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Juliana Oliveira
 

A
propósito de uma sociologia crítica de educação   -   Michael
Young

O papel atribuído a educação


tem sido transformado ao longo do tempo de forma marcante.

Neste artigo, o autor, partindo


da realidade de que a educação passou a ser considerada de um
fator de produção e
crescimento, para um custo de produção e até inibidor do crescimento
econômico, irá
relacionar estas mudanças de foco com as mudanças da crítica em sociologia da
educação.

Á partir dos anos 60, houve uma


expansão geral da educação na Inglaterra; foi também uma
década de ativa
efervescência intelectual nas universidades. Neste clima surge a sociologia do
conhecimento que defendia a idéia de que as questões de conteúdo de currículos e
formas de
avaliação não eram apenas temas específicos da educação, mas também
fenômenos sociais
exigindo análise sociológica dos currículos. Nos anos 70, surgiram
conceitos reprodutivistas que
defendiam a idéia de que as escolas não estavam imunes as
influências das condições sociais
vigentes, mas que eram ao contrário agentes de
reprodução das condições capitalistas de
trabalho.

Esta teoria no entanto também


apresentava limitações que foram logo apontadoas por Apple,
uma vez que a educação tem
suas especificidades e não pode ser analisada simplesmente em
termos da divisão do
trabalho.

Concluindo, o autor defentd a


centralização do currículo numa sociologia crítica da educação
que permita
questionamentos a respeito de pressupostos e proncípios das divisões curriculares e
também sobre os resultados decorrentes de certas escolhas e prioridades dos currículos.

Currículo e Democracia: lições de uma crítica a "nova


sociologia da educação"Michael
Young

Neste artigo Young, pretende contribuir com um exame crítico das


disciplinas curriculares. Ele
parte analisando a história da ascensão e da queda do Nova
Sociologia da Educação:

A NSE surgiu na Inglaterra na decada de 70 com a preocupação de


demostrar o exclusivismo
adadêmico; ela mudou o foco dos agentes de mudança social dos
políticos para os professores,
porém não fez nenhum esforço para analisar o tipo de
estado no qual o sistema de esucação
inglês era parte, nem para descobrir se os
frofessores seriam receptores a estas novas idéias.

Com relação as antigas práticas a NSE apresentava três pontos


inovadores:

1- Sua relação com as desigualdades educacionais uma veazque era sua


prioridade
o fim das desigualdades por vias políticas.

2- Também a escolha do currículo como um dos tópicos principais


desta nova
sociologia fazendo os processos de seleção e esclusão do conjecimento serem
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espeialmente enfocados e

3- por fim como já foi dito sua ênfase nos professores com os novos
agentes de
mudança social.

Mais especificamente em relação ao currículo, ela surgiu diretamente


da busca por uma
explicação alternativa das desigualdades dos rendimentos escolares. Seu
ponto forte foi o de
questionar a objetividade e a autonomia do currículo acadêmico ao
demonstrar sua natureza
social, porem esta nova teoria carecia de uma analise política do
trabalho acadêmico,
fracassando assim em criar vínculos com outras pessoas que poderiam
apoia-lo, ela também se
enganava ao atribuir uma autonomia ao professor. E por ultimo,
não fazia distinção clara entre o
poder ideológico e cultural dos currículos ficando
sem nenhum critério para avaliar e
desenvolver alternativas curriculares.

Estes pontos fracos acrescidos de uma falta de apoio popular, devido


talvez a sua linguagem
desnecessariamente inacessível, não permitiram o avanço desta
teoria.

Concluindo, Young sugeriu que nem o currículo acadêmico modernizado,


nem os novos
programas vocacionais ofereciam uma base adequada para minimizar as divisões
sociais, para
ele, uma sociedade mais democrática requer um sistema educacional unificado
e que tornam
explicitas tensões como a solicitação intelectual da disciplina e sua
solicitação pratica, e tensões
como as do mundo de emprego remunerado e não
remunerado, familiar, etc.

Democracia política e modernização são as palavras chaves para o


processo de reestruturação
curricular.

Escola e Cultura

Este texto pretende refletir sobre os problemas da educação que se


referem a função da
transmissão cultural da escola.

É difícil definir a noção do valor intrínseco da matéria ensinada,


as críticas a verdadeira natureza
dos conteúdos ensinados é um fator que causa
incômodo para os educadores.

Não existe mais um consenso do que deve ser ensinado como estudos gerais,
o discurso da
adaptação e da utilidade momentânea está sufocando as questões
fundamentais de justificação
cultural da escola.

No entanto, o pensamento pedagógico contemporâneo não pode se esquivar


de uma reflexão
sobre a questão da cultura e dos elementos culturais dos diferentes
tipos de escolhas
educacionais, sob o risco de cair na superficialidade.

O conteúdo da educação é composto por conhecimentos, competências, hábitos,


valores, etc.

Estes conteúdos por sua vez, podem receber o nome de cultura. Para
Olivier Reboul, a cultura é
que distingue o homem do animal. O que justifica o
empreendimento educativo é a
responsabilidade de ter que transmitir e perpetuar esta
cultura humana.

Desde que a educação é uma seleção na cultura, e, uma reelaboração


didática desta, não
podemos nos apegar em uma unidade perfeita entre educação e
cultura, a educação transmite
algo da cultura, uma parte, mas não toda ela. Pode se
então questionar quais são os
determinantes desta seleção cultural que preserva alguns
conhecimentos como sagrados e
esquece de outros.

Após a seleção, os saberes são submetidos a um trabalho de


reorganização, reestruturação; a
chamada transposição didática, para que os saberes
dos sábios e teóricos possam ser
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compreendidos pelos alunos. Estes dispositivos


mediadores podem ser os manuais, os materiais
didáticos, lições, tarefas, etc.

A aceleração no ritmo das transformações constitui um fato novo, com a


rapidez e aceleração
constantes, a educação é cada vez menos capaz de encontrar um
fundamento, uma legitimação
de ordem cultural.

Na Grã-Bretanha, o desenvolvimento da reflexão sobre as dimensões e as


implicações culturais
da escola na sociedade surgiu nos anos 60, desde então,
iniciou-se um amplo debate sobre o
currículo, suas formas conteúdos definições, etc.

Nos anos 70 surge a Nova Sociologia da Educação, especificamente


preocupada com questões
sociais na educação e que tinha o currículo como peça
fundamental.

Concluindo, é inegável que no campo educacional, a razão sociológica e


pedagógica devem
mais do que somente coexistir, mas contribuírem mutuamente para o
aperfeiçoamento do
sistema de ensino.

 
Sociologia do Currículo
O termo sociologia do currículo é um termo bastante recente, trata-se de
uma área de estudos
relativamente nova, que preocupa-se em estudar os conteúdos, o modo
como estes são
selecionados e organizados na cadeia didática. Além disto, preocupa-se
com aquilo que é
realmente estudado em sala de aula e que muitas vezes não está
prescrito oficialmente.

As primeiras reflexões sociológicas sobre o currículo, surgiram na


Grã-Bretanha nos anos 60 e
70, elas diziam respeito a natureza social da formação dos
currículos.

Nos anos 80, estes estudos prosseguiram, agora com dados empíricos
apurados e com o
objetivo de tirar a cultura escolar de sua inércia.

Ainda durante os anos 80 na França, ocorrem profundas transformações no


ensino secundário,
surgem as escolas de massa e dessa forma mais importância é dada ao
programa escolar.

São realizadas reflexões acerca do currículo real e oculto:

O currículo real é apenas aquilo que está descrito nas atividades


pedagógicas cotidianas; já o
currículo oculto, pode conter duas mensagens implícitas.
A primeira é o "implícito natural",
aquilo que não precisa ser dito pois
está inscrito na lógica da instituição. Mas pode existir
também em currículo
implícito com características nocivas que constitui-se de um trabalho de
inculcação
ideológica, de dissimulação e mistificação da realidade, contribuindo para a
alienação
cultural e dominação social. Cabe ao sociólogo crítico desvendar e
denunciar estas abordagens.

A medida que aumentaram as reflexões sobre o currículo, surgiu na


França uma teoria nova na
qual "nunca ensinamos os saberes diretamente aos alunos,
mas sempre seus substitutos
didáticos." A cultura da escola é tida então como uma
cultura de segunda em relação ao
pesquisador, sua função seria a de mediador
didático.

Concluindo, não podemos negar que a escola tem a capacidade de


influenciar as práticas
culturais e os modos de pensamento predominantes, e que possui
uma eficácia social muito
forte, fazendo dela uma instituição que merece que seus
currículos e objetivos sejam bem
planejados.

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