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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA
SEMESTRE 2021.1

PRÁTICA 3 – MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE VARIADO


(MRUV)

ALUNO: LÍVIA CHRISTINE SOARES PINHEIRO


MATRÍCULA: 510203
CURSO: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA
TURMA: T21
PROFESSOR: LUCIANO VIEIRA DE AGUIAR
1. OBJETIVOS
– Determinar o deslocamento, a velocidade e a aceleração de um móvel com
movimento retilíneo uniformemente variado.
– Representar graficamente a posição, a velocidade e a aceleração em função do
tempo de um movimento retilíneo uniformemente variado.
– Representar graficamente a posição em função do tempo ao quadrado de um
movimento retilíneo uniformemente variado.
– Verificar a influência da massa na aceleração do movimento de queda livre.
2. MATERIAL
– Link para a simulação Queda Livre:
<https://www.laboratoriovirtual.fisica.ufc.br/queda-livre>

3. FUNDAMENTOS

3.1 INTRODUÇÃO AO MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE


VARIADO.

3.1.1 Contextualização histórica.

Em virtude das adversidades relacionadas ao ensino de ciências na


contemporaneidade, cabe a importância de ressaltar a importância da compreensão da
abordagem histórica do objeto de estudo deste relatório. Diante disso, é válido citar
que Mach (1883/1960, p. 306) afirma que:
A investigação histórica do desenvolvimento da ciência é extremamente
necessária a fim de que os princípios que guarda como tesouros não se
tornem um sistema de preceitos apenas parcialmente compreendidos ou, o
que é pior, um sistema de pré-conceitos. A investigação histórica não
somente promove a compreensão daquilo que existe agora, mas também
nos apresenta novas possibilidades.
Sob o exposto, vale apontar as contribuições do matemático e físico italiano
Evangelista Torricelli (1608-1647), filho primogênito nascido em Roma (FRANK,
2013), para o estudo do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, de tal maneira
que é homenageado com uma equação em seu nome.
Dado um excepcional desempenho no estudo de matemática e filosofia em uma
escola jesuíta de Faenza, Torricelli é enviado para Roma pelo seu tio com o intuito de
estudar com Benedetto Castelli, o pupilo favorito de Galileu Galilei, sendo convidado
a ser seu secretário particular posteriormente. (FOX, 1912).
Conforme destaca Gliozzi (2007), em 1641 Torricelli abordou Castelli sobre um
tratado que ampliava a doutrina em relação a movimento de projéteis exposto por
Galileu Galilei em sua obra Discorsi e dimistrazioni matematiche intorno a due nouve
scienze, livro científico publicado em Leinden no ano de 1638. Com veemência,
Castelli o enviou para os cuidados de Galileu, com quem manteve-se até sua morte
no ano seguinte. Depois, foi convidado a juntar-se ao grão-duque Ferdinando II da
Toscana, sendo alojado no palácio dos Médice. Durante o período subsequente,
desenvolveu diversos projetos científicos, em especial um sobre o movimento das
águas, publicado em sua obra Opera Geometrica, dividida em três partes, no ano de
1644.
Ademais, na segunda parte de Opera Geometrica, Torricelli expõe ideias que
complementam o estudo de Galileu em relação ao movimento de projéteis as quais
são deveras utilizadas na cinemática na conjuntura hodierna, como ressaltado em
Macêdo (2011):
• Em um movimento parabólico de projéteis, se a força que acelera um
corpo é suspendida, o projétil se moverá de forma tangente à trajetória;
• Em um gráfico de distância em função do tempo, a tangente do ângulo
horizontal em qualquer ponto da trajetória mede a velocidade instantânea
do corpo.
Outrossim, ao analisar o movimento das águas, Torricelli empenha-se a descobrir
a velocidade de saída de um jato d’água de um pequeno orifício de um recipiente
(Figura 1). Segundo ele, a parábola formada alcançaria a altura original se a
resistência do ar fosse desconsiderada. De tal maneira, o físico conseguiu determinar
a relação entre a velocidade de escoamento das parábolas, as quais eram proporcionais
às suas medidas.

Figura 1 - Exemplificação original do experimento supracitado de Opera


Geometrica.
Fonte: Bistafa, 2010.

Torricelli também tenta encontrar o ponto sublime de E (Figura 2), a partir de


onde o móvel cai, partindo do repouso de E, descrevendo a parábola AB.

Figura 2 – Exemplificação original 2 do experimento supracitado de Opera


Geometrica.

Fonte: Bistafa, 2010.

Segundo Bistafa (2010, p.118):


Numa abordagem atual, este mesmo resultado poderá ser obtido
observando que a velocidade horizontal que um móvel adquire em A,
caindo de E, é dada por v=√2gEA (g é a gravidade). A distância horizontal
percorrida pelo móvel animado desta velocidade será dado por t√2gEA (t é
o tempo). O tempo t de interesse, é o da queda do móvel na vertical desde
A até H e dado por . Logo, a distância percorrida pelo móvel na horizontal
será dada por 2√EA. AH, que é o dobro da média proporcional dos
segmentos EA e AH , e igual à amplitude HB da semiparábola; ou seja:
HB=2AG
Por conseguinte, a partir de suas experiências, Torricelli chega à conclusão de que
“velocidade de efluxo de um jato é igual à que uma única gota do líquido teria de
pudesse cair livremente no vácuo do nível acima do líquido em relação ao orifício do
efluxo” (PARIZOTTO). Entende-se, ainda, que o efluxo de um jato se assemelha ao
fenômeno da queda livre.

3.1.2 Conceptualização inicial.

A Cinemática é um campo de estudo dentro da Física Mecânica que estuda o


comportamento do movimento de partículas ou corpos, desconsiderando a influência
de forças nos corpos, focando apenas em determinados elementos tais como
velocidade, aceleração e posição (WHITTAKER, 1904).
É simples constatar que a maioria dos objetos em movimento no cotidiano
possuem determinada velocidade que varia ao longo do tempo. Tais movimentos
podem ser classificados como acelerados ou variados. Quando estes procedem de
maneira uniforme, ou seja, no qual a velocidade aumenta ou diminui na mesma
proporção em intervalos de tempo iguais, podemos chamá-los de Movimentos
Uniformemente Variados.
Ainda, esses movimentos podem ser classificados como acelerados (Figura 3), no
qual há o aumento do módulo da velocidade, ou retardados (Figura 4), no qual há a
diminuição do módulo da velocidade.

Figura 3 – Movimento Uniformemente Variado Acelerado.

Fonte: Guia do Estudante. Disponível em < https://guiadoestudante.abril.com.br/curso-enem-


play/movimento-retilineo-uniformemente-variado/> Acesso em 08/07/2021.
Figura 4 – Movimento Uniformemente Variado Retardado.

Fonte: Guia do Estudante. Disponível em < https://guiadoestudante.abril.com.br/curso-enem-


play/movimento-retilineo-uniformemente-variado/> Acesso em 08/07/2021.

3.1.2.1 Função horária da velocidade.


Segundo Halliday, Resnick e Walker (2012), ao considerar o instante inicial
como 𝑡0 = 0 na equação da aceleração, tem-se a seguinte equação:
𝑣− 𝑣0
𝑎 = 𝑎𝑚é𝑑 = (1)
𝑡−0
sendo a = aceleração;
v = velocidade final;
𝑣0 = velocidade inicial;
t = tempo inicial.
Explicitando a velocidade:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 (2)
Na expressão 2, os valores constantes são a velocidade inicial 𝑣0 e a
aceleração a. Desta maneira, a velocidade v é diretamente proporcional ao tempo
t. Ao conhecer a velocidade v do ponto material, pode-se descobrir o instante de
tempo t relacionado a ela e vice-versa.
3.1.2.2 Função horária da posição.
De acordo, ainda, com Halliday, Resnick e Walker (2012), pode-se escrever a
equação da velocidade média de tal forma:
𝑥−𝑥0
𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑎 = (3)
𝑡−𝑡0

sendo 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑎 = velocidade média;


x = distância inicial;
𝑥0 =distância final;
t =tempo final;
𝑡0 = tempo inicial.
Ao isolar a distância x, considerando t 0 = 0, tem-se:
𝑥 = 𝑥0 + 𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑡 (4)
Ainda, para a função linear da equação 2, a velocidade média é a média
aritmética entre a velocidade inicial e a velocidade final. Portanto, tem-se a
equação:
1
𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑎 = 2 (𝑉0 + 𝑉) (5)

Substituindo a velocidade inicial pelo seu valor expresso na equação 2,


obtém-se:
1
𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑎 = 𝑉0 + 2 𝑎𝑡 (6)

Finalmente, substituindo a equação 6 na equação 4, chega-se na função


horária de posição, expressa por:
1
𝑥 − 𝑥0 = 𝑣0 𝑡 + 2 𝑎𝑡 2 (7)

3.1.2.3 Equação de Torricelli.


Ao combinar as equações 2 e 7, chega-se na equação de Torricelli, expressa
por:
𝑣 2 = 𝑣0 2 + 2𝑎∆𝑥 (8)
Sendo v = velocidade final;
𝑣0 = velocidade inicial;
A =aceleração;
∆𝑥= variação do deslocamento escalar.

3.2. ANÁLISE DO MOVIMENTO DE QUEDA LIVRE.

O movimento de queda livre dos corpos, estudada tanto por Galileu quanto por
Torricelli como supracitado, pode ser considerado como Movimento Uniformemente
Variado (MRUV) no qual há a desconsideração das resistências externas
(NUSSENZVEIG, 2013). Desta maneira, o valor do módulo da aceleração utilizada nos
cálculos se refere à gravidade do ambiente no qual a ocorrência desta queda se dá.
Portanto, se o local de referência for a Terra (Figura 5), o valor utilizado é
aproximadamente 9,8 𝑚⁄𝑠 2 .
Figura 5 – Paraquedistas em queda livre.

Fonte: Blog do Enem. Disponível em https://blogdoenem.com.br/queda-livre-fisica-enem/ Acesso em


09/07/2021.

Como citado anteriormente, o movimento da queda livre é caracterizado por ser


MRUV. Logo, pode-se utilizar as equações já expostas para trabalhar com os elementos
deste movimento.
Considerando o deslocamento inicial 𝑥0 = 0 na equação 7, tem-se:
1
𝑥 = 2 𝑔𝑡 2 (9)

Ao explicitar a aceleração g:
2𝑥
𝑔= (10)
𝑡2

Considerando a velocidade inicial 𝑣0 = 0 na equação 2, chega-se em uma


equação capaz de calcular a velocidade instantânea no final de cada percurso x:
2𝑥
𝑣= (11)
𝑡

4. PROCEDIMENTO
Nesta seção, aplicaremos os conceitos supracitados em um experimento de queda
livre, cujo link está registrado na lista de materiais, caracterizado pelos dois
procedimentos seguintes:
4.1 Primeiro procedimento: Estudo do movimento de queda livre na Terra.
Neste procedimento, o ambiente considerado para a análise da queda livre foi a
Terra, cuja gravidade é, aproximadamente, 9,8 𝑚⁄𝑠 2 . Ademais, a massa do objeto
observado foi de 45 gramas. Assim como a Tabela 1 mostra, foram anotados os intervalos
de tempo que a massa pontual demora para percorrer diferentes medidas de comprimento,
como 10 cm, 20 cm, 30 cm, 50 cm, 70 cm e 100 cm. Para haver a diminuição dos riscos
de erro e para atingir uma melhor precisão, os intervalos de tempo foram medidos três
vezes e a média deles foi utilizada para o cálculo da velocidade.

Tabela 1 – Resultados experimentais.


N0 y Medidas de t Média de t Quadrado de t v = 2y/t
(cm) (s) (s) (s2) (m/s)
0,146

1 10 0,148 0,146 0,021 1,36


0,147

0,204

2 20 0,206 0,205 0,042 1,95


0,205

0,252

3 30 0,254 0,252 0,063 2,38


0,250

0,320 0,319 0,101 3,13

4 50 0,319
0,317

0,369

5 70 0,374 0,373 0,139 3,75


0,375

0,452

6 100 0,451 0,451 0,203 4,43


0,450

Na Tabela 2, utiliza-se os dados obtidos na Tabela 1 para que haja o cálculo da


aceleração média de determinados deslocamentos que se refere à gravidade do local no qual
o estudo foi realizado.
Tabela 2 – Análise dos resultados da Tabela 1 para o cálculo da aceleração.
Deslocamento Δt (s) Δv (m/s) a = Δv/Δt (m/s2)
y = 0 a y = 10 cm 0,146 1,36 9,3
y = 10 a y = 20 cm 0,059 0,59 10
y = 20 a y = 30 cm 0,047 0,43 9,14
y = 30 a y = 50 cm 0,067 0,75 11,1
y = 50 a y = 70 cm 0,054 0,038 11,4
y = 70 a y = 100 cm 0,078 0,68 8,8

4.2 Segundo procedimento – Verificação da influência da massa na aceleração do


movimento de queda livre.
Neste procedimento, foram anotados os tempos de queda de objetos de massa de
15, 30 e 45 gramas durante o percurso de 100 e 50 centímetros (Tabela 3). Ao comparar
os resultados, chega-se na conclusão de que a massa não interfere na determinação do
intervalo de tempo. Isso também pode ser concluído a partir da análise das equações
utilizadas nos cálculos que se referem à queda livre (Equações 9, 10 e 11) haja vista que
em nenhuma delas há o aparecimento da variável massa.

Tabela 3 – Influência da massa no tempo de queda.


Massa 15 g Massa 30 g Massa 45 g
Tempo de queda em segundos para y = 100 0,447 s 0,447 s 0,447 s
cm
Tempo de queda em segundos para y = 50 0,333 s 0,333 s 0,333 s
cm
5 QUESTIONÁRIO

1- Trace o gráfico “y contra t” para os dados obtidos da Tabela 1.

2- Trace o gráfico “y contra t2” para os dados obtidos da Tabela 1.

3- O que representa o coeficiente angular do gráfico “y contra t”? Justifique.


É de grande relevância afirmar que o gráfico de uma equação do segundo grau,
representada por uma parábola, não apresenta como característica, primariamente,
o coeficiente angular haja vista que este está relacionado à equações lineares,
representadas por uma reta. Entretanto, quando se correlaciona o estudo das
derivadas à esta interpretação, pode-se declarar que existe, de fato, uma equação
derivada resultante da equação da parábola (Gráfico da questão 1) que é
representada por uma reta tangente à curva. Esta, por sua vez, permite o cálculo
da velocidade instantânea do objeto de estudo (tanto que este fato foi citado no
texto na apresentação da equação 11) e é diretamente proporcional a aceleração
do movimento.
4- O que representa o coeficiente angular do gráfico y contra t2? Justifique.
A priori, cabe informar que o coeficiente angular se caracteriza como sendo a
declividade de uma reta em relação a abscissa, ou seja, é o valor dado pela
tangente do ângulo de inclinação. Portanto, o cálculo do coeficiente angular se dá
∆𝑦
através da fórmula 𝑎 = tan ∝ = ∆𝑥 , que, ao ser analisada, demonstra ser
𝑔
relacionada à expressão representada na equação 9. Desta maneira, tem-se 𝑎 = 2 .

5- Trace o gráfico da velocidade em função do tempo com os dados da Tabela 1.

6- Trace o gráfico da aceleração em função do tempo, para os dados obtidos da


Tabela 2.

7- Determine a aceleração:
(a) pelo gráfico y contra t2;
Primeiramente, se utiliza na equação do coeficiente angular os melhores pontos
para descobrirmos seu valor:
∆𝑦 (1 − 0,7) 0,3
𝑎= = = = 4,68
∆𝑥 (0,203 − 0,139) 0,064
Como deduzido anteriormente, o coeficiente angular é resultado da divisão da
aceleração (gravidade) por dois, logo:
𝑔 = 2 ∙ 𝑎 → 𝑔 = 2 ∙ 4,68 ∴ 𝑔 = 9,36 𝑚⁄𝑠 2
(b) pelo gráfico v contra t.
Assim como o item anterior, a aceleração será deduzida através da equação do
coeficiente angular:
∆𝑦 (1 − 0,7) 0,3
𝑎= = = ∴ 𝑎 = 3,85
∆𝑥 (0,451 − 0,373) 0,078
Substituindo:
𝑔 = 2 ∙ 𝑎 → 𝑔 = 2 ∙ 3,85 ∴ 𝑔 = 7,7 𝑚⁄𝑠 2
8- Determine a função que relaciona a altura da queda e o tempo de queda (f = y(t)).
Assim como já descrito anteriormente, a função que relaciona a altura da queda e
o tempo de queda pode ser obtida através da função horária de posição do MRUV
1
𝑥 − 𝑥0 = 𝑣0 𝑡 + 2 𝑎𝑡 2 . Ao considerar o deslocamento inicial como 0, tem-se:
1
𝑥 = 𝑔𝑡 2
2

9- O tempo de queda depende da massa? Justifique.


Não pois em nenhuma equação analisada neste relatório possui alguma variável
que representa a massa do objeto de estudo ao se mover em queda livre. Ademais,
isso é possível de ser deduzido através da Tabela 3, que mostra que diferentes
tipos de massa obtiveram o mesmo tempo de queda.

6. CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos expostos, por meio da contextualização histórica do estudo
do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado por físicos de grande renome, como
Galileu Galilei e Evangelista Torricelli, e da conceptualização inicial sobre este tópico da
Cinemática, é válido ressaltar a relevância do aprendizado de Física Experimental vide
sua grande importância dentro da área de Engenharia de Produção Mecânica. Com o
encerramento desta prática, pode-se, enfim, determinar as principais características do
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado – movimento de natureza retilínea cuja
velocidade varia proporcionalmente em relação ao intervalo de tempo – além de um caso
especial da temática, o movimento de queda livre.
Nesse contexto, é possível após esta prática compreender e estipular os cálculos
fundamentais no estudo do MRUV e, principalmente, da queda livre, como a
determinação da velocidade instantânea, aceleração média, intervalo de tempo e
altura/deslocamento. Do mesmo modo, também pode-se tomar conclusões acerca da
independência do intervalo de tempo da massa do objeto que se move em queda livre.
Outrossim, pode-se, ainda, salientar a presença de possíveis erros ao longo desta
prática. Levando isto em consideração, é prudente evidenciá-los. Um destes erros está
relacionado a percepção visual ao deslocar a massa pontual para as posições Y estipuladas
pois, mesmo com a régua ao dispor do usuário que acessa o link listado na lista de
materiais para realizar o experimento, há uma margem de erro considerável que permite
o prejuízo à plena análise da queda livre. Outrossim, como o ambiente virtual
desconsidera quaisquer forças externas e o intervalo de tempo é calculado pelo próprio
sistema, erros que poderiam ocorrer em um laboratório real foram evitados, como a
influência dessas forças no experimento e a inexatidão ao cronometrar o tempo.
Portanto, esta prática foi útil no quesito de compreender os conceitos relacionados
ao MRUV e na percepção de que há a possibilidade de ocorrer erros que prejudicam a
análise apropriada dos resultados obtidos durante o experimento, de tal forma que ajuda
aos engenheiros em formação a evitá-los a qualquer custo, seja em ambiente físico ou
virtual.

REFERÊNCIAS

BISTAFA, S. R. A lei de Torricelli v=√2𝑔ℎ: Uma tradução comentada de sua origem no


De Motu Aquarum (Do Movimento das Águas). Revista Brasileira de História da Ciência,
v. 7, p. 110-119, 2014.

FOX, W. Evangelista Torricelli. The Catholic Encyclopedia. Vol. 14. New York: Robert
Appleton Company, 1912. Disponível em
<http://www.newadvent.org/cathen/14784a.htm>. Acesso em 08/07/2021

HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. Fundamentos de Física: Mecânica. Vol.


1. 9ª ed. Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda: Rio de Janeiro, 2012.

MACÊDO, M. A. R. A equação de Torricelli e o estudo do movimento retilíneo


uniformemente variado (MRUV). Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 32, n. 4,
4307 (2010)
MACH, E. The Science of Mechanics: A critical and historical exposition of its principle
Cambridge University Press: New York, 2013.

MAGILL, F. N. The 17th and 18th Centuries: Dictionary of World Biography. Vol. 4.
Routledge: New York, 2013.
PARIZOTTO, C.E.A., Evangelista Torricelli. Disponível em
<http://www.fem.unicamp.br/∼em313/paginas/ person/torricel.htm.> Acesso em
07/08/2021.

WHITTAKER, E. A Treatise on the Analytical Dynamics of Particles and Rigid


Bodies. 4ª ed. Cambridge University Press: England, 1937.

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