31º Festival de Música de Cascavel

De 25 á 30 de Julho de 2021.

Práticas de canto para crianças

Educadora Musical Bruna Lemes
 Vamos juntos
espalhar
música para o mundo!
O canto sempre esteve presente na vida do ser
humano. Acredita-se que, já na pré-história, o
homem já utilizava a música para realizar rituais,
danças, entre outras formas de comunicação.
Além disso, toda a exploração realizada com o
corpo favorecia o surgimento de ritmos e de
formas musicais únicas.
Durante muitos séculos, a música ficou restrita a um ensino
tradicionalista e tecnicista, onde tal formato cartesiano
privilegiava alunos considerados “com aptidão”, e excluía
aqueles que porventura manifestavam qualquer
dificuldade, no que diz respeito às suas performances. A
música era objeto artístico restrito a poucos
Émile-Jaques Dalcroze (1865-1950), educador musical, cujo sistema
intitulado Rítmica (Rythmique), afirmava que os primeiros instrumentos
musicais dos bebês são o corpo e a voz. Edgar Willems (1890-1978) foi
aluno de Dalcroze, e nos desperta para o ato de ouvir. Segundo ele, a
sensibilidade afetiva auditiva acontece quando percebemos as
diferenças entre ouvir e escutar, e relaciona cada intervalo harmônico de
acordo com sua qualidade afetiva. Zoltán Kodály (1882-1967), educador
húngaro que se dedicou a implantar o ensino de música nas escolas de
seu país, resgatando canções folclóricas de seu povo. O grande objetivo
de seu método foi o de ensinar o espírito do canto a todos, inserindo a
música ao cotidiano das famílias da Hungria. Encontra-se no método
Kodály os princípios da manossolfa, sistema que consiste em simbolizar
cada nota musical com gestos manuais.
É importante que o corpo todo esteja preparado para
prática musical, mantendo uma correta postura,
entendendo que, quando a gente canta, o som passeia
dos pés à cabeça. Essa prática já se inicia no momento
em que permitimos a consciência corporal para nossos
alunos. É quando se encontra essa sensibilidade, que as
formas de integração com a música se expandem.
Segundo SMITH (2015, p.87), onde a autora cita Blasco,
podemos perceber que a música possui efeitos
psicológicos, por atuar no sistema nervoso central. Por
isso, ela pode provocar efeitos sedantes, estimulantes,
enervantes, entre outros
Composição: Bruna Lemes
A consciência respiratória é fundamental para se
cantar bem. Quando eu cuido do combustível da
minha voz, tenho controle sobre sua prática.
Composição: Bruna Lemes
A preparação vocal consiste, como o próprio termo
já sugere, em preparar a voz para a atividade do
canto, através do aquecimento vocal. É assim que
deixamos nossa voz pronta para cantar de forma
saudável.
O aquecimento vocal consiste em realizar uma série de
exercícios que estimulam a circulação sanguínea no trato
vocal, preparando a musculatura para a atividade cantada.
É formado estímulos diversos, por vibrações de lábios, de
língua, boca chiusa (boca fechada realizando som de m ou
n), com ou sem altura musical definida, entre outros.
Antes de aquecer, reproduza os sons que você irá utilizar
nas atividades, como vibração de lábios, língua e boca
chiusa (abaixo, veremos algumas propostas de utilização),
e pergunte aos alunos o que eles lembram ao ouvir. Essa
exploração simples estimula a imaginação, memória, e
enriquece o repertório de possibilidades em aula.
 Oscilar entre grave, médio e agudo, Oscilar entre grave, médio e agudo,
explorando as possibilidades da criança. explorando as possibilidades da criança.
Imitando “o som do caminhão, da moto, Imitando “o som do caminhão, da moto,
do carro do papai, etc”. do carro do papai, etc”.
 Termo em italiano que significa boca
fechada. Consiste em fechar os lábios,
utilizando apenas a região nasal para a
saída do ar. Utilizamos a expressão
“cantar de boca fechada” para as
crianças.
Ambas as músicas possuem repetição de melodia em
seus versos, podendo se cantar uma vez com a boca
aberta, repetindo com a boca fechada, vice-versa,
cantando inteira de boca aberta, inteira de boca
fechada, e assim por diante.
Os conhecidos vocalizes são exercícios compostos
por consoantes, sílabas, palavras e até frases, que
procuram ajustar e desenvolver tecnicamente a
performance vocal, com alturas musicais
específicas. Cada vocalize é utilizado para objetivos
definidos dentro da trajetória do aluno. No
universo infantil, o vocalize visa desenvolver e
estimular aspectos importantes para a linguagem
cantada, com melodias que se identificam com o
universo infantil, a fim de promover uma melhor
comunicação verbal e musical.
Nas propostas a seguir, buscamos contextualizar os
fonemas utilizados nas etapas de aquecimento e
vocalização, dentro de um universo lúdico, com um
enredo por trás da formação daquele som, também
o gesto e participação ativa nos momentos de
criação e execução das atividades, dentro das
principais fontes sonoras de desenvolvimento oral.
Intervalo de segunda maior, consoante bilabial M (ressonância e
ativação do cinturão de brilho médio, cavidade oral).
Continuação do exercício anterior, com intervalo de segunda e
consoante linguodental N (ressonância e ativação do cinturão de
brilho superior, cavidade nasal).
O objetivo desse breve momento de canto, coletivo ou individual é estimular a expressão
das crianças através da voz, uma vez que acreditamos nos benefícios que o cantar nos
traz. Também desenvolvemos uma habilidade a mais em nossos pequenos, não os
limitando somente em focar em uma habilidade específica.
Canção de movimento, em escala pentatônica maior, que trabalha
pequenos gestos para bebês a partir de 8 meses, incentivando
também sons e movimentos orais, estimulando sua comunicação
com o mundo.

Composição: Bruna Lemes

A canção Cobrinha foi idealizada para apresentar uma sonoridade
diferenciada às crianças, somado ao som onomatopeico da
cobrinha, shhhh, para exercício de contra apoio e respiração.

Composição: Bruna Lemes

Auxílio na estimulação de língua e palato.

Composição: Bruna Lemes

Canção criada para a prática de repertório em conjunto. Ostinato
breve, e intervalos de sétima maior.

Composição: Bruna Lemes

Canção desenvolvida para a prática de repertório, para o canto
individual ou canto coral infantil, com intervalos de terças.

Composição: Bruna Lemes

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