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Guerra dos Mascates

1709-1714

Texto base: MESGRAVIS, Laima. Colônia versus Metrópole in História do Brasil colônia.
O que foi a Guerra dos Mascates ?

A “Guerra dos Mascates” considerada como uma


Revolta Nativista, foi o confronto armado ocorrido na
Capitania de Pernambuco, entre os anos de 1709 e 1714,
envolvendo os grandes senhores de engenho de Olinda e
os comerciantes portugueses do Recife.
Revoltas Nativistas – Concepção

A concepção de Revoltas Nativistas se trata de um


conflito armado entre “os filhos da terra” (nativos)
contra os colonos (portugueses).
Guerra dos Mascates – Concepção

A Guerra dos Mascates é considerada pela


Historiografia Brasileira, de forma erroneamente como
uma das Revoltas Nativistas ocorridas no séc. XVIII.
Por que é errado ?

Segundo a autora, a escolha do nome Guerra dos Mascates,


revela a visão ofuscada de uma parte da historiografia
brasileira que transformou um conflito de interesses de
distintos grupos sociais em uma “manifestação nativista” da
camada dominante do país (os senhores) que seriam os
“brasileiros” contra os imigrantes mais recentes
(comerciantes) que seriam os “portugueses”.
Quem eram os Mascates ?

Mascate foi o nome dado pelos senhores de engenho


portugueses de Olinda aos comerciantes portugueses de
Recife.
Senhores de Engenho  Portugueses de Olinda;
 Sistema Aristocrata;
(Olinda)
 Gozavam dos privilégios políticos,
sociais e militares;
 Viviam a base do luxo e ostentação;
 Se consideravam “Homens bons”;
 Conseguiam as terras através de um
bom relacionamento com as Câmeras
Municipais;
 Para comprar escravos e material,
pegavam emprestado dinheiro com os
comerciantes.
Senhor de Engenho
 Comerciantes portugueses recém
chegados em Recife; Mascates (Recife)
 Sistema Mercantilista;
 Sem privilégios políticos, sociais e
militares;
 Importavam escravos, exportava
produtos e principalmente [Use esse espaço para colocar uma
imagem que capture melhor a ideia
emprestavam dinheiro; principal do ponto 2]

 Viviam a base do comércio e dos


empréstimos.

Mascate com escravos


Contexto

No fim do século XVII, com o fim das lutas contra os


holandeses e com a necessidade de reorganizar o
comércio com a Europa, surgiu uma divergência entre
os Senhores de Engenho de Olinda e os Comerciantes
de Recife para ver quem exercia o poder sob
Pernambuco.
Contexto

Antes da ocupação holandesa, Recife era um povoado


sem maior expressão. O principal núcleo urbano era
Olinda, ao qual Recife encontrava-se subordinado.
Contexto

Depois da expulsão dos holandeses Recife tornou-se um


centro comercial, graças ao seu porto excelente, e
recebeu um grande afluxo de comerciantes portugueses,
aumento assim a rixa entre Olinda e Recife.
 Disputa sob quem exerceria o poder
Causas local em Olinda e Recife;
 Busca de privilégios e crescimento
social pelos comerciantes;
 Dívidas entre os Senhores de Engenho e
os comerciantes;
 Sentimento de injustiça pelos
comerciantes;
 Adoção de políticas tendenciosas a
favor da metrópole;
 Mudança econômica colonial;
 Elevação de Recife a Vila;
Pintura retratando uma das batalhas
Disputa pelo poder local

Os Senhores de Engenho acreditavam que eram os


únicos “homens bons” com a capacidade de exercer o
poder, assumindo posteriormente o cargo de vereador,
mantendo assim seus privilégios e seu status social.
Disputa pelo poder local

Ao mesmo tempo que os Senhores de Engenho


conseguiam papeis dentro do governo, o modelo
mercantilista de economia propiciou um crescimento
considerável da camada social mercantil, por cujas mãos
passavam todos os produtos e riquezas que entravam e
saiam da colônia. Essa camada começou a achar que
também tinha o direito de comandar a política.
Ascenção Social

Os comerciantes que buscavam crescer socialmente,


conseguiam raramente através de troca de favores com os
senhores de engenho. O comerciante precisava ter o aval
do senhor de engenho, que poderia ocorrer por meios de
casamentos, informações falsas sobre as condições
pessoais do comerciante pelo senhor de engenho, entre
outras coisas.
Ascenção Social

Os comerciantes que buscavam crescer socialmente,


conseguiam raramente através de dois modos:
1 – Quando o comerciante tinha o aval do senhor de engenho, que
poderia ocorrer por meios de casamentos, informações falsas
sobre as condições pessoais do comerciante pelo senhor de
engenho, entre outras coisas;
2 – Quando um “homem bom” se endividava pesadamente com
ele. Com uma divida grande, o endividado ligava-se ao
comerciante por um estreito laço de dependência.
Dívidas dos Senhores de Engenho

Para poder comprar escravos e material de trabalho, os


senhores de engenhos pegava emprestado o capital
necessário com os comerciantes, que tinham os juros altos.
Os senhores de engenho (Portugueses ou filhos de
portugueses), se davam como nobres e esbanjavam o
consumo de luxo e a ostentação, sendo assim administravam
o dinheiro completamente de forma indecente, causando
mais dívidas.
O sentimento de Revolta

Devido as reformas burocráticas que ocorreram após


a Restauração da Coroa Portuguesa, juntamente com
a troca de cargos do governo local, o sentimento de
revolta começava a crescer em Pernambuco.
 Impostos pagos por todos os Imposto das Pazes da
súditos; Holanda e o Dote Rainha
 Criados em 1665 a partir de três
fatores: 1 – A restauração da
Independência de Portugal; 2 – A
expulsão dos holandeses e 3 – O
casamento entre D. Catarina de
[Use esse espaço para colocar uma
Bragança com o rei Carlos II da imagem que capture melhor a ideia
Inglaterra. principal do ponto 2]

D. Catarina de Bragança Carlos II da Inglaterra


O sentimento de Revolta

Em 1666 temos a revolta dos senhores de engenhos


contra o governador Jeronimo de Mendonça Furtado
(Conjuração de Nosso Pai). Que proporcionou aos
próximos governantes o dever de a confusão entre
Olinda e Recife, não se tomar de grande proporção.
O sentimento de Revolta

Acusado de violência; desvio de impostos; aliança


com os franceses; desobediência aos acordos da
Coroa; exceder a cobrança de impostos pagos pelos
donos da terra e desagrado aos comerciantes devido
ao contrato de monopólio, o governante foi deposto e
levado a julgamento à Portugal.
Mudança na Com a descoberta do Ouro em
Economia Colonial Minas Gerais, a produção de
açúcar caiu gradativamente,
fazendo com que o preço dos
escravos destinados as minas
ficassem muito alto, elevando
o custo de todo o consumo
cotidiano.
Descoberta do Ouro
Mudança na Economia Colonial

Com o prejuízo econômico em Pernambuco, a divisão


entre a política de Olinda e Recife era muito clara. Em
Olinda, temos uma alta aristocracia, os senhores de
engenho, pessoal da elite e em Recife temos os
comerciantes, com uma política mercantilista.
Estopim da Guerra

Em 19 de Novembro de 1709, o governador Sebastião


de Castro Calda permitiu a elevação de Recife à
condição de vila (que era subordinada a Olinda), fato
que ocorreu devido à importância econômica.
Com a elevação, o governador Estopim da Guerra
ordenou que os senhores de
engenho debatessem com os
comerciantes para determinar o
preço do açúcar, coisa que deixou
os senhores de engenho
altamente enfurecidos,
considerando uma humilhação.
Só em 1710 a elevação e
separação é oficializada.

Mapa da época
Conflito – Ataque dos Senhores de Engenho

Os principais senhores de engenho, após a


oficialização, marcharam em direção a Recife com
seus homens disfarçados de índios em situação de
ataque.
Conflito – Ataque dos Senhores de Engenho

Derrubaram o pelourinho que tinha sido colocado pelos


comerciantes junto com o prédio da Câmara Municipal (que
caracterizava o status de Recife), atacaram as lideranças locais,
ameaçou o governador (achavam que estava do lado dos
comerciantes), perseguiu seus aliados, fizeram saques e chegaram a
falar em criar uma república de modelo veneziano (rompimento
com a metrópole).
Capitulação ao Rei

Os nobres de Olinda escreveram uma capitulação ao rei de


Portugal, onde apontava suas exigências em troca do fim das lutas.
Essa capitulação mostra bem o ato de rebelião contra a metrópole e
a mentalidade do sistema oligárquico que ainda é marcante hoje em
dia no Brasil.
Capitulação Parte 1 Capitulação Parte 2
Conflito – Contra-ataque dos comerciantes

Após o ataque dos senhores de engenho, o chefe militar dos


comerciantes, o capital João de Mota, alegou ao rei que os
senhores de engenho pretendiam criar um governo
autônomo ou oferecer a soberania a outro monarca.
Conflito – Contra-ataque dos comerciantes

Em contra-ataque os mascates com a ajuda da Coroa, do


Regimento dos Henriques (negros), do Camarão (índios),
moradores de Goiana e o capitão-mor do Cabo atacaram em
18 de junho de 1711, provocando incêndios e destruição em
vilas e engenhos na região.
As lutas continuaram até
Fim da Guerra
6 de outubro de 1711
quando chegou ao Brasil
uma esquadra do reino
trazendo um novo
governador, Félix José
Machado de Mendonça
que ajudou a encerrar a
guerra e prometeu um
perdão geral.
Ilustração de uma das batalhas
Fim da Guerra

Após os conflitantes deixar suas armas confiando no perdão


geral, o governador junto com João Marques Bacalhau e o
juiz Paulo de Carvalho iniciou, uma perseguição violenta
aos cabeças da rebelião que só acabaram em 1714.
Consequências

Os comerciantes ganharam a guerra, obtendo Recife


não só como autônoma, mas também a condição de
sede da capitania (capital). Os comerciantes tiveram
também o direito de participar do poder.
Conclusão

O episódio da Guerra dos Mascates é historicamente


importante. Sua influência é grandiosa na formação
de identidade pernambucana, além de despertar o
orgulho local, que criou em muitos habitantes um
ressentimento em relação a Portugal.
Plano de Aula
Plano de Aula

 Destinado ao 1° ano do Ensino Médio I;


 Proposta para 4 aulas, sendo a primeira a matéria introdutória, a segunda a proposta da
atividade e terceira e quarta as apresentações.
Atividade

 Pesquisa para casa:


Será proposto uma pesquisa para casa em busca de curiosidades sobre a guerra dos mascates.
 Divisão da sala em dois grupos:
Na segunda aula, vamos dividir a sala em dois grupo, com dois roteiro de perguntas diferentes.
 Roteiro de perguntas:
O primeiro roteiro está focando nos âmbitos sociais e econômicos, o segundo roteiro está focando no âmbito politico.
 Encenação:
Cada grupo terá 30min para apresenta uma encenação (teatro) do que foi solicitado no roteiro sobre a Guerra dos
Mascates.
Avaliação

Durante as apresentações, será avaliado:

 Pesquisa;
 Encenação;
 Segmento do roteiro.
Grupo

ALEXANDRE BAQUERO – 2119413-1


CLÓVIS FERREIRA – 2077975-5
CAROLINA DE OLIVEIRA - 2227506-1
GABRIEL DE SOUSA BEZERRA - 2086186-9
ISABELLA CONSTANTINO CARVALHO - 2224536-7
JOSEANE GOMES DA SILVA – 2076536-3
LUIZ CARLOS FERNANDES JUNIOR - 2094876-0
MATHEUS THIAGO DE O. G. DAS NEVES – 2121982-6
RAPHAEL SILVEIRA – 2097687-9

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