Você está na página 1de 49

Ludwig

FEUERBACH

PRINCÍPIOS
DA FILOSOFIA
DO FUTURO
E OUTROS ESCRITOS

Título original: Grundslitze der Philosophie der Zukunft


e desta tradução Edições 70, Lda.
Tradução de Artur Morão
Capa de Edições 70

Todos os direitos reservados para a língua portuguesa


por Edições 70, Lda., Lisboa — PORTUGAL

EDIÇÕES 70, Lda., Av. Elias Garcia, 81-r/c — 1000 LISBOA


Telefs. 76 27 20-76 27 92-76 28.54

Telegramas: SETENTA
Telex: 64489 TEXTOS P

Esta obra está protegida pela Lei. Não pode ser reproduzida,
no todo ou em parte, qualquer que seja o modo utiliz do,
incluindo fotocópia e xerocópia, sem prévia autorização uo Editor.
0
Qualquer transgressão à Lei dos Direitos de Autor será passível h!! edições 70
de procedimento judicial.
:
k

•1
ADVERTÉNCIA DO TRADUTOR

A presente tradugdo procura ser urn acto de justiga para corn


Feuerbach. Emprimeiro lugarC;porque os seus textos siio virtual-
1 mente inexistentes em lingua portugues e sera born que também
1
a sua voz se faga ouvir de modo perceptivel no conjunto polifóni-
co da cultura onde, ao lado do dialog°, ha igualrnente lugar para
a altercagiio , a oposigao e a conjura, no esforgo incontivel da auto-
c'ompreensão humana; depois, para realgar a sua originalidade
própria efazer sobressair alguns temas fundamentals do seu -pen-
samento filosófico,-queo
t aproximam de certos rasg ciA enta-
lidade hodierna.
Coni -efeito, o significado de Feuerbach nao se esgota corn o
facto de ter sido em parte, durante algum tempo,figura tutelar de
K. Marx, nem a pertinência das suas ideias ficou definitivamen-
te enfraquecida ou abalada corn a critica marxiana nas famosas
Teses sobre ___ Feuerbach. Pelo contrario;Marx e, mais tarde,
tzsche num.-a deixaram de ser devedores a Feuerbach na critica
que institufram ao mundomoderno. Faltou, sem drivida, quase to-
talmente a Feuerbach a reflextio sobre as condigiies _sociais da
emergência da nova civilizagao em que se encontrava, ou um sen-
tido mais,, agudo da suspeita, mas a ele se deve em grande parte o
mats ruae sow contra toda a teofilosofia idealista— corn tudo
o que ela irnplicava no postuladO de ulitadifireng-a qualitativa en-
tre consclein' e sensibilidade,
_ _ espirito e corpo,
_ história e natu-
reza, vontade e desejo.
Feuerbach desenvolveu a sua campanha da antiteologia me-
diante a acentuageto da sensibilidade , davida, dasensualidade; por
mew da reabilitagdo das sensagoes, das impressoes, das afecgoes,
dos instintos, das pulsäes, etc., como lugares em que o eu se liga
realidade. Apóstolo do_ evongelho da (‹Sinnlichkeib,
lir (410

dade), de uma harmonia ut6pica entre homem e natureza (talvez lag de Berlim desde 1967, utilizei as SämtlicheW erke (Vol. II), ao
sejapossivel uma recuperagilo ,vecol6gicco do seupensamento!), cuidado de Wilhelm Bolin e Friedrich Jodi, e publicadas 2 pela
deixou de lado, por insisthncia nos factores subjectivos e indivi- FroMmannVerlagIGunther Holzboog (1903-1911,1959 ), de Es-
duals, o papel determinante da ideologia, o lago entre a represseio tugarda, que também merecem confianga.
sociocultural e o recakamento da sensibilidade enquanto pulstio
dafelicidade (que constituircl o discurso essencial dapsicanklise). Artur Mora°
Pg róximo de nos pela revalorizagko do corpo e pelo entusiasmo
naturalista», torna-se-nos estranhb no seri vislumbre da
de uma reconciliagiio possivel entre ovrogressoh da civilizageio,
o trabalho social e cultural e a satisfacao da pulscio de felicidade
do homern, reconcilidgeib essa que, para n6s, se torna cada vez
mais miticaperante as vat-las ameagas de cakistrofe global e a in-
tensificag o da rnisériapsquicasegregadaporrnzVtiplos meca- •
nismos da cultura actual. t„; ",7 C

Sem sisterna coerente,Feuerbach é apesar de tuclonminterpre-


te excepcional, ou melhor, urn dosprznctpaiarautosda_m- aior vi- ),,A
ragem espiritual do Ocidente moderno..\9 imartintizaga9 radical
do homem, o corte decidido corn a tradiga O- -criSetil e corn tot0s os /
elos do pensamento teolOgico„ a qyliconscientemente e corn fer-
vor quase mlstico ele do umai'n]7dão antropológica violenta e
consequente. Ncio teme divinizarlp Estago' (alias, mutEd na-linha
hegeliana), teologizar aPolftica, realgar os vinculos humanos,le-
vando a cabo nesta tarefa uma notkvel doutrina da imaginageio no
seupapel constitutivo e quase transcendental. Sera essa teologiza-
giio do homem uma contradigdo? Sem davida; mas talvez apenas
a confirmagdo de que o problema do 0 cidente fundamentalmen-
te um problema teolOgico jamais resolvido — e que se encontra
presente mesmo no dmperativo tecnolOgicoh elevado a valor
absoluto.
Os escritos aqui traduzidos (Necessidade. detima Reforma da
Filosofia 1842, Teses ProvisOrias para a Reforma da P'iros-ofia
1842--,15 iihelpios 4(2 Pilbsea do Futur6-1843) lesCrivernilse no
per-to do damaturidade de Feuerbacheprop6rcionamaokitärum _
contacto corn as vertentes essenciais do seu pensamento. Todos
eks se centram noprojectó de urnay<‹reforma dafilosofia›) _e cons-
tituem como imedidiainitite se e, urn ajuste de contas corn o
idealismo, Sobretudo o hegeliano.
Dada a impOSS ibilidade de atilizar naaltura a edigeio crtticadas
Gesarnmelte Werke (ObraS Completas), a cargo de Werner Schuf-
fenhauer e de Wolfgang Harich e publicadas pela Akademie-Ver-
10 I 11
NECESSIDP DE DE UMA REFORMA
DA FILOSOFIA
..k.
-
• , i
(1842)

. , , , , • ;
1 ,.- . v
, .
Uma
aç nova filosofia q_ue _e. situa numa époCa comum às filoso-
fi ' recreie-n— te .-2n10 de inteiramente
i
I
te ,d verso de unia_filosofia
ó (
kiielfièide mim ríodo totalm el â ficÀrá ria humanidade; isto é,
imila_filOsofia que deVe - isua existência aPériís à necessidadefile-
. . sófica como, por exemplo, a de Fichte em relação à kantiana, é ?
, ; uma Coisa; mas uma filosofia que corresponde a uma necessida-
de da humanidade é outra coisa inteiramente diferente, uma filo-
sofia que se inscreve na história da filosofia e só indirectamente,
por meio dela, se relaciona com a história da humanidade é uma vv ,
coisa; mas uma filosofia que é mediamente a história da huma- I
, ni te é outra coisa de todo divers, ,. ----- - -----T— ,,, "1
kv Z_, ergunta-se,pis: é tiig - otuffilen..aorrnação, na reforma
'e renovação da filosofia-TE, nesse cis-ó-, -édino pode, como de,-„,
iiv v e ela
v
constituir-se? Far-se-á esta transformação
... . no espírito-e -rio II,
-
ãêiitidõ da filosnfia tradicional Ou num novo sentido? Trata-'se de
-
III
- - -
nina filosofia como a que até agora existiu ou de uma essencial- h
mente _ diversa? Ambas as questões dependem de uma outraj)En- I
contramo-nos no limiar de umkno,yiaÉpoca; de um novo período
da humanidade, ou prosseguimo ãv -án caminhos já ba- tidOs? Con- V,

thitiàrrios agarrados ao homem velho, só com as modificações que II,


inevitavelmente têm lugar com o progresso do tempo? Seencgrás- ;
semos a questão da necessidade de uma transformaçã5 apenas do v, --,,))
ponto de vi-itifilo—sóficb, encará-la-farnos de um modo demasia-
—- - -
o—......._._
restrito, inlià"'),(nennaneee
r- a m Os no campo de uma banal. que )-
rela de esc -
61a. Nada mais vã ; )
, ;
A refonna da filosofia só pode ser a necessária, a verdadeira,

13

, .•11 i

;
,.,1`) r., I

-
a que corresponde_à netessidade da (Roca, da hum anidade. Em ‘ a.,:filosofia(pei
, ,
J;latetitelrtence ao period° da decadencia do
a 'aI'.III
'

I perfOd da decaddncia de uma concepgao do mundo de alcance -"da glametacao, ma que pretendla ser , ao_ niesmo '- ld
c lailistifti, i

__ ,..... -
i tein amda a ia posN o. 4 filosofia hegeliana dissimulava4 ne
c - ...A/,,,,tc. 1.1:11
a g to kt-A,1
i
historic°, ha, certamente necessidades_con anas -- a uns 6 ou 1
I I,
)2 parece necessário conservar o antigo e hityLo citie' novo; para it -, ,- 1 gagp 0-cliStiarliSino soh a contradigao - entre representagare
• —
.
/ outros, 6 hnperativgjtalizar o novo. ---1-11Tque lado reside ay_erda- ,1 -\t,
,

perriannatinitid:ndgáva o Cnsuarusmo ao povo, r e soi n -a--- dav _ t,,... tot t ',
, , , deira_ne_c_
essidade'Vaquele que tern a exigdriefidO futiiro -- o cintradigao entre o Cristianismo das origens e o Cristianisrno aca-:-t c\j"'
Nut° alltddipado:
__ naquere que 6-niö'Viirieri
_
-
tdfaia i- frente. A ne- - - ado. Nos origeas -
, ö -OriS-tianismo teria sido necessário; aqui;todos a,"
cessidade de conservagao é apenas uma necessidade artificial, os lagOiTfirarn refelffdö g:"Tin,la religiad-S6 se mant6iiise se preser-
criada — dapenas reacgao. A filosofia hegeliana foi a sfntese ar-
bitraria de diversos sistemalOttentesvdeeinsufleipnclas — sem
' forga positiva, porque 'Zsin negatividaae absoluta. S6 quem tern a
coragoie de ser absolutamente,negativo tern a forga de criar a no-
l o

1'
tAf ar no Seu sentido inicial, origindrio. Na _origem, _
tenergia, verdade; toda a religiao comega por ser estrita e incon' V \,}),
tionalmente religio§a nias, corn o tempo, esgota-se, tom ée la- , , ,,, ;1 .
a religi ao 6 fogo,

a', infiel a si mesma, indifeitnte, submete-se a lei do act Para ‘,/,•--- ,a,"- ;1
"toriCiliar corn a reltiao esta contradieão ,da pratica, esta apos---\ ' -', 1 t
,

di,-
j`‘) .
-.,t'' 0, ' •
;

Os dodos da humanidade distinguem-se tasia da religiao, para a di'sSfillar, recorre-se a tradigao ou-a mo- \ ',-' . a ;a
_ , . pas por_ trans- " ,a
l

formagöes re igiosas. 0 movimento h1strico464Lingelyn funda- difiéagao do antigo livro da Lei. Assim os judeus. Os cristaos con- l 1 !.

, ilde -dliiienetra no coraçao CIO homern. O coragdO)nao 6 seguem dar as suas escrituras sagradas urn sentidp 1 ,
radicahnente ; a a: r
a ,
. uma forma da religiao, cotho Se ela houvesse tambdih -de- fisidir no contraposto a esses textos. -a' a•-• . 7 -' 1,, ,' -- , •
g a
, coragao; 6 a essência da religiao. Surge., pois, a quatao: teve ja_ ado — negado no espfrito e no coragao, .1(1RI
lu- c
,3 • k, a_Cristianismod_ne
,c) ' gar ern f,i-o-i=- li Irid- l'arolla 6 religiosa? Sim; já nao_temos coragao, na,__ ncia e na vida, na_arte e na iiidatria, radiCalmente, de um I

-
já no temos religiao. 0 Cristianismo- dnegado — negado mesmo trio& irrevogNei, sem apelo, porq-uTe-Oiliöln-lefii
' deTalinalo se
„ u ° „' por aqueles"que airida parede-m -
sustentá-lo; mas nao se quer dizer -
aPiniiiiardiii dn Vetdadefro -, do hiiinan -
6, do anti f
Sagriadd, --
que se
‘;, . ° ° s,•
emyoz alta que 6 negado. Nao se diz isso por razöes de'polftica, room ao crisfian

lirrin toda a foica de oposigao:-Ai6 agora:2E4a- (',.% ,,,!* '' . 1

-
faz-se cliik um segredo; alimenta-se a este respeito, de modo _gao era uma negagao fficonsciente. S6 hoje 6 que ela 6 ou se toma
a intencional ou nä°, uma ilusao;faz-s_e_p_a_ssaLa_negaga°
ma do uma negagao consciente, querida, uma negagaci visada directa- (-
a, Cristianismo por Cristianismo, faz-se do Cristianismo um .sim- ' mente, e tanto mais quanto o cristi_apismo se aliou aos inimigós do ,„, :
,.. __
ples nome. Vai-se to longe ria negagaddo Cristianismo que se
,.. d. ifundamental-dafiumanidade preSente, o impulso da
pt__s liber-
rejeita todo o critério positivo e nio se exige coni—o c46-iio do ens- - . 1 1
1 dade politica. A negago •
a consciente fimda uma época nova, funda 1 , ' ai.
,a tao, nem os livros simbolicos, nem os Padres da Igreja, nem a 13f- ---
a necessidade de m ifilosofia nova, franca, nao maistrista, reso-
' i
1,,,, V
a1,'1
a blia: como se nao fora verdade que toda a•areligiao s6 permanece '‘ lu . ill ente acdsta. — - ) , ‘ ,--,1 - w , ,.. \-,.- • i: " ' -' i',,- ':
• a' a
religiao enquanto possui urn determinado critério do religioso, urn --
--' • : • '-filii s dia tdfiIa O lugar_da religiao mas 6 justamente por isso '--- „,
,
a _determinado centro e urn princfpio determinado. Tal 6 a conserva- a I' tie tamb6 uma filos.° a_toarneate_divers r eatrap_ara o_lugaLda 11,,P,,,,,'4'-'''' '''
. * -
D ga-Oso-galiirinl"cla neggao. Que 6, poN,—O'Cristianismo? Se nao atiga:-A-filosoflaiii etiterItatip-O-de -subStituir.a teligiffo , era' era r ra
m . a."
emos itais nenhum testamento, por ondeseconhecemos a vonta- 1- 5 ' filbsofiamia nenhunila religiao, era sem religiao. Deixavalöra de
c

- de o espfrito do fundador? Isto significa apenas que já no exis- SI a essência ge,e11.1i'ar cla rehiao, pretendiannicalikfilMOIrrn_a,do • ', • I. ',',,:: irti'
1
• te Cristianismo algum.'Semelhantes manifestagoes so unica- 1 ', pensamento. Para re1i o a filosofia develommar-se , ''-','° 1.
,t - " '
mente revela Oes da decaddncia intema, mais a decaddncia do
i religido thquanió fliosofia, _ deve introdu0r,ern Si mesmd de urn -
C ' ianismo. Y odoin a ela conforthe, o que constitui a essencra - dd refigiao, o que a 114
,r :e rki ."7
v,) D,, Cristianismo ja nao corresponde nem ao homem tedrico, faz a vantagem da religiao sobre a filoso gl, 'I 4 *, „,' , ,- ^ . 1 ' /.,, ' - ,' 4, I I 1

v
nem ao h-oiffe—m-icliiiicOTjalito "satisfaz o es- pfrito, nem sequer tam- , 5 c A necessidade de uma filosofia essencialrnente nova brota---i \ ' ' 1,
b6m satisfaz o coragao, porquetemoSbutros interesses para o nos- . ain a de que nds temos diante dos olhos o tipo4LasOadodalllo- •-;- i,
so coragao diversos da beatitude celeste e eternI.) _ . sofia antigit,iT pl is, -Söpérfluo tudo o que4° the assernelha; tudo 1'
t '( 1-a,,,' ' ' r
ri
14 L-::'7 A
- 1
61, ) .,.<.\,, C, .;, ' k -1. L = , n
111:'
• , = ,

ii
• • . , ,

\ o que se possa produzir em conformidade com o seu espírito, por te, de modo instintivo e prático, a sua fé religiosa. Não é a fé em
us -
Deus,_ri ~scorifiariça_erri_De que funda os Esta Wf a
mais longe que dela possa estar nas suas determinações particula- -
. 9:ensa nOlibmem como • e s do homem_ que. exPlici Sajectiva- ,,,,, , •,
, res. Por mais quej-se conceba ou demonstre -
o Deus pessoal de tal
-- m te a Otigeni do rátá
-
1 ta '
-T
° ``' ' '
-
r , ' , ' ' + '' ' '. ‘1" "
• ou tal maneira - - nãCI mais disso que remO s siber, não qiieremos 1
, No„.EStado, as forças , • .
„ homem separam-se e desenvolvem-
aunenhuma teologi
mais (''
s
i As diferenças fun amentais da filosofia são diferenças.„fun - -)'
- para,ti cayÉstlesta separação e sua reunificação, constiuírem
'
-A
- um setinfinito-Amitos homens, muitas- força, . - consti à`só Cf 4\'' t. i
i, ti ntais dia humanidade. Para o lugar da fé,-entrou i'descrença; -._ . - ,
; para o lugar da Bíblia, í'razão; para o lugar da religião e da Igreja, • Torça. O Estado é a soma de todas as realidades, o Estado é a pro- `,• e '
-
• a política; a terra substituiu" o céu, o trabalho sub,s ',. iir a oração, YrcrêncWdO homem. No Estado, os homens representam-se e !i
completam-se Uns aos outros --- o que eu não posso ou sei, outro
a necessidadepatgial o inferno, o riorii.em o crist. o i omens, que
, já não estão'ciados entre um senhor no céu e u senhor na ter- , O-pode:Não existo Para mim, entregue ao acaso da força da natu-
, ••v- : ,,,,',..', ra, que s „rWi realidade r _nc orm31; _. '1, divisa, são fiõmens, reza; outros existem para mim, sou abraçado por um círculo uni-
diferentes dos itisi viiy,On ii-O &Es-girrarrien o , . • " -tiue para_ a filoso- ri 0 f versai, Siiii membro dum todo.-0 Estado [verdadeiro] do homem -g/
- -
' ) '2' ' • - I fia éfes ltaano pensamentCé para nós e ' e a ifitediataSe e - - lirm-itado, infinito, verdadeiro, COmPleto,divinOT $01 o Estado é o I,' .
-•, „, sitamos,
f pois,-)cle um princípio conforme a esta -.---------„--,-- „. homem—o Estado é o homeniqUe se determinaa .314 ,2
esmo, o ho-,,k
' mediada& . - ,
camprática, o homem entrou para o lugar do cristão, então tam .. - m • me •• !ue se refere a si próprio, o homem i
írl2w1u o.
c
,,t (.0 statlo é a realidade,rn aO triesmo tempo bém a refu-
, •„ ',no Pliii-O teórico o ser humano deve substituir o divino. Em suma, -
—-- - -, aç .. práTU daTé rieligio W frlesmo'nos nossos dias, o crente em \
, devemos--resumir nunVpriridíPio_suptelin d) num vocábiT i õ'npre- •\ ;,
mo, aquilo em que queremos tornar-nos: só assim santificamOs a aflição busca apenas ajuda no omem, contenta-se com a «bênção
i de Deus», que deve estar em toda a parte. Sem dúvida, o sucesso ( 1 . •- •
\ria nossa vida, fundameptan iiTO-s-sa tendência. Só assim nos liber-
Inão depende da actividade humana, mas muitas vezes, acidental-
tamos
, da contradição que, presentemente, enVenena o mais íntimo
e
de nós menos: da contradição entre a nossa vida e o nosso pen- -mente, das circunstância s favoráveis; u «bênção de, Deus,»4-
• , i • - -
sarnento- uma religião radicalmente contrária a esta vida e a es- , -
as pbeiriness '
o os com ,
'
que a' deS crença crente diásiMUiâ'O _ ' s'éca '‘
te pensamento. Devemos, pois, tornar-nos religiosos teísmo prátic,, O. ateísmo prático é, pois, o_vfnculo dos Estados;
; , os homens est ono Estado
.....,_.porque estão
,. sem
_ Deus
. _.no—
Estado, o Es-
= a política deve tornar-se a nossdiefigião='.: máS ela só pode tor- - - - - deus dos homens, por_ilio, reivindica justam ente para si
nar-se tal se tivermos na nossa intuição Um princípio 06 é O
, supremo
lo
consiga transformar a política em religião. Pode, por instinto, fa- predicado divino da «majestade». Tornou-nos conscientes do
-
zer-se da política uma religião mas trata-se aqui de um último (que-faz o fundamento e o yinculo inconscientes do Estado: o
na política
fundamento declarado, -de um princípio oficial. Este princípio ex- ateísmo prático. Os horhens lançam-se presentemente
presso negativamente é a senas o atetsmo,fisto é, o abandono de um porque reconhecem no cristianismo uma religião que desit6i a
• J<
k
Deus distinto do hOme !, • ;4
sj,,,, Pil.(;''' ' 4
ene política dos ho ens. Á
r, ,("
C. ' Irreligião, no sentido ordinário, é tão pouco o vínculo do Es-
,
w ue o pensador, antes a consciencia, tem no conhecimento,
o homem prátic tem-no no seu impulso. MadRiimpulso prático
•-•,•' ‘,` - 4ádo como é antes ya sua dísSoIuçço ku.smno ,.sentido da religião, 5 na humanidade é o impulso político,9 UnpUli-Oa-í3articipar activa-
40 pai, o conser ador, o providenciador, o guarda, o protector, o
regente em senhor da miinatcfnia mundial Por isso, o homem não mentenos negócios dó-Estãdo, o impulso para a supressão da hie-
1 Ç precisa do homem; tudo o ij.uê de deve receber dê siOuidoiiiiitrriá- \ far-qiilã Mítica, da insensatez do povo, o impulso para a negação
' .‘ recebe-o 'imediatamente de Deus. Confia em Deus, não no do catolicismo político. A Reforma destruiu o catolicismo religio- f \‘'

1 ,, ribinerif, dá graças abeus -enão ao homem, por cops- 1-1 ineiwI- só-,-rrias os tempos modernos puseram em seu lugar o catolicismo
mem só por acidente está vinculado ao homem político. Pretende-se agora, no domínio dazytica, o que a Refor-
. ica_ção,
.,_ 04N s:_qh,Le .
cfivá do Estado; os' nonl_ens r rjerillse pelasimples.razí'o-cle ma quis e projectou no domínio da religiãOJ
_.. _eú - -
,.,k‘s oQ, - que não crêem em Deus algum porque negam inconscientemen-) NI'• • (Sá-sim como a transmutaçãri „,„... de Deus em razão não elimina
.9„.•-•- e 1 , -- ----------- -- - - - - Ç'' • •.,,>• -
16 . 17 .
,. 2
,
- , •, r ' , ,. ,'' ., .
/-.,
ty,
Deus, mas somente o desloca, assim também o protestantismo •
deslocou apenas o Papa para o rei. Tèata-se agora do papado polí- ,
tico; as razões que tornam neces$ ,,,J"O o rei são as mesm as que tor-
nanecessário o Papa religiao. \
r i 1
1
i varr
A retens á era moderna é a rdade Média protestante em que só
-

V. ! , ' 11 ç'
,
Lr
L
?'''

• com Meia negaçõeS et XpedientéS Conservámos a Igreja romana,


2g- - -

o direito romano, o direito criminal penal, as universidades de esti- 1


\. it' ,j1 ,,,,
,

'
lo antigo, eteCCom_ a-dissolução ,. do cristianismn'proteátaine,
-' fl, enquanto poder e yerdadeseligiosa que determinam o espírito, en-

trámos na era 'nova. Ó espíritMesta era ou do futuro é o do realis-


k TESES PROVISÓRIAS
PARA A REFORMA DA FILOSOFIA,,.(
\l'
II.,
1
1



:

mo. Se concebemos um sertireíente do homem corno princípTO e ,


• ,,/ p.1 1'‘
ser supremos, então a distinção d6 abstracto e do homem perma-
' (1842)
, ''
1
er J ,\
. 7)

f necerá_ a condição_permanente do conhecimento deste ser, então


, ,
•,-
,,
.,
- jaltist t aremos'à Unidade imediata connosco mesmos7eoln o
-
, r .
, n-' , /
\
• , mundo, com a rogidade; recOneiliarno-nos com o inundo me-
m istén o da teologia é a antropologia, mas o 'C'‘g 7eclo da fi-
s
f }
, ç
O /

( diante o outro, um t%eiro,TêTridá âéinpre um produt6; ei ri Vez do


- -
Ç losoiaespialatíva é a teologia — a teologiA, esfieculativa i ut se ,-. ^`'- n
produtor; temos um além, se já nãO fora de nós, pelo menos em
-
distingue da teologia comum, porque transpõ4ara o aquéih; isto , , ' l•
nós; encontramo-nos sempre numa cisão entre a teoria e a práti- C, aCtualizarcletermina e realiza a essênCi a divina, que a outra exi-
,...-- -) rf ''
• cã)gmos nacabeça uma outra essência diferente da que está no lava para o alén2por medo e estupidez.
coração; na cabeça, «espírito absoluto», na vida, o homem; além, ,. _ 6`.. c , t - u- :: „( 1 , ' f‘ „ ,,,,,\ ,,b,r4 2 • '.. at = , ti ,
, , ,

o pensamento, que não é nenhum ser; aqui, seres, que não são noú- VLspinosa é o verdadeiro criador da moderna filosofia especu-,
'

menos , que não são pensamentos; em cada passo na vida, estamo40.2 lativa; ; c11,elling é o seu restaurador e Hegel levou-a ao pleno„, 4-
fora da filosofia, em cada pensamento difirOsofia, fora da viddzi Jürnprinieng
cabeça
-, ........ _ da Igreja, é homem corno eu; Orei é homem
- 4-,cr\ ,-,' z''"¡Art
1
como nós. Ele não pode, pois, impor ilimitadamente as,suas fan- -' ... r
` 0 ; ..---)
:
',

, e e' ' Aief,),-,`• É,iii (),',. - Ay). ' /


4
,
k
';' .,P z ". , :"ë dês
"- .
eitl M" f,N.0.4 . keSik.9 o,-
tasias; não está por cima do Estado, por cima da comunidade. O t d' glir
-4
‘ -'); ' : -." ' gftMlan '' .4k ' 05 .' , " f ~E
i . â4: : 6fatr. ij k
i --6/,'
protestante é um republicano religiosa) Por isso, na sua disse0:
, ..
lução,
.4̀, quando o seii e or
- - -
iíeiido Teligidso desaparece, ou seia,--é
- -
-
, k ,n,;:f ileto
_, s
descoberto e desvelado, o protestantismo leva ao republicanismo
,--- O cristianismo
. é a c ontradição do 7' e do rrionotetsm
r _,,,,,,,-,,,-)
1., , 0-
:político:Se, , supriminnos a cisão „. _ do protestantismo entre o c-én, n 1::) ,
v--, -'} -- m --- - 1. J. . 7 ,

onde som6 S ..S,.ehhoreã, é a terra , dnde somos escravos, ie;13 Ois, re-
- - — -

'conhecentos a terra como lugar clanosso destino, então o protes-


, _leva directamente à república.
tantismo ., Se, em tempos passadosl
a republica se aliou ao protesiântismo foi, sem dúvida, casualmen-
te — no entanto, não sem significado — porque o protestantismo -
apenas liberta no plano religioso; e daí uma contradiçãcvnquan-
(' to, se conservou ainda a fé religiosa do potestantisinoCS ó quando -

', tiveres suprimido a religião cristã é que tu, por assim dizer, terág
( direito à república) pois, na religião cristã, tens a tua república no
'v

'fcéu,.‘por isso, nó precisas ._ ._ de uma aqui. Pelo contrário, aqui, de- * Estas designações teológicas utilizam-se aqui apenas no sentido de epítetos triviais.
ves ser escravo, para" que o céu não seja supdrard) -- - ---) „A rkÃ

-- .. n r '51 :115,2

18 --t
1 .
• r „.• 1 1 x.
19 ï
,

i s mn
. ,. , .
'4A )e, 0 t 1 ‘ ti ' 4 '
, 4 , L' ' ' ' 1,
. 1 ,A ' A i ,,,N LA' A - ,,,,, . f) - , N

I . .
,
(10 ilosofia da identidad istirtguiu-se da filosofia, esmnosista nificado d- urn simples pivii_Oad,94ti
_
g l t
ai le ite g4011-t a' 6 4itiNtoms' '
5
iente-FoTter insuflad A'" coisa
"
• morta e indolente da subs- W 1$ A . .t,' , 1 1.
Vt o espfrito do idealism°. Hegel, em particular, fez da auto- k - 2?)
13 '
ide, -di foka de autodistingffo, da autoconsciencia,
_ urn 1 CAluz da psicologia o absoluto . _ ou
. . infinito da filosofia espe- pi'
VI/

atributo da siltAt cia. A proposicAo oaradoxal de Head — kKa , ctilativa é simplesrnentro não determinado, 9 .indefibidb ---,a s. „.r p- ' ,,)„ ervi

---,2 sciência de Deus 6 a autoconsciência de Deus» — funda-se no i-abiff vie' todo o determinado, simultarieamente ,potTN,TA,- ' i ' - • \1
i
m
1 UM seTclietiolilesta abstragfab, Inas logo de novo co m
— e a , en-, , c , c) k-- (yq
'rnofundamento que a proposigao paradoxal de ES019$S Mai,
;
'
tificado; mas, A luzValiii sföria, 6 apenas o velho. serou —T o mo1S-tro-__ / , d
tillattao — e tem aPe - teOli‘ico-metaffsico, nao finit6 no, no ma tenal., n4o
este sentido: a atjtoConscienci a é um atributo da substávcia
)eus; Deus 6 consciencia, que o telSta>difereniernente da - detelnadb-, não qualificado -
sciencia real atnbui a Deus 6 apenas uma '-representacao sem
,,,,c—c^,--ii C ... .
; C P4'''''
. 1
c', 11). „- lógica hegeliana 6 a teol ogi a reconduzida A railio e ao pre- .
' rn substancial; igualmente roposigao de Hegel diz apenas: a
\ I
-- sente, a teologia fella 16gica. Assim como o ser divino da teologia
e a quinta essência ideal ou abstracta detiklas as. , ...._realidades,
F
r
:
i-- . isto :
; , 0 nsciência é a essência divina • f, 1= ,
r
l..,
„ 1 ,ili:1ódas-as defer Mina 0i
- -
-
s; deta das ds finidades, assim tamhém
a 16gica. Tudo o que existe sobre a Terra reencontia-se Iv céu da
0 método da crfhcayerormadora dafflosofia em eolo-gi — assim também tudavc_te exist na natureza re -eat-ITO-n-
r nao se distingue do já aplicado na filoso.fia da reliião Te- th- 4e no céu da 16gica divin.a.;4 qualidade, a quantidade,a me-
m ap-enas,,de fazer serii-pre doiir-e\dVaro Sujeito e fazer do su- ida, a essencia, o quimismo, o mecanismo, o organism4Na teo-
111
-
",,Ifi to'o objecto eprincipio — portant°, inverter apenas a filosofia ogia, temos tudo duas vezes: uma, de forma abstractaTioutra, "Cie
e! Deculativa de maneira a termos a verdade desvelada., a verdade
__ _ orma concreta; na filosofia. "hegeliaria, 'Cada coisa 6-nos dada duas _ _
-:./-\ 1 ' ( pura - -- e nuD
, - - ,, \ ' - ezes: como objecto da 16g-tea e, em seguida, novamente comp ob-
1 ,' , ,',,<„,, -,e- • _0 -- '- , . r - ,. ' -
_
jecto da filosofia dã natureza e do espfri D .
„,....... „0.......„ P - C • • 1 in
r . ,,
-,-- I '
Cf."- QC" K 4 ,74 Aessencia da teologia 6 a essência do homem, transcendenth, -
-
- 47 .1;
---/ r rojecindiPara fora do hOmeni;aesSência da lógieade He gel 6 o \ ( ,
i-
.zte
ii....- ' pensarn to transcendente, 6 pensamentO do hoirtempostofora do
PP— h omem.
")-- c.,".
C,
2 ' 2- ••' :
5 5'5
\ ° 5
./- , f,:5-\i''

).., . : It- P, r M $ 410TI o, 0 Assim como meologia cinde e aliena-o\ homem para, em se- v, \ ‘,,,,
,- ,, assi tiV1.1,-ii,,,segttn•o •••••-•••••• nn••••n••9 •-• n• gth a, de novo corn ele rdentificar aSua essésricia alienada, assim,''
to em -----
gerahkaproprio --- segundo Hegel, ser, Hegel multiplica 5 cinde a essência simples, idêntica a si, da na-
es-sfricia, conceito W.,sp tureza e do liotfeirt para, eni seguid,a, de novo reconciliar a forga
r pensade unicamente cm ser, é apenas o que fora violentamente separad • _
sbbesta_ ou aquela deterilifficiardlifiC1legbria, -6- integamente ab- „---
,,, 1 '
rso- i-.vido nessa cafegolia, nest-a- detenninidade, de que,dei- c („Ametaffsica ou a lógice6 apenas uma \
ciencia -rea e unanen ) ...,, '
,c
\kando estas de lado, el6JuaLnip_esn
' - --- . i -- -o-me. m as, apesar disso, o
's - — -
fp ' P --1.1 -n-57-11—-e CW1 "- 69 11fIl'alifTiG efis-a-ni a iiii 7triiiiitLcuiiii tr ivn'A '
0., absoluto como suAit-dt , fojaz corno fundanlento, e o verdadeiro rnetaffsicaé apsicologiassoterica ue arbitrariedade, que acto de -
4 -
: 1bjR6-, 09r-uj c—o interm
-
6dio o absoluto no 6 um simples nome, forga considerar a qualidade por si, -I"Strisagdo por si, e -des-garrd-
- mas alguma coisa, a determinaçcio, tern sempre, no entanto, o sig- -las as duas entre ências particuldres-como se a qualidade fos-
i
.,
&. 20 . 21
[ .
se alguma coisa sem a sensação e a sensação alguma coisa sem a ,.
dúvida, iwlicas_lo na filosofia hegeliana, m sempre e ao mesmo .-,
qualidade. tempo com a sua negação e o seu contrario. tr, i
t I"C"
' ,
;/?‘ airri,
ab,solutoge klegel nada mais é do que o chamado es-
Nfspp:Ito
I\4 Ui:prova evidente de que o ~sole é o chamado espír_ ,_ \, í) I' it
".?

' • " ,Pf Mí , abstracto, separado de si, da Mesma,maneira que o r


ritior to / -' rito finito, subjectivo, portanto, degueaôuele no pode e d eve de' ,:,, )•,'' ;i1 - -
- i --._ ,l, Uk idl,t ,
infinito da teologia nada mais é dcrque o ser/finito, ábs-tr- te separat-se — é a arte. A arte p_inana do sentimento de que a o Ç4 g ,1
t (
vidw n ste mundo é a vida verdadeira, de que o finito ê. 9,infinito)l k $
-- 11

Se ndo Hegeko es írito absolutornanifea-se ou


realiza-se
p
-- '' an'a do entusia s Mo qUe V iUriihialirh e erminactri e
u sç.r._irt
'" - - g -- '

na arte, na_ reli ião na filosofikEm veniSculo isto sigiiiii ea: o es-
g
- real o ser supremo e divirio. O monoteísmo cristão não tem em si
pírità da arte, da re4ião, ila
lo c sofia é o espírito absoluto. Mas qu'aÃuerprincíPidde cultura artística e científica. Só opoliteísmo,
não &posslyel separar aarle e areligião da sensação, da fantasia o chamado culto dos (dolos, é afonte da arte e da ciência. Os Gre-
e daintuiçãàhumanas, nem a filosofia do pensanientd, em suma, l
- gos elevaram-se à plenitude da arteplástica unicamente Porque
o espírito absoluto do espírito subjectivd- e ou da essência do ho- viram na____forma
__—_, hurriana, de um modo incondicional e sem hesita-
Mem, sem de novo nos transferir para o antigo ponto devi Sia da - - çcTõ, ,brma sup
-
_ rema,
_ a forma
t
, - da indad e. OS, crigãos só che-
_ , ...div.„,„...... ......
-
\ teologia, sem nos levar a tomar o espírito absoluto, por-um outro garanapõesia,de gois "et Ter CM negado c praticamente a teologia
espírito, difgente_do ser humano, isto é, como um fantasma de nós 'casta", ntiando'Vene7arliii o Ser divino coirio 'O ser fetnínino.,Os i! ' -

- - -
com a essência da 1
mesmos existindo fora 3 cristãos figam artistas e poetas em c R triidiTão
sua . religi ão,ial CoM o a representavam, tal,, c&mo era Objecto da sua
--- ,1
• ,

• CO esphito absoluto» é o «espírito defunto» da teologia, que


« consciênCia Por motivos religiosos, {petrarca arrependeu-se dos
poemas em que tinha divinizrado-,1,aga. Pb rque é que os cristãos i - - -
assombra como fantasma a filosofia heg-e-liag 1
não têm, como os pagãos, obras de arte adequadas às suas repre- 1
, d ` ,,, a
f 1
sentaçÕes religiosas? Porque é que não têm nenhuma imagem de 1,
-' ileolagia é afé nos fantasm' Ceologia cotriiiiii tem os seus i,
Cristo que os satisfaça plenamente? Prirque_a_arte_religiosa dos ; - :
fantasmas na ima 'n ção sénsíve , a teologia esp etfativa na abs- g
cristãos fracass. 'et:ante a contradição fatal entre a sua conscien-
tracçãb não sensível ,
1 Oae-a-verda• e.,N egundo a verdade, a essência da religião cristã é 1- '

\
i k natOrlio ' , 7
,U t 1,1' l
i ," ) /"\- ,4-''
essênctahu • .,• a a, mas, para a consciência
, dos.cristãos, é uma es-
, êãcia estranha, não humana.C.ristg deve , ,_, sçr homem e também
agrhcia do homem fora d.%) homem, a Js''sência d O Rris-ii-i:Rik
o - - - -
não homem; é uma anfibolia. Mas a arte só pode representar o ver-
fora-dii acto
-
de pensar. Ao fundar todo o seu sistema neSiesactos , ' ,'
dãdeiro, o inequívn -:.` ,„„. .,. , ,,. c, , \- ---:
'

de abstracção, a filosofia hegeliana alienou o homem de si mesmo.


Sem dúvida, identifica de novo ô que separa; mas apenas de um ,
;

G consciência resoluta, tornada carne e sangue, de que o huma-


modo que comporta de novo a separação e a mediação. À filoso: no é o divino e o finito é o infinito é a fonte de uma novapoeisa
,fiahegeli ai5a1 ta a unidade imediata, a cer-iâa iMediata; a-verila-T' e arte, que superará em energia, profundidade e chama, todas as,, ",
de imediata. y--, , , ' --'' ' '- '. "'-'" C.,,
Á I
, _. i t
artes preeedentes.:A fé noalém é lona fé_absolutamente ap .. .tiça. = P,'':c.. p k
.

) &identificação imediata, clara, leal, da esência do h


1
A dor é a fonte.da Poesia Só quem experimenta a perdasleffin s ,C&:; 4"1
- -- - nem,
:subtTafdaao li O mem Pela abstracção, COrti nlibm em
-- -
; \finito como perda infinitatem força para o fogo dó lirismb. ó o
não Ode de- - —
,
• \
encanto doloroso da recordação do que já não existe primeiro P,,,,•0)°,1:', : c.
,,
dtizir-se da Rosofla hegeliana por via positiva, mas unicamente
,
artista, o primeiro idealista no homem. Mas a fé no além transfor- -•'••,,7,.b-
como aitian eÉação. Pode, em geral, apenas conceber-se e com-
- -
- \.. ‘
ma toda a dor em aparência e em inverdadEj
preender-se se se conceber como a negago_total clafilosofiA es-
peculativa, embora ela. seja a verdatre-da mesma. Tudo está, sem I cki , ',74k, ',' i n ‘.?\)(` .'", , ., '.= 1)
\

------ N n , , ,,.: . : , • , . ,j^. _,,,.2,,3,,.t' -, , :I , '1,' :11


J ' W, , , .
' - ' ': J :? ,•
't t , ,, .,, • ,^ + r ' ? .'' ''' '
\ \(,! ' ' i -
li. f
'
4 t

}• o'
1.‘
r
- t).1`\'
A filosofia. nue. rierf, 1 7 n fi s
,
„ a, qualidade determinada
.. „.... ,
odetenninadoilo in- I indeterminado,ma o determinado, apois qualidade real precede a qua-
' nada mais 6 do ue
.%) a qualidade real;
, ,
, detérMlnitdo.
, t. Qeduzir o finito do infini to 6 deterniinare negaro in- - lidade pensada. '
[ finito e o incleterminadoT 6-admitir que sem determin(4ccio, isto 8,
sem finidade, o infinito nitd- d,
-
d pois CorffeSSar que o finito se pae it origem e o movimento subjectivos
/
/d a filosofia sao \)0:4'y6
corno a realidade do infinito. Mas como a quimera negativa do \ 44; y
bl j t. Antes de pensares '7 0
il tarn m o seu movimento ..,-e origens
,..., ,oect
- , ,
ibioliitOPérinanece coino fundamento, a finitude posta 6 sempre á qualidade, sentes a :qiialidade. Acafecc4. precede o pensai
de novo suprimida. 0 jinito é a negagdo deinfinito e, por seu tur-
- mento.
„ 4 no, o infinito I a need05... dbfinito.
. A filosofia_do absoluto é uma
1 contradigao. i1 t,„„ i inito 6 a verdcld.cira_e
ssencia
flolinito — 0 finito verdp- .
1 -
t ) 604 e do q„us a
-' ,,, ""
deiro. A especulaçao ou filosofia yerdadeira nacla_miis .
t c. ,0,, ,.! , r,
l ssim como tia eolo:ia o ho . m é a verdade, a
yealidade de empiria verdaaTale universaP ,,,, ,,,,,,, ,,,, , 04.,'-i
' ' ) eus — pois todos os.pre • ieados-qiie realizam 15eus coma Deus
- -
A e fazem de Deus um ser rea 4 66 mo opoder, a sabedoria, a bond ade, ` c
Ginfinito da_xeligiao e d'ilosofia e,f ,plin a foi. niais do que
o amor, e a propria infinidade e personalidade, enquanto tem por
condigao a distingiio do finito, s6 se paem em e corn o hornem ---- '
L9
algo de finito, determinado,_
e determinado, corn op
nas iri4iiikadti;Uto 6 , urn ser fialó"
-ditiCia7/ade nada ser de finito, de determi-
assim t bém,
n na filosofia es peculativa,-ofinirqf a verdade do nado. A filosofia especulatNi tomou-se culpada do mesmo erro
infinito:" 4 \-k Ap-9
s
que a teologia — te r feito ElAslieletirtijna0e da realidadebu da fi-
-
,r--- f

ikip-3( nidade determinaepes e_predicados 'do infinito so meckante ane-


\‘
vt
c\, Uyerdade dofinito 6 expressa pela filosofia absoluta sO de um gasao da detenninidade, em que elas sao o que-24V.,
, k , gbdo indirecto e iiiverticlo. Se, pois, o infinito seLeisiste,.sii tern i 1 •

Xr \
1
',''
.K , "

' ., q

verdade erealidade quando deferminado, isto 6, quando nao se ode > A honestidade e a' röl
,
Z'l
t_Al_Lde sao ilteis em todas as coisas — e
•.'7' ) como i unto, mas como finito, entao, ofinita. e. em verdade o . - tambem em filosofia. Mas.a filosofia s6 , e_honesta , e sincer unan- ,A
i m °
do confessa a finitude ........... Oa sua infinidade especiaativa -- quando s
— — - .,. por'exemplo, que o segredo da patureia P.m.,Peu
confesSa, pada
z
mais -e dire o segfedO dartiffire a humana, que a noite que ela p3e
-
, 411 IA
.. tarefaada verdadeira filosofia nao é reconhecer o infinito co-
. "" 0 las o finito como o nao finito, c ornop_infinito; ou,nao
firiitct, em Deus, para daf tirar a luz da consciencia, 6 unicamente o seu
,p 6 transper o finito para o infinito, mas o infinito parad finit pr6prio.. sentimento
.. ........ obscuro, instintivo, da realidade e indispensa-
s, ., <
• (>,°, bilidade da mate n4
bt omego da filosofia riff° d Deus, nao_estabsoluto, nem o ser
fo4 o pre icado do absoluto ou da ideia o comego
ö firnto* o delenninado, o real. P.wfinito nao pode pensar=se
1
rkl 0 caminho ate agora seguido pela filosofia especulativa,
caminho
do 4„/
inver-,,,,,'
real, 6 urn
u
/ seiffdflhito Podes tu pensar, definir a qualidade, sem pensar nu- ' --stracto
\ , Ao -- parao concreto, do ideal para o
Cleira e
tiilo.- Neste -caminbcf, 'nunca se ,chega, 4, realidade veraa ,
ma qualidade determinada? Por conseguinte,
- o primeiro nao d o - objectiva, mas sempre apenas 4 realização this suas proprias
,abstracgöes e,-poris-§b inesrnz awrica A verdadeira .liberdade does- \' `.121k
5 • - </A
a palavra itftnitoa sempre tenas
/ no sentidoda filosofia ab solu ta*, I qua!,
I(d5 porno de vista do absoluto, oreal, 2 efectivo, surge como o irreal, o nub, porque o ir-
tpfrito;
,
gas coisas e dos seres na sua realidadeVO6
pois, so a intuigeio –
Objectiva é que liberta e isenta o homem
-'
de todos os preconceitos.
q 214
0'
,..,
real, o indeterminado cons ti tui pars At° real, em bora, por outro lad o, de novo do poruo de J,k pas-sag= do ideal ao real tern 6 s eu lugar apenas nafilosofia
viStofkrAdade,
o finito, o nulo, apareça como o real —urns contradição que sobressai práticl
--abretudo Oa primeira filosofia de Schelling, mas que subjaz
geliana3 tambem ainda I filosofta he-
\ -
24 25

_
X
,
' ,
,,-,,,,
\s. _,
filosofia é o co. ., ecimento do que e. Pensar e conhecer x,', ^
'k -I -n
as o tempo da sua política e divinizapjrincípio da estabilidade,
n V`, ' _„,,é, oisa, s e o sere - como ão— eis a lei suprema, a mais elevada ta-
."' - contrário ao direito, à razão, à história. '•
irefa dá fildsofia. , )"'•
, , (1 \. y '4., , , filosofia eskeillativa fez do desenvotviznett atempo
1 --
absolUto. Mas esta separação do de-
I
O que _~.....,............_
é, tal comaé-=„portanto, dyeiia deiro na sua verdadeira ,0 umá 'forma, um atributo do
, ,1
e X17-essão, parece superficial; o que é, ~
, , . __.........,, ) 1..çoriyo--------,: nao é — - SenVaryimenta e do tempaé unia verdadeira obra-prima da arbi-
poãffito, o verdadeiro expresso sem verdade e de movo inverso, trariedade especulativa e a prova irrefutável de que os fiffsofos .\1\e, I )!:
) parece ser profund o, ,-aN.9 especulativos utilizaram o seu absoluto, ._ CO= os Jealogos utiliza- Q ,,e,
/
(i , ram o seu Deus, o qual, sem afecto, tem todos -
OS afectos do
' N
f •-,,,,- veracidade, a simplicidade, a exactidão são á característi- p homem, ama sem amor, irrita-se sem irritação . Uriii desen iolvi- /-
-eas formais da filosofia réfiri mento sem tempo equivale a um desenvolvimenta-,Wde, --7.eriv-bl- ..„,
**-'
,--, • - - lfiá ão: * °N ` 1 S ,

\\ (C ird.
y iniel
o ser absoluto evolui a partir de si — é, ao
K Prop R

ser, com, que _a mosona começa; não pode_ separar-se da finfe -aõ cabo, verdadeira e racional só quando invertida. Impor-
'j ta pois dizer: só_ um ser que se desenvolve e que se desdobra no
\ wr ") onsciência, nem a consciência pode 'separar-se do ser. Assim,
[Yr cO-mo a realidade da sensação é a qualidade e, inversamente, a sen- tempo é um ser absoluto,
_ _isto é, verdadeiro e rea-0 ,
' 4k roca d , f,J?1
, sação é a realidade da qualidade, assim também o ser é_a realida-
de dkcimsciência, mas, inversamente, a consciência é a realidade ()espaço e o tempo são as formas de revelação do infinito redj
,
'' ,,\_5-, do ser-------.'S-6)a consciência é 6 sei-efectiviam-ente real. A unidade
2 I
real de espírito e natureza é unicamente a consCiêncrã 't:R .COnde não existe nenhum limite, nenhum tempo, _nenhuma afli- j 70
--) " -- -ai d nen nla energia , ,.1 ge
_ção; também aí não existe nenhuma. 14.Vr 4 e, à 4
°,- f
' "
,
, 1 , . . odas . as cletesminaçÕesjonnas, categorias, ou „contb'sfeIiii.- nenhum espírito, nçnhuma chama, nenhum -am eole;J
;. SÓ oN, ser
,l
t_ ; '14:
0 \14.
' ererri- chaM'ar, que a filosofia especulativa eliminbru _ do absoluto
Cf?
''' ..Letate é o' er'ke:Cessário. A existência sem ne sidade
s uma 1.fr.

-
( , , e rejeitou para o âmbito do finit6; do empírico, contêm justainente existência ua. ó que é em geral isento de rieCeSSida Cles tam- r, g 110
) a essência verdadeira do finito, o verdadeiro infinito, osi;erdadei-
-_____--- ..., bém não tem quâquer necessidadeda existência: Quer ele seja ou
ros e últimos mistérios da filoso não é tudo um—um para si mesmo, um para os outros. Um ser sem 01"'
., 'ilkii‘gèn'erà 4,um ser sem fundamento. Só merece existir o que_po-
' m - -'
ys, i 7'
-
,,,\ (O:espaço e,o tempo são as formas de,g_xistência de todo o ser. degker: Só o ser,Ndoloroso é ii m ser divino. Um ser 4g
se. á e e ' Av'
1 ' ' :. „Hlí ,. . il.---:-
c,R" Sb'a existência no espaço 'e no tempo é existênCia. - A neíaçã-d-do é um ser sem ser. '-n,,,ji4i. - • - .-' . m :-,: 41-"a k i
O '.,;: i - --`, ;,47,,- " Tn:'_..'-.. "ti.6 Al.'1'-':-.'.: '''~''.•
,e7 A espaçO-e-d-o tempo é sempre 'apenas a negação dos seus limites, não ,

IÇI\‘‘ do seu ser. Uma sensação intemporal, uma vontade intemporal,


-- •
. ; s
um pensamento intemporal, um ser intemporal são quimeras. r' , - , r 1 os'"o'fi.ai.Mo ten 1ta em-sisqua
''''''''-i:'1' -- - ,i,--' o Dio?•a z? .ç
'- .. -'' 1 que
Quem não tem tempo algum, ta ém não tem em geral tempo unia filosofia que especula sobre a existência sem tempo, l i r
so ire-.
nem i mpulso para querer e pensar. ,• , •) existência -sem duração, sobre a cil ua idaslekan
e eni sobte o
-.
ser semj sè rãO"ftía vida sem vida, sem carneesang,tw.,- AltaLd
, .,,:t:i, ~kug.';,2MkávoikoraTalt~AUintat i:vr;:=;:"~e
/ ÇA negação do espaço e do tempo na metafísica, na essência das
\
f

I
coisas, tem as mais ..9estas consequências práticas. Só quem em
toda a parte se encontra no ponto de vista do tempo e do espaço
possui igualmente na vida tacto e entendimento prático. 0(espa- ias justamente porque ela não sofre,
. _
ço e o tempo são os primeiros critérios da práxis. Um povo que ex- porque é u Infinita, porque possui exactamente
clui o tempo da sua metafísica e diviniza a existência eterna, isto as mesmas o seu contrárioaL: tribntoid

é, abstracta, isolada do tempo, exclui também consequentemente
1
26 27

1 i

franceses,
p
descobrimos nos franceses mais vivacidade nos séusji.e!y'
. ,mas rnis solidez nos alernaes, e poder-se-ia corn razao afir- k
,.„g em ,
frith' que o temperamento que melhor convem a filosofia é o gáli-e,:.., ,,, J I
u
„,q,
co-germdnicoco ainda que uma criança querisfivesse paribus)
urn frances
ser dota- t tii
I CO filosofo deve introduzir no texto da f:dosofia aquiltague no
eY-9/
por pai e uma alema,por mae, deyeria'(caete 1

v.;'
,C VI.
t , 9 em nao - m Inteiramente correcto; ,,
?, „Y
riroso7V, 0 que, pelo,contrário, é Contra a filosofia, rtue do de um born brgirthimPhilosOphiCurn.» t
i1
f

.r. ' , Ese opöe ao , pensarnento abstracto, portanto, o que em Hegel se se. que agora deVerhos fazer da mae uma_fraucesa_e_slo_paLum 1 ')
I I reduz a simples nota.
g
Sdassim a filosofia se tomard aforga univer- alemao. 0 coragtio — o princfpto fenunno, o sentidoado sensfvel,
cabega— o
1 § .
l, sem antagonismos, irrefutável e irresisdvel.Por conseguinte, a sede do materialismo —6 de inspiragito francesa;
1
+
I . i ,' osefia . ° 411 *,k,s eggporgalas i ,i . , 4 0 Ir ,..1,e. ',,44 4 - prinelpio masculino, a sede do idealismo— é de inspiragtio alemti. n
E .0 * s -C,140iSitata'dllri9 . i 4al f ,
0 coragao faz revoluçöes
-, a cabeca reformas; a cabega p6e as NI- i
l' ... ' -
Mas so onfle 1
A. , ,1 4,... , l'Ote ant1.'749.eol' As tik
ze--en
- 1 , .
i 1' , .,,P1 p '.
.
O
-, I
pl ot.. tA , 4, 0
4 4 11, , .j
, ,
s sas em posigclo, o coragao pöe-nas em
movimento. I
fr ,,-; i existe movimento,sefervescancia; paixao, Singue, sensibilidade, I
---o \ N ri„ 2....f ---- um Leibniz, o seu prin-
1 .' '
einstrumentgs
-
Cs e os Or
aos .
essendai fstla-filosofiasao a cabe- f esprit clë
i, 'reside também o espkito. SO o lista , arrancou pela pri_me !, 1 f
,3 *- sa cirik"- cli TcTividade, da liberdade, darfinidade metaffsica,-do cfpio sangufneo, materialista-idea a ,i„ra
1
1- idealism°, e o coraeaoo, fonte da'aTetOcrela finitude,
I N.oe • ) L , da
s . necessi- vez, o alemaes ao seu p_edantismo e ao seu escolasticismo filosO-
\ .'-'1'.,- - i
NI l date, do_s_ensuggmo — em` termos fe Oricos:
\r
to o CaeC..nsamen
'- ” t - 0 (.10-
n- ficos: , ,
' ' 'iliigclo poiVkpensamento e a neeesSidaclidde ega . „, r9 ^ P." ‘ '',1 I
?.- X e o sentido stio a necessidade do acoragtio. 0 pensamentoiiiitlidgclo
'

o Pircf- oraçao)constituiu ate agora na filosofia o baluart da teo-


pu-
-
I,- -.) Po da deei1ltoe si4ertli a intuisdo 4 npriti
. ciPiadaYidci,Na in- lova. /vils_o_k9ra-c)o-Ljustamente,
, no homem, o pnncfpto , 41•! 4
/ p l
tuição, soh detertninad° pa ' objeod;"ith pensamento, sou eu que o princfpio descrinte
-
, ateu, no sentido da ,ri --1 1
L, tame-rite antiteológico,
_ - ere apenas na realida- 9- , g '' 1111
Atidrmino o objecto; no pensamento, eu sou eu, na intuigao, não- iciwa: Pois nao cre sena° em si mesmo ,
' '-A--'z eir SO a partir da ne a iio do pensamento a partir do ser-deter- de irrecusavel, divina, absoluta, da sua_prOpria. essencia. Mas a 1- ,,,
,. ridnado pe o object°, a pang dapaixilo, a pantr da fonte de todo cabigcl:que não cornpreende o coracao -- porque a suatrans- Ka° 9 (yr' !
i fp' 1 i3
1 gt o plaza' érte6 essidade se produz o pensamento verdadeiro e objec- consiste ern separar, em distinguir o sujeito e o objecto — 1
'T1 ' ,,11 tivo, a filosofia verdadeira e objectiva. A intuicao dá_a essencia nunia essência distinta do
q 1. forma a essencia prOpria do coragao 1 '
--;_ imedatamente ideit 'ffFda . -
ertstencia, opensamen-tO proporciona a coraçao, objectiva e exterior. , Se
, m diwida, o coraçia tern necessi,
- - -
..P 4§§"ehcli7ifidiatizada pela distingclo, a separagdo da existencia. \ dade de urn outro sir, porem, apenas de um ser que the seja seme- uf
(Iv ,
Portanto, so onde a existencia se une a essdncia, a intuiçao ao pen- Jhante e nao diferente do coraçao, e que também no o contradi-
verdade dapaixtio re- 1
, C
1 1, .'
samento, a passividade a actividade, s6 onde o principio and-es- ga. A teologia nega averdade do coragtio, a so- l n
colcistico( e sangulneo do ‘sIngualismo f do materialismofranceses liglosa. A paixao religiosa, o coraçao, diz, por exemplo: oDeus
r
se une A fleurneeerVEsticd da th etalsica alemii é que se encontra a teologia, pelo contrário, afirrna: oDeus não sofrew, .ou se-
: A fre»;
a-vida e a vet dade)----4. tfo" / 3‘ ja, o cora nega a distinçao entre Deus e o homem, a teologia _
r afirrna-a. i) ,
1,),.. alf:pr2so_f_ia„., tal filOsofo e, inversamente: as propriedades do
k, 7fil so o,\!_s con cftgoes .'-' e os elementos subjectivos da filosofia so p teigno baseia-se no conflito entre a cabega e o coragclo;
o
. -- -
1 ' timbém as_suai c ondiçoes'e os seriS'eletrrentbS-objectivos. 0 ver- - - - - - ao desta cisaona cisã o—pois toma imanen-
p ers mo é a stiprt s s
' i dadéiro-fil6sofo, um s6 com a vida e corn o hOmem, deve ser o fild- te o ser divino apenas co r transcendente —; o antropotefsmo
sofo de sanguualo-germanico. Nao desmaies, 6 castos alemaes, - 0 antropotefsmo é o coraçao éle-
a supressao da cisao sem eisa o.
perante este cruzarnento! IA no anode 1716 exprimi ram este pens- vado a entendisrie rito; expri rne na cabeça apenas de maneira racio-
mento as Acta Philosophorum. oSe compararmos os alemaes e os nal o que o coraçao diz a seu modo. A religiao é apenas afeccao, 4-
,
28 29

q..

P',, sentimento, cora ão, amor, isto é, a negação e dissolução de o sujeito, o ser .é_o predicado . 'A ,1..60~_tIsainento num ele-
X (,71, Deus no homemjP5r conseguinte, nava filosofia,s'enquanto mento do pensamento, ou pnsamento que a si mesmo se pensa, , a I H

r. negação da teologia, que nega a verdade da paixão religiosa, é a -L j — - -


- - - o pensarrientO COMo sujeito sem predicado .. _
ou o pensmaento t ',." '' 1
,) osição dam- ligião. O aritropoteísmo é a religião autoconsciente que é simultaneamente sujeito e o seu próprio predicado. Mas o À
:t.' , „ / n
- -- —iFiligião que a si mesma se compreende. A teologia, pelo con- pensamento no elemento dopensamento é ainda algo- de abstracto; '.- ' „0).:": 1 1
trário, nega a religião soba aparência de a p á5 -- - -
r- ..... _ isso, re-aliza=s e e allena-se
por '-EStepe "EiftTreWZaclo e alie'
g- 7
naati:Aã'fiãtnrega0.reatein, e 1,0:: sei, Mas.,- qual é -o verdadsjso ,v,
A) tNN çáze://ing e H' e- gaeàão contra'rios. Hegel)representa o princípio - -
real neste realiÉ 6 pens am ent° . que bem delireSS a íè: despoja'
I --

, masrufino -da ihdependência, da auto-actividade, numa palavra 0_,,, ' do predicadada realidade p , e novo, estabelecer a sua falta de ,
, princípio idealista; Schelling oprindoig feminino da receptivida- , predicados como sua essência verdadeira. Mas justamentp e o
.._ i
i % , 9 5)t, ,de, da_passiyidade . -- pnineird rfoi insffirado por Fichte, depois ,
isso, Hegel não chegou ao. ser como, ser, ao ser livr independenteS
'Por Platão e Éspinosa, finalmente por J. Bffine — numa palavra, \. feliz em si mesmo. Hegel pensoii unicamenteos objectos como i!
./ o princípio- materialist Olegel carece de intuição, Schelling de predicadosslapensarnen0 que., a si -mesmo se_periáa: Kcontradi-
-
- 11
_ força de pediam int° éde determinação. Schelling é pensador só ção assiniadmitida entre a religião existente , e a religião pensada
no universal; mas quando vem às coisas, ao particular e ao de- , , 1,
na filosofia hegeliana da religião <.%„. deve-se
- , apenas 'á que, aqui, .. i
terminado, cai nasonambulismo da imaginação. Em Schelling, o
irra i
como noutros lugares, o ,pensamento setransformaern,sujeito, ":1I
,racionalismo é apenas aparência, o c onalisnia -é—a-~vefdã,de. - ,, o objecto • — a religião —num si mples prealcado do pensamento ,
,Mege_lcj apenas a urna existência e a uma realidade abstractas, j _ ,\, ár-i
,,
„,,.
que contradizem o princípio irracional; Schelling atinge unica- ouem não abandonar
g .
a jiloào,Lia. lu gcliana,
.
não: r chandona
"
a Á v 'r--' 71). ¡ 1
mente uma existência e uma realidade místicas e imaginárias, que freiblikfi eft ,~~~ .iin'ti ;ici;Á MA e al=1affili ''. ,' .

contradizem o princípio racional. Hegel compensa a sua carência


de realismo por um vocabulário grosseiramente concreto,
Schelling, por belas palavras. Hegel exprime o extraordinário em - -
,
termos ordinários, Schelling, exprime o comum em termos inco- 'mo à ideia absoluta a uma odecis M”) nebulosa para documentar,
muns. Regei transforma as coisas em puros pensamentos). Schel- por sua própria mão, a sua extracção do céu teológico.
1
ling transforma puros pensamentos — por exemplo aasseidade
,t ''') ° G' 1
de Deus — em coisas. Hegel engana as cabeças que pensam, (;\
A filosofia hegeliana. é o último lugar de.refúgio, o 41tiino su- il,
Schelling, pelo contrário, muda a ça o em não-razão. •Schelling por e racional cla teologi ,. ssim como outrora os teólogos cató-
é a filosofia da realidade em sonho,Megel é a filosofia da realidade licos se tomaram efectiv ente aristotélicos, para poderem com- 1 li
.,
já em . conceW
i Schelling nega.. o. pensamento abstracto na fanta- bater o protestantismo, assim também agora devem, por direito, os
sia,}l ege ..ne_ga-O no pensamento abstracto ) Enquanto autonega- filósofos ' trowteStárites tornar-se hegelianos para poderem comba- r I;
11
ção do pensamento negativo, enquanto plena realização da antiga ter o «ateísmo». t' ' -
filosofia, Hegel é o começo negativo da nova; Schelling é a anti-
ga filosQfia com a presunção e a ilusão de ser a nova filosofia da --Y-erclaS1Pira-te laÇ ão- entre -P
ensaqeoto.e.ser é apenas esta:cCi '' ,,s,,,,
- realidade.J er &sujeito, °pensamento o predicado. 02ensamento provém
- -
C;
..d
C .filosofia hegeliana é a supressão da contradição do pensa-
' , ( dó ser, mas 'ião o,ser do pensamç-n-t . U„ser exTiE a partir de si e
por si --- o ser é só dado pelo Ser. O ser tem m
o seu, fundamento em
mento e do ser, como a exprimiu particularmente Kant, tna ctii- si mesmo, porque só
.._ - . , _. o ser é sentida, fizãõ
.. .,.. , necessidade, verdade,
k
• dado! é apenas a supressão desta contradição no interior da con- - numa palavra, tudo em todas as coisas — O ser é, porque o não l " v,s .
,tradição — no interior d m só e mesmo eiement — no seio do ser é não ser,, isto é, nada, não-senti a Ç--`.
ensament+n Hegel, o pensamento é o ser; opensamento é
..,./
`e
-,. , 30 L - 31
2? /
U's, ,.„
*.
ce0/000
; ,.
1 D old -- .-,,,
ci da mais 6 do que a suapr ria. essencia intetermmad , mas capaz
gdoese citare s e apenas s t o r ;Lis 'o-od1 6- -
A de infinitas determinagOe.s
,:- k 1,'
1,,,
i4
't 4 ,,, 21 e er s6 pode derivar-se do pensamento onde se rompeu a ver- ',.,) cfilosofia
-
no--v—a'6y) a negagcio janto do racionalismo como do
- 7 liiö-
f, - - '* mistreistn o tti db pantelim 5 Co dó p eri °hall srno; tdrird'clo
.,,, r ; r, cifciunidciiii d e Fnsairterno; ser, onde to rimeiro se tirou por as s as' de
A1\\abstracgao ad Ser a sui alma, a sua ess'encia e, em seguida, logo se atetsmo corno do teismo; 6 a unidade de tod e ,t vcrda s an- \ \,'
0 IV reenoontra l esta e ssenefa abstrafda do ser 0 sentido o funda- titéticas enquanto verdade absolutamente independente e
elf '*'\ /- MentO -dtste ser vazio por si mesmo; da mesma indheirae que s6 se ' .'
deduz e deve de duzir o mundo a partir de Deus„onde arbitraria- A nova filoso d se expressou quer neptiva quer pos itiva-
?) ,', ' mente se isola d o mtifirlo mente como filosoffa da religiad. Basta apenas transformar em
-xessencia do mun'ill premissas as conclusOiefaliia analise, para nelas reconhecer o§
-
Quem especula em busca de urn particular princfpio de reali- prinaiiidcd6 mum - a filosofia
,
positjva:IMas a nova filosofia nä° 17,
/ meja os favores do public°. Segura de si mesma, tdenho, are- ‘I
dade da filosofia,
- A como fazem os chamados fildsofos positivos, cer o que 6; mas, precisamente por isso, deve ser o qi -
te nao kaos \ ,,() ‘)`
NI

I 4:, t t
i \ rt\, 1 \l e i E como urn animal em terra Arida olhos da nossa época, que nos interesses mais essenciais toma a \ "
.1/4. N'
re r —, queggn mau espfrito faz rodop p
,,,,„-illiz, Zt *,..) ft aparencia pelo ser, a ilusao pela realidade, o nome pela coisa. As- 1
\
0 0,k) t„."
, ,1
iN. ci A. ' :-00 " Wm
' toVrailAaA pdhagetis cOras].:3 N, ''') / sinrsertompletam os contrarios! Onde 9..nada.se toma por algo, a , I
i
,_.
me ntira pela- verdade, af, consequentemente, deve tomar-se algo , r ,-
--- €
'
L.
'''
por nada, d verdade pela mentira. E quando - comicamente ,.. .... . , . no
r4Y preciso moment° em que a filosofia se concebe num acto decisi- ; (`
*--/ v 1' .... '.. ('), 4 vI;( :, V, vo e universal de autodesmistificaçao .- se faz a tentativa ate en-
I tao inaudita de fundar uma filosofiaunicamente no favor e na opi- ii 4
/ \\ i cilti/A
‘e'l
nicio do priblieo dos jornais, entao 6 preciso também, de modo ho- 1
nesto e cristao, tentar contradizer as obras filos6ficas s6 porque -
11
'\) sao publicamente difamadas no Allgemeine Zeitung de Aubsbur- r.
go. Quao honrosas, quao morais sao, pois, as condiçOes da vida pa-
blica na Alemanha! -
A nova, a anica filosofia positiva, 6 a negaglio de toda afiloso-
/4 fla isc31a, erilli"ota7dd1a-coritenha ern sf a verdade, a tidgaçao Urn novo princfpio emerge sempre corn urn novo nome; isto 6,
filosofia coin° qualidade abstracter, particujar, isto é, escaks- eleva ao estado principesco urn nome tirado de um a condiçao bai-
tica: riabspeiSSIiin-inHum sanió-e-Lseiiha , nenhum a lingilagern par- xa e inferior - e far dele uma designaçao do que ha de mais ele- 1
riCular, nenhum nome particular, nenhum princfpio particular, ela ii,,, vado.ese traduzir- por oautoconsciencia» 0 nome ,da filosofi
-
a no: lk
é o, pr8prio homem pensante - o homem que d e sabe que é a - iitio da
i va o nome frorii eirt,lfitet:reia=se 1 filOsOlii nova no sen
essencia autoconsciente da natureza;a essencia da Histdria, a --t--
aiitiga, desloca-se de novo para o anti go ponto de vista; pois a au-
`
essencia dos Estados, a essencia da religiao - o homem que 6 e : -toc-onsciencia da antiia fi14ofia enquanto separada do homem 6
,‘;
/ sabe que 6 a identidade real (nao imagindria), absoluta, de todos ) uMO ObsfrIC Oi°Iern realidade. à homem 6 a autoconspienci
- a' -
S
‘ I ös prinéfpios e contradiOés, de todas as qualidades activas_e pas- l
4
sivas, espirituais_e sensfveis, politicas e s" .6ciaTi
- s
=- que sabe que o c tVegundo a linguagetn, o— nomejlomem é um nome particular
ser panteista, que os fil6sofos especulativos ou, antes, os tedlogos rnas, segundo a verdade, 6 o nomede todos os
-
nomes. Ao homem
s -
separavam do homem, e objectivavam num ser abstracto, na- sao devidos maltiplos predicados :Sejarogue for que o homem no:
meie ou exprima, exprime sempre a sua_orkariaTe ss encid:Plor f'S-o,
-
32
3
\k\-c9 v-4 33

1\
r„
a linguagem é o critério da elevação ou da baixeza do nível da cul-
tura da humanidade. O nome de Deus é apenas o nome daquilo que
' o homem considera o poder supremo, a essência suprema, isto é,
o sentimento supremo e o pensamento suprerdo u.V , 1
CO nome Homem significa\ ) m geral,Spenas o homem com as /
p_hoi erri.é„a essência fundamental dá Estado. O Estado é a f;,5
suas necessidades, sensações, opiniões — o homem enquanto
- pessoa, distinto do seu espírito e das suas qualidades públicas em totill.Wde- realizada, elaborada e expliatadrda essência humana.
geral — o homem distinto, por exemplo, do artista, do pensador, No Estado, as qualidades ou actividades do NP:1_0M
do escritor, do juiz, etc., como se a qualidade de pensador, de anis- lizarn-Se eniêátadOS» particulares; mas, na pessoa do chefe do
/ ta, de juiz, etc., não fosse uma propriedade característica e essen- Estado, são reconduzidas à identidade. O chefe do Estado deve 1
presentar todos os «estados»; diante dele, todos são igualmente V" I!
cial do homem; como se na arte, na ciência e assim por diante, o
homem estivesse fora de si. .2N filosofia especulaiivTilixou teorica- necessários e igualmente justificados. O chefe do Estado é o repre- 1
it
mente a separação do homem das qualidades essenciãfab
........_ homem
• „, 'e divinizou assim, enquanto essências independentes, qualidades
-
puramente abstractas ré-se, por exemplo, no Direito Natural de
sentante,do
- - homem uniyersárj

religião cristã uniu o nome do homem e o nome de Deus sob


Hegel, § 190: «No di * o, o objecto é a pessoa, no ponto de vista u nome,

o de Deus-Homem — elevou, pois, o nome do
moral, é o sujeito, na família, é o membro da família, na socieda- Homem á atribikto,do ser supremo. $\_egundo_a.verdade,:a_filosofia
de civil, em geral, é o cidadão (como bourgeois), aqui, do ponto de novalez desteitribtitb a Slibitância, e do predicado o sujeito — a
vista das necessidades, é o concreto da representação (?), que se iio ófíaé - —
iTdeia rOza da — d'verda ile dó Cristianismo.
chama homem: aqui, pois, pela primeira vez e só aqui se falará do Mas precisamente porque contém em si 4 essência do Cristianis-
homem neste sentido.» Neste sentido: por conseguinte, quando se mo, abandona o nome do Cristianismo. O Cristianismo exprimiu
fala do cidadão, do sujeito, do membro da família, da pessoa, tra- a verdade unicamente em contradição com a verdade. A verdade
ta-se apenas, em verdade, de um só e mesmo ser, do homem, só sem contradição, pura, liberta de todas as falsificações é uma no-
que num sentido diferente, e com uma qualidade diversI) va verdade — uma acção nova e autónoma da humanidade
L> ,„„...,,,, _ ,,,,,,,,,,',, #
n Ya ''' ,

-Toda a especulação sobre o direito, a . vontade, a liberdade, a


., "personalidade s em hbniein. t roia do ou acimado liOniem, é. , uma
, especulação sem unidade, semnecessidade,,serry subst4ricia,_S em
fundamento, sem realidade.0Qhorne é a existência daliberdade,
a existência da-personalidade, a -cXi§tênci a do direit Oó o homem
é o fundamento e o solo do eu de Fichte, o fundamentírf o solo da
-.. .-_)
-
mónada leibniziana, o fundamento e o solo do absoluto.

35
34
Sttas%

-
PRINCiPIOS DA FILOSOFIA DO FUTURO*

1843

1
1

. tarefa
..A dos tempos rnodernos foi a realizaçAo e a humaniza- "

tropologià.
_
.,- yko,de-- Deus a ,transformaçAo e a resoluçfto da teologid na an- ppto "
°1‘

, 2 ...., ,

1
0, rnodo religioso ou prcitico desta humartizaçäoo foi Protes- ,,, iiI
7 t f"

tantismo. 0 Deus que é o homem, portant°, o Deus hurnano, isto


- -
6 Cristo .-:—
'. é apenas o Deus do Protestantism°. QProtestantismo
......., ....... ,,,....._
já no se preocupa, como o Catolicismo,
, corn o que, Dieus.é,. entsi
mesmo, mas apenas corn o que Ele tiara o homem; por isso, já no
tern como aquele nenhuma. . tendência especulativa on contempla-
...
tiva; id ndo é teologia--é essencialmente apenas cristologia, isto 1
é, antropologia
... _
religiosa. i

i
,
* Publicadoprirneiramentecomoescrito aut6nomona Sufça e corn o seguinteprólogo:
Estes princfpios contern a continua & e a ulterior fundamentaçäo das minhas Teses I
para a reforma cla filosofia votadas ao exliio pela arbitrariedade irrefreada da censura ale- 1
mä. Em conformidade corn o primeiro manuscrito, visavam set urn livro completo; mas,
quando encetei a redaccäo definitiva, apossou-se de mim — tido sei como — o espfrito da . ,I
,
r' - ' 1 ' VP ' 1

37

1
n
f
4" r

4 ', 4 ,,, , nn
r ',
,,
< .<9 ; 2, ,n
N ' . e,'"
3 5 )
, a
/ -
O Protestantismo, no entanto, negav , ' o Deus. em si ou Deus 'A essência da filosofia especulativa nada mais é do que a es-
t'
como Deus — pois só o Deus- em , si é ver adeiramente Deus —de sênciade Deus racionalizada, realizada e actualizada. A filosofia
um modo puramente prático; no plan teórico, deixava–o sub- especulativa é a teologia verdadeira, consequente ,racional.'''
istir. Ele é; mas não é só para o hõmení,, isto é 7 para o homem reli- ti ;QT.4,
,
gloso — que Deus é um ser ultramund ano, um ser que só algum
'" n dia se tomará objecto para o homem no céu. Mas o além da reli-
\‘
r4,-",' 2,.,)
\, ,gião é o._ lado_ de cá da filosofia; a inexistência de objecto para a pn-s 6
'menu constitui justamente o objecto d -diã-é-guria'al. ' , J
--''" i''
) I ; ' y '''' ,

I ." 19 L
Deus enquanto _Deus
_, — enquanto ser espiritttal ou abstracto,
! -- isto é, não hurn ano, não sensível, acessível e objectivo só para dl-a- 1.) '
t
/ nJ , n
1 i , ,n ,', J—e ' ?" - - ."`", '-'-‘
,,,,,,, j
.).': ,. ,,,, ,, (-', , ,'", ' " ---, c°1 .-..-' )
C ' A C,
'-i ,
,,,
,,---
I • . "
I ou para
, zão
,. a inteli gênciá, nada mais é do que a essência d a pró- ,-
i . vW . „5.
., priarazao,
_ a qual, porém, erepresengidg pela teologia comu 1¥ u sk\A'j,i,
A
4.-nr
pelo teísmo mediante a imaginação como um ser autóriO \MV:dife- vy'4
(A eiaboração e resolução racional ou teorética do Deus que pa- \' , , c reli-fé:distinto da razão. É pois uma necessidade , intemmajgrada,

_ „, . ...., –
,..r^‘,.) -q e se identifique finalrnente_
9)( , ra à religião é transcendente e inobjectivo,é
I
a filosofia especula- u com a razão ã essêndina razão f,p
• tiva. 1 'r'' , ,e 4 .
,P.
,, r)
» distinta da razão, por conseguinte, que se reconheça, . .... , realize e
e actualize o ser divino como a essência
„ da razão. Nesta necessida- ! ri,,,,0
), íde se. unda o .
' ti , grande significaslo
, histõrico pl a filosofia
, k, especula-
, , , ,-,,kr_o-sr..!
. . , .7. - - D '--ç,...`r.t ,
1' ' "(2 '' ' 'I '`
- 2
ci -r , ,. `}. ,>-2--,37 Ára -1-04,,,,1= s '
+

- n , ,35,-, n
;A prova de que o ser•divino é a essência da raz'ap_ou da inte- :Y
.," , ,,/ c (- ., ligênRia reside em qUe as dite-rminações ou propriedades de"Peusj
"`•j )( N, .
.
C, .. .." -,- 0-- , Q
• ..,.0 , ',- :.1.,,, n ' ' \ (7- -, tanto quanto naturalmente estas são racionaisou, espirituais —
V
r
f gião são determinações da sensibilidade ou da imaginação, mas

censura alemã e risquei de um modo bárbaro. Tudo o que esta censura indirecta deixou sub- 'L77 proPiedades da razão.
sistir reduz—se aos seguintes cadernos, que são poucos. , ,r- -&Deus e o ser tn auto; o 4- sem quaisquer limitaçõ es.» t• /
.--0 Dei—lhes o nome de «Princípios da Filosofia do Futuro» porque o tempo presente, em
Mas,
, geral, enquanto época de ilusões refinadas e de preconceitos de bruxa velha é incii5a2 de ca- • se lr' eus não~ tem on
fr as'ou-,
teit imites,,também
14 ' • a razão não tem
, piscar e ainda menos de apreciar, justamente em virtude da sua simplicidade, as verdades 1 Yquaisquer fronteira . e, p or exemplo, Deus é um ser que se ele- \\Y"
r / simples de que estes princípios são abstraídos. ç l.,: X" va por c * das fronteiras dasensib-ilida4, também a razão igual- •,r\s'
A filosofia do futuro tem a tarefa de reconduzir a filosofia do reino das «almas pena-
das» para reino das almas encarnadas, das almas vivas; de a fazer descer da beatitude de .,- (‘ .' mente o épuem não pode pensar nenhuma outra existência anão
um pensamento divino e sem necessidades para a miséria humana. Para esse fim de nada ser a sengvel, quem, pois, possui uma razão limitada pe1ai.en0 'I
mais precisa do que de um entendimento humano e de uma linguagem humana. Mas pen-
sar, falar e agir de modo puramente humano só está concedido às gerações futuras. Hoje,
ilidade, possui 4por isso mesmoitambém um Deus limitado p-ela r
n ainda não se trata de exibir o homem, mas de o tirar da lama em que mergulhou. O fruto deste
trabalho limpo e penoso são também estes princípios. A sua tarefa era deduzir da filosofia
- y
,
,, sensibilidadefA razão que pensa Deus como um-ser ilimitado-pen-
sa,..em Deus apenas na ..sua própriajlimitasg. O que para a razão
do absoluto, isto é, da teologia, a necessidade da filosofia do homem, isto é, da antropolO- /, o t. ser divino é também para ela o ser verdadeiramente racional—
gia e, mediante a crítica da filosofia divina, fundamentar a criticada filosofia humana. Pres-
supõem, pois, para a sua apreciação, um exacto conhecimento dos tempos modernos. isto é, a essência que corresponde perfeitamente à razão e por is-
As consequências destes princípios não se farão esperar. 1 so mesmo a satisfaz. Mas aquilo em que um ser se satisfaz nada
B ruckberg, 9 de Julho de 1843 ‘\ mais é do que a sua essência objectiva. Quem se compraz num poe-
,,_.
. --, 1 ..• 4- ;-,. AQ\-e :',\ , :tf, • ,• ''
38
n

• t
r ta é ele proprio uma natureza p de ne-

/ num fildsofo é ele prdprio uma odtica;
naturezae quem acha, complacencia f(Deus é o ser independente, autánomo,que naopreCiSa . 4
fagdo toma o bj
fi fk.„ e,por conseguinte, ex,iste a erS,
los6fica e s6 esta saris- nhumoutro ser para a sua fxistência srP
ectiva anas
suacoisas
natureza para ele e para o outro. Mas esta detenuinaçd° me- k

, a razdo
- «ndo se detdm s bartir de si e por si mesmo.» Mastaxnbem _
riefiniCa0
iiii ensfveis finitas . s6 se satisfaz taffsica abstracta s6 tern sentiao e rea_uuttu ,....,Lits., ,.....-..... ,...___
,1 ,. ier infinit& ---- por con seguinte, st5 neste
na a ssencia da razdo. _ _ .. ser é que se descorti- n
'ddessencia do entenclline to e enuncia apenas que Deus nte é
turnino.
ser
S“'
i
1 .- div
.... -1
Deus e,o,ser nesessário4Mas pensante e inteligente ou, inversamente, s6 o serpensa
,, , Corriefeito, s6 urn ser sensfvel precisa de outras coisas fora dele
no facto de que ele d urn ser radon&esta sua necessidade
,_, fimda-se
t ria,
ndo tem em si o funda e inteligente. _ para a sua existencia. Eu preciso de ar para respirar, de Agua para para
0 mundo, a ma-
sirn comO' d )d-lhe compl mento_do porque é que existe e é as- ver, de substdricias vegetais e animais , I

2ri 9 tow
en beta', de luz para 1
yjndiferente ser ou ndo ser, ser corner mas de nada preciso pelo menos imediatamente para pen- ' 1
1 assim—ou d outro modo*. tressupôe,
•caus pois, neces sar. E-me impossfvel pensar urn ser que respira sem ar, dm ser que
a urrioutro ser e, claro está, urn ser sarlamente como nte para Si o ser pensante.
1
p te
.5y
,
i
i s ra ae in
inteligente, autoconscien-
que age seguncio raz5es e fins. Pois se a este 044° ser se
teligencia surge de novo a questao pelo seu f .i i i„
y e sem luz, mas posso pensar isoladame
l Q_ser que respira refere-se necessariamente a urn ser a ele exterior;

graç as ao qual 6 o que_.6, fora de si; mas O'


Al4 0-1 nece '
,: 1 NY ,,Rpostossidade_do ser p ri meiro e supremo fu undament° A , jern o self scressdliCial,
,
= se a Si rnesmo, 6 o seu pr6prio objecto, tern a'
de que sa o intelecto nda-se, pois, no piessii- 'ser pensante refere
(. • • 4drio e ver d o ser supremo eprimeiro,o sua essencia ern Si mesmo, 6 o que 6, graças a Si pr6priciT-1
'° dctdeirol ser neces- • ,
I ffsicas ou ontot Assim como em geral as deter minagOes meta-
-7- ed6gicas s6 tern verdade e r ,
reconduzem as de ealidade quando se
l
ogicas, assim tarn— ern,termina Oes sicold icas V''
, i1r
poreOn - ,, ontropo-
i 1-' ic ant.iga meraffsica ou ont kguinTe , a nec eidicle do sei:alvi- 7 \ , ,,,,
1 verdade e realidade na deter oteologia iso tem sentido eintelecro,
minagdo a s colágica ou an -
cca de Deus como ser
int tropologi-
1 ' \
eligente. I ser ne cessOri0 n4filosofia especul a tiva,.. sujeit o;
essariarnente se deve pensar - . , 6 o ser que ne-
•solutamente afirmar, oser que - 0 que nolefsmo é objecto`d,
1 de_ nenhurnmodo sepode ne; . r ou eli o (pie aldm 6 essenci a unicamente pensada e represenracla da razdo
, ‘1
I ier que a si mesmo se pens '
r conminar; mas apcnas Como um 6 aqui a essencia pensante da pr6pria raid°. pessoal existin-
a razd prova e pstota a r seguinte, no ser necessário, 0 tefsta representa para si Deus como urn ser ,
Tnn
.
sujetto _ \I
dade. -nas a sua propria ne cessidade e reali- fora do homem em geral — pensa en
t , 4° fora da razcio,
I
5 , c II <

1 acerci de Deus enquanto objecto. Pensa Deus comp um_ serg que, --
, aqui —usim é yo ser inco dicionado, universal —
Deus no é isto.e
c o
segundo a sua representaçd , 6 um sers,spiritual „Ado sensiv /, mas
t4yel, eterno ou intemporaL» LI' um ser sea-
, dade, a imutabilidade,"-a- ere midade ea univ Mas a incondicionall- que, se tundo a existencia,aisto 6, segundo a verdade, é
.., de _ ma ' tencia objectiva,
Segundo ti
Piriprio
ersalidaq so tambérn, sivel; ois, a caracterfstic essencial -- -da repi sentaçdo, d_ a 1
verdades ou leis rajufzo da teologia metaffsica,'PropriedaifeS das
cionars). ir consequencia, pro ,i,. „T, a icrtm-Eirf-Ori-dOineriSTrnerimo- u
, pr6pria razdo; poi s o que so . verdades racionais, i priedades Diferencia de`ST Deus no ineSmo se11uao en' quc Lila--
, da sens
____INI*Clg. n fora dele;em
liii& e ii coisas e os seres sensfveis como exi
--
exp
'Versais, incondicionais, sempre epi toda a parte válidas, a nouni-
resso- es
mutáveis, ser .
0te6logo ou
\ da essencia da razdo? suma, pensa Deus doi ponto deyista da sensibilidade do pontO de vis-
fil6sofo espeCulatii o, peio contrario, PeiiialYeir§
ta do pensamento;
por isso, ndo interpöe entre si e Deus a repre-
* evidente que aqui como em todos os p sentagdo inc6moda de urn ser sensfyel; identifica assim, sem mais,
hi
o ser objectivo e pensado E5ii 1 o ser subjectivo e pensante.
mas stóricos, eu falo e arg -
arágrafos que di m respeito e e
. cado, por cons nvolvem te-
A necessidade interna de que Deus se transforme de urn objec-
equencia, aqui,umento no no
no sentido domeu sentido, mas no sentido do objecto invo-
tefsmo. \ - do homern, deriv a do que
to do homem em sujeito, em eu pensa nte
40 41

4
i ta é ele p e)}1'
róprio uma natureza poética; e quem acha co p Deus é o ser independente autónomo que não precisa de ne-
num filósofoo é ele próprio uma n atureza f m lacência „.
fação toma ilosófica e só esta satis- nhunz outro ser para a sua existência e, por conseguinte, _existe a srP
a razão opâo bjectiva a sua natureza para ele e para o outro. Mas p artir de si e por si mesmo.» MasSambém esta determinaçãoyne-
se detém nas coisas s •• tiefirliCãO
___ _
____
no ser i nfinito» —por cons ensíveis, finitas; só se satisfaz tafísica abstracta i só tem sentido e re'cliluauu s.....iiii..., ,......— ....
to e enuncia apenas que Deus i um ,ser
, ,, na a., sência da razão. eguinte,só neste
• ser é que, se clescorti- d'aessência daentendirnen
s L, ) ,,,.-:-T- tp eus é o ser n . _ e , só o ser pensante é divino.
... ecessário Mas esta sua necessidade f pensante e inteligente ou, inversament
no facto de que ele é um ser racional e int , unda-se Com 'efeito, só Um ser sensível precisa de outras coisas fora dele
eligente. O mundo, a, ma- para a sua existência. Eu preciso de ar para respirar, de água para
téria, não têm em si o fundamenta& porque é que existe e -de luz para ver, de substâncias vegetais e animais para
sim como é ,)é-lhe completamen é as- , `
ehét,
C.,
5_,J.,--i------ , zindiferente ser ou não ser, ser ,bcomer; mas de nada preciso, pelo menos imediatamente, . para pen-
_ causa
assim um ou d outro modo*. tiektipõe, ., pois, necessariamente como ,
sar. E-me impossível pensar um ser que respira sem ar, itn ser que
iIt

‘14--
j ra ae in
te
ne
outro ser e, claro está, um ser
inteligente,
que age segundo razões e fins. Pois se a este outro ser
teligência
cessidade do surge
ser p de novo a questão pelo seii fiindament
, _
autoconscien-
se reti-
+
' Q,ser_que respira refere-se necessariame
- tem o seirseress'ericial, graças ao
nte para si o ser pensante.
vê sem luz, mas posso pensar isoladame nte a um ser a ele exterior;
qual é o queé, fofa.tle si; mas O
, . sei périsante' refere se a si mesmo, é o seu próprio objecto, tem a*
1 rimeiro e supremo fu
5 --
(4156§ to de que só o in nda-se, pois, no pressu-
=
$ , , só rio e ver telecto é o ser
supremo e prinzeiro, o ser sua essência em si mesmo, é o que é, graças a si própria-)
1 dadeiro] Assim como em geral as deter neces-
físicas ou onto minações meta-
r` teorógicas só têm verdade e r ,
reconduzem às de ç , n. ealidade quando se
l
ógicas, assim termina ões 9sicoló icas ou,
taitibéni
" nc .--„antig a.metaffsica ou on egiiiiTea ne ceãâ '
- idade do s 'el----divi- 7 \ N.‘
• ,,„
r toteologiaP só tem sentido e intelecto,
verdade e ealidade na determinação ,4).4
cca de Deus como ser
in sicológica ou an tropológi-
teligente. • ser n ecessário é Q ser que ne- , objecto'é,nfilosofia especulativasujeito;
4
que no teísmo é a
deessariamente se deve pensar - . psolutamente afi - da razão
O
o que além é essência unicamente p ensada e represefitád
nen wk5_,
hum•modo se pode ne• . r ou eli - nn,aro ser que - a
ser que a si mesmo se pens , .e, conminar; mas apenas como um é aqui a essência pensante da própria razão. , ,y
ara si Deus como um ser pessoal existin-
a razã prova e eanta a r 'nas seguinte, no ser necessário, Ns O teísta representa_p \j'r
' c
Ig 1
dade.
< us é o ser inco dicionado, u
a sua p rópria n ecessidade e reali-

aqui -- 4~1, eternó ou inte niversal — Deus não é isto e


dade, a imu tabilidade :à e mporal.» Mas a
fo
aceiCa
— -da razão, fora do homem ern geral — pensa como sujeito
rii
.1 ao -de Deus enquanto objecto. Pensa Deus como um ser que,
segundo a sua representação, é um ser espiritual,_não sensível, seri- ti/
que, se unclo a existência, isto é, segundo a Verdade,
=
é um ser
mas e-

segundo õ p ternidade ga univ ersalid-àdincondicionali- essencial de i ma - • ncia objectiva,


róprio jufzo da ? são tambéT,
.?"."teologi aanetaffsica, I5idpriedkes rs' das
sível; ois, a característica - j"
ge mareTristênciTfOra -da pensarn éh O U da repr- sentação, é a,
- -
verdades ou . leis ra cionais,, , Ai --- - tido em que dis-
Gr consequência, prop Diferencia de ST Dèus no me n o Sei' fora )4,
-
Própria razão; pois o que C6 . v riedades da senffgidado.
____s
erdades racionais, im utáveis, uni- -- -
iiriffie as C
oisas e os seres sensíveis como exi in . dele; m
Versais,
ex incondicionais, sempre Q411 toda a parte v ()teólogo ou
pressões da essência -_ da razão?) álidas, a não ser suma, pensa Deus do ponto fieyista da- sensibilidade
- -
sãlYeirs do.ponto de vis-
filósofo espeéblatiVO, peio contrário, Peii
ta do pensamento; por isso, não interpõe entre si e Deus a repre-

e sentação incómoda de um ser sensível; _- identifica assim, sem mais,
hi vidente que aquiarg
como em todos os parágrafos que dizem r -- m- ser subjectivo e pensante.
mas stóricos, eu falo e e o ser objectivo e pensado 5 1-ri o
cado, por conse umento não no meu s espeito e nvolvem te-
entido,
quência, aqui, no sentido do teísmo. mas no sentido do objecto invo- A necessidade interna de que 12 eus se transforme de um objec-
do homem, deriva do que
to do homem em sujeito, em eu pensante
40
41
/
' já se disse mais ou menos nestes t os:„.Deus 6 object° do homem Deus nao ser objecto para qualquer outro ser fora do hornem, ser nq
e s6 do homem, nao, do , animal. as o que urn ser 6 s6 se conhece .. _ 1 urn objectO especificamente humano, um segredo do homern. ,,,, P
, Vu Nt ol` a partir „dp seu objecto; o object() a que necessariamente se refere -- MaS, Se Deus 6 unicamente um objecto. do homem que 6 que senosSY.
Q
um sernacla mais 6 do que a,sua ,essência revelada. Assim, o objec- revela na eSséneia -de Deus? NaclunaiS do que a. _essência do ho-
1
k to dos animais vegetarianos 6 a plania; é poi este objecto que eles - 5L,,,e,,m,
, _In Aquele para quern o ser supremo . 6 objecto 6 ele pröprio o
0" x se distinguem essencialmente dos outros animais, os camfvoros. ser supremlQuanto mais para os animais o homem 6 objecto, tan-
-—
Assim, Q, objecto do olho 6 a luz, nao o som, nem o odor. t,porém k
to mais eles se elevam, tanto mais se aproximam do homem. Urn
,no object° do olho que se toma manifesta a sua essência: E, pois, ko
animal para o qual o objecto fosse o homem enquanto homem, o
,
11
\ 4 1i I
a mesma cOisa no ver ou no ter olhos. Por conseguinte, tamb6m
re\ na vida designamos,assoisas_e_os seres aPenas segundo os seus
ser humano autêntico, já nao seria nenhum animal, mas o proprio
homem. SO seres de igual valor sao objecto uns para os outros_e,
, 6
„le ii ,objectos. 0 olho 06rgao da luz». 0 que trabaiha a terra 6 urn ( sem duvida, tais como sao em si. A consciencia do frefsmo,,
4- ..,
1) a. ‘.. ,,,i- campones; quern tern a caga como objecto da sua actividade é urn apreende também certamente a identidade do ser dlyino e'do ser
c a g ado r; quem apanha peixes 6 urn pescador, e assim por diant0 - human() mas, porque ele, emboia pondo a essencia de Deusno e's-
- I
Lse, pois, D,QUA -- tal corno 6, necessária e essencialmente —6 um pfrito, 0 representa ao mesmo tempo coirtiiii -SZISM ST_cei Jr que
ue. I f
, • W -r- " 7\11 objecto do homem, entao na essência desse objecto exprime-se
apenas a pr6pria essência do horneCfmagina tu que, diante dos
• existe fora do homem, tamb6m esta identidada -
pifiele
s6 como identidade sensivel, como semelhança ou parentesco.
objecto .

g
n ' olhos de urn ser pens ante que vive num outro planeta ou cometa, , Parentesco exprime o mesmo que identidade; mas a ele est simul-
, se poem alguns parágrafos de uma dogmática crista, que tratam do taneamente associada a representagao sensfvel de que os seres
ser de Deus. Que concluiria um tal ser a partir desses paragrafos? aparentados sac) dois seres independentes, isto 6, sensfveis e exte-
1
. 0 ., `', ', Porventupx existencia de urn Deus, no sentido de dogmatica cris- riores urn ao outro na sua existencia. ir
I
• 4,.. , ta? Nao1C.onc1uiria apenas que existem seres pensantes na terra;
, descobriria nas clefinigOes que -os habitantes da terrkiao .._ do. seu
---- Deus.apenas definigOes da strapröpria essencia. Por exemplo, na /V

Te-finicaó -f--Thmerri 6 uni -espfrito- - apenas a prova e a expresso , r •,


V \

)t
k t
do seu proprio espfrit_olem suma, ori.luiria da essência e das pro- ' *,; \ t 5' . ) ,' n , , t
. \ ,,,,)
I
priedades do object° para a essência e a 's propriedades do sujeito, N 1
i
' UiP . -'
I e corn plena razao; pois, a distingao entre o -que o objecto 6 em si t 4•
A teologia ordinana taz do ponto de vista df homem o ponto
r -
mesmo e_o_que . . _ele -6 para o homem no se enquadra nesse objec,-/' - de vista de Dais; polo contrario,a, teologia 'e,s, pelZu lariTalaz do
. to. Essa distingao s6 é legftima no caso de um objecto que é dado'i f ponto de vistdde,Deus o ponto de _vista do homem, ou antes, do _
I .
de modo imediatarnente sensfvel e, por isso_mesmo, 6 também ensador. ,,,,----
dado a outros seres exteriores ao homem. A luz nao esta af unica- f Deus Tara a teologia cormum 6 objecto e sem drivida, como i
, mente para o.homem, afecta tamb6m os animais e igualmente as qtaaluer outro objecto,sensivel; mas, ao mesmo tempo, é para ela
, plantas e ainda as mat6rias inorganicas: 6 um ser universal. Para , sujeito e, claro esta, sujeito exactamente como o sujeito humano; / 5
experimatar o que é a luz, consideramos, pois, naö apenas as Deus produz coisas fora de si, tern relagOes consigo mesmo e corn C ') e
' impressOes e os efeitos daniesma em nos, mas também noutros os outros seres fora dele existentes. Ama e pensa-se a Si mesmo
I seres diferentes de nos. For
, ad . conseguinte,
. aqui esta necessária e e, simultaneamente, também os outros seres, em suma, o homem
objectivamente fundada isungao entre o-objecto em si mesmo faz dos seus pensamentos e ate dos seus afectos pensamentos e
co objecto ara nos , a saber, -entre o objectpja realidade e o objec- afectos de Deus; faz da sua essenc'a e do seu ponto de vista a es
to no nossó Pensameitto e representaçao. as Deus 6 apenas um sência e o ponto de via de Deus. a(a-,leologia . especulativa
.. — - vi-
\ objecto do homenIps animais e as estre as glorificaniDéus so na ra tudo ao conträri a teologia ordindna, Deus 6, -pors, uma o -
interpretagilo do-Womem. kpois, inerente a essência do pröprio tradkclo consigo e m3-;-11,eve gefurn ser não humano, um ser su-
- -
42 43

(\, .
_
, \ri. PI);
\ pra-humano; no entanto, éem verdadeium‘er humano segundo \,-,5‘
tf- 9
tOdas -as-siiaâ 'éle-termina-Oés. N,,,a„ teologia/ ou filosofia especubti,
-
v, vas, pêlo doritrário; Deus é uma contradição com o homem: deve,
epf .
a essência dollopiem — pelomenos, da razão — eno entan-
\1 i ' , tb-rira"-Vertradrum ser nãolumano um ser supra-humano, isto Eprdades
. -
s
oprtedade,s24predicaclo essenciais do ser divino sãos , ‘,
ou predicados essenciais da fi
loso ia
f especulativa , 1'
j
-- i é, abstract . a teologia ordinária, o Deus supra:Ui-Mino é so- / proprie ç'-' t
,
,-, nielite um or de retórica edificante, uma representação, um
brinquedo da fantasia; na filospfia pecjilativa, pelo contrário, é
verdade e coisa terrivelmente séria. A contradição violenta com 10
que deparou a filosofia especulativa deve-se apenas ao facto de • 'd-
ela ter feito dn-e-u.s q- ue, noe
t ísiiià, é apenas um ser ..___
da fantasia, , , çls:„.,1
um ser longínquo, indeterminadb-e-nebuloso, um ser presente e de- e;
terminado, e ter assim destruído o encantamento ilusório que um C (:,," Deus é espírito puro, sçr puro, Pura actividade — actus purus
t — sem paixões, sem determinações a partir de fora, sem sensibi- ••it. c._ - : 1
ser longínquo possui na bruma azulada da representação. Os teís- é este espírito puro, 7. ` i°
tas, pois, irritaram-se, porque a lógica, segundo Hegel, é a repre- lidade, sem matéria., ,A filosofia especulativa
-- pura actividade, realizada
esta C01116 à
--
CU de pensar— o ser abso- ••
sentação de Deus na sua essência eterna, premundana, e porque
-
Jata, no --éhlMt-ó--, exem-plo na dbuírina da quantidade, da luto,como pensamento absoluto.
grandeza extensiva e intensiva das fracções, das potências, das re- '-' !Assim como outrora a abstracção de todo o sensível e material
- -Undição necessária RieOlogia, assimela foi também a Con- )\.)•(,V
, rofã C ---% - , •\ _r.,
lações de medida, etc. Como, clamaram eles horrorizados, é que -, dição necessailá da filosofia especulativVsó com a difereriça de ty\NY'r,
este Deus pode ser o nosso Deus? E, contudo, o que é Ele senão - O •)"'
apenas o Deus do teísmo tirado da névoa da representação inde- ' t q-lie a abstracção da teologia, por ter apresentado o seu objecto, N J
t embora obtido por abstracção, sob a forma de um ser sensível, era
terminada para a luz do pensamento determinante, o Deus do teís-
mo tomado, por assim dizer, à letra, que tudo criou e ordenou com , uma abstracção por assim dizer sensível, ao passo que a abstrac-
fão da filosofia especulativa é uma abstracção espiritual e pen - „
medida, número e peso? Se Deus tudo ordenou e criou com núme- "da, e só tem um significado científico ou teorético, não prático 0 , •
ro e medida, portanto, a medida e O Miner-o -anies-de -Sê rariarem
- -- , omeço da filosofia cartesiana a abstracção da sensibilidade/ a /
iia s coiããs extradivinas já estavam contidas e ainda hoje o estão no
entendimento e, por conseguinte, na essência de Deus — entre o tatéria é o começo da filosofia especulativa moderna.) —
Mas Dies-
ti artes e Leibniz consideravam esta abstracção apenattomo ua
entendimento de Deus e a sua essência não há, pois, diferença al- ) ,
condição subjectiva para conhecer o ser divino imaterial; e- 1
guma — não pertencerá também a matemática aos mistérios da presentavam para si a imaterialidade de Deus como uma
teologia? Sem dúvida, a aparência de um ser na imaginação e na ra c ç ão e do pensamento;
representação é inteiramente diferente da que tem na verdade e na priedade objectiva, independente
colocavam-se ainda do ponto de vista do teísmo, faziam do ser
realidade; não admira que os que se determinam apenas pelo ex-
terior, pela aparência, tomem o único e mesmo ser como dois se- • imaterial apenas objecto e não sujeito, não o princípio activo, nem
- da própria fif6s6fidrsein'dúvid a, também em Des•,-
res inteiramente diferentes. • , éisência real
•à -
filosofia; mas só enquan-
cartes e em Leibniz é Deus o princiiii•16cIa
-r -
to objecto distinto dó pensamento - por isso, só o princípio em 4

g geral, apenas na representação, não na realidade e na verdade.


•Deus é unicamente a causaprimeira e universal ' da matéria, do mo-
r -i vinnento e da actividade'' mas os movimentos e aS actividades par-
• ticulares, as coisas materiais determinadas e reais consideram-se
e conhecem-se independentemente de DeUsi\Leibniz e Descartes
i são idealistas só no universal mas, na ordein do particular, são
44
45

vino. Mas o que em Leibniz era apenas ideia tomou-se verdade e


,
I
N,materialistas. S6 Deus _ 6 o idealista consequente, integral_e_yer-
N
I, dadeiro, pois s6 ele representa para sr, _... todas as coisas sem obscuri- realidade efectiva na filosofia
, ulterior. 0 idealismo absoluto nada
'--dideT isto 6, no sentido da filosofia leibniziana, sem o auxflio dos mais 6 do que o enteridimento divino realizado do tefsmo leibni-
, sentidos e da imaginagaotleeérifindimento ziano, o entendimento puro, sistematicamente levado a efeito, que
, ---.--.--- -o puro,....., isto 6, separa-
A,

0 . ,,, ,d.o de toda a sensibilidade e matenandad p° r conseguinte, para ,, espOI,O todas as_coisgs da sna sensibilidade, as transformg em
sla, — g ---
le, s coisa gimateriais so puros seres inteligfveis, puros pensa- — em coisas im agiri nO s , qiie nao se conta-
t- -
Vi m eniiii,rTh 1 -1
p ra- een o ---
existe,-em 'gera
' . ,, mat6na' al guma,
---- -pois
' basera-se apenas em representagoes o scuras, isto j , sensfvers
-- ' esta
- ----
foi_ seres
_- inieligiveis,
tuina Coiii algo de estranho e apenas se ocupa de Si mesmo enquan-
to ser dos seres'.'‘,
No entanto, em Leibriiz, o homem também já tern em si Ulna blia ,
pdrgao de idealismo — como seria possfvel representar para Si urn ,
ser imaterial sem uma faculdade imaterial e, por conseguinte, sem
ter representagOes imateriais? — porque, além dos sentidos e da .....-- t ll-,..,. - r"
i maginagao, ele possui entendimento e o entendimento 6 justa- „.,--- -
' f

mente urn ser imaterial, puro, porque pensante; s6 que o entendi- ,


'
7 1

mento do hornem no 6 perfeitamente puro, no 6 puro quanto A / Deus 6 um.ser pensante; mas os objectos que ele pensa e em si */
f
i mensidade e infinidade como o entendimento ou o ser divino. 0 conCebe nao sao, trE6E6o seiiEleiffirerifoTdistintos do ieu ser; Q -
homem, respectivamcnte este homem, Leibniz, 6 pois urn idealis- potisso,-grensar as coisas, apenas a si mesmo se pen,sa, p`67Cön-
, ta parcial,42iiiigack-b sd-Deus 6 urn idealista integral, s6 Deus o ) . .n
seguintepenanece
N
„em unidade icnterrupta consigo mesmo.
,
«Obi° perfeito», como expressamente Moll o chamou; isto 6, Mas esta uriidade do pensante e do 0peItsaclo
f
6 o segredo do pensa-
..,...........0
. Deus' 6 a ideia do idealismo acabado e levado ate ao fim do seu .. mento elspeculativo i
princfpio especffico, a ideia do idealismo absoluto da futura filo- , ---- i,s,6sim, p-Or-e-iemilo,_ na logica hegeliana, os objectos . _do...., pen- N
. sofia especnlativa. Corn efeito, o que 6 o entendimento, o que 6 a , sans 1 sao tlifefentes da - g
F eTiCia do pensar. 0 pensar está raqui, -
,- 0, ,
essencia de Deus em geral? Nada mais do que o entendimento e a riu a unithide ininterrupta consigo the'S 9s setts objectos são ..... l
. essencia do homem separadas das determinag6es que, sejam elas apenas determinagpesdo_pensar, mergulham puramente no pen- rei sTh-/ \
1 -
reais ou ima indrias, constituem, num momento dado, os limites sarrento;n0a- f6m para si que permanega fora do peniarj Mas o
'I t' do homem. u m no tern o entendimentocortaclo do,s sentidos e que se passa corn a essencia. da. lógica verifica-se tambéni , ciinia /it,
1
no conside s sentidos c6M-6-1iiiiifac-Oes tambem nao rePresen- . . essencia de Deus. Deus ----- 6 um ser espiritual e abstracto; mas 6 ao
t
ta. para Si comb 6enteiidi alieTefado e verdadeiro o enten- mesmo tempo o s e EC 1 OS s e re -s ,--qatie- -en-g to bTe m si todos os-Seii-s e,
, dimento privado dos sentidos. Mas o que é a ideia de uma coisa a claro, na unidide corn esta sua essencia abstracta ..
as o que sao
.
nao ser a sua essencia purificada das limitogpes e obscuridades em , os seres identicos a urn ser abstracto e spiritual?
r, , m si mesmos,
, que incorre na realidade efectiv a„tonde se-e,ncontra em relagao corn ! apenas seres abstractos — pensamentos -, s coisas tal como sao
t
irlas outras coisas? Assim, segundalLeibnizio limite do entendimen- em Deus nao sao como sao fora de Deus; pelo contrário, sao tao
to humano reside em ele estar afecibma-o materialisrno, isto 6, a re- diversas das coisas reais como as coisas, enquanto objecto da 16-
presentagOes obscuras; por seu tumo; as representagOes obscuras gica, se distinguem das coisas enquanto objecto da intuigao real.
surgem apenas em virtude de o ser humano se encontrar em rela- A que se reduz, pois, a diferenga entre o pensar divino e. o_pensar
gao corn os outros seres, corn o mundo em ger 'il)Mas semelhan- metaffsico? Apenas a uma diferenga de rin-aginagao, à diferenga
te conexao nao pertence a essencia do entendimento; estd, antes, entre o pensar apenas representado e o pensar real. /
em contradigao corn o mesmo, pois em si mesmo, isto 6, na ideia,
ele é urn ser imaterial, isto 6, existe para si mesmo, urn ser isola-
do. E esta ideia, portanto, este entendimento purificado de todas
as representag6es materialistas, C justamente o entendimento di-
dt.
46 47

F. ////
/

,) 12 , nas uma represeMaÇão, uma fantasia, tornou-se um saber racional


,., efectivo, num saber telescópico e microscópico da ciência natural.
A .ciência contou as estrelas do céu, os ovos nos corpos dos peixes
A diferença que existe entre o saber ou o pensar de,I),eus que, e das borboletas, os pontos nas asas dos insectos para os distinguir, - • I
tomo arquétipo, precede as coisas e as cria e o sgb,dg.honsiem Uns dos outros; só na lagarta do bicho-da-seda dos salgueiros ela
que, como cópia, se segue às cOisas, nada mais é do que a diferen- demonstrou anatomicamente a existência de 288 músculos na ca- ...'• , •
ça entre saber apriori ou especuiativo e o saber aposteriori ou em- ,» beça, de 1647 músculos no corpo, 2186 múrl , os no estômago e
píri o.,,,,,..„ , , r nos intestinos. Que se pretende ainda mais'? ,emoà, pois, aqui um N, ".
-- - - - - -
O teísnib, embora conceba Deus como pensante, ou espiritual, Ç exemplo concreto da verdade de quetrepresentaÇãPiziumanajle i
representa-o para si ao mesrrio- tempo corno um 1 ..e_r sensív el) -
Por ,,)5/' Deus é a representação que um indivíduo humano para silakdo
-- --
çonguinte, ao pensar e à vorwadedeDeus aWocia imediatamen- seu género , de que Deus, enquanto totalidade de_todas,is xçdt0. 7.Y. -
, te étèios sensíveis, materia zj efeitos que estão em contradição /
(r-
., cres ou perfeições riadain'ais'é -do -ire à totalidade sinopticamen ', ‘
com a essência do pensamento e da vontade, que nada mais expri- 4,-- , tecompendiada para uso do indivíduo limitado, das propriedades
mem do que ()Poder da natureza. Um tal efeito material —por con- do -género repartidas entre os hOineds-e- que se realilarri rio decurso , ...,
, )
da história inundia90 domínio das ciências naturais é, segundo o
p . ,. seguinte, uma simples ,'expressão , do poder sensfie— é acima de Y' ; \
( ‘f. . do a criação ou a proãüçâo de um mundo real,-materialCA teo- /o seu âmbito quantfitivo, de todo inabarcável para um homem iso-
1 \'' ti 14t11 . lado Quem pode ao mesmo tempo contar as estrelas do céu e os
„r- " - ilogia especidativa,15-trã-contrário, transforma este acto sensível, , 21( ,. musculos •* e nervos do corpo da lagarta? Lyonet perdeu a vista à
wquerontradiz a essencra_ao pensam , ento, num acto lógico ou teó-
' ,y1's i rico- transrnuta a PfddiiçãO matérial tdO objecto'. em-criaçãnspe- --r-? força de estudar a anatomia da lagarta do salgueiro. Quem pode ao
U

0;4, culativa a partir do conceito. o teísmo, o mundO é um produto •mesmo tempo observar as diferenças que existem entre os cumes
.....- 1 os abismos da Lua e as diferenças que existem entre as inúmeras
e
(4- P temporal de Den'S —nmun o existe desde há alguns milhares . de .
anos e, antes de ele ser gerado, Deus existi a;pel,ocontrário na teo- amonitas e terebrátulas?Màs o que o homem isolado não sabe nem
eço ogia especulativa, o mundo ou a nãtureia existe depois de Deus, pode sabem-no e podem os homens em ,conjuntoi Assim, o saber
ó segiiiidd -a-ordem, segundo a importância: o acidente pressupõe divino que conhece ao mesmo tempo todas as singularidades tern-
, ..- a substância, a natureza pressupõe a lógica; segundo o conceito, a sua realidade no saber da espécie.
4
• as não segundo a existência sensível, por conseguinte, não se- i \ O que se passa airirreinnistiênci a divina passa-se também i
Nr : ' - " guIdo
I
N o tempo. --- -- com a omnipresença divina, que também se realizou no homem.
7 o entanto,ÇO teísmotzansfere para Deus não só o saber espe- Enquanto uri-Ude -terminado homem observa o que ocorre na Lua ou
j'cãlativo, mas também o ' aber-i e nsível e empírico-e:c-rã:o et-na em Urano, outro observa Vénus ou as vísceras da lagarta, ou
/ sua mais elevada realização -Mas assim como b saber premUnda- qualquer outro lugar onde, até então, sob o domínio do Deus- om-
k, no, pré--objectual de Deus encontrou a sua realizaço; a Sua ver- nisciente,e ‘ omnipresente,nenhum olhar humano penetrara. Sim,
' 'dade e realidade no saber a priori da filosofia 'especulativa, assim - enquanto o homem observa estã-eStrelã..aõ -ponto de vista da Eu-
/também o saber sensível de Deus encontrou ksma realização, a sua ropa, observa simultaneamente a mesma estrela do ponto de vis-
/ verdade e a sua realidade nasVências empírifbs _ _ da época moder-
ta da América. O que é absolutamente impossível a um homem só,
' na., O saber sensível mais perfeito e„-portanto, divino, nãda mais e. possivei
. . . . mas
a acus.
,_ mus
. . _ esta ao mesmo tempo em r000s, e em
é do que o saber plenamente sensível, o saber dos mais infímos todos os lugares, omnisciência e omnipresença só existe na repre-
pormenores e das particularidades menos perceptíveis — «Deus sentação, na imaginação e, por conseguinte, não deve passar-se x,RE-1
0.,a
é Omnisciente», diz-:-TorriáS -
de Aquirio', -kTorque conhece as ) ‘1 por altO, a importante distinção
_ .. , já yárlas vezes mencionada entre V '
1 - 1
mínimas coisas» — o s ber-que não abarca indistintamente, num a coisa à penas iamginada e a coisa real. Na imaginação pOdein, ) \- e c'
tufo, os cabelos da cabeça de um homem, mas os conta e os conhe- . sem duvida, abarcar-se com um só olhar Os 4059 músculos de uma
ce a todos um a um. Mas este. saber divino que, na teologia, é ape- lagarta, mas na realidade em que eles existem numa exteriorida-
, .
\ ..-
fkã .. , , . L , N 48 I , • .71
49

, r -
de recfproca s6 podem ver-se urn ap6s o outro. Assim também urn entao, o ser absoluto senao o ser ague nada_se pressupbe, a que ne-
indivfduo limitado pode representar para Si, na sua imaginagao, o -,nhuina coisa 6 dada e ne-Cessária fora dele, o _ser
_ aEstrafdo de todos
ambito do saber humano como limitado; mas se quisesse real- os objectos, de todas as coisas-sensfveis dele distintas -elnsepa-
mente apropriar-se desse saber, j am ais chegaria alguma vez a um , ravel PPor conseguinte, o ser que o homem pode tomar como
ternno do mesmo. Tomemos como exemplo uma s6 ciencia, a His- objectt5 s6 mediante a abstracgao destas mesmas coisas? Se que-
thria, e decomponhamos pelo pensamento a hist6ria mundial na res chegar a Deus deves libertar-te a ti mesmo de tudo aquilo de
hist6ria dos pafses particulares, esta na hist6ria de cada provfncia que Deus 6 livre e, por isso, s61 te libertas reahnente quando para
e, por seu tumo, esta nas cr6nicas das cidades e as cr6nicas das ti o representas. Se, portant°, pensas em Deus como num ser sem
cidades nas historias das famflias, nas biografias. Como 6 que al- ' a pressuposigao de qualquer outro ser ou objecto, entao pensas em
guma vez urn hornem singular chegaria ao ponto em que pudesse ti mesmo m a pressuposigao de urn object° exterior;_a proprieda-
_.
clamar: eis-me aqui no termo do saber histörico da humanidade! delque tranSferes P-ara Deus 6 uma propriedade do teu pensamen-
Assim também o tempo da nossa vida, tanto o passado como o to. SO que, no homem, 6 agir o que em Deus 6 ser ou o que, como
futuro possfvel, por mais que pudessemos prolongar este, nos c ' tal, 6 representado tor conseguinte,'o que Co Eu de Fichte que diz
aparece, a luz da imaginagao, extraordinariamente curto e 6 por is- . «sou simplesmente porque sou» —, -(5que 6 o Plensamento puro
so que, nos momentos de tal imaginagao, nos sentimos forgados a ' sem pressupostos de Hegel sena° o ser divino da aritigallebldgia
completar esta brevidade evanescente aos olhos da nossa imagi- eLmetaftsfca transformado em essencidaall, ach y- a e pensante
nagao por uma vida imensa e sem fim ap6s a morte. Mas como o homemT
pode ser longo, na realidade, um s6 dia e ate uma s6 hora! Donde
provem esta diferenga? Nasce do facto de o tempo da represen-
tagao ser o tempo vazio, portant°, nada entre o ponto inicial e o
ponto final do nosso cálculo; mas o tempo da vida real 6 o tempo 14
cheio, onde montanhas da dificuldade de toda a espécie separam
o agora do instante seguinte.
; Como realizagao de Deus, a filosofia especulativa simulta-
neamente„ aposição ,e a supt:Osao t--ou negg gqg .
_ ae Deus , simultanea- ‘.1\

mente tetsmo e atetsmo: pots Deus s6 6 Deus — Deus no sentido "


13 da teologia — enquanto C repre-s-Eritado-como urn -ser autOnomo
distinto do ser do homem e da tiatiièza Oqkísi-li8)clue,--eriquanto
'posigao de Deus, 6 ao mesmo tempo a negagao de Deus ou, inver-
A absoluta ausenciadepressupostos-oiIciQ iajilOS 9f 5 samente, enquanta_negagao de Deus, 6 simultaneamente a sua
a ausencia-cle pressuP stos e-de-\peculatIvndmis6oqe afirmagao, 6 °van/ea-M)s 0 tefsmo genufno ou teológico, por6m,
comego, cassiidade do ser divino. A teologia distingue em Deus nada rnais 6 do Tie- o pantefsmo imagincirio, e este nada mais 6 do
-
propriedadis -acti-v- as e-PrOpriedades passivas, mas a filosofia que o tefsmo verdadeiro e real.
transforma também as propriedades passivas em activas -- trans- 1 0 que separd,o_telsg dapaptefsmo 6 apenas a imaginagao, a
forma todo o ser de Deus em actividade, mas em actividade hu- -representagao
_ = - i
de Deus_conio
-
ser pesSoal. Todas as determinagOes
-
mam. Isto vale igualmente para o predicado deste parágrafo g, de
- -
Deui e L elii C necessariamente detenninado t de_outro modo
I - - -
filosofia nada pressupbe — isto quer simplesmente dizer: abstrTii & nadae nä ëiá objecto de Urn a rdp- raélitã'g- fto — so deterrni -
de todos os objectos imediatos, isto 6, fomecidos pelos sentidos, _ag, ,d a realidade, ou da
noes
-
n--
atureza ou_do homem, dos
distintos do pensamento, em suma, de tudo aquilo de que se pode , conjuntamente. Por issn, determinagoes
- pantdstas; pois, tudo o
abstrair sem cessar de pensar e faz deste acto de abstracgao de to- '
que no distique Deus
. da natureza
_ ou do homem
_ 6_pantefsmo.
,

da a objectalidade o seu pr6prio comego. Mas que outra coisa 6, Portant(); s6 segundo a sua personalidade ou existencia, mas nao
"
50 51
segundo as suas determinações, ou segundo o seu ser é que(peus apenas na representação; pois, onde elas existem apenas na repre-
é distinto do mundo, da totalidade da natureza e da humanidade: sentação -- tanto de Deus como do homem —, por conseguinte,
isto é, só é um ser diferente, enquanto representado, mas na ver- onde existem apenas no modo ideal ou, antes, imaginário em
.
dade não é nenhum outro se.D. O teísmo é a contradição - --
entrea apa- Deus, existem ao mesmo tempo fora da representação; fora de
rência e a essência, a representação e a verdaae ; O riariteísmo é a Deus. Se fora de Deus não tivermos mais coisas nem mundo, tam-
c indrde- ambos — o panteísmo é a verdade nua do teísmo. bém não temos nenhum Deus exterior ao mundo — também não
, . Quando se olham de frente e se tomam a sério, quando se levam temos um ser apenas ideal, representado, mas um ser real; temos
° até ao fim e se realizam, todas as representações do _ , ...teísmo
_ .. levam
_ então, em suma, o espinosismo o matel$mo.
)t : Á necessariamene t ao paníeísmo. ()_part,tefgao ë o teísmo conse-
, „e Tf,. , _ ,. O teísmo represeritn)ara si Deus como uma essência pura-
sr , , quente O teísmo pensa para si Deus como a causa Mas, como uma mente imaterial. Mas determinar Deus como imaterial nads mais
causa fra, pessoal, como o criador do mundo: Deus produziu o significa do que determinar a matéria como um nada, como algo
mundo pela sua vonta-cOM _ as a vontade não basta. Onde existe a de inessencial: pois somente Deus é a medida do real. Só Deus é
Ak vontade deve também"Rstir o entendimento: aquilo que se quer ser,--C
r
‘ °— eid'ade, essência; só é o que vale para Deus e em Deus; o qu ef
--- é apenas afazer do entendimento. [Sem entendimento, não há negado por Deus não é. ' Derivar a matéria de Deus nada maisl,r
,t
objecto algum. As coisas que Deus criou estavam portanto em. significa do que querer funefamentarb seu ser no seu não ser poi
Deus antes da sua criação, como objectos do seu entendimento, : '
.,!deduzir é fornece-1 urna raião, um fundamentõ.Deus Pduziu a
como seres inteligíveis. O entendimento de Deus é, segundo a teo- 'matéria-, mas como, porquê e a partir de quê? O teísmo não forne-
logia, o complexo de todas as coisas e essencialidades. De outro ce qualquer resposta a estas perguntas. A matéria é, para ele, uma
, , . modo, de onde têm surgido a não ser do nada? E é indiferente se
----J-• existência puramente inexplicável, isto é, ela é o limite, o fim da
1 tu representas autonomamente para -. tiDeus
este nada na tua imaginação teologia. Contra ela embate, tanto no pensamento como na vida
, ou se o transferes para Deus. Mas contém ou é tudo sófio
\., Por conseguinte, como é que eu, a partir da teologia, sem a negar,
,
» modo ideal, no modo da representação. Este panteísmo ideal leva, posso deduzir o fim e a negação da teologia? Como obter um prin-
- - ao panteísmo real O-U"-efeEriVÔT-è-6m
_2'1 porém, necessari aniente cípio da explicação e uma informação onde se lhe esvai o enten-
-
ç
efeito , não êT6fig a adisrarícia do eMendimento de Deus à sua es-
— -- --
dimento? Como, a partir da negação da matéria ou do mundo, que
sência e não é longa a distância entre a sua essência e a realidade constitui a essência da teologia, a partir da proposição «a matéria
de Deus. Como haveria de separar-se em Deus o entendimento da não existe», extrair a afirmação da matéria, a proposição «ela exis-
essência e a essência da realidade ou da existência? Se as coisas te» e, claro, pese ao Deus da teologia? Como a não ser mediante
estão no entendimento de Deus, como haveriam elas de ser exte- simples ficções? As coisas materiais só podem deduzir-se de
riores à sua essência? E se são consequências do seu entendimen- Deus se o próprio Deus se determinar como um ser materialista.
to , porque não hão-de ser consequências da sua essência? E se, em Só assim é que Deus, de uma causa puramente representada e ima-
e\ Deus, a sua essência é imediatamente idêntica com a sua realidade ginada, se transforma na causa efectiva do mundo. Quem não se
efectiva, se a existência de Deus não se pode separar do conceito envergonha de fazer sapatos também não se envergonha de ser e
ei de Deus, como haveria então de separar-se o conceito da coisa e e de se chamar sapateiro. Hans Sachs era ao mesmo tempo sapa-
1 a coisa real no conceito que Deus tem das coisas, por conseguin- teiro e poeta, mas os sapatos eram obra das sua mãos e as suas
te, como admitir em Deus esta distinção que unicamente constitui ¡poesias obra da sua cabeça. Tal efeito, tal causa as a matéria não
, a natureza do entendimento finito e não divino, a distinção entre ).6 Deus, pelo contrário, ela é o finito, o não/divino, a negação de
.. a coisa Ra representação e açoisa fora da representaçãoiSenerihu- Deus — e os adoradores e adeptos incondicionais da matéria são
-
mas coisas tivermos exteriores ao entendimento de Deus, também ateus Eis porque o panteísmo'religa o ateísmo ao teísmo — a ne-
depressa nenhumas coisas teremos exteriores à sua essência e, por gação -de Deus a Deus: Deus é um ser material ou, na linguagem
fim, também nenhumas exteriores à existência de Deus — todas de Espinosa, um Ser extensõ.'
as coisas existem em Deus e, claro, de facto e na realidade, não

52 53
r
15 ; realista, materialista* .....,, Porisso, Espinosa acertou no prego corn a
d, j. ' ISua proposiçao paradoxal: Deus 6 urn serextenso, isto 6, material.
Encontrou, pelo menos para a sua época, a verdadeira expresso
f , filos6fica da tendência materialista dos tempos modemos; legiti-
( Q pantefsmn6 o ateismo teológico, o materialism° teológico,
a negagao da teologla, ,Inas apenas do ponto de vista da teologia; , inou-a e sancionou-a:„. ° práprio peus,Crnaterialisfal . A filosofia
pois faz da mat na, da negacäo de Deus, urn predicado ou atribu- . de Espinosa era uma religiao; ele pr6prio era uma 'Yds' onalidade.
_ - fl q-
ete, como em iniimeros outros, o materialismo nao entrava em
to do ser &vino. Mas quern faz da iptria urn atributo de Deus
declara que a mat6ria é urn ser divino.JA realizagclo de Deus tern , contr diçao
q corn a representaçao de urn Deus imaterial, antimate-
e ,`• riali st ' ue consequentemente, trariSTOr rna em dever do homem
em geral como prgssuposto a divind , isto 6, averdade e a essen- - 'simples
-tendencias e ocupagies antimaterialistas e celes-
c cialidade do real. Mas a divinização do real e do que existe mate- aS Silas \j.
f, rialmente—o matlifffismo, o empirismo, o realism°, o humanis- tes; Fois Deus nada,rnais &doque o arquétlpoe aideatclohomem:
e ser como e o que Deus 6, eis o que o homem deve, eis o que o
mo — a negag (to da teologia e a ess encia dos tempos modemos. homem quer ser ou, pelo menos, espera vir a ser urn dia. Mas o ca-
er
. L. dr isso, q_RariteSsmo nada mais é do que a essencia dos tempos theter, a verdade e a religiao s6 existem onde a leoria no 6 nega-
kr4 Modernos elevada a essencia divina, a um principio filosofico-re- da pela pratica, nem a praxis pela teoriaspinosa 6 o Moisés dos
, ligiosn livres pensadores e materialistas mO-dernos.
ftempirismo
. ou realismo pelos quais se entende aqui em ge-
iral as ciências chamadas concrctas, sobretudo as crências ariatu,.
reza, nega a teologia, nao teoricamente, mas deniodo prcitico
t
pela acgdo; corn efeito, o realista faz da negaçao de Deus ou, pelo 16
1-rnenos, daquilo qüe ncio é Deus, a ocupagao essencial da sua vida,
, o objecto essencial da sua actividade. Aas quem concentra o ‘N.1
espfrito e o coraçao apenas no material, no sensfvel, nega efecti- d 0 panteismo 6 a negag 'do dkteologikteor g. tica, o empirismoa
t vamente ao supra-sensfvel a sua realidade; corn efeito, para o ho- nega0o da teologia_ prcitica — o pantefsmo nega o principio, e o

1 mem pelo Tnenos, s6 6 real aqt ii1O—qiie 6 urn object° da actividade ernpirismo, as consequências dkteológia.
real e efectiva. «0 que no sei no me- a-quede-A3lzer que nada se pantefsmo faz de Deus um Ser actual e material; o empiris-
pode saber do supra-sensfvel é apenas um—slibterfelgio. S6 nao se mo, a qifftailibai perfeiic–eVriCialTsiii6,1ild615eus urn Ser au-
sabe mais de Deus e das coisas divinas sea seu proposito nada mais sente, longfnquo, irreal e negativo. i ,b;e7riginismo,negkaDsals,„nao
-
se quer saber. Quantas coisas se sabiam de Deus, quantas do Dia- kexistência, mas todas as_determinag Oes positivasporque o seu
bo e quantas dos Anjos, quando estes seres supra-sensfveis eram conteeldo 6 aperiaSiiiiicontedfo_finito, empfrico , e, por consequen-
ainda objecto de uma fé efectiva! Se ha interesse por uma coisa, cia, Oinfinito nao C nerihum objecto para o homem. Quanto mais ti/
ha também para ela aptiao. Os mfsticos e escoldsticos da Idade deterrninaçOes nego a urn ser, tanto mais o ponho fora de uma re-
r\;, Media nao tinham nenhuma aptidao e habilidade para a ciencia Ina° comigo, tanto menos poder e irifluência lhe concedo sobre
natural porque nao tinham qualquer intetesse pelknatureza. On- mim, tanto mais livre me tomo a seu respeito. Quanto mais qua-
de no falta o sentido também no estao ausentes os sentidos, os lidades tenho tanto rnais existo também para os outros, tanto major
Orgaos. 0 que é acessfvel ao_coraçao também nao 6 nenhum segre- 6, igualmente, o ambito das minhas acOes e da minha influência:-J
do para o entendimento. A humanidade, nos tempos modemos, E quanto mais urn ser existe mais coisas também dele se sabem.
perdeu os örgaos para o mundo supra-sensfvel e os seus mist6rios
unicamente porque, corn a f6 neles, tainbém para eles perdeu o
sentido; porque a sua tendênci a essencial é uma tendênci a anticris- ' As diferenças entre materialismo, empirismo, realismo e humanismo
ta, antiteologica, ist° 6, uma tendência antropol6gica, cOsmica, naturalmente, indiferentes no presente escrito.

54 55
, ,\ Toda a negação de uma propriedade de Deus é pois um ateísmo 17
de I . parcial, uma esfera da irreligiosidadekS ,è a Deus
_- fetiro a proprie-
ind 1 dade, retiro-lhe igualmente o ser. Se, por e-kemplo, a simpatia e a
arn Misericórdia não são propriedades de Deus, então estou só para A elevação da matéria a uma essencialidade divina é imedia-
me mim
'I 1
na minha dor --- Deus não está aí como meu consolador. Se tanrefift CadrrieSrnd teMpo'a eleva-0o da razão a uma essenciali-
ter Deus da -negação de todo ofinito, então o finito é também, logi- dade divina. O que O teísta por necessidade anímica, por aspiração
tór
i -caiiiente, a ne-gação de Deus. \) Só se Deuspenswerin'irilm --
- assim a uma beatitude ilimitada por meio da imaginação, recusa a Deus,
his conclui o religioso — é que tenho também fundamento e motivo afirma-o o panteísta de Deus, por necessidade racional. A matéria 1 '''
e, k para nele pensar; apenas no seu ser-para-mim reside o fundamen- é um objecto essencial para a razão. Se não existisse matéria-anu- 'i
to do meu ser-para-ele. Por_conseguintç, para o er q PirisinP, o ser ma, a razão não teria qualquer estímulo-e material para pensar, não
teológico já não existe,rià verdade, isto é, nada é de re-aí;-e-lè-,--
guN
'NI porém, não transfere este não-ser para o objecto, mas unicamen-
teria conteúdo
_. , algum. Mo-----__. .... _ eliminar a matériaAerp eli-
é possível
c1 ç Minar a razão; não se pode ree -onhece r a matéria sem reconhecer
te para si, para o seu saber.(Não recusa o ser a Deus, isto é, o ser -
a ra zã o ; os rnatgialistas são racionalistas. Mas o panteísmo só in-
fu i morto, indiferente; mas recusa-lhe o ser que se demonstra como directamente afirma a razão como uma essencialidade divina —
ar , ser, o ser activo, perceptível; que interfere na vida. Afirma Deus, ao transformar o ser da imaginação, que é o ser pessoal de Deus
sc mas nega todas as consequências que estão necessariamente liga- no teísmo, num objecto racional e num ser-da-tazão', a -a- p-Oied-sse- di-
CC

u
das a esta afirmaçãoRejeita a teologia, abandona-a; não, porém,
por razões teóricas:Mas por aversão, por repugnância perante os
objectos da teologia, isto é, por um sentimento obscuro da sua
irrealidade. A teologia é nada, pensa para si o empirista; mas acres-
/ centa: para mim -, -i-à-tR-, -o-seu juízo-é_ um juízo subjectivo,
5,,.-
.
recta da razão do idealismo. O panteísmo leva necessariamente ao
idealismo. O idealismo está para o panteísmo, tal como este está
. -
-ai a 7:3 teísmo. , r,
Tal objecto, tal sujeito/Segundo Descartes, a essência das coi-
s corpóreas, o , corpo como substância,r3 objecto não dos sen- •

P com efeito, não tem iliberdade, e também não -o_ Prazer e a tidos, mas apenas elo" entendiméntó; Justamente por isso, não são
é vocação de trazer os objectos da-teologia diante do tribunal da lu- támbein-os sentidOs, mas - o entendiment , segundo 139ssagte,,,s, a
o, zão. Eis a vocação da filosofia er conseguinte, a tarefa da filoso- essência do sujeito perceptivo do homem) Só a essncia é dada
‘, Lfla moderna consistiu apenas em elevar o juízopatológic-o-db-em- como objecto à essência. A opinião, segundo Platão, tem apenas
) pirismo nada ter aver com a teologia a um juízo teórico e objec- como objecto as coisas inconsistentes, e por isso é ela própria o sa-
tivo u-v-- de transformar a negação indirecta, inconsciente e negati- ber mutável e variável -- precisamente apenas opinião. A essên-
va da teologia, em negação directa, positiva, consciente. Como é, cia da música é para o músico a essência suprema — portanto, o
i pois, ridículo querer reprimir o «ateísmo» da filosofia sem ao mes- OiiVid"O-c-driífitiii O --órgão supremo; ele prefere perder antes os ,
mo tempo reprimir o empirismo da empiria! Como é ridículo per- offlos-do que os ouviclos;Pelo contrário, o naturalista prefere antes
seguir a negação teórica do Cristianismo e, no entanto, deixar ao perder-os ouvidos do que os olhos, porque a sua essêndfrObjecti-
mesmo tempo subsistir as negações práticas do Cristianismo, que va é a luz. Se divinizo o som, divinizo ouvido. Se, pois, digo como
pululam nos tempos modernos! Como é ridículo imaginar que, o panteísta; a divindade, ou, o que é a mesma coisa, o- ser absolu-
com a consciência, isto é, o sintoma do mal, também se suprimiu to', a verdade e a realidade absolutas, são objecto apenas para a ra-
ao mesmo tempo a causa do mal! Sim, como é ridículo! E, no en- zão, unicamente da razão, então delcaro que Deus é urna coisa ou
tanto, como é rica, em tais ridicularias, a História! Repetem-se em um ser racionais e expresso assim indirectamente apenas a verda-
todas as épocas críticas. Não admira; no passado, acha-se tudc de e a realidade absolutas da razão. É, pois, necessário que a razão
bom, reconhece-se a necessidade das mudanças e revoluçõe tetorne a si mesma, invirta este auto-reconhecimento invertido, se
ocorridas; mas, perante a aplicação ao caso presente, resiste-s proclame directamente como a verdade absoluta e se transforme
sempre com as mãos e os pés; por miopia e preguiça, faz-se do pre ,
le imediato, sem a interposição de um objecto em seu próprio
sente uma excepção à regra. objecto, como verdade absoluta. O panteísta diz o mesmo que o

56 57
,

,
, t
de n , 1 I sa intt)igao, do noss° entendimento (Kant). «A natureza é dedu- i
1 idealista, s6 que aquele diz de modo objectivo ou realista o que es-
indi: Si te afirma subjectiva ou idealisticamente. 0 segundo tem , o seu izida das leis da possibilidade da experiência em gerab> «0
all
* , ' , * idealismo no objecto — fora da substancia; for4de Deus, nada entendimento nao _ tira as suas leis (a priori) da natureza, mas pres- ,
merl
' . ,existe, todas as coisas sao apenas determinaOts de Deu a pri- creve-lhas.» 0 idealismo kantiano, onde as coisas se regulam pe-
tern ,. meiro tern o seu pantelsmo no eu — fora do -eu-nada lid,10das as ' Jo entendimento e nao o eritendiinerito pelas _ coisas, nadimais 6,
Wit ,ii , coisas sao apenas _ como objectos do eu. No entanto, o idealismo é y pots, do que a realizagao da representagao teologica do entendi-
hist( a verdade do panteismo; corn efeito, Deus-ou a subst a p_e-, mento divino, o qual npo é determinado pelas coisas mas, pelo
-
e, pi ' nas o objecto da raid°, do eu, do ser penian tES Criao crew em e 1 contrario, as determina4Como 6 pois insensato aceitar o idealism°
cida ' -rad-fens& eMiefarrianhum Deus, nao possuo Deus algum; Ele é 'i no céu, isto 6, o ide gismo da imaginagao, como uma verdade
IT ‘
P li para mim apenas por meio de mim, para a razao unicamente divina e rejeitar o idealismo da terra, isto é, o idealism° da razao,
clan' \'' através da razao; —0 apriori, o serprimeiro, 6, pois,nao o serpen- como urn erro humano! Negais o idealismo? Entao negai também
Ass c sado, mas o serpensante,ndo o objecto,mas o sujeito. Assim como Deus! Deus d somente o criador do idealism°. Se nao quereis as ,/
futu a ciência da natureza foi da luz para o olho, assim também neces- conseqUencias; nad queirais tainbérn o princfpio! 0 idealism0%
apai , sariamente a filosofia se virou dos objectos do pensamento para o '
nada é a nao ser o tefsmo racional ou racionalizado. - Mas o idea-
s° q eu penso. Que 6 a luz, enquanto ser lluminante, darifieante, en- listn0 kahtiarid d'airidrurn iclealisindfiilid0=o idealism° no
corr quanto objecto da 6ptica, sem o olho? Nada. E a ciencia da natu- ' ponto de vista do empirismo. Para o empirismo, Deus, segundo o
nag; ; reza nao vai mais longe. Mas — pergunta agora a filosofia— que esbogo acima fomecido, é ainda apenas urn ser na representagao,
pod 6 o olho sem conscienciar
Igualmente
nada -- ver sem consct en- na teoria — teoria no sentido corrente, no sentido mau — enao urn
--
pro l . Vid-Ou nab ver 6 a me rim coisa, SO a consciência dd ver Ca reali- - s ér na realidade e na verdade; é uma coisa em si, mas já nao 6 uma
g
tag dade do ver, ou a visaO real. Mas porque 6 que crês que existe algo il coisapara o empirlsmo; corn efeito, as coisas sao para ele aEienas
pon j y es, ouves, sentes algum a coisa. Poi consegurni as coisis-empfricas, reais. A matéria 6 a tinicarifatéria- -
fora de tin Orque , cro Seu
—13'e-ri-
che ' ' te, este alguma coisa s6 é algo de real, urn object° real genquanto , knento—porconseguinte, janao tem material algüiiiiaragèus; i,„! = i t , 7.
o '()eus existe,
object° daconsciencia—por conseguinte, a conscAenciamas _a_abso- \ 6 para nós uma tabula rasa, urn ser vazio, urn s
- =-
luta realidade-ou efectividade, a medida de toda a existêxia. ... 'F ii i Simples pensamento. Deus — Deus tal como o representamos e
•) , • i do o que existe s6 existe como existente para a consciência, como ! pensamos — é o nosso eu, o nosso entendimento, o nosso ser; mas
conscierite; &Om efeitd, ser 6 primeiramente consciencia.Ytssirn se \ este Deus 6 apenas um fenomeno de nós Rarqn6s, net° Deus em -sr i
realiza no idealism° a essência da teologia; no eu, na êfinsciência, Kant , 6 o idealism°
. .., ainda enredado ndtpfsmoi. , Muitas vezes, Tar
Dens. Sem Deus nada cde se r , nada pode pensar- , 'Inuit° que, na pratica, nos libertámos de uma coisa, de uma dou-
Sa essencia de , P
— ideafis 0 isto significa: tudO e20ste s6 como tnna, de uma ideia, mas nao estamos ainda livres dela na cabega;
\ • , se;IF sentidd do tt2 , , , ----,
r f ,, k
onioiab-jead, rar6r178ssivel;ta-consci Wser signifiCa. ser ., ela ja nao é nenhuma verdade no nosso ser — talvez nunca o te-
, ( ,: - , -
N , i ,ipec s' - ' . ' °,- objetto7portöriagUinte, pressupps, a cOndiêncial AS coisas e o nha sido — mas é ainda uma verdade te6rica, isto 6, urn limite da
con Z -
- .- ., i , . . .11.uridtafri keral sao uma obra, urn produto do ser absoluto, de nossa cabega. Porque toma as coisas corn a maxima profundeza,
pro, t,
k
iDeus
,
-
, mas este ser absoluto 6 urn eu, um serrte consciente pensante a cabega é também a Ultima a libertar-se. A liberdade te6rica 6, pe-
trail ; • — por conseguinte, o mundo, corn° Desca s magnificamente lo menos em muitas coisas, a Oltima das liberdades. Quantos nao
sao re ublican
' fo rt ., . (asSe`re 'a partir do pont° de vista do tefsmo i 6 urn ens rationis divi- P os de coragao, de disposicao anfmtea, mas na ca_
-mai . . ride, urn ser de raztio, uma quimera de Deli
-
s) Mas este ser de razao bega nao conseguem ir além da monarquia; o seu coragao republi-
, t
, filo é no tefsmo, na teologia, também s6 uma vala representagao ea- cano naufraga nas objecgOes e dificuldades que o entendimento
t.
, de t
. r . r. ,4, rz i emos, pois, esta representaçao, executemos, por assim -
, , ,0 praticamente o que no tefsmo 6 apenas teona, e t emos era ° Op un_ t ,,Kants_e_alizu
..
izer, suscita. Assim, pois, acontece também co corno tefsmo de Kant. ,
. dist •
, ' ,'. cg
o enegou. a teOloglana moral, o ser divino na Vonta-
, abs I.t. .do como produto do eu (Fichte) ou — pet°, menos, tal cOmo nosr_cii. o. niia,dvoocntiua ede_c_oézi peac_raril a_eKansti, mo_se r yoer
es m . d a irrei,o adj
vin
-
iicriad,p0
0,liee-enedi
fe ti
da I , ! ,,,,, \ , .
z , aparRComo o irifurMos — como uma obra ou produto da nOs- . Kant
.
i
58 59
.
,

..
,
k
,i4 •: '
i' Á, ,

vamente_os predicados da divindade para a vontade; por con- 1;evestisse a natureza do ser divino e abstracto. Os sentidos i, diz
ii -
segliiiire , o seu teísmo tem ainda só o significado lie um limite Descartes,
, . não fornecem nenhuma realidade ver deira, nenhuma
teórico. O Kant liberto do limite do teísmo é Fiate — o «Messias essencia,
. nenhuma certeza — só o entendimento separado dos
fi , sentidos proporciona a verdade. Donde promana esta cisão entre
da razão especulativa». Fichte do idealismo kantiano, mas do--pon-
4 o entendimento e os sentidos? Deriva apenas da teologia. Deus
.; to de vista do idealismo. Segundo Fichte, só do ponto de vista em- ,; ;não é um ser sensível, é antes a negação de todas ---
ti f, píneo é que existe um Deus distinto de nós, existente fora de nós; a ;,sa „ as determiriãOes -
h mas, na verdade, do ponto de vista do idealismo, a coisa em si, ensibilidade, só se conheee'graçarrãbstracção m a seu respei-
e ! to. -as-é Deus, isto é, o ser mais verdadeiro, mais real e mais cer-
Deus — Deus é com efeito a genuína coisa em si — é somente o
k4
eu em si, isto é, o eu distinto do indivíduo, do eu empírico. Fora do ' Donde, pois, deve a verdade advir aos sentidos — aos sentidos
eu, não há Deus algum: «a nossa religião é a razão». Mas o idea- que são ateus natos? Deus é o ser no qual a existêncialião,pode
lismo fichteano é unicamente a negação e a realização do teísmo idõrno _separar-se da es ^ ia e do conceito, o ser que só pode pensar-se
existente '
abstracto e formal, do monteísmo; não do teísmo religioso, ma-essência• . Descartes transforma este ser obje"CliVo- mima (.,,,' \• '
f ,' 'subjectiva, a prova ontológica numa prova psicológica ;
terial, cheio de conteúdo, do teísmo trinitário, cuja realização é
á primeiramente o idealismo «absoluto», o de Hegel. Ou: Fichte ; transforma o «Deus pode pensar-se, logo existe» em «penso, logo
[ realizou o Deus do panteísmo só na medida em que ele é um ser existo». Assim como em Deus não se pode separar a existência do
; pensante, mas não enquanto é um ser extenso e material. Fichte é 1! conceito, :•
quanto
assim também não é possível separar em mim — en-
espírito, que é a minha essência — o ser do pensamento;
[ o_ idealismo
- teísta,
_.,.. Hegel, o idealismo panteísta.
1 , e, como „além, também aqui esta indissociabilidade constitui a es-
„ •
. sencia. Um ser que só existe —
N. quer seja em si ou para mim, não
; importa — como pensado, como objecto da abstracção de toda a
; 18 ;„ sensibilidade, também se realiza e subjeeliviza neces-sariamente
. apenas num ser que só existe como pensante, cuja essencialidade
é apenas o pensar abstracto.
i '- •, .,° - r
/„Ai_d, filosofia moderna Jealizowe s.uprittnn 0 ser divino separado
N, e si tinto da sensibilidade, do mundo e do homem — mas só no
,, ,,t.. - pensamento, na razão á numa razão igualmente sepa- -
” e, c1 aro está,
.1? '-'
1, rada e distinta da sensibilidade, dó innhdo, do homem. Isto é, a „wd 19
s '
‘\, 4';;'" IfilOsofia moderna demonstrou unicamente a divindade do en-
- micto como o 1‘ ,
°N ,,, ten 'mento — aceitou apenas o entendimento abs ';
A , consumação,' '
:-. [ • o da filosofia moderna é a filosofia de liege4 A
ser divin e absoluto. A definição que y Descartes propõe - de si co-
i. o necessidade e a justificação históricas da filosofia ia moderna reli-
4;Y:,. ‘ mo espírito — a minha essência cansi te unicamente no- pensaA, gam-se, pois, sobretudo com a
tet.. 1 1' - V" 1 mento — é a definição que de si fornece a filosofia ._ mo „ derna. crítica de Heg el.
- -j1 ;
n
vontade do idealismokantiano e fichteanõ é, de igual modo, -pu- - -
ro ser do entendimento e a intuição que Schelling, em oposiça o a
H• i Fichte, uniu ao entendimento é pura fantasia e nenhuma verdade, '‘\ r ''' '',„, f .\ 1
,,, 20
,....- 1 t
.,;) ; , `` • 1 fortanto, não se toma em consideraçao, --- ,
''' t_A` filosofia moderna deriyou da teologia— nada mai é do que ‘
-
con- 1 -
,fr" ; a eólogia resolvida e metamorfoseada em filoso . o
segaMie-,--à-e-;-'-ela.abstracta e transcendente de Deus_ s..d_podia , mesma !A
--- -nova
.... filosofia, segundo o seu ponto de partida histórico, tem
, 1, . i
1 , : •; realizar-se e suprimir-se
,• de um modo abstracto e transcendente. tarefa e posição rante a filosofia anterior, que esta te- •
ye em relação à teologia. nova filosofià - -
i, ( H
I
Para transformar Deus em razão, importava que a própria razão : i, ' ...., é a re alizaçao da filão- -
R
60 61
1' 0 /
1 •

, .,, /
.,"--

'i fiahegeliana, da filosofia anterior em geral —mas uma realizaçäo fo espfrito: 6 A auto-alienagdo do espfrito. Deste modo, a propria
- -fi
que 6 ao mesmo tempo a sua negagew e, claro estd, uma negaçan - biatéria recebe espfrito e entendimento; 6 admitida no ser absoluto
, livre de contradict-11 ! como urn momento da sua vida, da sua formação e desenvolvi-
4 ri
, i , ento. Mas, ao mesmo tempo, pi5e-se de novo como um ser nu-
„ lo, inverdadeiro, porque s6 o ser que se arranca a esta alienacdo,
' ,histo 6, a mat 6
, sia, a sensibilidade, se declara Q01110 o ser na sua pleni-
, 21
',, t
, i

. A

' r M D
tude, na sua verdadeira figura e forma. ,O ..natural,.o, m,ateriaLe o
,
f
L .,
, sensfvel-
._- —
- e, claro estd, o sensfvel, ndo no sentido comum, moral, tt
mas metaffsico — 6, pois, também aqui o que se dey e nsgar, tal ‘ 4 '
' f como a natureza icorrompida pelo pecado original da teologia
c
, :11 A contradigtio da filosofia modema, sobretudo da p_ante _fsma, i',
k . ..
'de ser a negagclocla teologicz do ponto de vista dateologia, ou a ne- , , i Sem davida, eld 6 integrado na razdo, no eu, no espfrito; mas ns-
1 I gaçdo da teologia, que em si mestna e de novo teologia — sem e-. , ;, c titui o irracional na razdo, o new eu no eu, o seu negativo: como em
N lhan econtradigdo caracterizaemparticular afilosofia hegeliarul y '. Schelling a natureza em Deus representa o ndo-diyino em Deus e
5
e

0 ser imateri al, o ser enquanto puro object° do entendimento, ` nEle 6 exterior a Ele; como na filosofi a cartesiana o corpo, embora
. 43 'a essencia intelectual, Ol para a filosofia moderna elaAJbérn ,,, pa- umdo a mim, ao cspfrito, estd no entanto fora de mim, no me
"ra a hegeliana unicamente o ser verdadeiro e absolutif-9 Deu(k Jpertence, no pertence à minha esséncia, e, por conseguinte, 6 in-
• -rópri a rriat6ri diferente se ele está ou nä° unido a mim.' A matéria pennanece em
. . a, de que Espinosa
. 7 - ,-,tfaz umw atributo diAsubstância . di-
4 a i-"* n --17"
4 , r ' .i 1

t m a , 6 u rn a coisa metaffsica, umpuro ser ao entenaimento, corn contradigti o com o serpressuposto peta filosofia como o verdadei-
-
' ' 1
efeitö, a deterrninação essenci al da matéria , que a distinguao en- ro s dr , -c
- - 'L tendimento e da actividade pensante, a determinaçdo de serum ser \ j A i atéria pOe-se decerto em Deus, isto 6, pOe-se como Deus,
-- l - passivo, 6-lhe tirada. Mas Hegel distingue-se da filosofia anterior e pôr a matéria como Deus equivale a dizer: no existe Deus
I 4 ao determinar de um outro modo a relacdo que eXiSte cptfe um ser algum; portant°, equivale a suprimir a teologia, a reconhecer a
'
'material, sensfvel, e o ser imaterial. Os primeiros filósofos e te6- . verdade do materialismo. Mas ao mesmo tempo, - porém, pressu-
logos concebiam o ser verdadeiro e divino como urn ser separado 0e-se ainda a verdade do ser da teologia.(0 atefsmo, a negaçdo
I,1 - liberto da natureza, separado e liberto em si da sensibilidade ou da tealogia, vs-se pois de novo negado, isto 6, a teologia 6 noVa-
•a matéria; transferiam apenas para si mesmos o esforço e o tra- :,..-_--,iffente restaurada pela filosofia. Deus 6 Deus so mediante a sua su- C'
,
,I 4 alho da abstracçdo, do desenredar-se do sensfvel, para chegar ao peraçdo e negaedo da mat6ria, a qual constitui a negaçdo cle Peus.
-
's ue em si mesmo dele esta liberio : Neste estar-liberto 6 que viam E sO a negaçdo da negaçdo 6, segtindo Hegel, a verdadeira posiçao.
• beatitude do ser divino, e nestetbertar-se a virtude do serhuma- Ao fim e ao cabo, els-nos pois novamente no ponto de onde tfnha-
no Hegel, pelo contrário, fez da actividade subjectiya a auto,-ac- mos partido — no seio da teologia cristd. Assim, temos já no su-
tivM.ade do ser divino. 0 prOgrio Deus deve submeter-se a este tra- premo princfpio da filosofia hegeliana o princfpio e o resultado da
r'c balho e, como os her is do paganism°, conquistar pela virtude a sua filosofia da religido, a saber, a filosofia no suprime os dog-
,
sua divindade. pis' assim 6 que a liberdade do absoluto relati- mas da teologia, mas apenas os restabelece, .,unicamente os media- ('I
f '4
..
vamente a mat ii, a qual, além disso, 6 apenas pressuposto e , tiza a partir da negaçdo do racionalismo. segredo da dial6ctica o
hegeliana consiste, em tlltima andlise, apenas em negar a teologia
representacdo, se pode tomar realidade e verdade. Mas esta auto-
• , libertacdo quanto a matéria só pode pör-se em Deus se, ao mes- :ern nome da filosofia e, em seguida, em negar outra vez a filoso-
., ,1 mo tempo, nEle se pOe a matéria. Mas como pode ela pôr-se em fia Mediante a teologia. A teologia 6 que constitui o começo e o
,\ ' ll'r; no meio, encontra-se a filosofik enquanto negaçan da pri-
) Deus? De urn modo apenas: que o proprio Deus a ponha. Mas em
\ ' , Deus so existe Deus. Por conseguinte, s6 pondo-se Ele mesmo mi era posiçdo; mas a negacdo da negação é.. _a teologia. Primeiro,
, g
matéria ndo pOe—se tudo ao conträrio, mas em seguida restabelece-s udo no
-, 5.-r--- : corn° materia, como-nao Deus, como o seu outro.
g - g - -
t, pois, um contrdrio que preceda de cidifi OMerTs ierb a, \ seu antigo lugar, como em Descartes. A filosofia hegeliana a ill:
., ,--- r)
, 62 , i , i 63
f •'
A ,,
-

' ..,nK. .„1/.\ 1


tima grandiosa tentativa para restaurar ogr4tianisrno já perdido à 1'também inevitável.» Os objectos dos sentidos, „da experiência, ,-• ‘.
\‘' - -
e morto através da filosofia e, claro está, mediaite à identificação, .-,. são,
tal como em geral acontecia nos tempos modernos, da negação do ., Te alg; u7na;
.._ pois,
. para o entendimento, simples fenómenos, e não Verda-
. . portanto, não SatTsfazern o, entendimento, isto é, não
Cristianismo com o próprio Cristianismo. A tão celebrada identi-
t
í Foi-respondem
n à sua essência. Por conseguinte, o entendimento de
, dade especulativa do espírito e da matéria:do infinito e - do finito, enhum modo é limitado na sua essência pela sensibilidade; de
-
;c1ddiVino-ed6 humano , nada mais é do que a contradjo fatal dos loutro modo, não tomaria as coisas sensíveis por fenómenOs, mas
11 'I i
tentos modernos — a identidade da fé e da descrença, da teolo- • l pela verdade n'S O que não me satisfaz, também não me limita e
gia e da filosofia, da religião e do ateísmo; do Cristianismo e do pa- restringe. E, no entanto, os seres do entendimento não devem ser ,,
i ganimo, no seu cume mais alto, no pico da s metafísicà i,S ,R5im Ç „bbjectos verdadeiros para o entendimento !
rlosofia kantiana é( ‘‘- - Nf
..#••
01
é que esta contradição, em Hegel, se desvançCe e .3naWia ao s !-»;'; contradição de sujeito e objecto, kessencia , e , existêneia: d f
' olhos, porque faz da negação de Deus, do 'ateisrrio, uma deterrni- , ilensamento e ser. A essência incide aquiDo entendimentoN exisl
nação objectiva de Den.Ss. -- Deus determina-se como um proces- : a-a-a- nos sentidos. A existência sem essência é simijles fernóme
so e como um momento do processo do ateísmo. Mas assim como ; .ii, no —tais são as coisas sensíveis; a essência sem existência é sim -,
a fé restaurada a partir da descrença não constitui uma fé verdadei- -`,pies pensamento— tais são os seres do entendimento, os noume -1 .
f
ra, porque é sempre uma fé enredada no seu contrário, assim tam- na; são pensados, mas falta-lhes a existência — pelo menos, a
_ bém o Deus restabelecido a partir da sua negação não é um Deus 'Fxistência para nós— a objectividade; são as coisas em si, as ver-
verdadeiro, pelo contrário, é um Deus autocontraditúrio, um Deus dadeiras coisas; mas não são coisas reais; e, por conseguinte, tam-
ateísta. ém não são coisas para o entendimento, isto é, coisas que ele pos-
• sa determinar e conhecer. dàjque
, contradição separar a yerdade
, , 44
e •
da realidade e a realidade a verdade!te,
0,
pois, suprimirmos esta ', - (.',. ., t?
'V, ' .k " . ' •
,.

\ \'‘ '4'' ),?''' ; , , 22 temos então a filosofia da, identidade-,--oride-ns õsbleF-r


• -- - -
,:,.
h05 do entendimento, as coisaven sa da S , erTdiian to verdadeiras,ii
ãS coisas reais; onde a essência e a constituição- do objecto dol
, ' l'entendimento corresponde à essência e à constituição do - en-
„..
Assim como a_essencia divina nada mais é do que . a essência hendimento ou do sujeito; onde, portanto, o sujeito já não mais é ,É
offeyn;libe-rtada dos limites da nãtureza, assim a eSsé,oSi a do s> ¡imitado e condicionado por uma maté • que existe fora dele e /1
r
idealismo absoluto nada mais é do que a essência do idealismo ontradiz a sua essência. Mas o sujeickjue já não tem fora de si e
subjectivo, liberta dos li mites e, decerto, racionais, da sulkctivi- enhuma coisa e, por conseguinte, mais nenhum limite, já não é'
, dade, isto -é, dar1Sibilidgcfr
p
_ ou da obieetalia_adeeny gerá)A fi- §ujeito «finito» —já não é o eu, a que se contrapõe o objecto —
; • e; \ usofiallielgelianaà ode, por conseguinte, derivar-se imediatamen- ; 'g o ser absoluto, cuja expressão teológica ou popular é a palavra .?. í t• '
ik\‘.
.trÇ
11 1 .

, . i 1l , ,,, ,fi-
j-,„
\
.t. ;,,, 1
•t
tçdo idealismo kantiano e fichteano. ,' Deus. É, sem dúvida, o mesmo sujeito, o mesmo eu, como no idea-
'‘''' k,_Kant diz: «Se consideramos, como é justo, c)so ,L)jgs,_to.s_do.ssen- lismo subjectivo — mas sem limites; é o eu, mas que já não pare-
.

'
t
L.:'
tidos como simgéj s eïfónienos, reconhecemos no entanto ao mes- • ce também ser eu e, por conseguinte, também já não se chama eu. ,...., '

-
' [ 1 1 . ',. : , r fundamentO_Lina coisa em si, embora não ‘
[ :. : mo tempo que tin po .
. : ' 4- saibamos como é em WaTfiStituída, mas apenas o seu fenómeno,
i 1 Ir
,-, - (- : 1 ;',.; ' 1 isto é, o modo como os nossos sentidos podem ser afectados por .
' este algo incógnito. Por conseguinte, o entendimento, em virtude
-''' t : :. - 23
N, justamente de apreender fenómenos, reconhece também a exis-
1...,,,
X tênciaa de coisas em si, e nesta medida podemos afirmar que a L
4:: ., .. , representação de tais seres, que subjazem aos fenómenos, por con- V A filosofia hegeliana é Gidealismo ao contrário. .— idealismo
1 :kf ss‘•
1' • ,i seguinte, de puros seres do entendimento, não só é legítima, mas teológico, tal como a filosofia espinosista é o materialismo teoló-

64 65
:.; 5

v

Pr;

r ....... _
1 4R j ‘

f omá-lo no neio- sentido do absoluto.10 nao-sentido d o ser supre- ; 0


gico, P6s a essencia do eu fora do eu, separada do eu, e object- : J ' ' ,

y ou-a como substancia, como Deus; mas desse modo expressou no da teologia, tanto da comum comb da especulativan 4

0 que Hegel censura a filosofia de Fichte, a saber, que cada urri


\ novamente — portant°, de modo indirecto, inverso — a divinda- 4
julga ter em si o eu, dele 6 advertido e, no entanto, nao encontra, em
. de do eu, fazendo do mesmo,, tal como Espinosa -da matéria, um Si o eu, vale também para afilosofilespaulativa em gera1. 1 Ela
atributo ou forma da substânCia divina: a con sCierzcia clue o toma quase todas as coisas num sentido em que já no se reco-
--
• - homem tern de Deus 6 ad'utocOnseleiiCia de Deus. Isto significa: ' nhecem E a razao deste ma! 6 justamente a teologia. 0 ser divino,
a essencia pertence a Deus, o saber ao homem. Mas,-em Hegel , a . ab •
do que a essencia do pen- soluto, deve distingui-se do ser finito, isto 6, real] Mas, para o .
essencia de Deus nada mais 6de facto I * , absoluto ' noa temos nenhumas determinagOes a nao ser precis a-a-
i samento, ou o pensamento absiraido do eu, do penscanti A filoso z,
_ . . . as determinacties das micas reais Ceiam n alnraic cm hum a-
" \ fiaa hegeliana fez do pensarnento, portant°, do ssr subjecttvo, mas nas. Como 6 que estas 4terminagOes se tomam determMagOes do
1 i pensado em sujeitb, portant°, representado como um serdele dis- . absoluto? S6 se se tomaiarnum sentid6 que nab -6 -6 ce- ii Serra&
I _ tinto, o ser divino e absoluso. -- reaLlsto 6, num sentido totalmente invertido. Tudo o que esta no
Iti 0 segredo da filos9fla absoluta 6, portanto,.o segredo_da teo- • está no absoluto; mas aqui encontra-se de uma forma
finit°
intei-
• !
' ogia. A filosofia absoluta comporta-se tale qual como a teologra, ramente diversa da que tem além; no absoluto imperam leis total-
tque fez das determinagOes do homem deterrninagOes diviaas, pri- mente diversas das que reinam em nos; no absoluto 6 razao e sa-
-
vando-as d a determinidade na qua! sado que sao. «O pensar da ra- bedoria o que em nds 6 puro contrasenso. Dal o arbitrio ilimitado
zao deve exigir-se de cada qual; para pensar a razao como abso- da especulagao em utilizar o nome de uma coisa sem, no entanto,
luta, por conseguinte, para chegar
. ..
ao ponto de vista que eu exijo, deixar valer o conceito que esta conexo corn esse nome. A es-
.. . ..
deveabstrair-sedopensar. Ao tazer-;setai aostracgao, a razao CGS- peemagao aesempa o seu aroitno ao dizer que escolhe na lingua
,
sa imediatamente de ser algo de subjectivo, corno ela 6 represen- para os seus conceitos nomes aos quais a oconsciencia comum»
, tada pela maioria; s6 pode ser pensada como algo de objectivo, religa representagOes, que tem uma semelhanga longinqua corn
• porque o objectivo ou pensado s6 6 posslvel em oposigão a urn estes conceitos; langa, pois, as culpas sobre a linguagem. Mas a
,. pensante, do qua!aqui se abstrai inteiramente; por conseguinte, culpa reside na coisa, no principio da pr6pria especulacao. A '
I. rI i mediante esta abstracgtio, ela toma-se urn verdadeiro em si, que • cohtradigao entre o nome e coisa, entre a representagao e o
,
'kI coincide justamente corn o ponto de indiferenga do subjectivo e do conceit° da especulagknada mais 6 do que a antiga contradigao
i
. A objectivo.» Assim falava Schelling. 0 mesmo acontece em Hegel. , teolOgIckentre as determinagOes da essencia divina e as determi-
,
0 pensar privado dasua determinidade, na qua! ele 6 pensar, acti- nag6es da essencia huniana, determinagOes que, em relagao ao ho-
1
1 1 ,1 ' vidade da subjectividade, 6 a essencia da 16gica hegeliana. A mem, se tomam no sentido genufno e efectivo, e em relagao a
.1 1 terceira parte da lógica 6 e chama-se mesmo expressamente a LA5- Deus, porém, se tomam apenas num sentido simb6lico ou ana16-
gica subjectiva e, nomtanto, as formas da subjectividade, que sac, gico. Sem dtivida, a filosofia nao tern de se preocupar corn as re-
1 . o objecto da lOgica subjectiva, nao devem ser subjectivas. 0 con- presentagOes que o uso ou o abuso comum associa a um nome; mas
cello, o julzo, o silogismo, e ate as formas particulares do silogis- tern de vincular-se a natureza determinada das coisas, cujos sig-
1 mo e do juizo, como o juizo problemático, o juizo assertbrico, nao nos so nomes.
1.
s o conceitos, juizos e silogismos que procedam de n6s; no! Sao
• formas objectivas que existem em si e para si, formas absolutas.
t assim que afilosofia absoluta ,desapropria e . aliena o homem da,
-- - -
. ' sua pr6pria essencia, da su a p F6pria actividadef IDara Yiolencia, a
• tortura, que ela infiige ao nosso espirito. 0 que 6 nosso devemos
; pensá-lo como nä° nosso, devemos abstrair da determinidade em
..
' que algo 6 o que 6, isto 6, devernos pensá-lo sem sentido, devemos

66 67
• , .

C). \
..
. e...;.,
,,,, , - 4
de V C;U 24 ,f ),„) , .1 ' ,
, , i 25 I /,' , ,- ,.. '
in • , (-- ,t4
k.,
..., #
l'
.,
te] 0,- A l'd tk ad do p ensar e do ser, ponto central da fil0,9Aa4a. ,- i A prova de que algo existe mais nenhum
,s x
sentido tem a não ser ,',
e
ldrii-tidad5e,nada mais é do que uma consequência e um desenvol- , O e que algo não é só pensado. Mas esta prova não pode tirar-se
'
.
-lamento— necessários do conceito de Deus, enquanto ser cujo con- , I
1 n,..t,..,k.
s •.&
- J
ceito ou essência implica
p
''' do próprio pensar. Se o ser houver de se acrescentar a um objec-
a existência. A filosofia especulativa to do pensar, importa que ao próprio pensar algo se acrescente dis -
., 1 -..
e , . r. NA. t. --
apenas generalizou, unicamente tran s formou em propriedade do t"-, tinto 4o pensa/5'
eu, ' ,.),.g.' (, pensamento e do conceito em geral o que a teologia transforma-
'' i r .. ) ' í i 0. exemplo da diferença entre os cem táleres representados e
i
'chi , . : -.1-;" va numa propriedade exclusiva do conceito de Deus. A identida- , 11 1 6's c'em treres reais escolhido orKantEa_ r
H crít.' da rnva-o.b.tóló-
.44 iill. L,Í ‘ - s., -,..,- , e a ,, 1 6-para ilustrar a diferença entre pensar e ser as ridicurariza-
T de do pensar e do ser , pois apenas a expressão ,
fW 1 n '' ,,o °
t
razão — a expressão o seguinte : o pensar ou a razão é o,.ser ab-•0, TiOr Hegel, é um exemplo (no essencialjriteir-amente correcto.
1 fo soluto, a quinta-essência de toda a verdade e realidade, de que nao , t 4' om efeito há tálefes- que apenas tenho na
a
P , 11 ' ,' • . 1 . - 4-,Kr4,-. •In ,,,,-17-5,-. rnoihrir À
.
a ra7an / t5 tiirin
, SM , 1 i cabeça, outros, porém,
AisLu m iniu m LULL U. ai
a., ua uu.au, tuvuaul, 4u.... a,
1 1..Z.-44, S/ 1
1'
11 7J
m
na_
ma -
o;un ,
s • .
existem so,
para mim,
• os
, • .
segundos, porém, também
SO1
Como também na teologia estricta, Deus é tudo, isto é, tudiro que i 22.nco.. f outros —podem sentir-se e ver-se- mas só existe o que é
CO'
de essencial e de verdadeiramente existente. Mas um ser t Àao mesrrib -reTripo para mim e para o outro, aquilo acerca do qual
? na um ser que é apenas um predica- ., concoamos
po rj\'1\que não se distingue do pensar,
1que -
N, eu e o outro, o que não é somente meu, o que é uni-
db otrumrdetêtfifiriáçãó razão é unic ente um ser pensado e versal.,
unicamente
dà -
pn ., :iri l 11 làbstracw, na verdade, não é ser algum. A identidade do pensar e (g Nu pensar enquanto tal, encontro-me em identidade comigo ,
,
taç ...
. po. Iii!'n l11!:ii ” do ser exprime, pois, somente a identidade do pensar consigo -
mes, me mo, sou senhor absoluto; nada aí me contradiz; sou aí ao mes- •
I ' M o. fito quer dizer,2_ pensar absoluto não se desembaraça de si, mo tempo juiz e parte, não há aí, por conseguinte, nenhuma dife-
,. chi ji,,,11 - .„.. ,
, o . ., i . ....illi não "S ai de si para o W.p ser permanece um além. A filosofia abso- re a critica entre o meu objecto e o meu pensamento acerca de-
luta transformou, s'eY'' 'dúvida, o além da teologia num aquém mas, ie. Ivlaã- se se trata apenas da existência de um objecto, então não -
' •• i', '. em compensação, transformou para nós o aquém do mundo real d io apenas tomar conselho de mim, tenho de interrogar testemu-
,, num além. ` nhas diferentes de mim. tas testerhunhas diferentes de mim en--"- 1 i •, -
111,11:i p ‘
A',,,>' --) - ÇOPensar cb,f ilps fia e5Nçulativa ou absoina diferentemen- quanto pensante são os sentidos. O ser é algo em que não só eu, mas ,,11# '''''
', 1 -') )( te
de ' S ' i enquanto actividade de mediação, Cermina o ser como o também
também os d.i • sobretudo também 9.‘2121ecto, estão implicados. . ,
méeridõi
1.ii satpoa,racoompoenosani ndeo- n
ngecidnieddfq\nfiPta e rn iiit-se-a
raosd-dpia de-innó
hi t os pel o Ser significa ser sujeito, quer dizer( g erpai-'0 si. Isto é, na verdade,
' íli ,
• -- . completamente diverso de ser sujeito-ou sj
ir er apenas objecto, de ser
nada
. mais é do que isto. O pensar põe o ser diante , mas den_:j um ser para mini rn esmo, ou apenas o ser para outro ser, isto é,
de si, _....,....._
. • , ,,, •, r frO de si mesmo e, por conseguinte, suprime imediatarnente, sem somente . um pensamento. Se sou um simples objecto da represen-
cori 1 ,
difiçuldade, a oposiça6do mesmo a seu respeito; cOni efeito, o ser tação, por conseguinte,' se já não existo em ^Mim riiaMo, cõ-mo
pra ,
trai 11,1 !enquanto contrário do pensar dentro do pensar nada mais é do que' contece ao homem após a a morte, então devo defiaréffle tudo me
,. o próprio pensameniii. Se
.
fon: : ['. •r.' ` j o ser nada mais é do que o imediato, se conteça; o outro pode então fazer para si um retrato meu, que
, <,°: mai.' a imediatidade sozinha constitui a sua diferença quanto ao pensar, 4onstitui uma verdadeira caricatura, sem que eu possa protestar.
' ) '...filn como será fácil mostrar que ao pensar também pertence a determi- s4as se ainda existo realmente, posso opor-me aos seus intentos,
1 Á.:.
dei.• • : nação da imediatidade, por conseguinte, o ser! eUma simples de- t osso fazer-lhe sentir que há uma enorme diferença entre mim, tal
. dist. i terminidade de pensamento constitui a essêncta de um ser, como tomo sou na sua representação, e mim, como sou na realidade,
1
,k. .,,, 1 abs : . , é ,
que o ser se deveria distinguir do pensar'? 1 p ortanto, entre mim, enquanto objecto dele, e mim, enquanto sou

. 1 da i . i ! .
l
• ujeito.po -.. pensar, sou um sujeito absoluto, deixo valer tudo ane-
nas como objectio ou predicado do ser pensante que sou; sou in-
68 69
1 , ,
tolerantaTelo
. contrário,
... _ na actividade dos sentidos, sou liberal; S 27
, permito que iibbjecto s_ej
, a o que eu pr6prio sou — sujeito, urn ser
,i
1 . ' real que se manifestatS6 os sentidos e a intuiçao 6 que me propor- -
‘1 cionarn alga coma sujeitot' $ ,,„.., c'is i
'le 0 ser da lógical hegeliana 6 o ser da antiga metafisica, que se
-- ' , f
'J eniinciä de toda s as , diferenga porque, segundo ela, to-
coisas sem
1 dos tem ern comum o facto &é ser. Mas este ser indiferenciado 6 -
, . 26 „t
k
urn pensamento abstracto,
-
7 1
UM pensamento sem rea1ida 46 ser é
filo clifirenciad 0 .' corno as coisas que existem.
Por exemplo, numa metaffsica da escola de Wolff, Deus, o
„ \ :0L4P C'
Um ser quaapenas pertsa e, claro estA, de modo abstract° nao
tern representagdo alguma do ser, da existén cia e darealidade. 0
mundo, o homem, a mesa, o livro, etc., tem em comum o facto de
ser. E Christ. Thomasius diz: 00 ser 6 em toda a parte o mesmo. j
i
_ i
,tA essencia 6 tao mültipla como as coisas.); ste‘ser em toda a psar-a.'S
, ser é o limite do pensar; o ser enquanto ser ncio „.é nenhum objec- I' .- --.

tt e igual, indiferenciado e sem conte6do, 6 béma Ser da 16gi ,


i; to da:filosofia abrolutct,pelo mews, da que é abstracta. Ayropia
filOS-affitveculativa declara indirectifininte que o ser 9)k
ao mei- a
c hegeliana: 0 proprio Hegel observa que a poIémica contra a ,,,,
„ , mo tempoyklo-ser— é na5Mas o nada no constuut urn objec- l
dentidade. ds6 ser e do----nada
,
,,,
se deve unicarnente à atribuicao ao se
y
tn_da.n r n c inv P n iti) Ie urn conteudo determi nado. Mas justamente a c nsciencia do ser_ 14. , t'
--,
• .--- ' 0 ser_enquanto objecw do pensar especulativo,
6o_sim- está sempre e de modo necess Aria vinculada corn conteddos deter- •---
' ple ente imediato, isto 6,indetermi
„..,,, ado; •
portant°, nada nele se , Minados. Se eu abstrair do conteado do- ser e, claro estd, de todo E , '>,,
• ipode distinguir, nada se pode-P ensar I as o pensar especulativo • o conteudo, pois tudo 6 corftetido do ser, entao nada me resta a nao
••
i 6 para si a medida de toda a reali• ; • e; s6 reconhece como alga
aquilo emcaue ele se encontra confirm ado, onde tern material para
i c ser o pensamento do nada. E, par conseguinte, quando Hegel cen-' ' 1
sura a consciencia comum por substituir ao ser, objecto da lOgica,
o pensar Por conseguinte, em virtude de ser o nada do pensatnen-
S fto, isto 6, e nada , !alga que nao pertence ao ser, incorre, pelo contrario, na censura de <, '
ser para o pensamento — o vazio de pensanten- 6bpor uma abstraccao inconsistente ao que de modo legftimo e 1
, to — o ser do pensar abstracto 6 o nada em si para si mesmo. Justa- t u
r ido 6 m 1
:11
' ) mente par isso, o ser que a filosofia especulativa introduz no seu
acional a consciencia humana entende por ser. 0 set - -C
onceito universal, separcivel das coisas. E um 56 com o que,exis- .,
• domfnio e cujo conceito para si reivindicä 6 tambérn urn puro fan- e. -So 6 fifedidfamente pensavel — sO pensavel medfaitte OS„, pre- 4,--
1 tasma, que 0tá em absoluta contradiçao corn o ser Vaiddireiro e 2
.,. . que fundam a essenci a de uma coisa. sere a posiçao da
dicados,
j!ilL , corn o que o flomern entende parser. 0 homem entende or ser,
,
segundo os factos e a razao, o ser-ai, o ser-pgra-si, a realiddde, a
r t

essencia. 0 meu ser 6 o que é a minha essenciap 0 peixe existe na


' água, mas nao podes separar a sua essencia deste ser. A linguagem
:
existencia, a efectividade e a objectividadejTodas estiS:cleter- já identifica ser e essencia. S6 na vida humana 6 que o ser se sepa-
imagoes ou names exprtrn_em uma sO e_ mesma coisa a partir de ra da essencia, mas também apenas em casos anormais e infelizes
..) diversos pontos de vista. Qser no pensamento, o ser sem objecti- i
I — acontece que nao se tern a sua essencia no sftio onde se tern o
1
3 :
;
: , •\ vidade, sem efectividade, Sent sr-para-si 6, certamente, nada ., f1 ser; mas, justamente par causa desta separacao, a alma nao estä
mas neste nada, expresso apenas a niilidade daminhaabstracg&T:t verdadeiramente presente onde e estaglamente corn o corpo. SO
' Onde esta o teu coraçao estds tujM asados as sere J- exceptuan-
de
ndo casos contra a natureza — es aa'6-„..,-born grado onde estao e de
E
( born grado sac) o que sao — isto sua essencia nao está separa- :-
,da do seu ser nem o seu ser da essencia E, p-Or Cons-agu ' inte, nao .
i.l podes fixar para si ser c coma alga dapuramente identico,-
ern opa-
, I sicao A diversidade das essencias. b_ - ser, apos a subtracg a o de todas
• 70 71

i;
ç

\ as qualidades essenciais d as co i sas é apenas a t ua representação cio k sistir em contradição com o ser real. De resto, o próprio ponto de
f " ‘
1
1 - \ ser — um ser fabricado, inventado, um ser sem a essência do see.1 vista prático — o ponto de vista do comer e do beber — é aduzi-
, do pela Fenomenologia para refutar a verdade do ser sensível, isto
\. ' é, singular. Mas , também aqui não devo jamais ~Félistência
, . : ao pão linguístico ou lógico — ao pão em si — mas sempre ape-
(1 , 0
. ,.") 28 -, '. ... nas a este pão, ao pão «indizível». O ser, fundado em simples Me-
.1 gi fabilidades, é igualmente em si mesmo algo de inefável. — Mais
(„. \e. .,. 10_ I
- 'inda, é o inefável. Onde as palavras cessam, começa então a vida .t.:
• à filosofia hegeliana não foi além cta contradição do pensar e , e se desvela o segredo do ser. Mas se' a inefabilidad a-
- -
I
j ' do ser. O sercom_que começa a Fenomeno/ogia não es tá menos ra- de, então toda a existêricia; porque é sempre apenas esta existên- ' " ji
- e
- 'f
l'
dic-alme'nte -em- contradição coM o ser real do que o ser, com que cia, é irrazão. Mas a existência não é irrazão. A existência, mesmo 7
co r,.nza a Lógig a. ) -- -- , / sem a enunciabilidade, tem por si mesma sentido e razão .

'C. Wsta contridk o aparece na Fenomenologia sob a forma do I
,«isto» e do «universal»; pois o singular pertence ao ser e o univer-
sal ao pensar. Ora, na Fenomendlõkia, o «isto» funda-se com o - ,-
', «isto» de um modo ~Lpara o pensamento; mas que , 29
imensa diferença existe entre o «isto» enquanto objecto do pensar
abstracto, e o mesmo isto enquanto objecto da realidade_efeaiva!
,
5, Esta mulher, por exemplo, é a minha mulher, esta casa é
a minha 10 pensar ._«que se sobrepõe ao séu outro» — o «outro do pen-
-,
1 casa, embora cada qual fale da sua casa e da sua mulher como eu: i t,, sar>, é o ser — é o pensar que ultrapassa os seus limites naturais.
esta casa, esta mulher. A indiferença e a indistinção do «isto» ló- t , `O pensamento sobrepõe-se ao seu contrário — quer dizer: o pen- •
,
f ,

gico são, portanto, aqui destruídas e suprimidas pelo sentimento t ¡sai- reivindica para si, não o que pertence ao pensar, mas ao ser. Ao
do direito. Se deixássemos imperar o «isto» ló
g
ico no direito natu- í 'ser, porém, compete a singularidade, a individualidade; ao pensar,
, -
ral, iríamos directamente para comuni adeiré ens e de mulheres, a universalidade. Por conseguinte, o pensar reivindica para si a
onde não existe diferença alguma entre este e aquele, onde cada singularidade—transforma a negação da universalidade, a forma
i qual possui cada qual — ou, antes, directamente para a supressão . essencial da sensibilidade, a singularidade, num momento de pe-
de todo o direito; com efeito,p ‘i nSár. É ãssim que o pensar «abstracto», ou o conceito,abstracto que

_ direito só se funda na realidade da i
i deixa fora de si o ser, se toma conceito «concreto».
;
J--,- di1 srção entre este e aquel e.) deparamos apenas com a con- ,‘ \, Mas como é que o homem'elieg-a-a estas 'invasõ'es do domínio
, n ;, i -. No início da Fenomenoldgia,
° 1 tradição entre a palavra, que é universal, e a coisa, que é sempre db ser pelo pensar? Pela teologia. Em Deus, o ser encontra-se $,„' ,
i
lalgo de singular. E o pensamento que unicamente se funda na pa- imediatamente vinculado com a essência ou o conceito; a singu-
• trç , - lavra não ultrapassa semelhante contradição. Ms assim como a laridade, a forma de existência com a universalidade. O «concei-
béerigielonsãeor sdeittor-abtlpéeonhisgdaoquniaodeé toohcoomn
taffinim conceito. eMnsaasr-cfc
como e que
13
1 o ser
a n'ãoé a
a. s e ocbojiseac'taars que ë. homem pensar «abstracto» o cré t o >>
5
ser db p nto de vista prático, mas apenas do ponto de vista teoré- ou absoluto, da filosofia para a teologia? A própria história já for-
tico, deverá responder-se que o ponto de vista prático está aqui no neceu a resposta a esta questão na transição da antiga filosofia pa-
seu lugar. A questão do ser é justamente uma questão prática, uma' para a chamada filosofia neoplatónica; com efeito, a filosofia
•,
„.:
1 é
questão na qual o nosso ser está implicado, uma questão de vi-', neoplatônica distingue-se da antiga unicamente por ser teologia,
da e de morte. E se no direito nos agarramos ao nosso ser, não que- . ao passo que aquela é apenas filosofia. A antiga filosofia tinha
remos que também ele nos seja tirado pela lógica. É preciso que como seu principio . a razão, a «ideia»; mas «a ideia não fqi posta
ele seja igualmente reconhecido pela lógica, se esta não quer per- , r Platão e Anstóteles como o que tudo contém ~tiga filo-1
ç -,
•: \ 5 5
72 73 ,r • .

1
' i

T
P
• t 4

1
1 ,f n
.:,
r ,,,--
' a deixava subsistir algo fora do pensar —um residuo por assin
\
I' ofi
r 0.1no — o supremo objecto e ser da abstracgao deloda a multipli-
,
dizer supérfluo, que no entrav a no pensar. A imagem deste ser fo- ) /Tidade e diversidade, isto 6, de toda a sensibilidade — conhece-se
ra do pensar 6 a matéria ---- o substrato da realidade. Ta
NA rvaO ti4i mediante contacto por presenga (parousia) im ediata. Sim, tal
matéria a sua fronteira. A antiga filosofia-Viv a amkna dis- , como o mais baixo dos seres, a matéria, tambem o mais elevado, ..,,
t i
it titicao_do.pensar e do ser; nao considerava ainda o pensar, O espf- . 4.o_urio, se conhece mediante o neio-saber, atraves da ignoreincia.cf-, Y

Jito, a ideia, como o que tudo engloba, isto 6, a realidade Unica, :' ,.,tter isto dizer: o ser pulamemeyensado, abstracto, o não-sensi ) 6- J1,
1
ii-
exclusiva e absoluta. Os antigos filösofos1 pram ainda scibiO s . vel, . o supra-sensive 6 lao mesmo tempo p ser que existe realmen ,
fmundanos—fisiblogos, politicos, zoblogos, em suma, antropólo- >le, urn ser sensive7.' .
1' -
' gos; nap eram te6logos, pelo menos s6 parcialmente te6logos — ç GN„ ssim com o a esencarnar-se o homem nega o corpo, o limi- ,
Q51 , justamente por isso foram tamb6m apenas antrop6logos, portan- • te racional da subjectividade, para se sujeitar a uma praxis fantás- t
j. 1
to, antrophlogos limitados e defeituosos. Em contrapartida, para tied e transcendente, para lidar corn aparigOes corporais de Deus
'r os rieoplat6nicos, a matélia, o mundomaterial ,e, real em.geral, já e dos espfritos, portant°, suprimir praticamente distingao entre / 1
.,s. nao constitui qualquer insCanci a, qUaNuer realidadAA patri a, a fa- iamdai gs t,i nnaccaaoo e en itrnetuoi gpacon, saa sms iemn re shedrms suebideecstvi vao
nece oe bt jeeocrtiicyaom, se ennt e_ ,_____
//'' ._(,-
Mflia, os lagos e os bens do mundo em geral, due a antiga filoso- ' '
fia paripat6tica ainda inclufa nos elementos da felicidade humana -sfV
, el e iiab--Sen sivel,
- qUanTo a mat6ria_ deixa ,de . ser para
• ele uma
t ealidade e, portant°, uma fronteira da razao pensante, quando a itl1 'I,
—tudo isso ja nada conta para o sdbio neoplat6nico Vnsidera at
melhor a morte do que a vida corporal; no inclui o crop° na sua ' azao, o ser intelectual, a essencia da subjectividade em geral nes- ' 1
1 s -- - - -
, ess ên cia; desloca a felicidade apenas para a alma, separando-se de ; I a s Uilliiiiiiii5flidatle constituiTara 616 6 s er iinico e absoluto. 0
J, j
I 1 , ,
I fiensar nega tudo, mas apenas para tudo p6r em si. JA no tenifron- i
j1
, odas as coisas corporais, em suma, de todas as coisas exteriores. 1 ,
;
' Mas quando o homem já nada tern fora de si, entao busca e encon- •,teira alguma em algofora de si, mas por isso mesmo saifora da sua ,
' 1 tra tudo em si, pOe no_ lugar do mundo real o tnundo imagindrio e il ronteira imanente e natural. Assim se toma concreta a razao, a
1
: inteligfvel nojitial se encontra tudo o que existe no mundo real, 'cdeia: isto 6, o que a intuigao deve dar atribui-se ao pensar; o que
Inactio mbelo da representagiio abstracta os neoplatOnicos, ate , a fungao e o afazer do sentido, da sensagao e da vida transforma-
. . .
a pr6pria mat6ria se'encontra no mundo imaterial, mas surge aqui l',. se em fungao e afazer do pensar. 0 concreto transformou-se ',,.1/ S 1
j 1 ,- .. ,..--- •
,,
,
• j
t,apenas como uma matéria ideal pensada e imagiflari3- ; E quando ' sim em preaicado do pensamento, o ser em ilmrilerrefermint
-i .1
,

• •
'
i o homem j a no tern fora de si ser algum, entao pOe'no pensamen- i a',Ie ec/ pensamento:
- - -, --. t;om--- efeito,
• - ' - — «o conceito
a proposigao '• l'
,
j
I , to um ser que, enquanto ser inteligivel, possui ao mesmo tempo as oncreto» — 6 idê a a proposigeio — ((o Jet- e uma determini- I

, • " c propriedades de um ser real e, enquanto neio sensivel, 6 ao mesmo *lade de pensamentq, O que nos neopolat6nicos 6 representação 1
e fantasia foi por'l-lerdi transformado e racionalizado apenas em I.
!tempo um ser sensivel, e enquanto objecto teoretico, 6 também si- h
, multaneame -, prático. Este ser 6 Deus — o bem supremo dos conceitos. Hegel nao 6 o «Aristöteles alemao ou cristao» — 6 o 'ft
j

Proclo alemao. A «filosofia absoluta» 6 a ressurreição dafiloso- 1


N
. neoplat6nicosi. 6 na essência se satisfaz o homem Mstitui,pois, i1
. a carência do ser real por um ser ideal, isto 6, subpOe agora a es- fia alexandrina. Segundo a determinagao expressa de Hegel, no h1
kf'.1 1 ,,
2.., , 1 sência da realidade abandonada ou perdida as suas representagOes 6 a filosofia aristotelica, a antiga filosofia paga em geral, mas a
e pensamentos — a representagao já no 6 para ele nenhuma repre- k filosofia alexandrina, que 6 a filosofia absoluta --- a filosofia cris-
'i sentagao, mas o pröprio objecto; a imagem já no 6 uma imagem, I tä, mesclada ainda com ingredientes pagaos — que permanece l'
! ' mas a pr6pria coisa; o pensamento, a ideia, 6 a pr6pria realidade. 1 ainda, por6m, no elemento da abstracção da autoconsciência con-
Precisamente porque já nao se comporta como sujeito perante o ; creta. .
li
pundo real como seu objecto 6 que as suas representagbes se lhe ' fv Note-se ainda que a teologia neoplatánica mostra de modo
1fc transformam em objectoscul seres, em espiritos e em deuses. particularmente nftido gm' fal obfeCTO7U -Sujeito,s vice-versa . D.:04,
\ 1 1 Quanto mais abstracto ele 6, fanto mais negativo 6 perante o sen- que, por conseguinte, o objecto. da teologia , m'ais 6, , do
—que a, „
t essência objectivada do sujeito, do homem. Para os neoplatonicos,
t'i sfvel real, tanto mais sensivel _ 6 justamente no abstracto. Deus, o
I
74 75

Deus à mais elevada potência é o simples, o uno, o puro indeter- nou-se também, um simples abstracto sem carne e sem sangue
minado e indistinto — não é uma essência, mas está para além da ia figura alegórica do Sei-divino:Plotino envergonhava-se, pe j
essência, pois a essência é ainda determinada por ser essência; não Menos segundo o relato do seu biógrafo, de ter um corpo:\ d,
um conceito, uma inteligência, mas é privado de inteligência e
está para além da inteligência, pois também a inteligência é de-
, terminada por ser inteligência; e onde existe inteligência, há
distinção, cisão em pensante e pensado, a qual, por conseguinte, 30
não pode ter lugar no puro simples. Mas, para o neoplatónico, o
que objectivamente é o ser supremo, também é no sentido subjec-
tivo; o que ele põe no objecto, em Deus como ser, põe-no também (, LÃ- determinação de que apenas o conceito «concreto», 7i)
em si como actividade, como esforço. Não mais ser distinção, não donceito que traz em si a natureza do real, é o verdadeiro concei-
mais ser entendimento, não mais ser si mesmo é e chama-se ser to exprime o reconhecimento da verdade do concreto ou da reali-
Deus. Mas o neoplatónico esforça-se por tornar-se aquilo que dade efectiva: Mas porque se pressupõe tanib-Tm—deTriteinTo que
Deus é— a meta da sua actividade é deixar de «ser, de ser entendi- „Rconceito, istoA, qsx54, 2figgr, 4 , o ser absoluto, o único
mento e razão.» O êxtase e o arroubo constituem, para o neo- ser verdadeiroWieg ou efectivo só se pode conhecer de um modo
platónido, o supremo estado psicológico do homem. Semelhante indirecto, só como
-
o adjectivo essencial e necessário do conceito.
estado, objectivado como ser, é o ser divino. Assim, Deus procede fiegel é realiíta ,-"inas um realista puramente-idealista ou, antes,
apenas do homem, mas não ao invés, pelo menos originariamen- abstracto —,, realista na abstracção de toda a realidade. Nega o
te, o homem a partir de Deus. Isto mostra-se de um modo parti- pensar,-11Saber, o pensar abstracto; mas nega-o precisaménte no ;
cularmente claro também na definição de Deus, que se encontra : pensar abstractivo, de maneira que ajiegação da abstracção é de
igualmente nos neoplatónicos, como o ser sem necessidades e ' novo uma abstracçãO. Segundo elèXfilosofia só tem por Objec-
bem-aventurado. Com efeito, onde é que este ser sem dor e sem Jo . (à que é»; mas este é constitui em si mesmo apenas algo de abs-
necessidades pode ter o seu fundamento e origem senão nas dores tracto, pensado. Hegeté um pensador que se encarece no pensar
e necessidades do homem? A miséria da necessidade e da dor cor- {— quer apreender a própria- coisa, mas no pensamento da coisa;
responde também a representação e o sentimento da beatitude. Só ['quer éstarfora do pensar, mas no seio do próprio 4:1 ensar- daí a
em oposição à infelicidade é que a beatitude é uma realidade. Só : dificuldade de conceber o conceito «concreto>>. ,
na miséria do homem tem Deus o seu lugar de nascimento. Só ao •,I, V,„, „)

L-homem é que Deus vai buscar todas as suas determinações, eus \


é o que o homem quer ser— a su própria essência, a sua pr pFia
, Meta, representada com-O"âer real: ', qui reside também a diferença 31
dos neoplatónicos relativamente aos estóicos, epicuristas e cépti-
cos. A impassibilidade, a beatitude, a ausência de necesa -a-des, a
, liberdade e a autonomia eram também o objectivo destes filósofos, O reconhecimento da luz da realidade na obscuridade da abs-
mas só enquanto virtudes do homem; ou seja, na base, encontra- tracção é-uma contradição — é afirmar o real na sua própria ne-
va-se ainda o homem concreto e real como verdade; a liberdade gação.,C.Ã. filosofia nova, que não pensa o concreto de modo
e a beatitude deviam sobrevir a este sujeito como predicados. Mas, abstract-O-Mas çop ereto, que reconhece o real na sua efectividade,
nos neoplatónicos, embora a virtude pagã fosse ainda Pa P rc'eles a portanto, de um modo adequado_ à essência do real, como o verala
verdade — daí a sua diferença quanto à teologia cristã, que punha deirb- é o eleva a princípio_e objecto da filosofia, é pois, antes de
t
no além a beatitude, a perfeição e a semelhança do homem com
eus— este predicado tomou- *eito, um adjectivo do homem
N ornou-se substantivo, ser real _ustamente por isso 9 homem real
,
mais, a verdade da filosofia -hegeliana, a verdade da filosofia mo-
klerna em geran.,A necessidade histórica ou a génese da filosofia
nova a partir da antiga produz-se mais ou menos assim foncei-
I
76 77

TH ,
! '

,1
1.i
1q
to concreto, a ideia 6, segundo Hegel, ern primeiro lugar, apenas te vefae
orli dpaednes ai mndeenpendern
i_tiees dsopen_ ianetne itaosceonnsstituem
in esdarn bllid a
, abstraCtO r SO eXi§te no elemento do pensar I-- 6ao_prus raciona- I sCle'e44e'll
Vérdiell.,_
, llizado da teOlogia, antes da criagilo do mitriclo.bMas assim como , e; orno seria isto possfvel se nao se con,siderasse inconsciente-
., me te como a verdade? gas porque, nao obstante, se parte cons-
' : Deus se expressa, manifesta, se faz mundo e se realiza, assim
cientemente da verdade do pensamento, so apendicularmente se '
• tarnbém se realiza a ideia: Hegel 6 a histöria da teologia transfor-
i ,rmada
\ num processo 16gialMas logo que entramos no reino do expressa a verdade da sensibilidade e dela se faium atributo da
i
Tealismo corn a realizacao da ideia, logo que a verdade ,da ideia 6 fI
- ideia. Mas 6 uma contradicac3com efeito, ela constitui s6 o atri-
, .n , °(:' ser? real e existir, possufmos na existênciao critério daverdad C buto e, no entanto, 6 ela que confere verdade aopensamento, 6 pois
o que 6 real 6 verdadetro. E pergunta-se apcnas: o que 6 real? 0,, ao mesmo tempo 6 riCipalv. _ t
6 6 Sec u n da rio, simaaneamente
- - - -- - -

! Siinplesniente peniadO? ö que 6 apenas object() do pensar, do en- 1 ssência e acidente. 6 nos libertaremos de tal contradicao se fi 7
i
il
t, tendimento? Mas assim tido saiffamos da ideia in abstracto. A ermos do real e do sensfvel o sujeito de si mesmo; se lhe dermo
&i ' ma signifibagao absoldame te aut6noMa, divina, primordial,
,.al-
.- Idei a platánica 6 também objecto do pensar; o além celeste6 i Se a c:
-
'
, mente objecto interior — objecto da fé, da representacao. hoa apenas derivada da ideia. .
realidade
, do pensamento 6 a, realidade enqqanto
_ -,_ pensada, „entao a
1 'realidade do proprio pensamento 6 de nOvo apenas o pensamento, ,
) e assim ficaniOS sempre na identidade do pensamento consigo 1 ,%, '
-

ifil 'mestifO, tic) idealismo --um idealism° que s6 se diaingde do idea- 32 I


, „-
lismo subjectivo por englobar todo o conte t crl, a realidade e o • ,_ , i' • A

IIII'l %tranformar numa determinidade de pensamen or conseguinte, -,


1 . para tomar realmente a seri° a realidade do posamento ou da ideia 0-real na sua realidade efectiva, ou enquanto real, 6 o real en- -
, 1 preciso acrescentar-the algo de diferente dela, ou: opensamen- gu mTo Object° dos sentidos, 6 6 sensivel. yerdade, realidade e
- -

,11
to realizado deve ser algo diverso do pens amento nao realizado, do sensibilidadiad
_ idêntie as. SO um set- sensfvel 6 um seiVerdadei-
-

, simples pens ento — objecto nä() s6 do pensr, mas tarribém do roe efeCtiVO. Apenas atrav6S dos sentidos 6 que iiin Olfe cio 6 da- - - -
,'
. C.,2X'inilo-pensae.a2pensamento realiza-se, quer dizer, nega-se, deika , do ntima veidadeira acepcao -- e no mediante o pensar por si
'
e-) ' lde ser simples pensamento. 0 que 6 entao este nao-pensar, este ' hiesth O: 0 object° dado ou idêntico cdrh opensa r 6 apenas pensa- -

ild menu).
1 element° distinto do pensar? 0sensfvel. 0 pensamento realiza-
- , .. il m objecto urn objecto efectivo, so me 6 dado quando me 6 , 1
ill -se, quer dizer,, faz-se objecto dos senticlos. -A realidade da ideia
1, , - !, -• 6, pois, a sensibilidade, mas a reaii44e,t a vferdakida4ya -,- por-, I dado urn ser que age sobre mim, quando a minha auto-actividade
r
tanto --: a Sensibilidade 6 a ve rlaar da rite,srn a: N6tritanto, trans-
\ ' t A ' - — se eu comegar no porno de partida dopensar— encontra na acti-
) - TorrnamoS asSim apenas a sensibilidade em predicado, a ideia ou vidade de outro ser o seu limite — uma resistência. 0 conceito do
pensamento em sujeito. Porque 6 que entao a ideia se toma sen- objecto originariamente nada mais 6 do que o conceito de urn ou-
, ' tro eu —6 assim que o hornem na infancia concebe todas as coi-
'.. .
,-7 ) • rvel? Porque 6 que ela não é verdadeira, se no for real, isto 6, sen-
'vel? No se torna assim a sua verdade dependente da sensibili- sas como seres corn accao livre e arbftrio — por conseguinte, o `

?
ade . Nao se admite assim urn significado e valor para o sensfvel conceito de o.tb2es..to em geral 6 mediatizado pelo conceito do tu, do
• : or Si mesmo, independentemente de ele ser a realidade da ideia? , u objectivo Nao 6 ao eu, mas ao no-eu em mint, para me expres- y
' a sensibilidade nada 6 _por si rnesina, porque 6 que dela preci- , ar na linguagem de Fichte, que 6 dado o objecto, isto 6, urn outro
'fralddia7"Se apendi a ideia proporciona valor e contetido A sen-
- ru; corn efeito, s6 quando o meu eu se metamorfoseou , nt,i_m_in,
' 'quando padeco, 6 que surge a representacao de ..uma
ibilidade, entao esta 6 puro luxo, pura trivialidade — apenas uma ___._actividade que
I pusao, que o pensamento a si mesmo propöe. Mas no 6 assim. !existe
.: fora de mim, isto 6, da objectividade. Mas 6 so pelos senti- S' -

lyaz-se ao pensamento a exigência de se realizar e de se tomar sen- d os-que creu -6-nao -r70 - -
. L
-----' - ---- r_ -
'sfvel apenas porque se pressup5e inconscientemente„que a reali- c
, ,,,, Caracterfstica da anterior filosofia abs tracta 6 a quest9icorn6) •

t ,,
1 78 79
1
•1i,,
1
é que seres, substâncias autónomas e distintas podem agir umas le, puis significa do que percepcionar semelhante diferença. A quem
sobre as outras, por exemplo, o corpo sobre a alma; o eu? Mas tal , hada t ama—seja qual foro objecto —é de todo indiferente se ele
questão era para ela insolúvel, porque ggiráía da sensibilidade; • existe ou não. Mas ãssim como unicamente pelo amor, pelo senti-
porque as substâncias,_qué deveriam agir umasSÔbre-as-outras, 'j mento em geral, me é dado o ser na sua d i s t illÇâo do não-ser, assim
a
eram_ seres abstractos, puros rseriSWentendifTiérifo .nintério da ' 1 ambém só por meio dele me é dado uni objecto como distinto de
na 1-50 os seres , i i49A dor é um protesto estrondoso contra a identificação do
os outros. Eu sou eu ara mim — e 'subjectivo e do objectivo. A dor do amor consiste em não existir
lao t -_,, mifte-mtupo —pá-rã-Outrem. Mas só o sou enquanto ser sen- na realidade o que existe na representação. O subjectivo é aqui o '1 \
1 objectivo, a representação é o objecto; mas isto não deve ser assim,
sív- ) 0 entendimento abstracto, porém, isola este ser-para-si
1. 66ino substância, átomo, eu, Deus — por conseguinte, só pode 'é uma contradição, uma não-verdade e uma infelicidade — daí a '. .L
conectar arbitrariamente o ser para outro; com efeito, a necessi- exigência da restauração da verdadeira relação, onde o subjectivo
I dad de tal conexão é apenas a sensibilidade, da qual porém ele ' e o objectivo não são idênticos. Até mesmo a dor animal-exprime
e
abstrai. O qu i;, penso sem a sensibilidade penso-o sem e fora de com bastante clareza esta diferença. A dor da fome consiste ape-
. toda a .; omo posso, então, pensar ao mesmo tempo o in-
conexa,/ nas em nada de objectivo haver no estômago, em o estômago ser ,.
5 ) conexo com. 1 go de conexo? por assim dizer para si o seu objecto; as paredes vazias, em vez de
se friccionarem contra um alimento, friccionam-se uma contra a
outra. Por isso, os sentimentos humanos não têm nenhuma signi-
ficação empírica e antropológica, no sentido da antiga filosofia (1 ‘ ,
, ,transcendente, mas um significado ontológico e metafísico: nos
) kl
'-' ' ( (sentimentos, mais ainda, nos sentimentos quotidianos, estão
1( -
.ocultas
, as mais profundas e elevadas verdades. ¡rs-S'i m o amor é a
3
) A filosofia nova consider&e.ab3 orda o ser, tal como é para pós, ...a ferdadeira prova ontológica da existência de um objecto fora da s- '
Ã
<--2) .. enquárito-géréá hão só pensantes, mas também realmehle existen- • :nossa cabeça — e não existem is nenhuma prova do ser excepto ---,
.tes — por Conseguinte, o "ser enquanto objecto do ser — como ,1 amor, o sentimento em geral. ó existe aquilo cujo ser te propor-
, objecto s ea ç
tuição ,ddae ssei nm sma oo; o saemr oc ro. moo ser é o rdcoo snesre g— ensteegersetç: ,
minn iona alegria, e cujo não-ser te causa dor. A diferença entre objec-
. li ser é o ser e merece o nome de ser — é o ser dos sentidos, da in- to e sujeito, entre ser e não-ser, é uma diferença que tanto causa
do u ientseo, . ,. . . „,_ alegria como dor.
do çlã intuição, da sensação, do amor.
.... 114-)4 ,p enas na sensação, unicamente no' amor, '
tem «isto» — esta
esta coisa — isto -é, o singrilir, irin valor:absoluto, o ;tini-
C'
)esoal, ' 34 Âr;
: to,g_ o infinit jpenas nisto c6riSiste a profundidade, a divindade
r e a verdade n mita do amor. Só no amor ésue o Deus que conta
I os cabelos da cabeça é verdade e realídade Wióprio Deus cristão , i) A nova filosofia funda-se na verdade do amor, ria verdade do
gapenasynra abstracção ddarnor hum ano ,kieriasuni a ini agem do eniiM ento• no am or, no sentimento em geral, que cada homem
O

: mesmo:,Ma 'S precisarRente porque' '«isto» só tem valor abSoluto no .,YeCón hece a verdade da filosofa nova. A nova filosofia, relativa-
' aniff, também só no m-ãrizi, e não no pensãiábstracto, é que se re- 'rente à sua base, nada mais é do que a essência do sentimento ele-
vela o segredo do ser O:amor é paixão, e'só a paixão é o critériõ vada à consciência — afirma apenas na e com a razão o que Cada
-
: da existência Só existe o que . -real ou possíVe1= 515réêio da pai- homem -- o homem real -- reconhece no coração. Ela é o cora-
-- . " -
';....- .tdO'. "CiPensaiabstrkth desprovido ge, sensação e de paixão supri- , çâo elevado ao entendimento. O coração não quer objectos e se-
me adifereriçã entre ser e não-ser, mas tal diferença insignifican- 'res abstractos, metafísicos ou teológicos — quer objectos e seres
V te para o Pensamento, é rima realidade para o amor. Amar nada
I
reais e sensíveis.
.
1
80 81
1
10

s' 35 C , 37(>
,\-- ,.,,' 2
, 0 \
1 li A filosofia modem,arocurava algo de imediatamente certo.
, '/ < Se a antiga filo s fia dizia: o que nä° epensado na4 existe, en- ,
,tdo, pelo contOrio, a filosofia nova diz: o que ndo 6 am ado, o que /Por cönseguipte, rejeitou o pensar sem fundamento e sem base da
l '
. as o quendo se pode amar também escoldstica, Lid ou a filosofia na autoconsciência, isto 6, p6s no
, tao se po de amar nib extste qtryi
s i ugar do ser puramente pensado, no lugar de Deus, do ser supre-
._
ao se pode adorar. S6 o pode ser objecto da religilio consti-
tui o objecto ,pa ifilosofia. trio e ultimo de toda a filosofia escoldstica, o_serpensante, o eu, o
6 arn6r, nai 'sb no Plano objectivo, mas tambérn subjectivo, 6 espirito autoconscien 9com efeito, o pensante esta infinitamen-
-:, o cfittro do ser- - o criterio da Verclade e da realid de efectiva
ie mats proximo do pensante, mais presente e mats certo do que o
pensado. Susceptfvel de dtivida 6 a existencia de Deus e, em ge-
;\, Onde nab ha amor, também não ha verdade alguma E s6 6 algu-
, ma coisa quern algo ama — nada ser e nada amar so identicos. 4i ral, tambem o que eupenso; mas 6 indubitdvel que eu sou, eu que
Quant0 mais alguem 6 tanto mais ama, e vice–versa. - i enso, que duvido Nas a autoconsciéncia da filosofia modema 6,
T or seu tumo, apenas urn ser pensado, mediado pela abstracgtio,1
• muesnc teep otivoebljdece tdoadv oidsas. eInntaiduobsi radvat itm
ujecdaipateam
doensteenctiem
rteon, tbunical

36 t
,
5

Se a antigdfilosofia tinha como ponto de partida a proposiçdo: 38 (


/ ou um ser abstracto, urn ser puramente pensante, o xcorpo não per- i
ence d minha essência; entdo, pelo contrdrio, a nov' a , :ilosofia ,,., d .
tht er adetro e divino 6 apenas o que não precisa de prova al-
4começa corn a proposiç do:
sou um ser real,urn
u ser senstvel; stm, ,)I
ti o corpo na sua totalidade é o meu eu, a minha própria essêncrcDp gurna, ö qtre 6 imediatamente certo por si mesmo, que imediata-
ri ente por st
1
filbsofo antigo pensava, pois, nutria contradigão e conflito iriE es- fala e convenc e, ' '
que imediatamente arrasta apes si a
firmagdo de que 6— o simplesmente definido, o pura e simples-
santes corn os sentidos para impedir as representaVies sensfveis de
manchar os conceitos abstractos; pelo contrdrio, , o fil6sofo novo rente indubitavel,o que e claro como o dia.ylas , claro como o dia
s sentidost antiga filoso- 1, . 6 apenas o sensfvel; s6 onde começa o sensivel cessa toda a davi- '
pensa em consonância e em paz co /vi dde toTla a disputa. 0 segredo do saber imedito 6 a sensibilidal4
i fia admitia a verdade d a sensibllidade e ate no conce ito de D eus, Tudo 6 mediatizado, diz a filosofia hegeliana. Mas afgö-s-67
/ que inclui o ser ern si mesmo; pois, este ser devia no entanto , ses , ' P
' ao mesmo tempo um ser distinto do serpensado, um serfora do es- erdadeiro se já ndo for um rnediado, mas 6 imediatyEpocas his-
Farito, fora do pensar, urn ser efectivamente objectivo, isto 6, sen- tericas s6 nascem, pois, quando o que antes era apenas algo de pen-
t,, sfvel mas so a admitia de urn modo dissimulad o, conceptual,
in- sado e de mediato se toma objecto de certeza imediata e sensfvel
— portant°, quando se toma verdade o que antes era apenas pen-
1,. i conscien e e involuntario, unicamente porque devia; em contra-
,! partida, dfilosofia nova reconhece a verdade da sensibilidade corn samento. Fazer

da mediaçdo
- - - .
umamecessidade divina e um pro-
i a g , priedade essen aa da Veicla d
ale gria, corn consciência: 6 a filosofia sinceramente se s re escolástica. A sua necessidade 6
apenas condicionada; sei 6 necessdria quando lhe estd ainda sub-
j acente umfalso pressuposto; quando uma verdade, um a doutrina,
entra em contradigdo corn uma teoria que vale ainda como verda-
,. deira e 6 ainda objecto de respeito. A verdade que se mediatiza 6
ainda a verdade enredada no seu contr-cirro:Começa=s- e—pila opo-
-
82 83
sição; mas, em seguida, esta suprime-se. Se ela é, pois, algo a 40
eliminar e a negar, porque tenho eu de começar por ela, em vez de
começar imediatamente pela sua negação? Um exemplo. Deus en-
quanto Deus é um ser abstracto; particulariza-se, determina-se, 'W O que se passa com a arte, passa-se também com a religião. A
realiza-se no mundo e no homem; é assim concreto, só assim se intui serzjiyel, e não a representaçào, e a essência dureligifi o
y
nega a essência. Mas porque é que eu não de nentão_corrieçar com &Esta— aliírma, 6Órgão do ser supremtr, do ser divino. Mas on-
o concreto? Porque é que_o_certo e- garantido por si mesmo não de a intuição sensível figura como órgão do ser divino e verdadei-
' - -
- -
da e ser,superior ao que é certo me diárite a nUlidade do seu con- ro, aí se expressa e reconhece também o ser divino como LIM ser
- - - - -
irári o? Quem pode, poiZt rans formar a Mediação em necessidade, sensível, e o ser sensível como o ser divino; pois, tal sujeito, tal
ehilei da verdade? Só quem se encontra ainda enredado no que se objecto.
,
..,.
deve negar, que ainda combate e luta consigo, que ainda não se en- 1 1 «E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós, e vimos a sua gló-
contra em harmonia consigo: numa palavra, somente aquele em ria.» Só para a posteridade é que o objecto da religião cristã cons-
que uma verdade é apenas talento, afazer de uma faculdade par- titui um objecto da representação e da fantasia; mas restaura-se a
ticular, por eminente que seja, e não génio, afazer do homem in- intuição originária. No céu, Cristo e Deus são objecto da intuição
teiro. O génio é o saber imediato e sensível. O que o talento tem imedita e sensível; aí, transforma-se de objecto da representação,
apenas na cabeça, tem-no o génio na carne e no sangue; isto é, o do pensamento, por conseguinte, de ser espiritual no que aqui é pa-
que para o talento é ainda um objecto do pensar, constitui para o ra nós, num ser sensível, palpável e visível. E esta intuição é não
génio um objecto dos sentidos. só o começo, mas também a meta --, por conseguinte, a essência ,
do Cristianismo. (A _.filosofia esiSeculativ concebeu, pois, a arte e
a religião não na luz verdadeira, na luz da realidade efectiva, mas
apenas no claro-escuro da reflexão porque virtude do seu . ,
39 -- 1 -1 princípio, que,é a abstracção da sensibilidade, o sensível volatili '
zou-se em simples determinidade formal l. á arte é Deus na deter- T ! ,
•s rninidade formal da intuição sensível, -á religião é Deus na da
A antiga filosofia absola rejeitou os sentidos para o domínio representação. Mas, na verdade, o ser é justamente o que à refle-
/ idos fei2-6menos; da finitude.; e, no entanto, determinou contradito- xão aparece apenas como a forma. Quando Deus aparece e se ado-
riamente o absoluto, o divino, como o objecto da arte. Mas o ob- ra no fogo, adora-se em verdade o fogo como Deus. O Deus que
jecto da arte'— mediatamente nas belas letras, e imediatamente reside no fogo nada mais é do que a essência do fogo que i Eres- ,/
nas artes plásticas — é objecto da vista, do ouvido e do tacto. siona o homem por causa dos seus efeitos e propriedades; o Deus V,
Portanto, não é só o finito, o fenómeno, mas também a essência ue reside no homem nada mais é do que a essência do homemy, I
verdadeira e divina que é objecto dos sentidos -- os sentidos são e igual' modo, o que a ai-te representa na forma da sensibilidade
o órgão do absoluto. A arte «representa a verdade no sensível» — nada mais é do que a essência própria do sensível e inseparável de
correctamente compreendido e expresso isto significa: a arte re- tal forma.
presenta a verdade do sensível.
,
41

'A As coisas «externas» não são o único objecto dos sentidos. O


ornem só é dado a si mesmo através dos sentidos --- ele é para si
kri esmo objecto enquanto objecto dos sentidos. A identidade de su-

84 85
t)
1. . , _
,I ea° e objecto, apenas pensamento abstracto na autoconsciencia, ; ictilativo e empiric°, nao constituem dois reinos ou mundos — um
r
, i I' 6 verdade e realidade efectiva somente na intuigeio
. sensivel
I I!
que o y rnundo supra-sensivel, a que pertence a essencia, e urn mundo
I1 , ,homem tern do homerril . 1 ' sensivel, a que pertence a aparencia; tais diferengas integram-se
' ' ' t entimos nab so pe as e paus nao sO came e ossos mas ex- 'antes no dominio da ró ria sensibilidadr)
1 penmni e annos também sentimentos, quanto premimos as maos Urn exemplo tirado das crencias da natureza. No sistema bota-
1 1
1 :;1 'i 'hos labios de uni Ser sensfvel; percepcionamos pelos ouvidos nao nico de Lineu, as primeiras classes definem-se pelo namero dos
i ' 1 s15 o murmario da aguae o rumorejar das folhas, mas também a voz filamentos. Mas j a na undécima classe, onde ocorrem doze a y in-
,I ardorosa do amor e da sabedoria; vemos no so superficies reflec- te filamentos, e maic ainda na classe dos vinte elementos mascu-
.
d '• , t s e fantasmas coloridos, vemos também o olhar do hornet (lni os, a determinagao_numérica nao desempenha qua/quer papal
„ronseguinte,
. _. _ _ nao so algo de extemo, mas rambém interno, n ideixa de se contar.Ternos pois aqui, diante dos nossos olhos, nue
, c'S" came, mas -
tam Um espirito, nao-sO a toisa, mas também o eu ,,s6 e mesmo domfmo, a diferenga entre uma multiplicidade deter T
i .
i 6 objecto dos sentidos. —Tudo 6 pois,perceptivel aos sentidosl se ' rninada e uma multipliCidade indeterminada, entre uma multiplil
.. ' nao irnediatamente, pelo menos de Wil modo mediato; se nao aos ' idade necessária e uma multiplicidade indiferente, entre-uma
plebeus, aos brutos, pelo menos aos de sentidos educados; se nao , ,hiultiplicidade racional e uma multiplicidade irracional. Por eon-
, .1 aos olhos do anatomista ou do qufmico, pelo menos aos olhos do !seguinte, no precisamos de iralém da sensibilidade para chegar-
1 ' filösofo. Por isso, 6 corn razao que o empirismo deriva tambern dos 4nos ao limite do puramente sensivel, do unicamente empiric°, no
< sentidos
. a origem das nossas ideias; esquece-se apenas de que 0 sentidodafilosofiaabsoluta; devemos apenas neioseparardossen-
_ _
1tidos
object() mais importante e mais essencial dos sentidos humanos 6 , o entendimento para encontrar no sensivel o supra-sensfvel,
e .i 6, o espfrito e a razaoD
' o próprio homern; que unicamente no olhar do hornern sobre o 1st°
YI, homem se acende a luz da consciencia e do entendiment6
-
;,Por con-
, r :
\seguinte, o idealismo tern razao quando bused no h'brir1 6fri a origem .
i das ideias; mas erra ao querer derivá-las do homem isolado, fi-
.! xado como ser que existe para si, corn alma, numa palavra: ao que-
r rer deduzi-las do eu sern urn tu sensivelmente dado. SO median- ,,,)
1 •... ....,... .. .......:... A., 7.0810711-n AIN 1-I nrrtnrn nnrn
au uu
Le it UU1111.1111U4lon), apuila a pal
ill ua t.unvciaa N 1/UL/11...111. lrl..1111

ohomsm
....,....- -brotam as ideias. Nao 6 sozinho, mas apenas a dois que „, k: 0 sensfvel no 6 o imediato no sentido da filosofia especula-
I, ce chega aos conceitos, à razao em geral. Dois homens se reque- ,fiva, no "S-efitido de que o profano, qüe esta ao alcance da mao, o
, ' rem para a geragao do homem — o homem espiritualso honnem '`,.despi-O• yido, de -p- elisctmenw, seja o que se compreende por si
!II
7 , ffsico; a comunidade do homem corn ö hoMem do principio e cri- , l'iriesmo. A inpuigap imediata e sensfvel 6, pelo contrario, posterior "--
, . t6rio da.ai érdade e da universalidade. A propria certeza das outras ' ' a represehtagaO e a fantasia. A pr im-eira inturgao do homem 6 uni-
, •,„ r Coisas fora de mim 6 para mirn mediada pela certeza da existência : camente a intuigeio de representagdo e da fantasia. A tarefa da fi- ''''
de:um outro homem exterior a mirn. Duvido daquilo que eu ape- . losofia e, da ciencia em geral consiste, pois, no em se afastar das' ,i
, nas vejo; só 6 certo o que o ‘ outro também VD , coisas sensfveis, isto 6, efectivas, "Mas emir ateelas --='- ifeio em ,.
transförtriar - os objectos ern pensamen75s-re7rir-ej5resentagôes,
! MAR exn tnrnar vied's,' ictn n
6 ' nKiartilin /7110

olhos com,u0
S42
r( ',,ci/Tomens divisam piimeiramente as coisas sO como Ihe,s apg-
ecem, e nao como sao; veem nas -
. coisas no elas prOprias, mas 4.----
omicamerite—as suas ideias acerca delas, projectam nelas a sua
(As diferengas, entre essencia e aparencia, fundamento e con- 1 rOpria essencia'Jiardigtiiiiiiim
— --
O O firecto e a representagao que
equenciai, substância e acidente,necessärio e contingente, espe- / 61e tern.
. A representagao esta mais próxima do que a intuigeto do
86 87
ornem sem cultura, do homem subjectivo; com efeito, na in- a primeira diferença entre o conveniente e o inconveniente, que
tu ição, ele arranca-se e si mesmo, na representação, porém, per- I ensinamos à criança e ao homem grosseiroy) homem grosseiro é
Çfti em si próprio. Mas o que se passa com a representação,, indiferente ao lugar e faz tudo em qualquer lugar, sem distinção;
[passa-se também com o pensmento r homens ocupam-se pri o louco igualmente. Por isso, os loucos só vêm à razão quando de
1 meiro e durante muito mais tempo co as coisas celestes, divinas novo se religam ao lugar e ao tempo. Dispor coisas diferentes em
do que com as coisas terrestres e humanas, isto é, muito mais lon1 - , lugares diversos, separar espacialmente o que é diferente no plano
gamente com a Trã-dução das coisas em pensamentos do que com qualitativo, eis a condição de toda a economia, mesmo da espiri-
as coisas no original, na língua primigénia. Só nos tempos moder- tual. Não pôr no texto o que pertence à nota, não pôr no começo
I os é que a humanidade, como outrora na Grécia, após o prelúdio o que incumbe apenas ao fim, numa palavra, a distinção e a limi-
9, do mundo onírico dos orientais, é que regressou kintuição sensf-
,............ _..._. , tação espaciais fazem também pai-te da sabedoria do escritor.
.-
vel, isto é, não falsificada e objectiva do sensível, isto é, do -re-al, ,'• , im .Ç emdúvida, trata-se aqui sempre de uniltj,Eai .,...Aterinkado;
1 chegando assim ao mesmo tempo também a si mesma; com efei- '' as ambém nada mais se considera a não ser a especificação do
ç to, um homem que se ocupa apenas com a essência de imaginação !local. E eu não posso isolar 012gar do e_spaço, se pretendo conce:
ou do pensamento abstracto, é ele próprio unicamente um ser ' ber 9 upaço na sua realidade,: 'tS6som o onde é que surge em mim
1 abstracto ou fantástico, e não um ser real, verdadeiramente huma- , o conceito de es.laço. Onde?-- É. Uma pergunta universal, vale pa-
no. A realidade do homem Cinde somente da realidade do seu ra todos os lugares sem distinção e, no entanto, offlik_ecleierrni-
objecto. Se nada tens, nada és. nado. Com este onde põe-se ao mesmo tempo aquele onde, com
'a determinidade do lugar, portanto, põe-se simultaneamente a
universalidade do espaço; mas, justamente por isso, o Coneeito •
universal do espaço , émn conceito real, concreto, só na conexão
44 4 Coni- a determinidade do lugar Heeld á aõespâço,omoe nl ger al
'L à natureza, apenas uma determinação negativa. Somente «estar-
,. 1
-aqui» é positivo. Eu não estou além, -Rnite estou aqui — este
15 j) espaço e o tempo não são simples formas fenomenais — são
...., , _ não-estar-alé é, pois, uma consequência do estar agi positivo,
con-ar ões-do ser, formas da razão, leis tanto do ser como do pe- ' rico de sentido somente um limite da tua representação, mas não
nsar. i um limite em si, que o aqui não seja o além, que uma coisa seja ex-
, 2, is soerp- ri
,(„ ..5t1 azm' éeoirpo'rism
ineaiird
oeseurin, apprimeira
eri
r dveivteolrmoinfnaçdãeox.éEostoguuiaaqduoi terior à outra. E uma exterioridade que dePe existir, que não se
I em Hegel, esta Exteriod-
( opõe à razão, mas se lhe conforma
I
' nada para o ser. ãeiVsírá o Pin-nein; limite, a primeira separação. dade recíproca é uma deermidação~porque_é xe3 .... .li-
5 Eu estou aqui, tu além; somos exteriores um ao outro; eis porque
podemos ser dois, sem nos prejudicarmos; há lugar suficiente. O
Sol não não está onde Mercúrio se encontra, nem Mercúrio está
Guie
• ”ao que nao
- -
aeveser,,,Que,, wr — com eleito, o conceito logi-
" •
f co renq uaritõirntIdade absoluta consigo mesmo, tem-se por ver- /
. dade— e o espaço é justamente-a-negação da ideia, da razão, nega-
onde se encontra Vénus, o olho não está onde está o ouvido, etc. ; ção na qual, pois, só se pode de novo reintroduzir a razão -, hegan-
Sem espaço, também não há lugar para sistema algum. A determi- do-a. Mas longe de o espaOser a negação da razão, é pelo contrá-

1
nação local é aprimeira determinação da razão, na qual assenta to-
da a ulterior determinação. É pela distinção dos lugares diversos
1 —mas com o espaço põem-se imediatamente lugares distintos—
- nono espaço que justamente importa abrir luar à ideia e à.
o espaço é a primeira esfera da razão. Sem
—- --
ord
Cm156-iiiiWe iOste exterioriaa de lógica ',algúrria-:-Ou-inversa=
. razgo;
i ade.,espacial r
que começa a natureza organizadora. É apenas no espaço que a ra- . mente: se, como Hegel, quisermos passar da lógica para o espaço
zão se orienta. Onde estou eu? Eis a pergunta da consciência que onde não há distinção, também não existe espaço algum. As dife-
g desperta, a primeira pergunta da sabedoria mundana. A limitação renças que existem no pensamento devem realizar-se como seres
3,
1mo espaço e no tempo é a primeira virtude, a diferença de lugar é . distintos; mas os seres distintos são espacialmente exteriores uns

88 89
, t j 47
os outros. Por conseguinte, a exterimidade reciproca espacial 6
ue constitui apenas a verdade das distingOes16gicas. Mas a ex- ,I
r , erioridade s6 pode pensar-se na sucs W. 0 pensamento real 6 f II
ipensamento no espago e no tempo 4A negagao do espago e do 'v 0 termo médio capaz de unir, de urn modo conforme A reali-
i
tempo (duragao) insere-se sempre no interior do espago e do dade, determinagOes opostas ou contraditórias num so e mesmo
i =tempo. Queremos economizar espago e tempo unicamente para t ser — 6 apenas o tempo.
iganharmos espaço e tempo7 i Assim acontece pelo menos no ser vivo. Assim somente aqui,
_ 1 por exemplo, no homem, se to m evidente a contradigao de eu ser
assolado e dominado ora por esta determinagao sentimento,
intengao — ora por uma outra que éjustamente contrária. S6 qu an-
L 45 do uma representagao expulsa a outra e um sentimento repele o
) outro, quando no se chega a nenhuma decisao, a nenhuma deter-
minidade persistente, quando a alma se encontra numa alternan-
,r,Nao nos 6 permitido pensar as coisas de outro modo a no ser cia continua de estados opostos, é que ela se ericontra no suplicio
, cbmo ocorremnarealidade efectiva, 0 que narealidade, estcisepa- infernal da contradigao. Se eu pudesse unir em mim ao mesmo
1 P. ado, tambern se tido deve identificar no pensamento. Exceptuar
` tempo as determinag6es opostas, elas neutralizar-se-jam e esba-
f o mundo inteligiv el dos neoplat6nicos — ter-se-iam como os contr grios do processo quimico que, ai pre-
o pensamento, a ideia — .
I das leis da realidade efectiva é o privilégio do arbitrar 1 eológi- sentes simultaneamente, perdem a sua diferença num produto
sac) também leis do pensamento ) neutro. Mas justamente querer agora e ser apaixonadamente o que,
i, eo . As leis da realidade no instante seguinte, me recusarei, corn a mesma energia, a que-
rer e a ser, passar da posigao a negagao e vice-versa, ser afectado
por ambos os contrários, mas de tai modo que cada um exclui o ou-
r 46 tro e, portanto, por cada qual na sua determinagao plena e no seu
rigor, eis o que constitui a dor da contradigao.
.
0 A unidade imediataxte deterrninagOes contrcirias so é possivel
e vcilida na abstracgdo.,Na realidade efectiva, os contrarios estao
sempre conexos apenas mediante urn termo médio. Este termo 48
\) mddio 6 o objecto, o sujeito dos contrário_S-.)
Nada 6, portanto, mais fácil do que mostrar a unidade do pre- ,. 0 real não pode representar-se no pensamento em nameros in-
dicados contrarios; basta abstrai-los do objecto, ou do sujeito dos
mesmos. Corn o objecto, esvanece-se a fronteira entre os opostos; k4"-,,-., ,teiros, mas apenas em nfimeros fraccionários.tsta diferenga 6
.. 1 uma diferenga normal — assenta na natureza . do -pensameriro, cu-
petclem entao todo o fundamento e toda a consistencia, por conse-
uinte, coincidem imediatamente.ee, por exemplo, considero o ja essdncia 6 a universalidade,
__... diversamente
...... _ ._ da realidade,
. ._ cuja
. .......es-
pser apenas como tal, abstraio de toda a deterrninidade existente, itisencia
If - 6 aindiVidualidade. Mis impedir que nesta diferenga nao
' se ctiegue a ulna contradigab formal entre o pensado e o real s6 6
tenho entao naturalmente ser igual a nada. S6 a detelinirridade
constitui a distingao, a fronteira entre o ser e o nada. Se eu deixo posSivel Sc 6 pensar, em., vez de progredir enilinha recta, em iden-
titidade coiisigo mesmo, se_deixa interromper pela intuição sensi-,
de lado o que 6, o que 6 que pode ser ainda este simples 6? Mas o e1. Somente o pensar que se deterRina ,e1
que vale para esta contradigao e para a sua identidade 6 igualmen- , „se Jectifica por meio-da
te válido para a identidade dos restantes contrarios na filosofia es- fintuiçâo sensivel é urn pensar real, objectivo --- pensamento da
peculativE, ,,J)
1ilVerdade- objectiva3
i
90 91
,\\\' .,..r- (-
Ç LIO que importa saber acima de tudo é que, o pensar absoluto, is- ) como se sabe, um círculo de círculos..., embora ela, em relação aos
to é, isolado e separado da sensibilidade, não vai além da identi- planetas, mas só a tal determinada pela empina, explique a órbi-
dade formal -' '=-- a identidade do pensamento consigo mesmo; Com ta circular como «a trajectória de um movime ,êto, uniforme»; a
' efeito, mbora o Pensamento ou o conceito se determine como a elipse, pelo contrário, é o símbolo e o razão d ilosofia sensíve1!
, unidade de determinações opostas, estas determinações são, con- i do pensamento que se apoia na intuição.
tudo, de novo apenas abstracções, determinações de pensamento ..................g

! — por conseguinte, sempre mais uma vez, identidades do pensa-


mento consigo, apenas múltiplos da identidade, de quep se partiu
\
como verdade absoluta. O outro, que- - a ideia--a-si- contga
enquanto algo por ela posto, nem v e fdadEi r amate,
-
r
õe, não é,
fziliterr dela
(". 49
distinto, nem livre fora da ideia; quando muito, é p_gl_auro for- -..,.
fri a, simples formalidade, para mostrar a sua liberalidade; pois este [ Cdeterminações que garantem o conhecimento real são sem-
_ e apenas as que determinam o objecto pelo próprio objecto —
outro-da-idei é novamente a ideia,-apenas -
não ainda na forma da
ideia, não ainda posto, re izacio Co-rifo ideia. Assim o pensamen1 s suas determinações próprias, individuais — portanto, não são
- -
to por si só não chega a nerthiffriadi stTnção positiva e oposição de\\ niversais, como as determinações lógico-metafísicas que, por se
si, e não possui por isso mesmo também nenhum outro critério da stenderem a 1lo 1 os os objectos sem distinção, não determinam
verdade excepto que algo não contradiga a ideia e o pensamento il* 'e to algum.'
— portanto, um critério simplesmente formal, subjectivo, que não ( Com toda- razão, pois, Hegel transformou as determinações
-
decide se a verdade pensada é também uma verdade 5ectiva. O (5 -metafísicas de determinações de objectos em determina-
único critério que a este respeito decide' é a i.,,çao Importa ções autónomas — autodeterminações do conceito; de predica-
sempre ouvir também o adversário. Rãs justamente a intuição dós, que elas eram na antiga metafísica, fez sujeitos, e deu êssirrt
() 'sensível é a parte contrária do pensamento. A intuição toma as à metafísica ou à lógica a significação do saber aüto-suficidnte e
ctadooei insdspt uáa tçih ssd;lesentido
ni câneaom i ssp
seaiei tadusoi c a:com sslocn,l a
teaas saoãrsop cearsaedbn
pl seiaabnm
eueaae
cn omaen: em
caetoçd adpae senresmas timnr ieat noe_;
saemsintaantiasddi daaoad,om divino. Mas é uma contradição transformar chisegui pesar de
deixa tudo, nas ciências concretas, como também na antiga metafísica,
1......
mas frequência ntas
-
sombras lógico-metafísicas em determipações das coisas
mas reils, o que naturalmente só é possível com a condição ou de sem-
despóticas; também
decide,
ala aberto pedetermina,
o pensamento
aber la mas
é o limita m u i a svezes
vez )reassociar determinações concretas, tiradas do próprio objecto
a cabeça; a intuição por si não tem princípios alguns,,o pensamen- , portanto, justas, às determinações l ógico-metafísicas, ousedtt-
to, não tem por si nenhuma vida; a regra é o afazer do pensamen- dr o obj ectaadeterminações totalmente abstractas, nas quais
á nãO-1-reconhecível) ele
w, a excepçãõ à regra é o afazer da intuição. Por conseguinte, as-
sim como só a intuição determinada pelo pensamento é a verda- '
deira intuição, assim também, inversamente, rsó--9--p —ensainento
i alarg ado intuição verdadeiro pensamento,
, pensamento conforme à essência da realidade efectiva. O pensa- 50
- - -m
mento idêntico cori-grgi'ê ContaidfáZJeTn c aritrORição com a rea-
-
li'dã-de efectivd, graibitiindo erittorno do seu centro; mas o pen-
rj
-

samento interrompido pela observação da não uniformidade des- real na sua realidade e totalidade, o objecto da nova filoso-
te movimento, portanto, pela anomalia da intui ção4tansform a, de 1 fia, é também só objecto para um ser real e total. A
- 1, acordo com a verdade, este círculo numa elipse.rg círculo é o noya filosofia
tern, pois, como seu princípio de conhecimento, con7Osen sujeito,
-) í símbólo e o brazão da filosofia especulativa, do pensamento que •; t oo eu, não o e$pírito_absoluto, isto é, abstracto, numa palavra,
apenas se apoia em si mesmo — também a filosofia hegeliana é, não a râzão por si só, mas o ser real e total do homem. A realida-
92 93
1'
, A
de, o sujeito da razdo é apena,s o homem. E ozybomem que pensa, daaconexdo e_relacdo_com..o-mundo, \Elevas-te ao objecto s6
quand°16 baiXas ate fazeres de ti pr6p-rio urn objecto de outro. SO
4
,
1 e no o CU, no a razdo. A nova filosofia nä3 apoia, portanto, na
, divindade, isto é, na verdade da razdo pori s6, apoia-se na di- pensas porque os teus próprios pensmentos podem ser pensados,
vindade, isto é, na verdade do homem total. Ou: apoia-se, sem e eles s6 sdo verdadeiros se superarem a prova da objectividade,
dilvida, também na razdo, mas na razdo ,cuja essencia é o ser hu- se o outro, fora de ti, para o qual eles sdo object°, também os re-
-
mano; por conseguinte, ndo numa razdo sem ser, sera coreS's eiii rid- conhece. Yes s6 enquanto tu pr6prio és umer vfsivel, s6 sentes,
me, ms1rna razdo impregnada corn o sangue do hOmem. Se, pois, -nqiranto' és igualmente urn ser tangivel. 0 mundo encontya-se
.1 filosofia dizia — «s6 o racional 6 o verdadciro e o real»
i,t a antiga bejto_so paraffin a cabeo aberta, e as aberturas dacabeça s do uni-
,; —, entdo a nova filosofia diz, pelo contrario — so .o .human° é o amente os sentidos. Ma's o j5nsamdfiio isoladb para si mesmo,
iil verdadeiro e o real; corn efeito, unicamente o human° 6 o racio- em sirOarrO perfamento sem sentidos, sem o homem, fora do
i nal; o homem é a medida da razdoj
a
to
I+ omem, é o sujeito absoluto, que nä° pode nem deve ser o objec-
para outrém,' rnas, por isso mesmo, ndo obstaute todos os seus
- sforcos, ndo encontra agora nem jamais uma passauln.para o
objecto,para 0 ser; como tambern uma cabeca, qrieSta separada
*
, 51 — do tronco, e incap az de encontrar uma passagem para a apreensdo
de urn objecto, porque lhe faltam os meios de preensdol

wudade do pensamento e do ser,


, • so tern sentido e verdade se
o omem se concebe comoo principto, o sujeito destaunidade. S6
urn ser real crinhece coisas reais; s6 onde o pensar ndo se toma 52
como sujeito para si mesmo, mas predicado de urn ser real, 6 que
o pensamento ndo esui também separado do ser. A unidade do
1
pensar e do ser ndo 6, pois, uma unidade formal:de . C7,((r- -
A filpsofia novae a resolug do plena, absoluta, nei o contradit6-/'ç
.- modo que ao
'
‘ pensar em Si e para Si se acrescente o ser como uma determinida- ia da teologia na antropologiag efeito, é a sOlii-gdo-da mesma -
de; depende somente do object°, do conteddo do pensamento. do apenas, como a antiga filo lifia, na razdo mas tarnbém no co-
0 I
Dal se segue o imperativo categ6rico seguinte. Ndo queiras ser
filösofo na discriminagdo quanto ao homem; se apenas urn homem
aga-o, em suma, no ser total e real do homem. esta acepcao, e a,
é apenas o resI ultado necessário da antiga filosofia — pois o que",,
que pensa; ndo penses como pensador, isto é, numafaculdade ar- uma vez é resolvido no entendimento deve por fm resolver-se
- \ rancada d totalidade do ser humano real e para si isolada; pensa também na vida, no coração, no sangue do homem —mas ao mes-
como ser viiiele -real; exposto as Vagas vivificantes e refrescantes .. mo tempo, s6 ela é a verdade da mesma e, claro estä, como uma
verdade nova e autonoma; efectivamente, s6 a verdade feita car-
,: do ocean° do mundo; pensa na existencia, no mundo como mem- ne e sangue 6 que e a verdade. A aritiga filosofia recafa necessa-
bro do mundo, e ndo no vazio da abstraccdo como uma m6nada _
isolada, como monarca absoluto, como urn deus indiferente e'ex- riamente na teologia: o que se supnme apenas no entendimento,
terior ao mundo — em seguida, podes estar seguro de que os teus no simples conceito, possui ainda urn contrdrio no coração; em
pensamentos silo unidades de ser e de pensar. Como 6 que o pen- contrapartida, a nova filosofiaa já ndo pode ser relapsa: o que ao
samento, enquanto actividade de um ser real, nao deverd captar as mesmo tempo morreu no corpo e na alma já nem sequer pode re-
coisas e os seres reais? SO quando se separa o pensamcnto do ho- gressar como fantasma.
mem e se fixa para si mesmo é que surgem as questOes pcnosas,
\ , estéreis e, deste ponto de vista, ts, ' altiveis: como é quc o pensa-
\\ ! I mento . acede ao ser e ao object°. Com efeito, fixado pa ra Si mes-
. t mo,rsto é, posto fora do homem, o pensar encontra-se fora de to-
i i
94 95
!
53 e racional do homem com o estômago consiste, pois, em lidar com
ele não como ser bestial, mas como ser humano. Quem faz termi-
A i-

dito. Pelo contrário, o seu ser total é que


Irs,s
p
2homem\de nenhum modo se distingue do imal só pelo pen-
istingue do ani-
nar a humanidade no estômago, rejeita o estômago para a classe
dos animais, autoriza o homem a comer como uma besta.

a em dúvida, aquele que não pensa não é ornem algum; não


que o pensar seja a causa do ser humano,. . . mas unicamente por-
que é uma consequência e umaproprtedade necessarta ao mesmo 54
ser. u. o. ...-1
4 '?conseguinte, não precisamos aqui de sair do domínio da. - ...
,
, - si o' 'dade para reconhecer no homem um ser superior aos ani- nova filosofia faz do homem, com a inclusão da natureza,

ser urf
i-
iii'aa's.
; ,,,,
-
-- - —
o naem não _é um, ser particular como o animal, mas um
sal, por conseguinte, n'ão é um ser limitãdoe cativo, mas
n uanto base do homem, o objecto único, universale supremo da
losofia — faz, pois, da antropologia, com inclusão da fisiologia,
um ser ilimitado e livre; com efeito, a universalidade, a iliMitação Ia ciência uniVersat7,1"
-
e a liberdade sãoe inseparáveis. E esta liberdade também não resi-
de numa faculdade partictilar, na vontade (da mesma maneira que
esta universalidade não se situa numa disposição particular da fa-
--
cuida- de de pensar, na razão ' esta liberdade, esta universalidade ij 55
e s tende—se ao seu ser tot.41.0em dúvida, os sentidos animais são I ''
ais agudos do que os humanos, mas apenas em relação a coisas
eterminadas, necessariamente conexas com as necessidades do i' ' A arte, a religião, afilosofia ou a ciência são apenas as manifes-
imal, e são mais agudos justamente por causa dessa determina- tações ou revelações do ser humano verdadeiro,. Homem perfeito
ão, deste confinamento exclusivo a algo de determinado. O ho- , e verdadeiro é apenas quem possui o sentido eStético ou artístico,

i
, em não tem o faro de um cão de caça, de um corvo; mas apenas religioso ou moral,filosófico ou científico —homem em geral so-
orque o seu olfacto pode abranger todas as espécies de odores, mente é aquele que nada de essencialmente humano exclui de si
elo que é um sentido livre e indiferente a respeito de odores par- mesmo. Homo sum, humani nihil a me alienum puto — esta fra-
iculares. Mas onde um sentido se eleva acima dos limites da par- , se, tomada na sua significação mais universal e mais elevada, é a
icularidade e da sua vinculação à necessidade, eleva—se aí a uma • divisa do novo filósofo.
ignificação e dignidade autónomas, teóricas: sentido universal é
entendimento, sensibilidade universal é espiritualidade. Mesmo
s sentidos mais baixos, o ol , • e o gosto, se elevam no homem
a actos espirituais e científico . N 91facto e o gosto-dasl eoisas são 56
.
"objectos da ciência da nature ".."5.té mesmo c(estõm ,agd do ho-
—-
mem, por mais desdenhosamente que o olhemos, na o J um ser ani- T r--
mal, masku .. rn.auo, porque é universal, não confinado a espécies LA filosofia da identidade absoluta inverteu completamente o
determinadas de alimentos. É precisamente por isso que o homem ponto de vista da verdade. O ponto de vista natural do homem, o
se subtrai à fúria da voracidade com que o animal se lança sobre ponto de vista da distinção em eu e tu, em sujeito e objecto, é o pon-
a sua presa. Deixa a um homem a sua cabeca, mas dá—lhe o estô- . to de vista verdadeiro e absoluto, por conseguinte, também o pon-
'; mago de um leão ou de um cavalo — ele cessa imediatamente de ' to de vista dà filosofi d. 7
; ser um homem. Um estômago limitado harmoniza—se também —/
, apenas com um sentido limitado, isto é, animal. A relação moral
!
96 97

57 ‘, 61

,
5, 1/1 unidade da cabega e do coragdo conforme dverdade consis- 0 filosofo absoluto, em analogia corn o état c' est moi do
It ,
Aro na extinçao ou na supressao da sua diferença, m as antes no Lonarca absoluto e L' etre c' est moi da_Deus absoluto,
1 e -
1 facto de que o obj5to essencial do coragdo é tambémo objecto es- lo nrenos, péiiisava de si, enquanto , pensador naturalmente, nä()
sencia ,dacabega.. por conseguinte, apenas na identidade do ob- mao homem:Va vérité c' est moi,L0 filosofo humano, pelo contra-
iecto nova fllosofia, que- faz do essencial e supremo objecto do o, diz: no proPrio pensament°, também enquanto filósofo, sou
, ora o, o_horn em, tamlkMO object() mais essencial e supremo do homem corn os homens-.7
)/6nte dimento, funda ‘pois 0.ima unidade racional da cabeça e do
coraçao, do pensamento e da vida. )

62
r \I
58 1
1
'
, '. A verdadeira dialéctica não é urn monolog° do pensador soli-
cirio consigo mesmo, e um didlogo entre o eu e o 6.'1
5 r verdade no existe no pensamento, no saber por Si mesmo. i;
verdade é unicamente a totalidade da vida e da essencia
manas.
63

, . 59 t\, A Trindade era o mistério supremo, oponto central da filoso -


/ffla e da religido absolutas. Fs o seu segredo, como se provou (:,
- , r' histórica e filosoficamente cm A Essencia do Cristianismo, é o se-
( i.,0 homem singula r Por si nao possui em si a essencia do heimem Idgredo da vida comum e sociar— o segredo EirelessialFdlitu '
--, nem enquanto ser moral, nem enquanto ser pensante. A essencla fl para o eu — a verdade de qu6rierilifin ser, quer seja ou se chame
4 homem está contida apenas na comunidade, na unidade do ho- (I homem ou Deus ou espfrito ou eu, 6 por si mesmo apenas urn ser
'mem cbrii o homem -- uma unidade q, porém, se funda apenas yerdadeiro, perfeito e absoluto, e que só a ligaçao, a unidade de se-
ii reillidade da distingdo do eu e do tu ks de identica essencia constitui a verdade e a perfeiçao.•0 prin-
./ ipio
A • supremo e Ultimo da filosofia 6, pois, a
unidade do homem
f corn o home -'Todas as relaçOes fundamentals =-:- os prinaplos
,
Oas diferente ciencias — sac) unicamente espécies e modos dife-
60 rentes desta unidade.
,,, i __
i
i A solidtio é initude e limitagdo a comunidadee liberdade e in-
fintdade. 0 homem para si 6 urn homem (no senudo habitual),
, o
i homem corn o homem — a unidade do eu e do tu 7- e Deus.
' -
98 99
'

'' 64
k

Nk‘V2'

t___Zk antiga filosofia possui uma dupla verdade — a verdade pa-


/-, ra1 si mesma, que não se preocupava com o homem — a filosofia
, e a verdade para o homem— a religião[Pelo contrário, a nova,
; filosofia, enquanto filosofia do homem — é também essencial-
' mente a filosofia para o homeRr— possui, sem prejuízo para a
dignidade e a autonomia da tedrit mais, na mais íntima consonân-
cia com a mesma, essencialmente uma tendência prática e, claro
está, prática no sentido mais elevado; vem ocupar o lugar da reli- ÍNDICE
gião, tem em si a essência da religião, ela própria é em verdade re-
ligião.
, Pág.
,
;, I
'
, ADVERTÊNCIA DO TRADUTOR 9
H , 65
.
NECESSIDADE DE UMA REFORMA DA FILOSOFIA 13
. .
7
• TESES PROVISÓRIAS PARA UMA REFORMA " '
,
I
As tentativas de reforma até agora feitas na filosofia distin- DA FILOSOFIA 19
„ guem—se mais ou menos da antiga filosofia apenas segundo a es- ,
(,.., pécie, não segundo o géneroCKc- ondição mais imperativa de uma

PRINCÍPIOS DA FILOSOFIA DO FUTURO ' 37


filosofia realmente nova, isto é, independente e que corresponde
à necessidade da humanidade ,e do futuro, é que ela se distinga da
aiitt a -fribsbrii-seg-u-i-id O----a`e s s riag - - --
,
,
,
I ,

100

Você também pode gostar