza extensiva e intensiva das fracções, das potências, das re- '-' !Assim como outrora a abstracção de todo o sensível e material
- -Undição necessária RieOlogia, assimela foi também a Con- )\.)•(,V
, rofã C ---% - , •\ _r.,
lações de medida, etc. Como, clamaram eles horrorizados, é que -, dição necessailá da filosofia especulativVsó com a difereriça de ty\NY'r,
este Deus pode ser o nosso Deus? E, contudo, o que é Ele senão - O •)"'
apenas o Deus do teísmo tirado da névoa da representação inde- ' t q-lie a abstracção da teologia, por ter apresentado o seu objecto, N J
t embora obtido por abstracção, sob a forma de um ser sensível, era
terminada para a luz do pensamento determinante, o Deus do teís-
mo tomado, por assim dizer, à letra, que tudo criou e ordenou com , uma abstracção por assim dizer sensível, ao passo que a abstrac-
fão da filosofia especulativa é uma abstracção espiritual e pen - „
medida, número e peso? Se Deus tudo ordenou e criou com núme- "da, e só tem um significado científico ou teorético, não prático 0 , •
ro e medida, portanto, a medida e O Miner-o -anies-de -Sê rariarem
- -- , omeço da filosofia cartesiana a abstracção da sensibilidade/ a /
iia s coiããs extradivinas já estavam contidas e ainda hoje o estão no
entendimento e, por conseguinte, na essência de Deus — entre o tatéria é o começo da filosofia especulativa moderna.) —
Mas Dies-
ti artes e Leibniz consideravam esta abstracção apenattomo ua
entendimento de Deus e a sua essência não há, pois, diferença al- ) ,
condição subjectiva para conhecer o ser divino imaterial; e- 1
guma — não pertencerá também a matemática aos mistérios da presentavam para si a imaterialidade de Deus como uma
teologia? Sem dúvida, a aparência de um ser na imaginação e na ra c ç ão e do pensamento;
representação é inteiramente diferente da que tem na verdade e na priedade objectiva, independente
colocavam-se ainda do ponto de vista do teísmo, faziam do ser
realidade; não admira que os que se determinam apenas pelo ex-
terior, pela aparência, tomem o único e mesmo ser como dois se- • imaterial apenas objecto e não sujeito, não o princípio activo, nem
- da própria fif6s6fidrsein'dúvid a, também em Des•,-
res inteiramente diferentes. • , éisência real
•à -
filosofia; mas só enquan-
cartes e em Leibniz é Deus o princiiii•16cIa
-r -
to objecto distinto dó pensamento - por isso, só o princípio em 4
0 . ,,, ,d.o de toda a sensibilidade e matenandad p° r conseguinte, para ,, espOI,O todas as_coisgs da sna sensibilidade, as transformg em
sla, — g ---
le, s coisa gimateriais so puros seres inteligfveis, puros pensa- — em coisas im agiri nO s , qiie nao se conta-
t- -
Vi m eniiii,rTh 1 -1
p ra- een o ---
existe,-em 'gera
' . ,, mat6na' al guma,
---- -pois
' basera-se apenas em representagoes o scuras, isto j , sensfvers
-- ' esta
- ----
foi_ seres
_- inieligiveis,
tuina Coiii algo de estranho e apenas se ocupa de Si mesmo enquan-
to ser dos seres'.'‘,
No entanto, em Leibriiz, o homem também já tern em si Ulna blia ,
pdrgao de idealismo — como seria possfvel representar para Si urn ,
ser imaterial sem uma faculdade imaterial e, por conseguinte, sem
ter representagOes imateriais? — porque, além dos sentidos e da .....-- t ll-,..,. - r"
i maginagao, ele possui entendimento e o entendimento 6 justa- „.,--- -
' f
mento do hornem no 6 perfeitamente puro, no 6 puro quanto A / Deus 6 um.ser pensante; mas os objectos que ele pensa e em si */
f
i mensidade e infinidade como o entendimento ou o ser divino. 0 conCebe nao sao, trE6E6o seiiEleiffirerifoTdistintos do ieu ser; Q -
homem, respectivamcnte este homem, Leibniz, 6 pois urn idealis- potisso,-grensar as coisas, apenas a si mesmo se pen,sa, p`67Cön-
, ta parcial,42iiiigack-b sd-Deus 6 urn idealista integral, s6 Deus o ) . .n
seguintepenanece
N
„em unidade icnterrupta consigo mesmo.
,
«Obi° perfeito», como expressamente Moll o chamou; isto 6, Mas esta uriidade do pensante e do 0peItsaclo
f
6 o segredo do pensa-
..,...........0
. Deus' 6 a ideia do idealismo acabado e levado ate ao fim do seu .. mento elspeculativo i
princfpio especffico, a ideia do idealismo absoluto da futura filo- , ---- i,s,6sim, p-Or-e-iemilo,_ na logica hegeliana, os objectos . _do...., pen- N
. sofia especnlativa. Corn efeito, o que 6 o entendimento, o que 6 a , sans 1 sao tlifefentes da - g
F eTiCia do pensar. 0 pensar está raqui, -
,- 0, ,
essencia de Deus em geral? Nada mais do que o entendimento e a riu a unithide ininterrupta consigo the'S 9s setts objectos são ..... l
. essencia do homem separadas das determinag6es que, sejam elas apenas determinagpesdo_pensar, mergulham puramente no pen- rei sTh-/ \
1 -
reais ou ima indrias, constituem, num momento dado, os limites sarrento;n0a- f6m para si que permanega fora do peniarj Mas o
'I t' do homem. u m no tern o entendimentocortaclo do,s sentidos e que se passa corn a essencia. da. lógica verifica-se tambéni , ciinia /it,
1
no conside s sentidos c6M-6-1iiiiifac-Oes tambem nao rePresen- . . essencia de Deus. Deus ----- 6 um ser espiritual e abstracto; mas 6 ao
t
ta. para Si comb 6enteiidi alieTefado e verdadeiro o enten- mesmo tempo o s e EC 1 OS s e re -s ,--qatie- -en-g to bTe m si todos os-Seii-s e,
, dimento privado dos sentidos. Mas o que é a ideia de uma coisa a claro, na unidide corn esta sua essencia abstracta ..
as o que sao
.
nao ser a sua essencia purificada das limitogpes e obscuridades em , os seres identicos a urn ser abstracto e spiritual?
r, , m si mesmos,
, que incorre na realidade efectiv a„tonde se-e,ncontra em relagao corn ! apenas seres abstractos — pensamentos -, s coisas tal como sao
t
irlas outras coisas? Assim, segundalLeibnizio limite do entendimen- em Deus nao sao como sao fora de Deus; pelo contrário, sao tao
to humano reside em ele estar afecibma-o materialisrno, isto 6, a re- diversas das coisas reais como as coisas, enquanto objecto da 16-
presentagOes obscuras; por seu tumo; as representagOes obscuras gica, se distinguem das coisas enquanto objecto da intuigao real.
surgem apenas em virtude de o ser humano se encontrar em rela- A que se reduz, pois, a diferenga entre o pensar divino e. o_pensar
gao corn os outros seres, corn o mundo em ger 'il)Mas semelhan- metaffsico? Apenas a uma diferenga de rin-aginagao, à diferenga
te conexao nao pertence a essencia do entendimento; estd, antes, entre o pensar apenas representado e o pensar real. /
em contradigao corn o mesmo, pois em si mesmo, isto 6, na ideia,
ele é urn ser imaterial, isto 6, existe para si mesmo, urn ser isola-
do. E esta ideia, portanto, este entendimento purificado de todas
as representag6es materialistas, C justamente o entendimento di-
dt.
46 47
F. ////
/
0;4, culativa a partir do conceito. o teísmo, o mundO é um produto •mesmo tempo observar as diferenças que existem entre os cumes
.....- 1 os abismos da Lua e as diferenças que existem entre as inúmeras
e
(4- P temporal de Den'S —nmun o existe desde há alguns milhares . de .
anos e, antes de ele ser gerado, Deus existi a;pel,ocontrário na teo- amonitas e terebrátulas?Màs o que o homem isolado não sabe nem
eço ogia especulativa, o mundo ou a nãtureia existe depois de Deus, pode sabem-no e podem os homens em ,conjuntoi Assim, o saber
ó segiiiidd -a-ordem, segundo a importância: o acidente pressupõe divino que conhece ao mesmo tempo todas as singularidades tern-
, ..- a substância, a natureza pressupõe a lógica; segundo o conceito, a sua realidade no saber da espécie.
4
• as não segundo a existência sensível, por conseguinte, não se- i \ O que se passa airirreinnistiênci a divina passa-se também i
Nr : ' - " guIdo
I
N o tempo. --- -- com a omnipresença divina, que também se realizou no homem.
7 o entanto,ÇO teísmotzansfere para Deus não só o saber espe- Enquanto uri-Ude -terminado homem observa o que ocorre na Lua ou
j'cãlativo, mas também o ' aber-i e nsível e empírico-e:c-rã:o et-na em Urano, outro observa Vénus ou as vísceras da lagarta, ou
/ sua mais elevada realização -Mas assim como b saber premUnda- qualquer outro lugar onde, até então, sob o domínio do Deus- om-
k, no, pré--objectual de Deus encontrou a sua realizaço; a Sua ver- nisciente,e ‘ omnipresente,nenhum olhar humano penetrara. Sim,
' 'dade e realidade no saber a priori da filosofia 'especulativa, assim - enquanto o homem observa estã-eStrelã..aõ -ponto de vista da Eu-
/também o saber sensível de Deus encontrou ksma realização, a sua ropa, observa simultaneamente a mesma estrela do ponto de vis-
/ verdade e a sua realidade nasVências empírifbs _ _ da época moder-
ta da América. O que é absolutamente impossível a um homem só,
' na., O saber sensível mais perfeito e„-portanto, divino, nãda mais e. possivei
. . . . mas
a acus.
,_ mus
. . _ esta ao mesmo tempo em r000s, e em
é do que o saber plenamente sensível, o saber dos mais infímos todos os lugares, omnisciência e omnipresença só existe na repre-
pormenores e das particularidades menos perceptíveis — «Deus sentação, na imaginação e, por conseguinte, não deve passar-se x,RE-1
0.,a
é Omnisciente», diz-:-TorriáS -
de Aquirio', -kTorque conhece as ) ‘1 por altO, a importante distinção
_ .. , já yárlas vezes mencionada entre V '
1 - 1
mínimas coisas» — o s ber-que não abarca indistintamente, num a coisa à penas iamginada e a coisa real. Na imaginação pOdein, ) \- e c'
tufo, os cabelos da cabeça de um homem, mas os conta e os conhe- . sem duvida, abarcar-se com um só olhar Os 4059 músculos de uma
ce a todos um a um. Mas este. saber divino que, na teologia, é ape- lagarta, mas na realidade em que eles existem numa exteriorida-
, .
\ ..-
fkã .. , , . L , N 48 I , • .71
49
, r -
de recfproca s6 podem ver-se urn ap6s o outro. Assim também urn entao, o ser absoluto senao o ser ague nada_se pressupbe, a que ne-
indivfduo limitado pode representar para Si, na sua imaginagao, o -,nhuina coisa 6 dada e ne-Cessária fora dele, o _ser
_ aEstrafdo de todos
ambito do saber humano como limitado; mas se quisesse real- os objectos, de todas as coisas-sensfveis dele distintas -elnsepa-
mente apropriar-se desse saber, j am ais chegaria alguma vez a um , ravel PPor conseguinte, o ser que o homem pode tomar como
ternno do mesmo. Tomemos como exemplo uma s6 ciencia, a His- objectt5 s6 mediante a abstracgao destas mesmas coisas? Se que-
thria, e decomponhamos pelo pensamento a hist6ria mundial na res chegar a Deus deves libertar-te a ti mesmo de tudo aquilo de
hist6ria dos pafses particulares, esta na hist6ria de cada provfncia que Deus 6 livre e, por isso, s61 te libertas reahnente quando para
e, por seu tumo, esta nas cr6nicas das cidades e as cr6nicas das ti o representas. Se, portant°, pensas em Deus como num ser sem
cidades nas historias das famflias, nas biografias. Como 6 que al- ' a pressuposigao de qualquer outro ser ou objecto, entao pensas em
guma vez urn hornem singular chegaria ao ponto em que pudesse ti mesmo m a pressuposigao de urn object° exterior;_a proprieda-
_.
clamar: eis-me aqui no termo do saber histörico da humanidade! delque tranSferes P-ara Deus 6 uma propriedade do teu pensamen-
Assim também o tempo da nossa vida, tanto o passado como o to. SO que, no homem, 6 agir o que em Deus 6 ser ou o que, como
futuro possfvel, por mais que pudessemos prolongar este, nos c ' tal, 6 representado tor conseguinte,'o que Co Eu de Fichte que diz
aparece, a luz da imaginagao, extraordinariamente curto e 6 por is- . «sou simplesmente porque sou» —, -(5que 6 o Plensamento puro
so que, nos momentos de tal imaginagao, nos sentimos forgados a ' sem pressupostos de Hegel sena° o ser divino da aritigallebldgia
completar esta brevidade evanescente aos olhos da nossa imagi- eLmetaftsfca transformado em essencidaall, ach y- a e pensante
nagao por uma vida imensa e sem fim ap6s a morte. Mas como o homemT
pode ser longo, na realidade, um s6 dia e ate uma s6 hora! Donde
provem esta diferenga? Nasce do facto de o tempo da represen-
tagao ser o tempo vazio, portant°, nada entre o ponto inicial e o
ponto final do nosso cálculo; mas o tempo da vida real 6 o tempo 14
cheio, onde montanhas da dificuldade de toda a espécie separam
o agora do instante seguinte.
; Como realizagao de Deus, a filosofia especulativa simulta-
neamente„ aposição ,e a supt:Osao t--ou negg gqg .
_ ae Deus , simultanea- ‘.1\
52 53
r
15 ; realista, materialista* .....,, Porisso, Espinosa acertou no prego corn a
d, j. ' ISua proposiçao paradoxal: Deus 6 urn serextenso, isto 6, material.
Encontrou, pelo menos para a sua época, a verdadeira expresso
f , filos6fica da tendência materialista dos tempos modemos; legiti-
( Q pantefsmn6 o ateismo teológico, o materialism° teológico,
a negagao da teologla, ,Inas apenas do ponto de vista da teologia; , inou-a e sancionou-a:„. ° práprio peus,Crnaterialisfal . A filosofia
pois faz da mat na, da negacäo de Deus, urn predicado ou atribu- . de Espinosa era uma religiao; ele pr6prio era uma 'Yds' onalidade.
_ - fl q-
ete, como em iniimeros outros, o materialismo nao entrava em
to do ser &vino. Mas quern faz da iptria urn atributo de Deus
declara que a mat6ria é urn ser divino.JA realizagclo de Deus tern , contr diçao
q corn a representaçao de urn Deus imaterial, antimate-
e ,`• riali st ' ue consequentemente, trariSTOr rna em dever do homem
em geral como prgssuposto a divind , isto 6, averdade e a essen- - 'simples
-tendencias e ocupagies antimaterialistas e celes-
c cialidade do real. Mas a divinização do real e do que existe mate- aS Silas \j.
f, rialmente—o matlifffismo, o empirismo, o realism°, o humanis- tes; Fois Deus nada,rnais &doque o arquétlpoe aideatclohomem:
e ser como e o que Deus 6, eis o que o homem deve, eis o que o
mo — a negag (to da teologia e a ess encia dos tempos modemos. homem quer ser ou, pelo menos, espera vir a ser urn dia. Mas o ca-
er
. L. dr isso, q_RariteSsmo nada mais é do que a essencia dos tempos theter, a verdade e a religiao s6 existem onde a leoria no 6 nega-
kr4 Modernos elevada a essencia divina, a um principio filosofico-re- da pela pratica, nem a praxis pela teoriaspinosa 6 o Moisés dos
, ligiosn livres pensadores e materialistas mO-dernos.
ftempirismo
. ou realismo pelos quais se entende aqui em ge-
iral as ciências chamadas concrctas, sobretudo as crências ariatu,.
reza, nega a teologia, nao teoricamente, mas deniodo prcitico
t
pela acgdo; corn efeito, o realista faz da negaçao de Deus ou, pelo 16
1-rnenos, daquilo qüe ncio é Deus, a ocupagao essencial da sua vida,
, o objecto essencial da sua actividade. Aas quem concentra o ‘N.1
espfrito e o coraçao apenas no material, no sensfvel, nega efecti- d 0 panteismo 6 a negag 'do dkteologikteor g. tica, o empirismoa
t vamente ao supra-sensfvel a sua realidade; corn efeito, para o ho- nega0o da teologia_ prcitica — o pantefsmo nega o principio, e o
—
1 mem pelo Tnenos, s6 6 real aqt ii1O—qiie 6 urn object° da actividade ernpirismo, as consequências dkteológia.
real e efectiva. «0 que no sei no me- a-quede-A3lzer que nada se pantefsmo faz de Deus um Ser actual e material; o empiris-
pode saber do supra-sensfvel é apenas um—slibterfelgio. S6 nao se mo, a qifftailibai perfeiic–eVriCialTsiii6,1ild615eus urn Ser au-
sabe mais de Deus e das coisas divinas sea seu proposito nada mais sente, longfnquo, irreal e negativo. i ,b;e7riginismo,negkaDsals,„nao
-
se quer saber. Quantas coisas se sabiam de Deus, quantas do Dia- kexistência, mas todas as_determinag Oes positivasporque o seu
bo e quantas dos Anjos, quando estes seres supra-sensfveis eram conteeldo 6 aperiaSiiiiicontedfo_finito, empfrico , e, por consequen-
ainda objecto de uma fé efectiva! Se ha interesse por uma coisa, cia, Oinfinito nao C nerihum objecto para o homem. Quanto mais ti/
ha também para ela aptiao. Os mfsticos e escoldsticos da Idade deterrninaçOes nego a urn ser, tanto mais o ponho fora de uma re-
r\;, Media nao tinham nenhuma aptidao e habilidade para a ciencia Ina° comigo, tanto menos poder e irifluência lhe concedo sobre
natural porque nao tinham qualquer intetesse pelknatureza. On- mim, tanto mais livre me tomo a seu respeito. Quanto mais qua-
de no falta o sentido também no estao ausentes os sentidos, os lidades tenho tanto rnais existo também para os outros, tanto major
Orgaos. 0 que é acessfvel ao_coraçao também nao 6 nenhum segre- 6, igualmente, o ambito das minhas acOes e da minha influência:-J
do para o entendimento. A humanidade, nos tempos modemos, E quanto mais urn ser existe mais coisas também dele se sabem.
perdeu os örgaos para o mundo supra-sensfvel e os seus mist6rios
unicamente porque, corn a f6 neles, tainbém para eles perdeu o
sentido; porque a sua tendênci a essencial é uma tendênci a anticris- ' As diferenças entre materialismo, empirismo, realismo e humanismo
ta, antiteologica, ist° 6, uma tendência antropol6gica, cOsmica, naturalmente, indiferentes no presente escrito.
54 55
, ,\ Toda a negação de uma propriedade de Deus é pois um ateísmo 17
de I . parcial, uma esfera da irreligiosidadekS ,è a Deus
_- fetiro a proprie-
ind 1 dade, retiro-lhe igualmente o ser. Se, por e-kemplo, a simpatia e a
arn Misericórdia não são propriedades de Deus, então estou só para A elevação da matéria a uma essencialidade divina é imedia-
me mim
'I 1
na minha dor --- Deus não está aí como meu consolador. Se tanrefift CadrrieSrnd teMpo'a eleva-0o da razão a uma essenciali-
ter Deus da -negação de todo ofinito, então o finito é também, logi- dade divina. O que O teísta por necessidade anímica, por aspiração
tór
i -caiiiente, a ne-gação de Deus. \) Só se Deuspenswerin'irilm --
- assim a uma beatitude ilimitada por meio da imaginação, recusa a Deus,
his conclui o religioso — é que tenho também fundamento e motivo afirma-o o panteísta de Deus, por necessidade racional. A matéria 1 '''
e, k para nele pensar; apenas no seu ser-para-mim reside o fundamen- é um objecto essencial para a razão. Se não existisse matéria-anu- 'i
to do meu ser-para-ele. Por_conseguintç, para o er q PirisinP, o ser ma, a razão não teria qualquer estímulo-e material para pensar, não
teológico já não existe,rià verdade, isto é, nada é de re-aí;-e-lè-,--
guN
'NI porém, não transfere este não-ser para o objecto, mas unicamen-
teria conteúdo
_. , algum. Mo-----__. .... _ eliminar a matériaAerp eli-
é possível
c1 ç Minar a razão; não se pode ree -onhece r a matéria sem reconhecer
te para si, para o seu saber.(Não recusa o ser a Deus, isto é, o ser -
a ra zã o ; os rnatgialistas são racionalistas. Mas o panteísmo só in-
fu i morto, indiferente; mas recusa-lhe o ser que se demonstra como directamente afirma a razão como uma essencialidade divina —
ar , ser, o ser activo, perceptível; que interfere na vida. Afirma Deus, ao transformar o ser da imaginação, que é o ser pessoal de Deus
sc mas nega todas as consequências que estão necessariamente liga- no teísmo, num objecto racional e num ser-da-tazão', a -a- p-Oied-sse- di-
CC
u
das a esta afirmaçãoRejeita a teologia, abandona-a; não, porém,
por razões teóricas:Mas por aversão, por repugnância perante os
objectos da teologia, isto é, por um sentimento obscuro da sua
irrealidade. A teologia é nada, pensa para si o empirista; mas acres-
/ centa: para mim -, -i-à-tR-, -o-seu juízo-é_ um juízo subjectivo,
5,,.-
.
recta da razão do idealismo. O panteísmo leva necessariamente ao
idealismo. O idealismo está para o panteísmo, tal como este está
. -
-ai a 7:3 teísmo. , r,
Tal objecto, tal sujeito/Segundo Descartes, a essência das coi-
s corpóreas, o , corpo como substância,r3 objecto não dos sen- •
P com efeito, não tem iliberdade, e também não -o_ Prazer e a tidos, mas apenas elo" entendiméntó; Justamente por isso, não são
é vocação de trazer os objectos da-teologia diante do tribunal da lu- támbein-os sentidOs, mas - o entendiment , segundo 139ssagte,,,s, a
o, zão. Eis a vocação da filosofia er conseguinte, a tarefa da filoso- essência do sujeito perceptivo do homem) Só a essncia é dada
‘, Lfla moderna consistiu apenas em elevar o juízopatológic-o-db-em- como objecto à essência. A opinião, segundo Platão, tem apenas
) pirismo nada ter aver com a teologia a um juízo teórico e objec- como objecto as coisas inconsistentes, e por isso é ela própria o sa-
tivo u-v-- de transformar a negação indirecta, inconsciente e negati- ber mutável e variável -- precisamente apenas opinião. A essên-
va da teologia, em negação directa, positiva, consciente. Como é, cia da música é para o músico a essência suprema — portanto, o
i pois, ridículo querer reprimir o «ateísmo» da filosofia sem ao mes- OiiVid"O-c-driífitiii O --órgão supremo; ele prefere perder antes os ,
mo tempo reprimir o empirismo da empiria! Como é ridículo per- offlos-do que os ouviclos;Pelo contrário, o naturalista prefere antes
seguir a negação teórica do Cristianismo e, no entanto, deixar ao perder-os ouvidos do que os olhos, porque a sua essêndfrObjecti-
mesmo tempo subsistir as negações práticas do Cristianismo, que va é a luz. Se divinizo o som, divinizo ouvido. Se, pois, digo como
pululam nos tempos modernos! Como é ridículo imaginar que, o panteísta; a divindade, ou, o que é a mesma coisa, o- ser absolu-
com a consciência, isto é, o sintoma do mal, também se suprimiu to', a verdade e a realidade absolutas, são objecto apenas para a ra-
ao mesmo tempo a causa do mal! Sim, como é ridículo! E, no en- zão, unicamente da razão, então delcaro que Deus é urna coisa ou
tanto, como é rica, em tais ridicularias, a História! Repetem-se em um ser racionais e expresso assim indirectamente apenas a verda-
todas as épocas críticas. Não admira; no passado, acha-se tudc de e a realidade absolutas da razão. É, pois, necessário que a razão
bom, reconhece-se a necessidade das mudanças e revoluçõe tetorne a si mesma, invirta este auto-reconhecimento invertido, se
ocorridas; mas, perante a aplicação ao caso presente, resiste-s proclame directamente como a verdade absoluta e se transforme
sempre com as mãos e os pés; por miopia e preguiça, faz-se do pre ,
le imediato, sem a interposição de um objecto em seu próprio
sente uma excepção à regra. objecto, como verdade absoluta. O panteísta diz o mesmo que o
•
56 57
,
,
, t
de n , 1 I sa intt)igao, do noss° entendimento (Kant). «A natureza é dedu- i
1 idealista, s6 que aquele diz de modo objectivo ou realista o que es-
indi: Si te afirma subjectiva ou idealisticamente. 0 segundo tem , o seu izida das leis da possibilidade da experiência em gerab> «0
all
* , ' , * idealismo no objecto — fora da substancia; for4de Deus, nada entendimento nao _ tira as suas leis (a priori) da natureza, mas pres- ,
merl
' . ,existe, todas as coisas sao apenas determinaOts de Deu a pri- creve-lhas.» 0 idealismo kantiano, onde as coisas se regulam pe-
tern ,. meiro tern o seu pantelsmo no eu — fora do -eu-nada lid,10das as ' Jo entendimento e nao o eritendiinerito pelas _ coisas, nadimais 6,
Wit ,ii , coisas sao apenas _ como objectos do eu. No entanto, o idealismo é y pots, do que a realizagao da representagao teologica do entendi-
hist( a verdade do panteismo; corn efeito, Deus-ou a subst a p_e-, mento divino, o qual npo é determinado pelas coisas mas, pelo
-
e, pi ' nas o objecto da raid°, do eu, do ser penian tES Criao crew em e 1 contrario, as determina4Como 6 pois insensato aceitar o idealism°
cida ' -rad-fens& eMiefarrianhum Deus, nao possuo Deus algum; Ele é 'i no céu, isto 6, o ide gismo da imaginagao, como uma verdade
IT ‘
P li para mim apenas por meio de mim, para a razao unicamente divina e rejeitar o idealismo da terra, isto é, o idealism° da razao,
clan' \'' através da razao; —0 apriori, o serprimeiro, 6, pois,nao o serpen- como urn erro humano! Negais o idealismo? Entao negai também
Ass c sado, mas o serpensante,ndo o objecto,mas o sujeito. Assim como Deus! Deus d somente o criador do idealism°. Se nao quereis as ,/
futu a ciência da natureza foi da luz para o olho, assim também neces- conseqUencias; nad queirais tainbérn o princfpio! 0 idealism0%
apai , sariamente a filosofia se virou dos objectos do pensamento para o '
nada é a nao ser o tefsmo racional ou racionalizado. - Mas o idea-
s° q eu penso. Que 6 a luz, enquanto ser lluminante, darifieante, en- listn0 kahtiarid d'airidrurn iclealisindfiilid0=o idealism° no
corr quanto objecto da 6ptica, sem o olho? Nada. E a ciencia da natu- ' ponto de vista do empirismo. Para o empirismo, Deus, segundo o
nag; ; reza nao vai mais longe. Mas — pergunta agora a filosofia— que esbogo acima fomecido, é ainda apenas urn ser na representagao,
pod 6 o olho sem conscienciar
Igualmente
nada -- ver sem consct en- na teoria — teoria no sentido corrente, no sentido mau — enao urn
--
pro l . Vid-Ou nab ver 6 a me rim coisa, SO a consciência dd ver Ca reali- - s ér na realidade e na verdade; é uma coisa em si, mas já nao 6 uma
g
tag dade do ver, ou a visaO real. Mas porque 6 que crês que existe algo il coisapara o empirlsmo; corn efeito, as coisas sao para ele aEienas
pon j y es, ouves, sentes algum a coisa. Poi consegurni as coisis-empfricas, reais. A matéria 6 a tinicarifatéria- -
fora de tin Orque , cro Seu
—13'e-ri-
che ' ' te, este alguma coisa s6 é algo de real, urn object° real genquanto , knento—porconseguinte, janao tem material algüiiiiaragèus; i,„! = i t , 7.
o '()eus existe,
object° daconsciencia—por conseguinte, a conscAenciamas _a_abso- \ 6 para nós uma tabula rasa, urn ser vazio, urn s
- =-
luta realidade-ou efectividade, a medida de toda a existêxia. ... 'F ii i Simples pensamento. Deus — Deus tal como o representamos e
•) , • i do o que existe s6 existe como existente para a consciência, como ! pensamos — é o nosso eu, o nosso entendimento, o nosso ser; mas
conscierite; &Om efeitd, ser 6 primeiramente consciencia.Ytssirn se \ este Deus 6 apenas um fenomeno de nós Rarqn6s, net° Deus em -sr i
realiza no idealism° a essência da teologia; no eu, na êfinsciência, Kant , 6 o idealism°
. .., ainda enredado ndtpfsmoi. , Muitas vezes, Tar
Dens. Sem Deus nada cde se r , nada pode pensar- , 'Inuit° que, na pratica, nos libertámos de uma coisa, de uma dou-
Sa essencia de , P
— ideafis 0 isto significa: tudO e20ste s6 como tnna, de uma ideia, mas nao estamos ainda livres dela na cabega;
\ • , se;IF sentidd do tt2 , , , ----,
r f ,, k
onioiab-jead, rar6r178ssivel;ta-consci Wser signifiCa. ser ., ela ja nao é nenhuma verdade no nosso ser — talvez nunca o te-
, ( ,: - , -
N , i ,ipec s' - ' . ' °,- objetto7portöriagUinte, pressupps, a cOndiêncial AS coisas e o nha sido — mas é ainda uma verdade te6rica, isto 6, urn limite da
con Z -
- .- ., i , . . .11.uridtafri keral sao uma obra, urn produto do ser absoluto, de nossa cabega. Porque toma as coisas corn a maxima profundeza,
pro, t,
k
iDeus
,
-
, mas este ser absoluto 6 urn eu, um serrte consciente pensante a cabega é também a Ultima a libertar-se. A liberdade te6rica 6, pe-
trail ; • — por conseguinte, o mundo, corn° Desca s magnificamente lo menos em muitas coisas, a Oltima das liberdades. Quantos nao
sao re ublican
' fo rt ., . (asSe`re 'a partir do pont° de vista do tefsmo i 6 urn ens rationis divi- P os de coragao, de disposicao anfmtea, mas na ca_
-mai . . ride, urn ser de raztio, uma quimera de Deli
-
s) Mas este ser de razao bega nao conseguem ir além da monarquia; o seu coragao republi-
, t
, filo é no tefsmo, na teologia, também s6 uma vala representagao ea- cano naufraga nas objecgOes e dificuldades que o entendimento
t.
, de t
. r . r. ,4, rz i emos, pois, esta representaçao, executemos, por assim -
, , ,0 praticamente o que no tefsmo 6 apenas teona, e t emos era ° Op un_ t ,,Kants_e_alizu
..
izer, suscita. Assim, pois, acontece também co corno tefsmo de Kant. ,
. dist •
, ' ,'. cg
o enegou. a teOloglana moral, o ser divino na Vonta-
, abs I.t. .do como produto do eu (Fichte) ou — pet°, menos, tal cOmo nosr_cii. o. niia,dvoocntiua ede_c_oézi peac_raril a_eKansti, mo_se r yoer
es m . d a irrei,o adj
vin
-
iicriad,p0
0,liee-enedi
fe ti
da I , ! ,,,,, \ , .
z , aparRComo o irifurMos — como uma obra ou produto da nOs- . Kant
.
i
58 59
.
,
..
,
k
,i4 •: '
i' Á, ,
vamente_os predicados da divindade para a vontade; por con- 1;evestisse a natureza do ser divino e abstracto. Os sentidos i, diz
ii -
segliiiire , o seu teísmo tem ainda só o significado lie um limite Descartes,
, . não fornecem nenhuma realidade ver deira, nenhuma
teórico. O Kant liberto do limite do teísmo é Fiate — o «Messias essencia,
. nenhuma certeza — só o entendimento separado dos
fi , sentidos proporciona a verdade. Donde promana esta cisão entre
da razão especulativa». Fichte do idealismo kantiano, mas do--pon-
4 o entendimento e os sentidos? Deriva apenas da teologia. Deus
.; to de vista do idealismo. Segundo Fichte, só do ponto de vista em- ,; ;não é um ser sensível, é antes a negação de todas ---
ti f, píneo é que existe um Deus distinto de nós, existente fora de nós; a ;,sa „ as determiriãOes -
h mas, na verdade, do ponto de vista do idealismo, a coisa em si, ensibilidade, só se conheee'graçarrãbstracção m a seu respei-
e ! to. -as-é Deus, isto é, o ser mais verdadeiro, mais real e mais cer-
Deus — Deus é com efeito a genuína coisa em si — é somente o
k4
eu em si, isto é, o eu distinto do indivíduo, do eu empírico. Fora do ' Donde, pois, deve a verdade advir aos sentidos — aos sentidos
eu, não há Deus algum: «a nossa religião é a razão». Mas o idea- que são ateus natos? Deus é o ser no qual a existêncialião,pode
lismo fichteano é unicamente a negação e a realização do teísmo idõrno _separar-se da es ^ ia e do conceito, o ser que só pode pensar-se
existente '
abstracto e formal, do monteísmo; não do teísmo religioso, ma-essência• . Descartes transforma este ser obje"CliVo- mima (.,,,' \• '
f ,' 'subjectiva, a prova ontológica numa prova psicológica ;
terial, cheio de conteúdo, do teísmo trinitário, cuja realização é
á primeiramente o idealismo «absoluto», o de Hegel. Ou: Fichte ; transforma o «Deus pode pensar-se, logo existe» em «penso, logo
[ realizou o Deus do panteísmo só na medida em que ele é um ser existo». Assim como em Deus não se pode separar a existência do
; pensante, mas não enquanto é um ser extenso e material. Fichte é 1! conceito, :•
quanto
assim também não é possível separar em mim — en-
espírito, que é a minha essência — o ser do pensamento;
[ o_ idealismo
- teísta,
_.,.. Hegel, o idealismo panteísta.
1 , e, como „além, também aqui esta indissociabilidade constitui a es-
„ •
. sencia. Um ser que só existe —
N. quer seja em si ou para mim, não
; importa — como pensado, como objecto da abstracção de toda a
; 18 ;„ sensibilidade, também se realiza e subjeeliviza neces-sariamente
. apenas num ser que só existe como pensante, cuja essencialidade
é apenas o pensar abstracto.
i '- •, .,° - r
/„Ai_d, filosofia moderna Jealizowe s.uprittnn 0 ser divino separado
N, e si tinto da sensibilidade, do mundo e do homem — mas só no
,, ,,t.. - pensamento, na razão á numa razão igualmente sepa- -
” e, c1 aro está,
.1? '-'
1, rada e distinta da sensibilidade, dó innhdo, do homem. Isto é, a „wd 19
s '
‘\, 4';;'" IfilOsofia moderna demonstrou unicamente a divindade do en-
- micto como o 1‘ ,
°N ,,, ten 'mento — aceitou apenas o entendimento abs ';
A , consumação,' '
:-. [ • o da filosofia moderna é a filosofia de liege4 A
ser divin e absoluto. A definição que y Descartes propõe - de si co-
i. o necessidade e a justificação históricas da filosofia ia moderna reli-
4;Y:,. ‘ mo espírito — a minha essência cansi te unicamente no- pensaA, gam-se, pois, sobretudo com a
tet.. 1 1' - V" 1 mento — é a definição que de si fornece a filosofia ._ mo „ derna. crítica de Heg el.
- -j1 ;
n
vontade do idealismokantiano e fichteanõ é, de igual modo, -pu- - -
ro ser do entendimento e a intuição que Schelling, em oposiça o a
H• i Fichte, uniu ao entendimento é pura fantasia e nenhuma verdade, '‘\ r ''' '',„, f .\ 1
,,, 20
,....- 1 t
.,;) ; , `` • 1 fortanto, não se toma em consideraçao, --- ,
''' t_A` filosofia moderna deriyou da teologia— nada mai é do que ‘
-
con- 1 -
,fr" ; a eólogia resolvida e metamorfoseada em filoso . o
segaMie-,--à-e-;-'-ela.abstracta e transcendente de Deus_ s..d_podia , mesma !A
--- -nova
.... filosofia, segundo o seu ponto de partida histórico, tem
, 1, . i
1 , : •; realizar-se e suprimir-se
,• de um modo abstracto e transcendente. tarefa e posição rante a filosofia anterior, que esta te- •
ye em relação à teologia. nova filosofià - -
i, ( H
I
Para transformar Deus em razão, importava que a própria razão : i, ' ...., é a re alizaçao da filão- -
R
60 61
1' 0 /
1 •
, .,, /
.,"--
'i fiahegeliana, da filosofia anterior em geral —mas uma realizaçäo fo espfrito: 6 A auto-alienagdo do espfrito. Deste modo, a propria
- -fi
que 6 ao mesmo tempo a sua negagew e, claro estd, uma negaçan - biatéria recebe espfrito e entendimento; 6 admitida no ser absoluto
, livre de contradict-11 ! como urn momento da sua vida, da sua formação e desenvolvi-
4 ri
, i , ento. Mas, ao mesmo tempo, pi5e-se de novo como um ser nu-
„ lo, inverdadeiro, porque s6 o ser que se arranca a esta alienacdo,
' ,histo 6, a mat 6
, sia, a sensibilidade, se declara Q01110 o ser na sua pleni-
, 21
',, t
, i
. A
' r M D
tude, na sua verdadeira figura e forma. ,O ..natural,.o, m,ateriaLe o
,
f
L .,
, sensfvel-
._- —
- e, claro estd, o sensfvel, ndo no sentido comum, moral, tt
mas metaffsico — 6, pois, também aqui o que se dey e nsgar, tal ‘ 4 '
' f como a natureza icorrompida pelo pecado original da teologia
c
, :11 A contradigtio da filosofia modema, sobretudo da p_ante _fsma, i',
k . ..
'de ser a negagclocla teologicz do ponto de vista dateologia, ou a ne- , , i Sem davida, eld 6 integrado na razdo, no eu, no espfrito; mas ns-
1 I gaçdo da teologia, que em si mestna e de novo teologia — sem e-. , ;, c titui o irracional na razdo, o new eu no eu, o seu negativo: como em
N lhan econtradigdo caracterizaemparticular afilosofia hegeliarul y '. Schelling a natureza em Deus representa o ndo-diyino em Deus e
5
e
0 ser imateri al, o ser enquanto puro object° do entendimento, ` nEle 6 exterior a Ele; como na filosofi a cartesiana o corpo, embora
. 43 'a essencia intelectual, Ol para a filosofia moderna elaAJbérn ,,, pa- umdo a mim, ao cspfrito, estd no entanto fora de mim, no me
"ra a hegeliana unicamente o ser verdadeiro e absolutif-9 Deu(k Jpertence, no pertence à minha esséncia, e, por conseguinte, 6 in-
• -rópri a rriat6ri diferente se ele está ou nä° unido a mim.' A matéria pennanece em
. . a, de que Espinosa
. 7 - ,-,tfaz umw atributo diAsubstância . di-
4 a i-"* n --17"
4 , r ' .i 1
t m a , 6 u rn a coisa metaffsica, umpuro ser ao entenaimento, corn contradigti o com o serpressuposto peta filosofia como o verdadei-
-
' ' 1
efeitö, a deterrninação essenci al da matéria , que a distinguao en- ro s dr , -c
- - 'L tendimento e da actividade pensante, a determinaçdo de serum ser \ j A i atéria pOe-se decerto em Deus, isto 6, pOe-se como Deus,
-- l - passivo, 6-lhe tirada. Mas Hegel distingue-se da filosofia anterior e pôr a matéria como Deus equivale a dizer: no existe Deus
I 4 ao determinar de um outro modo a relacdo que eXiSte cptfe um ser algum; portant°, equivale a suprimir a teologia, a reconhecer a
'
'material, sensfvel, e o ser imaterial. Os primeiros filósofos e te6- . verdade do materialismo. Mas ao mesmo tempo, - porém, pressu-
logos concebiam o ser verdadeiro e divino como urn ser separado 0e-se ainda a verdade do ser da teologia.(0 atefsmo, a negaçdo
I,1 - liberto da natureza, separado e liberto em si da sensibilidade ou da tealogia, vs-se pois de novo negado, isto 6, a teologia 6 noVa-
•a matéria; transferiam apenas para si mesmos o esforço e o tra- :,..-_--,iffente restaurada pela filosofia. Deus 6 Deus so mediante a sua su- C'
,
,I 4 alho da abstracçdo, do desenredar-se do sensfvel, para chegar ao peraçdo e negaedo da mat6ria, a qual constitui a negaçdo cle Peus.
-
's ue em si mesmo dele esta liberio : Neste estar-liberto 6 que viam E sO a negaçdo da negaçdo 6, segtindo Hegel, a verdadeira posiçao.
• beatitude do ser divino, e nestetbertar-se a virtude do serhuma- Ao fim e ao cabo, els-nos pois novamente no ponto de onde tfnha-
no Hegel, pelo contrário, fez da actividade subjectiya a auto,-ac- mos partido — no seio da teologia cristd. Assim, temos já no su-
tivM.ade do ser divino. 0 prOgrio Deus deve submeter-se a este tra- premo princfpio da filosofia hegeliana o princfpio e o resultado da
r'c balho e, como os her is do paganism°, conquistar pela virtude a sua filosofia da religido, a saber, a filosofia no suprime os dog-
,
sua divindade. pis' assim 6 que a liberdade do absoluto relati- mas da teologia, mas apenas os restabelece, .,unicamente os media- ('I
f '4
..
vamente a mat ii, a qual, além disso, 6 apenas pressuposto e , tiza a partir da negaçdo do racionalismo. segredo da dial6ctica o
hegeliana consiste, em tlltima andlise, apenas em negar a teologia
representacdo, se pode tomar realidade e verdade. Mas esta auto-
• , libertacdo quanto a matéria só pode pör-se em Deus se, ao mes- :ern nome da filosofia e, em seguida, em negar outra vez a filoso-
., ,1 mo tempo, nEle se pOe a matéria. Mas como pode ela pôr-se em fia Mediante a teologia. A teologia 6 que constitui o começo e o
,\ ' ll'r; no meio, encontra-se a filosofik enquanto negaçan da pri-
) Deus? De urn modo apenas: que o proprio Deus a ponha. Mas em
\ ' , Deus so existe Deus. Por conseguinte, s6 pondo-se Ele mesmo mi era posiçdo; mas a negacdo da negação é.. _a teologia. Primeiro,
, g
matéria ndo pOe—se tudo ao conträrio, mas em seguida restabelece-s udo no
-, 5.-r--- : corn° materia, como-nao Deus, como o seu outro.
g - g - -
t, pois, um contrdrio que preceda de cidifi OMerTs ierb a, \ seu antigo lugar, como em Descartes. A filosofia hegeliana a ill:
., ,--- r)
, 62 , i , i 63
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, . i 1l , ,,, ,fi-
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tçdo idealismo kantiano e fichteano. ,' Deus. É, sem dúvida, o mesmo sujeito, o mesmo eu, como no idea-
'‘''' k,_Kant diz: «Se consideramos, como é justo, c)so ,L)jgs,_to.s_do.ssen- lismo subjectivo — mas sem limites; é o eu, mas que já não pare-
.
'
t
L.:'
tidos como simgéj s eïfónienos, reconhecemos no entanto ao mes- • ce também ser eu e, por conseguinte, também já não se chama eu. ,...., '
-
' [ 1 1 . ',. : , r fundamentO_Lina coisa em si, embora não ‘
[ :. : mo tempo que tin po .
. : ' 4- saibamos como é em WaTfiStituída, mas apenas o seu fenómeno,
i 1 Ir
,-, - (- : 1 ;',.; ' 1 isto é, o modo como os nossos sentidos podem ser afectados por .
' este algo incógnito. Por conseguinte, o entendimento, em virtude
-''' t : :. - 23
N, justamente de apreender fenómenos, reconhece também a exis-
1...,,,
X tênciaa de coisas em si, e nesta medida podemos afirmar que a L
4:: ., .. , representação de tais seres, que subjazem aos fenómenos, por con- V A filosofia hegeliana é Gidealismo ao contrário. .— idealismo
1 :kf ss‘•
1' • ,i seguinte, de puros seres do entendimento, não só é legítima, mas teológico, tal como a filosofia espinosista é o materialismo teoló-
64 65
:.; 5
v
Pr;
r ....... _
1 4R j ‘
y ou-a como substancia, como Deus; mas desse modo expressou no da teologia, tanto da comum comb da especulativan 4
66 67
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de V C;U 24 ,f ),„) , .1 ' ,
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in • , (-- ,t4
k.,
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l'
.,
te] 0,- A l'd tk ad do p ensar e do ser, ponto central da fil0,9Aa4a. ,- i A prova de que algo existe mais nenhum
,s x
sentido tem a não ser ,',
e
ldrii-tidad5e,nada mais é do que uma consequência e um desenvol- , O e que algo não é só pensado. Mas esta prova não pode tirar-se
'
.
-lamento— necessários do conceito de Deus, enquanto ser cujo con- , I
1 n,..t,..,k.
s •.&
- J
ceito ou essência implica
p
''' do próprio pensar. Se o ser houver de se acrescentar a um objec-
a existência. A filosofia especulativa to do pensar, importa que ao próprio pensar algo se acrescente dis -
., 1 -..
e , . r. NA. t. --
apenas generalizou, unicamente tran s formou em propriedade do t"-, tinto 4o pensa/5'
eu, ' ,.),.g.' (, pensamento e do conceito em geral o que a teologia transforma-
'' i r .. ) ' í i 0. exemplo da diferença entre os cem táleres representados e
i
'chi , . : -.1-;" va numa propriedade exclusiva do conceito de Deus. A identida- , 11 1 6's c'em treres reais escolhido orKantEa_ r
H crít.' da rnva-o.b.tóló-
.44 iill. L,Í ‘ - s., -,..,- , e a ,, 1 6-para ilustrar a diferença entre pensar e ser as ridicurariza-
T de do pensar e do ser , pois apenas a expressão ,
fW 1 n '' ,,o °
t
razão — a expressão o seguinte : o pensar ou a razão é o,.ser ab-•0, TiOr Hegel, é um exemplo (no essencialjriteir-amente correcto.
1 fo soluto, a quinta-essência de toda a verdade e realidade, de que nao , t 4' om efeito há tálefes- que apenas tenho na
a
P , 11 ' ,' • . 1 . - 4-,Kr4,-. •In ,,,,-17-5,-. rnoihrir À
.
a ra7an / t5 tiirin
, SM , 1 i cabeça, outros, porém,
AisLu m iniu m LULL U. ai
a., ua uu.au, tuvuaul, 4u.... a,
1 1..Z.-44, S/ 1
1'
11 7J
m
na_
ma -
o;un ,
s • .
existem so,
para mim,
• os
, • .
segundos, porém, também
SO1
Como também na teologia estricta, Deus é tudo, isto é, tudiro que i 22.nco.. f outros —podem sentir-se e ver-se- mas só existe o que é
CO'
de essencial e de verdadeiramente existente. Mas um ser t Àao mesrrib -reTripo para mim e para o outro, aquilo acerca do qual
? na um ser que é apenas um predica- ., concoamos
po rj\'1\que não se distingue do pensar,
1que -
N, eu e o outro, o que não é somente meu, o que é uni-
db otrumrdetêtfifiriáçãó razão é unic ente um ser pensado e versal.,
unicamente
dà -
pn ., :iri l 11 làbstracw, na verdade, não é ser algum. A identidade do pensar e (g Nu pensar enquanto tal, encontro-me em identidade comigo ,
,
taç ...
. po. Iii!'n l11!:ii ” do ser exprime, pois, somente a identidade do pensar consigo -
mes, me mo, sou senhor absoluto; nada aí me contradiz; sou aí ao mes- •
I ' M o. fito quer dizer,2_ pensar absoluto não se desembaraça de si, mo tempo juiz e parte, não há aí, por conseguinte, nenhuma dife-
,. chi ji,,,11 - .„.. ,
, o . ., i . ....illi não "S ai de si para o W.p ser permanece um além. A filosofia abso- re a critica entre o meu objecto e o meu pensamento acerca de-
luta transformou, s'eY'' 'dúvida, o além da teologia num aquém mas, ie. Ivlaã- se se trata apenas da existência de um objecto, então não -
' •• i', '. em compensação, transformou para nós o aquém do mundo real d io apenas tomar conselho de mim, tenho de interrogar testemu-
,, num além. ` nhas diferentes de mim. tas testerhunhas diferentes de mim en--"- 1 i •, -
111,11:i p ‘
A',,,>' --) - ÇOPensar cb,f ilps fia e5Nçulativa ou absoina diferentemen- quanto pensante são os sentidos. O ser é algo em que não só eu, mas ,,11# '''''
', 1 -') )( te
de ' S ' i enquanto actividade de mediação, Cermina o ser como o também
também os d.i • sobretudo também 9.‘2121ecto, estão implicados. . ,
méeridõi
1.ii satpoa,racoompoenosani ndeo- n
ngecidnieddfq\nfiPta e rn iiit-se-a
raosd-dpia de-innó
hi t os pel o Ser significa ser sujeito, quer dizer( g erpai-'0 si. Isto é, na verdade,
' íli ,
• -- . completamente diverso de ser sujeito-ou sj
ir er apenas objecto, de ser
nada
. mais é do que isto. O pensar põe o ser diante , mas den_:j um ser para mini rn esmo, ou apenas o ser para outro ser, isto é,
de si, _....,....._
. • , ,,, •, r frO de si mesmo e, por conseguinte, suprime imediatarnente, sem somente . um pensamento. Se sou um simples objecto da represen-
cori 1 ,
difiçuldade, a oposiça6do mesmo a seu respeito; cOni efeito, o ser tação, por conseguinte,' se já não existo em ^Mim riiaMo, cõ-mo
pra ,
trai 11,1 !enquanto contrário do pensar dentro do pensar nada mais é do que' contece ao homem após a a morte, então devo defiaréffle tudo me
,. o próprio pensameniii. Se
.
fon: : ['. •r.' ` j o ser nada mais é do que o imediato, se conteça; o outro pode então fazer para si um retrato meu, que
, <,°: mai.' a imediatidade sozinha constitui a sua diferença quanto ao pensar, 4onstitui uma verdadeira caricatura, sem que eu possa protestar.
' ) '...filn como será fácil mostrar que ao pensar também pertence a determi- s4as se ainda existo realmente, posso opor-me aos seus intentos,
1 Á.:.
dei.• • : nação da imediatidade, por conseguinte, o ser! eUma simples de- t osso fazer-lhe sentir que há uma enorme diferença entre mim, tal
. dist. i terminidade de pensamento constitui a essêncta de um ser, como tomo sou na sua representação, e mim, como sou na realidade,
1
,k. .,,, 1 abs : . , é ,
que o ser se deveria distinguir do pensar'? 1 p ortanto, entre mim, enquanto objecto dele, e mim, enquanto sou
. 1 da i . i ! .
l
• ujeito.po -.. pensar, sou um sujeito absoluto, deixo valer tudo ane-
nas como objectio ou predicado do ser pensante que sou; sou in-
68 69
1 , ,
tolerantaTelo
. contrário,
... _ na actividade dos sentidos, sou liberal; S 27
, permito que iibbjecto s_ej
, a o que eu pr6prio sou — sujeito, urn ser
,i
1 . ' real que se manifestatS6 os sentidos e a intuiçao 6 que me propor- -
‘1 cionarn alga coma sujeitot' $ ,,„.., c'is i
'le 0 ser da lógical hegeliana 6 o ser da antiga metafisica, que se
-- ' , f
'J eniinciä de toda s as , diferenga porque, segundo ela, to-
coisas sem
1 dos tem ern comum o facto &é ser. Mas este ser indiferenciado 6 -
, . 26 „t
k
urn pensamento abstracto,
-
7 1
UM pensamento sem rea1ida 46 ser é
filo clifirenciad 0 .' corno as coisas que existem.
Por exemplo, numa metaffsica da escola de Wolff, Deus, o
„ \ :0L4P C'
Um ser quaapenas pertsa e, claro estA, de modo abstract° nao
tern representagdo alguma do ser, da existén cia e darealidade. 0
mundo, o homem, a mesa, o livro, etc., tem em comum o facto de
ser. E Christ. Thomasius diz: 00 ser 6 em toda a parte o mesmo. j
i
_ i
,tA essencia 6 tao mültipla como as coisas.); ste‘ser em toda a psar-a.'S
, ser é o limite do pensar; o ser enquanto ser ncio „.é nenhum objec- I' .- --.
i;
ç
\ as qualidades essenciais d as co i sas é apenas a t ua representação cio k sistir em contradição com o ser real. De resto, o próprio ponto de
f " ‘
1
1 - \ ser — um ser fabricado, inventado, um ser sem a essência do see.1 vista prático — o ponto de vista do comer e do beber — é aduzi-
, do pela Fenomenologia para refutar a verdade do ser sensível, isto
\. ' é, singular. Mas , também aqui não devo jamais ~Félistência
, . : ao pão linguístico ou lógico — ao pão em si — mas sempre ape-
(1 , 0
. ,.") 28 -, '. ... nas a este pão, ao pão «indizível». O ser, fundado em simples Me-
.1 gi fabilidades, é igualmente em si mesmo algo de inefável. — Mais
(„. \e. .,. 10_ I
- 'inda, é o inefável. Onde as palavras cessam, começa então a vida .t.:
• à filosofia hegeliana não foi além cta contradição do pensar e , e se desvela o segredo do ser. Mas se' a inefabilidad a-
- -
I
j ' do ser. O sercom_que começa a Fenomeno/ogia não es tá menos ra- de, então toda a existêricia; porque é sempre apenas esta existên- ' " ji
- e
- 'f
l'
dic-alme'nte -em- contradição coM o ser real do que o ser, com que cia, é irrazão. Mas a existência não é irrazão. A existência, mesmo 7
co r,.nza a Lógig a. ) -- -- , / sem a enunciabilidade, tem por si mesma sentido e razão .
,í
'C. Wsta contridk o aparece na Fenomenologia sob a forma do I
,«isto» e do «universal»; pois o singular pertence ao ser e o univer-
sal ao pensar. Ora, na Fenomendlõkia, o «isto» funda-se com o - ,-
', «isto» de um modo ~Lpara o pensamento; mas que , 29
imensa diferença existe entre o «isto» enquanto objecto do pensar
abstracto, e o mesmo isto enquanto objecto da realidade_efeaiva!
,
5, Esta mulher, por exemplo, é a minha mulher, esta casa é
a minha 10 pensar ._«que se sobrepõe ao séu outro» — o «outro do pen-
-,
1 casa, embora cada qual fale da sua casa e da sua mulher como eu: i t,, sar>, é o ser — é o pensar que ultrapassa os seus limites naturais.
esta casa, esta mulher. A indiferença e a indistinção do «isto» ló- t , `O pensamento sobrepõe-se ao seu contrário — quer dizer: o pen- •
,
f ,
gico são, portanto, aqui destruídas e suprimidas pelo sentimento t ¡sai- reivindica para si, não o que pertence ao pensar, mas ao ser. Ao
do direito. Se deixássemos imperar o «isto» ló
g
ico no direito natu- í 'ser, porém, compete a singularidade, a individualidade; ao pensar,
, -
ral, iríamos directamente para comuni adeiré ens e de mulheres, a universalidade. Por conseguinte, o pensar reivindica para si a
onde não existe diferença alguma entre este e aquele, onde cada singularidade—transforma a negação da universalidade, a forma
i qual possui cada qual — ou, antes, directamente para a supressão . essencial da sensibilidade, a singularidade, num momento de pe-
de todo o direito; com efeito,p ‘i nSár. É ãssim que o pensar «abstracto», ou o conceito,abstracto que
„
_ direito só se funda na realidade da i
i deixa fora de si o ser, se toma conceito «concreto».
;
J--,- di1 srção entre este e aquel e.) deparamos apenas com a con- ,‘ \, Mas como é que o homem'elieg-a-a estas 'invasõ'es do domínio
, n ;, i -. No início da Fenomenoldgia,
° 1 tradição entre a palavra, que é universal, e a coisa, que é sempre db ser pelo pensar? Pela teologia. Em Deus, o ser encontra-se $,„' ,
i
lalgo de singular. E o pensamento que unicamente se funda na pa- imediatamente vinculado com a essência ou o conceito; a singu-
• trç , - lavra não ultrapassa semelhante contradição. Ms assim como a laridade, a forma de existência com a universalidade. O «concei-
béerigielonsãeor sdeittor-abtlpéeonhisgdaoquniaodeé toohcoomn
taffinim conceito. eMnsaasr-cfc
como e que
13
1 o ser
a n'ãoé a
a. s e ocbojiseac'taars que ë. homem pensar «abstracto» o cré t o >>
5
ser db p nto de vista prático, mas apenas do ponto de vista teoré- ou absoluto, da filosofia para a teologia? A própria história já for-
tico, deverá responder-se que o ponto de vista prático está aqui no neceu a resposta a esta questão na transição da antiga filosofia pa-
seu lugar. A questão do ser é justamente uma questão prática, uma' para a chamada filosofia neoplatónica; com efeito, a filosofia
•,
„.:
1 é
questão na qual o nosso ser está implicado, uma questão de vi-', neoplatônica distingue-se da antiga unicamente por ser teologia,
da e de morte. E se no direito nos agarramos ao nosso ser, não que- . ao passo que aquela é apenas filosofia. A antiga filosofia tinha
remos que também ele nos seja tirado pela lógica. É preciso que como seu principio . a razão, a «ideia»; mas «a ideia não fqi posta
ele seja igualmente reconhecido pela lógica, se esta não quer per- , r Platão e Anstóteles como o que tudo contém ~tiga filo-1
ç -,
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72 73 ,r • .
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r ,,,--
' a deixava subsistir algo fora do pensar —um residuo por assin
\
I' ofi
r 0.1no — o supremo objecto e ser da abstracgao deloda a multipli-
,
dizer supérfluo, que no entrav a no pensar. A imagem deste ser fo- ) /Tidade e diversidade, isto 6, de toda a sensibilidade — conhece-se
ra do pensar 6 a matéria ---- o substrato da realidade. Ta
NA rvaO ti4i mediante contacto por presenga (parousia) im ediata. Sim, tal
matéria a sua fronteira. A antiga filosofia-Viv a amkna dis- , como o mais baixo dos seres, a matéria, tambem o mais elevado, ..,,
t i
it titicao_do.pensar e do ser; nao considerava ainda o pensar, O espf- . 4.o_urio, se conhece mediante o neio-saber, atraves da ignoreincia.cf-, Y
Jito, a ideia, como o que tudo engloba, isto 6, a realidade Unica, :' ,.,tter isto dizer: o ser pulamemeyensado, abstracto, o não-sensi ) 6- J1,
1
ii-
exclusiva e absoluta. Os antigos filösofos1 pram ainda scibiO s . vel, . o supra-sensive 6 lao mesmo tempo p ser que existe realmen ,
fmundanos—fisiblogos, politicos, zoblogos, em suma, antropólo- >le, urn ser sensive7.' .
1' -
' gos; nap eram te6logos, pelo menos s6 parcialmente te6logos — ç GN„ ssim com o a esencarnar-se o homem nega o corpo, o limi- ,
Q51 , justamente por isso foram tamb6m apenas antrop6logos, portan- • te racional da subjectividade, para se sujeitar a uma praxis fantás- t
j. 1
to, antrophlogos limitados e defeituosos. Em contrapartida, para tied e transcendente, para lidar corn aparigOes corporais de Deus
'r os rieoplat6nicos, a matélia, o mundomaterial ,e, real em.geral, já e dos espfritos, portant°, suprimir praticamente distingao entre / 1
.,s. nao constitui qualquer insCanci a, qUaNuer realidadAA patri a, a fa- iamdai gs t,i nnaccaaoo e en itrnetuoi gpacon, saa sms iemn re shedrms suebideecstvi vao
nece oe bt jeeocrtiicyaom, se ennt e_ ,_____
//'' ._(,-
Mflia, os lagos e os bens do mundo em geral, due a antiga filoso- ' '
fia paripat6tica ainda inclufa nos elementos da felicidade humana -sfV
, el e iiab--Sen sivel,
- qUanTo a mat6ria_ deixa ,de . ser para
• ele uma
t ealidade e, portant°, uma fronteira da razao pensante, quando a itl1 'I,
—tudo isso ja nada conta para o sdbio neoplat6nico Vnsidera at
melhor a morte do que a vida corporal; no inclui o crop° na sua ' azao, o ser intelectual, a essencia da subjectividade em geral nes- ' 1
1 s -- - - -
, ess ên cia; desloca a felicidade apenas para a alma, separando-se de ; I a s Uilliiiiiiii5flidatle constituiTara 616 6 s er iinico e absoluto. 0
J, j
I 1 , ,
I fiensar nega tudo, mas apenas para tudo p6r em si. JA no tenifron- i
j1
, odas as coisas corporais, em suma, de todas as coisas exteriores. 1 ,
;
' Mas quando o homem já nada tern fora de si, entao busca e encon- •,teira alguma em algofora de si, mas por isso mesmo saifora da sua ,
' 1 tra tudo em si, pOe no_ lugar do mundo real o tnundo imagindrio e il ronteira imanente e natural. Assim se toma concreta a razao, a
1
: inteligfvel nojitial se encontra tudo o que existe no mundo real, 'cdeia: isto 6, o que a intuigao deve dar atribui-se ao pensar; o que
Inactio mbelo da representagiio abstracta os neoplatOnicos, ate , a fungao e o afazer do sentido, da sensagao e da vida transforma-
. . .
a pr6pria mat6ria se'encontra no mundo imaterial, mas surge aqui l',. se em fungao e afazer do pensar. 0 concreto transformou-se ',,.1/ S 1
j 1 ,- .. ,..--- •
,,
,
• j
t,apenas como uma matéria ideal pensada e imagiflari3- ; E quando ' sim em preaicado do pensamento, o ser em ilmrilerrefermint
-i .1
,
• •
'
i o homem j a no tern fora de si ser algum, entao pOe'no pensamen- i a',Ie ec/ pensamento:
- - -, --. t;om--- efeito,
• - ' - — «o conceito
a proposigao '• l'
,
j
I , to um ser que, enquanto ser inteligivel, possui ao mesmo tempo as oncreto» — 6 idê a a proposigeio — ((o Jet- e uma determini- I
, • " c propriedades de um ser real e, enquanto neio sensivel, 6 ao mesmo *lade de pensamentq, O que nos neopolat6nicos 6 representação 1
e fantasia foi por'l-lerdi transformado e racionalizado apenas em I.
!tempo um ser sensivel, e enquanto objecto teoretico, 6 também si- h
, multaneame -, prático. Este ser 6 Deus — o bem supremo dos conceitos. Hegel nao 6 o «Aristöteles alemao ou cristao» — 6 o 'ft
j
Deus à mais elevada potência é o simples, o uno, o puro indeter- nou-se também, um simples abstracto sem carne e sem sangue
minado e indistinto — não é uma essência, mas está para além da ia figura alegórica do Sei-divino:Plotino envergonhava-se, pe j
essência, pois a essência é ainda determinada por ser essência; não Menos segundo o relato do seu biógrafo, de ter um corpo:\ d,
um conceito, uma inteligência, mas é privado de inteligência e
está para além da inteligência, pois também a inteligência é de-
, terminada por ser inteligência; e onde existe inteligência, há
distinção, cisão em pensante e pensado, a qual, por conseguinte, 30
não pode ter lugar no puro simples. Mas, para o neoplatónico, o
que objectivamente é o ser supremo, também é no sentido subjec-
tivo; o que ele põe no objecto, em Deus como ser, põe-no também (, LÃ- determinação de que apenas o conceito «concreto», 7i)
em si como actividade, como esforço. Não mais ser distinção, não donceito que traz em si a natureza do real, é o verdadeiro concei-
mais ser entendimento, não mais ser si mesmo é e chama-se ser to exprime o reconhecimento da verdade do concreto ou da reali-
Deus. Mas o neoplatónico esforça-se por tornar-se aquilo que dade efectiva: Mas porque se pressupõe tanib-Tm—deTriteinTo que
Deus é— a meta da sua actividade é deixar de «ser, de ser entendi- „Rconceito, istoA, qsx54, 2figgr, 4 , o ser absoluto, o único
mento e razão.» O êxtase e o arroubo constituem, para o neo- ser verdadeiroWieg ou efectivo só se pode conhecer de um modo
platónido, o supremo estado psicológico do homem. Semelhante indirecto, só como
-
o adjectivo essencial e necessário do conceito.
estado, objectivado como ser, é o ser divino. Assim, Deus procede fiegel é realiíta ,-"inas um realista puramente-idealista ou, antes,
apenas do homem, mas não ao invés, pelo menos originariamen- abstracto —,, realista na abstracção de toda a realidade. Nega o
te, o homem a partir de Deus. Isto mostra-se de um modo parti- pensar,-11Saber, o pensar abstracto; mas nega-o precisaménte no ;
cularmente claro também na definição de Deus, que se encontra : pensar abstractivo, de maneira que ajiegação da abstracção é de
igualmente nos neoplatónicos, como o ser sem necessidades e ' novo uma abstracçãO. Segundo elèXfilosofia só tem por Objec-
bem-aventurado. Com efeito, onde é que este ser sem dor e sem Jo . (à que é»; mas este é constitui em si mesmo apenas algo de abs-
necessidades pode ter o seu fundamento e origem senão nas dores tracto, pensado. Hegeté um pensador que se encarece no pensar
e necessidades do homem? A miséria da necessidade e da dor cor- {— quer apreender a própria- coisa, mas no pensamento da coisa;
responde também a representação e o sentimento da beatitude. Só ['quer éstarfora do pensar, mas no seio do próprio 4:1 ensar- daí a
em oposição à infelicidade é que a beatitude é uma realidade. Só : dificuldade de conceber o conceito «concreto>>. ,
na miséria do homem tem Deus o seu lugar de nascimento. Só ao •,I, V,„, „)
,1
1.i
1q
to concreto, a ideia 6, segundo Hegel, ern primeiro lugar, apenas te vefae
orli dpaednes ai mndeenpendern
i_tiees dsopen_ ianetne itaosceonnsstituem
in esdarn bllid a
, abstraCtO r SO eXi§te no elemento do pensar I-- 6ao_prus raciona- I sCle'e44e'll
Vérdiell.,_
, llizado da teOlogia, antes da criagilo do mitriclo.bMas assim como , e; orno seria isto possfvel se nao se con,siderasse inconsciente-
., me te como a verdade? gas porque, nao obstante, se parte cons-
' : Deus se expressa, manifesta, se faz mundo e se realiza, assim
cientemente da verdade do pensamento, so apendicularmente se '
• tarnbém se realiza a ideia: Hegel 6 a histöria da teologia transfor-
i ,rmada
\ num processo 16gialMas logo que entramos no reino do expressa a verdade da sensibilidade e dela se faium atributo da
i
Tealismo corn a realizacao da ideia, logo que a verdade ,da ideia 6 fI
- ideia. Mas 6 uma contradicac3com efeito, ela constitui s6 o atri-
, .n , °(:' ser? real e existir, possufmos na existênciao critério daverdad C buto e, no entanto, 6 ela que confere verdade aopensamento, 6 pois
o que 6 real 6 verdadetro. E pergunta-se apcnas: o que 6 real? 0,, ao mesmo tempo 6 riCipalv. _ t
6 6 Sec u n da rio, simaaneamente
- - - -- - -
! Siinplesniente peniadO? ö que 6 apenas object() do pensar, do en- 1 ssência e acidente. 6 nos libertaremos de tal contradicao se fi 7
i
il
t, tendimento? Mas assim tido saiffamos da ideia in abstracto. A ermos do real e do sensfvel o sujeito de si mesmo; se lhe dermo
&i ' ma signifibagao absoldame te aut6noMa, divina, primordial,
,.al-
.- Idei a platánica 6 também objecto do pensar; o além celeste6 i Se a c:
-
'
, mente objecto interior — objecto da fé, da representacao. hoa apenas derivada da ideia. .
realidade
, do pensamento 6 a, realidade enqqanto
_ -,_ pensada, „entao a
1 'realidade do proprio pensamento 6 de nOvo apenas o pensamento, ,
) e assim ficaniOS sempre na identidade do pensamento consigo 1 ,%, '
-
,11
to realizado deve ser algo diverso do pens amento nao realizado, do sensibilidadiad
_ idêntie as. SO um set- sensfvel 6 um seiVerdadei-
-
, simples pens ento — objecto nä() s6 do pensr, mas tarribém do roe efeCtiVO. Apenas atrav6S dos sentidos 6 que iiin Olfe cio 6 da- - - -
,'
. C.,2X'inilo-pensae.a2pensamento realiza-se, quer dizer, nega-se, deika , do ntima veidadeira acepcao -- e no mediante o pensar por si
'
e-) ' lde ser simples pensamento. 0 que 6 entao este nao-pensar, este ' hiesth O: 0 object° dado ou idêntico cdrh opensa r 6 apenas pensa- -
ild menu).
1 element° distinto do pensar? 0sensfvel. 0 pensamento realiza-
- , .. il m objecto urn objecto efectivo, so me 6 dado quando me 6 , 1
ill -se, quer dizer,, faz-se objecto dos senticlos. -A realidade da ideia
1, , - !, -• 6, pois, a sensibilidade, mas a reaii44e,t a vferdakida4ya -,- por-, I dado urn ser que age sobre mim, quando a minha auto-actividade
r
tanto --: a Sensibilidade 6 a ve rlaar da rite,srn a: N6tritanto, trans-
\ ' t A ' - — se eu comegar no porno de partida dopensar— encontra na acti-
) - TorrnamoS asSim apenas a sensibilidade em predicado, a ideia ou vidade de outro ser o seu limite — uma resistência. 0 conceito do
pensamento em sujeito. Porque 6 que entao a ideia se toma sen- objecto originariamente nada mais 6 do que o conceito de urn ou-
, ' tro eu —6 assim que o hornem na infancia concebe todas as coi-
'.. .
,-7 ) • rvel? Porque 6 que ela não é verdadeira, se no for real, isto 6, sen-
'vel? No se torna assim a sua verdade dependente da sensibili- sas como seres corn accao livre e arbftrio — por conseguinte, o `
?
ade . Nao se admite assim urn significado e valor para o sensfvel conceito de o.tb2es..to em geral 6 mediatizado pelo conceito do tu, do
• : or Si mesmo, independentemente de ele ser a realidade da ideia? , u objectivo Nao 6 ao eu, mas ao no-eu em mint, para me expres- y
' a sensibilidade nada 6 _por si rnesina, porque 6 que dela preci- , ar na linguagem de Fichte, que 6 dado o objecto, isto 6, urn outro
'fralddia7"Se apendi a ideia proporciona valor e contetido A sen-
- ru; corn efeito, s6 quando o meu eu se metamorfoseou , nt,i_m_in,
' 'quando padeco, 6 que surge a representacao de ..uma
ibilidade, entao esta 6 puro luxo, pura trivialidade — apenas uma ___._actividade que
I pusao, que o pensamento a si mesmo propöe. Mas no 6 assim. !existe
.: fora de mim, isto 6, da objectividade. Mas 6 so pelos senti- S' -
lyaz-se ao pensamento a exigência de se realizar e de se tomar sen- d os-que creu -6-nao -r70 - -
. L
-----' - ---- r_ -
'sfvel apenas porque se pressup5e inconscientemente„que a reali- c
, ,,,, Caracterfstica da anterior filosofia abs tracta 6 a quest9icorn6) •
t ,,
1 78 79
1
•1i,,
1
é que seres, substâncias autónomas e distintas podem agir umas le, puis significa do que percepcionar semelhante diferença. A quem
sobre as outras, por exemplo, o corpo sobre a alma; o eu? Mas tal , hada t ama—seja qual foro objecto —é de todo indiferente se ele
questão era para ela insolúvel, porque ggiráía da sensibilidade; • existe ou não. Mas ãssim como unicamente pelo amor, pelo senti-
porque as substâncias,_qué deveriam agir umasSÔbre-as-outras, 'j mento em geral, me é dado o ser na sua d i s t illÇâo do não-ser, assim
a
eram_ seres abstractos, puros rseriSWentendifTiérifo .nintério da ' 1 ambém só por meio dele me é dado uni objecto como distinto de
na 1-50 os seres , i i49A dor é um protesto estrondoso contra a identificação do
os outros. Eu sou eu ara mim — e 'subjectivo e do objectivo. A dor do amor consiste em não existir
lao t -_,, mifte-mtupo —pá-rã-Outrem. Mas só o sou enquanto ser sen- na realidade o que existe na representação. O subjectivo é aqui o '1 \
1 objectivo, a representação é o objecto; mas isto não deve ser assim,
sív- ) 0 entendimento abstracto, porém, isola este ser-para-si
1. 66ino substância, átomo, eu, Deus — por conseguinte, só pode 'é uma contradição, uma não-verdade e uma infelicidade — daí a '. .L
conectar arbitrariamente o ser para outro; com efeito, a necessi- exigência da restauração da verdadeira relação, onde o subjectivo
I dad de tal conexão é apenas a sensibilidade, da qual porém ele ' e o objectivo não são idênticos. Até mesmo a dor animal-exprime
e
abstrai. O qu i;, penso sem a sensibilidade penso-o sem e fora de com bastante clareza esta diferença. A dor da fome consiste ape-
. toda a .; omo posso, então, pensar ao mesmo tempo o in-
conexa,/ nas em nada de objectivo haver no estômago, em o estômago ser ,.
5 ) conexo com. 1 go de conexo? por assim dizer para si o seu objecto; as paredes vazias, em vez de
se friccionarem contra um alimento, friccionam-se uma contra a
outra. Por isso, os sentimentos humanos não têm nenhuma signi-
ficação empírica e antropológica, no sentido da antiga filosofia (1 ‘ ,
, ,transcendente, mas um significado ontológico e metafísico: nos
) kl
'-' ' ( (sentimentos, mais ainda, nos sentimentos quotidianos, estão
1( -
.ocultas
, as mais profundas e elevadas verdades. ¡rs-S'i m o amor é a
3
) A filosofia nova consider&e.ab3 orda o ser, tal como é para pós, ...a ferdadeira prova ontológica da existência de um objecto fora da s- '
Ã
<--2) .. enquárito-géréá hão só pensantes, mas também realmehle existen- • :nossa cabeça — e não existem is nenhuma prova do ser excepto ---,
.tes — por Conseguinte, o "ser enquanto objecto do ser — como ,1 amor, o sentimento em geral. ó existe aquilo cujo ser te propor-
, objecto s ea ç
tuição ,ddae ssei nm sma oo; o saemr oc ro. moo ser é o rdcoo snesre g— ensteegersetç: ,
minn iona alegria, e cujo não-ser te causa dor. A diferença entre objec-
. li ser é o ser e merece o nome de ser — é o ser dos sentidos, da in- to e sujeito, entre ser e não-ser, é uma diferença que tanto causa
do u ientseo, . ,. . . „,_ alegria como dor.
do çlã intuição, da sensação, do amor.
.... 114-)4 ,p enas na sensação, unicamente no' amor, '
tem «isto» — esta
esta coisa — isto -é, o singrilir, irin valor:absoluto, o ;tini-
C'
)esoal, ' 34 Âr;
: to,g_ o infinit jpenas nisto c6riSiste a profundidade, a divindade
r e a verdade n mita do amor. Só no amor ésue o Deus que conta
I os cabelos da cabeça é verdade e realídade Wióprio Deus cristão , i) A nova filosofia funda-se na verdade do amor, ria verdade do
gapenasynra abstracção ddarnor hum ano ,kieriasuni a ini agem do eniiM ento• no am or, no sentimento em geral, que cada homem
O
: mesmo:,Ma 'S precisarRente porque' '«isto» só tem valor abSoluto no .,YeCón hece a verdade da filosofa nova. A nova filosofia, relativa-
' aniff, também só no m-ãrizi, e não no pensãiábstracto, é que se re- 'rente à sua base, nada mais é do que a essência do sentimento ele-
vela o segredo do ser O:amor é paixão, e'só a paixão é o critériõ vada à consciência — afirma apenas na e com a razão o que Cada
-
: da existência Só existe o que . -real ou possíVe1= 515réêio da pai- homem -- o homem real -- reconhece no coração. Ela é o cora-
-- . " -
';....- .tdO'. "CiPensaiabstrkth desprovido ge, sensação e de paixão supri- , çâo elevado ao entendimento. O coração não quer objectos e se-
me adifereriçã entre ser e não-ser, mas tal diferença insignifican- 'res abstractos, metafísicos ou teológicos — quer objectos e seres
V te para o Pensamento, é rima realidade para o amor. Amar nada
I
reais e sensíveis.
.
1
80 81
1
10
s' 35 C , 37(>
,\-- ,.,,' 2
, 0 \
1 li A filosofia modem,arocurava algo de imediatamente certo.
, '/ < Se a antiga filo s fia dizia: o que nä° epensado na4 existe, en- ,
,tdo, pelo contOrio, a filosofia nova diz: o que ndo 6 am ado, o que /Por cönseguipte, rejeitou o pensar sem fundamento e sem base da
l '
. as o quendo se pode amar também escoldstica, Lid ou a filosofia na autoconsciência, isto 6, p6s no
, tao se po de amar nib extste qtryi
s i ugar do ser puramente pensado, no lugar de Deus, do ser supre-
._
ao se pode adorar. S6 o pode ser objecto da religilio consti-
tui o objecto ,pa ifilosofia. trio e ultimo de toda a filosofia escoldstica, o_serpensante, o eu, o
6 arn6r, nai 'sb no Plano objectivo, mas tambérn subjectivo, 6 espirito autoconscien 9com efeito, o pensante esta infinitamen-
-:, o cfittro do ser- - o criterio da Verclade e da realid de efectiva
ie mats proximo do pensante, mais presente e mats certo do que o
pensado. Susceptfvel de dtivida 6 a existencia de Deus e, em ge-
;\, Onde nab ha amor, também não ha verdade alguma E s6 6 algu-
, ma coisa quern algo ama — nada ser e nada amar so identicos. 4i ral, tambem o que eupenso; mas 6 indubitdvel que eu sou, eu que
Quant0 mais alguem 6 tanto mais ama, e vice–versa. - i enso, que duvido Nas a autoconsciéncia da filosofia modema 6,
T or seu tumo, apenas urn ser pensado, mediado pela abstracgtio,1
• muesnc teep otivoebljdece tdoadv oidsas. eInntaiduobsi radvat itm
ujecdaipateam
doensteenctiem
rteon, tbunical
•
36 t
,
5
84 85
t)
1. . , _
,I ea° e objecto, apenas pensamento abstracto na autoconsciencia, ; ictilativo e empiric°, nao constituem dois reinos ou mundos — um
r
, i I' 6 verdade e realidade efectiva somente na intuigeio
. sensivel
I I!
que o y rnundo supra-sensivel, a que pertence a essencia, e urn mundo
I1 , ,homem tern do homerril . 1 ' sensivel, a que pertence a aparencia; tais diferengas integram-se
' ' ' t entimos nab so pe as e paus nao sO came e ossos mas ex- 'antes no dominio da ró ria sensibilidadr)
1 penmni e annos também sentimentos, quanto premimos as maos Urn exemplo tirado das crencias da natureza. No sistema bota-
1 1
1 :;1 'i 'hos labios de uni Ser sensfvel; percepcionamos pelos ouvidos nao nico de Lineu, as primeiras classes definem-se pelo namero dos
i ' 1 s15 o murmario da aguae o rumorejar das folhas, mas também a voz filamentos. Mas j a na undécima classe, onde ocorrem doze a y in-
,I ardorosa do amor e da sabedoria; vemos no so superficies reflec- te filamentos, e maic ainda na classe dos vinte elementos mascu-
.
d '• , t s e fantasmas coloridos, vemos também o olhar do hornet (lni os, a determinagao_numérica nao desempenha qua/quer papal
„ronseguinte,
. _. _ _ nao so algo de extemo, mas rambém interno, n ideixa de se contar.Ternos pois aqui, diante dos nossos olhos, nue
, c'S" came, mas -
tam Um espirito, nao-sO a toisa, mas também o eu ,,s6 e mesmo domfmo, a diferenga entre uma multiplicidade deter T
i .
i 6 objecto dos sentidos. —Tudo 6 pois,perceptivel aos sentidosl se ' rninada e uma multipliCidade indeterminada, entre uma multiplil
.. ' nao irnediatamente, pelo menos de Wil modo mediato; se nao aos ' idade necessária e uma multiplicidade indiferente, entre-uma
plebeus, aos brutos, pelo menos aos de sentidos educados; se nao , ,hiultiplicidade racional e uma multiplicidade irracional. Por eon-
, .1 aos olhos do anatomista ou do qufmico, pelo menos aos olhos do !seguinte, no precisamos de iralém da sensibilidade para chegar-
1 ' filösofo. Por isso, 6 corn razao que o empirismo deriva tambern dos 4nos ao limite do puramente sensivel, do unicamente empiric°, no
< sentidos
. a origem das nossas ideias; esquece-se apenas de que 0 sentidodafilosofiaabsoluta; devemos apenas neioseparardossen-
_ _
1tidos
object() mais importante e mais essencial dos sentidos humanos 6 , o entendimento para encontrar no sensivel o supra-sensfvel,
e .i 6, o espfrito e a razaoD
' o próprio homern; que unicamente no olhar do hornern sobre o 1st°
YI, homem se acende a luz da consciencia e do entendiment6
-
;,Por con-
, r :
\seguinte, o idealismo tern razao quando bused no h'brir1 6fri a origem .
i das ideias; mas erra ao querer derivá-las do homem isolado, fi-
.! xado como ser que existe para si, corn alma, numa palavra: ao que-
r rer deduzi-las do eu sern urn tu sensivelmente dado. SO median- ,,,)
1 •... ....,... .. .......:... A., 7.0810711-n AIN 1-I nrrtnrn nnrn
au uu
Le it UU1111.1111U4lon), apuila a pal
ill ua t.unvciaa N 1/UL/11...111. lrl..1111
ohomsm
....,....- -brotam as ideias. Nao 6 sozinho, mas apenas a dois que „, k: 0 sensfvel no 6 o imediato no sentido da filosofia especula-
I, ce chega aos conceitos, à razao em geral. Dois homens se reque- ,fiva, no "S-efitido de que o profano, qüe esta ao alcance da mao, o
, ' rem para a geragao do homem — o homem espiritualso honnem '`,.despi-O• yido, de -p- elisctmenw, seja o que se compreende por si
!II
7 , ffsico; a comunidade do homem corn ö hoMem do principio e cri- , l'iriesmo. A inpuigap imediata e sensfvel 6, pelo contrario, posterior "--
, . t6rio da.ai érdade e da universalidade. A propria certeza das outras ' ' a represehtagaO e a fantasia. A pr im-eira inturgao do homem 6 uni-
, •,„ r Coisas fora de mim 6 para mirn mediada pela certeza da existência : camente a intuigeio de representagdo e da fantasia. A tarefa da fi- ''''
de:um outro homem exterior a mirn. Duvido daquilo que eu ape- . losofia e, da ciencia em geral consiste, pois, no em se afastar das' ,i
, nas vejo; só 6 certo o que o ‘ outro também VD , coisas sensfveis, isto 6, efectivas, "Mas emir ateelas --='- ifeio em ,.
transförtriar - os objectos ern pensamen75s-re7rir-ej5resentagôes,
! MAR exn tnrnar vied's,' ictn n
6 ' nKiartilin /7110
olhos com,u0
S42
r( ',,ci/Tomens divisam piimeiramente as coisas sO como Ihe,s apg-
ecem, e nao como sao; veem nas -
. coisas no elas prOprias, mas 4.----
omicamerite—as suas ideias acerca delas, projectam nelas a sua
(As diferengas, entre essencia e aparencia, fundamento e con- 1 rOpria essencia'Jiardigtiiiiiiim
— --
O O firecto e a representagao que
equenciai, substância e acidente,necessärio e contingente, espe- / 61e tern.
. A representagao esta mais próxima do que a intuigeto do
86 87
ornem sem cultura, do homem subjectivo; com efeito, na in- a primeira diferença entre o conveniente e o inconveniente, que
tu ição, ele arranca-se e si mesmo, na representação, porém, per- I ensinamos à criança e ao homem grosseiroy) homem grosseiro é
Çfti em si próprio. Mas o que se passa com a representação,, indiferente ao lugar e faz tudo em qualquer lugar, sem distinção;
[passa-se também com o pensmento r homens ocupam-se pri o louco igualmente. Por isso, os loucos só vêm à razão quando de
1 meiro e durante muito mais tempo co as coisas celestes, divinas novo se religam ao lugar e ao tempo. Dispor coisas diferentes em
do que com as coisas terrestres e humanas, isto é, muito mais lon1 - , lugares diversos, separar espacialmente o que é diferente no plano
gamente com a Trã-dução das coisas em pensamentos do que com qualitativo, eis a condição de toda a economia, mesmo da espiri-
as coisas no original, na língua primigénia. Só nos tempos moder- tual. Não pôr no texto o que pertence à nota, não pôr no começo
I os é que a humanidade, como outrora na Grécia, após o prelúdio o que incumbe apenas ao fim, numa palavra, a distinção e a limi-
9, do mundo onírico dos orientais, é que regressou kintuição sensf-
,............ _..._. , tação espaciais fazem também pai-te da sabedoria do escritor.
.-
vel, isto é, não falsificada e objectiva do sensível, isto é, do -re-al, ,'• , im .Ç emdúvida, trata-se aqui sempre de uniltj,Eai .,...Aterinkado;
1 chegando assim ao mesmo tempo também a si mesma; com efei- '' as ambém nada mais se considera a não ser a especificação do
ç to, um homem que se ocupa apenas com a essência de imaginação !local. E eu não posso isolar 012gar do e_spaço, se pretendo conce:
ou do pensamento abstracto, é ele próprio unicamente um ser ' ber 9 upaço na sua realidade,: 'tS6som o onde é que surge em mim
1 abstracto ou fantástico, e não um ser real, verdadeiramente huma- , o conceito de es.laço. Onde?-- É. Uma pergunta universal, vale pa-
no. A realidade do homem Cinde somente da realidade do seu ra todos os lugares sem distinção e, no entanto, offlik_ecleierrni-
objecto. Se nada tens, nada és. nado. Com este onde põe-se ao mesmo tempo aquele onde, com
'a determinidade do lugar, portanto, põe-se simultaneamente a
universalidade do espaço; mas, justamente por isso, o Coneeito •
universal do espaço , émn conceito real, concreto, só na conexão
44 4 Coni- a determinidade do lugar Heeld á aõespâço,omoe nl ger al
'L à natureza, apenas uma determinação negativa. Somente «estar-
,. 1
-aqui» é positivo. Eu não estou além, -Rnite estou aqui — este
15 j) espaço e o tempo não são simples formas fenomenais — são
...., , _ não-estar-alé é, pois, uma consequência do estar agi positivo,
con-ar ões-do ser, formas da razão, leis tanto do ser como do pe- ' rico de sentido somente um limite da tua representação, mas não
nsar. i um limite em si, que o aqui não seja o além, que uma coisa seja ex-
, 2, is soerp- ri
,(„ ..5t1 azm' éeoirpo'rism
ineaiird
oeseurin, apprimeira
eri
r dveivteolrmoinfnaçdãeox.éEostoguuiaaqduoi terior à outra. E uma exterioridade que dePe existir, que não se
I em Hegel, esta Exteriod-
( opõe à razão, mas se lhe conforma
I
' nada para o ser. ãeiVsírá o Pin-nein; limite, a primeira separação. dade recíproca é uma deermidação~porque_é xe3 .... .li-
5 Eu estou aqui, tu além; somos exteriores um ao outro; eis porque
podemos ser dois, sem nos prejudicarmos; há lugar suficiente. O
Sol não não está onde Mercúrio se encontra, nem Mercúrio está
Guie
• ”ao que nao
- -
aeveser,,,Que,, wr — com eleito, o conceito logi-
" •
f co renq uaritõirntIdade absoluta consigo mesmo, tem-se por ver- /
. dade— e o espaço é justamente-a-negação da ideia, da razão, nega-
onde se encontra Vénus, o olho não está onde está o ouvido, etc. ; ção na qual, pois, só se pode de novo reintroduzir a razão -, hegan-
Sem espaço, também não há lugar para sistema algum. A determi- do-a. Mas longe de o espaOser a negação da razão, é pelo contrá-
1
nação local é aprimeira determinação da razão, na qual assenta to-
da a ulterior determinação. É pela distinção dos lugares diversos
1 —mas com o espaço põem-se imediatamente lugares distintos—
- nono espaço que justamente importa abrir luar à ideia e à.
o espaço é a primeira esfera da razão. Sem
—- --
ord
Cm156-iiiiWe iOste exterioriaa de lógica ',algúrria-:-Ou-inversa=
. razgo;
i ade.,espacial r
que começa a natureza organizadora. É apenas no espaço que a ra- . mente: se, como Hegel, quisermos passar da lógica para o espaço
zão se orienta. Onde estou eu? Eis a pergunta da consciência que onde não há distinção, também não existe espaço algum. As dife-
g desperta, a primeira pergunta da sabedoria mundana. A limitação renças que existem no pensamento devem realizar-se como seres
3,
1mo espaço e no tempo é a primeira virtude, a diferença de lugar é . distintos; mas os seres distintos são espacialmente exteriores uns
88 89
, t j 47
os outros. Por conseguinte, a exterimidade reciproca espacial 6
ue constitui apenas a verdade das distingOes16gicas. Mas a ex- ,I
r , erioridade s6 pode pensar-se na sucs W. 0 pensamento real 6 f II
ipensamento no espago e no tempo 4A negagao do espago e do 'v 0 termo médio capaz de unir, de urn modo conforme A reali-
i
tempo (duragao) insere-se sempre no interior do espago e do dade, determinagOes opostas ou contraditórias num so e mesmo
i =tempo. Queremos economizar espago e tempo unicamente para t ser — 6 apenas o tempo.
iganharmos espaço e tempo7 i Assim acontece pelo menos no ser vivo. Assim somente aqui,
_ 1 por exemplo, no homem, se to m evidente a contradigao de eu ser
assolado e dominado ora por esta determinagao sentimento,
intengao — ora por uma outra que éjustamente contrária. S6 qu an-
L 45 do uma representagao expulsa a outra e um sentimento repele o
) outro, quando no se chega a nenhuma decisao, a nenhuma deter-
minidade persistente, quando a alma se encontra numa alternan-
,r,Nao nos 6 permitido pensar as coisas de outro modo a no ser cia continua de estados opostos, é que ela se ericontra no suplicio
, cbmo ocorremnarealidade efectiva, 0 que narealidade, estcisepa- infernal da contradigao. Se eu pudesse unir em mim ao mesmo
1 P. ado, tambern se tido deve identificar no pensamento. Exceptuar
` tempo as determinag6es opostas, elas neutralizar-se-jam e esba-
f o mundo inteligiv el dos neoplat6nicos — ter-se-iam como os contr grios do processo quimico que, ai pre-
o pensamento, a ideia — .
I das leis da realidade efectiva é o privilégio do arbitrar 1 eológi- sentes simultaneamente, perdem a sua diferença num produto
sac) também leis do pensamento ) neutro. Mas justamente querer agora e ser apaixonadamente o que,
i, eo . As leis da realidade no instante seguinte, me recusarei, corn a mesma energia, a que-
rer e a ser, passar da posigao a negagao e vice-versa, ser afectado
por ambos os contrários, mas de tai modo que cada um exclui o ou-
r 46 tro e, portanto, por cada qual na sua determinagao plena e no seu
rigor, eis o que constitui a dor da contradigao.
.
0 A unidade imediataxte deterrninagOes contrcirias so é possivel
e vcilida na abstracgdo.,Na realidade efectiva, os contrarios estao
sempre conexos apenas mediante urn termo médio. Este termo 48
\) mddio 6 o objecto, o sujeito dos contrário_S-.)
Nada 6, portanto, mais fácil do que mostrar a unidade do pre- ,. 0 real não pode representar-se no pensamento em nameros in-
dicados contrarios; basta abstrai-los do objecto, ou do sujeito dos
mesmos. Corn o objecto, esvanece-se a fronteira entre os opostos; k4"-,,-., ,teiros, mas apenas em nfimeros fraccionários.tsta diferenga 6
.. 1 uma diferenga normal — assenta na natureza . do -pensameriro, cu-
petclem entao todo o fundamento e toda a consistencia, por conse-
uinte, coincidem imediatamente.ee, por exemplo, considero o ja essdncia 6 a universalidade,
__... diversamente
...... _ ._ da realidade,
. ._ cuja
. .......es-
pser apenas como tal, abstraio de toda a deterrninidade existente, itisencia
If - 6 aindiVidualidade. Mis impedir que nesta diferenga nao
' se ctiegue a ulna contradigab formal entre o pensado e o real s6 6
tenho entao naturalmente ser igual a nada. S6 a detelinirridade
constitui a distingao, a fronteira entre o ser e o nada. Se eu deixo posSivel Sc 6 pensar, em., vez de progredir enilinha recta, em iden-
titidade coiisigo mesmo, se_deixa interromper pela intuição sensi-,
de lado o que 6, o que 6 que pode ser ainda este simples 6? Mas o e1. Somente o pensar que se deterRina ,e1
que vale para esta contradigao e para a sua identidade 6 igualmen- , „se Jectifica por meio-da
te válido para a identidade dos restantes contrarios na filosofia es- fintuiçâo sensivel é urn pensar real, objectivo --- pensamento da
peculativE, ,,J)
1ilVerdade- objectiva3
i
90 91
,\\\' .,..r- (-
Ç LIO que importa saber acima de tudo é que, o pensar absoluto, is- ) como se sabe, um círculo de círculos..., embora ela, em relação aos
to é, isolado e separado da sensibilidade, não vai além da identi- planetas, mas só a tal determinada pela empina, explique a órbi-
dade formal -' '=-- a identidade do pensamento consigo mesmo; Com ta circular como «a trajectória de um movime ,êto, uniforme»; a
' efeito, mbora o Pensamento ou o conceito se determine como a elipse, pelo contrário, é o símbolo e o razão d ilosofia sensíve1!
, unidade de determinações opostas, estas determinações são, con- i do pensamento que se apoia na intuição.
tudo, de novo apenas abstracções, determinações de pensamento ..................g
samento interrompido pela observação da não uniformidade des- real na sua realidade e totalidade, o objecto da nova filoso-
te movimento, portanto, pela anomalia da intui ção4tansform a, de 1 fia, é também só objecto para um ser real e total. A
- 1, acordo com a verdade, este círculo numa elipse.rg círculo é o noya filosofia
tern, pois, como seu princípio de conhecimento, con7Osen sujeito,
-) í símbólo e o brazão da filosofia especulativa, do pensamento que •; t oo eu, não o e$pírito_absoluto, isto é, abstracto, numa palavra,
apenas se apoia em si mesmo — também a filosofia hegeliana é, não a râzão por si só, mas o ser real e total do homem. A realida-
92 93
1'
, A
de, o sujeito da razdo é apena,s o homem. E ozybomem que pensa, daaconexdo e_relacdo_com..o-mundo, \Elevas-te ao objecto s6
quand°16 baiXas ate fazeres de ti pr6p-rio urn objecto de outro. SO
4
,
1 e no o CU, no a razdo. A nova filosofia nä3 apoia, portanto, na
, divindade, isto é, na verdade da razdo pori s6, apoia-se na di- pensas porque os teus próprios pensmentos podem ser pensados,
vindade, isto é, na verdade do homem total. Ou: apoia-se, sem e eles s6 sdo verdadeiros se superarem a prova da objectividade,
dilvida, também na razdo, mas na razdo ,cuja essencia é o ser hu- se o outro, fora de ti, para o qual eles sdo object°, também os re-
-
mano; por conseguinte, ndo numa razdo sem ser, sera coreS's eiii rid- conhece. Yes s6 enquanto tu pr6prio és umer vfsivel, s6 sentes,
me, ms1rna razdo impregnada corn o sangue do hOmem. Se, pois, -nqiranto' és igualmente urn ser tangivel. 0 mundo encontya-se
.1 filosofia dizia — «s6 o racional 6 o verdadciro e o real»
i,t a antiga bejto_so paraffin a cabeo aberta, e as aberturas dacabeça s do uni-
,; —, entdo a nova filosofia diz, pelo contrario — so .o .human° é o amente os sentidos. Ma's o j5nsamdfiio isoladb para si mesmo,
iil verdadeiro e o real; corn efeito, unicamente o human° 6 o racio- em sirOarrO perfamento sem sentidos, sem o homem, fora do
i nal; o homem é a medida da razdoj
a
to
I+ omem, é o sujeito absoluto, que nä° pode nem deve ser o objec-
para outrém,' rnas, por isso mesmo, ndo obstaute todos os seus
- sforcos, ndo encontra agora nem jamais uma passauln.para o
objecto,para 0 ser; como tambern uma cabeca, qrieSta separada
*
, 51 — do tronco, e incap az de encontrar uma passagem para a apreensdo
de urn objecto, porque lhe faltam os meios de preensdol
ser urf
i-
iii'aa's.
; ,,,,
-
-- - —
o naem não _é um, ser particular como o animal, mas um
sal, por conseguinte, n'ão é um ser limitãdoe cativo, mas
n uanto base do homem, o objecto único, universale supremo da
losofia — faz, pois, da antropologia, com inclusão da fisiologia,
um ser ilimitado e livre; com efeito, a universalidade, a iliMitação Ia ciência uniVersat7,1"
-
e a liberdade sãoe inseparáveis. E esta liberdade também não resi-
de numa faculdade partictilar, na vontade (da mesma maneira que
esta universalidade não se situa numa disposição particular da fa-
--
cuida- de de pensar, na razão ' esta liberdade, esta universalidade ij 55
e s tende—se ao seu ser tot.41.0em dúvida, os sentidos animais são I ''
ais agudos do que os humanos, mas apenas em relação a coisas
eterminadas, necessariamente conexas com as necessidades do i' ' A arte, a religião, afilosofia ou a ciência são apenas as manifes-
imal, e são mais agudos justamente por causa dessa determina- tações ou revelações do ser humano verdadeiro,. Homem perfeito
ão, deste confinamento exclusivo a algo de determinado. O ho- , e verdadeiro é apenas quem possui o sentido eStético ou artístico,
i
, em não tem o faro de um cão de caça, de um corvo; mas apenas religioso ou moral,filosófico ou científico —homem em geral so-
orque o seu olfacto pode abranger todas as espécies de odores, mente é aquele que nada de essencialmente humano exclui de si
elo que é um sentido livre e indiferente a respeito de odores par- mesmo. Homo sum, humani nihil a me alienum puto — esta fra-
iculares. Mas onde um sentido se eleva acima dos limites da par- , se, tomada na sua significação mais universal e mais elevada, é a
icularidade e da sua vinculação à necessidade, eleva—se aí a uma • divisa do novo filósofo.
ignificação e dignidade autónomas, teóricas: sentido universal é
entendimento, sensibilidade universal é espiritualidade. Mesmo
s sentidos mais baixos, o ol , • e o gosto, se elevam no homem
a actos espirituais e científico . N 91facto e o gosto-dasl eoisas são 56
.
"objectos da ciência da nature ".."5.té mesmo c(estõm ,agd do ho-
—-
mem, por mais desdenhosamente que o olhemos, na o J um ser ani- T r--
mal, masku .. rn.auo, porque é universal, não confinado a espécies LA filosofia da identidade absoluta inverteu completamente o
determinadas de alimentos. É precisamente por isso que o homem ponto de vista da verdade. O ponto de vista natural do homem, o
se subtrai à fúria da voracidade com que o animal se lança sobre ponto de vista da distinção em eu e tu, em sujeito e objecto, é o pon-
a sua presa. Deixa a um homem a sua cabeca, mas dá—lhe o estô- . to de vista verdadeiro e absoluto, por conseguinte, também o pon-
'; mago de um leão ou de um cavalo — ele cessa imediatamente de ' to de vista dà filosofi d. 7
; ser um homem. Um estômago limitado harmoniza—se também —/
, apenas com um sentido limitado, isto é, animal. A relação moral
!
96 97
57 ‘, 61
,
5, 1/1 unidade da cabega e do coragdo conforme dverdade consis- 0 filosofo absoluto, em analogia corn o état c' est moi do
It ,
Aro na extinçao ou na supressao da sua diferença, m as antes no Lonarca absoluto e L' etre c' est moi da_Deus absoluto,
1 e -
1 facto de que o obj5to essencial do coragdo é tambémo objecto es- lo nrenos, péiiisava de si, enquanto , pensador naturalmente, nä()
sencia ,dacabega.. por conseguinte, apenas na identidade do ob- mao homem:Va vérité c' est moi,L0 filosofo humano, pelo contra-
iecto nova fllosofia, que- faz do essencial e supremo objecto do o, diz: no proPrio pensament°, também enquanto filósofo, sou
, ora o, o_horn em, tamlkMO object() mais essencial e supremo do homem corn os homens-.7
)/6nte dimento, funda ‘pois 0.ima unidade racional da cabeça e do
coraçao, do pensamento e da vida. )
62
r \I
58 1
1
'
, '. A verdadeira dialéctica não é urn monolog° do pensador soli-
cirio consigo mesmo, e um didlogo entre o eu e o 6.'1
5 r verdade no existe no pensamento, no saber por Si mesmo. i;
verdade é unicamente a totalidade da vida e da essencia
manas.
63
'' 64
k
Nk‘V2'
100