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Dispositivo Residual – DR

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May 30, 2016

Conceito

O dispositivo DR é usado para detectar a corrente residual de um circuito, ou seja, é o


monitor de corrente à terra que atua tão logo a corrente para a terra atinja seu limiar de
disparo (sensibilidade).

O dispositivo DR tem como função a proteção às pessoas ou do patrimônio contra falta a


terra.

Os Dispositivos DR de corrente nominal residual até 30mA são destinados


fundamentalmente à proteção de pessoas, enquanto os de correntes nominais residuais
de 100mA, 300mA, 500mA, 1000mA ou ainda superiores a estas, são destinados apenas
à proteção patrimonial contra os efeitos causados pelas correntes de fuga à terra, tais
como: consumo excessivo de energia elétrica ou ainda incêndios provocados pelas
falhas de isolação.

Princípio de funcionamento

Primeiro, faz-se com que o condutor fase e o condutor neutro passem por dentro do
transformador toroidal. Em condições normais de funcionamento, a corrente que passa
na fase e no neutro são iguais, mas fluem em sentido contrário, fazendo assim com que
seus campos magnéticos se anulem (figura 1).

Quando ocorre uma fuga à terra, a corrente que deveria passar no neutro passa a escoar
pela terra (no caso de um choque elétrico, isso se dá através do corpo humano), fazendo
com que haja uma diferença nas corrente entre fase e neutro. Com isso, os campos
magnéticos deixam de se anular e, sensível a esse campo, o transformador toroidal ativa
o disparador eletromagnético que interrompe passagem de corrente elétrica abrindo o
circuito (figura 2).

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Fonte: Siemens

Watch Video At:


https://youtu.be/2vjW
C_REhME

Vídeo Dispositivo
DR

Características
de dispositivos
DR

Interruptor DR

O Interruptor DR é
um dispositivo de
seccionamento
mecânico
destinado a
provocar a
abertura dos
próprios contatos quando ocorrer uma corrente de fuga à terra. O circuito protegido por
este dispositivo necessita ainda de uma proteção contra sobrecarga e curto circuito que
pode ser realizada por disjuntor ou fusível, devidamente coordenado com o Dispositivo
DR.

Disjuntor DR

O Disjuntor DR é um dispositivo de seccionamento mecânico destinado a provocar a


abertura dos próprios contatos quando ocorrer uma sobrecarga, curto circuito ou corrente
de fuga à terra. Recomendado nos casos onde existe a limitação de espaço.

Módulos DR

Os Módulos DR são associados a um disjuntor termomagnético adicionando a este a


proteção diferencial residual, ou seja, esta associação permite a atuação do disjuntor
quando ocorrer uma sobrecarga, curto circuito ou corrente de fuga à terra. Recomendado
para instalações onde a corrente de curto circuito for elevada.

Tipos de dispositivos DR

Tipo AC

Detecta correntes residuais alternadas e são normalmente utilizados em instalações


elétricas residenciais, comerciais e prediais, como também em instalações elétricas
industriais de características similares.

Tipo A

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Detecta correntes residuais alternadas e contínuas pulsantes. Este tipo de dispositivo é
aplicável em circuitos que contenham recursos eletrônicos que alterem a forma de onda
senoidal.

Tipo B

Detecta correntes residuais alternadas, contínuas pulsantes e contínuas puras; este tipo
de dispositivo é aplicável em circuitos de corrente alternada normalmente trifásicos que
possuam, em sua forma de onda, partes senoidais, meia-onda ou ainda formas de ondas
de corrente contínua, geradas por cargas como: equipamentos eletromédicos, entre
outros.

O que a Norma NBR 5410 diz sobre o uso de DR

Devem ser objeto de proteção adicional por dispositivos a corrente diferencial-residual


com corrente diferencial-residual nominal igual ou inferior a 30 mA:

a) Os circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais contendo banheira


ou chuveiro;

b) Os circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à


edificação;

c) Os circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a


alimentar equipamentos no exterior;

d) Os circuitos que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização situados em


cozinhas, copas cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais
dependências internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens;

e) os circuitos que, em edificações não-residenciais, sirvam a pontos de tomada situados


em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral, em
áreas internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.

Notas:

1. No que se refere a tomadas de corrente, a exigência de proteção adicional por DR


de alta sensibilidade se aplica às tomadas com corrente nominal de até 32 A.
2. A exigência não se aplica a circuitos ou setores da instalação concebidos em
esquema IT, visando garantir continuidade de serviço, quando essa continuidade
for indispensável à segurança das pessoas e à preservação de vidas, como, por
exemplo, na alimentação de salas cirúrgicas ou de serviços de segurança.
3. Admite-se a exclusão, no item d, dos pontos que alimentem aparelhos de
iluminação posicionados a uma altura igual ou superior a 2,50 m.

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4. Quando o risco de desligamento de congeladores por atuação intempestiva da
proteção, associado à hipótese de ausência prolongada de pessoas, significar
perdas e/ou conseqüências sanitárias relevantes, recomenda-se que as tomadas
de corrente previstas para a alimentação de tais equipamentos sejam protegidas
por dispositivo DR com característica de alta imunidade a perturbações transitórias,
que o próprio circuito de alimentação do congelador seja, sempre que possível,
independente e que, caso exista outro dispositivo DR a montante do de alta
imunidade, seja garantida seletividade entre os dispositivos. Alternativamente, ao
invés de dispositivo DR, a tomada destinada ao congelador pode ser protegida por
separação elétrica individual, recomendando-se que também aí o circuito seja
independente e que caso haja dispositivo DR a montante, este seja de um tipo
imune a perturbações transitórias.
5. A proteção dos circuitos pode ser realizada individualmente, por ponto de utilização
ou por circuito ou por grupo de circuitos.

Segundo a NBR 5410, qual esquema de aterramento impossibilita o funcionamento


adequado dos dispositivos de proteção do tipo diferencial-residual?

Quando o DR for sensibilizado o neutro não pode ser condutor do tipo PEN (neutro +
terra), pois se for o mesmo condutor, a corrente de fuga irá passar pelo condutor neutro
que acumula a função de proteção e neutro e o DR não conseguirá “enxergar” essa fuga,
pois estará passando a corrente de falta por esse condutor PEN e conseqüentemente as
somas vetoriais das correntes serão praticamente nulas, não sensibilizando o DR.

Então no esquema de aterramento TN-C, onde o neutro e a proteção têm o mesmo


condutor (PEN) não poderá ser utilizado com o DR, pois como vimos o DR não
conseguirá atuar com esse tipo de aterramento.

No capítulo 5 da NBR 5410, no item 5.1.2.2.4.2, esquema TN, letra f, diz claramente que
não se pode utilizar DR com o sistema de aterramento TN-C.

“f) não se admite, na variante TN-C do esquema TN, que a função de seccionamento
automático visando proteção contra choques elétricos seja atribuída aos dispositivos
DR”.

NOTAS

1 Para tornar possível o uso do dispositivo DR, o esquema TN-C deve ser convertido,
imediatamente a montante do ponto de instalação do dispositivo, em esquema TN-C-S.
Isto é: o condutor PEN deve ser desmembrado em dois condutores distintos para as
funções de neutro e de PE, sendo esta separação feita do lado fonte do dispositivo DR,
passando então o condutor neutro internamente e o condutor PE externamente ao
dispositivo.

2 Admite-se também que, na separação entre neutro e PE a que alude a nota 1, o


condutor responsável pela função PE não seja ligado ao PEN, do lado fonte do
dispositivo DR, mas a um eletrodo de aterramento qualquer cuja resistência seja

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compatível com a corrente de atuação do dispositivo. Neste caso, porém, o circuito
assim protegido deve ser então considerado como conforme o esquema TT, aplicando-se
as prescrições do item 5.1.2.2.4.3 da NBR 5410.

Esquemas de ligações básicas

L1, L2, L3 – Condutores Fases


N – Condutor Neutro
PE – Condutor de proteção ( terra )
DR1 – Dispositivo DR – bipolar
DR2 – Dispositivo DR – tetrapolar
R – Carga

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2) O botão de teste T possibilita a verificação do correto funcionamento e instalação do
dispositivo DR, gerando uma corrente de fuga interna entre dois terminais de conexão
(acionar semestralmente, pois é a garantia de funcionamento do Dispositivo DR).
Portanto, em redes bifásicas ou trifásicas (L1+L2+N ou L1+L2+L3 sem N), verifique o
diagrama no frontal do dispositivo DR para proporcionar a correta energização dos
terminais utilizados por este teste. No exemplo foi interligado o terminal de conexão 3 ao
terminal de conexão N para permitir a operação do botão de teste.

Esquemas de aterramento padronizado de acordo com a NBR 5410

Seguem os esquemas de ligações mais utilizados

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