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Art. 17. O encarregado do inquérito poderá Art 20. O inquérito deverá terminar dentro
manter incomunicável o indiciado, que estiver em vinte dias, se o indiciado estiver prêso,
legalmente prêso, por três dias no máximo. contado esse prazo a partir do dia em que se
executar a ordem de prisão; ou no prazo de
Detenção de indiciado quarenta dias, quando o indiciado estiver sôlto,
contados a partir da data em que se instaurar o
Art. 18. Independentemente de flagrante inquérito.
delito, o indiciado poderá ficar detido, durante
as investigações policiais, até trinta dias, Prorrogação de prazo
comunicando-se a detenção à autoridade
judiciária competente. Êsse prazo poderá ser § 1º Êste último prazo poderá ser
prorrogado, por mais vinte dias, pelo prorrogado por mais vinte dias pela autoridade
comandante da Região, Distrito Naval ou Zona militar superior, desde que não estejam
Aérea, mediante solicitação fundamentada do concluídos exames ou perícias já iniciados, ou
encarregado do inquérito e por via hierárquica. haja necessidade de diligência, indispensáveis à
elucidação do fato. O pedido de prorrogação
Prisão preventiva e menagem. deve ser feito em tempo oportuno, de modo a
Solicitação ser atendido antes da terminação do prazo.
Art. 34. O direito de ação é exercido pelo a) como advogado ou defensor, órgão do
Ministério Público, como representante da lei e Ministério Público, autoridade policial, auxiliar
fiscal da sua execução, e o de defesa pelo de justiça ou perito, tiver funcionado seu
acusado, cabendo ao juiz exercer o poder de cônjuge, ou parente consangüíneo ou afim até o
jurisdição, em nome do Estado. terceiro grau inclusive;
Art. 51. No caso de não comparecimento do Art. 55. Cabe ao Ministério Público
perito, sem justa causa, o juiz poderá determinar fiscalizar o cumprimento da lei penal militar,
sua apresentação, oficiando, para êsse fim, à tendo em atenção especial o resguardo das
autoridade militar ou civil competente, quando se normas de hierarquia e disciplina, como bases da
tratar de oficial ou de funcionário público. organização das Fôrças Armadas.
Art. 52. Não poderão ser peritos ou Art. 56. O Ministério Público desempenhará
intérpretes: as suas funções de natureza processual sem
dependência a quaisquer determinações que não
a) os que estiverem sujeitos a interdição que emanem de decisão ou despacho da autoridade
os inabilite para o exercício de função pública; judiciária competente, no uso de atribuição
prevista neste Código e regularmente exercida,
b) os que tiverem prestado depoimento no havendo no exercício das funções recíproca
processo ou opinado anteriormente sôbre o independência entre os órgãos do Ministério
objeto da perícia; Público e os da ordem judiciária.
a) se nêle já houver intervindo seu cônjuge Parágrafo único. Para os efeitos dêste artigo,
ou parente consangüíneo ou afim, até o terceiro considera-se representante legal o ascendente ou
grau inclusive, como juiz, defensor do acusado, descendente, tutor ou curador do ofendido, se
autoridade policial ou auxiliar de justiça; menor de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, o
seu ascendente, descendente ou irmão, podendo
b) se êle próprio houver desempenhado qualquer dêles, com exclusão dos demais,
qualquer dessas funções; exercer o encargo, ou constituir advogado para
êsse fim, em atenção à ordem estabelecida neste
parágrafo, cabendo ao juiz a designação se entre
c) se êle próprio ou seu cônjuge ou parente
êles não houver acôrdo.
consangüíneo ou afim, até o terceiro grau
inclusive, fôr parte ou diretamente interessado no
feito. Competência para admissão do assistente
e) se fôr herdeiro presuntivo, ou donatário Art 64. O ofendido que fôr também acusado
ou usufrutário de bens, do acusado ou seu no mesmo processo não poderá intervir como
empregador; assistente, salvo se absolvido por sentença
passada em julgado, e daí em diante.
f) se fôr presidente, diretor ou administrador
de sociedade ligada de qualquer modo ao Intervenção do assistente no processo
acusado.
Art. 65. Ao assistente será permitido, com
Aplicação extensiva de disposição aquiescência do juiz e ouvido o Ministério
Público:
Art. 59. Aplica-se aos membros do
Ministério Público o disposto nos arts. 39, 40 e a) propor meios de prova;
41.
b) requerer perguntas às testemunhas,
SEÇÃO II fazendo-o depois do procurador;
Do assistente
c) apresentar quesitos em perícia Art. 67. O juiz poderá cassar a admissão do
determinada pelo juiz ou requerida pelo assistente, desde que êste tumultue o processo ou
Ministério Público; infrinja a disciplina judiciária.
e) arrazoar os recursos interpostos pelo Art. 68. Da assistência não poderá decorrer
Ministério Público; impedimento do juiz, do membro do Ministério
Público ou do escrivão, ainda que supervenientes
f) participar do debate oral. na causa. Neste caso, o juiz cassará a admissão
do assistente, sem prejuízo da nomeação de
outro, que não tenha impedimento, nos têrmos do
Arrolamento de testemunhas e
art. 60.
interposição de recursos
§ 3º Caberá ao relator do feito, em despacho Art. 71. Nenhum acusado, ainda que ausente
irrecorrível, após audiência do procurador-geral, ou foragido, será processado ou julgado sem
admitir ou não o assistente, em processo da defensor.
competência originária do Superior Tribunal
Militar. Nos julgamentos perante êsse Tribunal,
Constituição de defensor
se o seu presidente consentir, o assistente poderá
falar após o procurador-geral, por tempo não
superior a dez minutos. Não poderá opor § 1º A constituição de defensor
embargos, mas lhe será consentido impugná-los, independerá de instrumento de mandado, se o
se oferecidos pela defesa, e depois de o ter feito acusado o indicar por ocasião do interrogatório
o procurador-geral. ou em qualquer outra fase do processo por têrmo
nos autos.
Notificação do assistente
Defensor dativo
Art. 66. O processo prosseguirá
independentemente de qualquer aviso ao § 2º O juiz nomeará defensor ao acusado
assistente, salvo notificação para assistir ao que o não tiver, ficando a êste ressalvado o
julgamento. direito de, a todo o tempo, constituir outro, de sua
confiança.
Cassação de assistência
Defesa própria do acusado
§ 3º A nomeação de defensor não obsta ao Art 74. A falta de comparecimento do
acusado o direito de a si mesmo defender-se, caso defensor, se motivada, adiará o ato do processo,
tenha habilitação; mas o juiz manterá a desde que nêle seja indispensável a sua presença.
nomeação, salvo recusa expressa do acusado, a Mas, em se repetindo a falta, o juiz lhe dará
qual constará dos autos. substituto para efeito do ato, ou, se a ausência
perdurar, para prosseguir no processo.
Nomeação preferente de advogado
Direitos e deveres do advogado
§ 4º É, salvo motivo relevante, obrigatória
a aceitação do patrocínio da causa, se a nomeação Art. 75. No exercício da sua função no
recair em advogado. processo, o advogado terá os direitos que lhe são
assegurados e os deveres que lhe são impostos
Defesa de praças pelo Estatuto da Ordem dos Advogados do
Brasil, salvo disposição em contrário,
§ 5º As praças serão defendidas pelo expressamente prevista neste Código.
advogado de ofício, cujo patrocínio é obrigatório,
devendo preferir a qualquer outro. Impedimentos do defensor
d) se fôr manifesta a incompetência do juiz Art. 80. Sempre que, no curso do processo,
ou a ilegitimidade do acusador. o Ministério Público necessitar de maiores
esclarecimentos, de documentos
Preenchimento de requisitos complementares ou de novos elementos de
convicção, poderá requisitá-los, diretamente, de
§ 1º No caso da alínea a , o juiz antes de qualquer autoridade militar ou civil, em
rejeitar a denúncia, mandará, em despacho condições de os fornecer, ou requerer ao juiz que
fundamentado, remeter o processo ao órgão do os requisite.
Ministério Público para que, dentro do prazo de
três dias, contados da data do recebimento dos Extinção da punibilidade. Declaração
autos, sejam preenchidos os requisitos que não o
tenham sido. Art. 81. A extinção da punibilidade poderá
ser reconhecida e declarada em qualquer fase do
Ilegitimidade do acusador processo, de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes, ouvido o Ministério Público,
§ 2º No caso de ilegitimidade do acusador, se dêste não fôr o pedido.
a rejeição da denúncia não obstará o exercício da
ação penal, desde que promovida depois por Morte do acusado
acusador legítimo, a quem o juiz determinará a
apresentação dos autos. Parágrafo único. No caso de morte, não se
declarará a extinção sem a certidão de óbito do
Incompetência do juiz. Declaração acusado.
Crimes funcionais
c) pela prevenção;
Auditorias Especializadas
c) quando a prova de uma infração ou de
qualquer de suas circunstâncias elementares
Art. 97. Nas Circunscrições onde existirem influir na prova de outra infração.
Auditorias Especializadas, a competência de
cada uma decorre de pertencerem os oficiais e
Casos de continência
praças sujeitos a processo perante elas aos
quadros da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica. Como oficiais, para os efeitos dêste Art. 100. Haverá continência:
artigo, se compreendem os da ativa, os da
reserva, remunerada ou não, e os reformados. a) quando duas ou mais pessoas forem
acusadas da mesma infração;
Militares de corporações diferentes
b) na hipótese de uma única pessoa praticar
Parágrafo único. No processo em que forem várias infrações em concurso.
acusados militares de corporações diferentes, a
competência da Auditoria especializada se Regras para determinação
regulará pela prevenção. Mas esta não poderá
prevalecer em detrimento de oficial da ativa, se Art. 101. Na determinação da competência
os co-réus forem praças ou oficiais da reserva ou por conexão ou continência, serão observadas as
reformados, ainda que superiores, nem em seguintes regras:
detrimento dêstes, se os co-réus forem praças.
Concurso e prevalência
CAPÍTULO VII
I - no concurso entre a jurisdição Art. 104. Verificada a reunião dos
especializada e a cumulativa, preponderará processos, em virtude de conexão ou continência,
aquela; ainda que no processo da sua competência
própria venha o juiz ou tribunal a proferir
II - no concurso de jurisdições cumulativas: sentença absolutória ou que desclassifique a
infração para outra que não se inclua na sua
competência, continuará êle competente em
a) prevalecerá a do lugar da infração, para a
relação às demais infrações.
qual é cominada pena mais grave;
Art. 113. O conflito poderá ser suscitado: Art. 119. Da decisão final do conflito não
caberá recurso.
a) pelo acusado;
Avocatória do Tribunal
b) pelo órgão do Ministério Público;
Art. 120. O Superior Tribunal Militar,
c) pela autoridade judiciária. mediante avocatória, restabelecerá sua
competência sempre que invadida por juiz
inferior.
Órgão suscitado
Art. 115. Tratando-se de conflito positivo, o Art 122. Sempre que o julgamento da
relator do feito poderá ordenar, desde logo, que questão de mérito depender de decisão anterior
se suspenda o andamento do processo, até a de questão de direito material, a segunda será
decisão final. prejudicial da primeira.
Instrução do pedido
Aceitação ou rejeição da exceção.
Recurso em autos apartados. Nulidade de
autos Art 150. A argüição de litispendência será
instruída com certidão passada pelo cartório do
juízo ou pela Secretaria do Superior Tribunal
Art. 145. Se aceita a alegação, os autos serão
Militar, perante o qual esteja em curso o outro
remetidos ao juízo competente. Se rejeitada, o
processo.
juiz continuará no feito. Mas, neste caso, caberá
recurso, em autos apartados, para o Superior
Prazo para a prova da alegação
Art. 151. Se o argüente não puder apresentar Ordenação de perícia
a prova da alegação, o juiz poderá conceder-lhe
prazo para que o faça, ficando-lhe, nesse caso, à 1º A perícia poderá ser ordenada pelo juiz,
discrição, suspender ou não o curso do processo. de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do defensor, do curador, ou do cônjuge,
Decisão de plano irrecorrível ascendente, descendente ou irmão do acusado,
em qualquer fase do processo.
Art 152. O juiz ouvirá a parte contrária a
respeito da argüição, e decidirá de plano, Na fase do inquérito
irrecorrìvelmente.
2º A perícia poderá ser também ordenada na
SEÇÃO IV fase do inquérito policial militar, por iniciativa
do seu encarregado ou em atenção a
Da exceção de coisa julgada requerimento de qualquer das pessoas referidas
no parágrafo anterior.
Existência de coisa julgada. Arquivamento
de denúncia Internação para a perícia
Art 153. Se o juiz reconhecer que o feito sob Art. 157. Para efeito da perícia, o acusado, se
seu julgamento já foi, quanto ao fato principal, estiver prêso, será internado em manicômio
definitivamente julgado por sentença judiciário, onde houver; ou, se estiver sôlto e o
irrecorrível, mandará arquivar a nova denúncia, requererem os peritos, em estabelecimento
declarando a razão por que o faz. adequado, que o juiz designará.
Art. 154. Qualquer das partes poderá argüir, § 1º O laudo pericial deverá ser apresentado
por escrito, a existência de anterior sentença dentro do prazo de quarenta e cinco dias, que o
passada em julgado, juntando-lhe certidão. juiz poderá prorrogar, se os peritos
demonstrarem a necessidade de maior lapso de
tempo.
Argüição do acusado. Decisão de plano.
Recurso de ofício
Entrega dos autos a perito
Parágrafo único. Se a argüição fôr do
acusado, o juiz ouvirá o Ministério Público e § 2º Se não houver prejuízo para a marcha
decidirá de plano, recorrendo de ofício para o do processo, o juiz poderá autorizar a entrega dos
Superior Tribunal Militar, se reconhecer a autos aos peritos, para lhes facilitar a tarefa. A
existência da coisa julgada. mesma autorização poderá ser dada pelo
encarregado do inquérito, no curso dêste.
Limite de efeito da coisa julgada
Não sustentação do processo e caso
Art. 155. A coisa julgada opera sòmente em excepcional
relação às partes, não alcançando quem não foi
parte no processo. Art. 158. A determinação da perícia, quer na
fase policial militar quer na fase judicial, não
CAPÍTULO II sustará a prática de diligências que possam ficar
prejudicadas com o adiamento, mas sustará o
processo quanto à produção de prova em que seja
DO INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL indispensável a presença do acusado submetido
DO ACUSADO ao exame pericial.
Art. 156. Quando, em virtude de doença ou Art. 159. Além de outros quesitos que,
deficiência mental, houver dúvida a respeito da pertinentes ao fato, lhes forem oferecidos, e dos
imputabilidade penal do acusado, será êle esclarecimentos que julgarem necessários, os
submetido a perícia médica. peritos deverão responder aos seguintes:
Quesitos obrigatórios Internação em manicômio
Art. 173. O têrmo "casa" compreende: Art. 178. O mandado de busca deverá:
c) não exista dúvida quanto ao direito do Art. 194. O Ministério Público será sempre
reclamante. ouvido em pedido ou incidente de restituição.
b) se pedida pelo acusado ou pelo lesado e, b) quaisquer outros bens serão avaliados e
também, pelo terceiro, o incidente autuar-se-á em vendidos em leilão público, recolhendo-se ao
apartado e os reclamantes terão, em conjunto, o fundo da organização militar correspondente ao
prazo de cinco dias para apresentar provas e o de Conselho de Justiça o que não couber ao lesado
três dias para arrazoar, findos os quais o juiz ou terceiro de boa-fé.
decidirá, cabendo da decisão recurso para o
Superior Tribunal Militar. Destino em caso de sentença absolutória
Art. 199. Estão sujeitos a seqüestro os bens a) não ter ele adquirido a coisa com os
adquiridos com os proventos da infração penal, proventos da infração penal;
quando desta haja resultado, de qualquer modo,
lesão a patrimônio sob administração militar,
b) não ter havido lesão a patrimônio sob
ainda que já tenham sido transferidos a terceiros
administração militar.
por qualquer forma de alienação, ou por
abandono ou renúncia.
II — se de terceiro:
§ 1º Estão, igualmente, sujeitos a seqüestro
os bens de responsáveis por contrabando, ou a) haver adquirido a coisa em data anterior
outro ato ilícito, em aeronave ou embarcação à da infração penal praticada pelo indiciado ou
militar, em proporção aos prejuízos e riscos por acusado;
estas sofridos, bem como os dos seus tripulantes,
que não tenham participado da prática do ato b) havê-la, em qualquer tempo, adquirido de
ilícito. boa-fé.
b) se a ação penal não fôr promovida no Art. 208. O requerimento estimará o valor
prazo de sessenta dias, contado da data em que da obrigação resultante do crime, bem como
foi instaurado o inquérito; indicará e estimará o imóvel ou imóveis, que
ficarão especialmente hipotecados; será instruído
c) se o terceiro, a quem tiverem sido com os dados em que se fundarem as estimativas
transferidos os bens, prestar caução real ou e com os documentos comprobatórios do
fidejussória que assegure a aplicação do disposto domínio.
no artigo 109, nºs I e II, letra b , do Código Penal
Militar; Arbitramento
Art. 244. Considera-se em flagrante delito § 4º Sendo o auto presidido por autoridade
aquêle que: militar, designará esta, para exercer as funções de
escrivão, um capitão, capitão-tenente, primeiro
ou segundo-tenente, se o indiciado fôr oficial.
a) está cometendo o crime;
Nos demais casos, poderá designar um
subtenente, suboficial ou sargento.
b) acaba de cometê-lo;
Falta ou impedimento de escrivão
c) é perseguido logo após o fato delituoso
em situação que faça acreditar ser êle o seu autor;
§ 5º Na falta ou impedimento de escrivão
ou das pessoas referidas no parágrafo anterior, a
d) é encontrado, logo depois, com autoridade designará, para lavrar o auto, qualquer
instrumentos, objetos, material ou papéis que pessoa idônea, que, para êsse fim, prestará o
façam presumir a sua participação no fato compromisso legal.
delituoso.
Recolhimento a prisão. Diligências
Infração permanente
Art. 246. Se das respostas resultarem
Parágrafo único. Nas infrações fundadas suspeitas contra a pessoa conduzida, a
permanentes, considera-se o agente em flagrante autoridade mandará recolhê-la à prisão,
delito enquanto não cessar a permanência. procedendo-se, imediatamente, se fôr o caso, a
exame de corpo de delito, à busca e apreensão
Lavratura do auto dos instrumentos do crime e a qualquer outra
diligência necessária ao seu esclarecimento.
Art. 245. Apresentado o prêso ao
comandante ou ao oficial de dia, de serviço ou de Nota de culpa
quarto, ou autoridade correspondente, ou à
autoridade judiciária, será, por qualquer dêles, Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas
ouvido o condutor e as testemunhas que o após a prisão, será dada ao prêso nota de culpa
acompanharem, bem como inquirido o indiciado assinada pela autoridade, com o motivo da
sôbre a imputação que lhe é feita, e prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
especialmente sôbre o lugar e hora em que o fato
aconteceu, lavrando-se de tudo auto, que será por
Recibo da nota de culpa
todos assinado.
Relaxamento da prisão
Ausência de testemunhas
Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto Art. 256. O despacho que decretar ou
de prisão em flagrante que o agente praticou o denegar a prisão preventiva será sempre
fato nas condições dos arts. 35, 38, observado o fundamentado; e, da mesma forma, o seu pedido
disposto no art. 40, e dos arts. 39 e 42, do Código ou requisição, que deverá preencher as condições
Penal Militar, poderá conceder ao indiciado previstas nas letras a e b , do art. 254.
liberdade provisória, mediante têrmo de
Desnecessidade da prisão Art. 262. Comparecendo espontâneamente
o indiciado ou acusado, tomar-se-ão por têrmo as
Art. 257. O juiz deixará de decretar a prisão declarações que fizer. Se o comparecimento não
preventiva, quando, por qualquer circunstância se der perante a autoridade judiciária, a esta serão
evidente dos autos, ou pela profissão, condições apresentados o têrmo e o indiciado ou acusado,
de vida ou interêsse do indiciado ou acusado, para que delibere acêrca da prisão preventiva ou
presumir que êste não fuja, nem exerça influência de outra medida que entender cabível.
em testemunha ou perito, nem impeça ou
perturbe, de qualquer modo, a ação da justiça. Parágrafo único. O têrmo será assinado por
duas testemunhas presenciais do ocorrido; e, se o
Modificação de condições indiciado ou acusado não souber ou não puder
assinar, sê-lo-á por uma pessoa a seu rôgo, além
das testemunhas mencionadas.
Parágrafo único. Essa decisão poderá ser
revogada a todo o tempo, desde que se modifique
qualquer das condições previstas neste artigo. CAPÍTULO V
Proibição DA MENAGEM
Cassação da menagem
DO COMPARECIMENTO ESPONTÂNEO
Art. 273. Não caberá recurso do despacho a) quando o acusado se ocultar ou opuser
que decretar ou denegar a aplicação provisória da obstáculo para não ser citado;
medida de segurança, mas esta poderá ser
revogada, substituída ou modificada, a critério do b) quando estiver asilado em lugar que goze
juiz, mediante requerimento do Ministério de extraterritorialidade de país estrangeiro;
Público, do indiciado ou acusado, ou de
representante legal de qualquer dêstes, nos casos
c) quando não fôr encontrado;
das letras a e c do artigo anterior.
d) quando estiver em lugar incerto ou não
Necessidade da perícia médica
sabido;
Art. 274. A aplicação provisória da medida e) quando incerta a pessoa que tiver de ser
de segurança, no casos da letra a do art. 272 não
citada.
dispensa nem supre realização da perícia médica,
nos têrmos dos arts. 156 e 160.
Parágrafo único. Nos casos das letras a,
c e d , o oficial de justiça, depois de procurar o
Normas supletivas acusado por duas vêzes, em dias diferentes,
certificará, cada vez, a impossibilidade da citação
Art. 275. Decretada a medida, atender-se-á, pessoal e o motivo. No caso da letra b , o oficial
no que fôr aplicável, às disposições relativas à de justiça certificará qual o lugar em que o
execução da sentença definitiva. acusado está asilado.
Art. 277. A citação far-se-á por oficial de d) o lugar, dia e hora em que o acusado
justiça: deverá comparecer a juízo;
d) se conhece o instrumento com que foi a) ser feita perante autoridade competente;
praticada a infração, ou qualquer dos objetos com
ela relacionados e que tenham sido apreendidos; b) ser livre, espontânea e expressa;
Art. 313. O ofendido não está obrigado a § 2º Ainda que o quesito não permita
responder pergunta que possa incriminá-lo, ou resposta decisiva do perito, poderá ser
seja estranha ao processo. formulado, desde que tenha por fim
esclarecimento indispensável de ordem técnica, a
respeito de fato que é objeto da perícia.
CAPÍTULO V
Parágrafo único. As respostas poderão ser Art. 325. A autoridade policial militar ou a
fundamentadas, em seqüência a cada quesito. judiciária, tendo em atenção a natureza do
exame, marcará prazo razoável, que poderá ser
Apresentação de pessoas e objetos prorrogado, para a apresentação dos laudos.
Suprimento do laudo
Art. 328. Quando a infração deixar
vestígios, será indispensável o exame de corpo de
Art. 323. No caso de inobservância de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a
formalidade ou no caso de omissão, obscuridade confissão do acusado.
ou contradição, a autoridade policial militar ou
judiciária mandará suprir a formalidade, ou
Corpo de delito indireto
completar ou esclarecer o laudo. Poderá
igualmente, sempre que entender necessário,
ouvir os peritos, para qualquer esclarecimento. Parágrafo único. Não sendo possível o
exame de corpo de delito direto, por haverem
desaparecido os vestígios da infração, supri-lo-á § 3º A falta de exame complementar poderá
a prova testemunhal. ser suprida pela prova testemunhal.
Art. 329. O exame de corpo de delito poderá § 4º O exame complementar pode ser feito
ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. pelos mesmos peritos que procederam ao de
corpo de delito.
Exame nos crimes contra a pessoa
Exame de sanidade mental
Art. 330. Os exames que tiverem por fim
comprovar a existência de crime contra a pessoa Art. 332. Os exames de sanidade mental
abrangerão: obedecerão, em cada caso, no que fôr aplicável,
às normas prescritas no Capítulo II, do Título
a) exames de lesões corporais; XII.
d) exames cadavéricos, precedidos ou não a) quando, por ocasião de ser feito o corpo
de exumação; de delito, os peritos a julgarem necessária;
Fotografia de cadáver
Suprimento do exame complementar
Art. 336. Os cadáveres serão, sempre que Art. 340. Nas perícias de laboratório, os
possível, fotografados na posição em que forem peritos guardarão material suficiente para a
encontrados. eventualidade de nova perícia.
Art. 337. Havendo dúvida sôbre a Art. 341. Nos crimes em que haja
identidade do cadáver, proceder-se-á ao destruição, danificação ou violação da coisa, ou
reconhecimento pelo Instituto de Identificação e rompimento de obstáculo ou escalada para fim
Estatística, ou repartição congênere, pela criminoso, os peritos, além de descrever os
inquirição de testemunhas ou outro meio de vestígios, indicarão com que instrumentos, por
direito, lavrando-se auto de reconhecimento e que meios e em que época presumem ter sido o
identidade, no qual se descreverá o cadáver, com fato praticado.
todos os sinais e indicações.
Avaliação direta
Arrecadação de objetos
Art. 342. Proceder-se-á à avaliação de
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão coisas destruídas, deterioradas ou que constituam
arrecadados e autenticados todos os objetos que produto de crime.
possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Avaliação indireta
Exumação
Parágrafo único. Se impossível a avaliação
Art. 338. Haverá exumação, sempre que direta, os peritos procederão à avaliação por meio
esta fôr necessária ao esclarecimento do dos elementos existentes nos autos e dos que
processo. resultem de pesquisas ou diligências.
Art. 346. Se a perícia ou exame tiver de ser Parágrafo único. Se a testemunha fôr militar
feito em outra jurisdição, policial militar ou de patente superior à da autoridade notificante,
judiciária, expedir-se-á precatória, que será compelida a comparecer, sob as penas do §
obedecerá, no que lhe fôr aplicável, às 2º do art. 347, por intermédio da autoridade
prescrições dos artigos 283, 359, 360 e 361. militar a que estiver imediatamente subordinada.
CAPÍTULO VII
Precatória a juiz do fôro comum
Reconhecimento de coisa
Parágrafo único. Quando, porém, contiver
declaração de ciência, tendente a determinar o
Art. 369. No reconhecimento de coisa, fato, documento particular prova a declaração,
proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no mas não o fato declarado, competindo o ônus de
artigo anterior, no que fôr aplicável provar o fato a quem interessar a sua veracidade.
Correspondência obtida por meios Art. 379. Sempre que, no curso do processo,
criminosos um documento fôr apresentado por uma das
partes, será ouvida, a respeito dêle, a outra parte.
Art. 375. A correspondência particular, Se junto por ordem do juiz, serão ouvidas ambas
interceptada ou obtida por meios criminosos, não as partes, inclusive o assistente da acusação e o
será admitida em juízo, devendo ser curador do acusado, se o requererem.
desentranhada dos autos se a êstes tiver sido
junta, para a restituição a seus donos. Conferência da pública-forma
Art. 422. O depoimento será reduzido a Art. 427. Após a inquirição da última
têrmo pelo escrivão e lido à testemunha que, se testemunha de defesa, os autos irão conclusos ao
não tiver objeção, assiná-lo-á após o presidente auditor, que dêles determinará vista em cartório
do Conselho e o auditor. Assinarão, em seguida, às partes, por cinco dias, para requererem, se não
conforme se trate de testemunha de acusação ou o tiverem feito, o que fôr de direito, nos têrmos
de defesa, o representante do Ministério Público dêste Código.
e o assistente ou o advogado e o curador. Se a
testemunha declarar que não sabe ler ou escrever, Determinação de ofício e fixação de prazo
certificá-lo-á o escrivão e encerrará o têrmo, sem
necessidade de assinatura a rôgo da testemunha.
Parágrafo único. Ao auditor, que poderá
determinar de ofício as medidas que julgar
Pedido de retificação
convenientes ao processo, caberá fixar os prazos
necessários à respectiva execução, se, a êsse
§ 1º A testemunha poderá, após a leitura do respeito, não existir disposição especial.
depoimento, pedir a retificação de tópico que não
tenha, em seu entender, traduzido fielmente
Vista para as alegações escritas
declaração sua.
Art. 428. Findo o prazo aludido no artigo
Recusa de assinatura
427 e se não tiver havido requerimento ou
despacho para os fins nêle previstos, o auditor
§ 2º Se a testemunha ou qualquer das partes determinará ao escrivão abertura de vista dos
se recusar a assinar o depoimento, o escrivão o autos para alegações escritas, sucessivamente,
certificará, bem como o motivo da recusa, se êste por oito dias, ao representante do Ministério
fôr expresso e o interessado requerer que conste Público e ao advogado do acusado. Se houver
por escrito. assistente, constituído até o encerramento da
instrução criminal, ser-lhe-á dada vista dos autos,
Têrmo de assinatura se o requerer, por cinco dias, imediatamente após
as alegações apresentadas pelo representante do
Art. 423. Sempre que, em cada sessão, se Ministério Público.
realizar inquirição de testemunhas, o escrivão
lavrará têrmo de assentada, do qual constarão Dilatação do prazo
lugar, dia e hora em que se iniciou a inquirição.
§ 1º Se ao processo responderem mais de Comparecimento do revel
cinco acusados e diferentes forem os advogados,
o prazo de vista será de doze dias, correndo em § 1º Se o acusado revel comparecer nessa
cartório e em comum para todos. O mesmo prazo ocasião, sem ter sido ainda qualificado e
terá o representante do Ministério Público. interrogado, proceder-se-á a êstes atos, na
conformidade dos arts. 404, 405 e 406,
Certidão do recebimento das alegações. perguntando-lhe antes o auditor se tem
Desentranhamento advogado. Se declarar que não o tem, o auditor
nomear-lhe-á um, cessando a função do curador,
§ 2° O escrivão certificará, com a que poderá, entretanto, ser nomeado advogado.
declaração do dia e hora, o recebimento das
alegações escritas, à medida da apresentação. Se Revel de menor idade
recebidas fora do prazo, o auditor mandará
desentranhá-las dos autos, salvo prova imediata § 2º Se o acusado revel fôr menor, e a sua
de que a demora resultou de óbice irremovível menoridade só vier a ficar comprovada na fase de
materialmente. julgamento, o presidente do Conselho de Justiça
nomear-lhe-á curador, que poderá ser o mesmo já
Observância de linguagem decorosa nas nomeado pelo motivo da revelia.
alegações
Falta de apresentação de acusado prêso
Art. 429. As alegações escritas deverão ser
feitas em têrmos convenientes ao decôro dos § 3º Se o acusado, estando prêso, deixar de
tribunais e à disciplina judiciária e sem ofensa à ser apresentado na sessão de julgamento, o
autoridade pública, às partes ou às demais auditor providenciará quanto ao seu
pessoas que figuram no processo, sob pena de comparecimento à nova sessão que fôr designada
serem riscadas, de modo que não possam ser para aquêle fim.
lidas, por determinação do presidente do
Conselho ou do auditor, as expressões que
Adiamento de julgamento no caso de
infrinjam aquelas normas.
acusado sôlto
Art. 431. No dia e hora designados para o Saída do acusado por motivo de doença
julgamento, reunido o Conselho de Justiça e
presentes todos os seus juízes e o procurador, o
presidente declarará aberta a sessão e mandará 7§º Se o estado de saúde do acusado não lhe
apresentar o acusado. permitir a permanência na sessão, durante todo o
tempo em que durar o julgamento, êste
prosseguirá com a presença do defensor do
acusado. Se o defensor se recusar a permanecer § 4º O advogado que tiver a seu cargo a
na sessão, a defesa será feita por outro, nomeado defesa de mais de um acusado terá direito a mais
pelo presidente do Conselho de Justiça, desde uma hora, além do tempo previsto no § 1º, se
que advogado. fizer a defesa de todos em conjunto, com
alteração, neste caso, da ordem prevista no
Leitura de pecas do processo preâmbulo do artigo.
Art. 441. Reaberta a sessão pública e Art. 444. Salvo o disposto no artigo anterior,
proclamado o resultado do julgamento pelo o escrivão, dentro do prazo de três dias, após a
presidente do Conselho de Justiça, o auditor leitura da sentença ou decisão, dará ciência dela
expedirá mandado de prisão contra o réu, se êste ao representante do Ministério Público, para os
fôr condenado a pena privativa de liberdade, ou efeitos legais.
alvará de soltura, se absolvido. Se presente o réu,
ser-lhe-á dada voz de prisão pelo presidente do Intimação de sentença condenatória
Conselho de Justiça, no caso de condenação. A
aplicação de pena não privativa de liberdade será Art. 445. A intimação da sentença
comunicada à autoridade competente, para os condenatória será feita, se não o tiver sido nos
devidos efeitos. têrmos do art. 443:
a) ao defensor de ofício ou dativo; Art. 450. Aplicam-se à sessão de
julgamento, no que couber, os arts. 385, 386 e seu
b) ao réu, pessoalmente, se estiver prêso; parágrafo único, 389, 411, 412 e 413.
Art. 465. Autuado o processo, observar-se- Art. 467. Haverá ilegalidade ou abuso de
á, conforme o caso, o disposto neste Código, com poder:
relação aos processos por crime de deserção.
a) quando o cerceamento da liberdade fôr de outrem, bem como pelo Ministério Público. O
ordenado por quem não tinha competência para Superior Tribunal Militar pode concedê-lo de
tal; ofício, se, no curso do processo submetido à sua
apreciação, verificar a existência de qualquer dos
b) quando ordenado ou efetuado sem as motivos previstos no art. 467.
formalidades legais;
Rejeição do pedido
c) quando não houver justa causa para a
coação ou constrangimento; § 1º O pedido será rejeitado se o paciente a
êle se opuser.
d) quando a liberdade de ir e vir fôr cerceada
fora dos casos previstos em lei; Competência ad referendum do Superior
Tribunal Militar
e) quando cessado o motivo que autorizava
o cerceamento; § 2º Durante as férias do Superior Tribunal
Militar seu presidente terá competência para
f) quando alguém estiver prêso por mais conhecer e deferir a impetração, ad
tempo do que determina a lei; referendum do Tribunal, após as mesmas férias,
ouvido o representante do Ministério
Público. (Revogado pela Lei nº
g) quando alguém estiver processado por
8.457,4.9.1992)
fato que não constitua crime em tese;
§ 1º Se existir e fôr exibida cópia autêntica Art. 483. O juiz determinará as diligências
ou certidão do processo, será uma ou outra necessárias para a restauração, observando-se o
considerada como original. seguinte:
Falta de cópia autêntica ou certidão a) caso ainda não tenha sido proferida a
sentença, reinquirir-se-ão as testemunhas,
§ 2º Na falta de cópia autêntica ou certidão podendo ser substituídas as que tiverem falecido
do processo, o juiz mandará, de ofício ou a ou se encontrarem em lugar não sabido;
requerimento de qualquer das partes, que:
b) os exames periciais, quando possível,
serão repetidos, e de preferência pelos mesmos
Certidão do escrivão
peritos;
a) o escrivão certifique o estado do
c) a prova documental será reproduzida por
processo, segundo a sua lembrança, e reproduza
meio de cópia autêntica ou, quando impossível,
o que houver a respeito em seus protocolos e
por meio de testemunhas;
registros;
Juiz instrutor
Julgamento
Art. 490. O relator será um ministro togado, Art. 496. Concluída a instrução, o Tribunal
escolhido por sorteio, cabendo-lhe as atribuições
procederá, em sessão plenária, ao julgamento do
de juiz instrutor do processo.
processo, observando-se o seguinte:
Juiz irregularmente investido, impedido Art. 514. Salvo a hipótese de má fé, não será
ou suspeito a parte prejudicada pela interposição de um
recurso por outro.
Art. 509. A sentença proferida pelo
Conselho de Justiça com juiz irregularmente Propriedade do recurso
investido, impedido ou suspeito, não anula o
processo, salvo se a maioria se constituir com o Parágrafo único. Se o auditor ou o Tribunal
seu voto. reconhecer a impropriedade do recurso, mandará
processá-lo de acôrdo com o rito do recurso
TÍTULO II cabível.
Art 524. Anunciado o julgamento, será feito § 1º O mesmo prazo será observado para a
o relatório, sendo facultado às partes usar da interposição do recurso de sentença condenatória
palavra pelo prazo de dez minutos. Discutida a de réu sôlto ou revel. A intimação da sentença só
matéria, proferirá o Tribunal a decisão final. se fará, entretanto, depois de seu recolhimento à
prisão.
Devolução para cumprimento do acórdão
Apelação sustada
Art 525. Publicada a decisão do Tribunal, os
autos baixarão à instância inferior para o § 2º Se revel, sôlto ou foragido o réu, ficará
cumprimento do acórdão. sustado o seguimento da apelação do Ministério
Público, sem prejuízo de sua interposição no
CAPÍTULO III prazo legal.
Art. 536. Se fôr condenatória a decisão do Art 540. Os embargos serão oferecidos por
Tribunal, mandará o presidente comunicá-la petição dirigida ao presidente, dentro do prazo de
imediatamente ao auditor respectivo, a fim de cinco dias, contados da data da intimação do
que seja expedido mandado de prisão ou tomadas acórdão.
as medidas que, no caso, couberem.
§ 1º Para os embargos, será designado nôvo
Parágrafo único. No caso de absolvição, a relator.
comunicação será feita pela via mais rápida,
devendo o auditor providenciar imediatamente a Dispensa de intimação
soltura do réu.
Intimação
§ 2º É permitido às partes oferecerem Marcha do julgamento
embargos independentemente de intimação do
acórdão. Art. 548. O julgamento dos embargos
obedecerá ao rito da apelação.
Infringentes e de nulidade
Recolhimento à prisão
Art. 541. Os embargos de nulidade ou
infringentes do julgado serão oferecidos Art. 549. O réu condenado a pena privativa
juntamente com a petição, quando articulados, da liberdade não poderá embargar sem se
podendo ser acompanhados de documentos. recolher à prisão.
Art. 543. Os embargos deverão ser Art. 550. Caberá revisão dos processos
apresentados na Secretaria do Tribunal ou no findos em que tenha havido êrro quanto aos
cartório da Auditoria onde foi feita a intimação. fatos, sua apreciação, avaliação e
enquadramento.
Parágrafo único Será em cartório a vista dos
autos para oferecimento de embargos. Casos de revisão
Art. 545. Do despacho do relator que não c) quando, após a sentença condenatória, se
receber os embargos terá ciência a parte, que, descobrirem novas provas que invalidem a
dentro em três dias, poderá requerer serem os condenação ou que determinem ou autorizem a
autos postos em mesa, para confirmação ou diminuição da pena.
reforma do despacho. Não terá voto o relator.
Não exigência de prazo
Juntada aos autos
Art. 552. A revisão poderá ser requerida a
Art. 546. Recebidos os embargos, serão qualquer tempo.
juntos, por têrmo, aos autos, e conclusos ao
relator.
Reiteração do pedido. Condições
Art. 555. O pedido será dirigido ao Art. 561. Quando, no curso da revisão,
presidente do Tribunal e, depois de autuado, falecer a pessoa cuja condenação tiver de ser
distribuído a um relator e a um revisor, devendo revista, o presidente nomeará curador para a
funcionar como relator, de preferência, ministro defesa.
que não tenha funcionado anteriormente como
relator ou revisor. Recurso. Inadmissibilidade
§ 1º O requerimento será instruído com Art. 562 Não haverá recurso contra a
certidão de haver transitado em julgado a decisão proferida em grau de revisão.
sentença condenatória e com as peças
necessárias à comprovação dos fatos argüídos. CAPÍTULO VI
Parágrafo único. Findo êsse prazo, subirão Aviso de seu recebimento e prazo para a
os autos ao Supremo Tribunal Federal. impugnação
Admissão da reclamação
Art 587. A reclamação será incluída na Comunicação
pauta da primeira sessão do Tribunal que se
realizar após a devolução dos autos, pelo relator, Art 593. O presidente, no caso de sentença
à Secretaria. proferida originàriamente pelo Tribunal, e o
auditor, nos demais casos, comunicarão à
Cumprimento imediato autoridade, sob cujas ordens estiver o réu, a
sentença definitiva, logo que transite em julgado.
Parágrafo único. O presidente do Tribunal
determinará o imediato cumprimento da decisão, CAPÍTULO II
lavrando-se depois o respectivo acórdão.
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE
LIVRO IV
Carta de guia
Da Execução
Art. 594. Transitando em julgado a sentença
TÍTULO I que impuser pena privativa da liberdade, se o réu
já estiver prêso ou vier a ser prêso, o auditor
DA EXECUÇÃO DA SENTENÇA ordenará a expedição da carta de guia, para o
cumprimento da pena.
CAPÍTULO I
Formalidades
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 595. A carta de guia, extraída pelo
escrivão e assinada pelo auditor, que rubricará
Competência
tôdas as fôlhas, será remetida para a execução da
sentença:
Art 588. A execução da sentença compete
ao auditor da Auditoria por onde correu o
a) ao comandante ou autoridade
processo, ou, nos casos de competência
correspondente da unidade ou estabelecimento
originária do Superior Tribunal Militar, ao seu
militar em que tenha de ser cumprida a pena, se
presidente.
esta não ultrapassar de dois anos, imposta a
militar ou assemelhado;
Tempo de prisão
b) ao diretor da penitenciária em que tenha
Art 589. Será integralmente levado em de ser cumprida a pena, quando superior a dois
conta, no cumprimento da pena, o tempo de anos, imposta a militar ou assemelhado ou a civil.
prisão provisória, salvo o disposto no
art. 268.
Conteúdo
Incidentes da execução
Art. 596. A carta de guia deverá conter:
Art 590. Todos os incidentes da execução
a) O nome do condenado, naturalidade,
serão decididos pelo auditor, ou pelo presidente
filiação, idade, estado civil, profissão, pôsto ou
do Superior Tribunal Militar, se fôr o caso.
graduação;
Apelação de réu que já sofreu prisão
b) a data do início e da terminação da pena;
Art. 591. Verificando nos processos
c) o teor da sentença condenatória.
pendentes de apelação, únicamente interposta
pelo réu, que êste já sofreu prisão por tempo igual
ao da pena a que foi condenado, mandará o Início do cumprimento
relator pô-lo imediatamente em liberdade.
Art. 597. Expedida a carta de guia para o
Quando se torna exeqüível cumprimento da pena, se o réu estiver cumprindo
outra, só depois de terminada a execução desta
será aquela executada. Retificar-se-á a carta de
Art. 592. Sòmente depois de passada em
guia sempre que sobrevenha modificação quanto
julgado, será exeqüível a sentença.
ao início ou ao tempo de duração da pena.
Conselho Penitenciário CAPÍTULO III
Recaptura CAPÍTULO I
Art. 611. Quando a suspensão da pena fôr I - for condenado, na justiça militar ou na
concedida pelo Tribunal, a êste competirá comum, por sentença irrecorrível, a pena
estabelecer-lhe as condições, cabendo ao relator privativa da liberdade; (Redação dada
do acórdão presidir à audiência. pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978)
Art. 611 - Quando for concedida a II - não efetuar, sem motivo justificado, a
suspensão pela superior instância, a esta caberá reparação do dano; (Redação dada pela
estabelecer-lhe as condições, podendo a Lei nº 6.544, de 30.6.1978)
audiência ser presidida por qualquer membro do
Tribunal ou por Auditor designado no
III - sendo militar, for punido por crime
acórdão. (Redação dada pela Lei nº
próprio ou por transgressão disciplinar
6.544, de 30.6.1978)
considerada grave. (Redação dada pela
Lei nº 6.544, de 30.6.1978)
Suspensão sem efeito por ausência do réu
Revogação facultativa
Art. 612. Se, intimado pessoalmente ou por
edital, com o prazo de dez dias, não comparecer
o réu à audiência, a suspensão ficará sem efeito e § 1º - A suspensão poderá ser revogada, se
será executada imediatamente a pena, salvo o beneficiário: (Redação dada pela Lei nº
6.544, de 30.6.1978)
prova de justo impedimento, caso em que será
marcada nova audiência.
a) deixar de cumprir qualquer das da pena. Em caso de revogação, será feita
obrigações constantes da averbação definitiva no Registro Geral.
sentença; (Redação dada pela Lei nº
6.544, de 30.6.1978) § 1º O registro será secreto, salvo para efeito
de informações requisitadas por autoridade
b) deixar de observar obrigações inerentes à judiciária, em caso de nôvo processo.
pena acessória; (Redação dada pela Lei
nº 6.544, de 30.6.1978) § 2º Não se aplicará o disposto no § 1º
quando houver sido imposta, ou resultar de
c) for irrecorrivelmente condenado a pena condenação, pena acessória consistente em
que não seja privativa da interdição de direitos.
liberdade. (Redação dada pela Lei nº
6.544, de 30.6.1978) Crimes que impedem a medida
a) advertir o beneficiário
a) por crime contra a segurança nacional, de
ou; (Redação dada pela Lei nº 6.544, de aliciação e incitamento, de violência contra
30.6.1978) superior, oficial de serviço, sentinela, vigia ou
plantão, de desrespeito a superior e desacato, de
b) exacerbar as condições ou, insubordinação, insubmissão ou de deserção;
ainda; (Redação dada pela Lei nº 6.544,
de 30.6.1978) b) pelos crimes previstos nos arts. 160, 161,
162, 235, 291 e parágrafo único, nºs I a IV, do
c) prorrogar o período de suspensão até o Código Penal Militar.
máximo, se esse limite não foi o
fixado. (Redação dada pela Lei nº 6.544,
CAPÍTULO II
de 30.6.1978)
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
§ 3º - Se o beneficiário estiver respondendo
a processo, que, no caso de condenação, poderá
acarretar a revogação, o juiz declarará, por Condições para a obtenção do livramento
despacho, a prorrogação do prazo da suspensão condicional
até sentença passada em julgado, fazendo as
comunicações necessárias nesse Art. 618. O condenado a pena de reclusão
sentido. (Parágrafo incluído pela Lei nº ou detenção por tempo igual ou superior a dois
6.544, de 30.6.1978) anos pode ser liberado condicionalmente, desde
que:
Extinção da pena
I — tenha cumprido:
Art. 615. Expirado o prazo da suspensão, ou
da prorrogação, sem que tenha havido motivo de a) a metade da pena, se primário;
revogação, a pena privativa da liberdade será
declarada extinta. b) dois terços, se reincidente;
Art. 627. Se fôr permitido ao liberado residir Revogação da medida por condenação
fora da jurisdição do juiz da execução, será durante a sua vigência
remetida cópia da sentença à autoridade
judiciária do local para onde se houver Art. 631. Se por crime ou contravenção
transferido, ou ao patronato oficial, ou órgão penal vier o liberado a ser condenado a pena
equivalente. privativa da liberdade, por sentença irrecorrível,
será revogado o livramento condicional.
Vigilância da autoridade policial
Revogação por outros motivos
Parágrafo único. Na falta de patronato
oficial ou órgão equivalente, ou de particular, Art. 632. Poderá também ser revogado o
dirigido ou inspecionado pelo Conselho livramento se o liberado:
Penitenciário, ficará o liberado sob observação
cautelar realizada por serviço social penitenciário a) deixar de cumprir quaisquer das
ou órgão similar. obrigações constantes da sentença;
Parágrafo único. Em tempo de paz, pelos Parágrafo único. A autoridade militar que
crimes referidos no art. 97 do Código Penal encaminhar o pedido fará o relatório de que trata
Militar, o livramento condicional só será o art. 645.
concedido após o cumprimento de dois terços da
pena, observado ainda o disposto no art. 618, nºs Faculdade do Presidente da República de
I, letra c , II e III, e §§ 1º e 2º. conceder espontâneamente o indulto e a
comutação
TÍTULO III
Art. 647. Se o presidente da República
DO INDULTO, DA COMUTAÇÃO DA decidir, de iniciativa própria, conceder o indulto
PENA, DA ANISTIA E DA REABILITAÇÃO ou comutar a pena, ouvirá, antes, o Conselho
Penitenciário ou a autoridade militar a que se
CAPÍTULO I refere o art. 646.
Recusa
Caso de remessa ao ministro da Justiça
CAPÍTULO II
Alegações orais
DOS RECURSOS
Art. 701. Findo o relatório, poderão o
defensor e o procurador fazer alegações orais por
Recurso das decisões do Conselho e do quinze minutos, cada um.
auditor
Decisão pelo Conselho
Art 694. Das sentenças de primeira instância
caberá recurso de apelação para o Conselho
Art. 702. Discutida a matéria, o Conselho
Superior de Justiça Militar. Superior proferirá sua decisão.
Razões do recurso
Art. 705. O recurso de embargos, nos
processos originários, seguirá as normas
Art. 697. As razões do recurso serão estabelecidas para a apelação.
apresentadas, com a petição, em cartório.
Conclusos os autos ao auditor, êste os
Não cabimento de habeas corpus ou
remeterá, incontinent i, à instância superior.
revisão
Processo de recurso e seu julgamento Art. 706. Não haverá habeas corpus , nem
revisão.
Art. 698. Os autos serão logo conclusos ao
relator, que mandará abrir vista ao representante
CAPÍTULO III
do Ministério Público, a fim de apresentar
parecer, dentro em vinte e quatro horas.
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS RELATIVAS À
JUSTIÇA MILITAR EM TEMPO DE
Estudo dos autos pelo relator
GUERRA
Execução da pena de morte Art. 711. Nos processos pendentes na data
da entrada em vigor dêste Código, observar-se-á
Art. 707. O militar que tiver de ser fuzilado o seguinte:
sairá da prisão com uniforme comum e sem
insígnias, e terá os olhos vendados, salvo se o a) aplicar-se-ão à prisão provisória as
recusar, no momento em que tiver de receber as disposições que forem mais favoráveis ao
descargas. As vozes de fogo serão substituídas indiciado ou acusado;
por sinais.
b) o prazo já iniciado, inclusive o
§ 1º O civil ou assemelhado será executado estabelecido para a interposição de recurso, será
nas mesmas condições, devendo deixar a prisão regulado pela lei anterior, se esta não estatuir
decentemente vestido. prazo menor do que o fixado neste Código;