Você está na página 1de 45

AVALIAÇÃO ECONÓMICA DE

PROJECTOS

Docente: Miguel Massingue, Engº


Electrotécnico, Pós Graduação em
Gestão de Empresas, MBA

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DE VALOR
Como pode ser medido o valor de um bem?
Existem princípios de valorimetria de bens pela
contabilidade para evitar a possível subjectividade,
sobretudo pelas implicações fiscais de diferentes
critérios
A rigidez destes princípios adapta-se com
dificuldade a fenómenos que afectam as
actividades económicas, tais como a inflação e a
flutuação das taxas de juro
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DE VALOR
Será que o valor de um bem é sempre tão
subjectivo que não permite uma decisão
economicamente fundamentada?
A existência dum mercado activo para a
transacção é um instrumento importante para a
definição do valor. Nesse sentido o valor de um
automóvel em 2ª mão é mais fácil de definir que
o valor de um petroleiro usado.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DE VALOR
Se o valor de uso é subjectivo e personalizado, o valor
de um bem destinado a fruição é susceptível de uma
mensuração objectiva: o valor actual dos excedentes
monetários susceptíveis de ser gerados, no futuro, pelo
bem em análise.
O valor do mercado é, porém, um indicador
insuficiente. O valor de trespasse de um restaurante pode
ser alto para um especialista com elevado conhecimento
do ramo e baixo para outro adquirente que pretende
utilizar o espaço como armazém.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DE VALOR
O valor deste investimento resulta pois do
rendimento (cash-flows que se consigam
futuramente com a exploração do activo em causa).
Naturalmente os CF positivos deverão exceder o
total dos CF negativos associados ao investimento
para que este seja rentável.
O segundo problema associado à AEP consiste na
diferença temporal do dinheiro.
Um Metical hoje, vale mais que um Metical
amanhã. Por exemplo num depósito a prazo.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DE VALOR
Se em alternativa a um depósito a prazo
adquirimos um dado património para
rendimento, suportaremos um custo de
oportunidade idêntico ao da remuneração do
depósito a prazo pelo que exigiremos, pelo
menos (devido ao risco), essa remuneração para
o investimento em activos reais.

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
A comparação entre o valor da moeda dentro de
um ano e o Valor Actual faz-se através do emprego
do factor de actualização:
1
1+𝑖
𝐶1
Pelo que: VA= , onde:
1+𝑖
VA – Valor Actual,
C1 – Capital no momento 1,
𝑖 – Taxa de juro

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
Se existir um investimento C0 (valor negativo)
que produza C1 dentro de um ano, o Valor Actual
Líquido será:
𝐶1
Val = C0 +
1+𝑖
E a rendibilidade será:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐶1 −𝐶𝑜
Rendibilidade = =
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐶𝑜

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
Deste modo podem definir-se duas regras
básicas quanto à aceitação ou rejeição de
projectos de investimento:
1. Exigir um valor superior ao custo, ou seja,
um VAL superior a 0.
2. Exigir uma rendibilidade (TIR) superior ao
custo de oportunidade de capital
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
No caso do projecto apresentar uma série
mais longa de Cash-Flows é fácil generalizar a
análise anterior. A expressão geral será:
𝐶1 𝐶2 𝐶𝑛
Val = 𝐶0 + + 2 + …+
1+𝑖 1+𝑖 1+𝑖 𝑛

Ou de modo equivalente:
𝑛 𝐶𝑡
VAL = - 𝐶0 + σ𝑡=1
1+𝑖 𝑡
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
Quando o custo de capital varia de período para período ao
longo do tempo, o VAL calcula-se da seguinte forma:

𝑛 𝐶𝑡
VAL = - 𝐶0 + σ𝑡=1
∏ 1+𝑖 𝑡

Repare que ∏ indica a soma de factores ao longo de


períodos. Por exemplo, se a taxa de desconto for de 10% no
primeiro ano, e de 11% no segundo ano, o factor de desconto
no segundo ano será dado por 1 + 10% −1 x 1 + 11% −1 ,
ou seja, actualizamos à taxa de 11% do segundo ano para o
primeiro e depois descontamos à taxa de 10% do primeiro ano
para o momento actual.

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
Há séries em que os diversos cash-flows são iguais, e nesse
caso o valor actual líquido da série obtém-se multiplicando o
valor dos Cash-Flows por um factor designado 𝑎𝑛 ⅂𝑖
VAL = 𝐶𝑜 + 𝐶𝑡 𝑎𝑛 ⅂𝑖
1 𝑛
1−( )
1+𝑖
Onde 𝑎𝑛 ⅂𝑖 =
𝑖
O factor de actualização 𝑎𝑛 ⅂𝑖 é igualmente útil quando
estamos a comparar projectos com duração ou investimento
inicial diferentes (alternativas incompletas) ou quando
pretendemos estimar o valor das prestações de um
empréstimo em regime de prestações constantes.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Exemplo 1
Considere um projecto de investimento com a
seguinte série de cash-flows, em milhões de MT
-100 +30 +30 +30 +30 +30

0 1 2 3 4 5
• Se a taxa de actualização relevante for de 15%,
Qual o VAL do projecto? O que pode concluir
quanto ao interesse pelo projecto?
• Qual o VAL usando a expressão 𝑎𝑛 ⅂𝑖
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Se além de constante a série for infinita, o valor actual liquido ficará:

𝐶𝑡
VAL = -Io +
𝑖

Por último, no caso particular em que a série é infinita e os Cash-Flows


são uniformemente crescentes ou decrescentes, o VAL ficará:

𝐶𝑡
VAL =-Io +
𝑖−𝑔

A taxa g representa a taxa de crescimento anual dos Cash-Flows. Esta


expressão pode igualmente ser usada no caso em que g tem um valor
negativo, correspondendo a um decréscimo dos Cash-Flows.

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Exemplo 2
Qual é o valor máximo que está disposto a dar por um Flat que vai arrendar
por 100.000,00 MT ao mês, sem possibilidade de revisão da renda, nem de
indexação à taxa de inflação? E se o arrendamento for em regime de renda
progressiva, com uma correcção anual da renda igual à taxa de inflação e de
60.000,00 MT/mês no primeiro ano?
Suponha que uma aplicação de capital sem risco, por exemplo em
Certificados de Aforro gera um rendimento de 8% ao ano, e o diferencial
pretendido para compensar o maior risco associado a este tipo de
investimento imobiliário é de 4%, perfazendo uma taxa de actualização de
12% (4+8).

O valor máximo que estaremos dispostos a pagar pelo apartamento, quando


arrendado em regime de renda fixa corresponde ao VA dos Cash-Flows
futuros (rendas) geradas pelo imóvel, ou seja:
100 𝑥 12
VAL = 0 (no mínimo) → 0 = -Io +
0,12

Io = 10.000.000,00 MT
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Exemplo 2
No caso de arrendamento em regime de renda
progressiva, qual seria o investimento máximo
que estaria disposto a fazer, assumindo uma
inflação média previsional de 6%:
60 𝑥 12
VAL = 0 (no mínimo) → 0 = -Io +
0,12−0,06
Io = 12.000.000,00 MT

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Exemplo 2
Neste caso, e apesar de a renda inicial ser muito
baixa, o investimento máximo que estou
disposto a fazer aumenta. O motivo consiste na
correcção anual das rendas que é, agora,
possível introduzir. É fácil verificar que, se a
inflação anual se mantiver nos 6%, a partir do 9º
ano, a renda mensal é mais alta em regime de
renda progressiva (60(1,06)2 =n101,400 MT do
que mo regime de renda fixa.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS


Período de Recuperação do Investimento
Valor Actual Líquido
Taxa Interna de Rentabilidade
Índice de Rentabilidade

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
A apresentação crítica dos critérios mais
frequentemente usados será feita com base em três
projectos alternativos:

Cash-Flow
Projecto
Ano 0 Ano 1 Ano 2
A -1000 1000
B -1000 500 900
C -1000 900 500

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS

Critério do PRI (Pay-Back Period)


É o espaço de tempo que o somatório dos Cash-
Flows leva a igualar (recuperar) o investimento
inicial. São preferidos os projectos em que esse
espaço de tempo é mais curto.
PRIA = 1 ano
1000 −500
PRIB = 1 ano + = 1 ano + 6.7 meses
900
1000 −900
PRIB = 1 ano + = 1 ano + 2.4 meses
500

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS

Taxa Média de Rentabilidade


Por ser um critério estritamente baseado nos
documentos contabilísticos exige a introdução
de mais pressupostos: a taxa de imposto sobre
os lucros é igual a 50% e as margens brutas
(vendas – custos variáveis) são:
Ano
Projecto
1 2
A 1000 -
B 500 1300
C 1300 500
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Taxa Média de Rentabilidade
Deste modo, os resultados serão:
Projecto M. Bruta Amortiz. Resul. Ant. Imp. Impostos Result. Líq.
A – Ano 1 1000 1000 0 0 0
B – Ano 1 500 500 0 0 0
Ano 2 1300 500 800 400 400
C – Ano 1 1300 500 800 400 400
Ano 2 500 500 0 0 0

Este cenário, por ignorar a actualização, não distingue os


projectos B e C, classificando-os na mesma posição. Além disso,
assenta no lucro contabilístico que, é um indicador pouco
rigoroso dos meios libertos pela empresa e, consequentemente,
pouco comparável com UEM,o investimento
Análise inicial.
Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Valor Actual Líquido
O VAL considera, como vimos, o somatório dos
Cash-Flows actualizados. Juntamente com a TIR
e o IR faz parte do conjunto de critérios que, por
seguirem regra de actualização, são
considerados mais rigorosos. Contudo, o VAL é
considerado o mais vantajoso dos critérios.

Neste exemplo, o VAL será igual a:


UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Valor Actual Líquido
Neste exemplo, o VAL será igual a:

1000
VALA = - 1000 + = -91
1,1
500 900
VALB = - 1000 + + + = 198
1,1 1,21
900 500
VALC = - 1000 + + + = 231
1,1 1,21

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Valor Actual Líquido
• O projecto C é, para a taxa de actualização
considerada, o projecto mais vantajoso. A
conclusão fornecida pelo critério do VAL deve ser
considerada como a mais válida, dado que a
selecção com base neste critério permite
maximizar o valor da riqueza do investidor.
• Na ausência de distorções dos preços, a selecção
de projectos com base no VAL, é também a que
permite servir de modo mais eficiente a
colectividade, ao canalizar os escassos recursos
financeiros da sociedade para os projectos que
criam maior valor.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Taxa Interna de Rendibilidade (TIR)
• É a taxa de actualização que iguala o VAL a 0.
Deste modo, a expressão geral pode ser
representada da seguinte forma:
𝐶1 𝐶𝑛
- Co + +…+ 𝑛 =0
1+𝑇𝐼𝑅 1+𝑇𝐼𝑅
Graficamente, num investimento convencional,
o VAL é uma função decrescente da taxa de
actualização:
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Taxa Interna de Rendibilidade (TIR)
Relação entre Taxa de Actualização e VAL
Investimento
Convencional
VAL

TIR i
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Taxa Interna de Rendibilidade (TIR)
A TIR pode ser facilmente calculada desde que
disponhamos de meios informáticos – folha de cálculo,
tipo LOTUS ou EXCEL, ou calculadora financeira. Nas
folhas de cálculo deve usar-se a função (IRR – taxa de
referência, lista de células com a série de cash-flows).

Pode também ser estimada pelo método iterativo:


ensaia-se uma determinada taxa. Se o VAL for positivo
experimentamos a seguir uma taxa mais alta, e vice-
versa. Este processo deverá prosseguir, até que
caminhamos para um intervalo cada vez mais pequeno.
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Taxa Interna de Rendibilidade (TIR)
Podemos recorrer a um método simplificador,
embora não produza um resultado totalmente
exacto:
𝑉𝐴𝐿1
TIR = i + (i2 – i1)
𝑉𝐴𝐿1+|𝑉𝐴𝐿2|
Sendo
I1 – Taxa mais baixa a que corresponde VAL1 positivo
I2 - Taxa mais Alta a que corresponde VAL2 negativo
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Taxa Interna de Rendibilidade (TIR)
Para obtermos um valor tanto quanto exacto
para a TIR, é vantajoso que a diferença entre I1 e
I2 seja a mais pequena possível. Para os
projectos em consideração terermos:
TIRA = 0%
TIRB = 23%
TIRC = 29%
Pelo que C será o projecto mais vantajoso.
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Taxa Interna de Rendibilidade (TIR)
Para projectos de igual duração e igual
investimento inicial a TIR chega, geralmente, às
mesmas conclusões que o VAL. As conclusões
podem no entanto ser erradas em situações de
alternativas incompletas (diferença quanto ao
investimento inicial dos projectos, ao período de
duração ou a ambos)
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Índice de Rendibilidade (IR)
O IR corresponde ao rácio entre os Cash-Flows
actualizados e o investimento inicial:
𝑉𝐴
IR=
𝐼
Embora o método de cálculo o aproxime do VAL,
as conclusões obtidas aparentam-no mais à TIR.
No exemplo dado acima teremos:
1000
1,1
IRA= = 0,91
1000
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Índice de Rendibilidade (IR)
500 900
1,1 +1,21
IRB= = 1,2
1000
900 500
1,1 +1,21
IRB= = 1,23
1000
De acordo com o IR o projecto C é o mais vantajoso,
devendo o projecto A ser rejeitado por ter um IR
menor que 1. Confirma-se que o IR tem um
comportamento semelhante à TIR, pelo que as
deficiências associadas à selecção entre projectos
alternativos da TIR se encontram também no IR.
• 4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
EXERCÍCIOS
Calcule o VAL, relativamente a um projecto
hipotético “EME SS” cujos Cash Flows gerados
por período são conforme se segue:
Descrição/Ano 0 1 2 3 4
(1) Cash-Flow -20.000 6.000 12.000 15.000 15.000
(2) Taxa de desconto 10% 10% 10% 10% 10%
(3) Factor de desconto 1,000 0,909 0,826 0,751 0,683
(4) Cash-Flow descontado -20.000 5,455 9,917 11,270 10,245
(5) Valor Actual Líquido 16,887

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
• 4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
EXERCÍCIOS
Solução:
−20000 6000 12000 15000 15000
VAL = + + + +
1+10% 0 1+10% 1 1+10% 2 1+10% 3 1+10% 4

VAL = -20.000x1,0+6.000x0,909+12.000x0,826+15.000x0,7516+15.000x0,683
Onde:
(1) Cash-Flow: assume-se que o cálculo tenha sido feito atendendo ao
critério de cash-flow para accionistas. Todo cuidado deverá ser
tomado sobre a consciência entre cash-flow e o custo do capital
(2) Taxa de desconto: Custo do capital que, neste caso é dado.
(3) Factor de desconto: Corresponde ao factor de actualização dado
por (1+10%)-t
(4) Cash-Flow descontado: consiste na aplicação do factor de
desconto aos cash-flow, ou seja: linha(4) = linha(1) x linha(3)
(5) Valor Actual Líquido (VAL): soma dos cash-flows descontados
(linha(4))

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue
EXERCÍCIO
•A empresa INFOMZ pretende investir numa nova linha de produção para
melhorar as vendas de HDD e tornar-se mais competitiva, numa estratégia
global de 3 anos, conforme ilustrado na tabela abaixo. O Investimento inicial
e os cash flows resultantes do investimento realizado no projecto são
conforme se segue:

CASH FLOWS ANUAIS

Ano
ANO 0 ANO 1 ANO 2
Projecto X
Alternativa A - 2000 + 2000 0
Alternativa B - 2000 + 1000 + 1800
Alternativa C - 2000 + 1800 + 1000
Sabendo que a taxa de actualização no actual ambiente de mercado é
de 10%, qual das alternativas do projecto da INFOMZ recomendaria.
VALA = -2000+2000/(1+10%)=0 -181,81818
VALB = -2000+1000/(1,1^1)+1800(1,1^2)= 1.087,09
VALC = -2000+1800/(1,1^1)+1000(1,1^2)= 846,36
-
181,81
Valor Actual Líquido Projecto A VALA = -2000+2000/(1+10%)=0 818

1.087,0
Valor Actual Líquido Projecto B VALB = -2000+1000/(1,1^1)+1800(1,1^2)= 9

Valor Actual Líquido Projecto C VALC = -2000+1800/(1,1^1)+1000(1,1^2)= 846,36

PBP do Projecto A PBPA = 1 Ano Cálculo aux. PBPB 1 Ano 1 mês ----150
PBP do Projecto B PBPB = 1 Ano e 2,4 meses x-------- 1000
PBP do Projecto C PBPC = 1 Ano e 2,4 meses X=6,7 meses

1 mês ----
TIR para Projecto A: -2000+2000/(1+10%)=0 Cálculo aux. PBPC 83,33
=-2000+2000/(1+10%) x-------- 200
TIRA= -181,8181818 X=2,4 meses
TIR para Projecto B: -2000+1000/(1+TIR)+1800/(1+TIR)^2=0

-2000(1+TIR)^2+1000(1+TIR)+1800=0

-2000(TIR^2+2TIR+1)+1000+1000TIR+1800=0

-2000TIR^2-4000TIR-2000+1000+1000TIR+1800=0

-2000TIR^2-3000TIR+800=0

2000TIR^2+3000TIR-800=0

=(-3000+SQRT(3000^2+4*2000*800))/2*2000

TIRB1= 0,231070844

TIRB2= -1,731070844
TIR para Projecto C: -2000+1800/(1+TIR)+1000/(1+TIR)^2=0

-2000(1+TIR)^2+1800(1+TIR)+1000=0

-2000(TIR^2+2TIR+1)+1800+1800TIR+1000=0

-2000TIR^2-4000TIR-2000+1800+1800TIR+1000=0

-2000TIR^2-2200TIR+800=0

2000TIR^2+2200TIR-800=0

=(-2200+SQRT(2200^2+4*2000*800))/(2*2000)

TIRc1= 0,288152731

TIRc2= -1,388152731
Índice de Rentabilidade do Projecto (IR) A: 2000-2000/2000

IR A=0

VA(B)=(1000/(1+0,1)+1800/(1+0,1)^2) = 2396,694215

IR B=0,198347107

VA(C)1800/(1+0,1)+1000/(1+0,1)^2 2462,809917

IR C = 0,231404959
CONCLUSÕES

Comparando os Valores actuais líquidos (VAL) teríamos que o VAL A=-181,81


portanto negativo, o VAL B = 1087,1 e o VAL C = 846,4. O projecto A exclui-se eo
maior VAL é do projecto B.

Comparando as taxas internas de retorno (TIR) dos projectos A, B e C conclui-se


TIRA=1; TIRB=0,23 e TIRC=0,28. A maior TIR é a do projecto A

Comparando os Períodos de Retorno de Investimento (PBP) teremos PBB A = 1


ano, o PBB B = 1 ano e 2,4 meses e o PBP C = 1 ano e 6,7 meses. Embora tenha
uma menor taxa interna de retorno, i.e TIR B = 0,23 contra TIR de C = 0,28, o
projecto B gera os maiores Cash flows no final do período e a sua taxa é superior
que a de qualquer Banco 23%>j de qualquer banco.

Comparando os índices de rendabilidade dos 3 projectos conclui-se que o projecto


A não tem nenhuma rendabilidade e o projecto C tem maior rendabilidade 23,1%
que o projecto B que é 19,8%.

Analisando os resultados conclui-se que o melhor projecto seria a alternativa B por


que tem o menor PBP, i.e. o valor de investimento retorna mais rápido e gera mais
dinheiro, mais cash flows e tem o maior VAL e assim cumpre pelo menos duas
condições para viabilidade de projecto..
EXERCÍCIOS PRÁTICOS

• Os exercícios constituíram as aulas práticas


mas para melhor entendimento se recomenda
• Ver Bibliografia no final deste texto
EXERCÍCIO
• PROJECTO: Fábrica de Sumos
• CFo = 1.000; a = 15%
• CF1 = 500
• CF2 = 550
• CF3 = 610
• CF4 = 670
• I4 = 250
• CF5 = 800
6 – BIBLIOGRAFIA

Mithá, Omar, Análise de Projectos de


Investimento, Escoar Editora, Lisboa, 2009

UEM, Análise Económica de Projectos


Docente: Miguel Massingue

Você também pode gostar