PROJECTOS
O CONCEITO DE VALOR
Como pode ser medido o valor de um bem?
Existem princípios de valorimetria de bens pela
contabilidade para evitar a possível subjectividade,
sobretudo pelas implicações fiscais de diferentes
critérios
A rigidez destes princípios adapta-se com
dificuldade a fenómenos que afectam as
actividades económicas, tais como a inflação e a
flutuação das taxas de juro
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
O CONCEITO DE VALOR
Será que o valor de um bem é sempre tão
subjectivo que não permite uma decisão
economicamente fundamentada?
A existência dum mercado activo para a
transacção é um instrumento importante para a
definição do valor. Nesse sentido o valor de um
automóvel em 2ª mão é mais fácil de definir que
o valor de um petroleiro usado.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
O CONCEITO DE VALOR
Se o valor de uso é subjectivo e personalizado, o valor
de um bem destinado a fruição é susceptível de uma
mensuração objectiva: o valor actual dos excedentes
monetários susceptíveis de ser gerados, no futuro, pelo
bem em análise.
O valor do mercado é, porém, um indicador
insuficiente. O valor de trespasse de um restaurante pode
ser alto para um especialista com elevado conhecimento
do ramo e baixo para outro adquirente que pretende
utilizar o espaço como armazém.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
O CONCEITO DE VALOR
O valor deste investimento resulta pois do
rendimento (cash-flows que se consigam
futuramente com a exploração do activo em causa).
Naturalmente os CF positivos deverão exceder o
total dos CF negativos associados ao investimento
para que este seja rentável.
O segundo problema associado à AEP consiste na
diferença temporal do dinheiro.
Um Metical hoje, vale mais que um Metical
amanhã. Por exemplo num depósito a prazo.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
O CONCEITO DE VALOR
Se em alternativa a um depósito a prazo
adquirimos um dado património para
rendimento, suportaremos um custo de
oportunidade idêntico ao da remuneração do
depósito a prazo pelo que exigiremos, pelo
menos (devido ao risco), essa remuneração para
o investimento em activos reais.
O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
A comparação entre o valor da moeda dentro de
um ano e o Valor Actual faz-se através do emprego
do factor de actualização:
1
1+𝑖
𝐶1
Pelo que: VA= , onde:
1+𝑖
VA – Valor Actual,
C1 – Capital no momento 1,
𝑖 – Taxa de juro
O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
Se existir um investimento C0 (valor negativo)
que produza C1 dentro de um ano, o Valor Actual
Líquido será:
𝐶1
Val = C0 +
1+𝑖
E a rendibilidade será:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐶1 −𝐶𝑜
Rendibilidade = =
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐶𝑜
O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
Deste modo podem definir-se duas regras
básicas quanto à aceitação ou rejeição de
projectos de investimento:
1. Exigir um valor superior ao custo, ou seja,
um VAL superior a 0.
2. Exigir uma rendibilidade (TIR) superior ao
custo de oportunidade de capital
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
No caso do projecto apresentar uma série
mais longa de Cash-Flows é fácil generalizar a
análise anterior. A expressão geral será:
𝐶1 𝐶2 𝐶𝑛
Val = 𝐶0 + + 2 + …+
1+𝑖 1+𝑖 1+𝑖 𝑛
Ou de modo equivalente:
𝑛 𝐶𝑡
VAL = - 𝐶0 + σ𝑡=1
1+𝑖 𝑡
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
Quando o custo de capital varia de período para período ao
longo do tempo, o VAL calcula-se da seguinte forma:
𝑛 𝐶𝑡
VAL = - 𝐶0 + σ𝑡=1
∏ 1+𝑖 𝑡
O CONCEITO DA ACTUALIZAÇÃO
Há séries em que os diversos cash-flows são iguais, e nesse
caso o valor actual líquido da série obtém-se multiplicando o
valor dos Cash-Flows por um factor designado 𝑎𝑛 ⅂𝑖
VAL = 𝐶𝑜 + 𝐶𝑡 𝑎𝑛 ⅂𝑖
1 𝑛
1−( )
1+𝑖
Onde 𝑎𝑛 ⅂𝑖 =
𝑖
O factor de actualização 𝑎𝑛 ⅂𝑖 é igualmente útil quando
estamos a comparar projectos com duração ou investimento
inicial diferentes (alternativas incompletas) ou quando
pretendemos estimar o valor das prestações de um
empréstimo em regime de prestações constantes.
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4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
Exemplo 1
Considere um projecto de investimento com a
seguinte série de cash-flows, em milhões de MT
-100 +30 +30 +30 +30 +30
0 1 2 3 4 5
• Se a taxa de actualização relevante for de 15%,
Qual o VAL do projecto? O que pode concluir
quanto ao interesse pelo projecto?
• Qual o VAL usando a expressão 𝑎𝑛 ⅂𝑖
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
𝐶𝑡
VAL = -Io +
𝑖
𝐶𝑡
VAL =-Io +
𝑖−𝑔
Exemplo 2
Qual é o valor máximo que está disposto a dar por um Flat que vai arrendar
por 100.000,00 MT ao mês, sem possibilidade de revisão da renda, nem de
indexação à taxa de inflação? E se o arrendamento for em regime de renda
progressiva, com uma correcção anual da renda igual à taxa de inflação e de
60.000,00 MT/mês no primeiro ano?
Suponha que uma aplicação de capital sem risco, por exemplo em
Certificados de Aforro gera um rendimento de 8% ao ano, e o diferencial
pretendido para compensar o maior risco associado a este tipo de
investimento imobiliário é de 4%, perfazendo uma taxa de actualização de
12% (4+8).
Io = 10.000.000,00 MT
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
Exemplo 2
No caso de arrendamento em regime de renda
progressiva, qual seria o investimento máximo
que estaria disposto a fazer, assumindo uma
inflação média previsional de 6%:
60 𝑥 12
VAL = 0 (no mínimo) → 0 = -Io +
0,12−0,06
Io = 12.000.000,00 MT
Exemplo 2
Neste caso, e apesar de a renda inicial ser muito
baixa, o investimento máximo que estou
disposto a fazer aumenta. O motivo consiste na
correcção anual das rendas que é, agora,
possível introduzir. É fácil verificar que, se a
inflação anual se mantiver nos 6%, a partir do 9º
ano, a renda mensal é mais alta em regime de
renda progressiva (60(1,06)2 =n101,400 MT do
que mo regime de renda fixa.
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
Cash-Flow
Projecto
Ano 0 Ano 1 Ano 2
A -1000 1000
B -1000 500 900
C -1000 900 500
1000
VALA = - 1000 + = -91
1,1
500 900
VALB = - 1000 + + + = 198
1,1 1,21
900 500
VALC = - 1000 + + + = 231
1,1 1,21
TIR i
UEM, Análise Económica de Projectos
Docente: Miguel Massingue
4- ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
Taxa Interna de Rendibilidade (TIR)
A TIR pode ser facilmente calculada desde que
disponhamos de meios informáticos – folha de cálculo,
tipo LOTUS ou EXCEL, ou calculadora financeira. Nas
folhas de cálculo deve usar-se a função (IRR – taxa de
referência, lista de células com a série de cash-flows).
VAL = -20.000x1,0+6.000x0,909+12.000x0,826+15.000x0,7516+15.000x0,683
Onde:
(1) Cash-Flow: assume-se que o cálculo tenha sido feito atendendo ao
critério de cash-flow para accionistas. Todo cuidado deverá ser
tomado sobre a consciência entre cash-flow e o custo do capital
(2) Taxa de desconto: Custo do capital que, neste caso é dado.
(3) Factor de desconto: Corresponde ao factor de actualização dado
por (1+10%)-t
(4) Cash-Flow descontado: consiste na aplicação do factor de
desconto aos cash-flow, ou seja: linha(4) = linha(1) x linha(3)
(5) Valor Actual Líquido (VAL): soma dos cash-flows descontados
(linha(4))
Ano
ANO 0 ANO 1 ANO 2
Projecto X
Alternativa A - 2000 + 2000 0
Alternativa B - 2000 + 1000 + 1800
Alternativa C - 2000 + 1800 + 1000
Sabendo que a taxa de actualização no actual ambiente de mercado é
de 10%, qual das alternativas do projecto da INFOMZ recomendaria.
VALA = -2000+2000/(1+10%)=0 -181,81818
VALB = -2000+1000/(1,1^1)+1800(1,1^2)= 1.087,09
VALC = -2000+1800/(1,1^1)+1000(1,1^2)= 846,36
-
181,81
Valor Actual Líquido Projecto A VALA = -2000+2000/(1+10%)=0 818
1.087,0
Valor Actual Líquido Projecto B VALB = -2000+1000/(1,1^1)+1800(1,1^2)= 9
PBP do Projecto A PBPA = 1 Ano Cálculo aux. PBPB 1 Ano 1 mês ----150
PBP do Projecto B PBPB = 1 Ano e 2,4 meses x-------- 1000
PBP do Projecto C PBPC = 1 Ano e 2,4 meses X=6,7 meses
1 mês ----
TIR para Projecto A: -2000+2000/(1+10%)=0 Cálculo aux. PBPC 83,33
=-2000+2000/(1+10%) x-------- 200
TIRA= -181,8181818 X=2,4 meses
TIR para Projecto B: -2000+1000/(1+TIR)+1800/(1+TIR)^2=0
-2000(1+TIR)^2+1000(1+TIR)+1800=0
-2000(TIR^2+2TIR+1)+1000+1000TIR+1800=0
-2000TIR^2-4000TIR-2000+1000+1000TIR+1800=0
-2000TIR^2-3000TIR+800=0
2000TIR^2+3000TIR-800=0
=(-3000+SQRT(3000^2+4*2000*800))/2*2000
TIRB1= 0,231070844
TIRB2= -1,731070844
TIR para Projecto C: -2000+1800/(1+TIR)+1000/(1+TIR)^2=0
-2000(1+TIR)^2+1800(1+TIR)+1000=0
-2000(TIR^2+2TIR+1)+1800+1800TIR+1000=0
-2000TIR^2-4000TIR-2000+1800+1800TIR+1000=0
-2000TIR^2-2200TIR+800=0
2000TIR^2+2200TIR-800=0
=(-2200+SQRT(2200^2+4*2000*800))/(2*2000)
TIRc1= 0,288152731
TIRc2= -1,388152731
Índice de Rentabilidade do Projecto (IR) A: 2000-2000/2000
IR A=0
VA(B)=(1000/(1+0,1)+1800/(1+0,1)^2) = 2396,694215
IR B=0,198347107
VA(C)1800/(1+0,1)+1000/(1+0,1)^2 2462,809917
IR C = 0,231404959
CONCLUSÕES