Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Com quatro anos de atraso, novo Plano Diretor começa a ser debatido este mês
Por Alef GabrielOito oficinas setoriais serão realizadas, nos próximos dias entre 20 e 23 de agosto, em várias regiões da cidade, a fim de se
discutir FERNANDO BROCCHI
21/08/2018 14:00 | Atualizado 30/06/2020 13:44
No dia 20, os encontros serão realizados nas Escolas Municipais de Educação Básica (EMEB’s) Marli Bazzeto, no Parque Portugal, e Horácio de
Salles Cunha, no Jardim São Bento do Recreio. No dia 21, acontecem nas EMEB’s Dom Bosco, no Jardim São Marcos, e Orestes Quércia, no
Parque Cecap.
As escolas Prefeito Antonio Mamoni, no Jardim das Figueiras, e Padre Leopoldo Petrus Van Liempt, no Jardim Recanto, terão audiências no dia
22. Os debates serão encerrados no dia 23 nas EMEB’s Doutora Ana Carolina de Oliveira Sigrist, no Capivari, e Professor Waldomiro Mayr, no
Country Club. Todas as oficinas terão início às 18 horas.
Para melhor organização do projeto, Valinhos foi dividida em oito setores, para estimular e facilitar os debates, sendo cada setor composto por
um grupo de bairros, conexos e com vocações e interesses semelhantes.
Ele é o instrumento de base da política de desenvolvimento e expansão urbana, e deve conter as diretrizes gerais das diferentes políticas
públicas a serem articuladas em todo território municipal, de forma que elas sejam coerentes e voltadas à prosperidade, melhorando a vida dos
cidadãos Valinhenses e funciona como um pacto entre a sociedade e o Poder Executivo Municipal.
O atraso
Legalmente, um Plano Diretor Municipal deve sofrer revisões a cada 10 anos, conforme estabelecido na Lei Federal nº10.527/2001, artigo 40 do
Estatuto da Cidade. Em Valinhos, o prazo para a revisão do Plano Diretor III expirou em 2014, portanto o processo que agora se inicia está
atrasado há quatro anos e a empresa contratada para elaboração das etapas é a Geo Brasilis Consultoria Planejamento, Meio Ambiente e
Geoprocessamento. Segundo o vereador Henrique Conti esse atraso se deve a antiga administração que não conseguiu dar andamento ao
projeto e pouca eficiência junto da empresa contratada da época que não concluiu a atividade. E continua dizendo que o formato atual em que
está sendo feito está errado, isto é, realizar o projeto de forma rápida e apressada como vereador pontua gera margens para erros e
desconcentração dos objetivos do plano. “O formato está errado e diferente do que está na lei, que prevê que o plano diretor ele tem de ter
participação da comunidade no processo de elaboração, como em outras cidades (Vinhedo, por exemplo), deveria ser feito uma comissão de
pessoas do povo em cada região para que a comunidade participe da elaboração e neste formato não há essa participação que exige o Estatuto da
Cidade”.
Leonardo Pinho, Presidente da Central de Cooperativas Unisol Brasil e integrante do Movimento Mobiliza Plano Diretor diz que a demora
desses quatro anos revela a falta de um olhar estratégico sobre a cidade de Valinhos, demonstrando que essas revisões vêm sempre
acompanhadas pela imposição de direitos privados sobre os direitos públicos e acha estranho depois desse atraso a municipalidade realizar a
revisão e elaboração das etapas em seis meses em meio a um período eleitoral, segundo Pinho isso mostra que a PMV tem disposição em
favorecer os interesses da especulação imobiliária e expansão urbana, motivos que comprometem o futuro ambiental e urbano de Valinhos,
completa Leonardo Pinho.
Sobre a empresa Geo Brasilis, Pinho diz que é uma empresa com experiência no setor, do ponto de vista de preparação de planos diretores,
porém a Prefeitura publicou um grupo de trabalho construído para acompanhar a revisão do Plano Diretor, que possui apenas membros do
executivo, comissionados e não garante espaço nesse grupo de trabalho para entidades ou associações da comunidade civil, que em sua visão
torna o governo atual do município autocrático, não permitindo a participação popular efetiva.
Outros conselhos municipais terem ficado de fora das tratativas da atualização do Plano tem reflexo direto em como o governo tem atuado, de
acordo com membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos. “É um governo antigo, que não entende que a gestão publica moderna se faz
com uma interação permanente com a sociedade civil, o Plano Diretor tem impacto, por exemplo, sobre as politicais sociais e a municipalidade
não procurou o Conselho de assistência Social para debate”, afirma Leonardo Pinho.
Um dos grandes desafios desse plano diretor, segundo membro do Movimento Mobiliza Plano Diretor, deveria ser o debate da industrialização -
trazer empresas de alta tecnologia e fazer de Valinhos um polo, pois o município tem um favorecimento logístico para isso acontecer e o Plano
Diretor deveria elaborar isso juntamente da implementação de uma área de proteção ambiental na Serra dos Cocais, que poderia combinar o
incentivo e fomento de produção agroecológico orgânico da agricultura familiar gerando renda para muitas famílias e a questão do ecoturismo e
agroturismo fazendo Valinhos voltar ao circuito de interesse turístico e podendo trazer recursos estaduais, diferente das pautas de expansão
urbana como esta sendo evidenciado no Plano, finaliza Leonardo Pinho.
https://jtv.com.br/valinhos/com-quatro-anos-de-atraso-novo-plano-diretor-comeca-a-ser-debatido-este-mes 2/2