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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Bruno Gallina

Rede Integrada de Mobilidade para


o Município de Passo Fundo

Passo Fundo
2015
Bruno Gallina

Rede Integrada de Mobilidade para


o Município de Passo Fundo

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar


do Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito
parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da professora Me.
Liliany Schramm da Silva Gattermann e coorientação da professora Me. Anicoli Romanini

Passo Fundo
2015
Bruno Gallina

Rede Integrada de Mobilidade para


o Município de Passo Fundo

Banca Examinadora:

Profª. Me. Liliany Schramm da Silva Gattermann – Orientadora


Profª. Me. Marcele Salles Martins – Integrante

Passo Fundo
2015
iii

AGRADECIMENTOS

Ao Plano Espiritual por ter me dado esta oportunidade e me guiado por estes caminhos.
À minha família, minha base, que sempre esteve comigo e sempre confiou em mim. Aos meus pais, Cleuza e Valcir, por todo amor, carinho e dedicação
ao longo destes anos. Obrigado por sempre estarem ao meu lado. Ao meu irmão, Maick, pelo carinho, apoio e parceria sempre. Obrigado ainda às tias, tios,
dinda e primos, vocês também fazem parte desta caminhada.
A você, Andrigo, meu companheiro de todas as horas, que sempre esteve comigo e me acompanhou desde o início desta jornada. E ainda, por colaborar
diretamente para o desenvolvimento deste trabalho. As medições e levantamentos não seriam possíveis sem a tua ajuda. Obrigado por todo carinho, amor e
apoio.
Aos meus colegas e amigos que a arquitetura me trouxe, com quem compartilhei esta caminhada, e que, mesmo sem qualquer laço sanguíneo, tornaram-
se meus irmão,: Edinei de Leon Lago, o “Edh”, Jean Paulo DaCampo, o “Nêne”, Mariane Turi e Samueli Signor, a nossa Samu, por todos os momentos que
passamos, pelo apoio e amizade. Obrigado, de verdade!
A todos os professores da Escola de Arquitetura e Urbanismo da IMED, por compartilharem seus conhecimentos, de forma a nos dar suporte a nossa
formação profissional.
À minha orientadora, professora Liliany Schramm da Silva Gattermann, com quem compartilhei o que era uma ideia, e assim, me auxiliou no
desenvolvimento deste trabalho. Obrigado por ter dedicado parte do teu tempo, por cada sugestão, correção e conselho. Sem a tua ajuda e dedicação, tudo
isso não seria possível.
À minha coorientadora, professora Anicoli Romanini, por todo o seu empenho e dedicação. Tenha certeza que cada palavra tua foi fundamental para o
desenvolvimento deste projeto. Obrigado!
À professora Marcele Salles Martins, que, mesmo sem qualquer compromisso formal, me guiou com suas sugestões e esclarecimentos. As conversas
contigo foram essenciais para o bom andamento desta etapa. Muito obrigado!
Ás minhas queridas mestras e amigas Graziela “Docinho” Rossato Rubin e Linessa Busato por todos os ensinamentos e pela grande amizade que
ultrapassou os limites acadêmicos.
Ao pessoal da Secretaria Municipal de Planejamento, em especial às minhas colegas, Arq. Chris Bilibio e Arq. Vanessa Palauro, pelos esclarecimentos e
apoio para a realização deste trabalho.
E a todos que de alguma forma contribuíram para que este sonho se tornasse realidade, meu muito obrigado!
iv

Resumo

É notório que o caos na mobilidade urbana, mesmo em médias cidades, tem dificultado o direito de ir e vir dos cidadãos. Isso se deve a uma política desenfreada ao
incentivo ao transporte individual e ao sucateamento do transporte coletivo urbano. Desta forma, esse trabalho visa mitigar os conflitos no trânsito, através da criação de
uma rede integrada de mobilidade para o Município de Passo Fundo, e assim qualificar os deslocamentos urbanos e direcionar o crescimento da cidade de acordo com
esses eixos de transporte propostos. Como embasamento deste trabalho, realizou-se a análise de estudos de caso, sendo dois quanto à rede integrada de transporte, a fim
de identificar os componentes e a funcionalidade do sistema, e dois quanto a projetos arquitetônicos: de uma estação de BRT e de um Terminal de ônibus urbano, que
apresenta fluxos e um programa de necessidades mais adequado ao projeto aqui desenvolvido. Houve ainda levantamentos e diagnósticos das áreas de intervenção, de
legislações, e de conceitos pertinentes ao tema. Assim, como resultado destas análises, apresenta-se o estudo preliminar para o desenho de uma rede integrada de
mobilidade para o município de Passo Fundo, de forma a integrar os diversos meios de transporte possíveis.

Palavras-chave: Mobilidade Urbana, Bus Rapid Transit, Rede Integrada de Mobilidade, Passo Fundo

Abstract

It is clear that the chaos in urban mobility, even in medium-sized cities, has hindered the right of movement of citizens. This is due to unbridled political encouragement to
private transport and the scrapping of urban transportation. Thus, this work aims to mitigate conflict in traffic, by creating an integrated network of mobility for the city of
Passo Fundo, and so qualify urban displacement and direct the growth of the city according to these proposed transport routes. As basis of this work, there was the
analysis of case studies, two on the integrated transport network in order to identify the components and functionality of the system, and two as the architectural designs: a
BRT station and an urban bus terminal, which features a better flow and needs of the project program developed here. There was also surveys and diagnostics of
intervention areas, laws, and concepts pertinent to the subject. Anyway, as a result of these analyzes, we present the preliminary study for the design of an integrated
network of mobility for the city of Passo Fundo, in order to integrate the various possible means of transport.

Keywords: Urban Mobility, Bus Rapid Transit, Mobility Integrated Network, Passo Fundo
v

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Espectro de qualidade dos transportes públicos sobre pneus ............................................................................................................................................................. 9
Figura 2 - Mapa da Rede Integrada de Transporte de Curitiba ............................................................................................................................................................................ 14
Figura 3 - Rede esquemática demonstrando a integração e a funcionalidade da rede .................................................................................................................................... 14
Figura 4 - Mapa esquemático ilustrando o modelo tronco-alimentador ............................................................................................................................................................ 15
Figura 5 - Sistema trinário de circulação .................................................................................................................................................................................................................... 15
Figura 6 - Sistema Trinário e o uso do solo .............................................................................................................................................................................................................. 16
Figura 7 - Eixo estrutural ................................................................................................................................................................................................................................................ 16
Figura 8 - Modelo de implantação das terceiras faixas através do desalinhamento das estações. ............................................................................................................... 16
Figura 9 - Tipologia das vias dedicadas ao BRT......................................................................................................................................................................................................... 17
Figura 10 - Estação-tipo na Linha Verde Sul .............................................................................................................................................................................................................. 17
Figura 11 - Estação tubo ................................................................................................................................................................................................................................................. 18
Figura 12 - Terminal de integração .............................................................................................................................................................................................................................. 18
Figura 13 - Modelo esquemático de um terminal de integração .......................................................................................................................................................................... 19
Figura 14 - Plano Diretor Cicloviário de Curitiba.................................................................................................................................................................................................... 19
Figura 15 - Ciclofaixa...................................................................................................................................................................................................................................................... 20
Figura 16 - Evolução da Rede Integrada de Transporte.......................................................................................................................................................................................... 20
Figura 17 - Mapa Corredores Transmilênio e regiões de alimentação ............................................................................................................................................................... 21
Figura 18 - Rede Troncal Transmilenio ...................................................................................................................................................................................................................... 22
Figura 19 - Corredor típico Transmilenio.................................................................................................................................................................................................................. 22
Figura 20 - Estação Simples Transmilênio .................................................................................................................................................................................................................. 23
Figura 21 - Portais de integração .................................................................................................................................................................................................................................. 23
Figura 22 - Bicicletário implantando em um dos Portais ........................................................................................................................................................................................ 24
vi

Figura 23 - Rede cicloviária de Bogotá........................................................................................................................................................................................................................ 24


Figura 24 - Ciclovia em Bogotá ..................................................................................................................................................................................................................................... 25
Figura 25 - Implantação do terminal ............................................................................................................................................................................................................................ 26
Figura 26 - Vista externa ................................................................................................................................................................................................................................................ 26
Figura 27 - Corte transversal onde é possível identificar as três plataformas .................................................................................................................................................. 26
Figura 28 - Plantas baixas do térreo e do primeiro pavimento, respectivamente............................................................................................................................................ 27
Figura 29 - Passarela de acesso ..................................................................................................................................................................................................................................... 29
Figura 30 - Vista interna da passarela .......................................................................................................................................................................................................................... 29
Figura 31 - Detalhamento elevação lateral ................................................................................................................................................................................................................. 29
Figura 32 - Estrutura metálica aparente ...................................................................................................................................................................................................................... 29
Figura 33 - Vistas das plataformas de embarque/desembarque ............................................................................................................................................................................ 30
Figura 34 - Implantação das Estações nas Avenidas Paraná e Santos Dumont.................................................................................................................................................. 30
Figura 35 - Vista externa ................................................................................................................................................................................................................................................ 31
Figura 36 - Zoneamento e Fluxograma de uma estação-tipo ................................................................................................................................................................................ 31
Figura 37 - Planta de cobertura .................................................................................................................................................................................................................................... 33
Figura 38 - Vista interna.................................................................................................................................................................................................................................................. 33
Figura 39 - Corte transversal ........................................................................................................................................................................................................................................ 33
Figura 40 - Localização do município........................................................................................................................................................................................................................... 36
Figura 41 - Frota do município de Passo Fundo ....................................................................................................................................................................................................... 37
Figura 42 - Mapa dos Setores do Município de Passo Fundo ................................................................................................................................................................................ 38
Figura 43 - Uso do solo nos eixos de intervenção .................................................................................................................................................................................................. 39
Figura 44 - Uso do solo na área de intervenção....................................................................................................................................................................................................... 40
Figura 45 - Análise do sistema viário ........................................................................................................................................................................................................................... 41
Figura 46 - Perfis viários - Avenida Brasil ................................................................................................................................................................................................................... 42
vii

Figura 47 - Perfis viários - Avenida Presidente Vargas ............................................................................................................................................................................................ 43


Figura 48 - Conflito Rede Verde e Rede de Energia................................................................................................................................................................................................ 44
Figura 49 - Redes de infraestrutura ............................................................................................................................................................................................................................. 44
Figura 50 - Gráfico com a distribuição por empresas de acordo com indicadores operacionais ................................................................................................................ 45
Figura 51 - Gráfico com a distribuição da frota por empresas ............................................................................................................................................................................. 45
Figura 52 - Ponto de ônibus na área central .............................................................................................................................................................................................................. 46
Figura 53 - Distribuição das linhas por faixa horária ............................................................................................................................................................................................... 49
Figura 54 - Carregamento (ônibus/hora) no pico da manhã em dias úteis ........................................................................................................................................................ 50
Figura 55 - Linhas de Transporte Coletivo ................................................................................................................................................................................................................ 51
Figura 56 - Localização dos terminais propostos ..................................................................................................................................................................................................... 52
Figura 57 - Localização esquemática ............................................................................................................................................................................................................................ 53
Figura 58 - Mapa Nolli ..................................................................................................................................................................................................................................................... 53
Figura 59 - Uso do Solo .................................................................................................................................................................................................................................................. 54
Figura 60 - Levantamento planialtimétrico e de condicionantes físicos e climáticos ....................................................................................................................................... 55
Figura 61 - Corte do Terreno ....................................................................................................................................................................................................................................... 55
Figura 62 – Mapa de Vistas............................................................................................................................................................................................................................................. 55
Figura 63 - Vistas do terreno ........................................................................................................................................................................................................................................ 56
Figura 64 - Sistema Viário do entorno ........................................................................................................................................................................................................................ 56
Figura 65 - Redes de Infraestrutura do entorno....................................................................................................................................................................................................... 57
Figura 66 - Localização esquemática ............................................................................................................................................................................................................................ 58
Figura 67 - Mapa Nolli ..................................................................................................................................................................................................................................................... 59
Figura 68 - Uso do Solo .................................................................................................................................................................................................................................................. 59
Figura 69 - Levantamento planialtimétrico e de condicionantes físicos e climáticos ....................................................................................................................................... 60
Figura 70 - Corte do terreno ........................................................................................................................................................................................................................................ 60
viii

Figura 71 - Mapa de Vistas ............................................................................................................................................................................................................................................. 61


Figura 72 - Vistas do terreno ........................................................................................................................................................................................................................................ 61
Figura 73 - Sistema Viário do entorno ........................................................................................................................................................................................................................ 62
Figura 74 - Redes de Infraestrutura do entorno....................................................................................................................................................................................................... 63
Figura 75 - Localização esquemática ............................................................................................................................................................................................................................ 64
Figura 76 - Mapa Nolli ..................................................................................................................................................................................................................................................... 64
Figura 77 - Uso do Solo .................................................................................................................................................................................................................................................. 65
Figura 78 - Levantamento planialtimétrico e de condicionantes físicos e climáticos ....................................................................................................................................... 66
Figura 79 - Corte do terreno ........................................................................................................................................................................................................................................ 66
Figura 80 - Mapa de vistas .............................................................................................................................................................................................................................................. 66
Figura 81 - Vistas do terreno ........................................................................................................................................................................................................................................ 67
Figura 82 - Sistema Viário do entorno ........................................................................................................................................................................................................................ 67
Figura 83 - Redes de Infraestrutura do entorno....................................................................................................................................................................................................... 68
Figura 84 - Diagrama da rede ........................................................................................................................................................................................................................................ 74
Figura 85 - Fluxograma Terminal de Integração ....................................................................................................................................................................................................... 79
Figura 86 - Fluxograma Estação BRT ........................................................................................................................................................................................................................... 79
Figura 87 - Croqui do conceito .................................................................................................................................................................................................................................... 80
Figura 88 - Bases do projeto ......................................................................................................................................................................................................................................... 80
Figura 89 - Mudança do sistema para o conceito de Rede Integrada .................................................................................................................................................................. 80
Figura 90 - a) Cobogo b) Placa Metálica ..................................................................................................................................................................................................................... 81
Figura 91 - Casas de vidro.............................................................................................................................................................................................................................................. 81
Figura 92 - Relação da estrutura em V........................................................................................................................................................................................................................ 82
Figura 93 - Evolução do conceito arquitetônico....................................................................................................................................................................................................... 82
Figura 94 - Esquema Sistema Trinário ......................................................................................................................................................................................................................... 83
ix

Figura 95 - Croqui DOT................................................................................................................................................................................................................................................. 83


Figura 96 - Diretrizes Urbanas ...................................................................................................................................................................................................................................... 85
Figura 97 - BRT Proposto .............................................................................................................................................................................................................................................. 88
Figura 98 - Detalhamento Urbano 1 - Avenida Brasil Leste .................................................................................................................................................................................. 89
Figura 99 - Corte da via: situação existente e proposta ......................................................................................................................................................................................... 90
Figura 100 – Perspectiva ................................................................................................................................................................................................................................................. 91
Figura 101 - Detalhamento Urbano 2 - Avenida Presidente Vargas .................................................................................................................................................................... 92
Figura 102 - Corte da via: situação existente e proposta....................................................................................................................................................................................... 93
Figura 103 – Perspectiva ................................................................................................................................................................................................................................................. 94
Figura 104 - Planta Baixa................................................................................................................................................................................................................................................. 95
Figura 105 – Fachada ....................................................................................................................................................................................................................................................... 95
Figura 106 - Corte esquemático ................................................................................................................................................................................................................................... 96
Figura 107 - Perspectivas ................................................................................................................................................................................................................................................ 96
Figura 108 – Implantação ................................................................................................................................................................................................................................................ 97
Figura 109 - Planta Baixa – Bloco ................................................................................................................................................................................................................................. 98
Figura 110 – Corte........................................................................................................................................................................................................................................................... 99
Figura 111 - Fachada ........................................................................................................................................................................................................................................................ 99
x

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Número de veículos em circulação no município .................................................................................................................................................................................. 2
Tabela 2 - Dimensionamento dos espaços................................................................................................................................................................................................................. 28
Tabela 3 - Dimensionamento dos espaços................................................................................................................................................................................................................. 32
Tabela 4 - Comparativos dos estudos de caso ......................................................................................................................................................................................................... 34
Tabela 5 - Características Operacionais das linhas urbanas .................................................................................................................................................................................. 47
Tabela 6 - Linhas do transporte coletivo que atendem o lote .............................................................................................................................................................................. 57
Tabela 7 - Linhas do transporte coletivo que atendem o lote .............................................................................................................................................................................. 62
Tabela 8 - Linhas do transporte coletivo que atendem o lote .............................................................................................................................................................................. 68
Tabela 9 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento ............................................................................................................................................................................ 71
Tabela 10 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento .......................................................................................................................................................................... 73
Tabela 11 - Classificação por tipo de veículo ............................................................................................................................................................................................................ 76
Tabela 12 - Classificação de serviços........................................................................................................................................................................................................................... 78
Tabela 13 - Zonas criadas e as respectivas diretrizes ............................................................................................................................................................................................. 84
Tabela 14 - Zoneamento proposto para o Terminal de Integração .................................................................................................................................................................... 86
Tabela 15 - Zoneamento proposto para a Estação BRT ........................................................................................................................................................................................ 87
xi
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................................................................................................................................... V


LISTA DE TABELAS ...................................................................................................................................................................................................................... X
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................................................................................... 1
1.1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................................................................................................................................................................ 1
1.2. OBJETIVOS ....................................................................................................................................................................................................................................................................................... 2
1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 2
1.2.2. Objetivos Específicos ................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 2
1.3. DELIMITAÇÃO DO TEMA .......................................................................................................................................................................................................................................................... 3

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................................................................................................... 5


2.1. A Mobilidade Urbana e o Novo Urbanismo............................................................................................................................................................................................................................. 5
2.2. O Bus Rapid Transit – BRT .......................................................................................................................................................................................................................................................... 6
2.2.1. Histórico ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 6
2.2.2. Funcionamento ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 8
2.3. Transporte Público Urbano ........................................................................................................................................................................................................................................................ 10
2.4. Transporte Público no Brasil ...................................................................................................................................................................................................................................................... 11
2.5. Desenvolvimento Orientado ao Transporte.......................................................................................................................................................................................................................... 13
2.6. Estudos de Caso ............................................................................................................................................................................................................................................................................ 13
2.6.1. Rede Integrada de Transporte – RIT ................................................................................................................................................................................................................................................................ 13
2.6.2. Transmilenio .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 21
2.6.3. Terminal Urbano Pirituba ..................................................................................................................................................................................................................................................................................... 25
2.6.4. Estação BRT Move Área Central ........................................................................................................................................................................................................................................................................ 30
3. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ............................................................................................................................................................. 36
3.1. Contextualização regional ........................................................................................................................................................................................................................................................... 36
3.2. Contextualização Urbana ............................................................................................................................................................................................................................................................ 37
3.2.1. Os Eixos Estruturantes ........................................................................................................................................................................................................................................................................................... 37
3.2.2. Transporte Coletivo em Passo Fundo ................................................................................................................................................................................................................................................................ 44
3.3. Diagnósticos dos terrenos .......................................................................................................................................................................................................................................................... 52
xii
3.3.1. Terreno 1 – Terminal Oeste ................................................................................................................................................................................................................................................................................ 53
3.3.2. Terreno 2 – Terminal Leste ................................................................................................................................................................................................................................................................................. 58
3.3.3. Terreno 3 – Terminal Sul...................................................................................................................................................................................................................................................................................... 64
3.4. Síntese da Legislação ..................................................................................................................................................................................................................................................................... 69
3.4.1. Plano Diretor ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 69
3.4.2. Código de obras ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 70
3.4.3. Outras Normas......................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 70
4. DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES........................................................................................................................................................ 71
4.1. Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento ........................................................................................................................................................................................................... 71
4.2. Fluxograma ...................................................................................................................................................................................................................................................................................... 74
4.2.1. Diagrama da Rede .................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 74
4.2.2. Edificações .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 79
5. PARTIDO GERAL ................................................................................................................................................................................................................. 80
5.1. Conceito Geral .............................................................................................................................................................................................................................................................................. 80
5.2. Conceito Arquitetônico............................................................................................................................................................................................................................................................... 81
5.3. Diretrizes Urbanas ........................................................................................................................................................................................................................................................................ 83
5.4. Zoneamento ................................................................................................................................................................................................................................................................................... 86
5.5. BRT Proposto ................................................................................................................................................................................................................................................................................. 88
5.6. Detalhamentos Urbanos .............................................................................................................................................................................................................................................................. 89
5.6.1. Det. 1 – Avenida Brasil Leste .............................................................................................................................................................................................................................................................................. 89
5.6.2. Det. 2 – Avenida Presidente Vargas .................................................................................................................................................................................................................................................................. 92
5.7. Projetos Arquitetônicos .............................................................................................................................................................................................................................................................. 95
5.7.1. Estação BRT .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 95
5.7.2. Terminal de Integração Oeste ............................................................................................................................................................................................................................................................................. 97
6. CONCLUSÕES ................................................................................................................................................................................................................... 100
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................................................................... 101
8. ANEXOS.............................................................................................................................................................................................................................. 106
9. APÊNDICES ........................................................................................................................................................................................................................ 111
1

1.1. JUSTIFICATIVA
1. INTRODUÇÃO
O rápido crescimento das grandes cidades aliado ao amplo A mobilidade é tema recorrente nos debates sobre questões

incentivo ao uso do transporte individual e a baixa atratividade do urbanas. É através dela que ocorre a vida nas cidades, que se

sistema de transporte coletivo criou uma deficiência na mobilidade determina a localização das mais diversas atividades e que se

urbana, especialmente em grandes e médias cidades. determina o rumo do desenvolvimento urbano de cada lugar.

Dentro deste cenário, baseia-se esse estudo, pois visa qualificar os As facilidades para a aquisição do carro próprio e a má qualidade do

deslocamentos urbanos através de um sistema BRT, aliando outros transporte coletivo fizeram com que o transporte motorizado

meios de transporte como a bicicleta, o passeio peatonal e mesmo individual se apresentasse como resposta para os deslocamentos

o veículo particular. Ainda, a elaboração de diretrizes de uso do urbanos, e desta forma, sua priorização culminou na imobilidade

solo a fim de direcionar o crescimento da cidade de acordo com que as médias e grandes cidades vivem atualmente.

esses eixos de transporte propostos.


Na esfera municipal, Passo Fundo, percebe-se que há uma carência

Wright e Hook (2008) comentam que o BRT não trata apenas de de investimentos nessa área. Os últimos grandes investimentos em

um meio de transporte, mas sim de um conjunto de ferramentas infraestrutura datam da década de 1980, com a retirada dos trilhos

para a modificação do espaço urbano, que incluem integração do centro da cidade e a abertura das vias perimetrais Leste e Sul.

multimodal, políticas de uso do solo e restrições aos veículos Desde então, mudanças pontuais vem sendo implantadas,

particulares. Para Jaime Lerner (2011), em seu livro Acupuntura basicamente com pavimentação e alteração no sentido de vias.

Urbana: “o caminho é dar ao ônibus a mesma (ou melhor) Segundo dados do IBGE, enquanto em 2005, o município contava

performance que um metrô, ou seja, metronizar a superfície”. com cerca de 40.000 automóveis, em 2014, esse número quase
dobrou, chegando a mais de 75.000 unidades emplacadas no
município.
2

Tabela 1 - Número de veículos em circulação no município mitigar os problemas relacionados à mobilidade urbana no
Categoria 2014 2005
município de Passo Fundo. A ideia central é organizar o espaço
Automóvel 74.856 41.315
Caminhão 3.649 2.523 urbano de maneira mais justa, a fim de priorizar quem transporta
Caminhão trator 1.145 690 mais, oferecendo maior conforto e eficiência. Devido a isso, a
Caminhonete 9.118 2.784
Camioneta 4.536 proposta baseia-se no transporte coletivo urbano, no pedestre e
Micro-Ônibus 241 140 nos transportes não motorizados, de forma a permitir uma cidade
Motocicleta 16.539 6.932
mais humana e igualitária, promovendo maior integração entre as
Motoneta 3.517 909
Ônibus 380 306 pessoas e o meio urbano e reduzindo congestionamentos e,
Trator de rodas 31 2 consequentemente, a poluição sonora e atmosférica.
Utilitário 888
Outros 3.025 1.2. OBJETIVOS
Fonte: Autor, 2015, com base nos dados do IBGE

Da mesma forma, o transporte coletivo nunca recebeu melhorias 1.2.1. Objetivo Geral
significativas. As alterações basicamente ocorreram através de
Desenvolver o projeto de uma rede integrada de transporte
ampliação de linhas e horários. Sabe-se que enquanto um ônibus
multimodal, qualificando o transporte coletivo através de um
articulado transporta mais de 120 passageiros, seriam necessários
sistema BRT (Bus Rapid Transit), na racionalização do sistema e no
entorno de 40 automóveis, como lotação de três passageiros, para
transporte não-motorizado.
transportar o mesmo número de pessoas. Logo, se tem uma
questão lógica, onde se toma menos espaço, se consome menos 1.2.2. Objetivos Específicos

combustíveis fósseis e se transporta mais rápido.


Identificar polos de atratividade, como emprego, serviço

Este trabalho pretende utilizar das ferramentas do urbanismo e lazer, da cidade de Passo Fundo;
contemporâneo para apresentar uma solução sustentável para
3

Qualificar os deslocamentos urbanos priorizando meios desenvolvimento da região, buscando a descentralização


sustentáveis, eficientes e confortáveis, aliando o dos serviços, redistribuindo assim o fluxo na cidade;
desenvolvimento urbano orientado ao transporte
Criar alternativas viárias para os deslocamentos do
coletivo, promovendo a integração multimodal através
transporte individual;
de todos os meios de transporte existentes;
Qualificar o transporte coletivo urbano, apresentando
Planejar duas linhas de BRT, uma na Avenida Brasil, no
alternativas de veículos de uso coletivo urbano,
eixo Leste-Oeste e outra na Avenida Presidente Vargas,
adaptados ao sistema de BRT.
no eixo Sudeste-Centro;
Planejar uma rede cicloviária, bem como sua
Projetar estações de embarque e desembarque para o
infraestrutura.
acesso qualificado às linhas do BRT, bem como estações
intermediárias nas interseções com o Anel Viário Requalificar o entorno lindeiro às linhas de BRT
Central para a conexão de linhas perimetrais e locais e propostas.
na integração com o sistema cicloviário;
1.3. DELIMITAÇÃO DO TEMA
Projetar três terminais de integração nas extremidades
O perímetro urbano de Passo Fundo está estruturado em quatro
dos eixos a fim de promover a integração entre o BRT,
eixos viário, sendo três deles, Avenida Brasil no sentido Leste-
as linhas locais, o pedestre e o sistema cicloviário;
Oeste e a Avenida Presidente Vargas no sentido Sul-Centro,
Propor diretrizes que induzam a criação de subcentros objetos deste estudo. Quanto ao eixo Norte composto pela Rua
no entorno dos terminais, fomentando o uso misto e o Teixeira Soares e Avenida Rio Grande, propõe-se apenas como
uma expansão da rede.
4

Desta forma, o trabalho se desenvolverá em duas escalas: a forma a Rede Integrada impactará positivamente nos seus
macroescala, onde se apresentam o desenho da rede, as diretrizes deslocamentos.
de uso de solo e as alternativas aos demais meios de transporte no
O segundo grupo é formado por pessoas que eventualmente
meio urbano, como o tráfego misto e o sistema cicloviário.
utilizam o transporte público, aí inclui-se uma gama variada de
Já, a microescala se baseia no desenho urbano dos eixos e no pessoas, desde idosos, pessoas do lar, ou alguém que está
detalhamento dos equipamentos de integração, a saber, um momentaneamente sem o seu veículo particular ou que necessita
terminal tipo e uma estação tipo. fazer um itinerário fora de sua rotina. Ainda, considerando Passo
Fundo, segundo Silva, Spinelli e Fioreze (2009), um polo de serviços,
O objetivo principal é utilizar-se dos dois maiores eixos urbanos do
especialmente pela educação, pela saúde e pelo comércio, inclui-se
município a fim de priorizá-los e qualificá-los para o transporte de
nesta categoria pessoas oriundas de outros municípios da região.
massa. Cada extremidade contará com um Terminal de Integração
que possibilitará a conexão entre linhas locais, o pedestre, o O terceiro grupo são os clientes em potencial da Rede. São aqueles
automóvel, a rede cicloviária – também apresentada neste projeto – que utilizam o veículo particular para realizar seus trajetos diários.
e o BRT. Ao longo dos corredores, o usuário contará com estações Sabe-se que, pouco a pouco, serão atraídos para o sistema, de
adequadas para o acesso. forma que percebam as vantagens da Rede Integrada de Transporte
sobre o transporte particular. Aspira-se uma adesão de, ao menos,
O público-alvo divide-se em três grupos. Primeiramente, os que já
50% deste público.
utilizam o transporte coletivo diariamente para suprir as suas
necessidades de locomoção, seja para fins de trabalho ou estudo.
Esses serão os beneficiários diretos do projeto, pois são
conhecedores do sistema atual e conhecem suas deficiências, desta
5

Para Leite (2012, p.136):


2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica apresentada neste capítulo tem como Esse modelo é baseado em um eficiente sistema de
mobilidade urbana que conecte os núcleos adensados
objetivo trazer os principais conceitos relevantes para a elaboração em rede, promovendo maior eficiência nos transportes
públicos e gerando um desenho urbano que encoraje a
do projeto da Rede Integrada de Mobilidade para o Município de caminhada e o ciclismo, além de novos formatos de
carros (compactos, urbanos e de uso com serviço
Passo Fundo. avançado).

2.1. A Mobilidade Urbana e o Novo Urbanismo Cabe ainda destacar alguns dos princípios que Lucchese
(2010) classifica como comuns ao Novo Urbanismo:
O Novo Urbanismo baseia-se na carta lançada em 1996, nos
Estados Unidos, surgindo como resposta à ocupação suburbana das Facilitar o trânsito de pedestres através da criação de vias

cidades. De acordo com Macedo (2007), esta carta estabelece peatonais com traçados simples e rápidos, evitando a

parâmetros para o desenvolvimento das cidades, quanto à formação dependência de outros meios de transporte.

do espaço regional, do bairro e da cidade, de forma a valorizar a


Conectar as cidades/bairros com o restante, através do
acessibilidade pelo transporte coletivo, organizar o espaço de forma
transporte público e/ou outros meios.
a articular áreas urbanas centrais com áreas mais periféricas e assim
evitar a ocupação dispersa. A criação de comunidades compactas e Fomentar o uso misto e diversidade de atividades a fim de
mistura de usos e atividades no local são as bases do novo haver um melhor aproveitamento de espaços e da
urbanismo, resgatando a participação comunitária, reduzindo infraestrutura oferecida. As necessidades básicas (moradia,
percursos e articulando o sistema de transporte. trabalho, comércios e lazer) acontecem dentro de uma
mesma zona, de forma que essas necessidades são supridas
sem grandes deslocamentos.
6

Promover a qualidade do projeto arquitetônico e otimização dos espaços que em muitos casos são ocupados por
urbanístico de maneira que preveja a demanda futura da amplas vias destinadas ao tráfego de veículos.
região.
2.2. O Bus Rapid Transit – BRT
Aumento da densidade a fim de um melhor aproveitamento
2.2.1. Histórico
do espaço, da proximidade de serviços básicos e de um
melhor aproveitamento das redes de infraestrutura. O BRT tem sua origem em 1937, quando a cidade de Chicago, nos
Estados Unidos, converteu três linhas férreas em corredores
Transporte público ambientalmente adequado: que não
expressos para ônibus. Esse projeto incentivou outras cidades
interfira diretamente no trânsito, não prejudicando o fluxo
como Washington e St. Louis, também nos Estados Unidos, a
deste.
incluirem faixas destinadas a ônibus no seu planejamento. No
Esses princípios são aplicados conforme cada situação específica, de entanto, apenas nos anos de 1960 o conceito de faixas exclusivas
forma a transformar a cidade existente numa cidade compacta. passou a ser amplamente difundido, quando Nova Iorque, em 1963,
Assim, de uma forma mais geral, são aplicadas as diretrizes quanto passou a implantá-las, no contrafluxo de algumas vias em
ao uso misto e de uma maior densidade. determinada região da cidade.

De acordo com Romanini (2014), o principal ponto do Novo O conceito começou a tomar proporções internacionais, chegando
Urbanismo é a escala humana, de forma que o espaço seja a Europa, primeiramente em Paris, na França (1964), em Liege, na
planejado em torno das pessoas enquanto usuários destes. Não se Bélgica (1966) e em Runcorn, no Reino Unido (1971). As faixas
trata necessariamente da retirada do tráfego de veículos, sendo exclusivas só chegaram aos países em desenvolvimento em 1972,
somente necessária sua restrição ou diminuição quando obstruir o quando na cidade de Lima (Peru) foi implantada a Vía Expressa, um
trânsito dos usuários, assim sendo, há sim a necessidade de serviço básico e eficaz. Londres foi a pioneira em implantar a
primeira rua exclusiva para ônibus e táxis, em 1972, rua esta onde
7

já ocorria grande fluxo destes tipos de transporte. Em seguida, foi linhas diretas. Em 1992, esse tipo de estação foi sendo implantada
Los Angeles, com a via El Monte, com 11 quilômetros de extensão nos demais eixos, com a chegada dos veículos bi-articulados.
(WRIGHT; HOOK, 2008).
Nos anos de 1980, apesar da crise do petróleo, o primeiro sistema
No entanto, somente na década de 1970, surgiu o conceito de BRT de vias guiadas foi implantado na cidade de Essen, na Alemanha,
como se conhece hoje, quando, entre 1972 e 1974, Curitiba como alternativa ao sistema ferroviário leve. Essa inovação foi ainda
implantou o que, na época, foi denominado metrô de superfície. implantada em outras cidades, no entanto, devido ao maior custo,
Naquele período, a cidade passava por rápido crescimento não possuiu adesão na maioria dos corredores.
demográfico e contava com mais de 600.000 habitantes, portanto,
O conceito do BRT somente foi amplamente replicado a partir dos
passava a sofrer problemas urbanos, inclusive na questão de
anos de 1990, quando a crise do petróleo começou a ser superada.
mobilidade.
A implantação em massa iniciou-se na América Latina, que viu
A primeira resposta à questão foi a implantação de um sistema crescente a competitividade entre o transporte público e o veículo
metroviário, entretanto, devido a limitações financeiras, o projeto particular.
estava impossibilitado de sair do papel. Então, sob a liderança do
Quito inaugurou a primeira linha em 1996, na tecnologia de
prefeito Jaime Lerner, iniciou-se a idealização de corredores
trólebus elétrico, e mais dois corredores na tecnologia tradicional
exclusivos como alternativa de baixo custo e de alta eficiência, bem
em 2001 e 2005. A Colômbia é um dos países que mais implantou o
como a criação de zonas de pedestre, ampliação de espaços verdes
sistema no continente, sendo vários de projeção internacional,
e políticas sociais inovadoras. (WRIGHT; HOOK, 2008).
como o caso de Bogotá, que passou por uma total reestruturação
Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (2015), urbana, e ainda hoje, tem seu sistema – o Transmilenio – ampliado e
em 1991, foram introduzidas as estações-tubos, com a criação das modernizado. Outros sistemas de destaque são o Metrobús, na
8

Cidade do México, o Mío, de Cali, na Colômbia e o Transantiago, infraestrutura segregada com prioridade de passagem, operação
em Santiago do Chile rápida e frequente e excelência em marketing e serviço ao usuário”
(WRIGHT; HOOK, p.1, 2008).
Em 1999, o BRT chegou a Ásia, na cidade de Kunming. A partir
desta, expandiu-se rapidamente por todo o continente. Atualmente, O BRT apresenta-se como uma dentre várias possibilidades de
cidades na África e na Oceania também contam com o BRT como modais de transporte, como o VLT, o monotrilho e o metrô. No
meio de transporte. Na Europa e na América do Norte, desde o entanto, de acordo com WRIGHT; HOOK (2008), ele tem um
início da década, já havia corredores em pleno funcionamento. custo de 4 a 20 vezes menor se comparado ao veículo leve sobre
trilhos e de 10 a 100 vezes menor quanto a um sistema de metrô,
Após décadas sem investimentos no setor, o Governo Federal,
além disso se apropria de características destes sistemas como uma
motivado pelos eventos esportivos, passou a investir, junto aos
estação de acesso mais qualificada, incluindo o pagamento
estados e municípios, na mobilidade urbana. O BRT se apresentou
antecipado na própria estação e as vias exclusivas de circulação.
como meio de qualificação do transporte em diversos municípios.
O Rio de Janeiro, por exemplo, já concluiu duas linhas – a De acordo com o Manual do BRT (WRIGHT; HOOK, 2008),
TransOeste e a TransCarioca, possui mais duas em obras, a existem características importantes a serem consideradas na
TransOlímpica e a TransBrasil. Belo Horizonte implantou o Move BH; elaboração do projeto, dentre as quais, se destacam:
Recife, o Via Livre; Uberaba, o Vetor, dentre outros (Global BRT
a) Infraestrutura física: Vias segregadas ou faixas exclusivas,
Data, 2015).
preferencialmente no canteiro central; Rede integrada de
2.2.2. Funcionamento corredores e linhas; Estações com acesso em nível ao veículo e que
proporcionem segurança e conforto; Estações e terminais que
Numa visão geral, “o Bus Rapid Transit (BRT) é um sistema de
facilitem a integração entre serviços e modais, Qualificação do
transporte urbano que proporciona mobilidade urbana rápida,
espaço público próximo ao BRT.
confortável e com custo eficiente através da provisão de
9

b) Operações: Serviços rápidos e frequentes entre as principais


origens e destinos; Ampla capacidade para demanda de passageiros
ao longo do corredor; Embarques e desembarques rápidos;
Cobrança e controle de pagamento antes do embarque; Integração
tarifária entre corredores, linhas, modais e serviços.

c) Tecnologias: veículos com baixa emissão de poluentes e ruídos,


cobrança de tarifa automatizada; sistema de controle integrado
(com uso de GPS); prioridade semafórica nas interseções.

d) Marketing e serviço ao usuário: identidade do sistema; facilidade


Figura 1 - Espectro de qualidade dos transportes públicos sobre pneus
ao acesso de outros modais;. Fonte: Wright; Hook, 2008.

O Manual ainda classifica o transporte coletivo sobre pneus em seis Outra questão fundamental trata da racionalização do sistema

tipos, de acordo com as características que cada um apresenta, através de uma operação tronco-alimentadora. Conforme

como é possível verificar no gráfico abaixo: WRIGHT; HOOK (2008), nesse tipo de sistema, linhas
alimentadoras através de veículos menores percorrem áreas
residenciais, conduzindo o usuário até um terminal mais próximo,
onde este fará a integração com linhas troncais, que, com veículos
maiores, o conduzirá à área central, a outros terminais, ou a
importantes polos de atratividade. Dessa forma, torna-se possível
adequar a oferta e a demanda de acordo com as características de
cada local sem sobrecarregar os eixos principais, além disso,
10

aumenta-se o volume de passageiros transportados por veículo e a) Radial: Realiza a ligação da área central (onde há a concentração
torna possível a redução da frota. de atividades como comércio e serviços) a um bairro (ou bairros)
da cidade;
2.3. Transporte Público Urbano
b) Diametral: Linha que faz a ligação de duas regiões passando pela
Segundo Ferraz e Torres (2004), o transporte público urbano é o
região central da cidade;
meio no qual várias pessoas são transportadas simultaneamente em
um mesmo veículo. c) Circular: linha que faz a ligação de várias regiões, formando um
circuito fechado com a forma de um círculo;
Rodrigues (2008) comenta que o transporte público de passageiros
tem a função de integrar os diversos espaços urbanos, e assim d) Interbairros: linha que faz a ligação de diferentes bairros sem
proporcionar à população os deslocamentos necessários para a passagem pela área central. Têm o objetivo de atender a demanda a
realização de suas necessidades, como o trabalho, o estudo e o polos de atratividade com viagens diretas;
lazer, entre outras, dessa forma, é um dos serviços mais
e) Local: linha que faz a ligação entre uma determinada região local,
importantes nas grandes e médias cidades.
onde se encontra um ou mais bairros, também com o objetivo de
Ferraz e Torres (2004) classificam as linhas de transporte público atender à demanda de polos atrativos com viagens diretas.
em dois tipos:
Segundo a função: as linhas podem ser definidas em convencional,
Segundo o traçado: As linhas de transporte público podem ser troncal, alimentadora, expressa e especial. São classificadas em:
categorizadas em radial, diametral, circular, interbairros e local.
a) Convencional: tem a função de captar os usuários em sua região
Assim sendo:
de origem, conduzi-los até o destino final e distribuir usuários ao
longo do itinerário;
11

b) Troncal: linha que, com veículos de grande capacidade, tem o necessita-se de transbordo, o que, em um sistema de linhas
papel de ligar duas regiões, ou polos de atratividade, onde há convencionais, não ocorre. Porém a concentração de usuários na
grande demanda de usuários por meio de um corredor. linha troncal acaba por viabilizar a utilização do sistema tronco-
alimentador (FERRAZ e TORRES, 2004).
c) Alimentadora: recolhe os usuários num determinado bairro e os
transporta até uma estação (terminal) com linha troncal; 2.4. Transporte Público no Brasil

d) Expressa: opera com poucas ou nenhuma parada intermediária De acordo com Brasileiro (1996), até meados da década de 50, o
de forma a reduzir o tempo de viagem; transporte coletivo era operado basicamente por permissionários
individuais, através de veículos de pequeno porte, como ônibus
e) Especial: linha que opera em horários de pico ou em eventos
menores, micro-ônibus e kombis.
especiais, que tem a função de suprir excessos na demanda,
Segundo Azambuja (2002), a Constituição Federal de 1946
f) Seletiva: linha com veículos de maior qualidade, com tarifa mais
estabeleceu autonomia municipal, tratando o transporte coletivo
cara. Tem a função de complementar o transporte coletivo
como um serviço de interesse comum, e passou a determinar a
convencional.
responsabilidade sobre ele aos prefeitos municipais. No entanto,
A sobreposição de linhas convencionais num dado corredor de somente a partir de 1955, o transporte coletivo deixou de ser
transporte acarreta na ineficiência do sistema. Como solução para responsabilidade do estado, passando para cada município o dever
essa situação, muitas vezes, adota-se o sistema tronco-alimentador, de organizá-lo. Isso ocorreu devido a pouca atenção dada pelo
que compreende a implantação de veículos com maior capacidade governo estadual, que priorizava o transporte individual e os
nos corredores de transporte. As linhas troncais são conectadas preparativos para as eleições municipais, onde o tema seria posto
em estações e terminais às linhas alimentadoras (FERRAZ e nos planos de campanha de cada candidato.
TORRES, 2004). Dessa forma, em grande parte dos casos,
12

Entretanto, os municípios não dispunham de recursos financeiros, Nos anos 80, a iniciativa privada ganhou força e o Governo Federal
técnicos e humanos para coordenar o transporte coletivo urbano, passou a dar menos atenção ao tema. A Constituição Federal de
sendo que este funcionava de forma deficitária. Em meados da 1987 passou a responsabilidade sobre o transporte urbano
década de 1970, o Governo Federal passou a centralizar a novamente aos municípios. Assim, hoje o transporte coletivo é
organização do transporte público. Para isso houve a criação das visto como um problema local, salvo em regiões metropolitanas e
regiões metropolitanas, do FDTU – Fundo de Desenvolvimento dos aglomerados urbanos, sendo de dever de cada município a sua
Transportes Urbanos, das EMTUs – Empresas Metropolitanas de gestão.
Transportes Urbanos, da EBTU – Empresa Brasileira de
Atualmente, o tema volta a ser amplamente discutido numa
Transportes Urbanos e das STUs – Superintendências de
tentativa de sanar, ou ao menos mitigar, a falta de investimentos nas
Transportes Urbanos. Assim, de acordo com Brasileiro (1996):
décadas passadas. Eventos esportivos como a Copa do Mundo e os
A política federal do período de 1976/84 foi Jogos Olímpicos fomentaram as discussões e a destinação de verbas
orientada para a reorganização do setor privado de
ônibus, propondo para isso: a racionalização dos para esse fim através de programas como o PAC (Programa de
itinerários, dos pontos de parada e terminais; o
reagrupamento dos proprietários individuais em Aceleração do Crescimento) e o Pró-Transportes.
empresas de transportes (estabelecendo uma frota
mínima para a empresa continuar operando); a
adoção de subsídios para a renovação da frota de
ônibus; e uma política de formação de recursos
humanos com a criação de organismos de tutela
eficientes. Isso fez com que o setor privado investisse
na renovação e ampliação das frotas. Ainda, foram
definidos novos tipos de contratos, chamados de
"permissão condicionada", onde os poderes públicos
municipais definiam um prazo, que variava de cinco a
sete anos, para as empresas operarem em
monopólio, contemplando não mais linhas isoladas,
mas sim setores de operação definidos pelas cidades.
13

2.5. Desenvolvimento Orientado ao Transporte 2.6. Estudos de Caso

Segundo o Manual de Desenvolvimento Urbano Orientado ao 2.6.1. Rede Integrada de Transporte – RIT
Transporte Sustentável (EMBARQ BRASIL, 2014), DOTS se
Localização: Curitiba/PR – Brasil
caracteriza como:
Início de Implantação: 1970
Um modelo de planejamento e desenho urbano
voltado ao transporte público, que constrói bairros
compactos e de alta densidade, oferece às pessoas a. Implantação
diversidade de usos, serviços e espaços públicos
seguros e atrativos, favorecendo a interação social.
O objetivo da Rede Integrada de Transporte (RIT) é permitir ao
usuário a possibilidade de compor o próprio trajeto com o
O desenvolvimento orientado ao transporte propõe uma cidade
pagamento de apenas uma tarifa. A integração ocorre nos terminais
conectada, através de diretrizes para o desenvolvimento de áreas
e estações, onde o passageiro pode desembarcar de uma linha e
com diferentes usos e funções. Essas diretrizes baseiam-se em sete
embarcar em qualquer outra dentro daquele espaço sem um novo
elementos: a) Transporte Coletivo de Qualidade; b) Mobilidade não
pagamento (URBS, 2015)
motorizada; c) Gestão do Uso do automóvel; d) Uso misto e
edificações eficientes; e) Centros de bairros e pisos térreos ativos; De acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba

f) Espaços públicos e recursos naturais e g) Participação e (2015), ao todo, são 14 cidades interligadas por esta rede de linhas

identidade comunitária. que proporciona ampla mobilidade a mais de 2 milhões de pessoas


diariamente.
Destas, a que haverá maior enfoque será o elemento que trata do
Transporte Coletivo. Os elementos b, c, d e e serão tratados na São seis eixos estruturais: Norte-Sul, Leste-Oeste, Boqueirão e

escala de planejamentos, estudos e propostas. Linha Verde, totalizando 81km, somados a uma gama de linhas
14

alimentadoras, radiais, diretas e interbairros, contemplando toda b. Função


cidade, segundo pode ser observado na Figura 2.
O sistema viário apresenta característica Radial, onde os eixos
partem da área central. Apresenta, ainda, vias Perimetrais
conectando os bairros sem passagem pelo centro.

Figura 3 - Rede esquemática demonstrando a integração e a


funcionalidade da rede
Fonte: URBS, 2015
Figura 2 - Mapa da Rede Integrada de Transporte de Curitiba
Fonte: URBS, 2015
15

A RIT baseia-se no modelo tronco-alimentador (Figura 4), onde à via central, com sentido único e opostos e tem como objetivo a
veículos menores captam e distribuem usuários entre o bairro e o rápida ligação bairro-centro e centro-bairro.
terminal de integração mais próximo e veículos de maior
capacidade percorrem os eixos principais, promovendo maior
frequência e reduzindo a sobreposição de linhas.

Figura 4 - Mapa esquemático ilustrando o modelo tronco-alimentador


Fonte: Ferraz e Torres, 2004

Canaletas exclusivas e o Sistema Trinário


Os eixos estruturais são baseados num Sistema Trinário (Figura 5),
compostos por Vias Centrais e Vias Estruturais. A via central
concentra a canaleta exclusiva para o BRT e as vias locais para Figura 5 - Sistema trinário de circulação
acesso aos lotes. As vias estruturais são de tráfego misto, paralelas Fonte: Autor, adaptado de URBS, 2015
16

As canaletas exclusivas são componentes do sistema trinário e são A partir de 2010 houve o início da inclusão de uma terceira faixa
referências de desenvolvimento, pois trazem os mecanismos do junto às estações, a fim de promover a possibilidade de
planejamento integrado através do uso do solo e densidade ultrapassagem e a implantação de linhas expressas, conforme pode-
demográfica (Figuras 6 e 7), além de possuir grande parte de se observar na Figura 8.
equipamentos e infraestrutura urbana (IPPUC, 2015).

Figura 8 - Modelo de implantação das terceiras faixas através do


desalinhamento das estações.
Fonte: URBS, 2015
Figura 6 - Sistema Trinário e o uso do solo
Fonte URBS, 2015

Há, ainda, diferentes categorias quanto à via destinada ao BRT. A


canaleta exclusiva possui barreiras físicas, delimitando as vias
destinadas ao ônibus e ao tráfego misto. A faixa exclusiva possui
apenas sinalização horizontal e vertical como forma de segregação
das demais pistas de rolamento. A via compartilhada é onde o BRT
circula junto com os demais veículos. Há ainda a via destinada
exclusivamente ao tráfego do BRT, limitando o acesso a qualquer
outro tipo de veículo. A Figura 9 demonstra o traçado e suas
Figura 7 - Eixo estrutural respectivas tipologias.
Fonte: Google Earth, 2015
17

Figura 10 - Estação-tipo na Linha Verde Sul


Fonte: Travel to Paraná, 2015

Estações e Terminais
Figura 9 - Tipologia das vias dedicadas ao BRT
Fonte: URBS, 2015 As estações tubo (Figura 11) são pontos de parada de ônibus em
forma de tubo da Rede Integrada de Transporte da Grande
Linha Verde (Figura 10) – Trecho Sul já em operação e Norte em
Curitiba. Foram criadas em 1991 para atender aos expressos e às
construção – se trata da urbanização da BR-116, que cruza a malha
linhas diretas (ligeirinho) Curitiba. Distam entre 400m e 800m uma
urbana, criando uma barreira de desenvolvimento. Este eixo possui
da outra e tem planta linear, onde o acesso e o pagamento
outra configuração. Foram agrupadas as vias locais, as vias
antecipado da tarifa se dão por uma ou por ambas as extremidades,
estruturais e a canaleta do BRT na mesma via. As estações são mais
e o acesso ao BRT ocorre em nível pelas portas laterais.
distantes (quase 1000m) e realizam também integração com linhas
alimentadoras.
18

Possuem estrutura metálica, fechamento em vidro, portas Transporte (expressas, alimentadoras, linhas diretas e interbairros).
automáticas, catracas de acesso, posto para cobrador e acesso por Possibilitam a implantação de linhas alimentadoras mais curtas, com
escadas e plataforma elevatória. É formada por módulos, onde a melhor atendimento aos bairros, ampliando o número de viagens a
demanda determina seu tamanho. Nos tubos que passam mais de partir da diminuição do tempo de percurso.
um ônibus, há a integração tarifária em que o passageiro
A concentração de demanda nestes espaços facilita a substituição
desembarca de um ônibus e pode embarcar em outro sem precisar
de modal nos corredores; promove a estruturação dos bairros,
pagar a passagem novamente.
onde se localizam as mais diversas atividades e serviços em seu
entorno.

Figura 11 - Estação tubo


Fonte: Wikipédia, 2015

De acordo com a Urbanização de Curitiba S/A (2015), os terminais Figura 12 - Terminal de integração
Fonte: Kekanto, 2015
(Figuras 12 e 13) são equipamentos urbanos onde ocorre
integração entre as diversas linhas que formam a Rede Integrada de
19

cicloviária da cidade em 300 km até 2016. Essa ampliação será


através de 90 km de ciclorrotas, 80 km de Vias Calmas e 130 km de
vias cicláveis, entre ciclovias, ciclofaixas e passeios compartilhados.
As extensões variam de acordo com as necessidades e demandas da
comunidade e características de projeto.

Figura 13 - Modelo esquemático de um terminal de integração


Fonte: URBS, 2015

c. Rede Cicloviária

Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (2015), Figura 14 - Plano Diretor Cicloviário de Curitiba
Fonte: IPPUC, 2013
O Plano Diretor Cicloviário de Curitiba (Figura 14) prevê
investimentos de mais de R$ 90 milhões para ampliar a malha
20

A ampliação da rede baseia-se em quatro tipos de vias: a ciclovia, d. Considerações


com separação física, é um espaço exclusivo para o fluxo de
Curitiba mostra que é possível planejar, de fato, a cidade. O tripé
bicicletas; a ciclofaixa (Figura 15) é uma faixa exclusiva no mesmo
uso do solo, sistema viário e transporte coletivo, através da
nível da via de tráfego dos veículos; a ciclorrota é uma via de
qualificação do transporte coletivo por ônibus, tornou-se modelo
tráfego comum e de baixo movimento, onde veículos motorizados
exportado para os mais diversos países. No entanto, sabe-se que
e bicicletas compartilham o mesmo espaço; e o passeio
esse planejamento é um processo longo e contínuo, através da
compartilhado é uma área comum onde há segregação entre
implantação e manutenção da RIT aliada ao seu Plano Diretor e ao
ciclistas e pedestres. As Vias Calmas são um tipo de ciclofaixa, onde
Uso do Solo.
o compartilhamento é entre ciclistas e motoristas com limite de
velocidade para o transporte motorizado.

Figura 15 - Ciclofaixa Figura 16 - Evolução da Rede Integrada de Transporte


Fonte: Gazeta Do Povo, 2015 Fonte: IPPUC, 2015
21

2.6.2. Transmilenio

Localização: Bogotá - Colômbia


Ano de Implantação: 1998

a. Implantação

O transporte motorizado em Bogotá corresponde a 2.057.815


viagens, sendo 24% em veículos particulares e 69% através do
transporte coletivo urbano. A única maneira de garantir um
deslocamento rápido destes usuários é através de corredores
exclusivos. Assim, é necessário equipar estes corredores de
infraestrutura adequada como estações, passarelas, túneis de
pedestres, dentre outras. É necessário, também, um amplo serviço
alimentador para os bairros (TRANSMILENIO, 2015). O mapa
abaixo (Figura 17) demonstra a implantação da rede no meio
urbano de Bogotá.
Figura 17 - Mapa Corredores Transmilênio e regiões de alimentação
Fonte: Transmilenio, 2015
22

b. Função Baseia-se no modelo tronco-alimentador, onde veículos menores


captam e distribuem usuários entre o bairro e o terminal de
O sistema viário apresenta uma tipologia de malha, sendo que o
integração mais próximo, e veículos de maior capacidade
Transmilenio percorre suas principais vias (Figura 18).
percorrem os eixos principais, promovendo maior frequência e
reduzindo a sobreposição de linhas.

Corredores Exclusivos

As vias onde percorrem os serviços troncais são corredores


centrais nos principais eixos de Bogotá. Em grande parte possuem
duas faixas por sentido, ou ao menos faixa de ultrapassagem nas
estações, segundo pode ser observado Figura 19.

Figura 18 - Rede Troncal Transmilenio


Figura 19 - Corredor típico Transmilenio
Fonte: Transmilenio, 2015
Fonte: Transmilenio, 2015
23

Estações e Terminais

As estações são desenhadas especialmente para garantir o fácil


acesso dos passageiros. Elas são o único ponto de parada para
embarque e desembarque dos serviços troncais, que ocorrem no
mesmo nível do ônibus. São fechadas e cobertas, com estrutura
metálica, concreto e vidro, com bloqueios na entrada e acesso
seguro através de semáforos, passarelas ou túneis. Contam com Figura 20 - Estação Simples Transmilênio
Fonte: Transmilenio, 2015
mobiliário, sinalização e iluminação adequadas.

Há vários tipos de estações. A simples (Figura 20) é onde o usuário


acessa o sistema. A intermediária são pontos de interseção
importantes onde é possível realizar transbordos entre os serviços
troncais e alimentadores, sem qualquer acréscimo na tarifa. Os
portais (Figura 21) são o início e fim dos corredores, onde se
iniciam as rotas troncais e de onde chegam as linhas alimentadoras,
linhas metropolitanas e serviço de bicicletas.

Figura 21 - Portais de integração


Fonte: Transmilenio, 2015
24

Pátio de operações c. Rede cicloviária

São pátios de estacionamentos e de manutenção e garagens. São


O objetivo principal do Plan Maestro de CicloRuta (Figura 23) é
onde se realizam reparos e onde ficam os veículos após o fim da
estabelecer uma rede otimizada, considerando fatores operacionais,
operação diária. A estrutura é mantida pelo governo e tem como
técnicos e financeiros necessários para a implementação aliando a
principal premissa de projeto a renovação do espaço público
um conceito de intermodalidade com os meios de transporte já
(TRANSMILENIO, 2015).
existentes.
Bicicletários

De acordo com a Empresa de Transporte del Tercer Milenio S.A


(2015), os Bicicletários são espaços seguros, de fácil acesso e
integrados ao Transmilenio, onde o ciclista pode deixar a sua
bicicleta (Figura 22). O objetivo principal é a integração entre os
modais de transporte.

Figura 22 - Bicicletário implantando em um dos Portais Figura 23 - Rede cicloviária de Bogotá


Fonte: Transmilenio, 2015 Fonte: Transmilenio, 2015
25

Atualmente, o sistema conta com 344km de vias com algum tipo de 2.6.3. Terminal Urbano Pirituba
prioridade ao ciclista. Há ainda as Ciclorutas Zonales, que são uma
Arquitetura: Una Arquitetos
alternativa de revitalização e organização do espaço, principalmente
Área do terreno: 14 507 m2
em áreas descobertas pelo Transmilenio, onde se necessita chegar
até um dos corredores troncais da cidade. Área construída: 5 763 m2

Local de implantação: São Paulo/SP


Data do projeto: 2002

a. Implantação

O terminal situa-se em lote junto da estação da Companhia Paulista


de Trens Metropolitanos (CPTM) e da subprefeitura da região,
instalada sob o viaduto que corta a linha férrea. O principal
condicionante foi o posicionamento do lote, em cota inferior à da
rua (Figura 25).
Figura 24 - Ciclovia em Bogotá
Fonte: Transmilenio, 2015
d. Análise Houve a necessidade de grandes movimentações de terra para a
criação de taludes, possibilitando a transição entre níveis diferentes
O Transmilenio mostra a capacidade de revolução e de
de três das quatro vias adjacentes.
revitalização de uma rede de transporte de massa eficiente aliado à
infraestrutura dada do transporte cicloviário.
26

Figura 26 - Vista externa


Fonte: Una Arquitetos, 2015
b. Função

Separadas por ilhas de diferentes larguras, o fluxo é distribuído em


três plataformas de 173 metros de comprimento. A cobertura é
Figura 25 - Implantação do terminal
Fonte: Una Arquitetos, 2015 plana e vazada na parte central, exceto nas travessias de pedestres
O acesso de veículos se dá na cota inferior a fim de minimizar os Zoneamento
conflitos no trânsito local. Uma rotatória distribui os veículos ao A plataforma mais larga (Figura 28) concentra os blocos de serviço
acesso de cada plataforma. (sanitários e telefones públicos, lixeiras, hidrantes e comunicação
visual). Estas caixas de concreto recebem luz natural por meio de
um lanternim, distam 28,80 metros uma da outra e fazem o
contraventamento estrutural bem como os pilares de concreto da
Figura 27 - Corte transversal onde é possível identificar as três estrutura da cobertura. Além da diferença de níveis, o terreno
plataformas
Fonte: Una Arquitetos, 2015 possui um dente, onde instalou-se o bloco de acesso superior e o
administrativo (CORBIOLI, 2004).
27

Figura 28 - Plantas baixas do térreo e do primeiro pavimento, respectivamente.


Fonte: Autor, adaptado de Una Arquitetos, 2015
28

Dimensionamento dos espaços

Tabela 2 - Dimensionamento dos espaços

Setor Nome do compartimento Dimensões Área útil Mobiliário existente

PLATAFORMAS Plataforma A 174m x 16m 2 784m² Bancos, Sinalização


Plataforma B 174m x 7m 1 218m² Bancos, Sinalização
Sub Total do Setor 4002m²
APOIO Sanitários (4) 7m x 5m 35m² Sanitários feminino e masculino, lixeiras, hidrantes, telefones públicos.
Sub Total do Setor 140m²
ACESSO Bloco Bilheteria 1 13m x 6m 78m² Balcão de atendimento
Bilheteria 2 5m x 3m 15m² Balcão de atendimento
Sub Total do Setor 93m²
OPERACIONAL Controle operacional 5m x 4m 20m² Mesas, cadeiras, armários
SERVIÇO Administrativo 5m x 4m 20m² Mesas, cadeiras, armários
Sub Total do Setor 133m²
Área Total 5 763m²
Fonte: Autor, 2015.

c. Forma A acessibilidade ocorre através da passarela metálica (Figura 29 e


Figura 30), que marca a entrada do edifício e o liga à via, e de
Como o terreno estava abaixo das vias, a premissa arquitetônica
elevador e escadas, ao pavimento inferior. Uma construção térrea,
foram grandes áreas transparentes e o uso de estruturas leves,
na cota inferior, marca o acesso, conectando o terminal à estação
evitando sensação de confinamento e preservando a vista do
da CPTM. Junto ao bloco administrativo, outras construções
entorno.
abrigam instalações de entrada e comando elétrico, depósito de
29

lixo, abrigo de gás e o reservatório elevado de água, todas em d. Tecnologia e Habitabilidade


concreto aparente.
Através da estrutura metálica aparente (Figuras 31 e 32), bem
como da modulação do sistema estrutural – 28,80m, e de sua
cobertura austera, o edifício apresenta simplicidade, ritmo e leveza.
A edificação favorece a iluminação e a ventilação natural, e o
entorno imediato conta com quantidade significativa de vegetação
arbórea.

Figura 29 - Passarela de acesso Figura 31 - Detalhamento elevação lateral


Fonte: Una Arquitetura, 2015 Fonte: Una Arquitetura, 2015

Figura 30 - Vista interna da passarela Figura 32 - Estrutura metálica aparente


Fonte: Una Arquitetura, 2015 Fonte: Una Arquitetura, 2015
30

Para maior conforto térmico, foram empregadas telhas termo- 2.6.4. Estação BRT Move Área Central
acústicas na cor branca, sendo feitas em perfis de chapa dobrada,
Arquitetura: B&L Arquitetura
com apoios metálicos. A captação e escoamento das águas pluviais
Área construída: 6.492 m2
se dão através das vigas-calha, que descem através de tubulações
Local de implantação: Belo Horizonte, MG
dentro dos pilares (CORBIOLI, 2004). As faixas de rolamento
Data do projeto: 2013
foram pavimentadas em concreto e as áreas de pedestres em
a. Implantação
ladrilho hidráulico.
A área central conta com muitos edifícios tombados, bem como
regras definidas pelo órgão municipal do patrimônio, entre elas a
que garante a visibilidade do conjunto arquitetônico e a
preservação do traçado viário original (MELENDEZ, 2015).

Figura 33 - Vistas das plataformas de embarque/desembarque


Fonte: Una Arquitetura, 2015

e. Análise

O projeto do Terminal Pirituba aponta para uma solução adequada


para questões de fluxos e acessos em diferentes cotas de nível, bem Figura 34 - Implantação das Estações nas Avenidas Paraná e Santos
Dumont
como de forma e estrutura. Fonte: Google Earth, editado pelo autor, 2015
31

b. Função

A planta apresenta uma organização linear, com acesso pelas


extremidades, ambas com acessibilidade universal, sendo de um
lado através de escada e plataforma elevatória e do outro com
rampa. A área de embarque e desembarque é pelas laterais, através
de portas automáticas e no mesmo nível do ônibus.

Figura 35 - Vista externa


Fonte: Arcoweb, 2015

Figura 36 - Zoneamento e Fluxograma de uma estação-tipo


Fonte: Arcoweb, editado pelo autor, 2015
32

c. Dimensionamento dos espaços

Tabela 3 - Dimensionamento dos espaços


Setor Nome do compartimento Dimensões Área útil em m² Mobiliário existente
Acesso Rampa 15m x 5m 75m²

Acesso 4m x 5m 20m² Plataforma elevatória

Entrada/Saída 7m x 5m 35m² Catracas, Armário de intalações

Sub Total do Setor 130m²


Plataformas Plataforma 73m x 5m 365m² Bancos, sinalização.

Sub Total do Setor 365m²


Área Total 495m²
Fonte: Autor, 2015

d. Forma

expressa simplicidade e simetria através de sua cobertura leve,


O patrimônio histórico do entorno condicionou o projeto. Foram
pelas fachadas envidraçadas e pela estrutura metálica. É marcada
desenvolvidos edifícios leves e transparentes, totalmente integrados
pela ampla cobertura estendida, tanto lateralmente, quanto nas
com o meio exterior. As coberturas generosas e onduladas
extremidades onde exerce a marcação de acesso.
completam a contemporaneidade e leveza do projeto. A edificação
33

e. Tecnologias e Habitabilidade Os pilares que suportam a cobertura foram dispostos


alternadamente para que, sendo em menor número, liberassem
Foi proposto para a cobertura (Figura 37) um desenho mais leve e
maior área para o acoplamento dos ônibus. Há vãos de 12 metros e
orgânico, sendo a parte interna em alumínio composto duplo, onde
pilares a cada seis alternadamente e vigas longitudinais de 12
as chapas são intercaladas por isolante térmico – lã de vidro. Os
metros (MELENDEZ, 2015).
fechamentos laterais são em vidro de segurança temperado e
laminado, com altura de 3m; como a estação tem 5m de pé-direito,
fica um vão livre superior de 2m, possibilitando a saída do ar
quente. A cobertura mais larga possibilita o bloqueio do sol e da
chuva (RESKALLA, 2014).

Figura 38 - Vista interna


Fonte: Arcoweb, 2015

Figura 37 - Planta de cobertura


Fonte: Arcoweb, 2015

A estação foi executada basicamente em estrutura metálica e vidro,


trazendo a leveza e a permeabilidade visual demandada pelo local.
O piso é em placa cimentícia impermeabilizada de alta performance.
Figura 39 - Corte transversal
Fonte: Arcoweb, 2015
34

Tabela 4 - Comparativos dos estudos de caso


Estudo 01 Estudo 02 Estudo 03 Estudo 04
Nome do Sistema Rede Integrada de Transporte – Transmilênio – Bogotá - Estação Central BRT Move – Terminal Pirituba – São Paulo/SP
ou Curitiba/PR Colômbia Belo Horizonte/MG
Estrutura
Rede
Implantação

Linear

Malha
Malha
Radial
Corredores 6 11 N/D N/D
Estação-tipo

N/D
N/D

Programa de Vias exclusivas para ônibus, Vias exclusivas para ônibus, Catracas, plataforma elevatória, Plataformas, Adm, Apoio,
necessidades Estações qualificadas, Terminais Estações qualificadas, Terminais bancos, sinalização indicativa Bilheterias, Serviço
Organização Organização radial Organização em malha Linear Linear, Malha
(Ching)

Composição das N/D N/D Transparência, ritmo Transparência, ritmo


fachadas
35

Estudo 01 Estudo 02 Estudo 03 Estudo 04


Marcação de N/D N/D
acesso

Passarela
Cobertura
Habitabilidade N/D N/D Telhas termo-acústicas, Espaços Abertos
ventilação cruzada
Sistema estrutural N/D N/D Estrutura Metálica a cada 12m Estrutura metálica a cada 28m
e Modulação alternados
Estrutural

Fonte: Autor, 2015

Legenda: N/D – Não disponível


36

3. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE
IMPLANTAÇÃO
3.1. Contextualização regional

Passo Fundo é um município localizado na mesorregião Noroeste


Rio-grandense e na microrregião também denominada Passo Fundo,
no interior do estado do Rio Grande do Sul (Figura 40). Tem por
base econômica a agropecuária, o comércio e a prestação de
serviço em educação e saúde.

Segundo a Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio


Grande do Sul (2015), o município possui área de 783,4 km²,
população de 188.755 habitantes e densidade demográfica de 240,9
hab/km².

O clima do município caracteriza-se como temperado com


característica subtropical úmido, as chuvas são bem distribuídas Figura 40 - Localização do município
Fonte: Autor, 2015
durante o ano e a temperatura média anual: 17,5ºC. O relevo é
ondulado e suave ondulado, formado por elevações com longos De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

pendentes que criam depressões fechadas (coxilhas) (PMPF, 2015). (2015), em 2005, Passo Fundo contava com pouco mais de 40.000
automóveis. Num período de nove anos, o número de veículos
quase dobrou, ultrapassando 70.000 unidades emplacadas no
município, como demonstra o gráfico a seguir.
37

sentido norte-sul. Assim, atualmente, esses eixos se caracterizam


como estruturantes na organização espacial do município.

a. Uso e Ocupação do Solo

As avenidas Brasil e Presidente Vargas se caracterizam como eixos


estruturantes do município de Passo Fundo. Estas representam
corredores de comércio e serviço, e que, de acordo com Ferretto
(2012), é possível, em determinados trechos, identificar subcentros
regionais onde há maior concentração desse tipo de ocupação.

Figura 41 - Frota do município de Passo Fundo É possível apontar, ainda, a diversidade e a densidade que os usos
Fonte: Autor, 2015, com base nos dados do IBGE
do tipo comércio e serviço apresentam ao longo desses eixos. À
medida que se distancia do centro, mais rarefeito e menos
3.2. Contextualização Urbana
diversificado se tornam, e ainda, apresentam finalidades distintas das
3.2.1. Os Eixos Estruturantes áreas mais centrais.

Segundo Silva, Spinelli e Fioreze (2009), Passo Fundo, pela sua Na Avenida Brasil, por exemplo, enquanto a área central apresenta
tradição histórica e pela posição geográfica, se caracteriza como uma alta densidade e propicia o uso misto, principalmente voltado
terra de passagem. A estrada das tropas deu origem a Rua do para o comércio de vestuário e eletroeletrônicos, a parte oeste
Comércio, atualmente a Avenida Brasil, direcionando o baseia-se em revendas de automóveis (a). Esse tipo de comércio
crescimento no sentido leste-oeste. A ferrovia cruzava ocorre nos demais eixos também, embora com menor intensidade.
perpendicularmente esse eixo, orientando a organização urbana no Ainda, quanto a Avenida Brasil Oeste, esta promove a ligação entre
38

a área central e diversos bairros, incluindo os setores 8 e 9, Santa subcentro em desenvolvimento entre as ruas Castro Alves e
Marta e Integração, respectivamente, que se caracterizam como um Álvares Cabral (b). Neste eixo concentram-se equipamentos
dos principais vetores de crescimento da cidade. Encontram-se importantes, como a Prefeitura Municipal e o CAIS Petrópolis, além
neste setor comércios e serviços de grande porte, além de ser de possuir um forte polo de atratividade o Hipermercado Bourbon,
caminho para importantes indústrias do município. Está em construído em 1999. Há ainda outro shopping, atualmente em
elaboração pela Prefeitura Municipal de Passo Fundo e por uma construção, no bairro Petrópolis. Também caracteriza-se por ser
empresa contratada um plano urbanístico para esses setores, caminho de instituições de ensino como a Universidade de Passo
buscando ordenar e qualificar o crescimento desta região. Fundo, Faculdade Ideau e do Instituto Federal Sul Rio-grandense.

Na Avenida Presidente Vargas predomina uma densidade média e


uso misto, com edifícios residenciais de, em média, quatro
pavimentos e sala comercial no térreo. Segundo Ferreto (2012), o
subcentro do bairro São Cristóvão (c) tem como eixo esta avenida
e limita-se entre as ruas São Roque e Dorvalino Souza, sendo que a
partir desta o comércio se torna mais escasso. Há ainda usos do
tipo industrial (d), alguns de maior porte remanescentes ainda da
década de 1980 e que permanecem em atividade ainda hoje, como
é o caso da Semeato (1985) e do Matadouro Mavepal (1970),
Figura 42 - Mapa dos Setores do Município de Passo Fundo comprado pela Frangosul em 1986. Há ainda outro grande
Fonte: Autor, 2015
empreendimento, um novo Shopping Center, que quando finalizado,
A Avenida Brasil Leste apresenta um crescimento em um ritmo se tornará um polo de atratividade muito importante para o eixo.
menos frenético, e segundo Ferreto (2012), apresenta um
39

Figura 43 - Uso do solo nos eixos de intervenção


Fonte: Autor, 2015
40

Figura 44 - Uso do solo na área de intervenção


Fonte: Autor, 2015
41

b. Sistema Viário

O Sistema Viário é composto por vias arteriais, sendo as avenidas


Presidente Vargas, Sete de Setembro, Rio Grande e Brasil. As vias
coletoras conduzem o tráfego da via local à via arterial, por
exemplo: Rua Duque de Caxias e Rua Uruguai. As vias locais são
todas as demais, onde se realiza o deslocamento dentro dos bairros
e dão acesso a maioria dos lotes.

O tráfego pesado oriundo das rodovias trafega predominantemente


pelo anel rodoviário construído na década de 1980 e composto
pelas rodovias BR-285, ao Norte, RS-324 (Perimetral Sul) e RS-135
(Perimetral Leste).

O Anel Viário Central, ainda em fase de implementação, busca criar


alternativas através de sistemas binários de circulação, para a
ligação entre os bairros sem a passagem pelo centro da cidade.

As vias arteriais, objeto de intervenção deste estudo, apresenta um


gabarito viário, em grande parte, padrão, variando apenas a
Figura 45 - Análise do sistema viário
dimensão dos canteiros centrais. São compostas por duas faixas de Fonte: Autor, 2015

rolamento e uma de estacionamento em cada sentido, além de


canteiro central arborizado.
42

Figura 46 - Perfis viários - Avenida Brasil


Fonte: Autor, 2015
43

Figura 47 - Perfis viários - Avenida Presidente Vargas


Fonte: Autor, 2015

c. Redes de Infraestrutura ocorre apenas em alguns trechos. A coleta de resíduos sólidos


acontece em toda a cidade através da Codepas, e na maior parte,
Os eixos Leste-Oeste e Sul-Centro, objeto deste estudo, possuem
de forma indiferenciada, ou seja, sem a separação por tipo de
abastecimento de água e energia em todo seu curso. No entanto, o
resíduo. Há ainda, em alguns trechos, conflito entre a Rede de
esgoto cloacal cobre, entorno de, 50% da Avenida Brasil e 90% da
Energia e a Rede Verde.
Avenida Presidente Vargas. Quanto ao sistema de drenagem,
44

3.2.2. Transporte Coletivo em Passo Fundo

a. Histórico

O transporte coletivo urbano em Passo Fundo iniciou-se na década


de 1930, mas somente em 1959, com a fundação da empresa Real, a
cidade passou a contar com um serviço mais regular. Em 1988, a
Real teve seu contrato de concessão renovado, e até então deteve
todas as linhas do município até 1989, quando a Codepas
(Companhia de Desenvolvimento de Passo Fundo), fundada em
1984 como uma divisão de transportes na Secretaria Municipal de
Figura 48 - Conflito Rede Verde e Rede de Energia Serviços Urbanos, e já em 1989, se desvincula, tornando-se uma
Fonte: Autor, 2015
empresa de economia mista, adquire seus primeiros ônibus, e passa
a operar outras linhas também (CODEPAS, 2015)

Em 1994, a divisão de transporte urbano da empresa Real se separa


daquela de transporte rodoviário e de cargas, formando a Coleurb
(Coletivo Urbano Ltda.). Em 1995, há a cessão de algumas linhas a
favor da recém-fundada Transpasso Transporte Coletivo ltda
(PMPF, 2014).
Figura 49 - Redes de infraestrutura
Fonte: Autor, 2015
45

b. Situação Atual com 70% dos serviços, seguida da Codepas, com 20% e da
Transpasso, com menos 10%.
O transporte coletivo é operado por três empresas, sendo a
Coleurb, a detentora da maior parte da operação, seguida da
Codepas e da Transpasso. O serviço de controle e gerenciamento
está sob responsabilidade da Prefeitura Municipal através da
Secretaria de Transportes e Serviços Gerais – STSG, que dentre
esta, possui diversas outras funções. Esta mantém alguns meios de
controle sobre o sistema, como o controle da frota e vistorias
periódicas, e, anualmente, um levantamento onde se anotam os
Figura 50 - Gráfico com a distribuição por empresas de acordo com
odômetros e os registros de catracas, permitindo uma estimativa indicadores operacionais
Fonte: PMPF, 2014
de demanda transportada e quilometragem percorrida.
A frota, de acordo com os registros da STSG, possui 152 veículos,

A STSG também mantém certo controle sobre a criação ou sendo distribuídos da seguinte maneira:

extensão de novas linhas, no entanto, cabe a empresa as


especificações de cada linha.

Indicadores Operacionais

Segundo o Levantamento dos Serviços de Transporte Coletivo


(2014), levando em conta os principais indicadores, como frota,
número de viagens, passageiros transportados e quilometragem
percorrida, a maior participação no sistema é da empresa Coleurb, Figura 51 - Gráfico com a distribuição da frota por empresas
Fonte: PMPF, 2014
46

Segundo estudo elaborado pelo Tribunal de Contados do Estado –


TCE-RS (2014), o município possui a segunda frota mais antiga do
estado, com 18 anos de uso. O estudo mostra ainda que apenas 6%
dos veículos em operação são acessíveis, o que contraria a
legislação federal, que determina que todos os veículos deveriam
estar acessíveis até dezembro de 2014. Outro dato relevante é a
ausência de bilhetagem eletrônica, sendo um dos poucos municípios
que ainda não se utiliza desta tecnologia. Figura 52 - Ponto de ônibus na área central
Fonte: Autor, 2015
Infraestrutura
Linhas

Não há, no município, qualquer tipo de infraestrutura prioritária,


A STSG mantém certo controle sobre as linhas operadas, porém
como faixas exclusivas ou preferenciais, ao transporte coletivo.
não há um cadastro específico, cabendo a empresa, por falta de um
Desta forma, o transporte público disputa espaço com os demais
padrão estabelecido, classificar, de forma particular, as linhas
veículos.
operadas.

Os pontos de ônibus, item fundamental para a qualificação do


Algumas linhas apresentam variações de itinerário, como: a. em
transporte urbano, não apresentam, em geral boas condições, em
função de dia ou horário, como nas linhas com destino a
especial na região mais periférica da cidade. Porém, na área central
Universidade, que deixam de operar no domingo; b. em função de
e nas vias que compõem o Anel Viário, o mobiliário destinado a
atendimentos regionais e reforços em horários específicos e c.
este fim é mais adequado e qualificado, apesar de, em pontos de
como reforço em horários pontuais para atender polos específicos.
grande movimento, não atender totalmente os usuários.
47

A Tabela 5 apresenta a relação de linhas operantes na área urbana do município:

Tabela 5 - Características Operacionais das linhas urbanas


Código Linha Empresa Operação Atendimento Frota Viagens Intervalo
DU Sb Dm Du Sb Dm PM/DU
11 Operária – São Cristóvão II Codepas Diametral 2 2 1 28 23 13 0:34
16 Valinhos – Universidade Codepas Diametral Domingos e em alguns 4 2 1 49 26 18 0:20
horários, até a
Petrópolis
18 Jaboticabal – São Luiz Codepas Diametral 1 1 1 14 14 15 1:20
19 São José – Secchi Codepas Diametral 3 2 1 39 25 16 0:25
24 Zacchia – Universidade Codepas Alguns horários via 2 1 1 22 13 14 0:38
Vergueiro
25A Santo Antônio – Donária via Codepas Diametral 1 1 1 15 08 12 1:14
Nino Machado
25b Santo Antônio – Donária via Codepas Diametral 1 1 0 13 12 0 1:13
Sagrada Família
28 Morada do Sol – São Luiz Codepas Diametral 2 1 1 23 14 14 0:44
30 Integração – Universidade Codepas Diametral 2 1 0 19 07 0 0:45
31 Parque Industrial – Universidade Codepas Diametral 2 1 1 19 08 02 0:43
via Italac
32 Morada do Sol – Planaltina via Codepas Diametral 2 1 0 19 10 0 0:41
Jerônimo Coelho
33 Jerônimo Coelho – Prefeitura Codepas Diametral 1 1 0 13 14 0 1:00
via Manoel Portela
01 Vera Cruz – São Cristóvão Coleurb Diametral Alguns horários via 5 3 2 63 40 32 0:16
Bairro Industrial
TA01 São José – Seminário Coleurb Diametral 1 0 0 13 0 0 1:23
TA02 Vera Cruz – São Cristóvão Coleurb Diametral Alguns horários via 1 0 0 15 0 0 1:06
Zácchia
03 Edmundo Trein – São José Coleurb Diametral Alguns horários via 4 3 3 70 48 40 0:14
Túnel e via Sest Senat
TA03 Vila Fátima – Lucas Araújo Coleurb Diametral 1 0 0 16 0 0 1:00
48

Código Linha Empresa Operação Atendimento Frota Viagens Intervalo


DU Sb Dm Du Sb Dm PM/DU
04 Jerônimo Coelho – Coleurb Diametral Aos domingos 30% até 6 4 3 72 34 37 0:14
Universidade via Jardim América São José
TA04 Vila Rodrigues – Nene Graeff Coleurb Diametral 1 0 0 16 0 0 1:00
05 Operária – Petrópolis Coleurb Diametral Alguns horários via 4 3 1 48 37 16 0:18
Cris Plásticos e/ou
BSBios
06 Universidade – Vila Luiza Coleurb Diametral Nos DU e Sábados, 3 2 1 43 29 22 0:23
50% das viagens via
Cel. Chicuta e via
Gen. Osório
07 Hípica – Planaltina Coleurb Diametral 30% via Schilling 6 4 3 66 48 32 0:15
08 Loteamento Umbú – Bom Coleurb Diametral 2 1 1 20 11 10 0:48
Recreio via Vila Isabel
09 Praça Tamandaré – São José Coleurb Radial Alguns horários via 1 1 1 18 18 18 0:52
Maggi e Caixeral
10 Vila Ricci – Garden Clube Coleurb Diametral 3 2 1 38 27 15 0:26
12 Santa Marta – Entre Rios Coleurb Diametral 3 2 2 38 30 30 0:25
13 Lucas Araújo – Parque Coleurb Diametral Viagens se alternam 4 3 2 45 30 26 0:20
Farroupilha via Cel. Chicuta e via
Mato Grosso
14 BR285 – São Luiz Coleurb Diametral 2 2 1 22 19 04 0:45
15 São Luiz – Zacchia Coleurb Diametral Algumas viagens via 4 3 2 45 36 30 0:22
Bairro Industrial
17 São Cristóvão – Universidade Coleurb Perimetral Apenas 3 horários 1 1 0 03 01 00 1:00
20 Petrópolis – Nene Graeff Coleurb Diametral Viagens se alternam 5 3 2 64 38 31 0:14
via Teixeira Soares e
Avenida Brasil
22 Centro – Maggi Coleurb Radial 1 1 1 27 14 14 0:30
23 Planaltina – Universidade Coleurb Perimetral Apenas 3 horários 1 1 0 03 01 00 1:00
25 São José – São Cristóvão via Coleurb Alguns horários via 3 2 1 37 18 15 0:28
Universidade Túnel
49

Código Linha Empresa Operação Atendimento Frota Viagens Intervalo


DU Sb Dm Du Sb Dm PM/DU
26 Centro – Roselândia Coleurb Radial Alguns horários via 2 1 1 33 18 17 0:28
Planaltina
27 Leonardo Ilha – Vera Cruz Coleurb Diametral 2 2 1 25 20 16 0:38
31 Menino Deus – Prefeitura via Coleurb Radial 1 1 1 21 21 19 0:55
Rodoviária
02 Santa Maria – Vila Fátima Transpasso Diametral 5 3 2 62 43 29 0:15
02A Vila Nova – Vila Fátima Transpasso Diametral 2 1 1 27 15 15 0:35
22A Semeato 1 – Vera Cruz Transpasso Diametral 2 2 0 21 12 00 0:37
Cidade Nova – Santa Maria Transpasso Diametral 1 0 0 07 00 00 1:09
TOTAL SISTEMA MUNICIPAL 128 76 43 1349 810 576
Fonte: Autor 2015, adaptado do Levantamento do Transporte Coletivo, 2014

A distribuição das linhas por faixa horária pode ser observada no Desta forma, observa-se que de um total de 41 linhas, 51% destas
gráfico abaixo: tem um tempo de espera entre 20 e 49 minutos.

As linhas urbanas se concentram em torno de dois polos: o centro


da cidade e a Universidade de Passo Fundo, desta forma, as linhas
conectam a área urbana a eles sem nenhum tipo de integração
tarifária (PMPF, 2014).

O município apresenta uma demanda fortemente radial, apesar da


maioria das linhas serem diametrais. Todas as linhas, exceto duas,
passam pela área central da cidade, sobrecarregando o sistema
Figura 53 - Distribuição das linhas por faixa horária
Fonte: Autor, 2015, com base nos dados de PMPF, 2014. viário em seu trecho mais carregado.
50

Figura 54 - Carregamento (ônibus/hora) no pico da manhã em dias úteis


Fonte: PMPF, 2014

Como conclusão, a NT-06 (2014), apresenta que: integração tarifária penaliza os usuários que não
contam com uma linha direta para todos os seus
A cobertura espacial da rede de linhas é bastante destinos desejados, gerando pressões para a criação de
abrangente, mas fica prejudicada pela ausência de uma novas linhas, mesmo em casos de baixa demanda.
política de integração tarifária que possibilite maior
acessibilidade para toda a área urbana. A falta de
51

Figura 55 - Linhas de Transporte Coletivo


Fonte: Adaptador de PMPF/SEPLAN, Autor, 2015
52

3.3. Diagnósticos dos terrenos


intervenção e polos de atratividade importantes a nível municipal.
A Figura 56 mostra a localização dos terrenos para os terminais de
integração propostos, bem como os setores atendidos, os eixos de

Figura 56 - Localização dos terminais propostos


Fonte: Autor, 2015
53

3.3.1. Terreno 1 – Terminal Oeste O fato de sua excelente localização e facilidade de acesso em
relação tanto a Avenida Brasil Oeste – para acesso do BRT, quando
O terreno escolhido para o projeto do Terminal de Integração
das linhas alimentadoras provenientes dos setores 8 e 9 (Santa
Oeste está localizado na confluência das Avenidas Brasil Oeste, da
Marta e Integração respectivamente) justificam sua escolha.
Rodovia RST-153 (Avenida Nossa Senhora Aparecida) e da Rodovia
Ressaltando a proximidade a áreas de ocupação prioritária já
RS-324 (Avenida Perimetral Sul Deputado Guaraci Barroso
determinadas pelo Plano Diretor do município.
Marinho) (Figura 57).
a. Entorno

Foi elaborado um diagnóstico da área estudada, abrangendo um


raio de 200m a partir desta. sendo levantados dados referentes ao
uso do solo, ocupação dos lotes e volumetria das edificações. A
Figura 58 mostra o Mapa Nolli desenvolvido num esquema
figura/fundo, a fim de facilitar a visualização da relação dos espaços
ocupados e ociosos dentro da malha urbana analisada.

Figura 57 - Localização esquemática


Figura 00 – Localização esquemática
Fonte: Autor, 2015

Figura 58 - Mapa Nolli


Fonte: Autor, 2015
54

De acordo com a Figura 59, nos lotes com testada para as rodovias Devido à baixa diversidade do uso do solo, o terminal integrado,
e para a Avenida Brasil, predomina o uso do tipo comércio de enquanto equipamento urbano terá uma função, não apenas de
grande porte, onde se incluem concessionárias de automóveis e transporte, mas também de indutor do desenvolvimento da região,
máquinas agrícolas, comércio de equipamentos pesados ou em através do adensamento e do uso misto, garantidos pelas diretrizes
atacado e oficinas mecânicas de maior porte. Nas faces voltadas propostas neste projeto.
para o interior do bairro, prevalece o uso do tipo residência
unifamiliar de um pavimento.
b. Terreno

Dimensões, topografia e condicionantes climáticos e


legais.

O lote escolhido para a elaboração da proposta do Terminal


Oeste tem 82,39m de testada para a Rodovia RST-153 e possui
uma área de 9.936,78m².

Tem uma topografia plana em grande parte, no entanto, no


quadrante nordeste possui um declive acentuado de 6 metros. Está
localizado dentro da Macrozona Urbana, na Zona de Produção
Urbana, que, de acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado do Município (2006), deve seguir as seguintes diretrizes:
TO = 60% CA = 0,8 CID = 60m² LM = 300 m².

Figura 59 - Uso do Solo


Fonte: Autor, 2015
55

Levantamento fotográfico

Através da Figura 62, é possível identificar as vistas apresentadas na


Figura 63.

Figura 60 - Levantamento planialtimétrico e de condicionantes físicos e


climáticos
Fonte: Autor, 2015

Figura 62 – Mapa de Vistas


Fonte: Autor, 2015

Figura 61 - Corte do Terreno


Fonte: Autor, 2015
56

Avenida Brasil Oeste como vias arteriais. Possuem,


respectivamente, pavimentação em paralelepípedo e asfalto. No
entroncamento destas, há uma rotatória estendida que já apresenta
esgotamento de sua capacidade.

Figura 63 - Vistas do terreno


Fonte: Autor, 2015
Sistema Viário

O Sistema Viário do entorno é demonstrado na Figura 64, e é


composto por vias de sentido duplo, sendo classificadas as ruas
Figura 64 - Sistema Viário do entorno
laterais à rodovia como locais e as Rodovias RST-153 e RS-324 e a Fonte: Autor, 2015
57

Não há pontos de táxi nas proximidades. Há apenas um ponto de realizado de forma individual através do sistema fossa-filtro-
ônibus, localizado na rua lateral voltada para a RST-153. Em um raio sumidouro. A Figura 65 demostra a distribuição das redes no local.
de 400m, há 10 linhas que atendem o lote, sendo listadas na Tabela
6.

Tabela 6 - Linhas do transporte coletivo que atendem o lote


Código Linha Empresa
18 Jabuticabal – São Luiz Codepas
28 Morada do Sol – São Luiz Codepas
30 Integração – Universidade Codepas
31 Parque Industrial – Universidade Codepas
32 Morada do Sol – Planaltina – Via J. Coelho Codepas
33 Jerônimo Coelho – Prefeitura – Via M. Portela Codepas
TA1 São José – Seminário Coleurb
04 Jerônimo Coelho – Universidade Coleurb
08 Loteamento Umbú – Bom Recreio Coleurb
32 Nossa Senhora Aparecida – São Cristóvão II Coleurb
Fonte: Autor, 2015

Redes de infraestrutura

O terreno é servido, através das vias laterais à rodovia, pelas redes


de infraestrutura existente: abastecimento de água e luz. Há ainda Figura 65 - Redes de Infraestrutura do entorno
uma boca-de-lobo na testada voltada para a RST-153. Não existe Fonte: Autor, 2015

nenhum tipo de sistema cloacal no local, sendo o tratamento


58

3.3.2. Terreno 2 – Terminal Leste O lote situa-se a menos de 600m da interseção da Avenida
Brasil com a BR-285, em localização estratégica para atender ao
Para o Terminal Leste foi escolhido o lote situado na Avenida Brasil
setor 11 – composto pelos bairros São José, Coronel Massot e
Leste esquina com a Rua Claro Gomes e fundo com a Rua Moron
Leonardo Ilha e parte do setor 5, englobando o Loteamento Parque
(Figura 66).
Farroupilha, bem como as instituições de ensino: a Universidade de
Passo Fundo, o Instituto Federal Sul-Riograndense e a Faculdade
Ideau, a um shopping center, atualmente em construção, ao lado do
terreno escolhido e fácil acesso ao Aeroporto.

a. Entorno

A partir de um raio de 200m, foi elaborado um diagnóstico da área


de intervenção. Para isso, foram levantados dados referentes ao uso
do solo, ocupação dos lotes e volumetria das edificações. A Figura
67 mostra o Mapa Nolli desenvolvido num esquema figura/fundo a
fim de facilitar a visualização da relação dos espaços ocupados e
ociosos dentro da malha urbana analisada.

Figura 66 - Localização esquemática


Fonte: Autor, 2015
59

Figura 67 - Mapa Nolli


Fonte: Autor, 2015

A Figura 68 mostra uma maior diversidade entre os usos. É possível


verificar a presença de edifícios multifamiliares de pequeno porte,
de comércio e serviço, de uma instituição de ensino, e de um
shopping center em construção lindeiro ao terreno.

Figura 68 - Uso do Solo


Fonte: Autor, 2015

Como é possível verificar no mapa acima, o entorno apresenta


ainda diversos lotes ociosos, o que garante à área um grande
potencial de adensamento. O terminal integrado visa, além de
60

atender os usuários provenientes do entorno e dos bairros


próximos, a locomoção até estes polos de interesse formados ou
em formação, além de garantir uma oferta adequada a uma
demanda por vir, estimulando o uso misto e a disseminação de
comércio e serviço, ampliando os subcentros regionais.

b. Terreno

Dimensões, topografia e condicionantes climáticos e


legais.

Para a proposta do Terminal Leste, o lote escolhido tem uma forma


irregular, onde na maior dimensão possui 209m de comprimento
por 40m de largura. Figura 69 - Levantamento planialtimétrico e de condicionantes físicos e
climáticos
Tem uma topografia em desnível suave, totalizando 7 metros de Fonte: Autor, 2015

frente a fundos. Está localizado dentro da Macrozona Urbana, na


Zona de Ocupação Intensiva 2 que, conforme o PDDI do Município
(2006), deve seguir as seguintes diretrizes: TO - 80% para Base, até
Figura 70 - Corte do terreno
10m de altura e 60% para os demais pavimentos. CA = 3,6, CID = Fonte: Autor, 2015

10m², LM = 300 m².


61

Levantamento fotográfico

Através da Figura 71, é possível identificar as vistas apresentadas na


Figura 72.

Figura 71 - Mapa de Vistas Figura 72 - Vistas do terreno


Fonte: Autor, 2015 Fonte: Autor, 2015
62

Sistema Viário Não há pontos de táxi na área analisada. Dentro do raio de


abrangência estudado, na Avenida Brasil, há um conjunto de pontos
O Sistema Viário do entorno é composto por vias de sentido
de ônibus no cruzamento com a Avenida Rui Barbosa e outro com
duplo. A Avenida Brasil Leste se enquadra no tipo arterial, a
a Avenida Dr. César Santos. Na Rua Moron, há outro ponto. O
Avenida Rui Barbosa e a Avenida Doutor César Santos como
lote é atendido por 18 linhas, sendo listadas na Tabela 7.
coletoras e as demais como locais. Possuem pavimentação em
paralelepípedo ou asfalto. Tabela 7 - Linhas do transporte coletivo que atendem o lote
Código Linha Empresa
16 Valinhos – Universidade Codepas
18 Jabuticabal – São Luiz Codepas
19 São José – Secchi Codepas
24 Zacchia – Universidade Codepas
28 Morada do Sol – São Luiz Codepas
30 Integração – Universidade Codepas
31 Parque Industrial – Universidade Codepas
33 Jerônimo Coelho – Prefeitura – Via M. Portela Codepas
TA1 São José – Seminário Coleurb
03 Edmundo Trein – São José Coleurb
04 Jerônimo Coelho – Universidade Coleurb
06 Vila Luiza – Universidade Coleurb
13 Lucas Araújo – Parque Farroupilha Coleurb
14 BR-285 – São Luiz Coleurb
17 São Cristóvão – Universidade Coleurb
Figura 73 - Sistema Viário do entorno 23 Planaltina – Universidade Coleurb
Fonte: Autor, 2015
63

25 São José – São Cristóvão – Via Universidade Coleurb


27 Leonardo Ilha – Vera Cruz Coleurb
Fonte: Autor, 2015

Redes de infraestrutura

O terreno é servido, em ambas as vias, pelas redes de


infraestrutura existente: abastecimento de água e luz. Somente na
Avenida Brasil há drenagem pluvial. Não há sistema cloacal no
entorno, sendo o tratamento realizado de forma individual através
do sistema fossa-filtro-sumidouro. A Figura 74 demonstra a
distribuição das redes no local.

Figura 74 - Redes de Infraestrutura do entorno


Fonte: Autor, 2015
64

3.3.3. Terreno 3 – Terminal Sul Vila Mattos, bem como pelo fato de estar alocado em uma área de
ocupação prioritária, onde será possível induzir o crescimento da
Para o Terminal Sul, foi escolhido o terreno localizado no
região.
cruzamento da Avenida Presidente Vargas e Rua Cintia de Oliveira
da Silva (Figura 75). a. Entorno

O diagnóstico da área de intervenção foi delimitado partir de um


raio de 200m. Para isso, foram levantados dados referentes ao uso
do solo, ocupação dos lotes e volumetria das edificações. A Figura
76 mostra o Mapa Nolli desenvolvido num esquema figura/fundo a
fim de facilitar a visualização da relação dos espaços ocupados e
ociosos dentro da malha urbana analisada.

Figura 75 - Localização esquemática


Fonte: Autor, 2015
Figura 76 - Mapa Nolli
Fonte: Autor, 2015
O terreno foi escolhido devido a sua localização estratégica em
relação a porção sul do Setor 12 – São Cristóvão e ao Setor 14 –
65

A Figura 77 mostra a predominância do tipo residencial unifamiliar Como possível analisar nos mapas acima, nota-se a predominância
de um pavimento. É possível verificar, ainda, a presença de algumas dos vazios sobre os cheios, já que a área em frente ao lote foi
indústrias de pequeno porte naquela região. enquadrada, pelo PDDI, em Zona de Recuperação Ambiental, na
qual nada se pode edificar. No entanto, a área onde o terreno está
inserido está demarcada como Área de Ocupação Prioritária,
consequentemente, assim que loteada, a área estudada passará a ter
uma maior densidade populacional. O Terminal Integrado passará a
exercer um o papel de um subcentro, fomentando o uso misto e o
desenvolvimento da região, de acordo com as diretrizes propostas
neste trabalho.

b. Terreno

Dimensões, topografia e condicionantes climáticos e


legais.

Para a proposta do Terminal Sul, o lote escolhido tem 246,94m de


comprimento por 53m de largura.

Tem uma topografia mais suave nos acessos, mas à medida que se
aproxima do centro fica mais acentuado, chegando a ser 5m abaixo
do nível da rua. Está localizado dentro da Macrozona Urbana, na
Zona de Ocupação Extensiva que, conforme o PDDI do Município
Figura 77 - Uso do Solo
Fonte: Autor, 2015
66

(2006), deve seguir as seguintes diretrizes: TO = 60%, CA = 1,2,


Levantamento fotográfico
CID = 25m², e LM = 300m².

Figura 78 - Levantamento planialtimétrico e de condicionantes físicos e Figura 80 - Mapa de vistas


climáticos Fonte: Autor, 2015
Fonte: Autor, 2015

Figura 79 - Corte do terreno


Fonte: Autor, 2015
67

Sistema Viário

Dentro das características correspondentes à hierarquia viária, a


Avenida Presidente Vargas se enquadra como via arterial, sendo as
demais consideradas locais. A via lateral ao terreno não é
pavimentada.

Figura 81 - Vistas do terreno


Fonte: Autor, 2015

Figura 82 - Sistema Viário do entorno


Fonte: Autor, 2015
68

Na região, não há pontos de táxi. Há apenas um conjunto de


pontos de ônibus, localizado no entroncamento das Avenidas
Presidente Vargas e Jornalista Múcio de Castro. Há 7 linhas que
atendem o lote, sendo listadas na Tabela 8.

Tabela 8 - Linhas do transporte coletivo que atendem o lote


Código Linha Empresa
01 Vera Cruz – São Cristóvão Coleurb
09 Praça Tamandaré – São João Coleurb
17 São Cristóvão - Universidade Coleurb
22 Centro – Maggi Coleurb
25 São José – São Cristóvão – Via Universidade Coleurb
26 Centro – Roselândia Coleurb
32 São Cristóvão II – Nossa Senhora Aparecida Coleurb
Fonte: Autor, 2015.
Redes de infraestrutura

As redes de energia e água chegam ao terreno através da Avenida


Presidente Vargas. Não há, no trecho, drenagem pluvial e tampouco
esgoto cloacal, sendo o tratamento realizado de forma individual Figura 83 - Redes de Infraestrutura do entorno
Fonte: Autor, 2015
através do sistema fossa-filtro-sumidouro. A Figura 83 demostra a
distribuição das redes no local.
69

3.4. Síntese da Legislação O Art. 31 define o Sistema Municipal de Mobilidade através de


elementos estruturadores, que são: o sistema viário municipal, o
Para o desenvolvimento do projeto foram consultados as
sistema viário urbano, modalidades de transporte e a gestão de
legislações municipais pertinentes como o Plano Diretor de
mobilidade.
Desenvolvimento Integrado e o Código de Obras. A NBR 9050,
O Artigo 34 determina diretrizes para a mobilidade no
referente a acessibilidade universal e a NBR 9077, quanto a saídas
município:
de emergência em edifícios. Foi consultado também o Manual do
I - integração da mobilidade à política de
BRT. desenvolvimento local;
II - priorização aos pedestres, ao transporte
coletivo e de massa;
3.4.1. Plano Diretor III - organização do transporte coletivo para o
atendimento das necessidades de
O Capítulo IV define o que se entende por mobilidade e traz deslocamento da população;
IV - potencialização e diversificação dos meios
diretrizes para o município. de transporte;
V - articulação dos sistemas de transporte
O Art. 30 define mobilidade como: coletivo e de cargas por integração modal;
VI - redução das distâncias a percorrer, das
Entende-se por Mobilidade o conjunto de necessidades de deslocamento, e os tempos
políticas e ações de transporte e de circulação, de viagem e dos custos operacionais;
com a finalidade de proporcionar a VII - qualificar o sistema de atendimento às
acessibilidade universal, ampla e democrática pessoas portadoras de necessidades especiais;
ao espaço urbano, priorizando os modos de VIII - promoção à implantação de
transporte coletivo e os não motorizados, o estacionamentos e garagens;
que inclui a organização e normatização do IX - valorização e hierarquização do sistema
sistema viário urbano e rural, do transporte viário;
coletivo, da qualificação de calçadas e passeios X - minimização dos impactos das linhas
públicos, das modalidades de transporte, da ferroviárias no espaço urbano.
comunicação visual e da gestão da mobilidade
em geral. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 299/2012).
70

O Art. 35 determina a elaboração do Plano Diretor de c) Manual do BRT – Elaborado pelo Institute for
Mobilidade, bem como suas diretrizes básicas.
Transportation e Development Policy: Consulta às diretrizes
No Anexo 2 – Tabelas de Usos não há especificações para a básicas para a elaboração de um projeto de linhas de BRT
atividade denominada Terminal de Transbordo ou similar, desta
forma, adota-se como Conforme, quanto ao Anexo 4 – Uso do
Solo.

3.4.2. Código de obras

a) Instalações sanitárias: O art. 137 determina que para


edifícios de escritórios, consultórios ou congêneres, será
exigido apenas um sanitário nos conjuntos e unidades
autônomas com área máxima de 150,00m2.

3.4.3. Outras Normas

Constituem base para o desenvolvimento do projeto as


seguintes normas.
a) NBR 9050 - Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços
e Equipamentos Urbanos: Dimensionamento de rampas, banheiros
adaptados a portadores de necessidades especiais, dos acessos às
calçadas, e da sinalização podotátil.
b) NBR 9077 – Saídas de emergência em edifícios: A categoria
da edificação se enquadra na F-4 – Terminais de Transbordo
71

4.1. Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento


4. DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE
NECESSIDADES O pré-dimensionamento apresentado abaixo foi desenvolvido com
O programa de necessidades desenvolvido nesta etapa tem como base no programa de necessidades já elaborado e apresenta-se
base os estudos de caso realizados e devidamente adaptados para a dividido em setores. As Tabela 9 e Tabela 10 trazem o pré-
realidade do município de Passo Fundo. Foi considerada também dimensionamento do Terminal de Integração e das Estações do
uma estimativa da demanda no futuro, prevendo as dimensões para BRT, respectivamente.
tal.

Tabela 9 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento


TERMINAIS DE INTEGRAÇÃO
Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m²
Área de catracas Catracas de três braços, catracas acessíveis, 70,00m²
terminais de auto-atendimento
Acesso Bicicletário Suporte para bicicletas 30,00m²
Bilheteria Balcão de atendimento, cadeira 10,00m²
Sub Total do Setor 110,00m²
Plataformas de embarque e desembarque Bancos, suporte de descanso, lixeiras, painéis 150,00m²
informativos e publicitários
Box para ônibus articulado 60,00m²
Plataformas
Box para ônibus padron/convencional 45,00m²
Mangueira p/ 3 ônibus 180,00²
Sub Total do Setor 345,00m²
72

Sanitário Masculino Acessível Pias, bacias sanitárias e mictórios 13,05m²


Apoio Sanitário Feminino Acessível Pias e bacias sanitárias 13,05m²
Sub Total do Setor 26,10m²
Administrativo Escrivaninhas, armários e cadeiras 18,00m²
Lavabo Adm Pia e bacia sanitária 2,40m²
Operacional Sala de Controle operacional Escrivaninhas, arquivos e monitores 9,15m²
Guarita Bancada e cadeira 3,80m²
Sub Total do Setor 35,35m²
DML Tanque, armários 5,40m²
Depósito de Lixo 4,50m²
Copa/Estar Funcionários Pia, frigobar, micro-ondas, mesa, sofá 9,00m²
Serviço
Vestiário Masculino c/ Sanitário Pia, bacia sanitária, chuveiro, armários 7,00m²
Vestiário Feminino c/ Sanitário Pia, bacia sanitária, chuveiro, armários 7,00m²
Sub Total do Setor 32,90m²
Área Total 547,30m²
Fonte: Autor, 2015
73

Tabela 10 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento


ESTAÇÕES BRT
Setor Nome do compartimento Mobiliário necessário Área útil em m²
Acesso Área de catracas Catracas de três braços, catracas acessíveis, 27,00m²
terminais de auto-atendimento
Bilheteria Balcão de atendimento, cadeira 1,50m²
Sub Total do Setor 28,5m²
Plataformas Plataformas de embarque e desembarque Bancos, suporte de descanso, lixeiras, painéis 60,00m²
informativos e publicitários
Sub Total do Setor 60,00m²
Serviço Lavabo Pia e bacia sanitária 1,00m²
Sub Total do Setor 1m²
Área Total 89,50m²
Fonte: Autor, 2015
74

4.2. Fluxograma

4.2.1. Diagrama da Rede

Em uma macroescala, foi elaborado um diagrama apresentando as


linhas, serviços e fluxos do sistema (Figura 84).

Figura 84 - Diagrama da rede


Fonte: Autor , 2015
76

Desta forma, o sistema foi subdividido em dois subsistemas, de Quanto à operação, esta se classifica em:
acordo com as características de cada serviço: a. BRT, onde a linha opera exclusivamente no corredor, sendo o
a. O subsistema Estrutural é destinado a atender a grande demanda embarque, desembarque e pagamento realizado nas estações.
dos principais eixos de circulação. É servido por veículos de médio b. Mista, quando a linha opera tanto dentro como fora do corredor
e grande porte. Compreende os serviços Troncais, Perimetral e BRT, a fim de alcançar outros polos. Possui portas em ambos os
Coletores. lados, sendo a esquerda ao nível da estação e pagamento externo e
a direita ao nível do passeio, com pagamento embarcado.
b. Já, o subsistema Local cumpre itinerários menores, alimentando a c. Comum, de forma tradicional, com embarque em pontos comuns
rede estrutural. Opera com veículos menores e envolve os serviços e pagamento embarcado.
Alimentadores e Radiais.
Quanto ao tipo de veículo:
Tabela 11 - Classificação por tipo de veículo
Número de Posição do
Veículo Comprimento PBT Potência
Passageiros Motor

Micro-ônibus 8,3m 40 8,5ton 135-160 cv Dianteiro

Midibus/Micrão 9,5-10,5m 67 12-15ton 160-190 cv Dianteiro


77

Número de Posição do
Veículo Comprimento PBT Potência
Passageiros Motor

Convencional 11,5-12,6m 85 17ton 180-220 cv Dianteiro

12,6-14m (15m c/ Central ou


Padron 100 18ton 200-350 cv
3º eixo) traseiro

Central ou
Articulado 18-21m 158 30ton 300 cv
traseiro

Fonte: Autor, 2015, adaptado de URBS, 2013


78

Desta forma, os serviços ficam especificados conforme a tabela abaixo:

Tabela 12 - Classificação de serviços


REDE INTEGRADA DE MOBILIDADE
SISTEMA DE TRANSPORTE URBANO
Subsistema Serviço Operação Característica Tipo de veículo
Conecta os Terminais de Integração
Articulado
Troncal entre si e ao centro da cidade através
BRT
dos corredores exclusivos e das estações Padron
ao longo do trajeto.
Realiza a ligação entre os Terminais de
Estrutural Integração e também a polos de grande
Perimetral Mista Padron
atratividade sem passagem pela área
central
Liga os eixos, no sentido Norte, ou Sul,
Coletora Mista às Estações Intermediárias através do Padron
corredor BRT e do Anel Viário Central
Convencional
Comum Com itinerários menores, levam o
Alimentador usuário do bairro até o terminal de Midibus
Mista*
Local integração mais próximo. Micro-ônibus
Fazem a ligação direta bairro-centro, Convencional
Radial Comum onde não houver a possibilidade de
Midibus
troncalização.
*Somente em linhas que integram em Estações Intermediárias
Fonte: Autor, 2015
79

4.2.2. Edificações partir da análise do programa de necessidades e dos fluxos entre


cada setor, bem como o acesso de pedestres e de veículos em
Quanto às edificações-tipo, o Terminal de Integração (Figura 85) e a
operação.
Estação do BRT (Figura 86), os fluxogramas foram organizados a

Figura 85 - Fluxograma Terminal de Integração


Fonte: Autor, 2015

Figura 86 - Fluxograma Estação BRT


Fonte: Autor, 2015
80

em especial ao transporte de massa através do sistema BRT,


5. PARTIDO GERAL
articulando uma configuração tronco-alimentadora (Figura 89).
5.1. Conceito Geral

Evolução do transporte público visando uma melhor qualidade de


vida urbana.

Figura 88 - Bases do projeto


Fonte: Autor, 2015

Figura 87 - Croqui do conceito


Fonte: Autor, 2015

Proporcionar a qualificação da mobilidade urbana com a criação de


uma Rede Integrada de Mobilidade, através da priorização do
transporte público, cicloviário e peatonal (Figura 88). Desta forma,
tem-se a intenção de capacitar o espaço urbano para receber uma Figura 89 - Mudança do sistema para o conceito de Rede Integrada
Fonte: Autor, 2015
divisão justa, através do privilégio aos transportes mais sustentáveis,
81

5.2. Conceito Arquitetônico

O conceito geral das edificações baseia-se na leveza e na


transparência para a menor interferência possível no entorno.

Através de linhas retas e volumetria linear, a estação toma forma a


partir de sua funcionalidade, remetendo ao seu fluxo e ao
movimento tanto interno, quanto externo. O módulo de acesso Figura 90 - a) Cobogo b) Placa Metálica
recebe um tratamento fechado a fim de priorizar a privacidade do Fonte: a) Guerra, 2015, b) Finotti, 2015

usuário ao acessar a estação. A cobertura foi elevada, deixando um vão livre superior entre o
fechamento em vidro e a mesma, priorizando a ventilação natural.
O cobogó surgiu na década de 1920, em Recife, como forma de
Já a plataforma de embarque ganha formas transparentes. Deste
permitir uma permeabilidade visual, ventilação e iluminação. Desde
modo, a edificação acontece através de traçados modernistas e
então, tornou-se elemento presente na arquitetura moderna
minimalistas, como na Glass House (1949), de Philip Johnson (b), na
brasileira, tornando-se um componente ícone deste movimento no
Casa Farnsworth (1951), de Mies van der Rohe (a), bem como na
Brasil (DELAQUA, 2015). Partindo destes princípios, utilizou-se
Casa de Vidro (1951), de Lina Bo Bardi (c) (Figura 91).
placas metálicas perfuradas para o fechamento da edificação,
realizando a transição entre o opaco (do módulo de acesso) e o
translúcido (da plataforma), de forma a remeter a este elemento,
favorecendo não somente às questões de conforto térmico, como
também, criando um ambiente com diferentes sensações e cenários
conforme a insolação e a iluminação. Figura 91 - Casas de vidro
Fonte: a) Kramer, 2015, b) Robbins, 2015, c) Selmie, 2015
82

Quanto à estrutura, esta tem a finalidade de transmitir as cargas da


cobertura ao solo. No entanto, ela deve integrar a composição
arquitetônica, de forma que se optou por pilares em V, metálicos e
tubulares, de maneira a compor a leveza trazida pelo edifício. Esse
tipo de estrutura visa remeter aos galhos das árvores oriundas dos
eixos de intervenção do projeto (Figura 92) (a). Remete-se ainda à
arquitetura modernista de Oscar Niemeyer, como no Hotel Tijuco,
de 1951 (b).

Figura 93 - Evolução do conceito arquitetônico


Fonte: Autor, 2015

Figura 92 - Relação da estrutura em V


Fonte: Autor, 2015, b) FINOTTI, 2015
83

5.3. Diretrizes Urbanas Desta forma, há o incentivo ao uso misto e o controle para uma
densidade adequada, além de oferecer espaços públicos de
A fim de utilizar-se do potencial oferecido pela infraestrutura
qualidade, permitindo deslocamentos eficientes e de ampla
proposta, aplicam-se diretrizes urbanas voltadas para o
conectividade e favorecendo a interação social.
Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT).

Utilizou-se do conceito de Sistema Trinário de Circulação (Figura


94), a fim de induzir o crescimento e criar alternativas tanto para o
transporte coletivo quanto para o transporte individual.

Figura 95 - Croqui DOT


Fonte: Autor, 2015

Assim, a fim de direcionar o uso e a ocupação do solo a esses


princípios, criaram-se duas novas zonas, com os seguintes
parâmetros:

Figura 94 - Esquema Sistema Trinário


Fonte: ITDP, 2015
84

Tabela 13 - Zonas criadas e as respectivas diretrizes

Zona Índices Diretrizes


E1 – Eixo CA Mín: 1 Fachada Ativa 70% obrigatória – uso não-residencial não computável
Estrutural 1 CA Max: 4 Recuos Recuo frontal de 2m até 15m de altura para
TO: 80% ampliação do passeio público
Gabarito máximo Térreo + 10 pavimentos
Usos conformes R3, CS1, CS2, CS10, CS12, CS13, CS18, CS19, CS20, CS23, CS25,
CS27¹
Tipologia não permitida Pavilhão
Acesso Livre Incentivar a ausência de fechamento público x privado
E2 – Eixo CA Mín: 1 Fachada Ativa 70% obrigatória – uso não-residencial não computável
Estrutural CA Max: 3,6 Recuos Recuo frontal de 2m até 15m de altura para
TO: 80% ampliação do passeio público
Gabarito máximo Térreo + 8 pavimentos
Usos desconformes R3, CS1, CS2, CS3, CS10, CS12, CS13, CS18, CS19, CS20, CS23, CS25,
CS27¹
Tipologia não permitida Pavilhão, exceto para o uso CS3
Acesso Livre Incentivar a ausência de fechamento público x privado
¹Ver Anexo I – Anexo II do PDDI de Passo Fundo
Fonte: Autor, 2015
85

Assim, as Avenidas Brasil e Presidente Vargas passam a ter o Coronel Pelegrini e José Bonifácio, passam a ter característica
Corredor BRT, margeadas por vias de tráfego misto, que dão Arterial, conduzindo o tráfego misto em sentidos opostos de
acesso aos lotes. O novo zoneamento se aplica aos lotes com circulação.
testada para as vias citadas. Para compor o sistema trinário de
circulação, as Ruas Independência, Uruguai, Morom, Paissandú, As diretrizes propostas são apresentadas na Figura 96.

Figura 96 - Diretrizes Urbanas


Fonte: Autor, 2015
86

5.4. Zoneamento

O Terminal de Integração apresentado será o Terminal Oeste. No entanto, este se compõe por módulos, o que faz possível, mediante
adaptações, a sua implantação nos demais terrenos.

Tabela 14 - Zoneamento proposto para o Terminal de Integração


Terminal de Integração
Critérios Avaliação
Funcionalidade Apresenta três plataformas lineares e dois acessos de
veículos, um em cada extremidade. O acesso de
pedestres se dá através de uma praça proposta.
Possibilidade de adaptação conforme local a ser
implantada.
Forma Forma uma implantação em malha permitindo os fluxos
adequados.
Sistema construtivo Estrutura metálica distribuída em malha através de uma
modulação e bloco de acesso em concreto aparente.
Conclusões A proposta se apresenta como mais adequada devido à
possibilidade dos dois acessos nas extremidades,
proporcionando melhores fluxos de acordo com cada
tipo de linha.
Ampliação – Ver Anexo II
Fonte: Autor, 2015
87

Será apresentada uma estação-tipo de BRT, que deve ser adaptada conforme a necessidade de demanda e a especificidade de cada local.
Tabela 15 - Zoneamento proposto para a Estação BRT
Estação BRT

Critérios Avaliação
Funcionalidade Plataforma linear com acesso em uma das extremidades e área para embarque e desembarque em ambos os sentidos.
Flexibilidade para a implantação de acordo com cada situação.

Forma Forma linear

Sistema construtivo O sistema construtivo se constitui em estrutura metálica com fechamentos em vidro e o bloco de acesso em concreto aparente.
Conclusões A proposta se apresentou mais viável devido a atender os parâmetros de funcionalidade necessários para o bom andamento das
atividades da estação.
Fonte: Autor, 2015
88

5.5. BRT Proposto

Figura 97 - BRT Proposto


Fonte: Autor, 2015
89

5.6. Detalhamentos Urbanos

5.6.1. Det. 1 – Avenida Brasil Leste

Detalhamento Urbano da Avenida Brasil Leste entre as ruas Olavo Bilac e Afonso Pena. Configuração padrão para toda Avenida Brasil Leste.

Figura 98 - Detalhamento Urbano 1 - Avenida Brasil Leste


Fonte: Autor, 2015
90

Figura 99 - Corte da via: situação existente e proposta


Fonte: Autor, 2015
91

Figura 100 – Perspectiva


Fonte: Autor, 2015
92

5.6.2. Det. 2 – Avenida Presidente Vargas

Detalhamento Urbano da Avenida Presidente Vargas entre as ruas Artur Bernardes e Ipiranga. Configuração padrão para toda Avenida
Presidente Vargas e Avenida Brasil Oeste no trecho compreendido pela Rua Livramento e RS-324.

Figura 101 - Detalhamento Urbano 2 - Avenida Presidente Vargas


Fonte: Autor, 2015
93

Figura 102 - Corte da via: situação existente e proposta


Fonte: Autor, 2015
94

Figura 103 – Perspectiva


Fonte: Autor, 2015
95

5.7. Projetos Arquitetônicos

5.7.1. Estação BRT

Figura 104 - Planta Baixa


Fonte: Autor, 2015

Figura 105 – Fachada


Fonte: Autor, 2015
96

Figura 106 - Corte esquemático


Fonte: Autor, 2015

Figura 107 - Perspectivas


Fonte: Autor, 2015
97

5.7.2. Terminal de Integração Oeste

Figura 108 – Implantação


Fonte: Autor, 2015
98

Figura 109 - Planta Baixa – Bloco


Fonte: Autor, 2015
99

Figura 110 – Corte


Fonte: Autor, 2015

Figura 111 - Fachada


Fonte: Autor, 2015
100

6. CONCLUSÕES
Muito mais que um meio de transporte, o que se propõe neste
Por meio deste estudo desenvolveu-se a proposta da Rede
trabalho é uma nova visão de cidade. Visão esta que prioriza a sua
Integrada de Mobilidade para o município de Passo Fundo, de forma
história, que mantém seus espaços públicos e que valoriza o seu
que cumpra todos os objetivos previamente definidos.
cidadão. Assim sendo, pretende-se mudar a imagem da cidade,
O BRT cortará a cidade de leste a oeste e do sul ao centro, através da requalificação de seus maiores eixos, de forma a induzir
atingindo os eixos de maior demanda, e, através de uma gama de o desenvolvimento do município de forma mais sustentável,
linhas alimentadoras e perimetrais, conectar toda a malha urbana, impactando positivamente nos deslocamentos de cada pessoa, e
servindo a um público-alvo amplo e variado. Aliado a isso, há ainda consequentemente, numa maior qualidade de vida. Dar o espaço
a infraestrutura cicloviária, as diretrizes de uso do solo e de necessário a cada modal e priorizando quem transporta mais é a
alternativas viárias aqui propostas, a fim de direcionar o forma de trazer esse impacto para a vida de Passo Fundo.
crescimento da cidade orientado aos eixos de transporte.

Os equipamentos de integração aqui propostos pretendem ainda


qualificar o sistema, de forma a impactar positivamente tanto o
usuário, quanto a paisagem urbana. Dessa forma, buscaram-se
edificações leves, onde se traz a transparência como principal
premissa a fim de reduzir os impactos visuais no meio urbano. Junto
a isso, propõe-se ainda o uso de materiais adequados ao conforto
térmico dentro das edificações.
101

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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WRIGHT, L.; HOOK, W. Manual de BRT: Guia de


Planejamento. Ministério das Cidades, Brasília, Brasil, 2008.
106

Mercearia/ Hortifrutigrangeiros
8. ANEXOS Mini-Mercado
Padaria/ Confeitaria
Anexo I – Anexo II do PPDI de Passo Fundo
Peixaria
USO ATIVIDADE Sapataria
RESIDENCIAL Serviço Autônomo sem sede, sem depósito e sem
R.1 Residencial Tipo I atendimento ao público
Residência unifamiliar CS.2 Comércio Varejista e Serviços Tipo II
R.2 Residencial Tipo II Academia de ginástica
Residência multifamiliar horizontal Agência de Turismo/ Publicidade
R.3 Residencial Tipo III Beneficiamento, manipulação de cosméticos, perfumarias e
Residência multifamiliar vertical afins
R.4 Residencial Tipo IV Brinquedos/ Artigos Plásticos
Habitação de interesse social Casa Lotérica
R.5 Residencial Tipo V Com. Aparelhos e Equipamentos Elétricos /Eletrônicos
Chácara familiar Com. Aparelhos e Equipamentos Médicos e Odontológicos
COMÉRICO E SERVIÇOS Com. De Artigos Camping/ Caça/ Pesca
CS.1 Comércio Varejista e Serviços Tipo I Com. de Componentes e Equipamentos para Informática
Açougue/ Comércio de Embutidos Com. de Ferragens/ Ferramentas/ Material Elétrico
Alfaiate/ Bordadeira/ Costureira/ Crocheteira Com. Jogos/ Fitas/ DVD
Armazém Com. Material Fotográfico/ Estúdio/ Filmagem
Bar diurno Comércio de Bebidas
Bomboniere Comércio de Confecções/ Calçados/ Armarinhos/
Cafeteria Acessórios
Chaveiro Conserto de Elétricos/Eletrônico/Equipamentos
Comércio de Alimentos Especializado Escritório Sede de Empresa
Comércio de Refeições Embaladas Estética Animal/ Artigos e produtos veterinários p/ animais
Comércio de Sorvetes e Gelados domésticos
Instituto de Beleza/ Manicure e Pedicure/ Depiladora/ Farmácia/ Drogaria/manipulação
Bronzeamento/Barbeiro Floricultura
Lancheria Lavanderia/ Tinturaria
Massagista/ Massoterapeuta Livraria/ Papelaria/ Revisteira/ Bazar/Decoração
Móveis / Acessórios
107

Óptica/ Relojoaria/ Joalheria CS.5 Comércio Varejista Especial Tipo I


Serviço de Copiadora Com. de Defensivos Agrícolas/ Fertilizantes/ Herbicidas/
Serviços de Administração e Locação de Bens Imóveis Inseticidas
Vigilância e monitoramento patrimonial Com. de Fogos de Artifício
Com. de Gases Industriais e Medicinais
Com. de Produtos Inflamáveis/ Explosivos/ Químicos
CS.3 Comércio Varejista e Serviços Tipo III
CS.6 Comércio Varejista Especial Tipo II
Clínica de animais domésticos
Centros comerciais
Com. de Animais Domésticos
Shopping Center
Com. de Artefatos de Ferro
Supermercados
Com. de Material Hidráulico e Sanitário
CS.7 Comércio de Atacadista e Depósitos Tipo I
Com. de Material p/ Acabamento da Construção
Com. Atacadista dos Usos CS.1, CS.2, CS.3 e CS.6
Com. de Tintas
CS.8 Comércio de Atacadista e Depósitos Tipo II
Com. e Locação Automóveis/ Motocicletas/ Bicicletas /
Com. Atacadista dos Usos CS.4
Acessórios e peças
CS.9 Comércio de Atacadista e Depósitos Especial
Com.de Produtos Agropecuários e insumos agrícolas/
agropecuários, exceto agrotóxicos Com. Atacadista dos Usos CS.5
Desinfecção/higienização /detetização Com. de óleos usados
Estação de Rádio Difusão/Tv /Jornais sem impressão CS.10 Postos de Serviço Tipo I
Funerária Abastecimento combustível de veículos leves
Vidraçarias Borracharia p/ veículos leves
CS.4 Comércio Varejista e Serviços Tipo IV Com. de Gás Liqüefeito
Coleta e Separação de Resíduos - Classe III Lavagem e Lubrificação de veículos leves
Com. de Insumos Agrícolas e Agropecuários Loja de Conveniência
Com. de Cereais/ Sementes CS.11 Postos de Serviço Tipo II
Com. de Máquinas e Equipamentos Agrícolas Abastecimento combustível de veículos de carga
Com. de Materiais de Construção (cimento, areia, madeira, Borracharia p/ veículos de carga
estruturas e similares) Com. de Gás Liqüefeito
Com. de Piscinas e seus Acessórios Frota de veículo Transportador
Com. de Veículos de Carga Lavagem e Lubrificação de veículos de carga
Com. Ferro, Aço e Alumínio Loja de Conveniência
Com. Sucatas em geral Serviço de guincho
Transporte coletivo
Laboratórios em geral
CS.12 Garagens Coletivas
108

Guarda e estacionamento de veículos Clubes


CS.13 Serviços de Diversões e Lazer Tipo I Ginásio de esportes
Bingo Sede Campestre e de Associações
Choperia CS.18 Serviços Profissionais
Cinema Entidades de Classe/ Social/ Serviços/ Assistencial/ Científica-
Drive-in Cultural
Pastelaria Escritórios diversos
Pizzaria Serviços de profissionais liberais e autônomos
Restaurante CS.19 Serviços Bancários e Intitucionais
Serviços de games/ Lan House/ Fliperama Administração pública
CS.14 Serviços de Diversões e Lazer Tipo II Correios
Bailão Estabelecimento Bancário
Bar noturno Fórum
Boate Leilões
Boliche Serviços de factoring
Danceteria Serviços de transporte de valores
Sede social de clube CS.20 Serviços de Alojamento Tipo I
Snooker e outros jogos Casa de Apoio Assistencial
Videoke Casa de Cômodos
CS.15 Serviços de Diversões e Lazer Tipo III Hotel
Circos Lar de Idosos
Parque de Diversões Orfanato
Shows Pensões
CS.16 Serviços de Diversões e Lazer Tipo IV CS.21 Serviços de Alojamento Tipo II
Autódromo Motel
Equitação Drive-in compartimentado
Kartódromos Hotéis Fazenda
Parques Temáticos CS.22 Serviços de Educação
Pesque e Pague Escola de Educação Infantil/Fundamental/ Média/ Superior
Rodeio Escola Especializada
CS.17 Serviços Esportivos Cursos Profissionalizantes
Camping e área de lazer Entidade Educacional
109

CS.23 Serviços de Cultura Canil/ Alojamento de animais domésticos


Teatro CS.30 Serviços de Reparação e Conservação Tipo I
Biblioteca Montagem de quadros de comando
Museu Borracharia
Auditórios Chapeação/ Pintura
Associações culturais Reparação e Manutenção de Veículo Automotor
CS.24 Serviços de Transmissão Reparação e Manutenção de Máquinas/Equipamentos/
Telefonia Aparelhos Elétricos/ Motores
Antenas Serralheria
CS.25 Serviços Religiosos Tornearia
Entidade Religiosa e de Culto CS.31 Serviços de Reparação e Conservação Tipo II
Igreja/ Templo Retificação de motores
CS.26 Serviços Funerários Reparação e Manutenção de Veículos de Carga e Aeronaves
Crematório Jateamento com abrasão
Capela Mortuária CS.32 Comércio Atacadista e Depósito Especial Tipo I
Cemitério CS.33 Comércio Atacadista e Depósito Especial Tipo II
CS.27 Serviços Médicos
Clínicas Especializadas /Médicas/ Odontológicas/ de
Psicologia/ de Fisioterapia/ de Fonodiologia
Laboratórios médicos/ odontológicos / análises clínicas /
patológicas
Serviços na área física para Radioterapia
Banco de sangue
Hospital dia
Ambulatórios
CS.28 Serviços Hospitalares
Pronto Socorro
Entidade Hospitalar
Clínica com internações
CS.29 Serviços Veterinários
Clínica de animais de grande e médio porte/Hospital
Veterinário
Guarda, tratamento e adestramento de animais
110

Anexo II – Zoneamento Terminal de Integração


111

9. APÊNDICES

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