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Curso Online:

Educação Sexual
Entendendo a sexualidade..................................................................................2

Sexualidade e mídia na educação infantil...........................................................4

Família, escola e sociedade na educação sexual...............................................6

Princípios básicos da Terapia Cognitiva..............................................................7

Mitos, tabus e crenças: pensar bem para viver melhor.......................................8

Educação sexual: quem educa – família ou escola?...........................................9

Educando para igualdade – papéis de gênero..................................................11

Gravidez: entre a liberdade e a responsabilidade.............................................13

Doenças Sexualmente transmissíveis...............................................................15

Referências bibliográficas..................................................................................18

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ENTENDENDO A SEXUALIDADE

Sexo é o conjunto de características estruturais e funcionais segundo os quais


um ser vivo é classificado como macho ou fêmea.

Entre os seres humanos e outros mamíferos, os machos normalmente


carregam cromossomos XY, enquanto que as fêmeas normalmente carregam
cromossomos XX, o que são parte do sistema XY de determinação do sexo.

Normalmente, uma espécie tem dois sexos -- masculino e feminino -- e


diferenciação sexual ocorre na forma de gametas respectivamente masculinos
e femininos. O sexo feminino é definido como aquele que produz
o gâmeta (ou gameta) feminino, que é uma célula reprodutiva maior e
geralmente imóvel (o óvulo ou ovogônia). O sexo masculino é definido como o
que produz o gameta masculino, que é uma célula reprodutiva menor
denominada espermatozoide ou espermatogônia. Cada gameta possui a
metade do número de cromossomos daquela espécie.

Quando uma mesma criatura possui simultaneamente órgãos masculino e


feminino, ela é definida como hermafrodita. Quando os indivíduos de uma
espécie não possuem características sexuais claramente definidas, dizemos
que o sexo é indiferenciado.

Muitas pessoas acham que ao falar de sexualidade estamos falando de sexo,


mas é importante entender que sexo se refere a definição dos órgão genitais,
masculino ou feminino, ou também pode ser compreendido como uma relação
sexual, enquanto que o conceito de sexualidade está ligado a tudo aquilo que
somos capazes de sentir e expressar.

Conceito da Organização Mundial de Saúde:

"A sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade


básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros
aspectos da vida. Sexualidade não é sinônimo de coito (relação sexual) e não
se limita à ocorrência ou não de orgasmo. Sexualidade é muito mais que isso,
é a energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa
na forma de sentir, nos movimentos das pessoas, e como estas tocam e são
tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e

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interações e, portanto a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano
fundamental, a saúde sexual também deveria ser considerada um direito
humano básico." (WHO TECHNICAL REPORTS SERIES, 1975)

Devemos compreender também que tudo que sentimos e vivemos acontece no


nosso corpo, portanto, não é possível separar a sexualidade do corpo ou
pensar no corpo sem considerar a sexualidade. Por isso, ouvimos tantas
mensagens de controle do nosso corpo, “fecha a perna”, “não chora”, “tira a
mão dai” etc.

É importante entender para não desrespeitar ninguém!

O ser humano tem necessidade de pertencer a um grupo. Causa muito


sofrimento quando alguém não se sente parte de nenhum. Sentir-se
discriminado pode chegar até o suicídio.

Graças à tecnologia, hoje está mais fácil encontrar outras pessoas que se
sentem como nós, seja lá qual for o gênero ou a orientação sexual. No fundo,
são criações de novas "caixinhas", mas é um fenômeno muito importante para
garantir o respeito a todas as pessoas.

A orientação sexual está ligada ao desejo, mais propriamente à sexualidade:


por quem eu tenho atração afetivo-sexual? Normalmente, isso se torna uma
questão por volta da puberdade, quando os hormônios e as questões sexuais
começam a aparecer.

Diferentemente da orientação sexual, a identidade de gênero pode se


manifestar desde a infância, porque essa sensação de não-pertencer pode
surgir quando a criança começa a se relacionar com outras pessoas e entra em
contato com as primeiras convenções sociais. Por isso, vemos tantas histórias
de crianças que se declaram transgênero.

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SEXUALIDADE E MÍDIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

No Séc. XVII no contexto social, no coração de cada lar um único lugar de


sexualidade reconhecido, mais utilitário e fecundo era o quarto dos pais.
Segundo o mesmo, na época a criança não tinha sexo, boa razão para ser
interditada, razão para proibi-las de falarem dele, para fechar-lhes os olhos e
tapar os ouvidos onde quer que venha a ser manifestado. A repressão era a
condenação ao desaparecimento, marcando a hipocrisia da sociedade
burguesa da época, lembrando também a influência da evolução da Pastoral
Católica e do sacramento da confissão, que ascende na Idade Média
(FOUCAULT, 1999).

De acordo com Papalia (2010) a divisão em fase de desenvolvimento é apenas


uma construção social, que varia de acordo com períodos, visões subjetivas ou
suposições partilhadas pelo grupo social. A partir desse momento o próprio
conceito de infância é visto como uma construção social. Não há exatamente
um período ou idade exata ao qual uma criança se torne adulta ou um jovem se
torne um idoso, um exemplo disto, é que em períodos antigos pesquisas
revelaram que crianças eram vistas e tratas como adultos.

Inúmeras pesquisas apontam que as mídias são as principais influencias na


sexualidade precoce devido ao fato de que a televisão transmite mensagens
sexuais, e bombardeiam as crianças a toda hora seja com imagens ou
mensagens subliminares.

Os apologistas da TV afirmam que ela democratizou as informações e o lazer,


uniu os indivíduos independentemente das visões sociais, enfim, instaurou uma
nova infância que se alimenta basicamente da diversão digitalizada, não
evidenciando a participação no processo de circulação de informações e lazer,
nem tão pouca uma experiência coletiva. São inegáveis os fortes estímulos da
TV ao consumismo, à padronização de comportamentos e à agressividade. A
curiosidade é comum na infância, quando as crianças pesquisam o mundo que
as rodeia desde a mais tenra idade; entretanto, diante da TV, elas podem se
tornar apáticas. Ontem, como hoje, a sexualidade é um ingrediente excitante
de sua programação, como também a violência (ROCHEL, 2008).

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Com relação à sexualidade, uma das principais influências na vida do
adolescente é a televisão. Os jovens de 4 a 17 anos assistem, em média, 3,5
horas por dia. Entre os mais assistidos encontram-se as novelas (das 19 e das
20 horas) e o jornalismo noturno da TV.

Os jovens e adolescentes passam grande parte do seu dia assistindo televisão,


sendo muitas vezes programas recheados de cenas sexuais, violência,
conflitos familiares, e isso corrobora para que o jovem construa imagens
distorcidas e valores conflitantes.

Observa-se, então, que a sexualidade está relacionada com os valores e o


contexto cultural que o adolescente está inserido, e diante disso, a
preocupação que surge é que tipo de cultura está subsidiando o adolescente
nos dias atuais e que tipo de sexualidade está inventando para inserir-se em
sua época (CARIDADE, 1999).

O que você assiste?

O que você ouve?

O que você lê?

TV, rádio, revistas, jornais, celulares e internet. Por exemplo: formas de se


relacionar, de se vestir, de dançar, namoros, traições, primeira transa, primeiro
beijo, diversidade, entre outros, são temas frequentes em novelas, filmes,
seriados, programas voltados para jovens, blogs e sites. Cada um desses
meios apresenta ideias, conceitos, valores sobre como “se deve” ou “não se
deve” viver a própria sexualidade, sobre o que está na moda, e o que é um
mico total, sobre como ser popular etc.

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FAMÍLIA, ESCOLA E SOCIEDADE NA EDUCAÇÃO SEXUAL

Os pais são os principais educadores dos filhos, eles já estão dando um roteiro
para a criança de como ser homem ou como ser mulher no mundo. Isso é
educação sexual. Quando essa criança cresce, vão surgindo as perguntas e a
família precisa estar preparada de uma forma aberta. Isso faz parte do
desenvolvimento. Basta o jovem encontrar um espaço em casa para sanar
suas angústias, dúvidas e falar sobre o assunto de uma forma que ele se sinta
acolhido. Os pais não precisam saber todas as respostas, porque ninguém
sabe. Sexo é um tema tabu, é natural ter essa dificuldade. Mas com a família à
disposição, o jovem já se vê mais seguro sobre isso.

Desde 1997 esse tema deve ser tratado no ensino, a partir dos 7 anos de
idade. Hoje, mais de uma década depois, a gente ainda não tem a totalidade
das escolas abordando o assunto. Muitas vezes as questões surgem nesse
ambiente. Os beijos, as brincadeiras… Então a escola tem um papel
fundamental nessa formação. A educação sexual precisa ser uma ação
conjunta entre família, escola e sociedade. Estamos formando essas crianças e
adolescentes para serem adultos melhores, cada vez mais confortáveis com
seu corpo, sua saúde e a sua sexualidade.

A educação sexual fala de amor, de prazer, afeto, relacionamento. É


importante para que a gente viva de uma forma mais saudável, prazerosa,
tanto física quanto emocionalmente. É preciso se prevenir das doenças
sexualmente transmissíveis, da gravidez fora de hora… E esse é o caminho
para isso.

A homofobia é um tema em evidência… Como tratar isso com os jovens? O


que os pais e o colégio podem fazer para mudar essa realidade?
Primeiro é preciso entender que homossexualismo não é doença. Cada um tem
o direito de ser o que é. Cada pessoa tem seu conjunto de valores, crenças,
histórias de vida e seu jeito de olhar o mundo e se relacionar com ele. Se uma
pessoa é homossexual, bissexual ou heterossexual não existe problema
nenhum. Cada um deve ser o que é, sem se esconder.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DA TERAPIA COGNITIVA

Sabemos que é necessário a adequação da terapia para cada indivíduo.


Contudo, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) possui dez princípios
básicos que estão presentes em todos casos:

 Conceitualização cognitiva
 Aliança terapêutica sólida
 Colaboração e participação ativa de ambos
 Foco nos problemas e objetivos
 Ênfase inicialmente no presente
 Psicoeducação
 Tempo limitado
 Sessões estruturadas

 Ensinar o paciente a identificar e avaliar seus pensamentos e crenças


disfuncionais e a responder a estes: Possibilitará a reestruturação
cognitiva.

A teoria cognitiva baseia-se na teoria da aprendizagem social6, a qual parte do


pressuposto que o ambiente, as características temperamentais e o
comportamento de uma pessoa determinam-se reciprocamente e que o
comportamento é um fenômeno dinâmico, em evolução. Os contextos
influenciam o comportamento, e este, por sua vez, molda os contextos.

Quando as respostas comportamentais e emocionais de uma criança ou


adolescente não são funcionais, ou seja, são inadequadas, causam sofrimento
e prejudicam de forma significativa sua adaptação social e acadêmica,
presume-se que estão faltando habilidades comportamentais mais adequadas
e/ou que existem conteúdos cognitivos disfuncionais e/ou a capacidade de
resolução de problemas está prejudicada.

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MITOS, TABUS E CRENÇAS: PENSAR BEM PARA VIVER MELHOR

Deve-se sempre respeitar a crença religiosa das pessoas. Na religião, o ato


sexual deveria sempre visar a reprodução, a geração de mais filhos.

O hormônio responsável pelo desejo sexual é a testosterona. Essa substância


diminui um pouco em sua produção com o passar dos anos, além de o próprio
corpo ficar mais fatigado com a idade. Então não deve existir preocupação com
o numero de ejaculações ou orgasmos na juventude.

Na puberdade, apresenta maior frequência de atividade sexual e de


masturbação quando comparado á mulher de mesma idade. Tem o período
refratário curto e ansiedade constante em ejacular.

A adolescência, período de vida compreendido entre 10 e 20 anos, é uma fase


bastante conturbada. Ocorrem transformações físicas e emocionais
importantes, preparando a criança para assumir um novo papel perante a
família e a sociedade.

Em um mundo cheio de transformações, nos questionamos se nossas funções,


tais como as conhecemos (como pais, educadores, agentes de saúde), estão
de acordo com a realidade social.

Os tabus, por sua vez, foram desenvolvidos por modos de vida e costumes da
sociedade e religiões, que deveriam ser seguidos sob pena de castigos ou
prejuízos. O significado de tabu geralmente se refere a uma proibição da
prática de qualquer atividade social que seja moral, religiosa ou culturalmente
reprovável. Dizer que algo é um tabu pode significar que é sagrado e, por isso,
interdito qualquer contato. Ou pode também significar algo perigoso, imundo ou
impuro. Cada sociedade possui os seus próprios padrões morais. Tabus
existentes em uma cultura podem não existir em outras.

Tanto mitos quanto tabus podem acarretar alterações em comportamentos


sexuais e problemas para saúde sexual. Com isso, surgem as chamadas
disfunções sexuais como, por exemplo, um sofrimento intenso pela falta de
ereção em homens e, em mulheres, a impossibilidade e/ou dor na penetração
vaginal no ato sexual.

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EDUCAÇÃO SEXUAL: QUEM EDUCA – FAMÍLIA OU ESCOLA?

Tratar de educação sexual na sala de aula contribui na prevenção de doenças


e minimiza o risco de uma gravidez precoce; além disso, ajuda as crianças a
identificar o que é e como denunciar um abuso sexual.

Uma criança que entende o que é sexo está mais preparada para não ser
vítima do abuso sexual.

Sem um cuidado específico para lidar com o tema, o ensino fica comprometido.
As crianças têm um vínculo muito forte com os professores e é normal que
apareçam questões dentro da sala de aula.

Os dados de transmissão de infecções sexualmente transmissíveis também


são alarmantes: nos últimos 10 anos, o número de novos casos de HIV
diagnosticados no país quase que triplicou entre os jovens de 15 a 24 anos.

A sala de aula precisa ser um lugar onde questões ligadas ao preconceito


possam ser discutidas.

Um dos maiores problemas disso é a evasão escolar e, consequentemente, a


falta de oportunidades no mercado de trabalho para elas. No entanto, embora a
gestação precoce seja, de fato, um assunto importante em termos de políticas
públicas, será que a solução é ensinar aos jovens que sexo é algo ruim e que,
portanto, eles devem postergar o início da vida sexual? A resposta de
especialistas é clara: não.

Fazer sexo sem orientação não leva apenas à gravidez precoce. Outro
problema é a maior exposição a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Segundo a ONU, uma menina entre 15 e 19 anos é infectada com o vírus HIV,
causador da aids, a cada três minutos no mundo. E não são só elas que estão
sujeitas a essas doenças: os meninos também. De acordo com o Ministério da
Saúde, a taxa de rapazes de 20 a 24 anos com aids cresceu .

O senso comum acredita que educação sexual se resume a falar sobre


camisinha e sexo. É muito mais abrangente que isso. A criança precisa
entender seu corpo para se apropriar dele, desenvolver o autoconhecimento,
aprimorar a autoestima e se prevenir de possíveis abusos.

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Quando especialistas defendem que a educação sexual previne abusos, estão
se referindo à importância da criança entender quais são os limites de qualquer
pessoa sobre seu corpo e, com isso, aprender a dizer não.

É importante saber que a prevenção da violência sexual começa desde cedo.


Dentro de casa, com uma criança de um ano e meio, por exemplo, já é possível
começar o trabalho. Durante o banho os pais devem falar para a criança o
nome das partes do corpo. Deixar claro quem esta autorizada a dar banho
nela. Que só os pais e a professora podem tocá-la. Que um médico só pode
examiná-la se tiver um adulto próximo. Durante a troca de fraldas e de roupas
também ir adicionando mais informações e isso já é um início da educação
sexual.

A defesa de que a educação sexual deve ser responsabilidade também das


escolas é feita por muitos especialistas da área.

Dizer que não se fala sobre sexualidade nas escolas é o mesmo que dizer
que não se ensina cuidado e proteção do corpo para crianças. Educação
sexual não é ensinar sexo. É falar sobre o corpo, e a partir de determinada
idade falar também sobre sexo. É importante também entender que falar sobre
sexo é muito diferente de ensinar a fazer sexo.

As crianças têm relação com seu corpo desde muito cedo. Isso faz parte da
construção humana. Uma criança que está informada sobre a noção de
privacidade e de cuidado tem mais recursos para limitar o acesso de outro ao
corpo dela.

O que os pais precisam dizer para o filho não é a informação sobre o


funcionamento anatômico na precisão da ciência médica, muitas vezes nem é
essa a pergunta, mas também não precisam criar fantasias, os pais podem
falar com seus filhos usando seus termos e o seu conhecimento.

Dessa forma, criar histórias fantasiosas, como a da cegonha que traz bebês,
não é a postura ideal. “Isso pode acabar confundindo a criança na construção
da sua sexualidade. A responsabilidade da família é falar pros filhos sobre o
corpo e seu funcionamento a partir do que vivem e do que acreditam. Se os
pais têm dificuldades, eles também podem pedir ajuda. Educação sexual inclui
as famílias.

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EDUCANDO PARA IGUALDADE – PAPÉIS DE GÊNERO

Avanços jurídicos e políticos no sentido de garantir a igualdade de gênero na


educação encontram fortes obstáculos para sua concretização nas escolas de
diversos países da América Latina e do Caribe. Barreiras culturais, falta de
vontade dos governos e avanço de tendências fundamentalistas conservadoras
e religiosas afetam meninas e mulheres.

A presença de estereótipos de gênero nos currículos, livros didáticos e


processos de ensino, a violência que enfrentam dentro e fora da escola,
restrições estruturais e ideológicas e a dominação masculina em determinados
campos acadêmicos e profissionais são fatores que impedem meninas e
mulheres de reivindicar e exercer o direito humano à educação em condições
de igualdade.

Na última década foram observados avanços com relação à inclusão da


perspectiva de gênero na educação em distintos países da região, conquistas
que têm sido alvo de grupos conservadores que tentam impedir a continuidade
e a concretização dessas mudanças, ou mesmo querem promover retrocessos
em relação ao que já se havia avançado. O seguimento dessas transformações
enfrenta barreiras culturais, falta de vontade dos governos e avanço de
tendências fundamentalistas conservadoras e religiosas, que invocam a
existência do falso conceito de “ideologia do gênero” para promover
mobilizações, ações judiciais e campanhas de desinformação, entre outras
estratégias, contra a realização de uma educação laica e com enfoque em
direitos, o que inclui abordar nas escolas a igualdade de gênero, a diversidade
sexual, o direito à identidade de gênero e a educação sexual integral.

No caso do Brasil, o movimento Escola Sem Partido vem promovendo


propostas legislativas e outras ações para proibir a abordagem das questões
políticas e relacionadas a gênero e orientação sexual na educação. Também
se observam retrocessos para a igualdade de gênero no conteúdo da nova
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no fato de terem excluído a
referência a “gênero” do Plano Nacional de Educação e de outros planos
estaduais e municipais de educação aprovados no país.

A igualdade de gênero é um conceito que define a busca da igualdade entre os


membros dos dois gêneros humanos, homens e mulheres, derivado de uma
crença numa injustiça, existente em diversas formas, de desigualdade entre os

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sexos. Em suma, é a equivalência social entre os vários gêneros. Enquanto o
conceito pode referir-se às diferenças sociais entre homens e mulheres,
estende-se a todo o espectro da identidade de gênero. O gênero tem por base
representações (crenças, ideias, valores) em torno do sexo biológico. Ou seja,
é o modo como as sociedades entendem as pessoas do sexo masculino e as
pessoas do sexo feminino.

É, assim, a consequência do sexo numa organização social. Não existe


coincidência entre a identidade natural (sexo) e a de género (construção
social), sendo que o mesmo acontece relativamente às noções de raça, classe,
idade e etnicidade. O conceito contrário à igualdade de género não é diferença
de género, mas sim o de desigualdade de género, uma vez que este pressupõe
estatutos, direitos e dignidade hierarquizados entre homens e mulheres.

Estereótipos de Género – são as representações generalizadas e socialmente


valorizadas acerca do que os homens e as mulheres devem fazer (por
exemplo, "o homem é mais prático, a mulher é mais carinhosa"; ou" homem =
produção e mulher = reprodução").

Papéis sociais de género são comportamentos aprendidos numa determinada


sociedade, que fazem com que os seus membros percepcionem certas
atividades como pertencentes a homens ou a mulheres, valorizando-os de
forma diferente.

Discriminação direta – Normas ou práticas que diretamente produzem um


tratamento desigual e desfavorável a uma pessoa em função do sexo.

Discriminação indireta – Medida ou prática aparentemente neutra, que


prejudica de modo desproporcionado os indivíduos de um dos sexos.

A questão da desigualdade entre homens e mulheres é um fator histórico das


sociedades ocidentais, sendo que desde a antiguidade a mulher era tratada
como um ser inferior ao homem, devido a diversas crenças religiosas que
legitimavam tal perspectiva e que se permeavam pelos costumes sociais,
sobretudo na sociedade hebraica que era caracterizada pelo patriarcado e pela
hierarquização das relações sociais. Aristóteles no século III a.C. já dizia que a
mulher deveria ser submissa ao homem e que tal submissão é um fator natural
do gênero humano, não podendo ser modificado, sob pena de alterar-se a
natureza. Entretanto, as mulheres estão cada vez mais se posicionando em
cargos de chefias em diversas empresas do mundo todo, reassumindo e
refirmando sua posição social.

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GRAVIDEZ: ENTRE A LIBERDADE E A RESPONSABILIDADE

O elevado número de adolescentes grávidas nas escolas, o sofrimento


decorrente dessa situação para elas, e para os familiares, bem como para os
professores, cuja formação profissional parece insuficiente para capacitá-los a
lidar com o problema social da gravidez na adolescência.

A gravidez na adolescência consiste na gravidez de uma adolescente. Apesar


de a Organização Mundial de Saúde considerar a adolescência como um
período de dez a vinte anos na vida de um indivíduo, cada país especifica a
idade em que os seus cidadãos passam a ser considerados adultos.

Riscos:

 Maior possibilidade de parto prematuro (menos de 37 semanas);


 Maior possibilidade de cesárea;
 Maiores possibilidades de aborto espontâneo;
 Maiores possibilidades de má-formações;
 Maior possibilidade de baixo comprimento (menos de 45 centímetros e
2,5 kg);
 Maiores problemas de desenvolvimento.

Tudo tem seu tempo: Adolescência primeiro, gravidez depois.

Com base em informações de saúde e comportamentais, a proposta é


despertar a reflexão e promover o diálogo entre os jovens e as suas famílias
em relação ao desenvolvimento afetivo, autonomia e responsabilidade. E,
ainda, incentivá-los a buscar orientações nas unidades de saúde sobre as
formas de se prevenir. Assim, os adolescentes poderão tomar decisões, de
forma mais consciente, sobre a vivência da sua sexualidade, de forma segura,

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responsável e com conhecimento sobre seu corpo. A ideia é disseminar
informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a
redução da gravidez na adolescência.

O Governo do Brasil investe permanentemente em políticas de educação em


saúde e em ações para o planejamento reprodutivo, principalmente para
reduzir os casos de gravidez não intencional. São nos serviços de saúde da
Atenção Primária, àqueles que ficam próximos as casas dos adolescentes e
jovens, que eles recebem o acompanhamento em todas as fases da vida. Entre
os cuidados ofertados estão a assistência à saúde sexual, à saúde reprodutiva,
ao planejamento familiar, ao pré-natal, ao pós-parto, à saúde da criança e à
saúde da mulher e do homem.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta de maneira gratuita nove


métodos contraceptivos que ajudam no planejamento familiar. São eles:
anticoncepcional injetável mensal; anticoncepcional injetável trimestral;
minipílula; pílula combinada; diafragma; pílula anticoncepcional de emergência
(ou pílula do dia seguinte); Dispositivo Intrauterino (DIU); preservativo feminino
e preservativo masculino.

Estes métodos contraceptivos estão acessíveis aos adolescentes nas unidades


de Atenção Primária, incluindo testes rápidos para infecções, mesmo que
estejam desacompanhados. No caso de alterações, os pais ou responsáveis
são acionados.

O abandono da escola aumenta a mortalidade infantil, gera pobreza. É um ciclo


vicioso e que precisa, de alguma maneira, ser abordado.

A gravidez em si já é um período de atenção e cuidados extras. Porém, quando


ela acontece no período da adolescência os cuidados devem ser redobrados.

O primeiro passo é a gestante adolescente iniciar o pré-natal o mais cedo


possível. Infelizmente, no caso de gestantes adolescentes, muitas “escondem”
inicialmente a gravidez, iniciando tarde o pré-natal.

É muito comum a adolescente grávida abandonar a escola. Nessa situação, é


importante incentivá-la a continuar estudando.

A gravidez na adolescência requer certos cuidados e é um assunto que deixa


os pais das adolescentes e até a própria adolescente preocupados.

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DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

Algumas dessas doenças silenciosas podem apresentar sintomas apenas em


um estágio mais avançado da infecção, o que dificulta o tratamento e traz
maior sofrimento.

Hoje, no Sistema Único de Saúde (SUS), outros recursos de prevenção às


doenças sexualmente transmissíveis estão disponíveis, além da tão importante
camisinha. Trata-se da testagem. A maioria dos testes são, inclusive, feitos de
forma instantânea, em menos de 30 minutos. Atualmente existem testes
rápidos para HIV/Aids; sífilis e hepatites virais. Além disso, as pessoas
infectadas por essas doenças têm direito à tratamento gratuito pelo SUS, com
uso dos medicamentos mais modernos existentes no mercado mundial. O
tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a
cadeia de transmissão dessas infecções.

Vários tipos de agentes infecciosos (vírus, fungos, bactérias e parasitas) estão


envolvidos na contaminação por IST, gerando diferentes sintomas
como feridas, corrimentos, dor ao urinar, bolhas ou verrugas.

Bactérias

 Cancro mole (Haemophilus ducreyi)


 Clamídia (Chlamydia trachomatis')
 Granuloma inguinale (Dovania granulamatis)
 Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae)
 Sífilis (Treponema pallidum)
 Vaginose bacteriana (Gardnerella vaginalis)

Fungos

 Candidíase (Candida albicans)

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Vírus

 Hepatite B
 Hepatite C
 Herpes simples tipo 1 e 2 (ver: Herpesviridae)
 SIDA (VIH)
 Condiloma acuminado (HPV tipo 6 e 11)
 Carcinomas genitais e da faringe (HPV/VPH tipo 16 e 18)
 Molusco contagioso
 Linfoma de células T do adulto (HTLV)

Artrópodes

 Piolho-da-púbis

Protozoários

 Tricomoníase (Trichomonas vaginalis)

O preservativo, mais conhecido como camisinha é um dos métodos mais


seguros contra as IST. Sua matéria prima é o látex. Antes de chegar nas lojas,
é submetido a vários testes de qualidade. Apesar de ser o método mais
eficiente contra a transmissão do VIH (vírus causador da epidemia da SIDA), o
uso de preservativo não é aceito pela Igreja Católica Romana, pelas Igrejas
Ortodoxas e pelos praticantes do Hinduísmo. O principal argumento utilizado
pelas religiões para sua recusa é que um comportamento sexual avesso
à promiscuidade e à infidelidade conjugal bastaria para a proteção e pelo fato
de que o preservativo não é totalmente eficiente contra IST.

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Agradecemos por escolher a iEstudar.

Blog https://iestudar.com/blog/

Site https://iestudar.com/

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Referências Bibliográficas

Wikipédia, a enciclopédia livre.Sexo.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sexo

Vivêndo a Adolescência. Sexualidade.

Disponível em:

http://www.adolescencia.org.br/site-pt-
br/sexualidade#:~:text=Muitas%20pessoas%20acham%20que%20ao,aquilo%2
0que%20somos%20capazes%20de

ALEXANDRE MAKHLOUF. Dicionário de gênero: Tudo que você precisa saber


sobre orientação, atração e novos termos sobre sexualidade.

Disponível em:

https://revistaglamour.globo.com/Amor-Sexo/noticia/2017/05/dicionario-de-
genero-tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-orientacao-atracao-e-novos-termos-
sobre-sexualidade.html

Tamar Caroline Seixas. Mundo da Psicologia.E Agora Pai? E Agora Mãe? A


Influência da Mídia na Sexualidade Infantil.

Disponível em:

http://mundodapsi.com/a-influencia-da-midia-na-sexualidade-infantil/

Raquel Ferreira Maia Raquel Ferreira Maia, Camila Perugini da Silva Camila
Perugini da Silva, Maria Teresa S.P Marques Maria Teresa S.P Marques, Katya
Cristina Vasconcelos Ferreira Katya Cristina Vasconcelos Ferreira

Centro Universitário Nove de Julho. Revista Mackenzie de Educação Física e


Esporte – 2006, 5(especial):109-117. A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA
SEXUALIDADE DO ADOLESCENTE.

18
Disponível em:

editorarevistas.mackenzie.br

Rafael. Mídia X Sexualidade:…Agência Jovem de Notícias. Mídia X


Sexualidade: o que você assiste, ouve e lê também interfere no seu jeito de
agir e pensar.

Disponível em:

https://www.agenciajovem.org/wp/na-sexualidade-o-que-voce-assiste-ouve-e-
le-tambem-interfere-no-seu-jeito-de-agir-e-pensar/

Redação M de Mulher. O papel da família e da escola na educação sexual das


crianças.

Disponível em:

https://mdemulher.abril.com.br/familia/o-papel-da-familia-e-da-escola-na-
educacao-sexual-das-criancas/

Laura Muller, sexóloga: “A educação sexual precisa ser uma ação conjunta
entre família, escola e sociedade”.

Disponível em:

https://mdemulher.abril.com.br/familia/o-papel-da-familia-e-da-escola-na-
educacao-sexual-das-criancas/

Adriana Raquel Castilho.PSICOLOGIA ACESSÍVEL.30/04/2018.Os princípios


básicos da Terapia Cognitivo-Comportamental.

Disponível em:

https://psicologiaacessivel.net/2018/04/30/os-principios-basicos-da-terapia-
cognitivo-comportamental/

Elizeth Heldt – Enfermeira psiquiátrica, professora adjunta da Escola de


Enfermagem da UFRGS, mestre e doutora em Psiquiatria pela UFRGS.

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Luciano Isolan – Médico psiquiatra, psiquiatra da infância e adolescência,
mestre e doutorando em Psiquiatria pela UFRGS.

Maria Augusta Mansur – Psicóloga, especialista em Psicoterapia Cognitivo-


comportamental, mestranda em Psiquiatria pela UFRGS.Rafaela Behs Jarros –
Psicóloga, mestranda em Psiquiatria pela UFRGS.TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA-por Elizeth Heldt,
Luciano Isolan, Maria Augusta Mansur e Rafaela Behs Jarros. In:
APRENDIZAGEM, COMPORTAMENTO E EMOÇÕES NA INFÂNCIA E
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