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HUGOT
D2e.4 i
( 10 . 66 )
E = 2(D-eA) Z=U
Tem-se:
di
dz = 'J E
e:
L L
88 di 88U dz
(10.67)
FI = 10ti-.Cti i2 6= 1Oti.Cti (Z2 + 1)6
~
O (
1+"E ) J O
Estabelece-se:
(L dz (10.68)
Y = Jo (Z2+ 1)6
Esta integral se obtém por recorrência. Pouparemos os detalhes do cálculo,
que leva ao seguinte resultado:
9.7.5.3 z 2 z 2.4 z
- aret z+-+-.- +-. +
Y - 10.8.6.4.2 [ g 1 + Z2 3 (l + Z2)2 3.5 (l + Z2)3
+~4.6. z +2.4.6.8. z L (10.69)
3 . 5 . 7 (1 + Z2)4 . . .
3 5 7 9 (1 + Z2)5 ] o
z=
L
D2 e.~
~D2 e.4
- 8(1; C~] (10.71)
Z2 =
H(1 - C) [2D - 8(1 - O] (D - C8 . cosa)
2 D2CH . COsa
1 - C
Z2 = -
(1 1 - C. H
D ) (~
cosa
- C . H
D ) (10.72)
Para ter certeza de que esta condição foi preenchida, observa-se que o termo
H no segundo membro da equação (10. 72) é fator de termos subtrativos.
Dando-lhe seu valor máximo, portanto, a condição se torna a mais desfavorável
para a dimensão de Z2. Assim, também, o cos a está no denominador dum termo
positivo dum fator e isto igualmente ocorre, dando-lhe o valor de 1. Quanto a H,
D
seu valor máximo é D; geralmente e com maior assiduidade é < -. Portanto,
2
substituindo em (10.72) cos a e ~D por 1, obtém-se:
1 - C (1-C)2 (1 +C)
Z2> 1 - C
(1 - 2 ) (1 - C) 2C
-
(l-C2)(I-C
2C (10.74)
C é de cerca de:
0,06 a 0,08 na saída das moendas,
0,10 a 0,20 na entrada.
Tomando o valor máximo 0,20, obtém-se:
(1 - 0,22) (1 - 0,2)
Z2 > 0,96 X 0,80 = 1,92 z > 1,38 (10.75)
0,40
182 Eo HUGOT
Y =
. . . . ~2 = 0,3864
9 n7 ... 5 3
A ~
/ D2 e
Esta expressão F 1 é relativa a uma seção do rolo de 1 cm. Para toda a lar-
gura do rolo a C.H.R. seria:
F = LFl =
42,5LD ~ 2(D -eA eA)~
106 o C6 = 30 LD.
- re;-
106. C
tl0.77)
F = 30LDy CA (10.78)
106. C6
fÁ = --.;
D
C = compressão do bagaço no plano axial dos rolos
.
= H.~a
~
o cos a e, na prática, ce(ca dê "0,96.
Não se deve esquecer que festafórmula se aplica à pressão entre 2 rolos, no
caso em que não haja reabsorção (r = 1).
Expressão da compressão C tendo em vista o uso prático. - A fórmula
(10.78) foi obtida pelas experiências de Noel Deerr. As imperfeições (pp.173e
173) desta experiência fora.m estudadas: ela se aplica a um certo estado da cana
e a compressão obtida não é a mesma, conforme a preparação da cana ou da
fibra do bagaço. A preparação influi, principalmente, na l.a moenda, mas esta
influência não é considerável, quando se trata de uma preparação clássica (por
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCARElRA 183
F = 3 OOOLVD ~. (10.81)
(IOC)6
A determinação de À,efetuada por comparação com os tandens existentes, ou
por um cálculo análogo àquele da página 235 para determinar a abertura de
saída em atividade, fornece:
donde:
Esta fÓrmula pode servir para calcular F, conhecendo-se CÁ' Pode servir.
também, para calcular e" conhecendo-se F. Escreve-se, então:
6
e~'S = I 300LVD q. 18' (10.84)
F ( f' ,)
= '.'."""
6 log .. . . . . . .
log (q .f' dB ) ...... (q '1' dH )
Influência da reabsorção.
K
3
--.-
2 - Variação da carga
'""':"--
,e::.
/f-
:;:;--r
A ...... .Curva:K= +Vr=1
/'
.
/
"
1
! r
! 15 2
1,2, 1,3, 1,5 e 2. A cada vez é possível calcular a posição do plano neutro,
aplicando a fórmula (10.40) (d. p. 166). Então, supõe-se, da mesma maneira
como Murry foi levado a supor pelo registro da pressão real (MEC, p. 74), que a
pressão aumenta como no caso da não-reabsorção, entre o ponto do primeiro
contato do bagaço com o rolo e o plano neutro, já que continua aproximada-
mente constante entre o plano neutro e o plano axial. Por fim, esta pressão di-
minui imediatamente após o plano axial, fornecendo em todos os casos, depois
do plano axial, a mesma fração da pressão total (fig. 10.26).
Obtêm-se, então, as curvas traçadas: r = 1,1; 1,2 etc. . ., sobre a figura
10.24. A superfície compreendida entre cada uma destas curvas, o eixo x'Ox e o
eixo Oy, fornece então um valor relativo da carga total em cada caso. Calculam-
-se estas superfícies e transportam-se seus valores relativos respectivos, tomando
por valor unidade aquele do caso em que r = 1, para o gráficoda figura 10.25.
Obtém-se a curva em traço descontínuo. Constata-se que esta curva é muito pró-
ximã à curva com traço contínuo:
k=I+YT=T (10.87)
Deduz-se que, quando a reabsorçâo varia, as outras condições continuando
as mesmas, a carga total aumenta, em relação ao caso em que r = 1, na pro-
porção dada pela fórmula (10. 87). Observa-se que as condições estabelecidas
de acordo com a fórmula (10.62) correspondem a uma P.H.R.E. (d. p. 155)
variando de 13,6 t/dm2, para r = 1, a 28,4 tjdm2, para r = 2.
F = 1 300LD~ q' d~
( eN. f )
6(1 + v'r 1) (10.89)
n a'
o
"ê
o
E
o
o
o
~c::
oo
~ ãi
"S 'x
Q) ai
c::
o o
c:: c::
ai ai
õ: õ:
n' '0'"
a qual fornece r em funçào dos 2 principais fatores 4ue agem sobre este coeficien-
te (ver observação abaixo).
EXEM PLO. - Para uma moenda com velocidade periférica I' 10 mímin
e com coeficientes de em puxo rp. 0,3 kg dm\ lia cntrada. e 'p, O,Ô kg/dm:!,
na saída, o coefil:iente de supervelocidade é de:
0,14
I~:
0,30 0,12 =0.,33
190 E.HUGOT
f ' =°.14=0467
s O,JO .
b) dB. As densidades correspondentes serão (d. p. 160):
1 1,20 . 1
VVEE = 1,03 x 1,01 - ( 1,03 x 1,01 - 0,86) 0,333 = 0,864 ; dBR = 0,864 = 1,158
1 1,20 1
VVEs = 1,03 x 1,01 - ( 1,03 x 1,01 - 0,86 ) 0,467 = 0,824; dB8 = 0,824 = 1,213
Fs
FE
-
- J 1 x 1,8 x 0,333
1,213
6 1 + vO,31 - 0,745X 5,9 x 1,169=5,1
1,8 x ( 1,158 x t x 0,467 ) 1 + VO,TI
Diagrama
Para melhor representar a importância relativa das diversas reações exercen-
do-se sobre o rolo superior numa moenda em atividade. transportam-se estas
reações para um diagrama (fig. 10.27). Adota-se a relação 5 entre as pressões
de saída e de entrada e traça-se o polígono das forças exercidas sobre o rolo
superior. Sua direção é conhecida com facilidade: a C.H.T., F, é vertical. A
reação da bagaceira, Rb, faz um pequeno ângulo f:Jcom a vertical, com uma
dezena de graus, aproximadamente, para trás. Para Fs e FE ,observa-se na figura
10. 18 que o centro de pressão (isto é, o centro de gravidade da superfície com-
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 191
FE = Fs e Rb = O,25F
5
obtém-se, então, o poHgonoludlcaõo (fig. 10.27).
A projeção sobre a vertical da resultante R das 3 reações Fs' FE e Rb deve
ser igual a F. Constata-se que esta resultante se encontra' a cerca de 15° atrás
da vertical. É o ângulo geralmente adotado pelos fabricantes, que constroem as
moendas com o eixo dos cabeçotes inclinado e' os castelos assimétricos.
Observa-se que se obtém, projetando sobre a vertical:
(X
h h'
,-->",
/}67
I
!
, 's E
Cf!E = 1- 1,07Cf!s
(10.100)
{ CPs= 0,93 - 0,93Cf!E
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCARElRA 193
Portanto, Fs fica, eD? geral, entre 0,6 e 0,8 F, mais freqüentemente, por
volta. de 0,7F.
Observa-se que a soma FE + Fs é constante e igual a 0,9F. E que a reação
do castelo RH se anula, quando FE = O,4F.
Fricções Mancais-Castelos
Nos castelos de construção clássica, com eixo de cabeçote vertical, observa-
-se, imediatamente, na figura 10.27, que a obliqüidade da resultante R provoca
uma reação horizontal RH importante sobre a parede lateral traseira do castelo:
13
194 E.HUGOT
FIG. JO.3D. - Primeua moenáa e esmagador dup1u, vistOs do hão das engrenagens.
de contato dos 2 dentes, que o impulso, em vez de ser normal, se efetue segundo
um ângulo inferior a 90° com o raio que passa por este ponto (fig. 10. 3 1.). Este
ângulo a é, geralmente, de cerca de 65°. O impulso decompõe-se, portanto, em
duas componentes, uma normal F, que produz a rotação, e a outra radial, R, que
tende a suspender o rolo. Origina-se um desequilíbrio do rolo, que é suspendido
mais facilmente do lado do pinhão que do lado livre. ..
Procurou-se corrigir este inconveniente de várias maneiras:
1. Rodetes duplos. - Instalaram-se rodetes dos dois lados dos rolos.
Esta solução apresenta os seguintes inconvenientes:
a) E cara (6 pinhões em vez de 3).
b) Não é suficiente para suprimir a reação dos rodetes, mas a distribui dos
2 lados, o que não apresentaria um grande inconveniente.
c) Porém, não assegura uma distribuição verdadeiramente igual da pressão
dos dois lados. Enquanto os dentes não estão. desgastados, há sempre um pinhão
que, num dado momento, pega melhor de um lado, que o outro, e produz a
reação.
d) Mesmo quando os dentes estão desgastados, a menor diferença entre
as espessuras de bagaço, à esquerda e à direita da camada, destrói o equilíbrio a
cada momento, modifica as posições dos dentes em contato, quebrando a sus-
tentação do lado mais alto e provocando a reação do lado oposto.
2. Diferença de diâmetro dos pistões hidráulicos. - Do lado das engre-
nagens instalaram-se pistões maiores que do lado oposto, de modo que Isua seção
seja 10 a 20% superior. É uma solução muito incompleta.
II
Í'
-
Fro; 16.32. - Moerntas- t'om pinb~ alWffiadesi
I!
196 E. HUGOT
r-
Pelo contrário, na caixa de engrenagens
pode-se adotar o tamanho normal de dentes / I "",
(diâmetro original de metade da altura dos
dentes), um número maior de dentes (23 no .L-~-J
lugar de 17, por exemplo) e um jogo muito
pequeno entre as pontas dos dentes dos 2
~ J
pinhões inferiores. Isto pernlite a aproxima-
ção dos 2 rolos inferiores e, em seguida, a
redução do ângulo de abertura das moendas
até 67°, valor que poderia ser alcançado, para
rolos equipados com rodetes, apenas com o
auxílio de pinhões alternados.
c) Quando os rolos são trocados ou enca-
misados, os rodetes não mais precisam ser
retirados ou rechavetados, operação sempre
demorada e desagradável. Os eixos são mais
curtos, mais leves e menos caros.
d) Os pinhões, tomando-se fixos e traba-
lhando em condições muito mais favoráveis,
desgastam-se menos depressa. E, principal-
mente, não é mais preciso diminuí-los, fazen-
do-os girar para diminuir o comprimento dos
dentes e poder manter o aperto das moendas,
quando os rolos estão desgastados.
e) Ao comprar rolos de substituição, a
despesa de instalação é recuperada progressi-
vamente.
Entretanto, e por causa de seu preço, esta FIG. 10.33. - Caixa de engrenagens
solução não se difundiu. (Fives-Lille Cail).
Valores médios da C. H .T .
A P.H.E. nas moendas (cf. p. 155) varia geralmente de um mínimo de
12 t/dm2 até um máximo de 40 t/dm2. Em geral, fica entre 15 e 30 t/dm2 e,
mais freqüentem ente, entre 20 e 25 t/dm2.
Para as cargas-fibra geralmente empregadas, pod~-se calcular como
valor normal da C.H.T.:
198 E. HUGOT
F = 250LD (lO.1O2)
93 70
.,;"""t\I
g
92
tft.
o o
"O
l1li
g'
.... 91
~t60
Q)
)( a.
w. o
"O
90 iii
O
89 50
10 12 14 16 10 12 14 16
P.H.S.
FIG. 10.34. - Variação da extração em função da pressão.
QUADRO 10.4 a
P.H.S. em t/dm!
Média das Caldo perdido Preparação
Esmagador 3 moel/das Extração % de fibra do bagaço
P.H.E.
Em Cuba, pensava-se que o aumento de extração obtido além duma P.H.E.
de 18 a 22 t/dm2, ou melhor, além de 20 t/dm2, nâo compensava o excedente de
despesas e de desgaste decorrente. .
A firma Farrel, nos Estados Unidos (TSJ, dezembro 1962, p. 31), adota
uma pressão máxima de 24 t/dm2, o que, em medidas americanas, significa um
pouco mais de 2 t por pé de largura e por polegada de diâmetro do rolo.
Na Austrália (QSSCT, 30.0 c., p. 103) considera-se que o aumento de
extração além de 29 a 33 t/dm2, ou melhor,30 a 32 t/dm2, fica muito fraco, en-
quanto a potência exigida aumenta significativamente, e que estes valores formam
um limite prático que não deve ser ultrapassado.
De nossa parte, pensamos:
1.° Que é absolutamente necessário atingir 5 t/dm2 no esmagador e 15
t/dm2 nas moendas, porém, às vezes, não se podem alcançar estes valores por
motivos de resistência do material e falta de vapor (caso possível nas usinas
muito velhas).
2.0 É nitidamente vantajoso atingir 8 t/dm2 no esmagador e 20 t/dm2 nas
moendas, se o material e o balanço térmico da usina o permitem.
3.° Que pode ainda ser interessante atingir até 15 t/dm2 no esmagador.
25 t/dm2 nas moendas, com exceção da última, e 28 a 30 l/dm2 na última
moenda, se o material foi construído com resistência suficienle para estes valores
e quando se dispõe ainda, como ocorre geralmente, duma ampla margem de
segurança no consumo de vapor das moendas.
eficiente, é preciso preparar a cana da melhor maneira possível a partir das pri-
meiras unidades.
I
Dos quadros sinóticos fornecidos por Maxwell, extraem-se as seguintes esca-
las de P.H.E., em t/dm20 (N = número de rolos do tandem; s = número de
usinas tomadas como base para estabelecer a média.)
QUADRO 10.5
N País s 1.° E. 2.oE. 1.uM. 2.uM. 3.uM. 4.uM. 5.uMo 6.uM. 7.a M.
II I
Acrescentamos as escalas das usinas que fornecem extrações elevadas em I
, I
Maurício e em Bourbon. \
,
QUADRO 1006
P.H.E. em t/dm2 o o ,g
'<:$ -.."
País Usina . o
..Q..Q
.. g. '<:$ ,g -§
""0-
J:::<:$
.!::
-..-
<::s<::s .." 0-
: . : : : : "'0-
..Q'+-. ,-,..Q
'::: ..
<:$ <::s'" '+-.
...
"'. . "'. '" '" '" '" '" J::: o...
...... '" "" -.i- vi 'li " tt U"<::s
I
I
Acrescentamos abaixo as PoHoEo do tandem com J 5 rolos de Caimãs, I
I
Jamaica (lSJ, 1938, p. 36):
Esmagador 1.4M. 2.4M. 304M. 4.4 Mo D I
'11
PoH.E. em tjdm2 19,2 18,7 14,6 19,9 21,2
C~.r-J'AC
l..' 5
,
I n i n ;t_....i,
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 201
!- = Vii, (10.104)
F' VN
Esta regra permite manter no tandem uma certa correspondência entre a
potência total necessária para o tandem e sua capacidade (d. pp. 219 e 271).
E mais ou menos instintivamente seguida pelos engenheiros das moendas, com
exceção dos do Havaí, onde se tira o máximo de cada moenda e onde a potência
total necessária para o tandem é proporcional ao número de rolos ou de
moendas.
11
q ,\
Q= ~ isto é: D
'\3
(11.5 )
nM = y 67 - 21,4 D2
208 E. HUGOT
15m/mn
10m/mn
5 m/mn
o 0,5 1
FIG. 11.2 - Valor da velocidade máxima vM' seguindo a lei:
VM = 8 + 8 D.
nM
10t/mn
5Umn
o ~5 1m
E'IG.lL3- - Valor da velocidade máxima -de rot~ãe nM' ~inde a lei:
Conforme foi indicado acima, a maioria das usinas fica aquém destas
velocidades extremas, para não correr o risco de prejudicar sua extração. Tra-
balha-se, por exemplo, a 5 rpm com rolos de cerca de 800 mm. É evidente que
a extração só pode melhorar à medida que se trabalha mais lentamente. Porém,
um bom emprego econômico do material exige a aproximação dos limites,
. prudentes aliás, por nós indicados (fórms. 11. 10 e 11. 11). Desejando reservar
, uma pequena margem de segurança, podem-se considerar como excelentes velo-
cidades econômicas industriais:
nE = 2,4 + 2,4
D VE - 7,S+ 7,SD (11.14)
Corno devem ser feitas as variações das velocidades nos tandens, do es-
magador à última moenda?
i4
~
210 E. HUGOT i
Antigamente, distinguiam-se dois métodos:
1.0 A escola javanesa, que era partidária de velocidades baixas, diminuindo
da 1.a à última moenda.
2.o A escola havaiana, na qual as velocidades eram mais rápidas, aumen-
tando da 1.a à última moenda.
A escola javanesa desapareceu e esta distinção possui apenas um interesse
acadêmico. Hoje em dia, adotam-se, quase sempre, ou a mesma velocidade de
uma ponta à outra do tandem, ou velocidades crescentes.
Na realidade, é sobretudo uma questão de regulagem e é difícil ver o inte-
resse que pode haver em adotar velocidades crescentes, iguais ou decrescentes: o
aumento obtido na diminuição da espessura da camada de bagaço é mais ou
menos compensado pelo aumento de velocidade periférica, ou inversamente. A
priori, a solução mais simples parece ser aquela que der uma velocidade unifor-
me a todas as moendas do tandem.
Porém, a tendência americana, solução mais fácil, dominou, provavelmente
como uma segurança contra os possíveis erros de regulagem e contra os engasgos
acidentais no início do tandem. Acredita-se que, aumentando um pouco' mais a
velocidade das últimas moendas, estas são capazes de absorver com mais facili- ~
dadeo bagaço fornecido pelas moendas precedentes. Com efeito, o ângulo de 1
ACIONAMENTOS COMBINADOS
Outros bons exemplos de escalas de velocidades estão pos quadros 5.2 e 5.3.
I~
.
12
DEFINIÇÃO
Uma usina bem administrada deve apenas ter enguiços (paradas das
moendas) durante cerca de 1% de seu tempo de trabalho. Baseando-se neste
valor médio, transformam-se as TCH em TCD, multiplicando por 23,75.
Seja:
A = capacidade do tandem, em TCH;
f = fibra da cana em relação à unidade;
L = largura dos rolos, em metros;
D = diâmetro dos rolos, em metro;
n = velocidade de rotação dos rolos, em rpm;
N = número de rolos do tandem;
N1 = númerode moendasdo tandem;
N2 = número de pressões fomecidas pelo tandem (1 moenda = 2
pressões) .
Observa-se que Af = capacidade do tandem em toneladas de fibra por
hora (TFH).
Noel Deerr (p. 219) propôs:
O 526N L2 D2
A =' 1 (12.2)
f
A = 22 cnN2LD2 (12.7)
B
FóRMULA DE GASPAR
Gaspar, nas Filipinas, (XI C. ISSCT, p. 1091), fez adotar nes&~ país a
seguinte fórmula de capacidade: ,
(12.8)
A = 0,725CLD2( 1 + 0;)n(1,36 - 0,ln)N(5,32 - 201- °j~)
onde as letras têm o mesmo valor que acima.
Na realidade, seu cálculo é efetuado com a ajuda de tabelas, que foram I
por nós transformadas em fatores complexos introduzidos na fórmula acima.
Além destes fatores, Gasparleva em consideração a extração alcançada e a
corrige, dependendo desta extração ser superior ou inferior à extração padrão,
dada num quadro com entrada dupla: D e N.
Além .disso, impõe os seguintes limites:
2,5 :::;;n :::;; 6,5
c :::;; 1,30
N:::;;22
Além destes limites, ele conserva no fator c, n ou N o valor que é seu
limite.
Esta fórmula foi muito elaborada. Porém, possui ainda vários defeitos:
1.o O limite inferior de 2,5 rpm para n não exerce umá influência tão
marcante. Por outro la:do, os três limites superiores indicados correspondem r
muito bem à realidade.
2.0 As pequenas moendas são favorecidas por causa do fator corretivo
chamado G, de Gaspar, e que foi traduzido por: 1 + 0,8. Nunca constatamos I
D
uma tal vantagem a seu favor. D
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 217
f 0,095 0,100 0,105 0,110 0,115 0,120 0,125 0,130 0,135 0,140 0,145 0,150 0,155 0,160
Coefi-
ciente
Gaspar 1 1,02 1,04 1,04 1,02 1 0,98 0,93 0,90 0,86 0,82 0,77 0,72 0,67
Coefi-
ciente
clás-
sico 1,26 1,20 1,14 1,09 1,04 1 0,96 0,92 0,89 0,86 0,83 0,80 0,77 0,75
que passa por um máximo para f = 0,133 e forne~e valores equivalentes para
0,123 e 0,143, por exçmplo, ou para 0,113 e 0,153..
Se bem que estes resultados sejam inesperados, Gaspar chamou a atenção
sobre o pouco interesse das fibras baixas para a capacidade. Isto deve ser levado
em consideração.
5.° As extrações fornecidas pelo quadro das normas são muito inferiores
ao que se pode obter normalmente com as capacidades encontradas sem correção.
---
218 E.HUGOT
FÓRMULA DA CAPACIDADE
AI = - AI - = À. D
S -
Donde:
A = À . nLD2 (12.10)
I
Porém, a camada de bagaço que neste caso importa é a camada máxima
compatível com um bom trabalho das moendas, sem engasgos. Esta camada-li-
mite depende do coeficiente de fricção do bagaço contra o metal. Ora, as expe-
riências de Bullock (pp. 169-171) na Austrália demonstraram que este coeficiente
depende, por sua vez, da velocidade periférica e a média de suas experiências
leva à fórmula seguinte: I
'"" = 0,43- 0,008v (12.1I)
-,
f.1 = coeficiente de fricção bagaço-metal; I
I
v = velocidade periférica da moenda, em m/min = 7TnD.
Levando em consideração este fator, a quantidade máxima de bagaço que
será arrastada na moenda não é proporcional a v, isto é, a 7TnD, mas ao produto:
7TnD(0,43 - 0,0087TnD)
isto é:
nD(1 - 0,06nD) ( 12.12)
I
220 E. HUGOT
exigindo uma precisão que o problema não comporta. Pensamos ser melhor
considerar.yN. '
A título de informação e apesar de sua idade, achamos que os result~dos
de Java para 1930, relacionados à dimensão de moendas padrão 762 X 1524 mm,
merecem ser considerados.
QUADRO 12.2
Médias dos tandens de lava
f = 0,125 n = 5 rpm
E+
Tandem 3M 4M 5M E
4M E+ 5M+6M E
6M+ 7M
-
Número de rolos N 1I 12 14 15 17 18 20 21
42" X 84" 1 065 mm X 2 134 mm 2,420 m3 219 228 246 255 271 279 294 302
40 X 84 1016" X 2 134" 2,199" 203 212 229 237 252 259 273 280
38 X 84 965" X 2 134" 1,987" 187 195 211 219 233 239 252 259
36 X 84 915 " X 2 134" 1,787" 172 179 194 201 214 220 232 238
36 X 78 915" X 1 980. " 1,658" 160 166 180 186 198 204 215 220
34 X 78 864" X 1 980" 1,478 " 145 152 164 169 180 186 196 201
34 X72 864" X 1 830" 1,366" 134 140 ]51 157 167 172 181 185
32 X72 813 " X 1830" 1,210" 121 ]27 137 142 151 155 164 168
32 X 66 813 " X 1 675 " 1,107 " 111 116 125 130 138 142 150 153
30 X 66 760" X 1 675" 0,967 " 99 103 112 116 123 127 133 137
30 X60 760" X 1 525" 0,881 " 90 94 102 105 112 115 122 125
28 X 60 710 " X 1 525 " 0,769 " 80 84 91 94 100 103 108 lU
28 X 54 710" X 1 370" 0,691 " 72 75 81 84 90 92 97 100
,-/ 26 X 54 660 " X 1 370 " 0,597 .. 64 66 72 '74 79 81 86 88
26 X 48 660 .. X 1220 " 0,531 " 57 59 64 66 70 72 76 78
24 X 48 610 " X 1220 " 0,454 " 49 51 55 57 61 63 66 68
24 X 42 610.. X 1 065 " 0,396 " 43 45 48 50 53 55 58 59
22 X 42 560 " X 1065 " 0,334 " 37 38 42 43 46 47 50 51
20 X 36 510 .. X 915 " 0,238 " 27 28 30 31 33 34 36 37
L.
222 E.HUGOT
INFLUENCIA DO ESMAGADOR
Já foi observado que muitas usinas tendo apenas moendas com 3 rolos
alcançam capacidades inferiores às das usinas com um rolo a menos, isto é, em
que a 1.a moenda é substituída por um esmagador comum. É por isso que, em
J ava, tandens com 15 rolos moiam uma tonelagem média inferior à dos tandens
com 14 rolos (cf. quadro 12.2). Nestas condições pode-se perguntar se não
seria melhor separar o esmagador do resto do tandem, considerá-Io como um
equipamento de preparação, tal como a navalha, criar um "coeficiente esma-
gador" e calcular os números de unidades, ou de pressões, ou de rolos apenas
nas moendas propriamente ditas, quando então se tornariam perfeitamente com-
paráveis.
Isto seria verdadeiro para os tandens possuindo apenas moendas. Ainda
existem tandens assim, mas felizmente estão ficando raros e, em todos os
tandens modernos com número de rolos múltiplos de 3, 12, 15 ou 18, por
exemplo, em que a 1.a moenda é precedida por um shredder ou então possui
velocidade e ranhuras convenientes, a capacidade deve alcançar e ultrapassar
a do tandem com 11, 14 ou 17 rolos. De nossa parte, somos partidários duma
1.a unidade com 3 rolos, que sempre fornece uma tonelagem superior à alcançada
com um esmagador em seu lugar.
Foi por este motivo que calculamos os rolos do esmagador comum da
mesma maneira como aqueles das moendas.
Foi também por este motivo que introduzimos em nossa fórmula 12.14
o número de rolos, N, no lugar do número de pressões, N2. Sob o ponto de
vista da capacidade, um esmagador é bem mais próximo dos 2/3 duma moenda
que da metade. Ora, calculando as pressões, calcula-se um esmagador para uma
meia moenda, enquanto, calculando os rolos, calcula-se 1 para 2/3 de moenda.
volume de um de seus rolos. Este valor foi obtido por uma média efetuada em
um número de tandens representando 1 254 rolos.
Noel Deerr observou (ISJ, 1946, p. 234) que uma média estabelecida na
India sobre 110 rolos levava a 10,6 TFH por m3 de rolo.
Porém estes 2 cálculos não levaram em conta o comprimento dos diversos
tandens considerados. Teria sido conveniente reduzir as capacidades não apenas
a uma dimensão de rolos padrão, mas tamb€m a um tandem padrão: na época
era o tandem de 14 rolos. .
3
A.[ = 0,8 x 1,25 x 5 x Õ,7561x 3,87 = 18 630 fh/ (12.16)
Vc °' 7854 ' t m
ou, para uma ve10cTdade n qualquer:
(12.17)
3,7n t f h/m3
N a África do Sul, o comprnpento do íandem é levado em consideração e
o trabalho das moendas em TCH é relacionado ao volume total do conjunto
das moendas do tandem. Isto leva a aceitar uma fórmula de capacidade do
tipo da de Nayar e Pillay (fórm. 12.4). Já assinalamos (d. p. 218) como este
tipo de fórmula exagera a influência do número de rolos. Então, dividem-se os
kg de fibra moída na moenda por hora pelo volume total do conjunto dos rolos
do tandem e esta relação é denominada de "Teor específico de alimentação"
(Specific feed rate). As usinas sul-africanas apresentavam em 1963 (38.0 C.
SASTA, abril 1964, p. 13) teores indo de 440 a 990 kg de fibra por hora e por
m3 do volume total dos rolos, em média 737 kg/h . m3.
G = n(l - 0,06nD)LDz
pelo grupo:
Gl, G2 .,. Gn são o valor do grupo G para as l.a, 2.a, ... Na moendas
e Gmé o valor a ser tomado para o cálculo da capacidade do tandem.
T
224 E. HUGOT
15
13
OBJETIVO
/'
--~
e
-~
e'
-' ----
FIG. 13. 2. ~ Medição das aberturas. FIG. 13.3. - Medição das aberturas.
Ranhuras iguais. Ranhuras diferentes.
Método de Java
, 813 2
q = 157 x 762 = 168gjdm.
donde:
n = 3,9 rpm
Esta velocidade é pequena para a tonelagem considerada. Já foi assinalado
que as velocidades empregadas em Java são fracas, principalmente nas últimas
moendas.
Aliás, é preciso acrescentar que o método de Java se aplicaria da mesma
maneira às moendas rápidas, cuja velocidade é superior à fornecida pelo quadro
13 .1, sendo o coeficiente de empuxo bem maior que a carga-fibra.
2.° Cálculoda aberturade saída. - É preciso determinar agora a abertura
de saída em descanso.
Primeiramente, determina-se a abertura de saída em atividade.
A Estação experimental forneceu também o quadro dos valores médios
recomendados do peso de fibra moída, por unidade de volume de abertura de
saída em atividade, isto é, do coeficiente de empuxo de cada moenda.
Segue o quadro completo (quadro 13. 1). A estação aconselha adotar o uso
duma abertura de saída em atividade que fornecerá um peso de fibra por dm3
igual ao indicado no quadro.
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 231
QUADRO 13. 1
QUADRO 13.3
I
111
Regulagem das moendas em Queensland pelo método lava
I Tandem 3M 4M 5M
e - AI (1302)
A - 330nDL. f'
I' = fibra do bagaço da moenda considerada, em relação à unidady.
Escolhem-se, de preferência, para f os valores sugeridos pelo quadro 13.6.
Do valor da abertura em atividade eA, assim encontrado, chega-se ao seu
valor em descanso, so, conforme foi indicado antes (p. 231), tomando para o
levantamento médio 30% do levantamento máximo possível.
Observa-se que o valor assim aconselhado por Douwes-Dekker e Van Hengel
leva, para um tandem com 15 rolos, com as fibras do quadro 13.6, aos coefi-
234 E. HUGOT
cientes spcessivos de empuxo, da l.a à 5.a moenda: 525, 700, 787, 857 e
910 g/dm3.
Observa-se, também, que estes valores adotados no método de Java para
o coeficiente de empuxo estabelecem o coeficiente r de supervelocidade. Toma-
-se, por exemplo, o bagaço da l.a moenda, com cp = 525 g/dm3. O peso de
bagaço correspondente a 525 g de fibra será, sendo sua fibra de 0,30 : 525 : 0,30
= 1750 g. Estes 1750 g de bagaço ocupam um V.V.E. (cf. p. 159) de:
0,873 X 1,750 = 1,530 dm3. Devendo passar em 1 dm3 de volume de abertura de
saída,é necessário um coeficiente de supervelocidade r = 1,53; O mesmo cálculo
para as 5 moendas dá um coeficiente de supervelocidade que vai de 1,53 a 1,43, da
l.a à última moenda. Na realidade, a abertura prevista pelo cálculo não é, neces-
sariamente, aquela adotada pela moenda, cujo rolo superior se levanta aproxi-
madamente conforme foi previsto. Portanto, o coeficiente de supervelocidade
pode ser diferente.
De qualquer maneira, consideramos os valores aconselhados por Douwes-
-Dekker e Van Hengel como muito bons.
Para levar em conta o caldo contido nas células profundas, não atingidas,
substituem~se as densidades acima por 1,08, 1,04, 1,02 e 1,01, respectivamente.
. Calculam-se, agora, os volumes e os pesos específicos destes diversos bagaços
comprimidos. Obtém-se, sucessivamente (d. p. 160, fórms. 10.23 e 10. 25) .
60TTnDLeA . .d., = B = AI
f'
- (13.4)
l.a moenda:
0,113
: rpl = 0,33 X 1,194 X 1,34 = 0,528
eA = 0,528 = 0,21 dm = 21 mm
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 237
2.a moenda:
0,113
f!J2 = 0,42 X 1,200 X 1,34 = 0,675 eA = 0,675 = 0,17 dm = 17 mm
3.a nwenda:
0,113
f!J3 = 0,47 X 1,209 x 1,35 = 0,767 eA = 0,767 = 0,15 dm = 15 mm
4.a nwenda:
0,113
f!J4= 0,50 x 1,216 x 1,39 = 0,845 eA = O, 845 = 0,13 dm = 13 mtn
3.0 Detenninação da abertura de saída em descanso. - Conhecendo as
aberturas de saída em atividade, determina-se seu valor em descansu.
É costume determinar um valor o mais alto possível, mas que seja suficiente-
mente baixo para não se correr o risco do rolo superior girar sobre seus mancais
inferiores, quando as interrupções da alimentação diminuem a camada de bagaço.
Por isso, é preciso estabelecer um coeficiente de segurança e é costume fixar
uma margem de segurança, que deve ser maior quando o número de moendas
Jue vêm a seguir da considerada é menor. Este coeficiente de segurança é deno-
minado:
abertura de saída em descanso
t/1 = (13.6)
abertura de saída média em atividade
Tom~-se:
QUADRO 13.4
I] Esmagador 1p=0.6
Moenda esmagadora ou l.a moenda após esmagador 1p=0.5
l.a moenda após moenda esmagadora ou 2.a moenda após esmagador 1p= 0,4
Moendas intermediárias 1p=O,3
Penúltima. moenda, para os tandens com 15 rolos, no mínimo VI= 0.2
Última moenda 1p=0.1
Toma-se:
QUADRO 13.5
Tandem com:
11 rolos 28 40 46 50
14 " 28 40 44 48 51
17 " 28 40 44 47 50 52
Tandem com:
12 rolos 33 42 47 51
15 " 33 42 46 50 52
18 " 33 42 45 48 50 52
QUADRO 13.7
v= 1 m2 X eA X r =,.. eA m2 (1309)
~
<6 moendas com o eixo dos cabeçotes incli-
%- \5° nado para trás (figo 13.4 ). Neste caso,
~'éií calcula-se a relação do aumento dE da aber-
tura de entrada com o aumento de da aber-
o' tura de saída:
dE
(13.12)
de = p.
Seja (figo 13.5):
a
- o semi-ângulo de abertura da
2
moenda;
FIG. 13.4. - Deslocamento do rolo su- fJ a inclinação do cabeçote.
perior nas moendas com castelos incli- a
nados. -2 é, geralmente, próximo a 35° e
baixa a 33,5°; nos castelos da Fives-Lille, f3 é quase sempre igual a 15°.
Tem-se:
de ex
dE = cos
diz (i + ,8) diz= cos ( 1.- ,8)
donde:
(13.13)
~ ~ ~~ ~ <os(~ +p)
cos(i-,8)
.16
j
242 E. HUGOT
Se:
(X
e f3= 150
2 = 33 tO
- cos 48tO 0663
IL-- ' O
cos 18tO = 0,948 = ,7.
Segue-se que, quando a abertura de saída aumenta ou diminui de 10 mm,
a abertura de entrada aumenta ou diminui de 7 mm.
Numa moenda com castelos de cabeçote inclinado, é fácil estabelecer, com
a ajuda desta relação, as aberturas de entrada em descanso por meio das aber-
turas de entrada em atividade (cf. p. 238). É evidente que se conservam os
coeficientes m adotados para os casos clássicos (quadro 13.5) e se aceitam os
valores em descanso, evidentemente maiores que os fornecidos pela nova relação
f.l< 1 para as aberturas de entrada.
~.
Regulagens em descanso e ~
aberturas em atividade. - Foi visto o-
o
como calcular as aberturas a serem 0-0-
o (I)
dadas aos rolos em descanso, aber- -o
ô~
o o
turas estas que normalmente se de-
nominam "regulagem". i
Porém, estes valores em des- %
canso possuem apenas uma impor-
tância secundária. Os valores
tomados pelas aberturas em ativi-
dade são os realmente importantes.
Os valores em descanso são
interessantes apenas quando a
irregularidade da alimentação leva
a uma diminuição da camada de
bagaço que corresponda ao valor /
/
do coeficiente t/1 (quadro 13.4). /
Com efeito, adotando para as /
moendas intermediárias o valor /
/
=
t/1 0,3, por nós proposto, estas
/
/
moendas não exercem mais uma
/
pressão integral, assim que a
camada de bagaço cai a 30% de
seu valor médio.
Em outras palavras, os valo-
res em descanso correspondem a FIG. 13.5. - Relação do aumento dE da aber-
tura de entrada com o aumento de da abertura
uma margem de segurança contra de saída, nas moendas com castelos incHD'
as irregularidades da alimentação.
Ora, um grande número de pessoas encarregadas da regulagem das moendas
não conhece este fato e dá importância aos valores relativos das aberturas de
entrada ede saída em descanso. Parece infantil repeti-l o, porém uma longa
experiência nos ensinou que somente a diferença (considerando os castelos clás-
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 243
B) REGULAGEM DA BAGACEIRA
A posição da bagaceira exerce uma grande influência sobre o bom funcio-
namento da moenda. Portanto, uma colocação correta da bagaceira é uma opera-
ção delicada.
Para poder definir completamente sua posição é preciso conhecer (fig.
13.6):
a) A posição do ponto B em que os dentes da bagaceira se encostam no
rolo de entrada.
b) A cota A, distância dos dentes ao rolo superior.
c) A cota M, distância da bagaceira ao rolo superior, tomada no .plano
axial vertical do rolo superior.
d) A cota Z, distância da parte posterior da bagaceira ao rolo superior.
e) A cota T, distância da parte posterior ao rolo de saída.
Fonna da bagaceira
O bagaço que acaba de passar entre os 2 rolos de entrada tem
tendência a expandir seu volume, passando de E para A (fig. 13.6)
T
I
244 E. HUGOT II
!
Admitindo que a bagaceira de-
va possibilitar a continuação I
desta expansão, a distância de sua
superfície BC ao rolo superior
deve ser crescente de B para C.
Estabelecendo, em princípio, que a
velocidade radial e a velocidade
tangencial de uma partícula de
bagaço devem ser constantes du-
rante o percurso deste trajeto,
demonstra-se facilmente que a
curva BC deve ser uma espiral
logarítmica com centro em O (fig.
13 .7) . Esta demonstração foi
feita por Bergmann em Java desde
1889 e Noel Deerr a repetiu (p.
FIG. 13.6. - Posição da bagaceira. 204) . Não será mais repetida
aqui.
Traçado da bagaceira
Na prática, confunde-se o arco da espiral logarítmica BC com um arco de
círculo. Muller von Czernicky e Gogelein, em Java, desenvolveram construções
das quais a seguinte é a melhor.
o'
OW = OM
25
= R 25
+E
A bagaceira será o círculo traçado com C1!,
como centro e com wB como raio.
O ponto B, em que os dentes da bagaceira devem alcançar o rolo de entrada,
é aquele obtido, tomando-se:
ex
(13.14)
MO'B = f3 = 6
Se: a = 72°, f3 == 12°.
O arco MB tem o seguinte valor:
f3° 7TDexo °
(13.15)
MB = 7TD 360 = / ~/~ = 0,0145Dex
Altura da bagaceira
Falta determinar as cotas A, M, Z e T (fig. 13. 6) .
Estas cotas devem ser calculadas em relação ao diâmetro médio dos rolos
superiores e de saída. É preciso ter cuidado para que os contramestres as meçam,
às vezes, em relação à ponta dos dentes, e os valores a serem dados devem ser,
neste caso, aqueles tomados em relação ao diâmetro médio, diminuídos de uma
meia-altura de dente.
Entre os vários autores encontra-se um grande número de regulagens dife-
rentes. De início, indicamos o sistema clássico. De acordo com este método, se-
guem os valores médios em atividade, relacionados à abertura de entrada em
atividade, tomando como base = 100.
246 E. HUGOT
QUADRO 13.8
Regulagem da bagaceira
Abertura em atividade entre os rolos de entrada E = 100
Altura do rolo superior aos dentes da bagaceira A = 150
Altura no plano axial vertical do rolo superior M = 175
Altura do rolo superior à parte posterior da bagaceira Z = 190
Distância do rolo de saída à parte posterior da bagaceira T = 80
Para deduzir dos valores em atividade, obtidos com a ajuda deste quadro,
os valores em descanso a serem estabelecidos, é preciso tomar a diferença em
milímetros entre a abertura E em atividade e seu valor em descanso eo, aumen-
tá-Ia de 20 a 25 % (para levar em conta que as cotas A, M e Z aumentam quase
integralmente de dh, quando o rolo superior se levanta de dh, enquanto E aumen-
a .
ta apenas de: dh . cos -)2 e deduzir de cada uma das cotas A, M e Z o número
de milímetros assim obtido. Obtém-se, assim, seu valor em descanso ao, mo e Z0-
A cota T não varia.
EXEMPLO.- Procura-se a altura da bagaceira na 1.a moenda de nosso
exemplo das páginas 235 e 237. Temos (cf. p. 238):
E =46 mm
Donde:
A = 46 x 1,50= 69 mm
M = 46 x 1,75 = 80 "
Z = 46 x 1,90 = 87 "
T = 46 x 0,80 = 37 "
A diferença entre a abertura de entrada em atividade e a regulagem em
descanso escolhida é (cf. p. 238):
46 - 35 = 11 mm
Quando esta abertura diminui de 11 mm, A e Zdiminuem de:
11 x 1,2 = 13mm
eM de:
11 x 1,25 = 14 "
Donde os outros valores. em descanso:
En 35 mm
Ao = 69 - 13 = 56 mm
MJJ = 80 - 14 = 66 I.>
Zo-=.87 -13= 74 ,.
To = T = TI .~
MANUAL DA ENGENHARIA AÇUCAREIRA 247
Regulagem aconselhada
Engasgos
Diz-se que há "engasgos" quando a moenda não é capaz de absorver toda
a matéria que chega, a qual, então, se acumula na entrada. Certos engasgos
podem ser ocasionados pelo seguinte motivo: o rolo de entrada desgastou seus
mancais na parte de trás. Quando a pressão se estabelece, a camada de bagaço
o empurra para a cavidade do desgaste, cuja profundidade pode atingir 1 ou
2 mm; então o rolo se separa da bagaceira, o bagaço continua preso aos dentes
da bagaceira e impede a passagem.
Inversamente, apertando a bagaceira, o rolo, que gira às vezes sem pegar,
fricciona sobre a bagaceira, desgastando-a rapidamente.