CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA
SEMESTRE 2021.1
3. FUNDAMENTOS
O movimento de queda livre dos corpos, estudada tanto por Galileu quanto por
Torricelli como supracitado, pode ser considerado como Movimento Uniformemente
Variado (MRUV) no qual há a desconsideração das resistências externas
(NUSSENZVEIG, 2013). Desta maneira, o valor do módulo da aceleração utilizada nos
cálculos se refere à gravidade do ambiente no qual a ocorrência desta queda se dá.
Portanto, se o local de referência for a Terra (Figura 5), o valor utilizado é
aproximadamente 9,8 𝑚⁄𝑠 2 .
Figura 5 – Paraquedistas em queda livre.
Ao explicitar a aceleração g:
2𝑥
𝑔= (10)
𝑡2
4. PROCEDIMENTO
Nesta seção, aplicaremos os conceitos supracitados em um experimento de queda
livre, cujo link está registrado na lista de materiais, caracterizado pelos dois
procedimentos seguintes:
4.1 Primeiro procedimento: Estudo do movimento de queda livre na Terra.
Neste procedimento, o ambiente considerado para a análise da queda livre foi a
Terra, cuja gravidade é, aproximadamente, 9,8 𝑚⁄𝑠 2 . Ademais, a massa do objeto
observado foi de 45 gramas. Assim como a Tabela 1 mostra, foram anotados os intervalos
de tempo que a massa pontual demora para percorrer diferentes medidas de comprimento,
como 10 cm, 20 cm, 30 cm, 50 cm, 70 cm e 100 cm. Para haver a diminuição dos riscos
de erro e para atingir uma melhor precisão, os intervalos de tempo foram medidos três
vezes e a média deles foi utilizada para o cálculo da velocidade.
0,204
0,252
4 50 0,319
0,317
0,369
0,452
7- Determine a aceleração:
(a) pelo gráfico y contra t2;
Primeiramente, se utiliza na equação do coeficiente angular os melhores pontos
para descobrirmos seu valor:
∆𝑦 (1 − 0,7) 0,3
𝑎= = = = 4,68
∆𝑥 (0,203 − 0,139) 0,064
Como deduzido anteriormente, o coeficiente angular é resultado da divisão da
aceleração (gravidade) por dois, logo:
𝑔 = 2 ∙ 𝑎 → 𝑔 = 2 ∙ 4,68 ∴ 𝑔 = 9,36 𝑚⁄𝑠 2
(b) pelo gráfico v contra t.
Assim como o item anterior, a aceleração será deduzida através da equação do
coeficiente angular:
∆𝑦 (1 − 0,7) 0,3
𝑎= = = ∴ 𝑎 = 3,85
∆𝑥 (0,451 − 0,373) 0,078
Substituindo:
𝑔 = 2 ∙ 𝑎 → 𝑔 = 2 ∙ 3,85 ∴ 𝑔 = 7,7 𝑚⁄𝑠 2
8- Determine a função que relaciona a altura da queda e o tempo de queda (f = y(t)).
Assim como já descrito anteriormente, a função que relaciona a altura da queda e
o tempo de queda pode ser obtida através da função horária de posição do MRUV
1
𝑥 − 𝑥0 = 𝑣0 𝑡 + 2 𝑎𝑡 2 . Ao considerar o deslocamento inicial como 0, tem-se:
1
𝑥 = 𝑔𝑡 2
2
6. CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos expostos, por meio da contextualização histórica do estudo
do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado por físicos de grande renome, como
Galileu Galilei e Evangelista Torricelli, e da conceptualização inicial sobre este tópico da
Cinemática, é válido ressaltar a relevância do aprendizado de Física Experimental vide
sua grande importância dentro da área de Engenharia de Produção Mecânica. Com o
encerramento desta prática, pode-se, enfim, determinar as principais características do
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado – movimento de natureza retilínea cuja
velocidade varia proporcionalmente em relação ao intervalo de tempo – além de um caso
especial da temática, o movimento de queda livre.
Nesse contexto, é possível após esta prática compreender e estipular os cálculos
fundamentais no estudo do MRUV e, principalmente, da queda livre, como a
determinação da velocidade instantânea, aceleração média, intervalo de tempo e
altura/deslocamento. Do mesmo modo, também pode-se tomar conclusões acerca da
independência do intervalo de tempo da massa do objeto que se move em queda livre.
Outrossim, pode-se, ainda, salientar a presença de possíveis erros ao longo desta
prática. Levando isto em consideração, é prudente evidenciá-los. Um destes erros está
relacionado a percepção visual ao deslocar a massa pontual para as posições Y estipuladas
pois, mesmo com a régua ao dispor do usuário que acessa o link listado na lista de
materiais para realizar o experimento, há uma margem de erro considerável que permite
o prejuízo à plena análise da queda livre. Outrossim, como o ambiente virtual
desconsidera quaisquer forças externas e o intervalo de tempo é calculado pelo próprio
sistema, erros que poderiam ocorrer em um laboratório real foram evitados, como a
influência dessas forças no experimento e a inexatidão ao cronometrar o tempo.
Portanto, esta prática foi útil no quesito de compreender os conceitos relacionados
ao MRUV e na percepção de que há a possibilidade de ocorrer erros que prejudicam a
análise apropriada dos resultados obtidos durante o experimento, de tal forma que ajuda
aos engenheiros em formação a evitá-los a qualquer custo, seja em ambiente físico ou
virtual.
REFERÊNCIAS
FOX, W. Evangelista Torricelli. The Catholic Encyclopedia. Vol. 14. New York: Robert
Appleton Company, 1912. Disponível em
<http://www.newadvent.org/cathen/14784a.htm>. Acesso em 08/07/2021
MAGILL, F. N. The 17th and 18th Centuries: Dictionary of World Biography. Vol. 4.
Routledge: New York, 2013.
PARIZOTTO, C.E.A., Evangelista Torricelli. Disponível em
<http://www.fem.unicamp.br/∼em313/paginas/ person/torricel.htm.> Acesso em
07/08/2021.