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Alterações na Marcha do Paciente

com Amputação de Membro


Inferior

Me. Larissa Balbi

Programa de Pós Graduação


FMRP-USP
A marcha Humana

• É um processo de locomoção em que o corpo ereto, em


movimento, é apoiado sobre um perna, e depois sobre a
outra

• Denota um padrão Cíclico de movimentos

• Exige domínio Bipedal


(Combinação de Instinto + Aprendizado)

(Rose, Gamble, 2006)


• Se é uma atividade aprendida, é normal que existam
peculiaridades pessoais, superpostas ao padrão básico de
locomoção Bipedal
(Rose, Gamble, 2006)
• Por ser uma sequência de movimentos cíclicos
(repetidos), a descrição da marcha é feita em UM ciclo
(presumindo uma igualdade dos ciclos sucessivos)

- Variações de pessoa pra


pessoa

- Variações de velocidade

- Fatores externos, como os


calçados
Um Ciclo
• Sequência de movimentos que ocorrem do primeiro
toque de um dos pés, até o próximo toque do
mesmo pé

(Rose, Gamble, 2006; Carvalho 2003)


Duas Fases...
• Apoio:
- Pé em contato com o solo (Sustentação de peso)
- Representa cerca de 60% do ciclo da marcha

• Balanço:
- Pé não está mais em contato com o solo (Sem sustação de
peso)
- Representa cerca de 40% do ciclo da marcha

(Rose, Gamble, 2006; Carvalho 2003)


Apoio

Contato Pré
Inicial Balanço
Resposta a Apoio
Carga Terminal
Apoio Médio

(Rose, Gamble, 2006; Carvalho 2003; Capozzo 1984)


• Contato inicial: Quando o calcanhar toca o solo. Nesse período, um pé
começa a perder o contato com o solo enquanto o outro membro começa
a surportar o peso corporal e amortecer o choque do contato inicial.

• Resposta à carga: Compreende a fase de transferência do peso para o


pé que acabou te tocar no solo. Até antes do que o membro oposto deixe
o solo. Corresponde ao período inicial de duplo apoio.

• Apoio médio: Durante este período apenas um membro inferior


sustenta o peso do corpo, enquanto o outro membro entra na fase de
balanço. Consistindo o apoio simples.

• Apoio terminal: Essa fase completa o apoio simples. Começa com a


elevação do calcanhar e continua com o contato inicial do membro
inferior contralateral.

• Pré-balanço: Durante esse período o membro de apoio transfere o


peso corporal para o membro contralateral e prepara-se para fase de
balanço.
Balanço

Balanço Balanço
Inicial Terminal
Balanço
médio

(Rose, Gamble, 2006; Carvalho 2003; Capozzo 1984)


• Balanço inicial: (aceleração) ocorre quando o
pé é elevado do solo. Na marcha normal , ocorre
a flexão rápida de joelho e a dorsiflexão do
tornozelo, permitindo que o membro na fase de
balanço acelere para frente.

• Balanço médio: Ocorre quando o membro


inferior na fase de balanço encontra-se adjacente
ao membro inferior que está sustentando peso, o
qual se encontra na fase de apoio médio.
Balanço
Terminal Contato
85-100% inicial

Resposta a
carga
0-10%

Balanço Inicial
60-70%

Apoio Terminal
30-50%
Pré Balanço
50-60%
• O centro de massa refere-se a um ponto onde está
concentrada toda a massa do corpo, sem que seu
comportamento mecânico seja alterado.
• Durante a deambulação, ocorre deslocamento do centro
de massa nos planos frontal e sagital

(Rose, Gamble, 2006)


• Em algumas lutas um golpe aplicado o mais distante
possível do C.M. aumentam as chances de derrubar o
adversário.
• Para que haja eficiência e conservação de energia, o
deslocamento do Centro de massa deve ser
minimizado.
(PERRY, 2005)
Determinantes da Marcha
• Ações que ocorrem para que o deslocamento do
centro de massa seja minimizado consistem em
seis padrões de movimento, chamados
determinantes da marcha, eles vão diminuir o
deslocamento em relação à linha de progressão e
reduzem o esforço muscular durante a marcha.

(PERRY, 2005)
Determinantes da Marcha

1. Rotação pélvica: 4º para cada lado do eixo


central, um total aproximado de 8º, que ocorre
nas fases de duplo apoio, fazendo com que o
comprimento da passada aumente.

2. Inclinação pélvica: de 4º a 5º, onde a pelve


cai para o lado da perna em oscilação. Esta
queda é controlada pelos abdutores do quadril
(glúteo médio e mínimo) da perna de apoio.
(Carvalho 2003)
Determinantes da Marcha
3. Flexão do joelho: O joelho é estendido durante o contato
inicial do calcanhar, fletido a 15º no período de apoio médio e
estendido novamente na fase de impulsão. Isto reduz com
eficácia o comprimento da perna durante o apoio médio

4 e 5. Mecanismos do pé e tornozelo e joelho: Conforme o


membro de apoio recebe a carga, a combinação do aumento da
flexão plantar do tornozelo e da flexão do joelho diminui o
ritmo de elevação do corpo
Determinantes da Marcha
6. Deslocamento lateral da pelve

O corpo se desvia um pouco em


cada passo sobre a perna que está
suportando o peso, há um
deslocamento lateral total do corpo
de um lado para outro de cerca de
4/5cm em cada passada , esse
deslocamento tende a ser maior
quando se caminha com os pés mais
separados e menor quando se
caminha com pés mais próximos.
Variáveis da Marcha
A descrição da marcha humana envolve a medição
e interpretação de variáveis

• Largura do passo

(Stançani, et al., 2013)


Variáveis da Marcha
• Passo x Passada

- Comprimento do passo : distância (em cm) entre o mesmo


ponto de cada pé ( em geral o calcanhar) durante a fase de
apoio duplo.

- Comprimento da passada: distância em cm entre dois toques


sucessivos do mesmo pé .

❖ Em homens e mulheres sem alterações musculoesqueléticas,


os valores são de 146 cm e 128 cm, respectivamente.
(Stançani, et al., 2013)
• Cadência = número de passos por minuto
- Mulheres = 117 passos/min
- Homens = 111 passos/min

• Velocidade = distância percorrida num determinado


tempo
- Homens = 80 a 90 m/min,
- Mulheres = 73 a 81 m/min.

(Stançani, et al., 2013)


E quando falamos em Amputação de
Membros Inferiores?

• Amputação = Retirada total ou parcial de um membro


- Cirúrgica ou Traumática

• Visa preservar a vida (Urgências), ou a funcionalidade


(Eletivas)
(Rose, Gamble, 2006; Carvalho 2003; Capozzo 1984)
Alterações da marcha do Amputado
• A marcha após amputação implica em redução da força
de reação do solo

• Tendência de redução da fase de apoio e maior fase de


balanço

Assimetria da
passada

• Amputações mais proximais geram maior gasto


energético
• Amputações mais altas (transtibial e transfemoral)
tendem a apresentar:

Velocidade
Cadência
Comprimento da passada

(Chamlian et al., 2013; Stançani 2006)


Principais Alterações

Protéticas Biológicas

- Mal alinhamento - Fraqueza Muscular


- Encaixe inadequado - Deformidades
- Comprimento - Dor
Marcha de base alargada

• Largura da base da marcha é


bem maior do que a marcha
normal.
Marcha de base alargada
• Causas:

• Dor ou desconforto na área medial de encaixe da


prótese;
• Prótese muito comprida;
• Amputado sente-se inseguro – compensa a
situação com aumento da sua base de marcha.
Inclinação lateral do tronco

• Tronco inclina-se para o lado da prótese e para


trás, quando estiver na fase de apoio.

➢ Causas:
• Prótese curta;
• Movimento compensatório
devido a falta de equilíbrio.
Circundução
• A prótese segue uma linha curva
lateral , na fase de balanço.

➢Causas:
• Prótese muito comprida;
• Alinhamento incorreto;
• Amputado usa pouco ou não usa a
flexão do joelho na fase de
balanço.
Chicotada da fase de balanço

• Chicotada medial-
Quando o artelho se desloca
do chão o calcanhar move-se
medialmente.

• Chicotada lateral -
Quando o artelho se desloca
do chão o calcanhar move-se
lateralmente.
Chicotada da fase de balanço
• Causas:

• Rotação exagerada do joelho tanto externa


quando interna;

• Coto com a musculatura fraca.


Rotação do pé quando há o contato do
calcanhar com o chão

• Quando o calcanhar entra em


contato com o solo, o pé roda
rapidamente para fora.

➢Causas:

• Borracha do calcanhar o pé
SACH pode estar muito dura.
Levantamento desigual dos
calcanhares
• O calcanhar da prótese levanta
mais do que o do membro são.

➢Causas:

• Flexão forçada para a frente do


coto , a fim de assegurar livre
passagem da perna e extensão
total da prótese.
Comprimento desigual dos passos

• O comprimento dos passos da prótese é


diferente da perna sã.

• Causas: Dificuldade em sustentar o peso em


cima da prótese, Hiperextensão do joelho da
prótese pode aumentar o comprimento do passo
dado em relação ao dado com o a perna normal

• Dor ou medo de cair


• Desvios em Varo e Valgo (Apoio Médio)
Amputações parciais do pé e tornozelo

• Enfrentam maiores dificuldades na fase de impulsão

Diminuição da força de reação do solo


Restabelecendo a Marcha

Equilíbrio Estático

Deslocamento de peso Lateral


Deslocamento de peso
ântero-posterior

Dissociação de Cinturas
Marcha Lateral
Treino de Coordenação

Passo / Passada

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