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Conteúdo
Blog Receita de Samba 365 IGREJAS ............................................................................................................. 2
A JANGADA VOLTOU SÓ .......................................................................................... 3

www.receitadesamba.blogspot.com A LENDA DO ABAETÉ ............................................................................................... 3


A PRETA DO ACARAJÉ .............................................................................................. 4
A VIZINHA DO LADO ................................................................................................ 4
ACONTECE QUE EU SOU BAIANO ............................................................................ 4
ADEUS ..................................................................................................................... 5
BALAIO GRANDE ...................................................................................................... 5
CANOEIRO (PESCARIA) ............................................................................................ 6
CANTIGA .................................................................................................................. 6
DOIS DE FEVEREIRO ................................................................................................. 6
DORA ....................................................................................................................... 7
DORALICE ................................................................................................................ 7
É DOCE MORRER NO MAR ...................................................................................... 7
EU NÃO TENHO ONDE MORAR ............................................................................... 8
FESTA DE RUA.......................................................................................................... 8
FIZ UMA VIAGEM .................................................................................................... 9
HISTÓRIA PRA SINHOZINHO .................................................................................... 9
JOÃO VALENTÃO ................................................................................................... 10
LÁ VEM A BAIANA ................................................................................................. 10
LÁ VEM FORMOSA ................................................................................................ 11
MARACANGALHA .................................................................................................. 11
Dorival Caymmi em 78 rpm NAVIO NEGREIRO .................................................................................................. 11

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NEM EU ................................................................................................................. 12 365 IGREJAS


NOITE DE TEMPORAL ............................................................................................ 12 Dorival Caymmi
Intérprete: Dorival Caymmi
O DENGO QUE A NÊGA TEM ................................................................................. 13
Data: 1946
O MAR ................................................................................................................... 13
O QUE QUE A BAIANA TEM) .................................................................................. 14 365 igrejas a Bahia tem
O VENTO................................................................................................................ 15 Numa eu me batizei
PEGUEI UM ITA NO NORTE ................................................................................... 15 Na segunda eu me crismei
QUEM VEM PRA BEIRA DO MAR ........................................................................... 15
Na terceira eu vou casar
Com uma mulher que eu quero bem
REQUEBRE QUE EU DOU UM DOCE ...................................................................... 16
RODA PIÃO ............................................................................................................ 16 Se depois que eu me casar
ROSA MORENA ...................................................................................................... 17 Me nascer um bacuri
SAMBA DA MINHA TERRA ..................................................................................... 17 Vou me embora pra Bahia, vou
SÃO SALVADOR ..................................................................................................... 17 Vou batizar no Bonfim
Mas se for me parecendo
SAUDADES ............................................................................................................. 18
Que os meninos vão nascendo
SAUDADE DA BAHIA .............................................................................................. 18
Por cada uma igreja que tem lá
SAUDADE DE ITAPOÃ ............................................................................................ 19 Sou obrigado a comprar minha
SEU DEFEITO É NÃO TER ....................................................................................... 19 Passagem pra voltar pra cá, não é
SODADE MATADEIRA ............................................................................................ 19
TEM DÓ ................................................................................................................. 20
VATAPÁ ................................................................................................................. 21
VESTIDO DE BOLERO ............................................................................................. 21
VOCÊ JÁ FOI À BAHIA?........................................................................................... 21

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A JANGADA VOLTOU SÓ A LENDA DO ABAETÉ


Dorival Caymmi Dorival Caymmi
Intérprete: Dorival Caymmi Intérprete: Dorival Caymmi
Data: 1941 Data: 1947

A jangada saiu No Abaeté tem uma lagoa escura


Com Chico Ferreira e Bento No Abaeté tem uma lagoa escura
A jangada voltou só Arrodeada de areia branca
Com certeza foi lá fora Arrodeada de areia branca
Algum pé de vento Ô de areia branca, ô de areia branca
A jangada voltou só
De manhã cedo se uma lavadeira
Chico era o boi do rancho Vai lavar roupa no Abaeté
Nas festa de Natá Vai se benzendo porque diz que ouve
Não se ensaiava o rancho Ouve a zoada do batucajé
Sem com Chico se contá
E agora que não tem Chico O pescador deixa que seu filhinho
Que graça é que pode ter Tome jangada faça o que quisé
Se Chico foi na jangada... Mas dá pancada se o seu filhinho brinca
E a jangada voltou só Perto da Lagoa do Abaeté

Bento cantando modas A noite tá que é um dia, diz alguém olhando a lua
Muita figura fez Pela praia as criancinhas brincam à luz do luar
Bento tinha bom peito O luar prateia tudo, coqueiral, areia e mar
E pra cantar não tinha vez A gente imagina quanto a lagoa linda é
As moça de Jaguaripe A lua se enamorando nas águas do Abaeté
Choraram de fazê dó Credo, Cruz te desconjuro
Seu Bento foi na jangada Quem falou de Abaeté
E a jangada voltou só

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A PRETA DO ACARAJÉ Todo mundo diz que é boa


Dorival Caymmi Mas como a vizinha não há
Intérprete: Carmem Miranda e Dorival Caymmi Ela mexe com as cadeiras pra cá.
Data: 1929 Ela mexe com as cadeiras pra lá.
Ele mexe com o juízo
Dez horas da noite, na rua deserta Do homem que vai trabalhar
A preta mercando parece um lamento
Ê o abará Há um bocado de gente
Na sua gamela tem molho e cheiroso Na mesma situação
Pimenta da costa, tem acarajé Todo mundo gosta dela
Ô acarajé é cor, Ô la lá io Na mesma doce ilusão
Vem benzer, tá quentinho A vizinha quando passa
Que não liga pra ninguém
Todo mundo gosta de acarajé Todo mundo fica louco
Todo mundo gosta de acarajé E o seu vizinho também
O trabalho que dá pra fazer que é

Todo mundo gosta de abará ACONTECE QUE EU SOU BAIANO


Todo mundo gosta de abará Dorival Caymmi
Ninguém quer saber o trabalho que dá Intérprete: Anjos do Inferno
Data: 1943

A VIZINHA DO LADO Acontece que eu sou Baiano


Dorival Caymmi Acontece que ela não é
Intérprete: Dorival Caymmi Tem um requebrado pro lado
Data: 1946 Minha Nossa Senhora, meu Senhor São José
Tem um requebrado pro lado
A vizinha quando passa Minha Nossa Senhora, ninguém sabe o que é
Com seu vestido grená

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Há tanta mulher no mundo Ai adeus, ai adeus,


Só não casa quem não quer Palavra triste que recorda uma ilusão
Porque é que eu vim de longe Uma tristeza trago em meu coração
Pra gostar dessa mulher? E a saudade pra martirizar
Essa que tem um requebrado pro lado No meu peito já veio morar
Minha Nossa Senhora, meu Senhor São José Só pra me ver chorar
Essa que tem um requebrado pro lado
Minha Nossa Senhora, ninguém sabe o que é
BALAIO GRANDE
Já plantei na minha porta Dorival Caymmi e Oswaldo Santiago
Um pézinho de guiné Intérprete: Dorival Caymmi
Já chamei um pai-de-santo Data: 1941-1943
Pra benzê essa mulher !
Oi a nêga do balaio grande
Ô do balaio, Ô do balaio grande
Ô do balaio, Ô do balaio grande
ADEUS
Dorival Caymmi
No balaio dessa nêga
Intérprete: Ivon Curi
Não se sabe o que é que tem
Data: 1948
Essa nêga tem segredo
Que não conta pra ninguém
Adeus, vivo sempre a dizer adeus
Adeus, pois não posso esquecer, adeus Lá na feira aparece
Inda me lembro de um lenço de longe acenando pra mim Muito cesto e samburá
Talvez com indiferença sem pena de mim Mas balaio assim, ô nêga
Adeus quando vejo luar, adeus Todos dizem que não há
Adeus quando olho pro mar, adeus

Tudo que é belo na vida recorda um amor que perdi


Tudo recorda uma vida feliz que eu vivi

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CANOEIRO (PESCARIA)
Dorival Caymmi Cada trova que eu canto
Intérprete: Trio de Ouro Lembra uma mulher
Data: 1944 Mas que serve este pranto
Se meu bem não me quer

Ô canoeiro bota a rede


Cada trova que eu faço
Bota a rede no mar
É uma recordação
Ô canoeiro bota a rede no mar Cada verso um pedaço
Deste meu coração
Cerca o peixe, bate o remo
Puxa a corda, colhe a rede
Ô canoeiro puxa a rede pro mar DOIS DE FEVEREIRO
Dorival Caymmi
Vai ter presente pra Chiquinha Intérprete: Dorival Caymmi
E ter presente pra Iaiá Data: 1957
Ô Canoeiro puxa a rede pro mar
Dia dois de fevereiro, dia de festa no mar
Louvado seja Deus ó meu pai Eu quero ser o primeiro a saudar Iemanjá
Louvado seja Deus ó meu pai
Escrevi um bilhete a ela
Pedindo pra ela me ajudar
CANTIGA Ela então me respondeu
Dorival Caymmi Que eu tivesse paciência de esperar
Intérprete: Dorival Caymmi O presente que eu mandei pra ela
Data: 1947 De cravos e rosas vingou

Toda gente no mundo Chegou, chegou, chegou


Tem amor, tem seu bem Afinal que o dia dela chegou
Pra este canto do mundo
Só o meu que não vem

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DORA Eu prefiro viver tão sozinho


Dorival Caymmi Ao som do lamento do meu violão
Intérprete: Trio de Ouro Doralice eu bem que lhe disse
Data: 1946 Olha essa embrulhada
Em que vou me meter
Dora, rainha do frevo e do maracatu E agora amor, Doralice meu bem
Dora, rainha cafuza de um maracatu Como é que nós vamos fazer?
Te conheci no Recife
Dos rios cortados de pontes Um belo dia você me surgiu
Dos bairros, das fontes coloniais Eu quis fugir mas você insistiu
Dora, chamei Ô Dora, Ò Dora Alguma coisa bem que andava me avisando
Eu vim à cidade pra ver você passar, ô Dora Até parece que eu estava adivinhando
Agora no meu pensamento eu te vejo requebrando Eu bem que não queria me casar contigo
Pra cá,ora prá lá, meu bem Eu bem que não queria enfrentar esse perigo
Os clarins da banda militar, tocam para anunciar Doralice, agora você tem que me dizer
Sua Dora agora vai passar Como é que nós vamos fazer?
Venham ver o que é bom
Ò Dora, rainha do frevo e do maracatu
Ninguém requebra, nem dança melhor que tu É DOCE MORRER NO MAR
Dorival Caymmi e Jorge Amado
Intérprete: Dorival Caymmi
Data: 1941
DORALICE
Antônio Almeida e Dorival Caymmi É doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar
Intérprete: Anjos do Inferno É doce morrer no mar, ,as ondas verdes do mar
Data: 1945
A noite que ele não veio foi
Doralice eu bem que lhe disse Foi de tristeza prá mim
Amar é tolice, é bobagem, ilusão Saveiro voltou sozinho

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Triste noite foi pra mim Vivo na beira da praia


Com a sorte que Deus me deu
Saveiro partiu de noite foi Maria mora com as outras
Madrugada não voltou Quem paga o quarto sou eu
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou
FESTA DE RUA
Nas ondas verdes do mar meu bem Dorival Caymmi
Ele se foi afogar Intérprete: Dorival Caymmi
Fez sua cama de noivo Data: 1949
No colo de Iemanjá
Cem barquinhos brancos nas ondas do mar
Uma galeota a Jesus levar
EU NÃO TENHO ONDE MORAR
Dorival Caymmi Meu Senhor dos Navegantes venha me valer
Intérprete: Dorival Caymmi Meu Senhor dos Navegantes venha me valer
Data: 1960
A Conceição da Praia está embandeirada
Eu não tenho onde morar De tudo quanto é canto muita gente vem
É por isso que eu moro na areia De toda parte vem um baticum de samba
Batuque, capoeira e também candomblé
Eu nasci pequenininho O sol está queimando mas ninguém da pé
Como todo mundo nasceu
Todo mundo mora direito
Quem mora torto sou eu

Eu não tenho onde morar


É por isso que eu moro na areia

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FIZ UMA VIAGEM HISTÓRIA PRA SINHOZINHO


Dorival Caymmi Dorival Caymmi
Intérprete: Dorival Caymmi Intérprete: Trio de Ouro
Data: 1956 Data: 1946

Eu fiz uma viagem, a qual foi pequeninha Na hora em que o sol se esconde
Eu sai dos Olhos d'Água, fui até Alagoinha E o sono chega o sinhozinho vai procurar
Agora colega veja como carregado eu vinha Hum, hum, hum
Trazia minha nêga e também minha filhinha A velha de colo quente que canta quadras
Trazia o meu tatu-bola, filho do tatu-bolinha E conta histórias para ninar
Trazia o meu facão, com todo o aço que tinha Hum, hum, hum
Vinte couros de boi manso só no bocal da bainha
Trazia uma capoeira com quatrocentas galinhas Sinhá Zefa que conta história
Vinte sacos de feijão e trinta sacos de farinha Sinhá Zefa sabe agradar
Mas a sorte desandou quando eu cheguei em Alagoinha Sinhá Zefa que quando nina
Bexiga deu na nega, catapora na filhinha Acaba por cochilar
Morreu o meu tatu-bola, filho do tatu-bolinha Sinhá Zefa vai murmurando
Roubaram o meu facão com todo o aço que tinha Histórias para ninar
Vinte couros de boi manso só no bocal da bainha
Morreu minha capoeira das quatrocentas galinhas Peixe é esse meu filho
Gorgulho deu no feijão, colega e deu mofo deu na farinha Peixe é esse meu filho
Não meu pai
Peixe é esse mutum, manganem
É toca do mato guenem, guenem
Suê filho ê, toca aê marimbaê

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JOÃO VALENTÃO LÁ VEM A BAIANA


Dorival Caymmi Dorival Caymmi
Intérprete: Dorival Caymmi (1) Osni Silva (2) Intérprete: Dorival Caymmi
Data: 1953 Data: 1947

João Valentão é brigão, pra dar bofetão Lá vem a baiana de saia rodada, sandália bordada
Não presta atenção e nem pensa na vida Vem me convidar para dançar, mas eu não vou
A todos João intimida Lá vem a baiana coberta de contas, pisando nas pontas
Faz coisas que até Deus duvida Achando que eu sou o seu ioiô, mas eu não vou
Mas tem seu momento na vida Lá vem a baiana mostrando os encantos, falando dos santos
Dizendo que é filha do senhor do bonfim
É quando o sol vai quebrando Mas, pra cima de mim
Lá pro fim do mundo pra noite chegar
É quando se ouve mais forte Pode jogar seu quebranto que eu não vou
O ronco das ondas na beira do mar Pode invocar o seu santo que eu não vou
É quando o cansaço da lida da vida Pode esperar sentada, baiana, que eu não vou
Obriga João se sentar Pode esperar sentada, baiana, que eu não vou
É quando a morena se encolhe
Se chega pro lado querendo agradar Não vou porque não posso resistir à tentação
Se a noite é de lua a vontade Se ela sambar eu vou sofrer
É contar mentira, é se espreguiçar Esse diabo sambando é mais mulher
Deitar na areia da praia E se eu deixar ela faz o que bem quer
Que acaba onde a vista não pode alcançar Não vou, não vou, não vou
E assim adormece esse homem Nem amarrado porque eu sei...
Que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo do que sua terra.

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LÁ VEM FORMOSA Eu vou só, eu vou só


Dorival Caymmi e Alberto Ribeiro Se Anália não quiser ir
Intérprete: Os trovadores Eu vou só, eu vou só!
Data: Eu vou só sem Anália
Mas eu vou
Quando você passa todo mundo
Grita vem formosa, vem formosa
Com seu vestidinho todo azul NAVIO NEGREIRO
E laço cor de rosa, cor de rosa Acyr Pires Vermelho, J. Piedade e Sá Roriz
Intérprete: Dorival Caymmi
Pequei em pensamento Data: 1940
Quando vi você passar
Pequei, porém quem é Foi entre o mar e o céu,
Que ao lhe ver não vai pecar Sobre as ondas ao Léu
Você tem um incêndio O veleiro a rodar
Queima tudo num olhar Adeus Terra de Luanda
Pequei e quero confessar Fica filhos de Umbanda

Era a escravidão
MARACANGALHA E no negro porão
Dorival Caymmi Triste coro a cantar
Intérprete: Gilberto Milfont Adeus Terra de Luanda
Data: 1957 Fica filhos de Umbanda

Eu vou prá Maracangalha, eu vou Piedade Senhor, pelos homens de cor


Eu vou de uniforme branco, eu vou Que perderam seu lar
Eu vou de chapéu de palha, eu vou
Eu vou convidar Anália, eu vou Adeus Terra de Luanda
Se Anália não quiser ir eu vou só Fica filhos de Umbanda

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E lá do sude abrilhou NOITE DE TEMPORAL


E o céu todo se iluminou Dorival Caymmi
E o sol do novo mundo Intérprete: Dorival Caymmi e Dilermando Reis
Enfim no horizonte raiou Data: 1940-1950
Este sol da liberdade
Que lhe deu felicidade e amor É noite, é noite
Elambaê elambá, Elambaê elambá
Elambaê elambá, Elambaê elambá

NEM EU
Pescador não vai pra pesca
Dorival Caymmi
Pescador não vai pescar
Intérprete: Dorival Caymmi
Data: 1952 Pescador não vai pra pesca
Que é noite de temporal
Não fazes favor nenhum Pescador não vai pra pesca
Em gostar de alguém Que é noite de temporal
Nem eu, nem eu, nem eu
Quem inventou o amor É noite, é noite
Elambaê elambá, Elambaê elambá
Não fui eu, não fui eu, não fui eu
Elambaê elambá, Elambaê elambá
Não fui eu nem ninguém
O amor acontece na vida
Pecador se vai pra pesca na noite de temporal
Estavas desprevenida A mãe se senta na areia esperando ele vortar
E por acaso eu também A mãe se senta na areia esperando ele vortar
E como o acaso é importante querida
De nossas vidas a vida É noite, é noite, é noite...
Fez um brinquedo também

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O DENGO QUE A NÊGA TEM Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem
Dorival Caymmi
Intérprete: Carmem Miranda É no mexido, é no descanso, é no balanço
Data: 1940 É no jeitinho requebrado que essa nega tem
Que todo mundo fica enfeitiçado
É dengo, é dengo, é dengo, meu bem E atrás do dengo dessa nega todo mundo vem
É dengo que nega tem E atrás do dengo dessa nega todo mundo vem
Tem dengo no remelexo, meu bem
Tem dengo no falar também
O MAR
Quando se diz que no falar tem dengo Dorival Caymmi
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem Intérprete: Trio de Ouro
Quando se diz que no andar tem dengo Data: 1950
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem
Quando se diz que no sorrir tem dengo O mar quando quebra na praia
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem É bonito, é bonito, o mar
Quando se diz que no sambar tem dengo Quanta gente perdeu seus maridos
Seus filhos nas ondas do mar, o mar...
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem

Pedro vivia da pesca


É dengo, é dengo, é dengo, meu bem
Saía no barco seis horas da tarde
É dengo que nega tem Só vinha na hora do sol raiar
Tem dengo no remelexo, meu bem Todos gostavam de Pedro
Tem dengo no falar também E mais do que todos, Rosinha de Chica
A mais bonitinha e mais benfeitinha
Quando se diz que no bulir tem dengo De todas as mocinhas lá do Arraiá
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem Pedro saiu no seu barco seis horas da tarde
Passou toda a noite e não veio na hora do sol raiar
Quando se diz que no cantar tem dengo
Deram com o corpo de Pedro jogado na praia
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem
Roído de peixe, sem barco, sem nada
Quando se diz que no olhar tem dengo
Num canto bem longe lá do Arraiá

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Pobre Rosinha de Chica O que é que a baiana tem


Que era bonita e agora parece que endoideceu Que é que a baiana tem
Vive na beira da praia olhando pra ondas
Andando, rondando, dizendo baixinho:
Tem torço de seda, tem
"Morreu, morreu" Morreu, oh,
Tem brincos de ouro, tem
Corrente de ouro, tem
Tem pano-da-Costa, tem
O QUE QUE A BAIANA TEM
Tem bata rendada, tem
Dorival Caymmi
Pulseira de ouro, tem
Intérprete: Josephine Baker (1) / Carmem Miranda (2)
Tem saia engomada, tem
Data: ND (1) / 1939 (2)
Sandália enfeitada, tem
Só vai no Bonfim quem tem
O que é que a baiana tem
O que é que a baiana tem
Que é que a baiana tem
Só vai no Bonfim quem tem
Tem torço de seda, tem
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Tem brincos de ouro, tem
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim
Corrente de ouro, tem
Um rosário de ouro, uma bolota assim
Tem pano-da-Costa, tem
Quem não tem balangandãs não vai no Bonfim
Tem bata rendada, tem
Oi, não vai no Bonfim, oi não vai no Bonfim
Pulseira de ouro, tem
Tem saia engomada, tem
Sandália enfeitada, tem
Tem graça como ninguém
Como ela requebra bem

Quando você se requebrar


Caia por cima de mim
Caia por cima de mim
Caia por cima de mim

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O VENTO Vendi meus troços que eu tinha


Dorival Caymmi O resto dei pra guardar
Intérprete: Dorival Caymmi Talvez eu volte pro ano
Data: 1949 Talvez eu fique por lá

Vamos chamar o vento Mamãe me deu uns conselhos


Vamos chamar o vento Na hora de eu embarcar
Meu filho ande direito
Vento que dá na vela Que é pra Deus te ajudar
Vela que vira o barco
Barco que leva a gente To há bem tempo no Rio
Gente que leva o peixe Nunca mais voltei por lá
Peixe que dá dinheiro Pro mês inteira dez anos
Curimã... Adeus Belém o Pará

Curimã ê, Curimã lambaio


Curimã ê, Curimã lambaio QUEM VEM PRA BEIRA DO MAR
Curimã... Dorival Caymmi
Intérprete: Aracy de Almeida
Data: 1953-1954
PEGUEI UM ITA NO NORTE
Dorival Caymmi Quem vem pra beira do mar, ai
Intérprete: Dorival Caymmi Nunca mais quer voltar, ai
Data: 1945 Quem vem pra beira do mar, ai
Nunca mais quer voltar
Peguei um Ita no norte pra vir pro Rio morar
Andei por andar, andei
Adeus meu pai, minha mãe
E todo caminho deu no mar
Adeus Belém do Pará
Andei pelo mar, andei
Nas águas de Dona Janaína

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A onda do mar leva RODA PIÃO


A onda do mar traz Dorival Caymmi
Quem vem pra beira da praia Intérprete: Dorival Caymmi
Meu bem, não volta nunca mais Data: 1957

Quando a gente é criancinha


REQUEBRE QUE EU DOU UM DOCE Canta quadras pra brincar
Dorival Caymmi
Quando fica gente grande
Intérprete: Anjos do Inferno
Ouve quadras a chorar
Data: 1941
Como comove a lembrança
De um tempo feliz
Requebre que eu dou um doce
Quando ouvimos cantar
Requebre que eu quero ver
Requebre meu bem que eu trouxe
Roda pião, bambeia, ô pião
Um chinelo pra você, ah, para você requebrar
Roda pião, bambeia, ô pião
Moreninha da sandália do pom-pom grená
O pião entrou na roda, ô pião
Quando acabar com a sandália de lá
O pião entrou na roda, ô pião
Venha buscar essa sandália de cá
Roda pião, bambeia, ô pião
Pra não parar de sambar, pra não parar de sambar
Roda pião, bambeia, ô pião
Morena balance as contas, não pare de peneirar
Eu vim pra lhe ver sambando, eu vim pra lhe ver sambar
Sapateia no tijolo, ô pião
A roda da sua saia, da barra de tafetá
Sapateia no tijolo, ô pião
Me põe a cabeça à roda
Roda pião, bambeia pião
Moreninha da sandália do pom-pom grená
Roda pião, bambeia, ô pião

Passa de um lado pro outro, ô pião


Passa de um lado pro outro, ô pião
Roda pião, bambeia pião

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Roda pião, bambeia, ô pião SAMBA DA MINHA TERRA


Dorival Caymmi
Também a vida da gente Intérprete: Bando da Lua
É um pião sempre a rodar Data: 1940
Um pião que também para
Quando o tempo o faz cansar Samba da minha terra deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
ROSA MORENA Quem não gosta de samba bom sujeito não é
Dorival Caymmi É ruim da cabeça ou doente do pé
Intérprete: Anjos do Inferno Eu nasci com o samba, no samba me criei
Data: 1942 E do danado do samba nunca me separei

Rosa morena
Aonde vais morena rosa SÃO SALVADOR
Com essa rosa no cabelo Dorival Caymmi
E esse andar de moça prosa Intérprete: Dorival Caymmi
Morena, morena rosa Data: 1960

Rosa morena Bahia, oh, Bahia


O samba está esperando
Bahia cidade de São Salvador
Esperando pra te ver
Deixa de lado essa coisa de dengosa
São Salvador, Bahia de São Salvador
Anda rosa, vem me ver
A terra de Nosso Senhor
Deixa de lado essa pose Pedaço de terra que é meu
Vem pro samba, vem sambar São Salvador, Bahia de São Salvador
Que o pessoal está cansado de esperar A terra do branco mulato
A terra do preto doutor
São Salvador, Bahia de São Salvador

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A terra do Nosso Senhor O que dói profundamente


Do Nosso Senhor do Bonfim É saber que infelizmente
A vida é aquilo que a gente não quer
Bahia, oh, Bahia
Bahia cidade de São Salvador
SAUDADE DA BAHIA
Dorival Caymmi
SAUDADES Intérprete: Dorival Caymmi
Dorival Caymmi Data: 1957
Intérprete: Orlando Silva
Data: 1947 Ai, mas que saudade eu tenho da Bahia
Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia
Tudo acontece na vida Bem, não vá deixar a sua mãe aflita
Tudo acontece a todos nós A gente faz o que o coração dita
Sempre uma dor, um ai de amor Mas esse mundo é feito de maldade e ilusão
E de um infeliz se ouve a voz, ai
ai, se eu escutasse eu hoje não sofria
Sinto tristezas, saudades Ai, essa saudade dentro do meu peito
Bem dentro de mim Ai, se ter saudade é ter algum defeito
Coisa passadas, já mortas Eu pelo menos mereço o direito
Que tiveram fim De ter alguém com quem eu possa me confessar
Tenho olhos parados
Perdidos, distantes Ponha-se no meu lugar
Como se a vida me fora E veja como sofre um homem infeliz
Como era antes Que teve que desabafar
Cartas, notícias, recados Dizendo a todo mundo o que ninguém diz
Não vêm sequer Veja que situação
E a certeza me diz E veja como sofre um pobre coração
Que ela era o meu bem.

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Pobre de quem acredita SEU DEFEITO É NÃO TER


Na glória e no dinheiro para ser feliz Dorival Caymmi e Oswaldo Santiago
Intérprete: Dircinha Batista
Data: 1941
SAUDADE DE ITAPOÃ
Dorival Caymmi Seu defeito é não ter amizade a ninguém
Intérprete: Dorival Caymmi Seu defeito é não ter amizade a ninguém
Data: 1947 Pois do contrário, tudo ia muito bem

Coqueiro de Itapoã, coqueiro Uma andorinha só não faz verão


Areia de Itapoã, areia Você precisa dar seu coração
Morena de Itapoã, morena Felicidade é uma coisa boa
Saudade de Itapoã, me deixa Mas não depende de uma só pessoa

Oh, vento que faz cantiga nas folhas


No alto dos coqueirais SODADE MATADEIRA
Oh, vento que ondula as águas Dorival Caymmi
Eu nunca tive saudade igual Intérprete: Dorival Caymmi
Me traga boas notícias Data: 1947
Daquela terra toda manhã
E joga uma flor no colo Ai sodade, ai sodade
De uma morena de Itapoã Ai sodade matadeira
Quando eu caço o que num acho
Meu benzinho e minha beira

No cercado da cancela
Ia me encontrar com ela
Eu passava a tarde inteira
Um bandão de tempo

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Nóis a se oiá TEM DÓ


Dorival Caymmi, Alberto Ribeiro, Antônio Almeida e Bragunha
Ai,ai,ai,ai Intérprete: Anjos do Inferno
Ai,ai,ai,ai Data: 1942

Ela era bonitinha Ah, tem dó de ver o meu penar


Ela era engracadinha Ah, tem dó de ver o meu penar
Eu chamava ela coisinha
Mas pro povo dela era Maria Oh, minha samaritana
Quem tão ingrata te fez
Ai,ai,ai,ai Eu lhe procuro e lhe chamo
Ai,ai,ai,ai Passas por mim não me vê

No cercado da cancela Ah, tem dó de ver o meu penar


Encontraram eu e ela Ah, tem dó de ver o meu penar
Num gostaram do namoro
Faz um ano que levaram Maria Vais buscar água na fonte
Levando um jarro de flor
Ai,ai,ai,ai Vais buscar água e não sabes
Ai,ai,ai,ai Que eu tenho sede de amor

No cercado da cancela Ah, tem dó de ver o meu penar


Hoje ta sem eu e ela Ah, tem dó de ver o meu penar
To morrendo de saudade
Pra viver sem ela custa a acostumar Porque será que não queres
Quem tanto, tanto te quer
Ai,ai,ai,ai Porque será que farias
Ai,ai,ai,ai Faria tanto à mulher

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VATAPÁ VESTIDO DE BOLERO


Dorival Caymmi Dorival Caymmi
Intérprete: Anjos do Inferno Intérprete: Anjos do Inferno
Data: 1942 Data: 1943

Quem quiser vatapá, ô Um casaco bordô


Que procure fazer Um vestido de veludo
Primeiro o fubá, depois o dendê Pra você usar
Procure uma nêga baiana, ô Um vestido de bolero
Que saiba mexer, que saiba mexer Lero, lero, lero
Que saiba mexer Já mandei comprar

Bota castanha de caju, um bocadinho mais Se o casaco for vermelho


Pimenta malagueta, um bocadinho mais Todo mundo vai usar
Bota castanha de caju, um bocadinho mais Saia verde, azul e branco
Pimenta malagueta, um bocadinho mais Todo mundo vai usar
Apesar dessa mistura
Amendoim, camarão, rala um coco Todo mundo vai gostar
Na hora de machucar É que debaixo do bolero
Sal com gengibre e cebola, iaiá Lero, lero, lero, tem você Iaiá
Na hora de temperar

Não para de mexer, ô VOCÊ JÁ FOI À BAHIA?


Que é pra não embolar Dorival Caymmi
Panela no fogo, não deixa queimar Intérprete: Anjos do Inferno
Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô Data: 1941
Se faz um vatapá, se faz um vatapá
Que bom vatapá Você já foi à Bahia, nêga? Não? Então vá
Quem vai ao Bonfim, minha nêga

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Nunca mais quer voltar


Muita sorte teve, muita sorte tem,
Muita sorte terá
Você já foi à Bahia, nêga? Não? Então vá

Lá tem vatapá, então vá


Lá tem caruru, então vá
Lá tem munguzá, então vá
Se quiser sambar, então vá

Nas sacadas dos sobrados


Da velha São Salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia
Faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito
Que nenhuma terra tem

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