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NOTAS
Introdução
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Direitos Humanos são direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos. São tambem
considerados como faculdades de agir ou poderes de exigir atribuídos ao indivíduo para
assegurar a dignidade humana nas dimensões da liberdade, igualdade e solidariedade.
Outos autores consideram ais que são também direitos positivos, históricos e culturais, que
encontram seu fundamento e conteúdo nas relações sociais materiais em cada momento
histórico.
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Definição: são direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos.
Estes direitos devem ser integrados e interpretados de harmonia com a Declaração Universal dos
Direitos do Homem e a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos.
A DUDH afirma: todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade.
Em eras passadas, não havia direitos humanos. Depois surgiu a ideia de que as pessoas deveriam
ter certos direitos. E essa ideia, no final da Segunda Guerra Mundial, resultou finalmente no
documento chamado Declaração Universal de Direitos Humanos e nos trinta direitos a que todas
as pessoas têm direito.
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Violação dos Direitos Humanos
Por causa da sua característica de Imprescritibilidade, o que significa que só são reconhecidos os
direitos prescritos na ordem jurídica, através da constituição nacional ou através de Pactos
internacionais, os direitos fundamentais podem ser violados por pessoas singulares ou colectivas.
Ex1: se um indivíduo não respeita algum preceito de Direitos Humanos prescritos na CRM, tal
como o princípio da igualdade, este indivíduo viola os Direitos Humanos.
Ex2: se o Estado não respeita as convenções dos pactos Internacionais, tais como, tratamento ou
punição cruel, proibição das detenções arbitrarias; este Estado viola Direitos Humanos.
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Os direitos fundamentais constituem a base normativa do desenvolvimento social e político de
cidadãos e homens livres em uma democracia.
Dignidade é mérito de ser pessoa, direito de ser respeitada como tal. Dignidade é inerente apenas
ao ser humano. Direito à vida, à integridade física, à honra, respeito pelos alunos, professores e
toda a pessoa humana são alguns exemplos de dignidade.
EXERCÍCIO
1) Depois de ter lido o tema I, apresente uma tese, explicação da tese e uma questão para
debate.
2) Tendo em conta as características de direitos humanos e o conceito de dignidade humana,
dê uma definição abrangente de direitos humanos.
A ideia de DH tem origem no conceito filosófico de Direitos naturais que seriam atribuídos por
Deus.
Os DH, são o resultado de uma longa história, onde filósofos e juristas discutiram ou abordaram
o tema.
Mas o momento mais importante, na história dos Direitos Humanos é durante 1945-1948. Em
1945, os Estados Unidos tomam consciência das tragédias e atrocidades vividas durante a 2
Guerra Mundial, facto que levou a criar a Organização das Nações Unidas (ONU) em prol de
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estabelecer e manter a paz no mundo. Foi através da carta das Nações Unidas, assinada a 20 de
Junho de 1945, que os povos exprimiram a sua determinação em preservar as gerações futures do
flagelo da Guerra, proclamar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e valor da
pessoa humana, na igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como das nações. A
criação das Nações unidas simboliza a necessidade de um mundo de tolerância, de paz, de
solidariedade entre as nações, que faça avançar o progresso social e económico de todos os
povos.
A DUDH, é fundamental na nossa sociedade, quase todos os documentos relativos aos direitos
humanos tem como referência esta Declaração, e alguns Estados, como é o caso de Moçambique,
fazem referência directa nas suas constituições nacionais.
A DUDH, ganhou uma importância extraordinária contudo não obriga juridicamente que todos
os Estados a respeitem e, devido a isso, a partir do momento em que foi promulgada, foi
necessário a preparação de inúmeros documentos que especificassem os direitos presentes na
Declaração e assim força-se os Estados a cumpri-la. Foi nesse contexto que nasceram vários
documentos tais como: o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto
Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais.
EXERCÍCIO
1) Depois de ter lido o texto sobre a história de direitos humanos, apresente uma tese, explicação
da tese e questão para debate.
Da fase colonial até aos dias de hoje, o poder político obedeceu três fases notórias: a fase
colonial, a fase pós-independência até 1990 e a fase de 1990 até aos nossos dias.
Fase Colonial
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O povo Moçambicano não tinha o direito de dispor de si mesmo e, consequentemente, não
determinava livremente o seu estatuto político nem se dedicava livremente ao seu
desenvolvimento económico, social e cultural. A constituição política, então vigente em
Moçambique, no período colonial, nos seus artigos 137 e 141 fazia a diferenciação dos residentes
em território Moçambicano. Assim dentro do mesmo território uns tinham a designação de
nacionais e outros indígenas. Sendo nacionais os colonos e indígenas os nativos. Esta
diferenciação reflectia-se nos direitos e deveres fundamentais. Os nacionais tinham direitos
iguais aos dos cidadãos portugueses, enquanto que os indígenas gozavam apenas de garantias
sociais menos privilegiadas que as dos nacionais.
Neste período houve também a promoção dos direitos económicos, sociais e culturais, para além,
dos direitos civis e políticos.
EXERCÍCIO
2. Fontes Regionais
Carta Africana dos Direitos do homem e dos Povos ( CADHP)
Foi adoptada pela organização da Unidade Africana na decimal oitava Conferência dos
Chefes de Estado e de Governo, em Junho de 1981, em Nairobi, Quénia, tendo entrado
em vigor em 21 de Outubro de 1986
Direitos Individuais
Um leque de direitos individuais é consagrado na Parte I, da CADHP, tais como: o direito
ao tratamento igual para todos; o direito à vida; o direito à dignidade pessoal, o direito à
liberdade, etc.
Outros direitos que a CADHP consagra: Direito à família, Direitos dos Povos, etc.
3. Fontes Internacionais
Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)
A DUDH consagra direitos e liberdades de todos os tipos: Civis, Políticos, Económicos,
Sociais e Culturais
EXERCÍCIO
A interpretação dos Direitos Humanos tem de ser feita tendo em atenção os valores sem
dissolver os Direitos fundamentais no subjectivismo ou na emoção política. Justifique?
Estes direitos foram convencionados como sendo os direitos da primeira geração de direitos. Os
Direitos Civis e Políticos visam a participação efectiva do cidadão na vida política da sociedade
onde está inserido, gozando assim dos seus direitos e liberdades. Estes direitos figuram no Pacto
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, adoptados pela Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 16 de Dezembro de 1966, e ratificado por Moçambique através da Resolução n°
5/91, de 12 de Dezembro de 1991.
o Livre cambismo;
o Liberdade de circulação;
o Liberdade política;
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o Liberdade de trabalhar; etc.
A proibição da tortura;
São direitos da segunda geração de direitos. Os direitos sociais, económicos e culturais são
aqueles que exigem a intervenção do Estado na vida económica e social, proporcionando
condições para o emprego e oferecendo serviços e bens ao conjunto de cidadãos abrangidos,
além do direito à propriedade. São exemplos desses direitos:
O direito a alimentar-se;
O direito à educação;
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O direito ao desenvolvimento;
O direito à paz;
Alguns dos direitos e liberdades consagrados na DUDH tornaram-se mais tarde conhecidas como
sendo “direitos civis e políticos” e “direitos económicos, sociais e culturais”. Estas designações
encontram-se presentemente vincadas nos títulos dos Pacto Internacional sobre os Direitos Civis
e Políticos (PIDCP) bem como Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e
Culturais (PIDESC); adoptados pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Dezembro de
1966.
Estes Pactos constituem, hoje, o núcleo do Direito Internacional dos Direitos Humanos. Os
pactos estipulam, com uma considerável precisão, definições de todos os direitos humanos e
liberdades fundamentais universalmente aceites. Assim como definem as obrigações assumidas
pelos Estados partes destes tratados, com respeito aos direitos e liberdades neles consagrados.
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a) Os direitos civis e políticos incorporados no PIDCP incluem o seguinte:
o As liberdades de expressão, religião, reunião e associação
o A liberdade de movimento
o O direito à privacidade
o O direito à vida, liberdade e segurança pessoal
o A proibição da escravatura, tortura e punição ou tratamento cruel, desumano ou
degradante
o O direito a um julgamento justo
EXERCÍCIOS
1) o que entendes por Direitos Humanos?
2) Qual é o papel da polícia na protecção da dignidade humana?
3) A CRM é fonte de DH. Comente.
4) O PIDCP e o PIDESC são instrumentos internacionais que orientam o Estado em
questões de protecção dos DH. Justifique.
Estado de Direito significa que não há arbitrariedade. Significa que deve existir limite do poder.
Deve haver uma alternância no poder num Estado Democrático. A alternância faz parte de um
dos capítulos de ciências políticas.
Num Estado Democrático o povo é fiscal do poder, e o Governo deve ser responsabilizado.
A democracia é a forma do governo em que a soberania reside no povo e é exercida por ele. A
democracia é a forma mais alta da organização da sociedade. Mas para que ela proporcione ao
cidadão comum uma participação activa na vida política, um efectivo exercício dos seus direitos
e o cumprimento dos seus deveres é necessário que quer a sociedade quer o Estado, sejam
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regidos no seu funcionamento pela lei. Devendo os homens da lei e ordem, garantir o efectivo
cumprimento da lei sem ferir os pressupostos da Democracia.
A Democracia e Direitos Humanos andam sempre de mãos dadas, pois há entre eles uma relação
de interdependência entre o Estado Democrático de Direito e os Direitos Humanos. Sem o
primeiro, muito dificilmente se asseguram os Direitos Humanos e, sem os segundos, o Estado
Democrático de Direito, a existir, estará esvasiado do seu conteúdo útil, pois ele pressupõe e
garante os direitos fundamentais.
Neste sentido, os agentes policiais, ao defenderem os direitos humanos desempenham um papel
preponderante na preservação do Estado de Direito.
É por isso que o exercício democrático do poder requer a participação activa de todos os
cidadãos e, para que aconteça devem estar plenamente assegurados os direitos de igualdade de
participação política e as necessárias garantias para o seu efectivo exercício. Assim os direitos de
associação, de formação de partidos políticos, de liberdade de expressão, de pensamento e de
informação; constituem os pressupostos fundamentais da democracia.
As democracias modernas devem priorizar o pensamento diferente.
Entre a autoridade do Estado e a Sociedade deve existir uma dialéctica, isto é, nenhum dos dois
deve concordar cegamente com o outro.
Normalmente quando o Estado tem muito poder a Sociedade civil não tem poder. Deve existir
um equilíbrio entre o Estado e a Sociedade Civil. Quando o Estado tem muito poder:
Totalitarismo, autoritarismo, ditaduras, autocratismo e absolutismo; o povo não pode falar, não
pode ouvir, não pode ver; por outro lado, o povo não pode ter peso exagerado, senão teríamos
anarquia, Estado mínimo.
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Assim, o polícia no âmbito da promoção e protecção dos Direitos Humanos devem respeitar os
seguintes princípios da Investigação:
A presunção de Inocência
Direito a um julgamento justo
O respeito pela Integridade Física e Mental
O respeito pela privacidade, honra, bom nome, reputação e a inviolabilidade do domicilio
A confidencialidade e cuidado no tratamento de informações
EXERCÍCIO
Depois de ter lido o texto sobre o papel da polícia na protecção de direitos humanos num
Estado Democrático de Direito, apresente uma tese, explicação da tese e questão para o
debate.
A carta das Nações Unidas, assinada em Junho de 1945, foi o primeiro instrumento jurídico
internacional a afirmar explicitamente os direitos iguais do homem e da mulher e a incluir o sexo
como uma das formas proibidas de discriminação. Estas garantias foram incluídas na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, adoptada pela assembleia geral em 1948. desde então os
direitos iguais para a mulher têm sido ajustados e ampliados em inúmeros tratados internacionais
de direitos humanos dos quais se ressalta o Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos e
Sociais e o Pacto Internacional sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais.
A não-discriminação baseada no sexo também se encontra na convenção sobre os direitos da
criança e nos tratados de direitos regionais da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos
Povos (CADHP) artigo 2; Convenção Americana dos Direitos Humanos (CADH) artigo 1 e
Convenção Europeia dos Direitos Humanos ( CDEH) artigo 14.
Convencionou-se criar regras específicas para a mulher pelo facto da sua humanidade não ser
suficiente para lhe assegurar os seus direitos.
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Neste sentido a Assembleia-geral das Nações Unidas adoptou a Convenção sobre a eliminação
de todas as formas de Discriminação Contra a Mulher; em 1979, passando a vigorar em 1980.
A convenção reforça as disposições dos instrumentos internacionais já existentes, elaborados
para combater a discriminação permanente contra as mulheres, identificando muitas áreas de
notória discriminação, como, por exemplo, os direitos políticos, o casamento, a família e o
trabalho. Nestas e em muitas áreas, a convenção estabelece objectivos e medidas específicas a
serem seguidos pelos Estados Parte para facilitar a criação de uma sociedade global dentro da
qual as mulheres possam gozar de plena igualdade junto aos homens, obtendo assim o exercício
pleno dos seus direitos humanos garantidos.
A convenção enfatiza que a discriminação impedirá o crescimento económico e a prosperidade
ao mesmo tempo que reconhece a necessidade de uma mudança de atitude, por intermédio da
educação de homens e mulheres para que aceitem a igualdade de direitos e superem os
preconceitos e práticas baseadas em estereótipos.
Assim devem ser tomadas todas as medidas para proteger as mulheres de qualquer tipo de
violência. A violência contra as mulheres deve ser tratada como crime, mesmo quando ocorra no
seio da família.
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Princípios Objectivos da Fundamentos Valores Éticos
Ética
Tendo em conta que ética profissional é uma reflexão ética ligada às diferentes profissões, no
dizer de Silva, (2001). A ética policial é um ramo da ética profissional e comunga de toda a
problemática que é própria desta e como tal é também a expressão, no contexto policial, de uma
ética geral. Assim são principais fundamentos objectivos da ética no geral constituem igualmente
principais fundamentos objectivos da ética policial.
O Homem é um ser corpóreo. É uma vida material com uma série de órgãos, cada um com sua
razão de ser específica e função receptiva, mas intimamente relacionados uns com os outros; é a
realidade bio fisiológica humana (CAMARGO, 2014).
É neste sentido que as organizações, incluindo a organização policial, por meio de ferramentas
de gestão de pessoas, procuram garantir o bem-estar físico e emocional da pessoa inserida na
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organização, através de um agir comunicativo que mais do que falar sobre a importância do bem-
estar físico e emocional corresponde à agir de forma ética, com justiça, em prol do benefício
físico e emocional do agente da polícia (ASSIS E PAULA, 2013).
É assim que Habermas (1987) defende como resultado da acção comunicativa a ética do
discurso, que leva à uma ética filosófica que valoriza uma teoria especial de argumentação com
pretensões universais. Para Habermas a ética do discurso torna-se ética cognitivista ao
estabelecer uma ligação entre o dever fazer e o saber as razões para agir.
Para que possam cumprir seu propósito, as ferramentas de GRH na Polícia devem ser geridas de
forma ética, devendo haver disciplina, justiça e transparência nos sistemas de recrutamento de
polícias, integração, avaliação de desempenho e, sobretudo, no sistema de gestão da carreira
policial. Facto que permitiria, por um lado, buscar polícias inteligentes e competentes; por meio
da aplicação de forma ética e imparcial da ferramenta de recrutamento e selecção, e por outro,
manter e evoluir essa competência alicerçando-se nas ferramentas de integração, avaliação de
desempenho, formação, remuneração, dentre outras, a evolução na carreira aplicadas com base
em princípios ético-fundamentais. Na obra a Ontologia é Fundamental de Zuben (2001),
Heidegger afirma que a humanidade sobrevive porque o ser humano é inteligente. Mas a
inteligência ou pensamento do homem deve ultrapassar a contemplação e engajar-se na
realização do bem para a sociedade. A inteligência é o próprio acontecimento que a existência
articula. Só pensa quem existe, assim afirma Descartes.
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Tendo em conta que a GRH na Polícia é composta de pessoas existentes, logo inteligentes. A
gestão do membro da polícia é feita com base na articulação das ferramentas de GRH,estas
devem ser capazes de trazerem para a organização pessoas que saibam usar a inteligência em
prol do alcance da Missão e Visão da organização, facto que contribui para a existência de
polícias com comportamento humano, reflectido na sua actuação perante a sociedade.
Kant afirma nesta lei que as pessoas devem ser respeitadas e não tratadas como se fossem
instrumentos/objectos. A organização policial tende a ter um tratamento diferenciado entre
homens e mulheres, valorizando pouco as mulheres.
O imperativo de Kant manda seguir máximas correctas que possam ser universalizáveis.
(BERTAGNOLI 1959).
Valorizar de forma diferenciada as qualidades do homem polícia e da mulher polícia, não é uma
máxima correcta e, logo não pode ser universalizável. É assim que Oliveira (2008) afirma que
deve existir um reconhecimento recíproco da igual dignidade a partir da autoconstrução
permanente da vida humana que deve emergir num processo de criação de uma sociabilidade
radicada na solidariedade universal.
Outro sim, a 3ª Lei do Imperativo Categórico de Kant dá o seu contributo na equidade de genéro
na Polícia a partir da seguinte máxima:
"Age segundo a máxima que possa simultaneamente fazer-se a si mesma lei universal"
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Esta lei no pensamento Kantiano implica que se deve agir de maneiras a se considerar os outros
seres humanos como sendo legisladores universais (BERTAGNOLI 1959). Assim, a
desvalorização da mulher na instituição policial não pode ser considerada como sendo um
comportamento universalmente aceite.
A consciência
Como vimos anteriormente é princípio fundamental da ética fazer o bem e, para fazer o bem a
pessoa baseia-se em fundamentos objectivos da ética que são dentre outros; a vontade, a emoção,
a inteligência, etc. que perfazendo as características da identidade humana nem sempre
conseguem desenhar o bem, é neste contexto que se busca o fundamento subjectivo da ética para
a concepção do bem. Assim, segundo Camargo (2014) constitui fundamento subjectivo da ética a
Consciência. Só de forma consciente a pessoa pode fazer o bem ou o mal.
A consciência ética é a voz da própria pessoa para si mesma; fora da consciência, a pessoa está
fora de si; ela é a única lei suprema que rege a conduta humana, a própria pessoa tem que se
reger (CAMARGO, 2014).
Assim, na organização policial deve haver consciência na aplicação de cada uma das ferramentas
de GRH. Consciência essa que é buscada a partir da articulação da Subjectividade com a
Objectividade no Plano de Recursos Humanos, no sistema de Recrutamento e Selecção, na
Integração, na Avaliação de Desempenho, e sobretudo no sistema de gestão de Carreira Policial.
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A palavra “polícia” é derivada do latim “politia” e significava governo de uma cidade,
administração ou forma de governo. Este significado deriva do facto de o Estado ser formado por
um conjunto de instituições ligadas aos poderes executivo, legislativo e judiciário. Tendo o
Estado a soberania sobre um determinado território, cabe a ele fazer as leis, as quais todos os que
vivem nesse território, devem obedecer e, como forma de fazer cumprir as leis, o Estado está
dotado de meios de coerção de que fazem parte as forças policiais (REGO, 2012).
De acordo com Bittner citado por Rego (2012) à polícia corresponde a actividade do Estado que
tem por finalidade defender, por meio do poder da autoridade, a boa marcha da causa pública
contra as perturbações ocasionadas pelas existências individuais. Assim, a polícia é a
manisfestação viva do poder público e da autoridade abstracta do Estado (BITTNER, 2003).
Para Silva (2001) à Polícia corresponde ao exercício da sociedade, e foi instituida para ordem
pública, liberdade, propriedade, segurança individual, dentre outras. A sua característica é a
vigilância e o objecto do seu cuidado é a sociedade.
Segundo Bittner citado por Rego (2012), três expectativas definem a função do polícia numa
sociedade moderna: Espera-se que a Polícia vá fazer algo a respeito de qualquer problema que
seja solicitada a tratar; espera-se que a Polícia vá atacar os problemas em qualquer lugar e hora
em que ocorram e espera-se que os polícias prevaleçam em qualquer coisa que façam e que não
recuem ao enfrentar situações de diferente natureza.
A taxonomia utilizada por Bayley (2002) identifica três maneiras bem distintas de descrever a
actividade policial, cada uma a partir de diferentes fontes de informação. O trabalho policial
pode-se referir, primeiro ao que a Polícia é designada a fazer, segundo às situações com as quais
ela tem que lidar, terceiro às acções que ela deve tomar ao lidar com as situações.
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É assim que Caetano (apud SILVA, 2001) define o policiamento como sendo o modo de actuar
da autoridade administrativa que consiste em intervir no exercício das autoridades individuais
susceptíveis de fazer perigar os interesses gerais.
Neste sentido pode-se dizer que a Polícia se apropria do espaço público de forma particularizada
pelo Estado (LIMA, 2002). Nessa concepção, conforme a visão do autor, tanto o Estado quanto a
Polícia são definidos como instituições separadas e externas ao conjunto de cidadãos; assim, a
natureza do trabalho policial relaciona-se com as tensões geradas nas relações sociais.
Monjardet (apud BITTNER 2003) compara a polícia com um martelo, isto é, tal como o martelo
a polícia serve as finalidades daquele que a maneja. Assim, a Polícia pode servir aos mais
diversos objectivos tais como: a opressão num regime totalitário; a protecção das liberdades num
regime democrático ou até pode acontecer que a mesma polícia sirva sucessivamente a
finalidades opostas.
Nesta mesma perspectiva, Lima (2002) enfatiza o papel do polícia na sociedade, afirmando que
a actividade do polícia abrange todas as camadas da sociedade porque “a lei vale para todos”,
sendo o dever do polícia o de fazer cumprir essa lei. Com vista ao melhor desempenho da sua
actividade, os polícias são recrutados e formados para agirem de forma pró-activa na resolução
de problemas que emirjam no cotidiano. É neste sentido que Bayley (2002) afirma que o
processo de formação deve pôr à disposição do polícia os conhecimentos necessários para o
desempenho da sua actividade.
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Considerando-se a Polícia como força para-militar, habitualmente ela obedece a uma estrutura
hierárquica rígida.
Sendo uma instituição estruturada, a Polícia rege-se no âmbito de recursos humanos com base
em Administração dos Recursos Humanos (ARH) que a permite recrutar, seleccionar e
desenvolver a sua força de trabalho, dentre outras atribuições. Neste sentido, faz-se importante
descrever o impacto da ética e da subjectividade na gestão de recursos humanos.
O mau relacionamento entre a polícia e a comunidade tem emergido de vez em quando como
facto que muito preocupa os cidadãos sobre a má prestação do serviço do polícia.
Por outras palavras, a Polícia é, em algumas vezes acusada de abusos contra cidadãos. Uma
reflexão inicial sobre este assunto aponta para a falta de Ética e Disciplina Policial no seio da
polícia.
A ética é uma ciência que define os actos humanos, como sendo bons ou maus, (Silva, 2001)
assim, esta ciência é a base para a formação de qualquer comunidade em equilíbrio. Se
isto for correcto para a comunidade é ainda mais correcto em relação aos Polícias que a servem.
Deste modo, os polícias, quando se relacionam com a comunidade, devem sempre observar os
padrões de conduta ética. Contudo, para observar melhor, é necessário que os polícias tenham
uma consciência moral.
A consciência moral implica, então, a presença de três elementos: racionais (juízos de valor),
afectivos (sentimentos) e activos ( intenções, desejos ).
Os racionais fazem um juízo de valor, dizem se um acto deve ser praticado ou evitado, portanto,
se um acto é bom ou mau.
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Neste contexto, um polícia com consciência moral é aquele que no seu trabalho procura ser
racional, afectivo e activo.
O polícia, presta serviço a sociedade e esta não entende o significado da palavra corrupção na
sua íntegra. Daí que é importante que o polícia ao interagir com a comunidade entenda o ponto
de vista da comunidade. No combate a corrupção qualquer membro da polícia na sua
responsabilidade deve respeitar o poder que tem respeitando a legislação.
Algumas pesquisas mostram que os países de Africa Austral são os mais corruptos do mundo.
Para lavar a imagem 14 países membros da SADC demonstraram o seu compromentimento no
combate à corrupção e assinaram o protocolo para prevenir actos de corrupção, para criar
políticas sustentáveis para controlar a corrupção na região e, sobretudo para medir o desempenho
de cada país no combate a corrupção.
A percepção que a população tem sobre a polícia Moçambicana é que a polícia moçambicana é
muito corrupta. Das pesquisas feitas em 2010 mostram que
De acordo com dados retirados duma palestra sobre o papel da ética no combate à corrupção,
proferida pelo Prof. Doutor Trevor Budhram, na Academia de Ciências Policiais, no dia 13 de
Abril de 2018, esperava-se colectar para o cofre do Estado a partir de multas passadas pela
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Polícia 2500 milhões de meticais e a polícia de transito somente conseguiu colectar 600 mil.
Logo a corrupção prejudica em muito o Estado.
Como combater a corrupção? Adoptar o sistema de valores éticos (sociedade e polícia); polícia
ao agir de forma ética deve influenciar a planificação estratégica; agir de acordo com a lei, não
aceitar o suborno, aplicar a lei, desta forma se pode reduzir o crime e desenhar a identidade
organizacional policial.
Segundo Sarpcoo e Sahrit (2000), o polícia no seu relacionamento com a comunidade é guiado
com base em alguns princípios éticos indispensáveis à actividade policial:
Respeito pela Vida. A actuação do polícia alicerça-se sempre na Lei-mãe que é a constituição da
República. Assim, a CRM no seu artigo xxxx determina que todo o cidadão tem direito à vida.
Neste contexto, sempre que o polícia tiver necessidade de fazer o uso da força, deve considerar
que o direito fundamental vida é inviolável, devendo por isso, procurar causar os menores danos
possíveis e evitando tirar a vida ao cidadão.
Liberdade das Pessoas. O respeito pela liberdade das pessoas constitui um dos mais visíveis
princípios básicos da conduta policial. Um polícia com uma conduta ética não faz detenções
arbitrárias, nem tira a liberdade das pessoas senão nos casos devidamente previstos na lei,
devendo por isso, o polícia, ao detiver alguém, para além de basear-se na lei, informar o detido
sobre as razões da sua detenção.
Respeito pelo Serviço. Respeitar o serviço é seguir os princípios deontológicos da ética policial,
neste contexto,o polícia tem deveres e obrigações ligados ao seu serviço, sendo necessário que
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saiba respeitar esses deveres e obrigações para que é chamado. Portanto, o Polícia deve ser
responsável pelas suas acções, procurando sempre respeitar o serviço.
Respeito pela Verdade. Um Polícia com uma conduta ética é aquele que procura respeitar a
verdade, combinando a conformidade do que diz com o que é a realidade e com o que faz,
evitando sempre mentir.
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