Como opção vamos dimensionar um trocador tipo tubular (Casco & Tubo) para operar como
aquecedor de vinho com vinhaça, o famoso trocador “K” que opera junto à coluna A da
destilaria, para as seguintes condições de operação:
Q = m x Cp x ∆t = 252.150 x 3,837 .
x (94 – 76)°C
= 17.414.992 = 4.837,5 kW
. .
Temperatura de saída da vinhaça = 110°C - = 92,97°C
. ,
.
Utilizaremos tubos com Ф 1.1/4” (31,75 mm), aço inoxidável AISI 316, parede 1,0 mm.
Vamos utilizar o valor do U (Coeficiente Global de Troca Térmica) de 700 kcal/(h.m2.°C) que é
muito “comum” nesta aplicação.
1
,
LMTD = = , = 16,4802°C
( )
𝑄 = 𝑈 𝑥 𝐴 𝑥 𝑀𝑇𝐷 𝑜𝑢 𝑄 = 𝑈 𝑥 𝐴 𝑥 (𝐹 𝑥 𝐿𝑀𝑇𝐷)
Como é muito comum nesta aplicação de utilizarmos mais de um passe nos tubos para termos
uma boa velocidade, utilizaremos apenas um passe no casco para simplificar a construção e ao
mesmo tempo, eliminarmos os problemas de fugas entre os passes através da chapa divisória
de passes no casco. Com isto utilizaremos o tipo construtivo E conforme o T.E.M.A. (Vide
ilustração a seguir). Diante disto teremos que calcular o fator F de correção do LMTD para
trocadores de mais de um passe. Neste calcularemos os fatores P e R e utilizamos o gráfico para
1 passe no casco com 2 ou mais passes no casco conforme abaixo:
° °
P= = ° °
= 0,529
Do gráfico temos F = 0,7698
° , °
R= = ° °
= 0,946
O gráfico no Apêndice C no livro Trocadores de Calor nas Usinas de Açúcar, Etanol e Energia,
temos:
. .
𝐴= ( )
= ,
= 468,38 m2
( , , )°
. .°
A velocidade interna nos tubos recomendada para uma boa troca térmica e um certo equilíbrio
com a perda de carga fica entre 1,5 e 2,0 m/s, vamos considerar inicialmente 1,5 m/s, então
temos:
.
Vazão volumétrica de vinho nos tubos = = 242,52
. ,
,
Área de Passagem nos Tubos = .
= 0,044911 m2
,
2
Área interna de um tubo: A1tubo
,
.
Área transversal de 1 tubo = 𝐴𝑡1𝑡𝑢𝑏𝑜 = = = 0,00069512646 m2/tubo
Á ,
Número de tubos requerido por passe: Ntp = = =
,
Como utilizamos o valor menor de velocidade (1,5 m/s) vamos arredondar para baixo, adotando
64 tubos por passe e considerar 4 passes, desta forma temos 256 (4 x 64) tubos no espelho.
Como já discutido no capítulo 11 do livro Trocadores de Calor nas Usinas de Açúcar, Etanol e
Energia, página 210, esta aplicação requer vários trocadores em série e para facilitar os cálculos
térmicos, vamos considerar um “único” trocador bem “comprido” e depois vamos dividi-lo para
viabilizarmos a fabricação. Desta forma calculamos o comprimento dos tubos:
Á ( ) ,
Área interna (SAI) = 𝜋 𝑥 𝐷𝑖𝑛𝑡 𝑥 𝐿 𝑥 𝑁𝑡 => L = =
,
.
𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 𝑑𝑜 𝑇𝑢𝑏𝑜 = (𝑃𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑛𝑜𝑠 𝑇𝑢𝑏𝑜𝑠) 𝑥 𝐶𝐿 = (31,75 𝑥 1,60) 𝑥 0,87 = 2.245,17 mm2
Obs: Foi adotado o passo entre os tubos de 1,60 ao invés do convencional de 1,25 para
reduzirmos a perda de carga no lado do casco, pois temos um limite pequeno.
Para 4 ou mais passes nos tubos acrescentamos uma folga na estimativa de 5 a 10% com CPT =
0,85 no diâmetro final do espelho.
. ,
Á𝑟𝑒𝑎 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑙ℎ𝑜 = = ,
= 676.192,4 mm2
Á . ,
Фespelho = = = 927,9 mm
Calculando o diâmetro externo do feixe tubular pois não dispomos do desenho neste momento:
3
DOTL = Фespelho – Folga = 970 – (12,5 mm + 970 / 200) = 953 mm
Com isto temos a configuração do aquecedor que será verificada através do método Bell-
Delaware a seguir.
2) Número de tubos em uma seção de fluxo cruzado (Entre os cortes das chicanas):
Adotando inicialmente o corte das chicanas de 35% para posterior verificação a partir
do coeficiente de película e da perda de carga no casco:
Lc = 339,50 mm
Nc = 6,61 tubos
Фi = Фespelho
Fc = 0,38279
Ncw = 7
5) Número de chicanas:
Neste caso utilizaremos 500 mm para posterior verificação das velocidades no feixe e
da perda de carga.
.
Nb = + 1 = 39 chicanas
6) Área de fluxo cruzado na linha de centro ou próximo dela para uma seção:
Sm = 181.343,8 mm2
7) Fração da área de fluxo cruzado utilizada pelo fluxo de passagens secundárias (bypass):
Fsbp = 0,04784
4
8) Área unitária de fuga entre tubo e chicana
ϴ = 2,53221 rad
Res = 35.675
Prs = 2,090
Ji = 0,005453704
= 0,076859 (Eixo X)
5
= 0,497293 (Curva intermediária entre 0,25 e 0,50)
Jl = 0,878843
= =0
Jb = 0,941956
Js = 1,0
Lembrando que o espaçamento das chicanas foi adotado em 500 mm e igual para
entrada e para a saída.
ho = 3.537,3 .
hi = 6.247,9 .
6
l) Calculamos o valor do coeficiente global de troca térmica do trocador:
Por termos utilizado a área de troca térmica interna (SAI) nos cálculos, vamos fazer
uma modificação na equação para utilizarmos as variáveis do cálculo referentes à
face interna dos tubos, conforme segue:
= + + + 𝑓𝑖 + 𝑓𝑜𝑖
Ф ,
hoi = ho x Ф = 3.537,3 x ,
= 3.775,1 .
Ф , .
foi = fo x Ф = 0,0005 x ,
= 0,000533613
, . .
= + + .
+ 0,0005 + 0,000533613
. , . ,
. . .
Ui = 659,0 .
relativo à área interna SAI
,
= + + .
. , . ,
. . .
Ui = 2.067,1 .
(Limpo)
Análise Térmica: Isto significa que para os fatores de incrustação adotados, a área
de troca térmica NÃO é suficiente para uma boa campanha, desta forma temos que
aumentar a área e recalcular o trocador.
5) Número de chicanas:
Neste caso utilizaremos 500 mm para posterior verificação das velocidades no feixe e
da perda de carga.
.
Nb = + 1 = 47 chicanas
7
Carga Térmica requerida calculada anteriormente: Qr = 17.414.992 = 4.837,5 kW
Qc = 15.058.709,3 W = 15.058,7 kW
Qc = 4.800.778,6 W = 4.800,8 kW
é á ( ) . ,
Folga Limpo = é
= = . ,
-1 x 100 = 211,3%
. ,
Folga Incrustado = . ,
-1 x 100 = - 0,8% (Negativa)
8
q) Calculamos a perda de carga total no trocador para o caldo misto:
rlm = 0,076859
Rl = 0,634468
Rb = 0,8378
9
u6) Perda de carga no casco no trocador incluindo bocais:
A escolha final será feita com base nos custos de fabricação, transporte e espaço disponível.
https://foxtermo.com.br/livro
10