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Artigo

DOI: 10.18468/pracs.2016v9n3.p33-46

A pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional no Brasil:


quatro décadas de reflexões territoriais

Jadson Luís Rebelo Porto1 e Ivo Marcos Theis2


1 Pós-doutor em Desenvolvimento Regional pela Universidade Regional de Blumenau; Pós-doutor em Geografia pela Universi-
dade de Coimbra; Coordenador do Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Amapá, Brasil. E-
mail: jadsonporto1967@gmail.com
2 Economista, Doutor em Geografia pela Universität Tübingen (Alemanha) e Pós-doutor em Política Científica e Tecnológica
pela UNICAMP. Professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade Regional de Blu-
menau; Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2, Brasil. E-mail: theis@furb.br

RESUMO: Este trabalho visa analisar o comportamento de cursos de pós-graduação stricto


sensu reconhecidos pela CAPES, da subárea de Planejamento Urbano e Regional, no perío-
do de 1970-2015. Após 45 anos de existência desta subárea, percebe-se forte atuação em
termos de análises multidisciplinares nas pesquisas realizadas, como, também, uma des-
centralização regional de cursos de mestrado e doutorado para a formação da massa crítica
de pesquisadores em temáticas regionais e urbanas, em problemas relacionados às
transformações espaciais e políticas públicas e em questões referentes às dinâmicas so-
cioterritoriais. Para atingir o objetivo proposto, o texto foi dividido em duas seções: na
primeira se expõe o sistema de avaliação dos programas de pós-graduação no âmbito da
CAPES, enquanto na segunda se examinam os programas da subárea Planejamento Regio-
nal e Urbano, com especial atenção para a sua evolução no Brasil.
Palavras Chaves: Avaliação; Brasil; CAPES; Pós-Graduação; Planejamento urbano e regio-
nal.

The postgraduate course in Urban and Regional Planning in Brazil: reflections of four
decades territorial
ABSTRACT: This work aims to analyze the behavior of strict sense postgraduate courses
recognized by Capes (Brasil), the sub-area regional and urban planning in the 1970-2015.
After 45 years of programs this subarea, realized the strong performance of multidisci-
plinary analysis in research carried out, as well, there was a regional decentralization
masters and doctoral courses to form the critical mass of researchers on regional and ur-
ban issues, spatial transformations and public policy, and studies of socioeconomic dy-
namics in the territorial constructions. To achieve this goal, the text consists of two top-
ics: The first exposes the evaluation system for graduate programs at the Capes; the se-
cond deals with the programs of the subarea regional and urban planning and its evolu-
tion in Brazil.
Keywords: Postgraduate course; Regional and urban planning, Decentralization.

1 INTRODUÇÃO

O primeiro curso de mestrado em Planejamento Regional e Urbano no Brasil co-


meçou em 1970. Passados 40 anos as discussões temáticas sobre o “planejamento”, o
“regional”e o “urbano” tem sido alvos de eventos nacionais e internacionais, artigos
em periódicos, livros. Diversas áreas da ciência têm adotado essas temáticas como

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objetos de estudo, tais como a Geografia, Economia, Sociologia, Antropologia, Ciên-


cias Sociais, Ciências Políticas e a Demografia.
Dentre as possibilidades de se tecer profundas reflexões sobre aquelas indicações
temáticas, criaram-se programas de pós-graduação em diversas subáreas de conhe-
cimento pela Capes, dentre as quais a do Planejamento Urbano e Regional (PUR)1,
que está inserida na Grande Área de conhecimento Ciências Sociais Aplicadas e que
apresenta forte atuação de análises multidisciplinares nas pesquisas realizadas.
Este trabalho visa analisar o comportamento de cursos de pós-graduação stricto sen-
su reconhecidos pela Capes, da subárea PUR, no período de 1970-2015. A escolha por
este período justifica-se pela identificação do registro de criação do primeiro mestrado
nesta subárea até ao último ano da avaliação trienal do período 2013-2015. Para atingir
este objetivo, o texto é composto por dois tópicos: O primeiro expõe o sistema de ava-
liação dos programas de pós-graduação na Capes; o segundo aborda os programas da
subárea PUR e sua evolução no Brasil.

2 AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO NA CAPES

Segundo a CGEE (2012, p. 39), quando a pós-graduação começou a ser regulamen-


tada no Brasil, no ano de 1965, o Conselho Federal de Educação iden ficou a exis-
tência de apenas 27 programas de mestrado no Brasil. Dez anos depois, em 1975, já
existiam 429 mestrados. Em 1996, o número desses programas chegou a 1.187. Se-
gundo a Capes, em 2012, estão registrados e reconhecidos 1.258 mestrados acadêmi-
cos. Porém, duas informações devem ser inseridas nesses dados: a evolução de mes-
trados para montarem programas conjuntos de Mestrado/Doutorado, com 1.769 pro-
gramas e; a criação de um novo modelo de pós-graduação stricto sensu no Brasil no
final decênio do século XX: o Mestrado Profissional2, com 9 cursos (1999) e 515 cur-
sos (2012). Assim sendo, o total de mestrados no Brasil, em 2012 é de 3.542 cursos.
Quanto aos cursos de doutorado, a CGEE (2010, p. 63), em 1965, quando foi regu-
lamentada a pós-graduação no Brasil, foram reconhecidos apenas 11 programas, dez
anos depois, o número dos doutorados chegava a 149. Vinte e três anos depois, em
1998, já exis am 782 programas de doutorado. A expansão dos programas de douto-
rado con nuou avançando, em 2012, segundo a Capes, no Brasil há 59 doutorados,
contudo, Porém, ao se inserir nesses dados a evolução de mestrados para montarem
programas conjuntos de Mestrado/Doutorado, deve-se acrescentar 1.769 programas,

1 Para a Capes, este Comitê de Área é conhecido como Planejamento Urbano e Regional/Demografia, onde os
cursos/programas de pós-graduação em Demografia são avaliados por este Comitê. Para efeito de análise
deste artigo, adotar-se-á somente os cursos/programas da subárea Planejamento Urbano e Regional.
2 Segundo CGEE (2012, p. 40), no ano de 1999, foram criados os nove primeiros programas de mestrado
profissional e, ademais, nove cursos de mestrado profissional foram oferecidos por programas tradicionais de
mestrado, que também ofereciam mestrado acadêmico. A par r de 2005, os cursos de mestrado profissional
passaram a ser oferecidos apenas por programas especializados nesse po de mestrado, mesmo que
vinculados a ins tuições que oferecem outras modalidades de pós-graduação.

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totalizado 1.828 doutorados.


No período de 1965-2012 houve um crescimento de 27 mestrados no Brasil para
3.542. Quanto aos cursos de doutorado, o crescimento foi de 11 para 1.828. De acor-
do com a CGEE (op. cit, p. 63) tal crescimento é resultado de um processo de evo-
lução e amadurecimento da pós-graduação no país e de uma polí ca voltada para a
formação de recursos humanos de alto nível.
Este comportamento evolutivo da pós-graduação no Brasil, acrescido ao cresci-
mento de formação de pessoal nos níveis de mestrado e doutorado, somado à ex-
pansão da universidade brasileira ao interior do país e a outras regiões brasileiras
(CGEE, 2010; 2012), exigiu que houvesse normas que para avaliar a pós-graduação
brasileira, originando Sistema de Avaliação da Pós-Graduação da CAPES3.
Este Sistema de Avaliação da Pós-Graduação foi implantado em 1976 e desde en-
tão, tem exercido fundamental importância para o desenvolvimento da pós-
graduação e da pesquisa científica e tecnológica no Brasil. Dentre os objetivos traça-
dos por este Sistema4, destacamos os seguintes, para atender aos objetivos deste ar-
tigo:
- Estabelecer o padrão de qualidade exigido dos cursos de mestrado e de doutora-
do e identificar os cursos que atendem a tal padrão;
- Impulsionar a evolução de todo o Sistema Nacional de Pós-graduação (SNPG), e
de cada programa em particular, antepondo-lhes metas e desafios que expressam os
avanços da ciência e tecnologia na atualidade e o aumento da competência nacional
nesse campo;
- Contribuir para o aumento da eficiência dos programas no atendimento das ne-
cessidades nacionais e regionais de formação de recursos humanos de alto nível.
Esses objetivos destacados ressaltam a indução pela qual o Brasil necessitava esta-
belecer no contexto de Ciência e Tecnologia (C&T), mediante a5: criação e estabeleci-
mento de mão de obra de alto nível; inseridos em laboratórios modernos, estimula-
dos por agências de fomento a pesquisas, como o CNPq; ações e articulações com
laboratórios e pesquisadores estrangeiros; criação de normas voltadas ao desenvol-
vimento do C&T no país; expansão das universidades para o interior do país, com
programas de pós-graduação nelas criadas e/ou inseridas.
O Sistema de Avaliação abrange dois processos conduzidos por comissões de con-
sultores do mais alto nível, vinculados a instituições das diferentes regiões do país: a
Avaliação dos Programas de Pós-graduação e a Avaliação das Propostas de Cursos No-
vos de Pós-graduação. O primeiro compreende a realização do acompanhamento a-

3 A Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual Capes) foi criada em 11 de
julho de 1951, pelo Decreto nº 29.741, com o objetivo de "assegurar a existência de pessoal especializado em
quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados
que visam ao desenvolvimento do país". Fonte: http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/historia-e-missao.
4 Fonte: http://www.capes.gov.br/avaliacao/avaliacao-da-pos-graduacao.
5 Sobre a expansão da política de pós-graduação no país, vide os Planos Nacional de Pós-Graduação (PNPG) de
1975-1979; 1982-1985; 1986-1989; 2005-2010; 2011-2020.

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nual e da avaliação trienal do desempenho de todos os programas e cursos que inte-


gram o SNPG, mediante atribuição de uma nota na escala de "1" a "7" sobre quais
cursos obterão a renovação de "reconhecimento", a vigorar no triênio subsequente
com nota alcançada acima de “3”. O segundo, é parte do rito estabelecido para a ad-
missão de novos programas e cursos ao SNPG mediante avaliação das propostas de
cursos novos, a CAPES verifica a qualidade de tais propostas e se elas atendem ao pa-
drão de qualidade requerido desse nível de formação, a vigorar no triênio subsequen-
te com nota alcançada acima de “3”. Em seguida segue os trâmites burocráticos esta-
belecidos pela Capes para seu funcionamento.
Em 2012, a Capes registrou 9 grandes áreas e 46 subáreas de conhecimento. Na
Tabela 1, apresenta-se a configuração de programas de pós-graduação no Brasil, na
grande área de Ciências Sociais Aplicadas e na subárea objeto das reflexões aqui teci-
das, Planejamento Urbano e Regional/Demografia. Sendo que esta subárea detém
1,9% do total de mestrados no país, 1,5 % de mestrados profissionais, 0,6% de pro-
gramas conjuntos (Mestrado/Doutorado). Ao se verificar o total de cursos/programas
desta subárea, no cenário nacional, sua participação corresponde a 1,2%.

Tabela 1 - Total de cursos de pós-graduação nas grandes áreas e na grande área de Ciências Sociais Aplicadas no Brasil – 2012
Áreas do conhecimento Mestrado Mestrado Doutorado Mestrado/ Douto- TOTAL
Profissional rado

Todas as Grandes Áreas 1258 515 59 1769 3601

Ciências Sociais Aplicadas 192 88 2 171 453

Planejamento Urbano e Regio- 18 09 - 09 41


nal/Demografia

Fonte: Capes.

Quanto à participação da subárea PUR na grande área de Ciências Sociais Aplicadas,


encontramos os seguintes valores: a subárea detém 7,3% do total de mestrados, 9,1 %
de mestrados profissionais, 5,9% de programas conjuntos (Mestrado/Doutorado). Ao se
verificar o total de cursos/programas desta subárea, no cenário da Grande Área, sua
participação corresponde a 7,1%.
No período de 2013-2015, a sub-área PUR registrou o acréscimo de 02 mestrados
acadêmicos e 01 doutorado (oriundo de um mestrado profissional) e 04 programas
conjuntos de mestrados/doutorados.

3 PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DA ÁREA PLANEJAMENTO URBANO E REGIO-


NAL

Segundo a Capes, a Grande Área de conhecimento Ciências Sociais Aplicadas, é


composta pelas seguintes subáreas: Administração, Arquitetura e Urbanismo, Ciência
da Informação, Comunicação, Demografia, Desenho Industrial, Direito, Economia, E-

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conomia Doméstica, Museologia, Planejamento Urbano e Regional, Serviço Social e


Turismo.
Segundo a Capes, ao expor o seu relatório de avaliação trienal 1998-2000, a área
de PUR se apresentava bastante pequena, apesar de se ter verificado uma tendência
à expansão. Até 1999, havia 6 cursos de mestrado e 2 doutorados na área. Ao final do
primeiro decênio do século XXI, havia 15 mestrados acadêmicos, 5 mestrados profis-
sionais e 5 doutorados. Nos dois primeiros anos do segundo decênio, foram registra-
dos mais 4 mestrados acadêmicos, três mestrados profissionais e dois doutorados.
Desde o final do século XX, a Capes vem iden ficando a progressiva consolidação
dos Programas mais an gos, como também, os grandes esforços empreendidos pelos
novos, no sen do de melhorar a sua atuação, na área de docência e pesquisa. Dentre
os temas a serem trabalhados pela Área PUR, a Capes na avaliação 1998-2000, chega a
recomendar aos cursos novos, que ampliem na sua trajetória de aprimoramento, gra-
da vamente, o escopo de seus temas de inves gação para além das questões munici-
pais e locais.
Para a Capes, a caracterís ca marcante dos programas da área diz respeito à sua alta di-
versidade , seja na natureza dos enfoques, seja quanto aos seus formatos ins tucionais.
Esta diversidade correlaciona-se com a natureza eminentemente mul disciplinar da área e
com a possibilidade de uma formação voltada para uma prá ca profissional intervencionis-
ta, bem como para a pesquisa, seja esta teórica ou aplicada. Acrescente-se, também à
formação dos docentes envolvidos nos programas são de natureza diversa, não somente
da área de PUR.
No seu Relatório de Avaliação de 2004 (decorrente da avaliação trienal 2001-2003),
a Capes registra uma movimentação programas entre comitês de avaliação, a fim de
serem adotadas as melhores indicações e construções dos novos cursos a serem ava-
liados. A área de PUR recebeu por migração dois novos cursos: o da Pon cia Univer-
sidade Católica do Paraná - PUC/PR e o da Fundação Universidade Regional de Blumenau –
FURB, migraram da Área de Avaliação Mul disciplinar para PUR, portanto, novos para a
área.
Neste relatório, a Capes identifica que a Área de Planejamento Urbano-Regional e
Demografia apresentava alguma superposição com a Área de Avaliação Mul discipli-
nar, já que a natureza de ambas as áreas-base têm um perfil marcadamente mul dis-
ciplinar. Com isso, percebeu-se a necessidade de revisar os critérios de filiação às
áreas de avaliação.
A grande novidade deste contexto diz respeito à criação do primeiro mestrado pro-
fissional na Área PUR, em 2001, com isso percebeu-se a necessidade de se consolidar
os critérios de avaliação de Mestrados Profissionais. A legislação que regulamenta os
mestrados profissionais foi homologada somente no final do primeiro decênio do sé-
culo XXI, pela Portaria Normativa 7, de 22 de junho de 2009.
Para Randolph (2010), a nova composição com programas voltados para o plane-
jamento urbano (e metropolitano), para o desenvolvimento (e gestão) regional e à

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demografia representa um enorme desafio de reflexão para a Área. Esse desafio não
se origina apenas na diversificação de temá cas e problemáticas articuladas, mas as-
sume uma nova qualidade na medida em que os cursos da área adotam, necessaria-
mente, abordagens mul -, inter- ou mesmo transdisciplinares nas suas a vidades de
ensino, pesquisa e extensão6. O autor identifica que

Dependendo das par cularidades de cada curso da subárea de Planejamen-


to Urbano e Regional observa-se interlocuções mais próximas, tendencial-
mente, ou com arquitetura, urbanismo, sociologia, história, ciência polí ca e
outras disciplinas das humanidades nos cursos mais voltados às realidades
metropolitanas; ou com economia, administração empresarial, geografia e
mesmo ciências agrárias, da saúde e outras nos cursos com uma orientação
mais regional.
(...)
Neste sen do, a Área entende o conjunto desses programas e cursos como
um fórum privilegiado não apenas para ser “objeto” de instrumentos de a-
valiação – e, assim, fortalecimento mútuo do avanço da área – mas, tam-
bém, enquanto uma oportunidade de estimular e apoiar debates aca-
dêmicos a respeito da compreensão da relação e ar culação entre os três
campos principais da composição da área, o planejamento urbano, o desen-
volvimento regional e a demografia, e suas interlocuções com outras áreas
disciplinares.

A perspectiva adotada pela Capes para o triênio (2007-2009) diz respeito ao foco
interdisciplinar como uma das prioridades da Área, bem como incen var o diálogo
entre as vertentes de pensamento sobre o planejamento urbano e abordagens dentro
das disciplinas de arquitetura e urbanismo. Para Randolph (2010) “quando se com-
preende a construção do espaço social nas suas diferentes dimensões e escalas como
produto das atuações, entre outros, de arquitetos, urbanistas e planejadores, fica evi-
dente a importância dessa interlocução para o avanço da consolidação da Área”.
Em 45 anos de Programas de Pós-Graduação, a Área de Planejamento Urbano e Regi-
onal, houve um crescimento de 3 para 43 programas no Brasil. Entre 1970-2015, con-
figuram-se quatro períodos quanto à evolução da inserção de programas novos na
área em questão, ei-los: 1) Na década de 1970 iniciam os primeiros programas em
PUR; 2) na década de 1980 não registros de programas novos; 3) Na década de 1990,
iniciam-se os primeiros doutorados; a partir de 2000 ampliam-se os registros de pro-
gramas novos de mestrado e doutorado e se insere os mestrados profissionais em
PUR (Gráfico 1).

6 Para Randoph (2010), “há, a nosso ver, uma compreensão de uma interdisciplinaridade própria da Área que,
talvez, possa ser chamada de “focada” na medida em que ela se ar cula em torno de determinadas temá cas
e problemá cas, de campos complexos inclusive de intervenção na realidade, de objetos e de sujeitos
produtores de determinados “espaços sociais” em diferentes escalas”.

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Gráfico 1: Evolução de Programas novos em Planejamento Regional e Urbano (1970-2015)

11
MESTRADOS
MESTRADOS PROFISSIONAIS
DOUTORADOS 8

6
5
4 4 4
3 3 3
2
1

0
1970-1979 1980-1989 1990-1999 2000-2009 2010-2012 2013-2015

Fonte: Capes – Plataforma Sucupira, acessado em 14/11/2015.

No que tange ao comportamento do PUR entre 1970-2015, identificam-se três pe-


ríodos de expansão no total dos cursos envolvidos:
1) Gênese da área de PUR (1970-1999) - Neste período iniciaram-se a construção
do pensamento do Planejamento Urbano e Regional no Brasil, com forte influência de
outras áreas do conhecimento (Geografia, Sociologia, Arquitetura, dentre outras.).
Foram registrados 5 cursos no período, sendo 3 mestrados e 2 doutorados. É a partir
da década de 1970, com a criação do mestrado em Planejamento Urbano e Regional na
UFRJ que a área de PUR começa a ser compreendida dentro de uma análise interdisci-
plinar, sendo consolidada na década de 1980 através do mestrado em planejamento
urbano e regional e da criação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regi-
onal (IPPUR) no Centro de Ciências Econômicas e Jurídicas da UFRJ (RANDOLPH, 2013,
p. 15). Outro fator consolidador da área PUR, deu-se em 1983, com a criação da ANPUR
(Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regio-
nal), formada por programas de pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento,
que estão envolvidos no debate acerca do desenvolvimento, do planejamento e de pro-
jetos urbanos e regionais (op. cit. p. 12). Na década de 1990 inicia-se o período de dou-
toramento em PUR no Brasil, decorrente da evolução de mestrados nesta subárea, in-
dicando o amadurecimento e os resultados dos investimentos nos mestrados outrora
existentes, bem como pelo crescimento de formação de doutores no Brasil e a sua mo-
bilidade no cenário nacional decorrente dos concursos efetivados em todas as regiões
do país.
2) Expansão e diversificação da área PUR (2000-2005) - Neste período registrou-se
12 cursos (Gráfico 2), sendo 7 mestrados, 4 doutorados e 1 mestrado profissional. É
neste primeiro quinquênio do século XXI em que se insere a nova modalidade de s-
tricto sensu no país, o “mestrado profissional”, mas não a sua regulamentação. Outra

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característica diz respeito ao amadurecimento de mestrados outrora existentes, origi-


nando a expansão de cursos de doutorado na área de PUR, notadamente nas regiões
Sul (a partir de 2002) e Nordeste (a partir de 2004) (Gráfico 2).

Gráfico 2 - Evolução de Programas de pós-graduação em Planejamento Regional e Urbano (1998-2015)

Mestrado
43
Mestrado Profissional
Doutorado 35 36 35
Total
27 28
20
22 18 18
20 20 15 15 15
16 11 11 12
10 9 14
6 10 7 12 6 7 7 10 11
9 5 5 5 9 9
7 7 8
6 2
6
5 4 4 4 4 8
2 3 3 3
1 1 1 2 1 1 1 1 4 4 4 5 6
2 2 2
1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015
Fonte: Capes – Plataforma Sucupira, acessado em 14/11/2015.

3) Expansão, desconcentração regional e interiorização da área PUR (2006-2015) –


Neste período, o total de cursos novos teve um acréscimo de 16 para 43, mais que
duplicando a quantidade de cursos, principalmente de mestrados. Após 2006, carac-
teriza-se pela desconcentração regional e interiorização dos programas de pós-
graduação de PUR no Brasil, mediante à criação dos primeiros cursos na área PUR nas
regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil (Gráfico 3), inserindo estudos focados na fron-
teira, a exemplo dos casos do Amapá e Roraima, sendo o curso de mestrado amapa-
ense o mais antigo da região Norte, criado em 2006; Tal comportamento se deve à
ocupação das universidade por jovens doutores e pelo retorno de pessoal qualificado
daquelas regiões, que foram liberados para se qualificarem e retornarem ao seu lugar
de origem. Outro comportamento a se destacar é o aumento de programas novos no
Sudeste e no Sul a partir de 2009, como resultado do amadurecimento dos programas
já existentes. Destaque-se, também, que o décimo programa implantado regional-
mente inserido ocorreu primeiramente na região Sul (2009), depois no Nordeste
(2012) e, posteriormente no Sudeste (2014).

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Fonte: Capes – Plataforma Sucupira, acessado em 14/11/2015.

Quanto à configuração da pós-graduação em PUR, 45 anos após a criação de seu


primeiro programa, está assim construída (Tabela 2):
1) A evolução de cursos de mestrado para doutorado no Brasil, sendo que o pri-
meiro mestrado na área começou em 1970, na região Sul, e o primeiro doutorado
ocorreu 23 anos depois a região Sudeste, em 1993, cuja concentração dos programas
encontram-se nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste;
2) A criação do primeiro mestrado profissional na subárea em 2001, criando um novo
perfil profissional e um novo público-alvo, com inserindo-se na desconcentração regional
após 2007;
3) Na região Nordeste, foram necessários 24 anos (1975-1999) para se criar o se-
gundo mestrado, 6 anos (1999-2015) para o terceiro e, 7 anos (1999-2006) para o se-
gundo doutorado na área PUR;
4) Na região Sul, foram necessários 24 anos (1970-1994) para se criar o segundo
mestrado, 6 anos (1994-2000) para o terceiro e, 1 ano (2004-2005) para o segundo
doutorado na área PUR;
5) Na região Sudeste, foram necessários 21 anos (1972-1993) para se criar o se-
gundo mestrado, 8 anos (1993-2001) para o terceiro, sendo este um mestrado profis-
sional, e, 20 anos (1993-2013) para o segundo doutorado na área PUR;
6) Na região Norte foi aprovado o primeiro mestrado 36 anos após o primeiro mes-
trado do Brasil na área PUR7, o primeiro doutorado ocorreu 9 anos após a criação do
primeiro mestrado na região e 22 anos após o primeiro doutorado efetivado no Brasil;
7) Na região Centro-Oeste, foi aprovado o primeiro mestrado 36 anos após o pri-
meiro mestrado do Brasil na área PUR, inexistem cursos de doutorados na área.

7 O Mestrado em Desenvolvimento Regional, na Universidade Federal do Amapá, completou 10 anos em 2015,


sendo o mais antigo programa stricto sensu estabelecido na região Norte. Sobre a experiência deste
Mestrado, vide Porto, Caldas e Lomba (2014).

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42 Porto e Theis

8) Um destaque ao mestrado profissional da UCAM, Planejamento Regional e Gestão


da Cidade, o mais antigo curso da área, criado em 2001, que alcançou em 2010 o concei-
to 4 pela Capes. Pelas regras deste órgão, esse conceito permitiria a um mestrado aca-
dêmico pleitear a implantação de um doutorado acadêmico, o que de fato foi efetivado
em 2015 por aquela instituição. No Brasil não existe o curso de “doutorado profissional”,
esta nova situação alcançada pela UCAM poderá ser um tema para próximas reuniões
junto aos comitês de áreas da Capes;
9) Os programas da UFABC/SP e da UNIJUÍ/RS foram os que construíram o douto-
rado em mais rápidos. Isso é consequência do amadurecimento técnico-científico re-
gional do Sudeste e do Sul e da concentração de programas de pós-graduação da área
PUR e das áreas afins.
10) Há uma concentração de Programas da Área de PUR na região Sul, com 13 ins-
tituições atuantes nesta área, ofertando: 6 programas de mestrado/doutorado; 3
mestrados profissionais e 4 mestrados acadêmicos, com destaque ao Rio Grande do
Sul, com três programas de mestrado/doutorado.

Tabela 2: Programas de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional (2015)


REGIÃO INSTITUIÇÃO NÍVEL CRIAÇÃO CONCEITO
UNIFAP/AP Mestrado 2006 3
UNAMA /PA Mestrado 2007 3
NORTE UFT /TO Mestrado/Doutorado 2007/2015 4
UFT /TO Mestrado Profissional 2012 3
UFRR /RR Mestrado 2012 3
PUC/GO Mestrado 2006 3
CENTRO-OESTE ALFA/GO Mestrado Profissional 2007 3
UEMS Mestrado 2014 3
UFPE/PE Mestrado/ Doutorado 1975/1999 5
UNIFACS/BA Mestrado/ Doutorado 1999/2006 4
UCSAL/BA Mestrado/Doutorado 2005/2012 4
NORDESTE UCSAL/BA Mestrado Profissional 2007 3
UEPB/PB Mestrado 2009 3
UFRN/RN Mestrado 2009 3
UEMA/MA Mestrado 2010 3
UERN Mestrado 2015 3
UFRGS/RS Mestrado/ Doutorado 1970/2004 5
UNISC/RS Mestrado/ Doutorado 1994/2005 4
FURB/SC Mestrado/Doutorado 2000/2012 4
UNIOESTE/PR Mestrado/ Doutorado 2003/2010 4
PUC/PR Mestrado/ Doutorado 2003/2009 4
SUL UNC/SC Mestrado 2006 3
UDESC/SC Mestrado Profissional 2007 3
UTFPR/PR Mestrado 2010 3
UNOCHAPECÓ/SC Mestrado Profissional 2010 3
UTFPR/PR Mestrado Profissional 2011 3
UNIJUÍ/RS Mestrado/Doutorado 2012/2015 4

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A pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional no Brasil: quatro décadas de reflexões territoriais 43

FACCAT/RS Mestrado 2012 3


UFPR/PR Mestrado 2015 3
UFRJ/RJ Mestrado/ Doutorado 1972/1993 6
UNIVAP/SP Mestrado/Doutorado 1993/2014 4
UCAM/RJ Mestrado Profissional 2001 4
UNITAU/SP Mestrado 2010 3
UFABC/SP Mestrado/Doutorado 2011/2013 4
SUDESTE INESP/MG Mestrado Profissional 2012 3
UFRRJ/RJ Mestrado 2012 3
FESP/MG Mestrado Profissional 2014 3
UFMG Mestrado 2015 3
UNINOVE/SP Mestrado 2015 3
UCAM/RJ Doutorado 2015 4
UNIMONTES/MG Mestrado 2015 3
Fonte: Capes – Plataforma Sucupira, acessado em 14/11/2015.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em 2015 a subárea PUR na Capes completou 45 anos de atuação. Neste período,


cursos mestrados acadêmicos e profissionais, bem como doutorados atingiram todas
as regiões brasileiras , formando massa crítica sobre as questões regionais e urbanas,
as transformações espaciais e políticas públicas, como também os impactos das di-
nâmicas socioeconômicas nas (re)construções territoriais. Essa expansão é decorrente
de vários fatores, dentre as quais se ressaltam:
- é resultado de um processo de evolução e amadurecimento da pós-graduação no
país e de uma polí ca voltada para a formação de recursos humanos de alto nível;
- o crescimento de formação de pessoal nos níveis de mestrado e doutorado, so-
mado à expansão da universidade brasileira ao interior do país e a outras regiões bra-
sileiras;
- a criação de normas para, criar e estabelecer critérios de avaliação e instalação da
pós-graduação brasileira, originando Sistema de Avaliação da Pós-Graduação da CAPES,
em 1976.
- as induções de ciência e tecnologia, pela por agências de fomento a pesquisas,
mediante as ações e articulações técnico-científicas com o exterior; criação de nor-
mas voltadas ao desenvolvimento do C&T no país; expansão das universidades para o
interior do país, com programas de pós-graduação nelas criadas e/ou inseridas.
Em 2015, a Capes registrou 9 grandes áreas e 46 subáreas de conhecimento. Sendo
que na grande área de Ciências Sociais Aplicadas está inserida a subárea PUR, cuja carac-
terística fundamental diz respeito à sua alta diversidade , seja na natureza dos enfoques,
seja quanto aos seus formatos institucionais. Esta diversidade correlaciona-se com a natu-
reza eminentemente mul disciplinar da área e com a possibilidade de uma formação vol-
tada para uma prá ca profissional intervencionista, bem como para a pesquisa, seja esta
teórica ou aplicada.

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44 Porto e Theis

De acordo com os dados coletados na Capes em 45 anos de Programas de Pós-


Graduação, a Área de concentração de Planejamento Urbano e Regional, houve um
crescimento de 3 para 43 cursos/programas no Brasil, cuja concentração encontra-se
na região Sul do Brasil, com 21 cursos, (12 mestrados acadêmicos e 3 profissional e 6
doutorados), seguido do Sudeste, 16 cursos (9 mestrados acadêmicos, 3 profissional e
4 doutorados), o Nordeste com 11 cursos (7 mestrados acadêmicos, 1 profissional e 3
doutorados), o Norte com 6 cursos (4 mestrados acadêmicos, 1 profissional e 1 dou-
torado) e o Centro-Oeste 3 cursos (2 mestrados acadêmicos e 1 profissional) sendo
que nesta região não há oferta de cursos de Doutorado no PUR.
Quanto ao comportamento do PUR entre 1970-2015, identificam-se três períodos
de expansão no total dos cursos envolvidos: 1) Gênese da área de PUR (1970-1999);
2) Expansão e diversificação da área PUR (2000-2005) e; 3) Expansão, desconcentra-
ção regional e interiorização da área PUR (2006-2015).
Os primeiros programas da subárea PUR começaram como mestrado em 1970,
com 3 cursos. 45 anos mais tarde, atuam nesta subárea 43 cursos, sendo 20 mestra-
dos acadêmicos, 9 mestrados profissionais e 14 doutorados. Nesta evolução, chama-
se atenção para:
- A criação do primeiro mestrado profissional na Área, na UCAM (Planejamento Re-
gional e Gestão da Cidade, 2001), que alcançou 10 anos depois o conceito 4 pela Ca-
pes. Esta é a primeira instituição que cria seu doutorado acadêmico a partir de sua
experiência como mestrado profissional no Brasil. Pelas regras da Capes. No Brasil
não existe o curso de “doutorado profissional”, esta nova situação alcançada pela U-
CAM poderá ser um tema para próximas reuniões junto aos comitês de áreas da Ca-
pes;
- Foram necessários mais de 20 anos para se implantar o segundo doutorado em
PUR no Brasil, contudo, à medida que se construía o amadurecimento técnico-
científico regional, as criações de doutorados nas regiões Nordeste, Sul e Norte varia-
ram de 1 a 7 anos.
- A evolução de cursos de mestrado para doutorado a partir de 2009, notadamente
no Sudeste e Sul brasileiro, sendo quatro deles alcançando esta condição em um pe-
ríodo de 10 anos, indicando o amadurecimento e os investimentos na pós-graduação
da área, bem como pelo crescimento de formação de doutores no Brasil e a sua mobi-
lidade no cenário nacional decorrente dos concursos efetivados em todas as regiões
do país. Na região Norte o primeiro doutorado na área PUR foi autorizado pela Capes
em 2015;
- Destaque-se, também, que o décimo programa implantado regionalmente inseri-
do ocorreu primeiramente na região Sul (2009), depois no Nordeste (2012) e, posteri-
ormente no Sudeste (2014).
- A partir do primeiro decênio do século XXI, a subárea PUR interioriza-se para as regi-
ões Norte e Centro-Oeste brasileiro, bem como para o oeste de alguns Estados, com em
Santa Catarina e Paraná;

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- Há uma concentração de Programas da área de PUR na região Sul, com 13 institu-


ições atuantes nesta área, ofertando: 6 programas de mestrado/doutorado; 3 mes-
trados profissionais e 4 mestrados acadêmicos; e
- A inexistência de cursos de doutorados na área de PUR na região Centro-Oeste.

REFERÊNCIAS

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nejamento Urbano e Regional. Disponível em: http://conteudoweb.capes.gov.br/conteu
doweb/ProjetoRelacaoCursosServlet?acao=pesquisarIes&codigoArea=60500000&descri
caoArea=CI%CANCIAS+SOCIAIS+APLICADAS+&descricaoAreaConhecimento=PLANEJAMEN
TO+URBANO+E+REGIONAL&descricaoAreaAvaliacao=PLANEJAMENTO+URBANO+E+REGIO
NAL+%2F+DEMOGRAFIA.
_____. Relatório de Avaliação do Triênio 2004-2006. Disponível em: http://www.capes.gov
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2013.
_____. Relatório de Avaliação do Triênio 1998-2000. Disponível em: http://www.capes.gov
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RANDOLPH, Rainer. Capes – Documento de área 2009. In: http://www.capes.gov.br/
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_____. Em Busca de uma agenda para o planejamento Urbano e regional: Uma ho-
menagem a Ana Clara Torres Ribeiro. In: Revista Brasileira de Estudos Regionais e Ur-
banos. v.15, n.1: 11-31, Maio 2013.

Sites acessados

- http://www.capes.gov.br/avaliacao/avaliacao-da-pos-graduacao
- http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/historia-e-missao
- http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/plano-nacional-de-pos-graduacao/pnpgs-an
teriores
- http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/plano-nacional-de-pos-graduacao/pnpg-20
11-2020
- www.sucupira.capes.gov.br

Artigo recebido em 11 de junho de 2016.


Aprovado em 13 de outubro de 2016.

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