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com

Como elaborar
sua Redação
do zero?
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Oi, eu sou a Larissa.


Opa, beleza? Antes de entrarmos no conteúdo desse e-book eu
gostaria de falar um pouco sobre mim e porque eu acredito que posso
te ajudar a escrever uma boa redação no seu concurso militar. Meu
nome é Larissa Onasis e eu sou a jovenzinha da foto que você está
vendo ao lado desse texto. Eu sou concluinte do curso de Letras:
Português/ Literaturas na Universidade Federal do Rio de Janeiro –
UFRRJ e atuo como professora de redação há cerca de um ano. Desde
o início da minha jornada enquanto professora me dediquei a estudar a
Redação com foco em concursos militares. Embora Redação seja uma
disciplina muito comum em concursos, vejo que falta material de
qualidade direcionado para o ingresso nas Forças Armadas. Como eu
sei que estudar com material genérico pode fazer com que você,
concurseiro, se dê mal na hora da prova, eu decidi que trabalharia com
material extremamente direcionado para que os candidatos pudessem
ter acesso a um conteúdo que atendesse as necessidades deles. Ano
passado fundei o Escrita Militar (me segue lá gente, rs) e fiz uma
parceria com o Projeto Netuno, desde então sou professora de
Redação do curso. Nossa primeira experiência atuando com concursos
militares trouxe resultados incríveis, como por exemplo: não tivemos
nenhum aluno reprovado em Redação, todos os nossos alunos ficaram
acima de 60 e o melhor está por vir:
O primeiro lugar EM REDAÇÃO no concurso de
2020 foi um de nossos alunos, ele obteve 87,00
pontos na avaliação preliminar.

Mesmo com um número pequeno de


alunos e pouco tempo de atuação já
somamos números incríveis que me
deixam super orgulhosa. Fico feliz de
você ter sido convidada para fazer parte
desse projeto e mais feliz ainda de poder
te ajudar a conquistar um objetivo tão
nobre.
Chega de papo e bora estudar porque concurseiro bom é
concurseiro preparado!
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Estrutura da dissertação 4
Planejamento do texto 6
Introdução 9
Desenvolvimento 18
Conclusão 21
Coesão 25
Coerência 29
Checklist do que você não pode fazer na
sua dissertação 34
Temas para praticar 35
Redações modelo 36
Bibliografia 41
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ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Sejam muito bem-vindos ao primeiro capítulo do nosso e-book.
Aqui vamos tratar de algumas características essenciais do texto e
te deixar bem avisado sobre algumas características da redação
nos concursos da Marinha.
O primeiro tópico a ser levado em consideração é que o último
edital do Quadro Técnico de Praças da Armada (QTPA) exige que
o texto seja dissertativo. Isso significa que o texto deve organizar-
se em início, meio e fim; discorrer sobre um assunto em específico
e ser escrito em prosa.
O segundo tópico é que a Marinha costuma aplicar o que os
professores chamam de “Tema-título”, ou seja, ela não te dará uma
temática ampla para que você fale sobre. A banca entrega um
título que deverá ser escrito na sua folha de redação conforme foi
entregue, esse título será o título da sua redação e seu texto deverá
escrever sobre ele.
O terceiro tópico é que a Marinha não costuma dar texto de apoio.
Diferente das outras bancas, ela vai te entregar apenas o título sem
qualquer frase que te ajude a direcionar o texto. Como a prova do
QTPA é mais voltada para cálculos, dificilmente você vai conseguir
tirar uma colinha da prova para escrever o texto. Então esteja
preparado!
Esses são os avisos que eu considero primordiais para que você
entenda a importância de se preparar para a redação. Eu costumo
dizer para os meus alunos (e agora serve para você que se tornou
meu aluno) que 50% do trabalho até a aprovação é meu, pois
preciso disponibilizar o conteúdo da melhor forma para que você
aprenda.
Os outros 50% são seus que deve se dedicar para aprender e tirar
suas dúvidas sempre que surgirem. Sabemos que a Redação cos -

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ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
tuma ficar em segundo plano na preparação, pois só terá a
redação corrigida quem se sair bem na específica e a redação não
tem tanto peso na nota. No entanto, vocês precisam ter em mente
que SEM A REDAÇÃO você está fora! É duro dizer isso, mas meu
primeiro conselho para você é: olhe além do que os outros
candidatos olham. A maioria dos alunos costuma subestimar a
discursiva e focar muito na parte técnica, acredito que dar o
devido valor à específica sem deixar a redação de lado vai te
colocar em vantagem. Enquanto todos se afundarem na Redação
você estará muito bem equipado no seu barquinho rumo à
aprovação. Você não precisa centralizar seus estudos nesta
disciplina, mas não se dedicar a aprendê-la pode ser o caminho
para a sua reprovação. Por isso te desejo bons estudos e afirmo
que estamos juntos nessa caminhada!

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PLANEJAMENTO DO TEXTO
O planejamento do texto será abordado nessa apostila com o
objetivo de conduzir você, estudante, a um melhor aproveitamento
das linhas da sua redação.

As vezes o candidato, na hora de redigir o texto, esbarra em duas


problemáticas que podem fazê-lo perder pontos ou até mesmo ser
eliminado do concurso. Você imagina quais problemáticas são
essas? Vamos lá!
Cenário 1 – O candidato sabe bastante sobre o tema. Ele começa
a escrever confiante, ele escreve, escreve, escreve, escreve,
quando se dá conta faltam poucas linhas em branco e ele nem
chegou nos assuntos mais importantes ainda.

Cenário 2 – O candidato não sabe muita coisa sobre o tema. Ele


encara a folha de redação, ela o encara de volta, nada é escrito,
nada acontece. O candidato fica nervoso porque o tempo está
correndo e ele sabe que se não escrever a redação, está eliminado
do concurso.

O cenário 1 é tão ruim quanto o cenário 2. No primeiro temos um


candidato totalmente perdido que poderia ter aproveitado melhor
o conhecimento que tinha em mãos. No cenário 2 temos um
candidato que não soube extrair do título as informações mínimas
que ele precisaria para desenvolver o texto.
Diante dessa situação, como poderíamos resolver o problema dos
dois cenários? Exatamente, planejando o texto! O planejamento do
texto é constituído por 4 partes, sendo elas:
- O que o título pode me dizer?

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PLANEJAMENTO DO TEXTO
As primeiras perguntas que você deve se fazer sobre o título da
redação são “O que eu sei sobre isso?” ou “Por que isso
acontece?” / “Por que isso é importante?” Partimos do princípio de
que se a temática foi escolhida para estar no título de uma redação
de concurso, alguma importância ela tem. Que importância é essa?
Qual é a necessidade desse assunto ser debatido? Essas
perguntas vão fazer você utilizar seu conhecimento de mundo a
seu favor. Essas perguntas vão direcionar seu cérebro à busca por
respostas para as perguntas feitas.
- Chuva de ideias
Depois de se perguntar tudo que foi dito acima, você parte para a
chuva de ideias, esse é o momento de deixar seu cérebro livre para
criar, independente de ser bom ou ruim, deixe ele criar. Se
preocupe em colocar ideias no papel a respeito do assunto
abordado, esse é o foco desta etapa. As ideias não precisam ser
“boas” ou “ruins” nesse momento, elas precisam ser pertinentes ao
tema.
- Seleção
Agora sim é o momento de ser criterioso. Essa etapa evita que
você se alongue em ideias sem muita importância e acabe
deixando de lado os assuntos realmente relevantes. Agora é o
momento de escolher as ideias que você vai trabalhar no seu texto.
Eu recomendo que escolha duas, pois assim é possível se
aprofundar nas ideias e explorá-las melhor.
- Distribuição
Chegamos a última etapa, nessa parte você deve separar uma
ideia para cada parágrafo. Como você vai:
- Contextualizar na introdução;
- Desenvolver o parágrafo 1;

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PLANEJAMENTO DO TEXTO
- Desenvolver o parágrafo 2
- Qual conclusão você quer chegar.
Essas 4 partes devem estar super interligadas. O texto é como um
tecido no qual as linhas se interligam para formar a estrutura, puxar
um fio pode fazer com que todo pano se desfie/desfaça. Assim
funciona o texto, as partes devem estar tão interligadas que tirar
um parágrafo dele pode comprometer a compreensão do todo.

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INTRODUÇÃO
Antes de entrarmos na explicação de como fazer uma introdução e
quais características essenciais eu preciso que você entenda para
que serve a introdução. A palavra introdução vem do Latim e
significa:
Intro = dentro + duce = levar
Grosso modo falando, a introdução serve para “levar para dentro”
conduzir o leitor para dentro do seu texto de modo adequado e
por isso a introdução é de extrema importância. Já ouviu falar que
a primeira impressão é a que fica? Pois bem, a introdução vai servir
para dizer, inicialmente, o que você pretende abordar naquele
texto, qual linha de pensamento você pretende seguir para tratar
do assunto proposto.
Uma dica que sempre dou aos meus alunos é: imagine que a
pessoa que está lendo seu texto tem ZERO conhecimento sobre o
que você está falando. Trate essa pessoa como se fosse uma
criança que você precisa explicar tudo tim tim por tim tim desde o
ínicio e tenha em mente que seu trabalho de explicação se inicia
na introdução.
O leitor do texto não é obrigado a ter os mesmos
conhecimentos de mundo que você, então seja gentil. Dê a ele o
máximo de ferramentas que você puder para que seja possível o
entendimento mais correto sobre o que você está falando.
OBS: A introdução costuma denunciar logo de cara uma fuga ao
título proposto porque se o título pede que seja falado sobre
educação e logo no primeiro parágrafo o candidato começa a falar
sobre desmatamento, o corretor da banca já inicia o seu texto com
a sensação de que você não se enquadrou no que foi solicitado.
Lembre-se: primeira impressão é a que fica!

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INTRODUÇÃO
Agora que entendemos a importância da introdução, vamos falar
sobre sua estrutura e como elaborá-la da forma mais eficiente
possível.
A introdução do texto dissertativo-argumentativo é composta
por:
Contextualização + apresentação do tema + tese
Contextualização – Momento em que é fornecido ao leitor dados
sobre o tema;
Apresentação do tema (ou problematização) – Momento em
que o leitor deve entender porque esse tema é relevante, porque
ele deve ser debatido;
Tese – Momento em que o candidato vai direcionar a abordagem,
na tese você deixa claro para o leitor quais são os tópicos que você
pretende abordar no texto.

Vamos abordar cada ponto de forma detalhada a seguir.


CONTEXTUALIZAÇÃO:
A contextualização é o momento da dissertação que você vai
situar o leitor sobre a temática que está sendo debatida. Quando
contextualizamos o leitor fornecemos dados para que ele possa
compreender a temática. Nessa parte vamos conhecer melhor três
tipos de contextualização: citação, definição e por flashes.
OBS: Essas estratégias são ensinadas por muitos professores como
“tipos de introdução”, nesta apostila estou ensinando como
“contextualização” pois eu desejo que vocês compreendam que
introdução se trata de TODO primeiro parágrafo e inclui outros
elementos. Embora a contextualização seja a forma de introduzir o
seu texto, vamos entendê-la aqui como sendo a primeira parte da
introdução, beleza?

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INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO POR CITAÇÃO
-A contextualização por citação vai apresentar alguma frase que foi
dita por outra pessoa;
-Essa frase deve ser relevante para o tema;
- Você não pode colocar uma frase do “tio joão da padaria”,
busque por frases de teóricos, filósofos, livros, documentos e afins
para que seu texto tenha embasamento consolidado;
- Tente SEMPRE fazer uso produtivo dessa citação. A citação deve
ser utilizada para embasar o que você vai abordar na
problematização. Quando o candidato coloca uma citação e não
faz um link entre a citação e o que vem a seguir EMBORA NÃO
ESTEJA ERRADO, passa a sensação de que aquela frase está
solta. Uso produtivo é fazer uma citação e a partir do que é dito
nessa citação você elaborar outra parte do seu texto, seja
concordando, seja discordando;
- Em hipótese alguma cite uma frase sem mencionar que a frase
não é sua. Caso você vá escrever a citação com as suas palavras
você diz, por exemplo, “Segundo o autor x blá blá blá”, caso você
vá citar literalmente o que foi dito é necessário usar aspas.
OBS: NÃO MENCIONAR QUE A FRASE É DE OUTRA PESSOA
PODE SER CONSIDERADO PLÁGIO E TE ELIMINAR DO
CONCURSO.
EXEMPLO:
Tema: Desafios da educação no Brasil no século XXI
O educador e filosofo Paulo Freire afirmava que “se a educação
sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a
sociedade muda”. Analisando o pensamento e relacionando-o à
realidade da educação no Brasil percebe-se...
APOSTILA DO CEDERJ, 2015.

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INTRODUÇÃO
Como essa introdução foi construída:
1-A parte laranja inicia o texto mostrando ao leitor que a seguir será
apresentado o pensamento de outra pessoa: Paulo Freire;
2-A parte azul traz LITERALMENTE o que Paulo Freire dizia e por
isso está entre aspas;
3-A parte verde é o uso produtivo dessa citação, essa parte mostra
que o autor não vai deixar essa frase solta, ele trouxe a frase para o
texto com um propósito.

CONTEXTUALIZAÇÃO POR DEFINIÇÃO


Ocorre a partir da explicação de uma palavra ou ideia.
Tema: Educação brasileira hoje.
Em sua etimologia, educar significa elevar, conduzir a um patamar
superior. Infelizmente nem sempre a teoria se aproxima da prática.
O sistema educacional brasileiro é um bom exemplo desse
distanciamento. Infraestrutura decadente, baixa remuneração dos
profissionais...
APOSTILA DO CEDERJ, P. 41, 2015.

1-A parte laranja é a introdução por definição, nela o autor do texto


começa explicando o que significa educar. Essa explicação é
relevante visto que o tema é “educação brasileira hoje”;
2-A parte verde é o uso produtivo. O autor do texto traz um
contraponto ao que foi dito, ele mostra o que significa educação
em sua etimologia, o que ela deveria ser na teoria. O uso produtivo
vai dizer para o leitor que embora o significado de educação seja
esse, na prática não é bem assim que funciona.

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INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO POR FLASHES
Esse tipo de contextualização é a que eu mais recomendo aos
alunos que têm dificuldades por ser, na minha opinião, a mais fácil
de fazer. Essa contextualização recebe o nome de “flashes” porque
assim como numa câmera em que o flash registra um momento,
ela vai apresentar um cenário para o leitor a partir criação de
cenas. Para construi-la você deve selecionar 3 palavras-chaves
que representem o assunto proposto no título.

Tema: Violência na sociedade brasileira


Tiros. Assalto. Medo. Essas são palavras que representam bem a
questão da violência na sociedade brasileira.
RELEITURA FEITA A PARTIR DO TEXTO DO DESCOMPLICA: https://descomplica.com.br
Repare que essas três palavras são separadas por ponto
continuativo e são facilmente relacionadas ao tema proposto?

PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA
A APRESENTAÇÃO DO TEMA é a segunda parte do texto. Não
existe uma ordem exata que essas partes são colocadas, porém é
evidente que seu texto deve apresenta-las para que sua
introdução fique a mais completa possível. Eu gosto de chamar
essa parte de PROBLEMATIZAÇÃO do tema, mas independente da
nomenclatura você tem que ter em mente que essa parte vai
mostrar para o leitor o porquê desse tema ser relevante, o que leva
ele a ser um assunto debatido. Uma boa estratégia é fazer um
recorte temático nessa problematização porque seu texto
funcionará como um funil. Primeiro vai existir uma
contextualização ampla e abrangente, em seguida a apresentação
do tema direcionando o olhar do leitor para um ponto em
específico e por último sua tese que vai discutir dois ou três
tópicos daquele problema.

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INTRODUÇÃO
FORMULAÇÃO DE TESE
Por fim, temos a TESE. Ela se apresenta na última frase da
introdução e traz quais tópicos eu vou apresentar com mais
profundidade nos parágrafos seguintes do texto. É importante que
você mostre na tese pontos que você saiba falar sobre, pois
entende-se que cada parágrafo de desenvolvimento vai servir para
explicar uma parte dessa tese, caso seja composta por dois ou três
argumentos, ou para responder à pergunta feita, caso seja tese por
pergunta retórica.
Características essenciais de uma BOA tese:
- Deve respeitar os direitos humanos;
- Explica o ponto de vista a ser defendido e por isso deve estar no
primeiro parágrafo;
- Determina o rumo que a redação tomará;
- Pode mostrar brevemente uma opinião sobre o tema proposto;
- Apresenta inicialmente o viés da redação;
- Mostra os temas principais que serão abordados no texto (ou o
tema principal);
- A argumentação deve ser condizente com a tese buscando
defendê-la e conduzir a uma conclusão que reafirme a tese;
- A tese deve apresentar SOMENTE a ideia principal a ser
defendida. Detalhes e contrapontos devem estar no
desenvolvimento.
Uma BOA tese tem: articulação do tema, opinião clara e de acordo
com a proposta, indicação dos principais argumentos que
sustentam essa “opinião”.
Como criar uma tese?
1º Faça perguntas para o tema. Exemplos: Por que esse assunto é
relevante? Por que deve ser debatido? Qual impacto dele na
sociedade? Essas são algumas perguntas que podem te ajudar a
construir uma tese.
2º Responda essas perguntas, a resposta é a sua tese.

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INTRODUÇÃO
Eu costumo ensinar dois tipos de tese que são os mais comuns em
provas. O primeiro é o mais comum e o segundo é o que considero
mais fácil de fazer.
Tese explícita: A última frase do parágrafo de introdução apresenta
explicitamente os argumentos a serem defendidos. Apresentar
dois argumentos é o ideal porque apenas um argumento pode
deixar seu texto raso, 3 argumentos é bom, mas pode não te sobrar
espaço para desenvolver cada parágrafo adequadamente.
Exemplo de tese explícita
Tema: Identidade da música brasileira
Quem vai à história descobre logo que o samba não seria o mesmo
sem os ritmos africanos e danças latinas. O mesmo vale para
outros estilos “tipicamente” brasileiros. Por isso, acaba vendo
como histeria o alarme diante da música americana nas rádios e
lojas de CDs. Entretanto a velocidade das influências, hoje, é
realmente motivo de preocupação. Afinal, embora as trocas
estejam na base de qualquer cultura, os excessos da globalização
econômica precisam ser filtrados, a fim de que a música brasileira
mantenha o mosaico que sustenta sua identidade.
Vamos analisar cuidadosamente toda essa introdução.
Primeiro, em laranja, temos uma introdução por alusão histórica,
essa introdução é caracterizada por retomar um fato do passado
contrastando-o com algo atual. Logo em seguida, em verde, temos
a problematização que, como estudamos anteriormente, vai servir
para dizer porque esse tema deve ser debatido. Por fim, temos a
tese divida em dois argumentos: primeiro a que as trocas estão na
base de qualquer cultura e que a globalização econômica deve ser
filtrada para que não haja perdas culturais.

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INTRODUÇÃO
Perceba que o autor do texto não diz que a globalização deve ser
interrompida, caso ele dissesse isso ele estaria se contradizendo.
Ele reconhece que a troca existe, mas essa troca deve ser filtrada.
Vamos ao segundo tipo?
Tese por pergunta retórica: A pergunta deve ser respondida ao
longo do texto. Esse tipo é bom, porém é difícil para quem está
começando. O candidato deve ficar extremamente atento para não
deixar a pergunta solta no texto. Ela deve servir para induzir a
argumentação dos parágrafos de desenvolvimento e deve ser
respondida ao longo do texto.
Exemplo de tese por pergunta retórica:
Tema: Redução da maioridade penal
Com o aumento da quantidade e da gravidade dos casos de
delinquência juvenil, vem à tona o debate em torno de suas
possíveis soluções. Dentre as propostas, destaca-se a redução da
maioridade penal no Brasil. Uma análise menos emocionada da
situação, no entanto, revela problemas como as falhas na
educação de bases e prisões lotadas. Nesse contexto, será mesmo
que enjaular jovens de dezesseis e dezessete anos será benéfico
para o país?
A contextualização, escrita na cor laranja, é feita por meio de dados
da realidade o autor aponta problemas que ocorrem na vida
real??? Já a problematização, em azul, mostra quais situações
colocam esse problema como relevante para ser debatido. Por fim,
temos a tese por pergunta retórica em verde.
Essa tese dos dá uma pista do que o autor do texto pensa sobre o
assunto. Você se arriscaria em dizer que pista é essa?
Momento para reflexão...

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INTRODUÇÃO
Se você disse o uso da palavra “enjaular” você estava mais do que
certo. O autor não se coloca neutro diante da situação, o uso da
palavra enjaular vai dar à tese um tom negativo, demonstrando
que ele é contra o que está sendo proposto.

O mais importante desse tipo de tese é: NÃO DEIXAR, EM


HIPÓTESE ALGUMA, DE RESPONDER A PERGUNTA AO LONGO
DO TEXTO. Ok?

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DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento é a maior parte escrita do seu texto.
Comumente temos de 2 a 3 parágrafos dedicados a explicação da
temática abordada e por esse motivo você deve ter muita atenção
ao estuda-lo. No desenvolvimento não basta apenas que você
explique o que é aquele assunto, você precisa se aprofundar,
debater as circunstâncias que abrangem aquele assunto.
Para entendermos como você deve formular seu parágrafo de
desenvolvimento, precisamos entender primeiro como estruturar
um bom parágrafo.
Simplificando a ideia de Othon M. Garcia, a estrutura padrão de um
parágrafo é constituída por:
Tópico frasal + ampliação do tema.
O autor deixa explícito que um parágrafo padrão não é chamado
por esse nome por ser a única forma possível de fazer um
parágrafo. Ele recebe esse nome por ser a estrutura mais utilizada
por aqueles que escrevem.
Mas o que seria um tópico frasal?
O tópico frasal é a apresentação geral da ideia principal que será
debatida naquele parágrafo. Ela costuma ser uma frase colocada
no início do parágrafo e, por ocupar esse lugar na estrutura do
parágrafo, ajuda os alunos a não se perderem quanto ao assunto
abordado. Isso ocorre porque ao longo do desenvolvimento o
candidato sabe que tudo que for exposto naquele parágrafo deve
servir para aprofundar a informação dada na primeira frase.
Qualquer ideia que fuja disso deve ser rapidamente descartada.
Vamos a um exemplo do que seria um tópico frasal por citação:
“No que diz respeito à vantagem sobre o oponente, Sun Tzu em
seu livro “A arte da guerra” afirma que a suprema arte da
guerra é derrotar o inimigo sem lutar.”

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DESENVOLVIMENTO
**Este é um fragmento da redação “A importância das inovações
tecnológicas para a Marinha do Brasil” presente ao final desta
apostila.
Nesse tópico frasal temos duas informações importantes sobre o
parágrafo:
1-Vamos falar sobre a vantagem sobre o oponente;
2-Vamos falar sobre derrotar o inimigo sem lutar.
Nesse sentido quaisquer assuntos que o aluno cogite encaixar
nesse parágrafo e que não estejam dentro dessa temática DEVEM
ser descartados, pois caso contrário isso pode significar perda de
coerência.
Lido esse trecho do parágrafo espera-se que o texto siga
explicando essas afirmações. Assim, a etapa seguinte é a
ampliação do assunto. Para facilitar a ampliação é recomendável
que o candidato se faça algumas perguntas que nortearão sua
escrita, tais como:
- Por que esse assunto é relevante?
- Isto é um problema? Qual a causa?
- Quais consequências ou benefícios traz?
- Quem é atingido ou beneficiado nessa situação?
- O que deve ser feito para impedir esse problema ou promover
esse benefício?
- O que pode acontecer se medidas não forem tomadas?
Ao responder essas perguntas você estará formulando a sua
argumentação e fundamentando-a para que seu parágrafo não
fique raso ou superficial. É importante você ter em mente que
debater o assunto é primordial, então caso você tenha algum
conhecimento histórico, dados estatísticos, citações de livros,
músicas, séries, você pode usar.

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DESENVOLVIMENTO
Só tenha muita atenção para não distorcer nenhum dado externo
que estiver trazendo para o texto.
Vou apresentar brevemente algumas estratégias argumentativas
para que você tenha vários caminhos e escolha o melhor para
seguir.
Estratégias argumentativas:
Exemplificação: Apresenta um fato ou cenário que confirma a
tese ou traz uma verdade. Permite, por exemplo, usar dados
estatísticos.
USA-SE: como por exemplo, como se pode ver, por outras
palavras.

-COMPARAÇÃO: Há confronto com dois elementos em que se


pretende explicitar o ponto em comum de ambos.
USA-SE: Da mesma forma; assim como; tão..quanto..

-EXPLICITAÇÃO: Esclarecimento/Explicação de algo.


USA-SE: Isto é; considera-se; denomina-se..
-ENUMERAÇÃO: Apresenta uma sequência de fatos, elementos...
USA-SE: Primeiro; segundo; em seguida; antes de; depois de...

-COMPROVAÇÃO: Apresenta dados estatísticos, pesquisas


realizadas, estudos sobre o assunto.
USA-SE: De acordo com; conforme; segundo (sem a questão da
ordem).

-CAUSA E CONSEQUÊNCIA: Apresenta dados que causam um


determinado fato e/ou as consequências que isso gera.
USA-SE: Porque; visto que; por causa de; em virtude de..

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CONCLUSÃO
A conclusão é a última parte do texto e por esse motivo localiza-se
no último parágrafo. Ela deve ser feita em apenas um parágrafo,
pois entende-se que por ser o encerramento ela não pode se
estender pelo texto, é o momento de ser sucinto e amarrar tudo
que foi dito até ali.
Um BIG erro que os candidatos podem cometer é inserir
informações novas no parágrafo de conclusão. Isso é um erro
porque enquanto escritor devemos ser o mais gentil possível com
nossos leitores e, por esse motivo, toda informação apresentada
deve ser explicada. Quando inserimos uma informação nova na
conclusão não temos tempo suficiente para explicá-la e isso faz
com que o leitor saia do seu texto ainda com questionamentos.
Evite dar um novo olhar para algo que já foi dito para que isso não
seja interpretado como informação nova. Você deve reescrever o
que foi dito, mas para isso precisa preservar a ideia debatida.
Muitas vezes o candidato diz “ah, mas aqui eu quis dizer x” ,
lembre-se de NUNCA querer dizer algo, SEMPRE diga!
O que isso quer dizer? Você não estará ao lado do corretor quando
ele estiver avaliando sua redação, então não diga entrelinhas o
que pretende dizer, seja claro e explícito. Quando o candidato
enfeita demais sua fala, ele dá brecha para que várias
interpretações sejam possíveis e isso pode prejudicá-lo na
correção. Quer dizer algo? DIGA!
Concluir o texto não se trata de somente terminá-lo, é necessário
estruturar o parágrafo com empenho para que a redação se
encerre de forma agradável para o leitor. Deve fazer sentido com o
que foi dito anteriormente e deve prender a atenção até o fim.
Existem dois caminhos que você pode seguir na hora de estruturar
sua conclusão:

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CONCLUSÃO
- Conclusão por intervenção;
- Conclusão por síntese.
A conclusão por síntese é aquela que vai retomar o que foi dito na
introdução e conduzir o leitor para o entendimento que o autor do
texto deseja do assunto.
A conclusão por intervenção propõe uma medida para ser
implementada com o objetivo de resolver aquele problema. Esse é
o tipo mais trabalhoso e cobrado pelo ENEM, como sua banca não
exige esse tipo de conclusão, você pode optar por um modelo
mais simples. No entanto, caso escolha fazer por intervenção,
pense: O QUE deve ser feito? Por QUEM? COMO? Com qual
OBJETIVO? Todas essas perguntas devem ser feitas para que sua
intervenção seja completa.
Tenha sempre em mente que a conclusão está intimamente
relacionada à introdução, por isso você deve sempre retomá-la.
Estrutura da conclusão:
-Mostre que sua tese foi comprovada.
Caso você tenha feito tese por pergunta retórica responda
diretamente a pergunta feita. Um exemplo de conclusão em caso
de tese por pergunta retórica está disponível na redação “A
presença da mulher nas Forças Armadas”.
Caso sua tese tenha sido a tese explícita você deve fazer um
resumo do que foi dito na introdução afirmando o que é possível
concluir diante de tudo que foi dito. Você pode fazer uma projeção
futura, dizer o que acontecerá caso medidas não sejam tomadas,
mas tenha cuidado para não se estender demais na conclusão. Ela
deve ser breve e direta.

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CONCLUSÃO
Recomendação da prof: JAMAIS faça perguntas ou ressalvas,
você está ali para se posicionar diante de um assunto e não para
deixar o seu leitor com dúvidas.
Vamos visualizar uma conclusão e ver como ela está diretamente
ligada à introdução:

(introdução) Segundo a Constituição Federal de 1988, é dever do


Estado assegurar a defesa nacional. No que diz respeito à defesa
por meio do mar, é inegável que o desenvolvimento tecnológico
do país é um fato decisivo para o desempenho desta atividade.
Desde as civilizações antigas, percebe-se que as nações com
maior domínio sobre a tecnologia marítima são as mais bem
preparadas para defender seu território. Nesse sentido, é preciso
refletir sobre a importância dos investimentos em tecnologia, pois
além de conferir vantagem sobre o oponente, dá aos militares
melhores condições para exercer a atividade de defesa do país.

(conclusão) Diante do exposto é possível perceber a importância


de investir em inovações tecnológicas com o objetivo de conferir
segurança e vantagem à Marinha do Brasil no campo operacional-
tático. Para isso, é necessário que o Estado destine parte de sua
verba para a aquisição de equipamentos tecnológicos e fomento
de pesquisas científicas, auxiliando, desse modo, na garantia da
defesa nacional prevista na Constituição Federal.

A primeira frase da conclusão expõe a mesma ideia apresentada


na última frase da introdução. Desse modo, independente do que
foi abordado no desenvolvimento, entendemos que o texto está
bem amarrado, pois temos um texto cíclico.

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CONCLUSÃO
Ele parte de um ponto A navega por todas as letras do alfabeto
fundamentando esse posicionamento e na conclusão Z ele retoma
o ponto A, o texto está bem amarradinho. Claro que uma
conclusão alinhada à introdução não torna o texto amarrado por
completo, o candidato precisa construir esse entendimento ao
longo de todos os parágrafos.
Conectivos que podem ser usados para iniciar sua conclusão:
Logo; Portanto; Assim sendo; Desse modo; Em virtude dos fatos
mencionados; Dito tudo isso, etc.

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COESÃO
O primeiro aspecto importante a ser observado em relação à
coesão é que:

(...)um texto não é apenas uma soma ou sequência de frases


isoladas.
- Ingedore Villaça Koch.

É preciso que as frases façam sentido entre si e para que isso


aconteça o autor do texto deve ESTABELECER relações entre as
frases. Essas relações são estabelecidas com o uso de recursos
coesivos /recursos de coesão textual/ conectivos. A coesão textual,
além de estabelecer relações entre as frases, evita que um texto
fique repetitivo.
Quando usamos elementos que remetem a um enunciado ou
termo anterior, estamos fazendo uso de um elemento
ANAFÓRICO.
“Vi no outro lado da rua o João, chamei-o, disse-lhe o que
pretendia, e ele acolheu a minha ideia e ajudou-me.”
Quando usamos elementos que se referem a um enunciado ou
termo que ainda será dito, estamos fazendo uso de um elemento
CATAFÓRICO.
“Esta foi sempre a minha doutrina: tudo que há de bom e útil no
mundo, se consegue procedendo por amor ao próximo.”
Koch afirma ainda que existem outros grupos de elementos
coesivos, tais como: oposição ou contraste, finalidade ou meta,
consequência, localização temporal, explicação, justificativa,
adição de argumentos ou ideias.
Quando usamos esses elementos para relacionar os termos do
texto, estamos criando uma estrutura bem amarrada e este
fenômeno é denominado “coesão textual”.

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COESÃO
O texto, para alguns autores da língua portuguesa, é visto como
um tecido. Para que o tecido seja bom é necessário que as linhas
estejam bem entrelaçadas. Dessa forma, toda vez que você usa um
operador argumentativo você está criando um “laço” no seu texto.

OPERADORES ARGUMENTATIVOS:
Introduzem argumentos que se somam a outros: e, nem, não só,
apenas, somente..
Ex: A professora de redação concluiu a primeira parte do curso e
agora está planejando a segunda.
Introduzem argumentos que se opõem a outros: mas, porém,
todavia, contudo, no entanto, entretanto...
Ex: Os alunos queriam passar, porém (mas, no entanto..) não
estudaram o suficiente.
Introduzem argumentos que se alternam ou se excluem: ou,
ou..ou.., ora.. ora.., quer... quer.., seja.. seja..,
Ex: Ou você estuda, ou se diverte.
Ora estuda, ora se diverte.
Introduzem uma conclusão ou uma consequência: logo,
portanto, por isso, em vista disso, sendo assim...
Ex: Os alunos compraram o curso, sendo assim pode-se afirmar
que estão estudando.
Os alunos são dedicados, portanto, estão estudando.
Introduzem ideias de explicação ou causa: Visto que, uma vez
que, já que, dado que, porque, em virtude de, devido a, por
motivo/causa/razão..
Ex: Uma vez que os alunos compraram o curso, eles tornaram-se
nossos alunos.

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COESÃO
Os alunos tiraram 100 (cem) na redação porque praticaram
bastante.
Dado que os alunos se dedicaram, não seria espantoso ver que
passaram na prova.
Introduzem argumentos com ideia de comparação ou analogia:
tal como, tal qual, tanto quanto, assim como, como se, feito, mais
que, menos que..
Ex: Os alunos estudam no curso tanto quanto ( mais que, menos
que, assim como) estudam na escola.
Os alunos estão agindo como se já tivessem passado.
Introduzem ideias de condição, hipótese: se, caso, contanto que,
exceto se, desde que, a menos que..
Ex: Se os alunos estudarem, passarão!
Caso os alunos estudem, terão seu nome no diário oficial.
Os alunos terão seu nome no diário oficial desde que se
dediquem.
Introduzem ideias de conformidade: conforme, segundo, como..
Ex: Conforme divulgado pela Marinha do Brasil, as provas do QTPA
ocorrerão dia 21/12.
Segundo dados divulgados, apenas 20% dos candidatos são
aprovados no concurso.
Ideias de tempo: quando, agora, logo que, antes que, sempre
que...
Finalidade: para, para que, a fim de, com o objetivo de..
Ex: A fim de passar na prova, os alunos se dedicaram.
(objetivo/finalidade)
Os alunos estudam mecânica e afins. (afinidade)

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COESÃO
Proporcionalidade: à medida que, ao passo que, quando
mais/menos...
Ex: Quanto mais estudo, mais questões eu acerto.
À medida que me dedico, meu desempenho aumenta.
Prioridade/ relevância: em primeiro lugar, sobretudo, antes de
mais nada...
Ex: Em primeiro lugar gostaria de deixar explícito minha admiração
pelos alunos.
Sintetizam a ideia anterior: em suma, em resumo...
Ex: Em resumo, todos os elementos coesivos aqui mencionados
são importantes para a sua escrita.
Exemplificação/ esclarecimento: ou seja, isto é, vale dizer ainda...
Ex: Ou seja, todos vocês devem praticar se quiserem tirar boa nota
na redação.

Torna-se evidente, portanto, a importância do trabalho na


construção da dignidade humana, desde que se priorizem os
valores humanos à frente da busca amoral por rendimentos
financeiros. Para isso, o caminho natural é o investimento em
educação, com a ampliação do foco do ensino para além dos
conteúdos programáticos. Sem dúvida, sem negar a importância
de fórmulas matemáticas, faz sentido dar atenção também à
formação moral e crítica de crianças e jovens. Assim, as próximas
gerações talvez estejam preparadas tanto para as futuras
transformações do mercado quanto para entender o mundo,
respeitar a natureza e buscar a qualidade de vida. Eis a equação da
ascensão social e humana.
(Trecho retirado da apostila de Redação do CEDERJ, vol. 2, p. 93)

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COERÊNCIA
“Somos caçadores de sentido” é o que afirma Ingedore V. Koch em
uma citação utilizada em seu livro. A autora afirma que nós seres
humanos vivemos uma constante busca por sentido e essa busca
é o que vai nortear muitas de nossas relações e interações com
outras pessoas. Neste capítulo vamos entender como essa busca
por sentidos funciona na prática.
Em algum momento você estava lendo algo e precisou ler mais
de uma vez porque não estava entendendo o que estava escrito?
Alguma vez você pediu que alguém repetisse o que estava
dizendo porque você não entendeu o que a pessoa falou? Ou até
mesmo perguntou para alguém os motivos que levaram ela a
tomar tal atitude ou decisão para entender o sentido de
determinada postura? Essas perguntas servem para você perceber
que seja de modo consciente ou inconsciente nós, seres humanos,
estamos sempre em busca de sentido. Isso pode ocorrer de modo
proposital quando lemos um texto e precisamos interpretá-lo
encontrando sentido no que está escrito, como também pode
ocorrer de forma inconsciente quando alguém nos conta uma
história que não faz sentido e acreditamos que aquela pessoa
possa estar mentindo.
Nos casos citados acima estamos falando sobre a presença da
coerência no texto. A coerência ocorre quando as ideias expostas
no texto são dotadas de sentido, mas é preciso ter em mente que
nenhum texto é dotado de sentido por si só. Para que o sentido
exista é necessário avaliar, além do texto, o conhecimento de
quem lê e o de quem escreve. Basicamente funciona assim:
- Se eu trago um texto extremamente técnico sobre Língua
Portuguesa pode ser que você, caro leitor, não entenda nada do
que eu estou falando. O texto não fará o menor sentido para você,
mas isso não o tornará incoerente;

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COERÊNCIA
- Se você escreve algo extremamente técnico sobre um esporte
que você gosta, pode ser que eu não entenda absolutamente
nada, mas isso não tornará o texto incoerente porque outra pessoa
que gosta do mesmo esporte que você entenderá o que foi dito.
- Se alguém traz um texto para nós dois lermos e esse texto diz que
há 10 anos não existe nenhum tipo de doença no mundo
podemos afirmar que esse é um texto incoerente. O que torna esse
texto incoerente? A falta de conexão entre o que está sendo dito e
a realidade. Mesmo sem nenhum conhecimento técnico ou
aprofundado sobre o assunto sabemos que essa afirmação não
condiz com a realidade.
Ou seja: podemos afirmar que a coerência não está somente no
texto em si, a coerência é construída de acordo com os
conhecimentos que o leitor tem não só do texto, como também
cultural, de mundo, científico etc.
Entendido o conceito de coerência e como ela se manifesta
em textos comuns, vamos falar sobre a coerência no contexto do
seu concurso. Quando se trata de um texto dissertativo a coerência
não está somente em “construir sentido” no que diz respeitos às
ideias apresentadas dentro do texto, claro que ter atenção a esse
fator é de *EXTREMA IMPORTÂNCIA*, mas além dele nós temos
ainda outros 3 tipos de coerência que devem ser observados.
Antes de explicar cada tipo de coerência é importante que você
guarde na sua mente que a coerência é a construção de sentido
no texto e sem ela o entendimento do que você está dizendo fica
seriamente comprometido. Dito tudo isso, vamos aos tipos de
coerência?

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COERÊNCIA
Coerência sintática: esse tipo de coerência ocorre quando as
frases são escritas de tal modo que não colocam o leitor em dúvida
do que está sendo dito como ocorre, por exemplo, no caso de
frases ambíguas.
“Encontrei João com sua namorada”
Nos cabe perguntar: a namorada é do João ou de quem está
ouvindo?
Essa frase nos gera dúvida por ser ambígua, os elementos foram
colocados de tal modo que o sentido ficou prejudicado.
Coerência semântica: para um texto ser coerente
semanticamente é preciso que ele não apresente contradições ao
longo do texto, ou seja, não deve apresentar posicionamentos que
sejam conflituosos entre si. Vamos ver como isso pode acontecer
dentro de um texto:
“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa
esquina de umas das avenidas de São Paulo, Ele era tão fraquinho,
que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de
amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que
vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e
ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu
para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem
corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o
homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a vida.”
(Fiorin, p. 261)

Você percebeu alguma contradição marcante nesse texto? Qual?


A primeira pergunta que eu me fiz após ler esse texto foi: como o
menino mal conseguia carregar uma cestinha de doces e
conseguiu carregar um homem corpulento?

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COERÊNCIA
Essa falta de coerência é muito sutil pelo fato do texto ser muito
bem escrito, porém são duas ideias totalmente contrárias
presentes dentro de um mesmo texto. Primeiro se afirma que o
menino não tinha forças e logo em seguida se afirma que ele
carregou um homem corpulento. Essa lógica entre as ideias
apresentadas dentro do texto é chamada de coerência semântica
e você deve ficar *extremamente atento* para não cometer um
erro que prejudique essa coerência do seu texto!

Coerência genérica: essa coerência é super fácil de não errar. A


coerência genérica diz respeito ao gênero que é solicitado na
redação. Ser coerente em relação ao gênero é escrever de acordo
com o gênero proposto, no caso do QTPA o texto pedido costuma
ser o texto dissertativo. Para apresentar esse tipo de coerência o
candidato deve dissertar sobre um determinado assunto, em
prosa, organizando suas ideias dentro de parágrafos de:
introdução, desenvolvimento e conclusão.
Coerência temática: a coerência temática, como o próprio nome
sugere, diz respeito à coerência que é produzida no texto em
relação ao título proposto. Se o título pede que o aluno fale sobre
inovações tecnológicas e o aluno falar sobre Amazônia Azul ele
não está sendo coerente com o tema, não está seguindo o que foi
pedido. A falta desse tipo de coerência no texto é chamada de
“fuga ao tema/título” e o aluno pode ser eliminado do concurso
obtendo nota 0 na redação.
Todos os tipos de coerência são de extrema importância, pois se
você não se contradiz, suas frases estão de acordo com a estrutura
padrão, segue o gênero solicitado e ainda aborda no texto o
conteúdo exigido as chances são que você se saia muito bem na

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COERÊNCIA
redação. Essas categorias de coerência vão garantir também que
seu texto entregue a mensagem da forma mais clara possível e
lembre-se: IDEIAS CLARAS é um aspecto previsto no seu edital!

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CHECKLIST DO QUE VOCÊ NÃO PODE FAZER NA


SUA DISSERTAÇÃO:
Ser desatento ao título proposto;
Falar de outro assunto que você acha interessante, mas que não
tem a ver com o título proposto;
Argumentar ainda na introdução;
Não deixar claro na introdução qual tópico você pretende
explicar no desenvolvimento;
Abordar várias ideias no mesmo parágrafo de desenvolvimento:
cada parágrafo vai servir para explicar UM ÚNICO assunto;
Trazer informações novas na conclusão: fale SOMENTE sobre o
que já foi dito acima;
Frases com mais de 3 linhas sem ponto;
Frases ambíguas;
Apresentar ideias contraditórias ou que não condizem com a
realidade;
Texto fora do gênero dissertativo, ou seja, texto que não está em
prosa e não é organizado em introdução, desenvolvimento e
conclusão.

Depois de tudo que falamos nesse curso, você com certeza está
expert em redações. Fiz esse checklist como um resumão das
principais atitudes que você não pode ter diante do seu texto. Meu
maior conselho é: independente do tempo que você tenha para a
prova, se são 8 meses ou 8 semanas, TREINE, TREINE, TREINE,
TREINE, treine até que a dissertação corra nas suas veias. Treine
até que fazer redação se torne algo comum no seu dia a dia. Treine
até que você não consiga escrever fora do padrão dissertativo.
Treine!
“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de
vencer é tentar mais uma vez.”
- Thomas Edison

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TEMAS ANTERIORES DO QTPA PARA


PRATICAR:
2013 – A carreira militar;
2014 – Os valores éticos e morais na sociedade brasileira;
2018 – Dedicar-se inteiramente ao serviço da pátria;
2019 – A importância das inovações para a Marinha do Brasil;
2020 – A Marinha e as evoluções tecnológicas;
2021 – (???) Deixe suas sugestões nos comentários da plataforma.

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REDAÇÃO MODELO 1 - TEMA: A Marinha e


as evoluções tecnológicas
O mar sempre simbolizou poder para aqueles que o dominavam. Isto pode ser
percebido, por exemplo, nas grandes navegações que propiciaram o
“descobrimento” das Américas, bem como riquezas aos países empreendedores
desse feito. Ainda que séculos tenham se passado, o cenário não mudou e o mar
ainda é visto como um meio altamente lucrativo, seja pelas riquezas nele
encontradas, seja pelo acesso a outras nações. Nesse sentido, torna-se cada vez
mais necessário refletir sobre a importância da atuação da Marinha na defesa
eficaz dos mares, bem como sobre o investimento em tecnologia para garantir a
execução desta atividade.
O mar, por ser um grande ator na história da evolução social, sempre
representou um motivo de preocupação para as nações. Esta preocupação se dá
principalmente em países com uma vasta extensão marítima, como é o caso do
Brasil. Por se tratar de um elemento de extrema importância em estratégias
militares, ter o mar como um aliado durante uma batalha torna-se um diferencial.
Por ser um país vasto de riquezas provenientes do mar, é importante a atuação da
Marinha, enquanto órgão especializado, garantindo meios para que as zonas de
exploração exclusiva do país permaneçam sob o domínio da nação inibindo
outras nações de entrarem em conflito pelo controle dessas regiões.
Outro ponto a ser levado em consideração no que diz respeito à defesa e
patrulhamento dos mares é o investimento em tecnologia. Com o avanço
tecnológico cada vez mais acelerado, os países que se recusam a aderir meios
que facilitem o controle marítimo, além de se tornarem países obsoletos, deixam
suas fronteiras cada vez mais vulneráveis para um ataque inesperado. A Marinha
do Brasil, embora opere submarinos há anos, recentemente aplicou investimentos
no aumento de sua frota. Diferente dos submarinos convencionais, o novo
investimento da Força está centrado em submarinos com tecnologia nuclear,
colocando o país na curta lista de nações do mundo com acesso e conhecimento
para manusear essa arma de combate.
Diante dos fatos mencionados, é possível perceber que ter conhecimento sobre
o mar é primordial para uma nação. Desse modo não só a atuação assertiva da
Marinha, bem como o investimento tecnológico por ela proposto são fatores
determinantes para a defesa do país. Sendo assim, torna-se, portanto, cada vez
mais necessário refletir sobre as formas de garantir a segurança da parcela que
cabe patrimônio brasileiro.

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REDAÇÃO MODELO 2 - TEMA: A importância das


inovações tecnológicas para a Marinha do Brasil

Segundo a Constituição Federal de 1988, é dever do Estado assegurar a


defesa nacional. No que diz respeito à defesa por meio do mar, é inegável
que o desenvolvimento tecnológico do país é um fato decisivo para o
desempenho desta atividade. Desde as civilizações antigas, percebe-se que
as nações com maior domínio sobre a tecnologia marítima são as mais bem
preparadas para defender seu território. Nesse sentido, é preciso refletir
sobre a importância dos investimentos em tecnologia, pois além de conferir
vantagem sobre o oponente, dá aos militares melhores condições para
exercer a atividade de defesa do país.
No que diz respeito à vantagem sobre o oponente, Sun Tzu em seu livro “A
arte da guerra” afirma que a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem
lutar. Esta filosofia pode ser facilmente aplicada quando o assunto é
tecnologia como poderio bélico. Atualmente a Marinha do Brasil está
investindo em tecnologia nuclear, o objetivo da aquisição desta arma tão
poderosa em campo de batalha é fortalecer a frota marítima do país. No
entanto, por ser um dos poucos países do mundo com domínio sobre esse
tipo de armamento, os submarinos nucleares conferem ao Brasil certo poder
de intimidação perante as demais nações. Fazendo com que, em muitos
casos, o conflito seja evitado devido à soberania do Estado sobre as águas
em que ele opera.
Outro aspecto relevante à temática é a condição de trabalho dos militares.
Operar equipamentos ultrapassados em atividades tão delicadas como, por
exemplo, guerras, é prejudicial para o êxito da atividade, além de colocar em
risco a vida de cidadãos brasileiros. Investir em inovações tecnológicas,
nesse caso, torna-se uma estratégia militar urgente, uma vez que o
despreparo do país pode significar não só a vulnerabilidade das fronteiras
marítimas, como também a vida de cidadãos civis e militares.
Diante do exposto é possível perceber a importância de investir em
inovações tecnológicas com o objetivo de conferir segurança e vantagem à
Marinha do Brasil no campo operacional-tático. Para isso, é necessário que o
Estado destine parte de sua verba para a aquisição de equipamentos
tecnológicos e fomento de pesquisas científicas, auxiliando, desse modo, na
garantia da defesa nacional prevista na Constituição Federal.

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REDAÇÃO MODELO 3 - TEMA: O papel da


Marinha em tempos de paz
Segundo a Marinha do Brasil a nação brasileira é fruto de uma epopeia
marítima: pelo mar nasceu, sofreu invasões e consolidou sua
independência. Embora a história do país esteja intimamente atrelada ao
mar por conta dos conflitos que figurou, é preciso salientar que o território
marítimo é de suma importância para o desenvolvimento econômico da
nação. No entanto ter consciência disso não é a realidade de todos os
cidadãos, desse modo torna-se cada vez mais necessária a atuação da
Marinha enquanto órgão zelador e conscientizador no que diz respeito a
esse patrimônio brasileiro.
Ainda que a Marinha tenha em suas funções a Garantia da Lei e da
Ordem, sua atuação não se limita a isso. Em tempos nos quais o Brasil não
está enfrentando nenhum tipo de conflito, essa instituição atua no controle
à poluição marítima. Garantir a qualidade das águas nacionais torna-se,
portanto, uma atividade de extrema importância, uma vez que a poluição
pode gerar prejuízos em todos os níveis da sociedade, pois além de afetar
a água pode danificar a alimentação proveniente do mar. Para impedir esta
fatalidade a Marinha promove campanhas de combate ao lixo no mar, além
de convocar voluntários para atuarem na limpeza das praias e punir com
multas, por exemplo, aqueles que descumprirem as regras de preservação.
Ademais, a Marinha realiza outros programas de conscientização para
promover na sociedade a consciência da importância do mar para o Brasil.
Visando difundir de forma ampla essa consciência, a instituição criou a
Ação da Promoção da Mentalidade Marítima. Este programa pretende
propagar, de forma individual ou coletiva nos cidadãos, a crença sobre o
valor do mar para a nação a fim de estimular hábitos e posturas que
incentivem práticas de uso sustentável das águas territoriais. Ter
consciência sobre a importância do mar, bem como preservá-lo torna-se,
assim, papel não só da Marinha, mas de toda sociedade.
Diante dos fatos mencionados, é possível perceber que a atuação da
Marinha se faz necessária em tempos de paz seja atuando na preservação
ambiental, seja conscientizando a população sobre o mar. Assim, o povo
brasileiro, além de ter seu patrimônio marítimo protegido é alertado e
conscientizado sobre as formas que têm para atuarem junto à Força nessa
proteção.

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REDAÇÃO MODELO 4 - TEMA: As informações


tecnológicas no futuro das profissões
Segundo o documentário da Netflix “História direto ao assunto” estima-se
que haja, no mundo, cerca de 9 bilhões de robôs atuando lado a lado com os
seres humanos. Grande parte dessa tecnologia está alocada em fábricas
desempenhando serviços operacionais. O que, em princípio, pareceu uma
ameaça aos empregos de milhares de trabalhadores, posteriormente se
revelou como uma forma de acelerar a economia e gerar mais empregos.
Nesse contexto é preciso refletir sobre o papel e a utilização de máquinas
para auxiliar o trabalho do homem e sobre como fazê-lo sem prejudicar a
atuação humana.
Em primeira análise é preciso refletir sobre o papel das máquinas bem
como sua utilização para o auxílio do homem. É inegável que as máquinas
por não serem dotadas de necessidades físicas, como ir ao banheiro ou
beber água, produzem ininterruptamente por mais tempo que os seres
humanos. Por esse motivo as grandes indústrias iniciaram um processo de
robotização das empresas, substituindo o trabalho humano pela mão-de-
obra robótica. Outro aspecto a ser considerado é a taxa de padronização,
uma vez que um robô consegue repetir inúmeras vezes a mesma função
dentro dos parâmetros para os quais foi programado, enquanto a atividade
humana pode desencadear variações.
No entanto é necessário um olhar sensível para os trabalhadores, dado
que com essa modernização certas profissões têm sido extintas. O filme “A
fantástica fábrica de chocolates” ilustra essa tensão entre trabalhadores e as
máquinas, não tão distante do quadro ficcional uma alternativa encontrada
por esses trabalhadores é a constante formação em suas áreas. O filme
mostra que os operadores, que antes lacravam as pastas de dentes,
passaram a consertar as máquinas que substituíram seu trabalho. A
modernização dos meios de trabalho já é uma realidade em constante
expansão para os mais diversos setores, por isso é necessário que os
trabalhadores estejam cada vez mais preparados.
Portanto, é possível perceber que a inserção da tecnologia no mercado
de trabalho pode ser feita sem comprometer a atividade humana. Para isso, é
necessário que as empresas estimulem a busca pelo conhecimento de seus
funcionários através de programas de formação continuada. Desse modo,
humanos e robôs poderão coexistir no mercado de trabalho sem que um tire
as possibilidades de atuação do outro.

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REDAÇÃO MODELO 5 - TEMA: A presença da mulher


no serviço militar
“Todos são iguais perante a lei”, isto é o que teoriza o artigo 5º da
Constituição Federal, no entanto a prática é diferente.
Historicamente as mulheres vêm batalhando para exercer esse
direito, principalmente em ambientes majoritariamente
masculinos. Isso pode ser observado no ambiente militar que
desde o início de suas atividades aceitava apenas homens,
somente a partir de 1980 que as mulheres passaram a ocupar esse
espaço. Nesse contexto é possível afirmar que após 40 anos as
mulheres já possuem acesso igualitário às forças armadas?
Nunca houve tantas mulheres no serviço militar como atualmente.
Isso pode ser observado a partir da taxa de aprovação destas em
concursos militares. Estas aprovações só reforçam que as elas
estão cada vez mais qualificadas e, por esse motivo, nos concursos
cuja disputa é entre homens e mulheres, a entrada de mulheres se
dá em maioria. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) as mulheres têm buscado mais por
qualificações técnicas do que os homens.
Apesar desse cenário promissor é necessário refletir que embora o
acesso exista, ele ainda é muito restrito. Mesmo com o crescente
quantitativo de mulheres ingressando nas forças armadas, a
carência destas em cargos de comando ainda é grande. Isso
ocorre porque a presença da mulher no serviço militar ainda é
limitada principalmente a cargos administrativos, técnicos e de
saúde.
Diante dos fatos mencionados é possível perceber que ainda não
existe a plena igualdade de acesso para ambos os gêneros nas
forças armadas. Pois mesmo que esteja aumentando o quantitativo
de mulheres no contingente militar, é necessário continuar
ampliando as formas de acesso para que estas possam ocupar de
forma irrestrita os cargos ofertados por estas instituições. Somente
assim poderemos chegar na igualdade prevista pela Constituição.

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Livros consultados para a elaboração


desse material:
A coesão textual - Ingedore Villaça Koch
A gramática para concursos públicos – Fernando
Pestana
Apostila de redação do CEDERJ (módulo 1 – 2015)
Comunicação em prosa moderna - Othon M. Garcia
Escrever e argumentar – Ingedore Villaça Koch
Gramática Houaiss da Língua Portuguesa– José
Carlos de Azeredo
Gramática da Língua Portuguesa para concursos,
vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares... –
Nilson Teixeira de Almeida
Ler e escrever – Ingedore Villaça Koch
Para entender o texto – José Luiz Fiorin

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Fim
Este foi nosso material de Redação com foco no
concurso do QTPA. Espero que tenham gostado e
quaisquer dúvidas entrem em contato pela plataforma
ou e-mail.
Não deixem de me seguir nas redes sociais:

@escritamilitar

A venda e/ou distribuição


desse material, se não
autorizadas pelo autor, serão
consideradas plágio e poderá
implicar medidas judiciais.
Atenciosamente, Escrita Militar.

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