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Introdução
Parte I
- Cláusula compromissória, em seu item 34.5, termos que serão realizados após a tentativa de conciliação
prevista no item 34.2.
A cláusula compromissória consiste na obrigação das partes em aderirem ao modelo do juízo arbitral para
a solução de conflitos ou eventuais desavenças em uma situação futura, portanto, a redação e o aceite
acontecem antes do evento fatídico ocorrer.
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A cláusula cheia, prevista no artigo 5.º, da Lei 9.307/96, estipula a existência de prévia disposição das
regras sobre a forma de instituir e processar a arbitragem, sendo que esta inclusão se dará de forma
expressa ou poderá se reportar às regras de uma instituição arbitral.
- Cláusula vazia (artigo 6.º): compromissória onde não há elementos para que prever a forma de se
instituir a arbitragem, ou seja, não está previsto de forma explicita ou pelo fato do disposto na referida
cláusula não fazer reporte a outra instituição arbitral.
- Cláusula compromissória prevista no artigo 5.º, da Lei 9.307/96: quando se instala o juízo arbitral a outra
parte é notificada, e caso não tome nenhuma providência o procedimento é continuado. Isso diferencia da
cláusula compromissória (artigo 6.º da mesma lei), já que a outra parte não tem a chance de responder a
notificação, e se assim o fizer, será passível de ser citada judicialmente para a instituição do compromisso
arbitral, conforme dispõe o artigo 7.º, do mesmo diploma legal, bem como seus parágrafos.
A arbitragem tenta conciliar as partes, para que não seja preciso a judicialização assim como
desburocratização do processo, porém possui prazo para que o réu sobre a celebração do compromisso
arbitral, a ser lavrado em audiência.
- Minuta avaliada, cláusula compromissória cheia: prevê a arbitragem ad hoc, onde as partes conduzem a
situação com regras definidas por si mesmas ou por regras estabelecidas pelo tribunal arbitral. Essas
regras são ditadas pela UNITED NATIONS COMISSION ON INTERNATIONAL TRADE LAW – UNCITRAL,
além de se estabelecer regras próprias, contidas nas alíneas contidas na cláusula 34.5.
- Vantagens cláusula compromissória cheia: direcionamento para sanar as questões arbitrais desde o início
do contrato celebrado entre as partes. No caso em tela, trata-se de contrato administrativo, a ser firmado
com uma autarquia especial, criada pela Lei 9.478/97.
- Com as regras pré-estabelecidas, atinge-se o ápice da imparcialidade uma vez que as partes acordaram
as tratativas presentes e futuras na assinatura do contrato.
- A cláusula beneficia apenas o contratante, já que custos de todo o procedimento serão suportados pelo
concessionário, ora consulente, sendo que o formato ideal, deveria permitir que as partes, de forma
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proporcional, suportassem os custos de todo o procedimento, inclusive com o pagamento dos honorários
prévios dos árbitros escolhidos.
- Em caso de judicialização, caso a parte não cumpra a decisão expedida pela Câmara Arbitral, esta se
converte em título executivo judicial, conforme disciplina o artigo 515, inciso VII, do Código de Processo
Civil.
Parte II
Durante minha experiência na audiência de conciliação, representei a ré que respondia a um processo civil
de danos morais impetrado por seu ex marido. No caso em tela o autor havia feito uma ameaça vaga "Você
vai pagar por isso" e a ré com receio havia registrado um boletim de ocorrência pautado na lei Maria da
Penha para se resguardar. Quando o autor foi intimado a prestar esclarecimentos na delegacia se sentiu
humilhado e indignado pois em sua concepção não havia ameaçado a ré, como o autor trabalhava em uma
empresa de segurança entrou com o processo de danos morais alegando que além de sua moral ter sido
ferida pela realização boletim de ocorrência, a existência deste ameaçava seu emprego já que este trabalhava
em uma empresa do governo que possuía uma cláusula de moralidade.
Argui em defesa que a ré apenas realizou o exercício regular do direito, já que o registro de Boletim de
Ocorrência serviria para resguardá-la e de nenhuma forma teria condão de ferir quaisquer moral ou direito
de personalidade. Na audiência de conciliação o autor propôs retirar a ação em troca de um pedido de
desculpas por escrito da ré, o juiz em seu papel de conciliador tentou arguir em favor desta opção para que
se encerrasse o processo, porém declinei o pedido pois um pedido de desculpas escrito seria equivalente a
admitir que a ré havia cometido um crime ao registrar um falso boletim de ocorrência, e que é não e incomum,
especialmente no Brasil, a violência perpetrada por homens contra suas companheiras ou ex companheiras,
portanto a ré estava apenas se resguardando como é seu direito. A audiência terminou sem que se chegasse
a um acordo.
Neste caso, a meu ver, o interesse do juiz era de que o caso acabasse logo, sem importar com os reais
interesses de ambas as partes, apenas do Estado. Caso fosse um árbitro a resolver o conflito, chegaria em
uma solução que fosse benéfica para ambos. Além disso, por mais que a discussão aqui seja na esfera cível,
é facilmente transportada para a seara penal em porcentagens estrondosas divulgadas por institutos de
pesquisa como IBGE.
Considerações finais
É preciso analisar custos x lucros, para entendermos se a cláusula arbitral é compensatória nesse caso em
específico. Com as informações fornecidas, temos a certeza que cláusulas do contrato não são passíveis de
negociação com o ente autárquico, portanto, é o que deve ser levado em maior consideração pelo consulente
ao fazer sua análise.
Referências bibliográficas
Lei 13.105/2015
http://saopauloarbitragem.com.br
https://www.international-arbitration-attorney.com/pt/arbitragem-institucional-ou-ad-hoc/