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Gestão de Carreira
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Gestão de Carreira
• Introdução;
• O Ambiente Dinâmico e Novos Desenhos Organizacionais;
• Gestão de Pessoas no Ambiente Dinâmico: O Papel do Líder Coach.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Compreender o cotidiano acadêmico e profissional do mercado de trabalho;
• Conhecer as principais teorias sobre gestão da carreira e empregabilidade;
• Revisar as habilidades e competências do perfil profissional voltado para a liderança;
• Discutir o papel do coaching no treinamento profissional e exercício da liderança.
UNIDADE Gestão de Carreira
Introdução
Desde que o conceito de empresa ou corporação passou a ser percebido e esta-
belecido na Era Moderna, tem sido possível conceber diferentes visões sobre o que é
carreira. Todas as carreiras ao longo da história passaram por modificações e atuali-
zações, mas só no século XIX, com o advento da era industrial e dos desafios da era
pós-industrial, começamos a usar esse termo para descrever as trajetórias profissio-
nais. Podemos, portanto, entender carreira como o caminho a ser percorrido pelo
profissional dentro e fora das empresas.
O termo carreira foi criado pelos franceses, indicando, por exemplo, corrida com-
petitiva. Depois, transformou-se em um conceito de trajetória, incluindo a noção de
progressão do indivíduo ao longo da vida ou o desenvolvimento durante um percurso
(CRESPO, 1996).
Na visão de Hall (1976), “carreira é uma sequência de atitudes e comportamentos,
associada com experiências e atividades relacionadas ao trabalho, durante o período
de vida de uma pessoa”. Pode-se perceber que, a partir do entendimento desse autor, a
carreira está restrita à dimensão do indivíduo, desprezando a dinâmica das organizações
e da sociedade atual, que são por si só razoavelmente complexas. Na mesma linha de
pensamento de Hall (1976), encontra-se a análise de Dutra (1996), a qual caracteriza a
carreira como “uma sequência de posições, que uma pessoa pode assumir no interior
de uma organização orientada em duas direções, de natureza: profissional e gerencial”.
Ambos autores acima citados entendem que a construção da carreira é uma sequ-
ência de atitudes, de determinada forma de se comportar e das posições dos indivíduos
dentro de uma empresa ou de uma organização durante seu período de trabalho.
Para Bastos Filho (2005), etimologicamente, “carreira” tem sua origem do latim,
via carraria, que significa estrada para carros. Para Martins (2001), a carreira já existia
como um plano desenhado pela direção, cabendo aos funcionários se adaptarem às
condições pré-estabelecidas, efetivando os ajustes necessários em suas expectativas
individuais. Bastos Filho (2005) ainda acrescenta que a “carreira – como todos os ho-
mens – nasce, cresce, amadurece e morre”.
As definições sobre o que é carreira são fartas e, a partir delas, Dutra (1996)
afirma que:
[...] a carreira não deve ser entendida como um caminho rígido a ser seguido,
mas como uma sequência de posições e de trabalhos realizados pelas pes-
soas. Essa sequência articulada de forma a conciliar o desenvolvimento das
pessoas com o desenvolvimento da empresa é o que chamamos de carreira.
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O Ambiente Dinâmico e
Novos Desenhos Organizacionais
Há décadas, as mudanças decorrentes das transformações cada vez mais dinâmi-
cas do mercado obrigam as empresas a repensarem e reformularem suas maneiras
de trabalhar por meio de novos desenhos organizacionais. Esses desenhos têm pro-
vocado alterações significativas nas empresas, de ordem estrutural, tecnológica e cul-
tural. Isso certamente leva a diversos impactos na carreira das pessoas (SHANDLER,
1996; GUAN et al., 2019).
No campo organizacional, há o exemplo do ambiente em rede que é aplicado a uma
extensa variedade de formas de relacionamento entre organizações, usando como prin-
cipal exemplo as joint ventures – trata-se de associação entre empresas, não definitiva
e com fins lucrativos que visa explorar determinado negócio, mantendo a sua persona-
lidade jurídica, alianças estratégicas, relações de terceirização e subcontratação, distri-
tos industriais, consórcios, redes sociais, redes de cooperação entre pequenas e médias
empresas, entre outras (POWELL, 1987; OLIVER, 1990; GRANDORI; SODA, 1995).
Essas condições se apresentam dado ao fato de que a noção de rede é suficiente-
mente abstrata. Para Fombrun (1997), o conceito de rede tem sido empregado para
caracterizar um conjunto de fluxos, recursos e informações, entre um conjunto, por
exemplo, de indivíduos, grupos, empresas e sistemas de informações. Tais redes de
relacionamentos são fundamentais para o estabelecimento de contatos estratégicos
que permitam um crescimento sustentável da carreira e o desenvolvimento de lide-
rança (CULLEN-LESTER; MAUPIN; CARTER, 2017). Nesse sentido, as tecnologias
da tecnologia da informação e comunicação podem auxiliar o indivíduo a estruturar
uma vitrine de suas experiências, competências e sucessos, alavancando as possi-
bilidades de empregabilidade e sucesso profissional – o Linkedin é um exemplo de
plataforma de rede social que pode auxiliar nesse processo (DAVIS et al., 2020).
O ambiente empresarial representa certamente um conglomerado que reúne for-
necedores, distribuidores e outras organizações. Os autores citados destacam a im-
portância das relações estabelecidas nesse ambiente e as ações, atitudes e formas de
agir daqueles que são considerados os atores desse processo – convém lembrar que
esses conglomerados estão em condições de contínuas mudanças, as quais podem
ocorrer em ambientes constituídos, resultado das ações dos atores acima citados.
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UNIDADE Gestão de Carreira
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formação social e cultural, educação, experiências de trabalho e condições
do mercado de trabalho. (RODRIGUES; GUEST; BUDJANOVCANIN,
2013, p. 143)
Carreira Proteana
Devido às complexas mudanças globais e à instabilidade dos mercados de trabalho, a
concepção de carreira tradicional, cuja principal característica era baseada em empregos
de longa duração e na sensação de segurança, tem sido contestada. Como resultado,
desde a década de 1960, pesquisadores têm proposto novos conceitos para compreen-
são de carreira, como a chamada carreira proteana (CORTELLAZZO et al., 2020).
Você Sabia?
A expressão carreira proteana foi inspirada em Proteu, uma divindade dos mares na
mitologia grega, filho de Oceano e Tétis, deuses da água. De acordo com a mitologia,
Proteu carregava o dom de prever o futuro e a capacidade de transformar sua aparên-
cia física no ser que desejasse. Proteu usava essa tal habilidade de transformação para
afastar os curiosos que o perturbavam, desejosos de saber os acontecimentos futuros.
Transpondo a lenda mitológica para o mundo, Martins (2001) considera que o dom
da adivinhação de Proteu refere-se modernamente à capacidade de planejar a carrei-
ra baseando-se em uma visão de futuro que esteja, de acordo com valores e objetivos
de cada indivíduo, revelando-se na capacidade de se transformar de maneira versátil e
adaptável para atingir os objetivos em questão.
A reação de Proteu quando espantava os mortais que o perturbavam pode ser entendida
modernamente como a aplicação da sua capacidade para alcançar uma nova posição – ou
também redefinir a própria carreira, quando fica relativamente perceptível que os objetivos,
as pretensões e metas não estão sendo alcançados ou o estão apenas parcialmente. Pode-se
concluir que o profissional reconhecido como proteano tem como principal característica a
independência e flexibilidade na forma de gerenciar a própria carreira – isso significa orien-
tar-se por critérios próprios no que toca ao alcance de sucesso profissional e individual.
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UNIDADE Gestão de Carreira
gerenciada muito mais pelo agente do que pela empresa, pode ser revista e redire-
cionada regularmente no tempo, visando a atender às necessidades da pessoa. Para
Hall (1996), a carreira proteana apresenta como características: o aprendizado, a
expansão da identidade e o sucesso psicológico – não havendo aqui relação direta
com a profissão ou organização escolhida.
Sob esse ângulo, Mirvis e Hall (1996) apresentam o conceito de carreira proteana
ligado diretamente às experiências ao longo da vida, das competências, aprendizagens,
transições, mudanças e identidades. Para os autores, o desenvolvimento da carreira pro-
teana acontece através da aprendizagem, autodireção e do desafio no trabalho. Ainda se-
gundo esses autores, para o sucesso na carreira proteana, conhecimentos e habilidades
são componentes importantes e necessários ao desempenho no trabalho, para que, em
vez de procurar um emprego considerado estável, o profissional aumente sua emprega-
bilidade no mercado. Além disso, os autores salientam a figura e a responsabilidade da
empresa como aquela que apresenta os desafios, criando condições ambientais para o
desenvolvimento de relacionamentos, além de passar informações mais desenvolvidas.
De acordo com Martins (2001), a gestão da carreira proteana é definida como um
processo continuado decisório e de soluções de dificuldades que tem relação direta
com o trabalho e com a vida pessoal, o que certamente exigirá um grande volume
de informações originadas, principalmente do autoconhecimento. Se excetuássemos
essa condição, o profissional se capacitaria e trabalharia cada vez mais e cada vez
melhor, mas sem encontrar significado e satisfação naquilo que estivesse fazendo e
realizando. Outros fatores relevantes são:
• O ambiente externo, que abrange as variáveis do mercado;
• As avaliações de competência e desempenho;
• A vida familiar da pessoa;
• Demais aspectos da constante interação entre carreira e vida pessoal.
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Assim, considera-se que o conceito de “aprender a aprender” é uma ação que
depende de direção e de foco, mas que não garante o sucesso de quem respeita o
conceito. Isso assim está colocado pois há uma imensa quantidade de informações e
de chances de capacitação e aprendizado. O profissional precisa ter de forma muito
claras as metas de carreira e de vida para que seja bem-sucedido na escolha do que
precisa aprender, dando ênfase ao autoconhecimento e à capacidade de gerir – deci-
sivas competências da era do conhecimento.
As escolhas pessoais de carreira e busca por autorrealização são os elementos inte-
grativos e unificadores na vida do indivíduo. O critério de sucesso é interno, não externo.
Se consideramos essa premissa, pode-se verificar que a carreira proteana não está base-
ada na estabilidade empregatícia, e sim na independência e flexibilidade do profissional
frente à organização, com o intuito de gerenciar sua própria carreira. Com isso, seguindo
o estudo de novas abordagens para carreiras, surge o conceito no qual a pessoa é res-
ponsável por projetar sua própria carreira, a chamada carreira sem fronteiras.
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UNIDADE Gestão de Carreira
Nem tudo é tão simples como parece e a carreira sem fronteiras vem sendo alvo
de críticas. Podemos notar isso em alguns discursos de acadêmicos, dirigentes e
nas práticas das empresas (LEGGE, 1995), o que reforça a ideia de que o tema é
complexo e ainda pouco discutido. Essa modalidade de carreira impulsionado por
complexas e dinâmicas mudanças ambientais e organizacionais trouxe insegurança
e ansiedade para as pessoas (MIRVIS; HALL, 1994). Afinal, representou uma troca
de paradigma, de um cenário em que as pessoas almejavam um cargo ideal em uma
determinada empresa e visavam trabalhar nela até sua aposentadoria, para um cená-
rio de incerteza em que o crescimento da carreira se dá por meio das melhores opor-
tunidades do mercado e as vagas são ofertadas aos profissionais “mais qualificados”.
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Baker e Aldrich (2001) sugerem que indivíduos em estágios diferentes de suas car-
reiras certamente terão experiências diferentes em relação à carreira sem fronteiras
– pessoas que estão entrando no mercado de trabalho e/ou profissionais sêniores do
núcleo estratégico das empresas, por exemplo.
Uma década após a apresentação de sua obra que difundiu a teoria da carreira
sem fronteiras, Arthur volta a considerar as interrelações entre os conceitos de carrei-
ra sem fronteira e carreira proteana (SULLIVAN; ARTHUR, 2006). Nessa análise,
Sullivan e Arthur (2006) consideram que as principais discussões sobre as duas teo-
rias promoveram uma distinção, equivocada, em que consideram que a carreira pro-
teana diz respeito exclusivamente às mudanças psicológicas (subjetivas) e a carreira
sem fronteiras diz respeito exclusivamente às mudanças físicas (objetivas) na natureza
do trabalho. E, portanto, os autores enfatizam que existe uma clara interdependência
entre os aspectos subjetivos e objetivos do mercado de trabalho, como ilustrado na
Tabela 3.
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UNIDADE Gestão de Carreira
Essas três atividades estão até certo ponto interligadas e, em todos os casos, obje-
tivam providenciar orientação profissional ao cliente que busca tal serviço para desen-
volvimento próprio. Elas representam três estilos e formas de apoio, considerando que:
• O coaching tem referência direta com o desbloqueio e a liberação de dons e
habilidades que já existem e precisam ser ativados;
• O counseling é o apoio a um indivíduo quando precisa enfrentar crises pessoais;
• O mentoring está ligado à aquisição de sabedoria.
Nas sessões com o cliente, é possível que surjam elementos das três áreas acima
citadas. Nesse tipo de sessão, a aplicação das técnicas relativiza-se em apenas 20%
do processo, os outros 80% consistem em refletir e trabalhar:
• Habilidades sociais;
• A capacidade de interagir com as pessoas;
• A capacidade de entender e concluir sobre as suas motivações.
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O Líder Gerencial e o Coaching
O ser humano é gregário, ou seja, tem a necessidade de viver reunido em grupos.
Viver em comunidade nos remete ao fato de que as lideranças são necessárias, já que
existem obrigações e deveres em um núcleo social, e isso só pode ser organizado
por meio da presença e das ações de líderes. Organização, distribuição de tarefas e
atribuições de responsabilidades são parte da vida em sociedade. No final, imagina-
-se e espera-se que toda a comunidade seja beneficiada e as lideranças tenham res-
ponsabilidade direta sobre esse arranjo social.
Para que a liderança seja eficiente em graus mínimos de eficácia, os gerentes vis-
tos como líderes têm o papel de conduzir os processos e as atividades cotidianas de
suas equipes. Além disso, deve juntar a isso a capacidade de liderança para desen-
volver e preparar colaboradores para o desempenho de suas funções, administrando
e controlando conflitos (CULLEN-LESTER; MAUPIN; CARTER, 2017).
O líder gerencial deve reunir as habilidades requeridas e aplicar sobre seus cola-
boradores:
• Motivação;
• Desenvolvimento;
• Aprimoramento;
• Capacitação;
• Desempenho.
Com o olhar sob este ângulo, percebemos que o líder gerencial é o profissional
preparado para o alcance dos objetivos das empresas, delimitando processos, crian-
do planos de ação e avaliação do desempenho, motivando sua equipe e colabora-
dores. É correto e possível afirmar que um líder motiva e inspira sua equipe a agir.
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Coaching Formal e Informal
Há décadas temos vivenciado a popularização dos programas e treinamentos de
coaching, com o objetivo de aprimorar a capacidade de liderança dos profissionais
que buscam essa modalidade de desenvolvimento (ELY et al., 2010). Desde então,
os programas de coaching ganharam milhares de adeptos e passaram a movimen-
tar bilhões de dólares em todo o mundo; transitando de uma visão baseada em
solucionar problemas e comportamentos “tóxicos” no ambiente de trabalho, para
o desenvolvimento de gestores-líderes de alta-performance (ATHANASOPOULOU;
DOPSON, 2018).
Nos dois tipos acima descritos, chamamos de coach aquele profissional cuja res-
ponsabilidade é conduzir e administrar o processo de desenvolvimento pessoal e
profissional. Um dos exemplos mais citados e conhecidos de coaching informal é
quando o coach aplica o que chamamos de “patrocínio positivo”, que trata de uma
ferramenta que oferece aos clientes:
• Força;
• Confiança;
• Reforço positivo em suas capacidades;
• Reforço positivo em suas habilidades.
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UNIDADE Gestão de Carreira
Isso fará com que esses treinandos transformem adversidades, revezes e situações
desfavoráveis em motivação e entusiasmo para trabalhar e resolver as dificuldades
existentes em situações e momentos reais nos quais se instalam crises.
Coaching Sistêmico
Importante área do coaching, o chamado coaching sistêmico, visa criar análises
conclusivas que podemos denominar diagnósticos. Esses diagnósticos abordam basi-
camente relacionamentos, indivíduos e seus vínculos.
O coaching sistêmico quase sempre opera no nível individual usando uma abor-
dagem sistêmica, do todo – com situações pessoais, profissionais e organizacionais
–, dirigindo seu foco e sua atenção para caminhos e definições de posicionamento.
Se levarmos em conta os relacionamentos e os processos, concluímos evidentemente
que o chamado coaching sistêmico tem a intenção de conduzir o treinando durante o
processo para que por si só ele resolva e esclareça os temas a que se propôs solucionar.
Mas afinal, qual é a melhor definição para o coaching sistêmico?
É um formato de coaching que cuida das relações entre os indivíduos e os siste-
mas em que estão inseridos considerando uma abordagem holística de fatores inter-
nos e externos. Usando o critério de observar um tema sob diferentes perspectivas,
esse tipo de coaching tenta, de alguma maneira, oferecer visões para todos aqueles
que estão envolvidos em um dado sistema. Experiências anteriores, revezes e insu-
cessos constituem aprendizados que prepararão o cliente para suas ações futuras,
alinhando-se com sua identidade e cultura construídas ao longo da vida.
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O coaching sistêmico auxilia os profissionais que experimentam momentos deci-
sivos ou difíceis no trabalho, no passo seguinte de desenvolvimento da carreira, no
relacionamento com o time, no entrosamento de equipes, nas diferenças no apon-
tamento dos negócios, em situações conflituosas, em modelos de liderança, entre
outras situações.
Para saber mais sobre Coaching, leia o texto disponível em: https://bit.ly/31t6fnb
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UNIDADE Gestão de Carreira
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
ICF – International Coaching Federation
Conheça a Federação Internacional de Coaching e conheça as principais
determinantes do coaching profissional.
https://bit.ly/3hoZoQV
Vídeos
Chefe ou Líder || Poder ou Autoridade || Saiba como diferenciar!
Saiba mais sobre as diferenças entre os perfis de líder e chefe.
https://youtu.be/Jp-0r2MJ7AY
Case Ambev: Gestão de Carreiras – Fábio Kapitanovas
Assista o depoimento de Fábio Kapitanovas e reflita sobre gestão de carreiras com
o Case Ambev.
https://youtu.be/pQG-WyGZ0zQ
Filmes
O Diabo Veste Prada
Assista ao filme e reflita sobre os processos de gestão de carreira.
Andrea Sachs (Anne Hathaway) é uma jovem que conseguiu um emprego na
Runaway Magazine, a mais importante revista de moda de Nova York. Ela passa a
trabalhar como assistente de Miranda Priestly (Meryl Streep), principal executiva da
revista. Apesar da chance que muitos sonhariam em conseguir, logo Andrea nota
que trabalhar com Miranda não é tão simples assim.
https://youtu.be/lcKkZcgflPE
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Referências
ARTHUR, M. B. The Boundaryless Career: a New Perspective for an Organizational
Inquiry. Journal of Organizational Behavior, v. 15, p. 295-306, 1994. Dispo-
nível em: <https://doi.org/10.1002/job.4030150402>. Acesso em: 04/07/2020.
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UNIDADE Gestão de Carreira
GUAN, Y.; et al. Career boundarylessness and career success: A review, integration and
guide to future research. Journal of Vocational Behavior, v. 110, p. 390-402, 2019.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jvb.2018.05.013>. Acesso em: 05/07/2020.
________; MIRVIS, P. H. The career is dead, long live the career: a relational
approach to careers. San Francisco: Jossey-Bass, 1996.
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MIRVIS, P. H.; HALL, D. T. Psychological Success and the Boundaryless Career.
Journal of Organizational Behavior, v. 15, p. 365-380, 1994. Disponível em:
<https://doi.org/10.1002/job.4030150406>. Acesso em: 04/07/2020.
SCHEIN, E. Career anchors: Discovering your real values. San Diego: Pfeiffer &
Company, 1993.
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Orientação
Profissional
Treinamento, Desenvolvimento e Educação
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Treinamento, Desenvolvimento
e Educação
• Introdução;
• Planejamento e Execução de Programas de Treinamento;
• Avaliação do Programa de Treinamento;
• Resultados do Treinamento;
• Utilização de um Grupo de Controle.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Conhecer e analisar contextos organizacionais para desenvolvimento de programas de
treinamento eficientes e eficazes;
• Reconhecer os cenários de mercado e as estratégias de treinamento;
• Compreender o papel dos treinamentos para geração de resultados organizacionais.
UNIDADE Treinamento, Desenvolvimento e Educação
Introdução
Estamos vivenciando um período de complexas e dinâmicas mudanças globais, que
incluem mudanças tecnológicas, culturais, econômicas, sociais e organizacionais. Essas
mudanças, somadas ao aumento da competitividade, globalização e inovações tecnoló-
gicas, têm movimentado o mercado de trabalho e estimulado mudanças no perfil dos
profissionais que buscam cada vez mais independência, flexibilidade e adaptabilidade
em suas carreiras e, para tanto, buscam oportunidades de capacitação e aperfeiçoa-
mento (DAVIS, 1999; DELGADO FERRAZ; GALLARDO-VÁZQUEZ, 2016).
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Ao elaborar um programa de treinamentos, o gestor deve ter os cuidados ne-
cessários para que cada uma das fases seja executada com a máxima eficiência, a
fim de garantir o objetivo pretendido. Após o planejamento e a execução do pro-
grama, temos a fase de avaliação, que possui suma importância para a atividade
gerencial e o controle do investimento empregado no programa. Isso permitirá
ao gestor avaliar se os recursos empregados no treinamento foram bem alocados
e se o investimento teve um retorno positivo para a empresa (HARRIS, 2007;
KAPLAN, 2009).
Há mais de quarenta anos, o modelo proposto por Kirkpatrick serve como base
para avaliação dos programas de treinamento em organizações com fins lucrativos.
Sua popularidade advém do fato de (1) ser um dos primeiros trabalhos na área que
estimula profissionais para lidar com a avaliação dos programas de treinamento
de maneira sistemática; (2) considerar os resultados financeiros desses programas
como uma das práticas mais importantes na avaliação; e (3) simplificar o complexo
e muitas vezes subjetivo processo de avaliação dos programas de treinamento
(BATES, 2004).
Planejamento e Execução de
Programas de Treinamento
A identificação da necessidade é o primeiro passo para a criação de um programa
de treinamento que alcance os objetivos da organização. Essas necessidades podem
ser identificadas (veja Figura 2):
• Por meio das não conformidades nos processos;
• Pelo baixo desempenho dos recursos humanos;
• Por dificuldades para cumprimento de metas ou objetivos pelos gerentes;
• Por apontamentos dos próprios clientes e demais stakeholders;
• Por imposição normativa governamental ou corporativa;
• Por adoção de uma nova técnica ou tecnologia.
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UNIDADE Treinamento, Desenvolvimento e Educação
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Segundo Kirkpatrick (2010), esse compartilhamento de ideias e propósitos auxilia
na assertividade na decisão e aplicação dos recursos necessários. Entre os benefícios
da criação desse comitê interno, citam-se:
• Ajudar na determinação do conteúdo temático dos programas de treinamento;
• Informação aos membros do comitê sobre as iniciativas do departamento de
treinamento para proporcionar apoio prático;
• Criação de empatia pelas necessidades, segundo a percepção dos subordinados;
• Estímulo de apoio aos programas, envolvendo os integrantes do comitê
no planejamento.
Estabelecimento de Objetivos
Diz um conhecido ditado que “para quem não tem porto de destino, qualquer vento
serve”. A definição dos objetivos é passo importante para a eficácia do programa de
treinamento. O objetivo é:
• O alvo que se quer atingir;
• A posição estratégica a ser obtida;
• O propósito a ser satisfeito por uma operação, ou seja, o alvo compartilhado
pelos membros de uma empresa/organização ou equipe de trabalho.
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UNIDADE Treinamento, Desenvolvimento e Educação
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Os treinamentos opcionais são os que a empresa oferece para atualização profis-
sional ou tecnológica, ou mesmo para ampliar os horizontes das pessoas aumentando
suas oportunidades de promoção ou transferência para outras áreas da empresa.
A dificuldade dos cursos não obrigatórios é a insegurança na participação de cola-
boradores que realmente necessitam fazer o treinamento na opinião da empresa,
que nem sempre coincide com a percepção do empregado. Há situações nas quais
quem necessita deles não se inscreve, enquanto, por outro lado, pode haver diversos
colaboradores que não têm uma necessidade referente ao curso.
Uma vez identificadas tais condições, a empresa que investiu e contratou o trei-
namento para atender às necessidades de profissionais em determinada situação
deve tornar a presença obrigatória, pois necessidades coletivas da organização são
prioridades. A dificuldade de caracterizar um curso como obrigatório é a falta de mo-
tivação do colaborador, o que prejudica o aproveitamento e os benefícios funcionais
para ele e para a organização.
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UNIDADE Treinamento, Desenvolvimento e Educação
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ameaças, pontos a fortalecer, impactos sociais, funcionais e financeiros; para tanto,
faz-se necessário um estudo de viabilidade econômica (MEDINA et al., 2015).
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UNIDADE Treinamento, Desenvolvimento e Educação
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Essa premissa é levada muito a sério pelos prestadores de serviços na área da
educação corporativa. Eles sabem que a satisfação dos clientes é uma importante
condição a ser considerada pela empresa-cliente para as futuras contratações.
Resultados do Treinamento
Devem ser avaliados os resultados dos treinamentos da forma mais eficiente possí-
vel. A intenção principal é a prestação de contas para os stakeholders do programa
de treinamento. Entre eles, estão os executivos que destinam os recursos para os
programas de treinamento e querem ter medidos os resultados quantitativos e finan-
ceiros. Essa fase da avaliação é a que alimenta as maiores expectativas em torno da
ideia de poder transformar em valores monetários os resultados comportamentais,
as atitudes e habilidades dos treinandos.
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UNIDADE Treinamento, Desenvolvimento e Educação
Avaliar a reação é o mesmo que medir a satisfação do cliente. Para que o treinamento
seja eficaz, é importante que os treinandos reajam favoravelmente a ele. Se assim não
for, não ficarão motivados a aprender.
As informações sobre a reação dos usuários devem ser colhidas por meio de pro-
cessos confiáveis. Essas avaliações contêm as esperanças dos instrutores em obter
resultados muito positivos dos clientes, tendo seus cursos de treinamento bem avalia-
dos e repetidos (igual ou atualizado) em futuros programas da empresa.
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treinamento dos outros colaboradores, treinados nos mesmos períodos e sob as mes-
mas condições que os demais.
Como o tema foi devidamente debatido no decorrer deste material, vamos à parte
mais prática. Diretrizes para avaliação do comportamento (DOS SANTOS, 2013):
» Se possível, use um grupo de controle;
» Dê tempo para que a mudança de comportamento ocorra;
» Avalie antes e depois do treinamento, se for viável;
» Pesquisa e/ou entreviste um ou mais entre os seguintes: treinandos, seu supe-
rior imediato, seus subordinados e outros que observem seu comportamento
com frequência;
» Obtenha 100% de respostas ou use uma amostragem;
» Repita a avaliação em intervalos apropriados;
» Avalie a relação custo/benefício.
• Tempo para as mudanças ocorrerem: Os participantes de um treinamento
precisam de um determinado hiato de tempo para:
» Assimilar os novos conhecimentos;
» Desenvolver as novas habilidades;
» Assumir as novas atitudes propostas.
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UNIDADE Treinamento, Desenvolvimento e Educação
Uma avaliação justa deve acontecer em um tempo razoável (que varia conforme a
situação), após a realização do treinamento, ou, ainda melhor, aplicada de maneira
periódica para mensurar e acompanhar a evolução do desempenho, em todos os
itens do treinamento.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Hamburguer University
Conheça um pouco mais sobre educação corporativa com o caso da Hamburguer
University, do MC Donalds.
https://bit.ly/2FVJzDE
Livros
Monge e o Executivo: Uma história sobre a Essência da Liderança
Leia o livro o Monge e o Executivo e reflita sobre as necessidades de treinamento,
educação e liderança servidora.
HUNTER, J. C. O Monge e o Executivo: Uma história sobre a Essência da
Liderança. Editora Sextante, 15 mar. 1989.
Filmes
Sucesso a Qualquer Preço
Assista ao filme Sucesso a Qualquer Preço e reflita sobre como um programa
de treinamentos poderia ter auxiliado a empresa a alcançar resultados mais
estruturados, motivadores e duradouros com a equipe.
Leitura
Educação para Consultoras de Beleza Natura
Confira as ações da Natura para promover a educação de suas consultoras e
promover desenvolvimento local por meio da educação.
https://bit.ly/2YuzyU7
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UNIDADE Treinamento, Desenvolvimento e Educação
Referências
BATES, R. A critical analysis of evaluation practice: the Kirkpatrick model and the
principle of beneficence. Evaluation and Program Planning, v. 27, n. 3, p. 341–
347, 2004. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.evalprogplan.2004.04.011>.
Acesso em: 08/07/2020.
HARRIS, K. J. Calculating ROI for training in the lodging industry: Where is the
bottom line? International Journal of Hospitality Management, v. 26, n. 2,
p. 485-498, 2007. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2005.12.001>.
Acesso em: 08/07/2020.
MEDINA, L.; et al. Training and capacity building evaluation: Maximizing resources
and results with Success Case Method. Evaluation and Program Planning,
v. 52, p. 126–132, 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.evalprog-
plan.2015.03.008>. Acesso em: 08/07/2020.
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Orientação
Profissional
Empregabilidade e Carreira
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Empregabilidade e Carreira
• Introdução;
• Empregabilidade, Educação e Planejamento da Carreira;
• Autogestão da Carreira.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Compreender as principais variáveis de influência na empregabilidade e carreira;
• Identificar e desenvolver competências e habilidades para promover a maior sensação
de empregabilidade;
• Compreender o princípio da autogestão no desenvolvimento da carreira.
UNIDADE Empregabilidade e Carreira
Introdução
O mercado de trabalho adapta-se com frequência e isso exige o mesmo dos pro-
fissionais. Isso significa que os indivíduos devem evidenciar suas habilidades e compe-
tências, buscando capacitações, treinamentos e oportunidades inovadoras (FUGATE;
KINICKI; ASHFORTH, 2004; BLOKKER et al., 2019).
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Competências, Habilidades e os Seis Pilares da Empregabilidade
Em primeiro plano, cabe explicar os termos competência e habilidade, pois os
dois estão ligados diretamente à empregabilidade. A competência se faz representar
como o saber, de fato, da matéria. A habilidade está relacionada à execução, vale
dizer, a prática.
Para saber mais sobre soft skills, leia a matéria “6 Soft Skills mais requisitadas pelo mer-
cado”, da Forbes. Disponível em: https://bit.ly/3lo55RH
9
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UNIDADE Empregabilidade e Carreira
Para Minarelli (1995), os pilares que sustentam a empregabilidade são aqueles que
apoiam os profissionais em sua capacidade de gerar trabalho e remuneração por meio
das competências profissionais, saúde física e mental. Além disso, todas essas compe-
tências devem ser adaptadas ao mercado. Os seis pilares da empregabilidade propostos
por Minarelli (1995) são: (1) adequação vocacional; (2) competência profissional; (3) ido-
neidade; (4) saúde física, mental e espiritual; (5) reserva financeira; e (6) relacionamentos.
Empregabilidade, Educação
e Planejamento da Carreira
As constantes mudanças do mercado de trabalho mostram claramente aos profis-
sionais que eles devem rever o papel em que se colocam na sociedade de consumo.
O planejamento da carreira é uma das ferramentas que devem ser usadas para que
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eles continuem empregados e empregáveis (FUGATE; KINICKI; ASHFORTH, 2004;
BLOKKER et al., 2019).
Além disso, o profissional pode se ver perdendo espaço no mercado, visto que as
empresas estão assumindo uma estrutura cada vez mais enxuta de recursos humanos,
aplicando tecnologias cada vez mais sofisticadas na substituição de mão de obra. Essas
observações nos levam à conclusão de que esse profissional deve ter como conceito bá-
sico o aprendizado contínuo e constante. Isso fará com que ele possa ocupar funções as
quais virão a ser criadas por essas novas tecnologias, e não substituídas por elas.
Importante!
Considera-se como estabilidade no mercado a boa remuneração do profissional, a previsi-
bilidade e linearidade do futuro de sua carreira e a sensação de segurança (CHANLAT, 1996).
11
11
UNIDADE Empregabilidade e Carreira
A principal novidade nesse perfil foi o aumento das exigências a respeito de diferen-
tes capacidades que estão além de sua área de atuação. Isso transforma o trabalhador
em um generalista, ou seja, aquele que detém habilidades e conhecimentos gerais,
também conhecido como polivalente por sua capacidade de atuar em diferentes áreas.
Empregabilidade
Figura 1
Fonte: Adaptado de MOROSINI, 2001
12
Observe que a empregabilidade mantém uma relação direta com o nível de desen-
volvimento educacional, ou seja, o profissional deve estar em constante aperfeiçoa-
mento, adquirindo novos conhecimentos (NETO, 1998).
Importante!
Para Bates e Bloch (1997, p. 49), é preciso “[...] assumir o controle da sua própria carreira,
desenvolvê-la, e gerenciá-la a fim de melhorar sua ‘empregabilidade’ (capacidade de
conseguir emprego) e obter satisfação e prazer com o trabalho”.
O mundo dos negócios pode ser percebido como paradoxal de acordo com as
circunstâncias. Pense, por exemplo, na seguinte possibilidade: se estou bem preparado,
tenho garantia de emprego? Os envolvidos, e principalmente os gestores que militam
na alta administração, podem sentir-se em uma situação contraditória quando se dão
conta que há pressões para diminuição da quantidade de empregados nas organizações.
Os empregadores também se dividem entre a necessidade para maior quantidade de
cargos e funções e investimentos em treinamento dos colaboradores. No entanto,
o que se percebe é a carência de profissionais que compreendam o funcionamento
do mercado e busquem as conformidades de respostas para essa realidade de forma
estratégica e, principalmente, que sejam passíveis de se colocar em prática.
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13
UNIDADE Empregabilidade e Carreira
Mercado de Trabalho
Como dito anteriormente, o mercado de trabalho contemporâneo exige profissio-
nais cada vez mais flexíveis e polivalentes, com pensamento crítico, atitudes orienta-
das para resolução de problemas e visão holística. Podemos relacionar variáveis que
sinalizam o que se espera do profissional:
• Formação mais generalista;
• Múltiplas habilidades;
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• Bom relacionamento social;
• Boa expressão verbal;
• Energia pessoal positiva;
• Vontade de aprender;
• Autoconfiança;
• Boa reputação;
• Formação continuada, com conhecimentos atualizados;
• Criatividade;
• Saúde;
• Domínio de idiomas;
• Capacidade de resolução de problemas;
• Ousadia e sensatez.
Fica, então, evidente que os atuais rumos do mercado de trabalho exigem que o perfil
do profissional se componha de habilidades, conhecimentos e capacidades que vão além
do básico exigido para sua atuação. Essa nova constatação de alguma maneira nos cha-
ma a atenção sobre repensar a atuação e a qualificação dos gestores e líderes.
15
15
UNIDADE Empregabilidade e Carreira
Autogestão da Carreira
A palavra autogestão é tratada sob formas diferentes. Há distintas correntes que
empregam diversos significados a ela. Os sentidos mais comuns para o conceito de
autogestão são:
• Gerir sua própria carreira profissional; e
• Gerir um empreendimento de maneira autônoma e/ou coletiva, por seus parti-
cipantes/colaboradores.
O prefixo auto– pode ser entendido como exemplo de autonomia, isto é, alguém
toma uma decisão sobre realizar ou não uma ação. A palavra gestão aparece justa-
mente como essa decisão a ser tomada, parecendo uma definição autoexplicativa,
simultaneamente deixando um espaço para reflexões. Para a finalidade desta Unidade,
adotaremos o primeiro conceito, de autogestão da própria carreira.
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SOENS, 2008). Porém, é incorreto ou ingênuo pensar que a autogestão da carreira
ocorrerá de maneira livre e espontânea, estando sujeito a fatores externos, como mu-
danças ambientais, mudanças políticas, decisões da alta gestão (KING, 2004).
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UNIDADE Empregabilidade e Carreira
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Por que autogestão?
https://youtu.be/jX7LG7Z4DR0
O que é autogestão?
https://youtu.be/cnMM5YI3Mx4
Leitura
A empregabilidade é composta por um conjunto de seis fatores
que sustentam a nossa capacidade de prestar serviços
https://bit.ly/2D4g0yx
Autogestão estratégia de carreira
https://bit.ly/32yuEXF
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Referências
ATKINS, M. J. Oven-ready and Self-basting: stock of employability skills, Teaching
in Higher Education. 1999.
BLOKKER, R.; et al. Building a sustainable start: The role of career competencies,
career success, and career shocks in young professionals’ employability. Journal
of Vocational Behavior, v. 112, p. 172-184, 2019. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.jvb.2019.02.013>. Acesso em: 15/07/2020.
DE VOS, A.; SOENS, N. Protean attitude and career success: The mediating
role of self-management. Journal of Vocational Behavior, v. 73, n. 3, p. 449-456,
2008. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jvb.2008.08.007>. Acesso em:
15/07/2020.
MACEDO, R. Seu diploma sua prancha: como escolher sua profissão e surfar no
mercado de trabalho. São Paulo: Saraiva, 1998.
19
19
UNIDADE Empregabilidade e Carreira
________. Empregabilidade: o caminho das pedras. 17 ed. São Paulo: Gente, 1995.
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Orientação
Profissional
Ética no Trabalho
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Ética no Trabalho
• Introdução;
• Origens do Conceito de Ética no Trabalho;
• Ética no Ambiente Empresarial;
• A Ética como Princípio de Gestão Socialmente Responsável.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Conhecer os conceitos de ética empresarial;
• Reconhecer a responsabilidade social como fator de empregabilidade e exercício da cidadania;
• Compreender o cenário empresarial contemporâneo e as necessidades de atuação com
ética e responsabilidade.
UNIDADE Ética no Trabalho
Introdução
As mudanças socioeconômicas globais, alinhadas com as inovações tecnológicas,
transições demográficas, mudanças econômicas e alteração das relações de trabalho,
requerem um aumento das discussões sobre ética, responsabilidade social e susten-
tabilidade. Nesse sentido, globalização e ética são dois dos mais importantes fatores
de influência para os negócios no século XXI (SINGH et al., 2005).
A palavra ética é de origem grega, derivada de Ethos, que nos remete a costu-
mes e hábitos do ser humano vivendo em sociedade. Tendo em vista a pluralidade
de sociedades e culturas, nota-se a complexidade na avaliação do comportamento
humano e das relações entre ética, moral e justiça.
Uma condição essencial para que o ser humano atinja seus objetivos é, sem dúvida,
que ele viva em sociedade. Vivendo só, o ser humano não seria capaz de conseguir
a maioria de seus bens, atingir seus objetivos e suas finalidades. Assim, podemos
concluir que a sociedade é uma comunidade, uma comunhão ou uma organização
em que alguns suprem o que falta aos outros e todos, conjuntamente, conseguem
fazer o que nenhum, isoladamente, seria capaz de obter. E, portanto, são guiados
por padrões, normas e valores em comum, que visam manter a ordem e o bem-estar
social. Reflita sobre as noções de princípio moral e ética apresentadas na charge de
Calvin e Hobbes (veja no link abaixo).
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Origens do Conceito de Ética no Trabalho
O termo “ética no trabalho”, criado há séculos, foi desenvolvido com o intuito de
atribuir uma autorresponsabilidade aos indivíduos pelo seu próprio sucesso pessoal
e profissional, valorizando as atitudes e comportamentos e prezando o trabalho dili-
gente (MILLER; WOEHR; HUDSPETH, 2002).
Com essa concepção, imagina-se ter procedimentos práticos que possam se tor-
nar universalizáveis, ou seja, princípios que possam valer para todos. Seguindo
essa linha de pensamento, Valls (1996, p. 16) considera que: “Uma boa teoria ética
deveria atender à pretensão de universalidade, ainda que simultaneamente capaz de
explicar as variações de comportamento, características das diferentes formações
culturais e históricas”.
9
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UNIDADE Ética no Trabalho
10
Quadro 1 – Perfil ético do trabalho multidimensional
Dimensão Definição
Crer no trabalho por causa de sua impor-
Centralidade do Trabalho tância em todos os elementos da vida.
Dedicar esforço para alcançar a independência
Autoconfiança em seu trabalho diário.
Crer nas virtudes do trabalho contínuo,
Trabalho duro sistemático e incansável.
Assumir atitudes e crenças pró-lazer, re-
Lazer forçando a importância das atividades não
relacionadas ao trabalho.
Moralidade/Ética Acreditar em uma existência justa e moral.
Possuir orientação para o futuro; adiamento
Atraso na gratificação das recompensas.
Otimizar e valorizar atitudes e crenças que
Perda de tempo refletem o uso ativo e produtivo do tempo.
Fonte: Adaptado de MILLER; WOEHR; HUDSPETH, 2002
Meriac et al. (2013) ressaltam a importância dos estudos de Miller, Woehr e Hudspeth
(2002) para a ciência e literatura referente à ética no trabalho. Porém, ressaltam que,
apesar de ser uma definição completa e muito aceita, esse perfil ético do trabalho mul-
tidimensional (Figura 1) é pouco aplicável devido à sua extensão. Esse perfil deveria ser
revisto para ser mais objetivo e aplicável pelas empresas (MERIAC et al., 2013).
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11
UNIDADE Ética no Trabalho
que passou a ser um assunto totalmente livre e discutido em meios televisivos, entre
amigos e nas famílias.
O comportamento moral não está baseado em reflexões, mas sim nos costumes
da sociedade, considerando lugar e tempo. Dando fundamento a qualquer decisão
que tomamos, na vida profissional ou particular, moral e justiça estarão sempre pre-
sentes orientando os nossos valores morais. Diante do conceito de ética e do con-
ceito de moral, concluímos que a moral se baseia no comportamento, nos valores e
princípios da sociedade; a ética baseia-se na reflexão desse comportamento, criando
normas universais com fins a estabelecer um padrão de conduta esperado pela so-
ciedade. Esse padrão de normas informais, valores e expectativas pode ser traduzido
em normas formais positivadas (leis), que irão reger os padrões de conduta em uma
sociedade, determinando o que é justo perante a lei daquela sociedade. Repare que o
conceito de justiça se mescla com a moral de uma nação, o que torna difícil a gover-
nança de uma sociedade composta por diversas culturas.
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O entendimento individual do conceito de ética e sua prática cotidiana está vin-
culado a fatores normativos baseados na legislação vigente, fatores pessoais base-
ados no desenvolvimento moral e fatores organizacionais traduzidos pela cultura
organizacional e formalizados pelo código de ética (SINGH et al., 2005). A ética no
trabalho também pode ser compreendida como as particularidades de cada indivíduo
em relação a um conjunto de crenças e atitudes que refletem o valor do trabalho e
as formas de atuação e comunicação com a empresa e com os demais stakeholders
(MERIAC et al., 2013).
No âmbito do trabalho, a ética pode ser observada por diversas perspectivas, sob a
ótica da empresa (políticas e estratégias corporativas), dos colaboradores (atitudes e cren-
ças individuais dos gestores e demais funcionários) e do público externo (relacionamento
com clientes, fornecedores, distribuidores, comunidade local). Tais perspectivas são in-
fluenciadas pelas estratégias de marketing, transparência, idoneidade, responsabilidade
social e ambiental, ações sociais, prestação de contas (accountability) e são represen-
tadas pelo código de ética da empresa, em conformidade com a legislação vigente.
É de vital importância que o conteúdo do código de ética seja refletido nas atitudes
das pessoas a quem o código se dirige, encontrando sustentação na alta gestão da
empresa e em todos os seus colaboradores, de maneira a ser incorporado na cultura
organizacional, de sorte que até o mais recente funcionário tenha a responsabilidade
de vivenciá-lo e praticá-lo constantemente (LEE et al., 2014).
Pode-se considerar, dentre outras, algumas formas para que a organização cum-
pra e obedeça ao código de ética estabelecido. São elas:
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UNIDADE Ética no Trabalho
14
A Ética como Princípio de Gestão
Socialmente Responsável
Conforme exposto, uma nova realidade está presente no ambiente empresarial,
promovendo um movimento em prol de princípios éticos. Uma nova configuração do
mercado exige uma nova postura das empresas, com uma redefinição das estratégias,
de comportamentos e da comunicação interna e externa. A comunicação empresarial
representa o novo desafio das empresas no século XXI, preocupando-se com ques-
tões sociais, ambientais e éticas e promovendo ações responsáveis no cumprimento
dessas questões (LEE et al., 2014).
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15
UNIDADE Ética no Trabalho
Nos últimos anos, esses conceitos têm sido incorporados à vida das empresas na
tentativa de se estabelecer relações de harmonia entre o lucro e a sua atuação diante
do público externo, considerando o relacionamento e a comunicação com seus
stakeholders (LEE et al., 2014).
Muitos são os motivos que têm promovido a ética no ambiente empresarial. Entre
eles se destacam os elevados custos causados por escândalos e ações judiciais contra
atitudes ilícitas ou antiéticas das empresas, o que, via de regra, terminam em perda
de confiança do público na empresa, multas elevadas, desconfiança e desmotivação
de colaboradores, entre outras coisas.
Nash (1993, p. 3) afirma que “a ética e os negócios têm parecido, com frequ-
ência, se não completamente contraditórios, pelo menos extremamente distantes”.
Afirmando isso, a autora coloca em dúvida a opinião daqueles que defendem que a
noção de integridade nas empresas é atingível, mas deixam os dilemas éticos a cargo
da consciência de cada um. Para que se analise a ética no mundo empresarial, pre-
cisamos, em primeiro plano, entender sua dimensão nas empresas. Segundo Nash
(1993, p. 06):
Ética dos negócios é o estudo da forma pelo qual normas morais pessoais
se aplicam às atividades e aos objetivos da empresa comercial. Não se
trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto
dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos à pessoa moral
que atua como um gerente desse sistema.
16
Ainda segundo Tansey (1995), empresas realmente empenhadas em melhorar os
padrões de conduta ética em seu relacionamento com seus stakeholders terminam
conquistando a confiança deles. Se a finalidade é garantir empresas com compro-
misso ético no relacionamento com seus públicos, devemos refletir a seguinte colo-
cação de Tansey (1995):
A alta administração da empresa deve estar consciente de que a forma
de atuação da empresa para fora, para o mercado, terá reflexos internos.
Em outras palavras, não se pode exigir conduta ética dos funcionários
se a empresa está viciada em procedimentos condenáveis. Os padrões
éticos da companhia são a base do comportamento dos funcionários.
(TANSEY, 1995, p. 100)
As corporações precisam estar em alerta, cuidando sempre para que haja condi-
ções e espaço para a ética. Nesse formato, a ética aparece como fator de relevância
nas práticas empresariais e como condicionante de competitividade, por impregnar
mais confiabilidade aos processos decisórios tão constantes no cotidiano de execu-
tivos e gestores.
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17
UNIDADE Ética no Trabalho
• Seja atencioso: Todos nós dependemos um do outro para produzir o melhor traba-
lho possível como empresa. Suas decisões afetarão nossos clientes e colegas, e você
deve levar essas consequências em consideração ao tomar decisões;
• Seja respeitoso: Nem todos concordamos o tempo todo, mas discordâncias não
são desculpa para comportamentos desrespeitosos. Todos sentiremos frustração de
tempos em tempos, mas não podemos permitir que essa frustração se torne ataques
pessoais. Um ambiente em que as pessoas se sentem desconfortáveis ou ameaçadas
não é produtivo ou criativo;
• Escolha suas palavras com cuidado: Sempre se comporte profissionalmente. Seja
gentil com os outros. Não insulte ou agrida outros. O assédio e o comportamento de
exclusão não são aceitáveis. Isso inclui, mas não está limitado a:
» Ameaças de violência;
» Insubordinações;
» Piadas e linguagem discriminatórias;
» Compartilhar material com conteúdo sexualmente explícito ou violento por meio
de dispositivos eletrônicos ou outros meios;
» Insultos pessoais, especialmente aqueles que usam termos racistas ou sexistas;
» Atenção sexual indesejada;
» Defender ou encorajar qualquer um dos comportamentos acima.
• Não assedie: Em geral, se alguém lhe pedir para parar algo, então pare. Quando discor-
darmos, tente entender o porquê. Diferenças de opinião e discordâncias são inevitáveis.
O importante é que resolvamos divergências e opiniões divergentes construtivamente;
• Faça das diferenças pontos fortes: Podemos encontrar força na diversidade. Pessoas
diferentes têm perspectivas diferentes sobre questões e isso pode ser valioso para re-
solver problemas ou gerar novas ideias. Ser incapaz de entender por que alguém tem
um ponto de vista não significa, que eles estão errados. Não se esqueça que todos co-
metemos erros e culpar um ao outro não nos leva a lugar algum.
Em vez disso, concentre-se em resolver problemas e aprender com os erros.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Accountability: a evolução da responsabilidade pessoal
https://youtu.be/L8AMRE2ov6o
Compliance e Gestão de Riscos
https://youtu.be/hD7IeCbdblM
Afinal, o que é compliance?
Para saber mais sobre cultura organizacional ética na breve entrevista com Alexandre
Di Miceli.
https://youtu.be/FLpEEY8v14I
Leitura
A ética e o espírito do capitalismo segundo Weber
https://bit.ly/3k4Anvl
19
19
UNIDADE Ética no Trabalho
Referências
ARVANITIS, A. Autonomy and morality: A Self-Determination Theory discussion
of ethics. New Ideas in Psychology, v. 47, p. 57-61, 2017. Disponível em: <https://
doi.org/10.1016/j.newideapsych.2017.06.001>. Acesso em: 27/07/2020.
LEE, Y.-K. et al. Codes of ethics, corporate philanthropy, and employee responses.
International Journal of Hospitality Management, v. 39, p. 97-106, 2014. Dispo-
nível em: <https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2014.02.005.>. Acesso em: 23/07/2020.
MERIAC, J. P. et al. Development and validation of a short form for the mul-
tidimensional work ethic profile. Journal of Vocational Behavior, v. 82, n. 3,
p. 155-164, 2013. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/
abs/pii/S0001879113000298>. Acesso em: 25/07/2020.
NASH, L. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron Books,
1993.
20
Site Visitado
MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo: Melho-
ramentos, 2015. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/
creditos/>. Acesso em: 27/07/2020.
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Orientação
Profissional
Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Responsabilidade Social: Conceitos,
Visões e Dimensões
• Introdução;
• Responsabilidade Social Corporativa e Relacionamento com Stakeholders;
• A Responsabilidade Social Corporativa e os Relatórios
de Sustentabilidade no Brasil;
• A Ética Na Responsabilidade Social Corporativa;
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Aprofundar os conhecimentos em responsabilidade social;
• Compreender as demandas do mercado por práticas mais éticas e socialmente responsáveis;
• Conhecer as normas e práticas de responsabilidade social corporativa;
• Exercer visão holística no desenvolvimento de planos para responsabilidade social.
UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
Introdução
As empresas estão em um ambiente de incertezas e de pressões constantes
por parte de seus stakeholders, que incluem clientes, fornecedores, sociedade,
governo, que exigem e esperam cada vez mais eficiência, eficácia e efetividade
das atividades empresariais, que devem ser cumpridas com transparência e res-
ponsabilidade social e ambiental. Essa postura é particularmente necessária nesse
cenário de alta exposição das empresas, propiciado pelo aumento do engajamento
de usuários em redes sociais, pela conexão de dados e tecnologias cada vez mais
abrangentes e rápidas.
Buscando garantia de espaço nos mercados cada vez mais globalizados, as em-
presas têm buscado maneiras de se adequarem às necessidades mercadológicas e à
exposição digital, devendo desenvolver uma nova postura em um mercado cada vez
mais competitivo.
Independente do motivo pelo qual as empresas assumem essa atitude, seja por
uma “bondade” natural e senso de responsabilidade, seja unicamente por visar os
lucros oriundos dessa postura, a responsabilidade social corporativa gera vanta-
gens competitivas (BERCHIN, 2017). Essa tendência está instalada em função da
maior conscientização dos clientes que, a cada dia, procuram mais por produtos
e práticas que contribuam positivamente para o meio ambiente, valorizando as-
pectos ligados à ética, bem-estar e cidadania. Essas transformações demonstram
que o crescimento econômico será melhor sucedido se estiver baseado na solidez
desse conceito.
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De maneira complementar, de Andrade Guerra, Heerdt e Berchin (2018, p. 4)
compreendem que:
As organizações devem conduzir suas atividades em conformidade com os
requisitos legais e princípios morais, contribuindo para o desenvolvimento
sustentável das sociedades por meio de transparência, ética e responsabi-
lidade. Aumentando seus lucros e promovendo o desenvolvimento social e
o bem-estar, respeitando seus funcionários e as comunidades em que ope-
ram, estabelecendo relacionamentos com seus stakeholders e promovendo
a qualidade e a conservação ambiental, reduzindo sua pegada ecológica.
Ambiental
Stakeholders Econômica
Dimensões da
Responsabilidade
Social Corporativa
Normativa Social
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9
UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
Amoral é “um adjetivo de dois gêneros que classifica alguém sem noção de moral, ou seja,
não é contra nem a favor dos princípios da moralidade. Amoral é aquilo que está fora da
moral, ou seja, é aquilo que é neutro no que se refere à ética”.
Imoral “é um adjetivo de dois gêneros com origem no latim immoralis que significa uma
atitude contrária à moral ou qualifica uma pessoa que se comporta sem moralidade”.
Moral “é um conjunto de regras, costumes e formas de pensar de um grupo social, que
define o que devemos ou não devemos fazer em sociedade. Etimologicamente, o termo
moral tem origem no latim morales, cujo significado é ‘relativo aos costumes’. São as regras
definidas pela moral que regulam o modo de agir das pessoas. Toda vez que se fala em moral,
é preciso pensar em coletividade”.
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éticas que visam a um bom relacionamento com os stakeholders. Esse processo
deve ser bem estruturado e pautado nos interesses de mercado, reduzindo custos
e riscos, fortalecendo a legitimidade e reputação da empresa, gerando vantagem
competitiva e promovendo situações em que todos ganham por meio da criação
sinérgica de valor (CARROLL; SHABANA, 2010).
Público Interno
Uma empresa socialmente responsável não está limitada somente a respeitar os
direitos de seus colaboradores consolidados na legislação trabalhista. A empresa deve
ir além das obrigações legais e investir no desenvolvimento pessoal e profissional de
seus colaboradores, sempre melhorando as condições e o ambiente de trabalho.
Também deve ter o cuidado de respeitar as culturas locais, demonstrando o respeito
às particularidades e necessidades individuais, empregando um relacionamento ético
e responsável.
Tais colaboradores, engajados pelas ações sociais das empresas, tornam-se porta-
-vozes da empresa na sociedade e na comunidade em que vivem. Divulgam suas
ações sociais e sentem os benefícios levados aos seus familiares e vizinhos. Tornam-
-se, portanto, promotores do marketing social da empresa. Eles contribuem para a
promoção da cidadania internamente com os demais colaboradores e externamente
com o público em geral.
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UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
Melo Neto e Froes (2001) citam que há 7 áreas de avaliação dos exercícios da
responsabilidade social interna:
• gestão do trabalho;
• gestão do ambiente de trabalho;
• gestão do trabalho e espaço total de vida;
• gestão da relevância social da vida no trabalho;
• gestão do crescimento e desenvolvimento pessoal dos empregados;
• gestão dos direitos dos empregados;
• gestão de benefícios e remuneração.
Fornecedores e Parceiros
O relacionamento de uma organização com seus fornecedores e parceiros de modo
geral exige critérios, que devem ser alinhados pela transparência e pelo incentivo
para que todos juntos assumam compromissos e atitudes socialmente responsáveis.
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• As políticas e princípios da empresa condizem com a ética, direitos humanos e
padrões morais?
• A empresa cumpre com todas as obrigações legais e tributárias?
• A empresa respeita o meio ambiente e os recursos naturais?
Clientes
O marketing e a comunicação da empresa devem estar intimamente alinhados
com as políticas de responsabilidade social. Portanto, faz-se necessário manter
coerência nas campanhas de comunicação interna e externa, criando valor para o
público e para o mercado.
O cuidado no trato com os clientes é fundamental para a empresa, que deve bus-
car por soluções para suas dificuldades e anseios, prestando atenção aos feedbacks e
sugestões dos clientes. Esse sistema de feedback deve compor um quadro que pode
contribuir para o aperfeiçoamento constante das políticas, iniciativas, ações, produ-
tos e serviços da empresa.
Governo e Sociedade
As empresas também são responsáveis pela construção de cidadania e devem
assumir seu papel natural na formação de cidadãos. Um dos aspectos a ser con-
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UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
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na solução de dificuldades, e criar grupos ou comitês com a composição de lideran-
ças locais para análise de seus processos, produtos e monitoramento de impactos
são alguns exemplos de práticas eficazes na criação de laços duradouros com a co-
munidade que fica na área de influência.
O apoio a um projeto social exige consistência e objetivos definidos para que a
ação não se perca e seja de fato o que se espera. As verbas orçamentárias precisam
ser conhecidas por todos os funcionários e administradas por um grupo de trabalho
baseado em critérios previamente estabelecidos. Se possível, a ação social deve ser
estruturada com orçamento estável, gerido por um grupo profissional. A coerência
das atividades da organização com suas ações sociais mostra o nível de comprome-
timento da empresa com as comunidades em que atua.
Assista às reportagens acerca da primeira escola solar do Brasil, resultado do Projeto REGSA,
um projeto de colaboração entre universidades da América Latina e da Europa para promo-
ção de energias renováveis na América do Sul. O projeto foi financiado pela União Europeia e,
no Brasil, foi desenvolvido em uma comunidade rural no sul do país, contribuindo para o de-
senvolvimento sustentável daquela região, com projetos complementares à intervenção feita
pelas universidades e que surgiram de maneira espontânea após a implantação do projeto.
Esse projeto foi segmentado em algumas etapas para cumprir os requisitos de responsabi-
lidade social: (1) a comunidade local foi consultada e engajada nos processos decisórios; (2)
foi realizada uma pesquisa inicial de satisfação e concordância; (3) foram realizadas pales-
tras de conscientização sobre a importância de práticas sustentáveis; (4) as empresas locais
foram engajadas no projeto, assim como todas as partes interessadas (governo, empresa de
distribuição de energia, empresa de produção das placas solares, universidade, sociedade
civil, cordo docente e dirigente da escola); (5) durante a implantação do projeto, foram rea-
lizados treinamentos e capacitações para a comunidade local, gestores acadêmicos e alunos
sobre sustentabilidade; (6) foram realizadas pesquisas de satisfação e monitoramento do
impacto socioambiental do projeto (BERCHIN et al., 2018).
Assista às reportagens:
• Educação e Cidadania News [25/08/2016] – 3º Bloco,
disponível em: https://youtu.be/kBBF6u-PYcc
• Primeira Escola Solar do Estado é inaugurada,
disponível em: https://youtu.be/J0ND6ZuKhAo
• Salas de aula mais iluminadas,
disponível em: https://youtu.be/feL3CHmV2Ng
• Escola é referência em energia sustentável,
disponível em: https://youtu.be/092V0n5cuEs
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15
UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
Vale ressaltar o primeiro tipo de informação oficial que aborda aspectos sociais e
de recursos humanos e que se tornou obrigatório para todas as empresas que atuam
no Brasil. Na década de 1970, durante a ditadura militar, foi criada pelo Decreto n.
76.900 de 23 de dezembro de 1975, a Relação Anual de Informações Sociais (Rais):
um relatório obrigatório para todas as empresas e que dava, e dá inclusive nos dias
atuais, informações sociais com relação aos trabalhadores nas empresas (BRASIL,
1975). Obrigatório para todas as empresas independentemente da quantidade de
empregados, refere-se a uma série de informações específicas e consolida números
que também podem ser encontrados em outros documentos da empresa.
Em 1984, foi publicado o primeiro relatório de cunho social de uma empresa bra-
sileira: a Nitrofértil, empresa estatal do polo petroquímico de Camaçari, na Bahia.
Esse documento registrou as ações internas realizadas e o processo participativo
desenvolvido na empresa durante aquele período e foi chamado de Balanço Social
da Nitrofértil (BERNARDO et al., 2005).
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seus balanços sociais anuais, partindo do incremento da realização de ações sociais
e ambientais. Algumas prioridades, atitudes, valores e discursos começaram a mudar
no mundo empresarial a partir da década de 1990.
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UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
A justificativa em que se apoiava o projeto era que: fazer um balanço social es-
timularia a análise e consequente reflexão sobre as ações das empresas no campo
social. O balanço social estimularia o controle social sobre a aplicação dos incentivos
fiscais e outros mecanismos similares.
O projeto de lei prevê que o balanço social deve conter informações sobre: (1) da-
dos financeiros da empresa (pagamentos e receitas); (2) número e perfil dos empre-
gados; (3) valor dos encargos sociais pagos; (4) valor dos tributos pagos; (5) alimenta-
ção dos trabalhadores; (6) educação, incluindo cursos, capacitações e treinamentos;
(7) saúde dos empregados; (8) segurança no trabalho; (9) outros benefícios; (10) pre-
vidência privada; (11) investimentos na comunidade, sem considerar os gastos com
empregados; (12) investimentos em meio ambiente (BRASIL, 1999).
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A Ética na Responsabilidade
Social Corporativa
Para atrair e manter clientes, as empresas buscam agregar valores aos seus pro-
dutos e/ou serviços, como uma maneira de gerar diferenciais competitivos e alcançar
uma fatia maior de mercado. Uma das estratégias adotadas pelas empresas é asso-
ciar valores éticos e causas sociais e/ou ambientais à marca, o que até algum tempo
atrás não era prioridade, ou não era visto como fator de diferença.
Há algumas décadas imaginava-se que os valores gastos nessas práticas sociais era um
custo, e não um investimento, que resultaria na atração de clientes e aumento nas vendas.
Com o avanço da globalização, intensificação das tecnologias de comunicação e conse-
quente aumento da competição no mercado, as empresas se viram forçadas a desenvolver
diferenciais competitivos. Para tanto, as empresas observaram que o investimento na di-
vulgação de valores éticos, e ações sociais e ambientais associados a ferramentas e ações
de marketing, representava uma vantagem competitiva, ganhando atenção do público.
Isso conclui que, para que a empresa seja vista como socialmente responsável,
a harmonia entre suas ações e seu discurso é fator preponderante. Vale ressaltar
que as ações de responsabilidade social não devem ser confundidas com filantro-
pia. Filantropia é somente um simples “auxílio” da empresa em prol da comunidade
ou uma ação externa e altruísta da empresa aplicada de forma extemporânea.
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UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
Alguns instrumentos de certificações foram criados nos últimos anos, com a in-
tenção de estimular a responsabilidade social nas empresas. As certificações socio-
ambientais em si, representam um forte incentivo às empresas que buscam obtê-las,
visto que melhoram a imagem da empresa perante o mercado e a sociedade e facilita
o acesso a mercados mais exigentes, como a União Europeia.
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Continue lendo sobre greenwashing em Candian (2007).
Disponível em: https://bit.ly/2RSKbwu
Leia também a reportagem da veja sobre greenwashing, publicada por Nader em 2018,
disponível em: https://bit.ly/3hWgF3q
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UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
Visão Estratégica
Governança e Gestão
Social
Ambiental
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Esse modelo de índice desenvolvido pelo Instituto Ethos (Figura 4) representa uma
série de indicadores-chave para o desenvolvimento de um programa consistente de
responsabilidade social corporativa, assegurando a ética, o bem-estar social, a saúde
ambiental e o desenvolvimento sustentável da empresa e das comunidades em seu en-
torno. Para finalizar, Carroll (1991) afirma que “a responsabilidade social só se tornará
realidade se mais administradores se tornarem morais em vez de amorais ou imorais”.
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UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Corporate Social Responsibility
KOTLER, P.; LEE, N. Corporate Social Responsibility: doing the most good for
your company and your cause. United States: John Wiley e Sons Inc, 2005.
Marketing social – marketing para causas sociais e a construção das marcas
PRINGLE, H.; THOMPSON, M. Marketing social – marketing para causas
sociais e a construção das marcas. São Paulo: Makron Books, 2000
Vídeos
Greenwashing: A Fiji Water Story
https://youtu.be/mOpa8kd6fBI
Filmes
Ilha das Flores (1989)
Assista ao documentário Ilha das Flores (1989).
https://youtu.be/Iy4AGLrEqEA
24
Referências
BALANÇO SOCIAL. 2002. Disponível em: <http://www.balancosocial.org.br/me-
dia/ART_2002_RSE_Vertical.pdf>. Acesso em: 23 set. 2014.
25
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UNIDADE Responsabilidade Social: Conceitos, Visões e Dimensões
26
GRAJEW, O. O que é responsabilidade social? In.: Simpósio Nacional de Empre-
sas e Responsabilidade Social. Ribeirão Preto, novembro/1999. Disponível em:
www.ethos.org.br. Acesso em: 25/04/2005.
OLIVEIRA, J. A. P. de. Uma avaliação dos balanços sociais das 500 maiores. Re-
vista de Administração de Empresas – RAE – Eletrônica, v. 4, n. 1, art. 2, jan./
jul. 2005.
Sites Visitados
ETHOS. Disponível em: www.ethos.org.br. Acesso em: 23/09/2014.
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Orientação
Profissional
Sustentabilidade
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Sustentabilidade
• Introdução;
• Construindo o Conceito de Desenvolvimento Sustentável;
• Gestão Ambiental;
• Licenciamento Ambiental e Certificações.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Aprofundar os conhecimentos em sustentabilidade;
• Compreender os conceitos de gestão ambiental;
• Conhecer certificações sustentáveis.
• Implementar a sustentabilidade de maneira transversal no ambiente de trabalho.
UNIDADE Sustentabilidade
Introdução
Há 10 mil anos, o ser humano aprendeu a domesticar os animais e a dominar técnicas
de plantio, dando espaço para o surgimento dos primeiros vilarejos que, mais tarde, vira-
ram cidades. Essa era ficou conhecida como a primeira revolução científico-tecnológica,
que gerou mudanças sociais e alterações no meio ambiente. Essas mudanças ocorreram
principalmente devido ao aumento populacional, com a ocupação de territórios, desvios
de cursos hídricos, a destruição de florestas, entre outras formas de degradação.
Construindo o Conceito de
Desenvolvimento Sustentável
As preocupações com a conservação do meio ambiente ganharam relevância in-
ternacional na década de 1970, resultando na Conferência das Nações Unidas sobre
o Meio Ambiente Humano, mais conhecida como Conferência de Estocolmo, reali-
zada em 1972 (BERCHIN, 2017). A Conferência de Estocolmo levantou discussões
acerca dos impactos das ações antrópicas no meio ambiente, encorajando as orga-
nizações a investir em formação de profissionais capacitados para lidar com ações
ambientalmente responsáveis, de maneira a promover qualidade de vida para todos
e manter a exploração de recursos naturais de maneira sustentável (ORGANIZAÇÃO
DAS NAÇÕES UNIDAS, 1972).
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considera que as empresas devem ir além de suas obrigações legais, devendo assumir a
responsabilidade social por suas ações e garantir a preocupação com o meio ambiente.
Sendo assim, o Relatório estimula todas as empresas a desenvolverem políticas de gestão
ambiental (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1987).
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UNIDADE Sustentabilidade
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Gestão Ambiental
Tendo como base esses conceitos e noções de sustentabilidade, podemos afirmar
que o principal objetivo da gestão ambiental é mitigar os impactos das atividades
organizacionais no meio ambiente, além de estabelecer uma busca contínua por me-
lhoramentos da qualidade ambiental dos serviços, dos produtos e dos ambientes de
trabalho. A gestão ambiental das empresas estabelece políticas e práticas administra-
tivas e operacionais que garantam a saúde, o bem-estar e a segurança das pessoas e
a proteção ao meio ambiente.
De acordo com Barbieri (2006), empresas que gerenciam seus recursos de manei-
ra sustentável, empregando uma boa gestão ambiental, têm custos reduzidos, pois
consomem menos água e menos energia, utilizam menos matéria-prima e gerenciam
melhor seus resíduos. Além de ter uma imagem mais agradável ao mercado, com
práticas responsáveis de gestão.
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UNIDADE Sustentabilidade
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Importante!
A gestão ambiental pretende mitigar os impactos dos empreendimentos no meio am-
biente e obter melhorias significativas na qualidade ambiental. Nos negócios empre-
sariais, atua visando garantir saúde e segurança às pessoas, promovendo bem-estar e
proteção ao meio ambiente. Essas ações estão se transformando em vetores importan-
tes de competitividade à medida que os consumidores/clientes atuais e potenciais per-
cebem um diferencial positivo em ações socioambientais. Então é fundamental divulgar
o sucesso das práticas de sustentabilidade!
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UNIDADE Sustentabilidade
No planejamento, considera-se que o que não é medido, não pode ser gerencia-
do; o que reforça a importância do desenvolvimento de indicadores e métricas para
fazer do planejamento ambiental uma ferramenta útil para a gestão estratégica em-
presarial (KAPLAN; NORTON, 1992). Para que isso seja possível, faz-se necessário
identificar os principais fatores de influência no processo de gestão, alinhá-los com os
objetivos institucionais, comunicar as ações para engajar e treinar os colaboradores e
gestores, e monitorar a implantação do sistema de gestão ambiental, gerando relatórios
avaliativos de maneira pública e acessível. Existem diversas ferramentas utilizadas para o
desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental, entre elas podemos citar o Balanced
Scorecard – BSC (FIGGE et al., 2002; DE ANDRADE GUERRA et al., 2018).
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Quadro 1 – BSC aplicado a planos de gestão ambiental
• Crescimento dos lucros;
Financeira • Aumento da produtividade;
• Uso de ativos.
• Fatia de mercado;
• Novos clientes;
• Retenção de clientes;
• Satisfação dos clientes;
Cliente • Rentabilidade do cliente;
• Relacionamento com o cliente;
• Reputação e Imagem;
• Atributos do produto.
• Processo de inovação;
• Processos operacionais;
• Atendimento pós-venda;
Processos internos • Indicadores de custo;
• Indicadores de qualidade;
• Indicadores de tempo.
• Retenção de funcionários;
• Produtividade dos funcionários;
Aprendizagem • Satisfação dos funcionários;
e crescimento • Potencial dos funcionários;
• Infraestrutura técnica;
• Clima para ação.
• Legitimidade;
• Legalidade;
• Transparência;
Socioambiental • Filosofia de inclusão;
• Manejo de resíduos;
• Consumo de Recursos.
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UNIDADE Sustentabilidade
Licenciamento Ambiental
Atuando como um instrumento de caráter preventivo, o licenciamento ambiental
limita o direito individual em benefício da coletividade, disciplina e regulamenta o
acesso e o uso de recursos naturais, e também previne os impactos ambientais.
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A Política Nacional do Meio Ambiente foi criada com o objetivo de garantir a:
[...] preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propí-
cia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana. (BRASIL, 1981, Art. 2º)
II – o zoneamento ambiental;
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UNIDADE Sustentabilidade
Solicitação de esclarecimentos e
Audiência pública, quando couber complementações pelo órgão
ambiental competente
Certificação
Conforme discutido no decorrer da unidade, a preocupação com a preservação
do meio ambiente tornou-se uma nova matéria na administração e gestão modernas.
Há movimentos que pressionam empresas e governos para que as leis, regulamentos
e normas tornem-se cada vez mais eficientes e rígidos, exigindo políticas e práticas
consistentes com o tema.
Entres as normas ISO, focaremos na ISO 14000, que é voltada para a definição
de diretrizes e concessão de certificação para sistemas de gestão ambiental (DAILY;
HUANG, 2001). De acordo com Valle (2000), a série ISO 14000 é um conjunto
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de normas relacionadas a Sistemas de Gestão Ambiental que abrangem seis áreas
bem-definidas:
• Sistema de Gestão Ambiental;
• Auditorias Ambientais;
• Avaliação de Desempenho Ambiental;
• Rotulagem Ambiental;
• Aspectos Ambientais nas Normas de Produtos;
• Análise do Ciclo de Vida do Produto.
Donaire (1995) lista alguns benefícios para a empresa que adota essas normas:
• proporciona uma ferramenta gerencial adicional para aumentar cada vez mais a
eficiência e eficácia dos serviços;
• proporciona a definição clara de organização, com responsabilidades e autori-
dade de cada função;
• promove a capacidade dos colaboradores para o exercício de suas funções, estru-
turadas a partir de seleções, treinamentos sistemáticos e avaliação de desempenho;
• reduz custos através de uma maior eficiência e redução do desperdício, o que
aumenta a competitividade e participação no mercado;
• aumenta a probabilidade de identificar os problemas antes que eles causem
maiores consequências.
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UNIDADE Sustentabilidade
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Introdução à administração: da competitividade à sustentabilidade
DIAS, R.; ZAVAGLIA, T.; CASSAR, M. Introdução à administração: da
competitividade à sustentabilidade. Campinas: Alínea, 2003.
Vídeos
Negócios sustentáveis e ecoeficiência/Tendências da Sustentabilidade
https://youtu.be/nhXrQefFL8I
Empreendedorismo Sustentável | Negócio Sustentável | Biosfera
https://youtu.be/MR7fNyedMWQ
Filmes
Wall-E
Assista o filme Wall-E (2008) e reflita sobre os impactos das ações antropicas no
meio ambiente.
https://youtu.be/m5_lIuBXKWk
Leitura
Certificação resolve crescentes problemas de sustentabilidade de centros de dados
Leia a matéria de PRNewswire publicada na Revista Exame em 29 de agosto
de 2019 sobre Certificação resolve crescentes problemas de sustentabilidade de
centros de dados.
https://bit.ly/3bryu8M
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Referências
BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos.
1. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
BERCHIN, I. I. Instituições de educação superior como agentes de inovação para
o desenvolvimento sustentável: Estudo em uma Universidade Comunitária de Santa
Catarina. 2017. 180 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Administração,
Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade do Sul de Santa Catarina,
Florianópolis, 2017. Disponível em: <http://www.riuni.unisul.br/handle/12345/3019>.
Acesso em: 30/072020.
BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá
outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L6938.htm>. Acesso em: 12/08/2020.
________. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Re-
solução nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e complemen-
tação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=237>.
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CARROLL, A. B. Corporate Social Responsibility. Business & Society, v. 38 n. 3,
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management of organizational stakeholders. Business Horizons, v. 34 n. 4, p.
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Acesso em: 10/08/2020.
DAILY, B. F.; HUANG, S. Achieving sustainability through attention to hu-
man resource factors in environmental management. International Journal of
Operations & Production Management, v. 21, n. 12, p. 1539-1552, 2001. Dispo-
nível em: https://doi.org/10.1108/01443570110410892. Acesso em: 11/08/2020.
DE ANDRADE GUERRA, J. B. S. O. et al. A proposal of a Balanced Sco-
recard for an environmental education program at universities. Journal
of Cleaner Production, v. 172, p. 1674-1690, 2018. Disponível em: <https://doi.
org/1010.1016/j.jclepro.2016.11.179>. Acesso em: 12/08/2020.
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo:
Atlas, 2006.
DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1995.
FIGGE, F. et al. The sustainability balanced scorecard e linking sustainability
management to business strategy. Business Strategy and the Environment, v.
11, p. 269-284, 2002. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1002/bse.339>. Aces-
so em: 12/08/2020.
21
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UNIDADE Sustentabilidade
Sites Visitados
MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. 2020. Disponível em:
<https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/sus-
tentar/>. Acesso em: 13/08/2020
SENADO. Metas de desenvolvimento sustentável para os países, inspiradas
nos Objetivos do Milênio da ONU, são propostas para o documento final
da Rio+20. 2000. Disponível em: <https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/
emdiscussao/rio20/a-rio20/metas-de-desenvolvimento-sustentavel-para-os-paises-
-inspiradas-nos-objetivos-do-milenio-da-onu-sao-propostas-para-o-documento-final-
-da-rio20.aspx>. Acesso em: 11/08/2020.
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