Você está na página 1de 5

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

O Que é a Responsabilidade Civil?

A responsabilidade civil consiste na obrigação de reparar economicamente os danos causados a


terceiros, sejam no âmbito patrimonial ou moral. Assim, em razão de um dano patrimonial ou moral
é possível o Estado ser responsabilizado e, conseqüentemente, deverá pagar uma indenização capaz
de compensar os prejuízos causados.

A esse respeito, cumpre anotar que não só os atos ilícitos, como também os atos lícitos dos agentes
públicos são capazes de gerar a responsabilidade extracontratual do Estado.

Exemplo: policiais civis em perseguição a um bandido, batem na traseira de um veículo que estava
no meio do caminho. A perseguição policial consiste numa atuação lícita, mas gerou prejuízos e o
estado deverá indenizar os danos causados.

A doutrina atribui outros nomes a esta matéria tais como:

1.Responsabilidade extracontratual do Estado (Maria Sylvia Zanella di Pietro);


2.Responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado (Celso Antônio);
3. Responsabilidade civil do Estado (José dos Santos Carvalho Filho);

TEORIAS DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

1. Teoria do Risco Administrativo (REGRA ADOTADA NO BRASIL)


2. Teoria da Culpa Administrativa (EXCEÇÃO A REGRA ADOTADA NO BRASIL)
3. 3.Teoria do Risco Integral (EXCEÇÃO A REGRA ADOTADA NO BRASIL)

TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO

Previsão Constitucional A responsabilidade objetiva (que independe da comprovação de dolo ou de


culpa) do Estado está prevista no parágrafo 6o do artigo 37 da Constituição Federal. Art. 37, § 6º –
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Admite causas excludentes de responsabilidade como caso fortuito, força maior e culpa exclusiva
da vítima (essas causas serão estudadas logo mais). Trata-se da teoria adotada em nosso Direito,
devendo o Estado responder pelos prejuízos causados aos administrados, salvo quando presente
alguma das causas acima mencionadas.
A doutrina e a jurisprudência vêm entendendo que a responsabilidade objetiva do Estado (que é
independente da existência de dolo ou culpa) só existe diante de uma conduta comissiva (ação)
praticada pelo agente público. Desse modo, no exemplo da perseguição policial, onde o tiro do
policial acerta um particular, teremos a responsabilidade objetiva do Estado, uma vez que estamos
diante de uma conduta comissiva (ação).
Por outro lado, quando estivermos diante de uma omissão do Estado a responsabilidade deixa de
ser objetiva e passa a ser subjetiva, ou seja, o particular lesado deverá demonstrar o dolo ou a culpa
da Administração, em qualquer de suas modalidades: negligência, imprudência e imperícia. Ex:
fortes chuvas causaram enchentes e um particular teve sua casa alagada. Nesse caso, não bastará a
comprovação do dano sofrido pela inundação, sendo
imprescindível demonstrar também o dolo ou a culpa do Estado em não limpar os bueiros e as
“bocas de lobo” para
facilitar o escoamento das águas, evitando-se, assim, os prejuízos causados pelas enchentes.

Fique Esperto Bisonho!


O Estado Responde de Forma OBJETIVA (independe de dolo ou de culpa)
O Agente Responde de forma Subjetiva (depende de dolo ou de culpa chamado de direito Regresso)

Teoria da Culpa Administrativa


Segundo a Teoria da culpa administrativa, o dever de o Estado indenizar o dano sofrido pelo
particular somente existe caso seja comprovado à existência de falta de serviço. A culpa
administrativa pode decorrer de uma das três formas possíveis de falta do serviço:

✓ Inexistência do serviço.
✓ Mau funcionamento do serviço.
✓ Retardamento do serviço.

Cabe sempre ao particular prejudicado pela falta comprovar sua ocorrência para fazer justa
indenização.

Essa responsabilidade é Subjetiva, Responsabilidade do Estado de indenizar por danos


decorrentes de sua omissão, depende de culpa ou dolo.
Na Omissão do Estado a responsabilidade deixa de ser objetiva e passa a ser subjetiva, ou seja, o
particular lesado deverá demonstrar o dolo ou a culpa da Administração, em qualquer de suas
modalidades: negligência, imprudência e imperícia.
Ex: fortes chuvas causaram enchentes e um particular teve sua casa alagada. Nesse caso, não bastará
a comprovação do dano sofrido pela inundação, sendo imprescindível demonstrar também o dolo
ou a culpa do Estado em não
limpar os bueiros e as “bocas de lobo” para facilitar o escoamento das águas, evitando-se, assim, os
prejuízos causados pelas enchentes.
TEORIA DO RISCO INTEGRAL
Teoria do risco integral representa uma exacerbação da responsabilidade civil da Administração.
Segundo essa teoria, basta à existência de evento danoso e do nexo causal para que surja a obrigação
de indenizar para a administração, mesmo que o dano decorra de culpa exclusiva do particular.
Alguns autores consideram essa teoria para o caso de acidente nuclear.
Não admite causas excludentes de responsabilidade, logo o Estado deveria responder por qualquer
dano, ainda que não tenha dado causa;

Excludentes de Responsabilidade
No tocante a responsabilidade civil extracontratual do Estado, importante ressaltar que existem
algumas causas que, uma vez comprovadas, excluem a responsabilidade da Administração Pública.
São elas:
1ª) Caso Fortuito e Força Maior: existem autores que defendem que a força maior decorre de
fenômenos da natureza, enquanto o caso fortuito seria decorrente da atuação humana. Por outro
lado, há quem defenda justamente o contrário. Logo, diante de uma divergência doutrinária,
importante buscarmos o posicionamento da jurisprudência, ou seja, o entendimento dos nossos
juízes e tribunais.
A esse respeito, o Supremo Tribunal Federal não faz distinção entre caso fortuito e força maior,
considerando ambas as causas como excludentes de responsabilidade do Estado.
Ex.1: um terremoto que destrói casas. O Estado não poderá ser responsabilizado, pois o fato não
ocorreu em razão de uma conduta da Administração, mas sim de um fato alheio e imprevisível.
Ex.2: Um assalto em ônibus em que um passageiro é morto exclui a responsabilidade do Estado ou
da empresa concessionária do serviço público, uma vez que a ação do assaltante não tem nenhuma
conexão com o serviço de transporte (Recurso Especial nº 142186).

2ª) Culpa Exclusiva da Vítima ou de Terceiro: quando a vítima do evento danoso for a única
responsável pela sua causa, o Estado não poderá ser responsabilizado. Ex: uma pessoa querendo
suicidar-se, se atira na linha do trem. Nesse caso, a família da vítima não poderá responsabilizar o
Estado, uma vez que a morte só ocorreu por culpa exclusiva da pessoa que se suicidou.
Por outro lado, quando a culpa for concorrente (e não exclusiva) da vítima, não haverá exclusão da
responsabilidade do Estado, mas atenuação. Ex: passageiro que viajava pendurado pelo lado de fora
do trem (pingente) caiu e sofreu danos. Nesse caso, O Superior Tribunal de Justiça reduziu pela
metade o pagamento de indenização, pois concluiu pela culpa concorrente da vítima, isto é, tanto a
vítima quanto a empresa estatal de transporte ferroviário foram considerados responsáveis pela
causação do acidente. O passageiro não deveria andar pendurado no trem e a empresa estatal
deveria proibir essa conduta (Recurso Especial nº 226348).
Quem Responde pelos Danos ??
§ 6º – As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Respondem Objetivamente: Pessoas Jurídicas de Direito Público:

I Entes Políticos (Município, união, DF, Estado)

II Autarquias e Fundação Públicas


Pessoas Jurídicas de Direito Privado:

I Concessionárias e permissionárias de serviço público. (Subsidiária)

II Empresa Pública e Sociedade de economia mista se prestadora de serviço público.

Respondem de forma Subjetiva:


I Empresas Estatais (Empresa Pública e Sociedade de economia mista) se exploradora de atividade

econômica. II Empresa Privada

O Estado poderá ser responsabilizado pelos prejuízos causados a terceiros pelas concessionárias e
permissionárias de serviço público?

Em princípio, a resposta é negativa, não respondendo o Estado por danos causados por suas
concessionárias ou permissionárias. Isto porque estas pessoas jurídicas prestam o serviço público
em seu nome, por sua conta e risco.
Entretanto, a responsabilidade do Estado será subsidiária, ou seja, este responderá pelos prejuízos
após o exaurimento do patrimônio das empresas concessionárias e permissionárias do serviço
público. Portanto, se uma dessas empresas, por exemplo, falir e não possuir condições de arcar com
a indenização devida, o Estado deverá pagá-la, não podendo o administrado prejudicado ficar sem
o ressarcimento devido.

Prazo prescricional da ação de indenização


A ação de reparação de danos para se obter indenização do Estado deverá ser proposta dentro do
prazo de 05 anos, contado a partir do fato danoso.

FIQUE LIGADO!! O Prazo do Estado entra contra agente causador do dano é imprescritível, ou seja,
não há prazo predeterminado.

Você também pode gostar