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ria olhos para as coisas velhas. Mas sou um historiador.
É por isso que amo a vida.”
(Marc Bloch. Introdução à história, 1965.)
9
Ao tratarmos de evidências e procedimentos para aná- a) estuda os acontecimentos presentes para prever o futuro
lise de processos históricos, é CORRETO afirmar que da humanidade.
a) a análise histórica não necessita dessas evidências, já b) estuda os acontecimentos do passado dos homens, utili-
que elas eram apenas utilizadas como foco de visitação tu- zando-se dos vestígios que a humanidade deixou.
rística. Pois, o material necessário para a reflexão histórica c) estuda a causalidade dos fenômenos físicos e sociais
encontra-se registrado em documentos impressos e arqui- com base no empirismo.
vos públicos. d) se fundamenta unicamente em documentos escritos.
b) a destruição desses registros históricos não faz parte do e) estuda o passado para compreender o presente e prever
modo como o Estado Islâmico propõe impor certa leitura da o futuro.
história a partir dos seus interesses e domínio, esses atos
foram realizados por erro de alvos durante os ataques rea- 8. (UCS/2012) O estudo e a escrita da História são reali-
lizados. zados com base em pesquisas documentais e interpre-
c) a destruição dos sítios arqueológicos e históricos se deve tações de fatos históricos. Como não é possível re-
apenas a um conflito no Oriente Médio em função das prá- construir o passado tal como aconteceu, os historiado-
ticas religiosas e à intolerância pela intervenção estran- res utilizam fontes, que podem ser interpretadas de ma-
geira. neiras diferentes, e, por isso, existe uma grande diver-
d) práticas como as realizadas pelo Estado Islâmico, ao sidade de produções historiográficas a respeito de um
destruírem sítios arqueológicos e históricos, destacam mesmo tema. No decorrer do tempo, o conceito, o uso
como o debate sobre memória e história faz parte das dis- e o critério de seleção das fontes históricas mudou.
putas de poder, inclusive, como tentativa de imposição de
certo nacionalismo como controle do presente e do passado Atualmente, é correto afirmar que:
para intenções futuras. a) toda fonte histórica é necessariamente escrita, as demais
e) as fontes são materiais importantes na investigação his- são consideradas fontes pré-históricas.
tórica acadêmica. O historiador se utiliza desses indícios b) o historiador deve priorizar as fontes com notória impar-
para aprofundar pesquisas; com destaque para períodos, cialidade, tais como jornais e revistas, que retratam o dia a
fatos e sujeitos. Porém, o uso de sítios arqueológicos e his- dia de uma cidade, um estado ou mesmo um país, da forma
tóricos são desnecessários ao ensino de história, por isso mais fiel possível.
podem ser facilmente descartados. c) filmes, obras literárias, histórias em quadrinho e pinturas
não podem ser consideradas fontes históricas, pois não têm
6. (UDESC/2018) O conhecimento histórico acadêmico compromisso com a verdade.
ou científico é construído, prioritariamente, por meio de d) as diversas manifestações artísticas, como escultura,
práticas de investigação e análise. Para a construção pintura ou uma canção, podem ser consideradas fontes his-
do conhecimento histórico, as fontes ou vestígios são, tóricas, na medida em que retratam o espírito de um tempo.
portanto, elementos fundamentais. e) o documento escrito, de preferência o oficial, imprime um
Analise os itens abaixo, e coloque (V) para o que for caráter de seriedade ao trabalho do historiador, evitando
fonte histórica e (F) para o que não for fonte histórica. que ele trabalhe com mentiras e falsificações.
( ) Jornais e Revistas
( ) Fotografias 9. (FESP) A História é marcada por continuidades e des-
( ) Documentos oficiais de Estado continuidades que mostram as dificuldades encontra-
( ) Cartas e documentos pessoais das pelos homens na sua luta para construir sua cul-
tura. Para compreender esses processos, o historiador
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo. deve considerar que:
a) V – V – V – V a) cada cultura é um reflexo das vontades e das necessida-
b) V – F – F – F des individuais dos povos, sendo importante destacar que
c) F – V – V – V as conquistas materiais determinam mecanicamente a ma-
d) V – V – F – F neira de sentir a pensar;
e) F – V – V – F b) os processos históricos são um conjunto de comporta-
mentos que se repetem, criando culturas com estruturas se-
7. (UFPE) Leia os trechos a seguir e res- melhantes;
ponda a questão. c) a análise dos fatos históricos exige critérios teóricos e
Texto I – “A história não é mecânica, porque metodológicos, para que se possa ter uma melhor compre-
os homens são livres para a transformar.” ensão do que aconteceu;
Ernesto Sábato d) a História é um conjunto de fatos que jamais se repetirão,
onde o papel das grandes personalidades merece destaque
Texto II – “História é passado e presente, um e outro especial, para que se chegue a uma verdade definitiva;
inseparáveis.” e) os povos produzem suas histórias determinadas pelos
Fernand Braudel seus desejos e pelas suas necessidades, mas não conse-
guem se libertar do domínio das forças da natureza.
Texto III – “O objeto de estudo da História é, por natu-
reza, o Homem.”
Marc Bloch 10. (ENEM/2012) Portadora de memória, a paisagem
ajuda a construir os sentimentos de pertencimento; ela
A partir disso, pode-se compreender a História como cria uma atmosfera que convém aos momentos fortes
sendo a ciência que: da vida, às festas, às comemorações.
CLAVAL, P. Terra dos homens: a geografia.
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No texto é apresentada uma forma de integração da pai- c) etnocentrismo: só reconhece valor nos seus próprios ele-
sagem geográfica com a vida social. Nesse sentido, a mentos culturais.
paisagem, além de existir como forma concreta, apre- d) etnocídio: afasta o diferente e procura transformá-lo num
senta uma dimensão igual.
a) política de apropriação efetiva do espaço.
b) econômica de uso de recursos do espaço. 13. (ENEM) A Superintendência Regional do Instituto do
c) privada de limitação sobre a utilização do espaço. Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desen-
d) natural de composição por elementos físicos do espaço. volveu o projeto “Comunidades Negras de Santa Cata-
e) simbólica de relação subjetiva do indivíduo com o es- rina”, que tem como objetivo preservar a memória do
paço. povo afrodescendente no sul do País. A ancestralidade
negra é abordada em suas diversas dimensões: arque-
11. (ENEM/2013) No final do século XIX, as Grandes So- ológica, arquitetônica, paisagística e imaterial. Em regi-
ciedades carnavalescas alcançaram ampla populari- ões como a do Sertão de Valongo, na cidade de Porto
dade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultiva- Belo, a fixação dos primeiros habitantes ocorreu imedi-
vam um pretensioso objetivo em relação à comemora- atamente após a abolição da escravidão no Brasil. O
ção carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de Iphan identificou nessa região um total de 19 referên-
carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pre- cias culturais, como os conhecimentos tradicionais de
tendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em ervas de chá, o plantio agroecológico de bananas e os
jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas en- cultos adventistas de adoração.
tre a população desde os tempos coloniais, substi- Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/
tuindo-os por formas de diversão que consideravam
mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. O texto acima permite analisar a relação entre cultura e
Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas memória, demonstrando que
diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O a) as referências culturais da população afrodescendente
entrudo, na visão dos seus animados praticantes, po- estiveram ausentes no sul do País, cuja composição étnica
deria coexistir perfeitamente com os desfiles. se restringe aos brancos.
Pereira, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas b) a preservação dos saberes das comunidades afrodes-
Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. cendentes constitui importante elemento na construção da
identidade e da diversidade cultural do País.
Manifestações culturais como o carnaval também têm c) a sobrevivência da cultura negra está baseada no isola-
sua própria história, sendo constantemente reinventa- mento das comunidades tradicionais, com proibição de al-
das ao longo do tempo. A atuação das Grandes Socie- terações em seus costumes.
dades, descrita no texto, mostra que o carnaval repre- d) os contatos com a sociedade nacional têm impedido a
sentava um momento em que as conservação da memória e dos costumes dos quilombolas
a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da em regiões como a do Sertão de Valongo.
celebração. e) a permanência de referenciais culturais que expressam
b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização a ancestralidade negra compromete o desenvolvimento
da festa fora dos clubes. econômico da região.
c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das au-
toridades públicas. 14. (ENEM/2010) A hibridez descreve a cultura de pes-
d) tradições populares se transformavam em matéria de dis- soas que mantêm suas conexões com a terra de seus
putas sociais. antepassados, relacionando-se com a cultura do local
e) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por re- que habitam. Eles não anseiam retornar à sua “pátria”
pudiarem tradições estrangeiras. ou recuperar qualquer identidade étnica “pura” ou ab-
soluta; ainda assim, preservam traços de outras cultu-
12. (UFU/2012) A estética nas diferentes sociedades ras, tradições e histórias e resistem à assimilação.
vem geralmente acompanhada de marcas corporais CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais.
que individualizam seus sujeitos e sua coletividade.
Discos labiais, piercings, tatuagens, mutilações, pintu- Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de “pu-
ras, vestimentas, penteados e cortes de cabelo são al- reza” cultural, observa-se que ele se manifesta quando:
gumas marcas reconhecíveis de um inventário possível a) criações originais deixam de existir entre os grupos de
das técnicas corporais em toda sua riqueza e diversi- artistas, que passam a copiar as essências das obras uns
dade. Embora universal, as formas das quais se valem dos outros.
os grupos e indivíduos para se marcarem corporal- b) civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus
mente são vistas, às vezes, como estranhas a indiví- próprios modelos culturais do passado, antes abandona-
duos que pertencem a outros grupos. dos.
c) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio
Essa atitude de estranhamento em relação ao diferente artístico, apropriando-se de produtos culturais estrangeiros.
é considerada conceitualmente como d) elementos culturais autênticos são descaracterizados e
a) preconceito: reconhece no valor das raças o que é cor- reintroduzidos com valores mais altos em seus lugares de
reto ou não na estética corporal. origem.
b) relativização: o outro é entendido nos seus próprios ter- e) intercâmbios entre diferentes povos e campos de produ-
mos. ção cultural passam a gerar novos produtos e manifesta-
ções.
11
15. (ENEM/2013) O antropólogo americano Marius Bar- c) produto da moralidade.
beau escreveu o seguinte: sempre que se cante a uma d) conquista da humanidade.
criança uma cantiga de ninar; sempre que se use uma e) ilusão da contemporaneidade.
canção, uma adivinha, uma parlenda, uma rima de con-
tar, no quarto das crianças ou na escola; sempre que 18. (ENEM/2015) Na sociedade contemporânea, onde as
ditos e provérbios, fábulas, histórias bobas e contos relações sociais tendem a reger-se por imagens midiá-
populares sejam representados; aí veremos o folclore ticas, a imagem de um indivíduo, principalmente na in-
em seu próprio domínio, sempre em ação, vivo e mutá- dústria do espetáculo, pode agregar valor econômico
vel, sempre pronto a agarrar e assimilar novos elemen- na medida de seu incremento técnico: amplitude do es-
tos em seu caminho. pelhamento e da atenção pública. Aparecer é então
UTLEY, F. L. Uma definição de folclore. In: BRANDÃO, C. R. O que é mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado.
folclore. São Paulo: Brasiliense, 1984 (adaptado).
Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado, ao
mesmo tempo que acena democraticamente para as
O texto tem como objeto a construção da identidade massas com os supostos “ganhos distributivos” (a in-
cultural, reconhecendo que o folclore, mesmo sendo formação ilimitada, a quebra das supostas hierarquias
uma manifestação associada à preservação das raízes culturais), afeta a velha cultura disseminada na esfera
e da memória dos grupos sociais, pública. A participação nas redes sociais, a obsessão
a) deve ser apresentado de forma escrita. dos selfies, tanto falar e ser falado quanto ser visto são
b) segue os padrões de produção da moderna indústria cul- índices do desejo de “espelhamento”.
tural. SODRÉ, M. Disponível em: http://alias.estadao.com.br. Acesso em: 9
c) tende a ser materializado em peças e obras de arte eru- fev. 2015 (adaptado).
ditas.
d) expressa as vivências contemporâneas e os anseios fu- A crítica contida no texto sobre a sociedade contempo-
turos desses grupos. rânea enfatiza
e) está sujeito a mudanças e reinterpretações. a) a prática identitária autorreferente.
b) a dinâmica política democratizante.
16. (ENEM/2016) A história não corresponde exata- c) a produção instantânea de notícias.
mente ao que foi realmente conservado na memória po- d) os processos difusores de informações.
pular, mas àquilo que foi selecionado, escrito, descrito, e) os mecanismos de convergência tecnológica.
popularizado e institucionalizado por quem estava en-
carregado de fazê-lo. Os historiadores, sejam quais fo- 19. (ENEM/2013) A África também já serviu como ponto
rem seus objetivos, estão envolvidos nesse processo, de partida para comédias bem vulgares, mas de muito
uma vez que eles contribuem, conscientemente ou não, sucesso, como Um príncipe em Nova York e Ace Ven-
para a criação, demolição e reestruturação de imagens tura: um maluco na África; em ambas, a África parece
do passado que pertencem não só ao mundo da inves- um lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho
tigação especializada, mas também à esfera pública na animado. A animação O rei Leão, da Disney, o mais
qual o homem atua como ser político. bem-sucedido filme americano ambientado na África,
HOBSBAWN, E.; RANGER, T. A Invenção das tradições. Rio de Ja- não chegava a contar com elenco de seres humanos.
neiro: Paz e Terra, 1984 (adaptado). LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê.
Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010.
Uma vez que a neutralidade é inalcançável na atividade
mencionada, é tarefa do profissional envolvido A produção cinematográfica referida no texto contribui
a) criticar as ideias dominantes. para a constituição de uma memória sobre a África e
b) respeitar os interesses sociais. seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia,
c) defender os direitos das minorias. respectivamente, os seguintes aspectos do continente
d) explicitar as escolhas realizadas. africano:
e) satisfazer os financiadores de pesquisas. a) A história e a natureza.
b) O exotismo e as culturas.
17. (ENEM/2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a he- c) A sociedade e a economia.
rança civilizatória da democracia de pioneiros e empre- d) O comércio e o ambiente.
sários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sen- e) A diversidade e a política.
tido para os desvios espirituais. Todos são livres para
dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a 20. (ENEM/2012) Nossa cultura lipofóbica muito contri-
neutralização histórica da religião, são livres para en- bui para a distorção da imagem corporal, gerando gor-
trar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liber- dos que se veem magros e magros que se veem gordos,
dade de escolha da ideologia, que reflete sempre a co- numa quase unanimidade de que todos se sentem ou
erção econômica, revela-se em todos os setores como se veem “distorcidos”. Engordamos quando somos gu-
a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. losos. É pecado da gula que controla a relação do ho-
ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmen- mem com a balança. Todo obeso declarou, um dia,
tos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
guerra à balança. Para emagrecer é preciso fazer as pa-
zes com a dita cuja, visando adequar-se às necessida-
A liberdade de escolha na civilização ocidental, de des para as quais ela aponta.
acordo com a análise do texto, é um(a) FREIRE, D. S. Obesidade não pode ser pré-requisito. Disponível em:
a) legado social. http://gnt.globo.com. Acesso em: 3 abr. 2012 (adaptado).
b) patrimônio político.
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O texto apresenta um discurso de disciplinarização dos Esse período é caracterizado principalmente pela
corpos, que tem como consequência a) descoberta do fogo e pela invenção da escrita.
a) a ampliação dos tratamentos médicos alternativos, redu- b) descoberta da fundição dos metais e pelo surgimento das
zindo os gastos com remédios. primeiras cidades.
b) a democratização do padrão de beleza, tornando-o aces- c) invenção da agricultura e pela sedentarização dos primei-
sível pelo esforço individual. ros grupos humanos.
c) o controle do consumo, impulsionando uma crise econô- d) invenção da roda e pela mecanização da produção agrí-
mica na indústria de alimentos. cola.
d) a culpabilização individual, associando obesidade à fra- e) invenção dos números e pelo surgimento do capitalismo.
queza de caráter.
e) o aumento da longevidade, resultando no crescimento 23. (UDESC SC/2018) Em 1972, a equipe do arqueólogo
populacional. Richard Leakey encontrou, nas imediações do Lago
Turkana, o crânio e os ossos de um Homo rudolfensis
de 1,9 milhões de anos. Esta espécie teria coabitado o
território africano ao mesmo tempo em que três outras;
o Homo habilis, o Homo erectus e o Paranthropus boi-
sei. Em 1974, pesquisadores descobriram, na Etiópia,
um fóssil de 3,2 milhões de anos, ao qual apelidaram de
Lucy. Em 2017, foram publicadas pesquisas a respeito
21. (UNIFOR CE/2020) No Oriente Médio, existem evi-
de fósseis de Homo sapiens encontrados no Marrocos,
dências de cultivo de cereais, tais como trigo e cevada,
os quais contariam com cerca de 300 mil anos.
há cerca de 8 mil anos a.C. A agropecuária não substi- Disponível em www.bbc.com, acessado em 15 de março de 2018.
tuiu a caça e a pesca. Na verdade, ambas coexistiram.
Fonte: BOULOS JUNIOR, Alfredo. História.
Sociedade & Cidadania. 2 Ed., Vol. 1. São
Estas descobertas foram essenciais para o desenvolvi-
Paulo: FTD, 2016, p. 35. mento de pesquisas, a respeito da evolução de espé-
cies, pois elas poderiam ser referentes aos antepassa-
A agricultura teve grande impacto na vida social dos dos diretos da espécie humana. A este respeito, é cor-
primeiros agrupamentos humanos, trazendo mudanças reto afirmar:
consideráveis. a) A descoberta de 2017 refuta a teoria de que a origem da
vida humana seria na África, deslocando-a para a península
Qual das opções abaixo identifica os resultados do arábica.
plantio humano? b) Os seres humanos que habitam a África, a América e a
a) Com a prática da agricultura, os grupos humanos passa- Europa não fazem parte da mesma espécie.
ram a necessitar de recipientes para armazenar sobras e c) É consensual, para a comunidade científica, a afirmação
cozinhar grãos, surgindo, assim, vasos, jarros e panelas de de que a espécie humana é originária do Continente Afri-
barro. cano.
b) Após o surgimento da agricultura, o número de pessoas d) Não existem consensos a respeito de qual continente te-
executando trabalhos extenuantes aumentou, resultando ria se originado a espécie humana.
em grande desgaste físico e emocional, diminuindo o agru- e) O Homo sapiens é, evidentemente, anterior ao Homo ru-
pamento. dolfensis.
c) Ao coletarem grandes quantidades de grãos, foi desafia-
dor se alimentar, até que, após a agricultura, os humanos 24. (UEL PR/2018)
descobriram o fogo e, finalmente, aprenderam a cozinhar e
assar.
d) Quando surgiu a agricultura, os seres humanos já esta-
vam sedentarizados por séculos, como consequência, pu-
deram plantar, caçar e pescar, para alimentar seus familia-
res e vizinhos.
e) No momento em que os primeiros humanos dominaram
a agricultura, passaram a dominar o uso de ossos, madeira
e pedras para fabricação de ferramentas, pois sem elas,
não plantariam.
13
b) As pinturas e os desenhos foram feitos com pigmentos c) Durante o período da pré-história, o fogo foi utilizado
minerais e vegetais, fixados com gordura animal; tais pro- como energia para impulsionar os motores de máquinas
duções são relacionadas a aspectos mágicos, presentes no simples, principalmente de uso agrícola.
cotidiano das organizações pré-históricas. d) Para produzir e controlar o fogo, os grupos pré-históricos
c) As pinturas funcionavam como oferenda aos deuses e, foram obrigados a se estabelecer em áreas próximas às fo-
pelas dimensões, é possível perceber o nível de reverência; gueiras, deixando o nomadismo e iniciando o processo de
os artistas desse período empenhavam-se na produção de sedentarização.
uma arte religiosa com fins decorativos. e) A descoberta do fogo permitiu o desenvolvimento de ati-
d) As pinturas e os desenhos encontrados nas grutas eram vidades culturais, como o Teatro, que eram realizadas em
feitos como afrescos e representam figuras híbridas, me- volta da fogueira e desenvolveram-se rapidamente no perí-
tade humana e metade animal; os mitos gregos têm suas odo pré-histórico.
origens nessas imagens da pré-história.
e) Nos registros encontrados nas cavernas, as figuras de 27. (UCS RS/2017) Um grupo de pesquisadores apre-
destaque remetem à flora; para os povos paleolíticos esses sentou, na África do Sul, fósseis de uma espécie do gê-
desenhos caracterizaram o momento em que deixaram de nero humano desconhecida. Eles foram encontrados
ser nômades e, para a história, foi o início das catalogações em um local profundo e de difícil acesso da caverna Ri-
de todas as espécies. sing Star, na área arqueológica conhecida como “Berço
da Humanidade”, considerada patrimônio mundial pela
25. (UEG GO/2018) Leia o texto a seguir. Unesco. Por se situar em um depósito sedimentar com-
Na Mesopotâmia distintos povos desenvolveram as plexo, os cientistas ainda não conseguiram datar esses
mais antigas civilizações de que se tem conhecimento. fósseis, que poderiam ter entre 100 mil e 4 milhões de
Isso estaria vinculado ao fato de essa região ter sido anos. O Museu de História Natural de Londres classifi-
uma das primeiras do mundo onde ocorreu a chamada cou a descoberta como extraordinária.
Revolução Neolítica. Os ossos encontrados eram de 15 hominídeos, apre-
COTRIN, G. História Global. sentavam morfologia homogênea, e a espécie foi bati-
São Paulo: Saraiva, 2013. p. 58.
zada de Homo naledi. Alguns aspectos do Homo naledi,
como suas mãos, seus punhos e pés, estão muito pró-
A expressão “Revolução Neolítica” foi cunhada pelo ar- ximos aos do Homo sapiens. Ao mesmo tempo, seu pe-
queólogo Gordon Childe para designar queno cérebro e a forma da parte superior de seu corpo
a) a criação dos primeiros rudimentos de comunicação grá- são mais próximos aos do Australopithecus. A desco-
fica, na forma de desenhos rupestres. berta pode permitir uma compreensão melhor sobre a
b) a difusão de ferramentas produzidas com pedra polida e transição, há milhões de anos, entre o Australopithecus
não mais pedra lascada. primitivo e o primata do gênero Homo. Se tiver mais de
c) o desenvolvimento de novas formas de obtenção de ali- 3 milhões de anos, aquela espécie teria convivido com
mentos, como a agricultura e a criação de animais. o Australopithecus; se tiver menos de 1 milhão de anos,
d) o desaparecimento do homem neandertal, espécie de coexistiu com o Homo neanderthalensis – primo mais
hominídeo diretamente concorrente do homo sapiens. próximo do Homo sapiens.
e) o gigantesco aumento populacional verificado após o fi- Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/09/
nal do último período glacial. antiga-especie-do-genero-humano-edescoberta-
na-africa-do-sul.html. Acesso em: 2 out. 16. (Parcial e adaptado.)
26. (ETEC SP /2018) Uma fornalha de 300 mil anos des-
coberta em uma caverna paleolítica de Israel levou os De acordo com o texto, é correto afirmar que
cientistas a concluir que esta se trata da mais antiga a) o Homo naledi surgiu há mais de 3 milhões de anos e
descoberta que aponta para o controle do fogo por conviveu com o Australopithecus, ancestral direto do Homo
parte do homem. O uso do fogo é um dos fatores que sapiens.
contribuíram para a evolução de nossos ancestrais pré- b) os fósseis encontrados na caverna Rising Star apresen-
históricos. tavam morfologia homogênea e pertenciam a uma espécie
desconhecida.
Apesar de o fogo ser usado pelo homem há cerca de 1 c) o Homo naledi é o elo perdido da transição do primata
milhão de anos, a aprendizagem sobre como acendê-lo para o hominídeo.
e controlá-lo para uso doméstico só aconteceu muito d) os 15 fósseis do Homo naledi foram encontrados na ca-
depois. verna conhecida como “Berço da Humanidade”, conside-
<https://tinyurl.com/yal2ab2b> Acesso em: 10.04.2018. Adaptado. rada patrimônio mundial.
e) a nova espécie do gênero Homo foi encontrada, na África
Assinale a alternativa que explica, corretamente, por do Sul, por uma equipe de pesquisadores enviada pelo Mu-
que o uso do fogo é considerado um dos fatores que seu de História Natural de Londres.
contribuíram para o desenvolvimento dos homens pré-
históricos.
a) O controle do fogo e a descoberta da pólvora possibilita-
ram o desenvolvimento de armas de precisão e longo al-
cance utilizadas nas guerras entre grupos humanos rivais.
b) O fogo era utilizado como arma de caça e fonte de calor,
além de permitir o cozimento dos alimentos e, posterior-
mente, a fundição de metais.
14
28. (UNESP SP/2017) Examine duas pinturas produzi- cia ocorre com a capacidade mental única. A questão
das na Caverna de Altamira, Espanha, durante o Perí- que intriga cientistas e filósofos de todos os tempos é:
odo Paleolítico Superior. o que, no processo evolutivo, nos tornou humanos?”
CARELLI, G. ‘Cozinho, logo existo’. Revista Veja. 30 de setembro de
2009, p. 84.
15
33. (UNIUBE MG/2013) Um dos períodos mais fascinan- Dentre as transformações ocorridas nas sociedades
tes da História humana é a Pré-história. Esse período humanas, a invenção da escrita pode ser associada
não foi registrado por nenhum documento escrito, pois a) à criação das primeiras organizações sociais, fundamen-
é exatamente a época anterior à escrita. Tudo que sa- tadas na experiência da economia solidária.
bemos dos homens que viveram nesse tempo é resul- b) a uma organização marcada pelas desigualdades soci-
tado da pesquisa de antropólogos e historiadores, que ais, com a concentração da riqueza e a existência do poder.
reconstituíram a cultura do homem da Idade da Pedra a c) ao desenvolvimento das religiões primitivas, que ligavam
partir de objetos encontrados em várias partes do as divindades com os fenômenos naturais, como a chuva e
mundo e de pinturas achadas no interior de muitas ca- o sol.
vernas na Europa, norte da África e Ásia”. d) ao início da utilização sistemática do fogo, o que permitiu
AIDAR, M. A. M. Do coletivo ao privado: a aventura humana em aos homens a invenção de instrumentos capazes de regis-
sua primeira fase. In: As Origens. Pearson Prentice Hall, São Paulo,
trar a escrita.
2010.
e) à construção de comunidades igualitárias, caracterizadas
Sobre a pré-história, é CORRETO afirmar: por rituais cíclicos de distribuição dos bens.
a) É um período ágrafo, tendo como representação apenas
pinturas rupestres. 36. (FUVEST/2011) A passagem do modo de vida caça-
b) É um período em que os homens faziam pinturas com o dor-coletor para um modo de vida mais sedentário
intuito de demonstrarem como viviam. aconteceu há cerca de 12 mil anos e foi causada pela
c) Era um período em que os homens fabricavam suas pró- domesticação de animais e de plantas. Com base nessa
prias ferramentas, mas ainda não haviam dominado o fogo. informação, é correto afirmar que
d) Era um período em que os homens eram sedentários de- a) no início da domesticação, a espécie humana descobriu
vido à fartura de víveres que havia em toda parte. como induzir mutações nas plantas para obter sementes
e) Era uma sociedade formada unicamente por coletores com características desejáveis.
que se utilizavam de ferramentas rústicas para sua sobrevi- b) a produção de excedentes agrícolas permitiu a paulatina
vência. regressão do trabalho, ou seja, a diminuição das interven-
ções humanas no meio natural com fins produtivos.
34. (UERN/2012) A Pré-História corresponde a um am- c) a grande concentração de plantas cultivadas em um
plo período que vai do surgimento dos hominídeos até único lugar aumentou a quantidade de alimentos, o que pre-
a invenção da escrita. São muitas as periodizações pro- judicou o processo de sedentarização das populações.
postas por diferentes especialistas para o estudo da d) no processo de domesticação, sementes com caracterís-
Pré-Historia. Uma das mais conhecidas baseia-se nas ticas desejáveis pelos seres humanos foram escolhidas
pesquisas do inglês John Lubbock (1934-1913) e distin- para serem plantadas, num processo de seleção artificial.
gue pelo menos dois grandes períodos pré-históricos: e) a chamada Revolução Neolítica permitiu o desenvolvi-
o Paleolítico e o Neolítico. mento da agricultura e do pastoreio, garantindo a elimina-
Sobre o período paleolítico, marque V para as afirmati- ção progressiva de relações sociais escravistas.
vas verdadeiras e F para as falsas.
( ) É o período em que predominaram as sociedades 37. (Mackenzie/2011) Observe as reportagens abaixo.
de coletores e caçadores.
( ) O homem desenvolveu a agricultura e a criação de NEM TÃO NÔMADES
animais. Descoberta no sítio arqueológico de Star Carr, no Reino
( ) O homem desenvolveu atividades de produção, Unido, uma área circular, com 3,50 m de diâmetro, foi
sendo classificado como sedentário. anunciada por pesquisadores das universidades de
( ) O homem se caracterizava pela vida de constante Manchester e de York como a casa mais antiga do país.
migração, sendo assim, considerado nômade. A “construção”, de cerca de 11 mil anos, teria sido feita
com troncos colocados, verticalmente, em torno de um
A sequência está correta em buraco, forrado por restos de material orgânico, seme-
a) V, F, V, F lhantes à palha. A existência da pequena casa reforça
b) V, F, F, V teses que defendem que o homem do período Mesolí-
c) V, F, V, V tico, classificado ainda como nômade, já tivesse tido
d) F, V, V, F pequenos períodos de sedentarismo.
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que ele já possuía habilidades cognitivas, diferente- c) A conquista e domínio do fogo provocaram uma revolu-
mente de humanos primitivos de outras áreas. ção na vida dos “homens e mulheres” do Neolítico.
Revista Aventuras na História c) A conquista e domesticação do fogo significaram um pro-
cesso de humanização, aquecimento do corpo contra o frio,
As notícias demonstram que espantar os animais perigosos e cozinhar os alimentos.
a) ideias e conceitos até então estabelecidos a respeito da d) O domínio do fogo elevou o homem ao estágio de civili-
chamada Pré-História serão revistos, uma vez que pesqui- zação.
sas e descobertas recentes apontam para conclusões dife- e) O fogo foi a grande descoberta do homem do paleolítico,
rentes das elaboradas anteriormente. mas isto não o tornou diferente dos outros animais deste
b) uma vez estabelecidos os argumentos a respeito da Pré- período e nem mudo a alimentação.
História, não é possível alterá-los, já que as recentes des-
cobertas arqueológicas não apontam erros nas conclusões 40. (UECE/2009) No Paleolítico, praticava-se o noma-
até então elaboradas sobre o período. dismo em larga escala, enquanto que no Mesolítico, o
c) descobertas recentes sobre a Pré-História colocam em nomadismo é reduzido, pois os grupos permanecem
xeque as conclusões elaboradas anteriormente sobre o pe- circunscritos a uma determinada região respeitando os
ríodo, e apontam para a necessidade, urgente, de revisão ciclos da natureza, a mudança das estações climáticas
de toda a historiografia pertinente ao assunto. e as migrações dos animais. Assim, o Neolítico assinala
d) conclusões elaboradas sobre a Pré-História poderão so- o fim do nomadismo. Assinale o correto.
frer um processo de revisão, mas não serão alteradas com a) A sedentarização dos primeiros grupos humanos impul-
tanta facilidade, uma vez que precisase de mais argumen- sionou a organização das primeiras vilas com habitações
tos e achados para demonstrar suas inconsistências. fixas, o desenvolvimento da organização social e a divisão
e) analisar processos históricos é uma tarefa difícil, uma vez do trabalho.
que argumentações consideradas verdadeiras são facil- b) O processo de sedentarização dos primeiros grupos hu-
mente contestadas, como nos demonstram os achados ar- manos, não contribuiu para nem alterou significativamente
queológicos citados nos textos. o desenvolvimento da agricultura, pois eles eram, essenci-
almente, pastores e nômades.
38. (UECE/2011) Considera-se a Pré-História o período c) Os primeiros grupos humanos, nas três fases da Idade
de maior duração na História. Corresponde ao surgi- da Pedra, praticaram o nomadismo e o sedentarismo, assim
mento do ser humano no planeta Terra e se estende até como as atividades de caça e coleta.
a criação da escrita, aproximadamente 4000 a.C. A d) A sedentarização não contribuiu para o desenvolvimento
longa duração dessa fase fez com que se convencio- da agricultura, assim como não foi importante para o nasci-
nasse dividi-la em períodos distintos: o Paleolítico, o mento das primeiras vilas.
Mesolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais. Sobre o Pe-
ríodo Neolítico, é correto afirmar-se que é
a) conhecido como Idade da Pedra Polida e marcado pelo
desenvolvimento da agricultura e pela domesticação de ani-
mais.
b) conhecido como Idade da Pedra Lascada e caracterizado
pela larga produção de artefatos em madeira, osso ou pe-
dra lascada.
c) caracterizado pelo avanço de uma indústria lítica e pelo
gradual desaparecimento de artefatos feitos com ossos. 41. (Famerp/2018) “Com esta civilização surge [...] uma
d) considerado a fase de transição da Pré-História para a vida econômica dominada pelo comércio marítimo. Tal
História, pois nesse período desenvolveu-se a técnica da traço lhe atribui uma originalidade precisa entre as ci-
fundição. vilizações orientais, às quais ela se liga por tantos la-
ços. Isto era inevitável, numa ilha onde a natureza im-
39. (UFRR/2010) punha ao homem condições de vida muito diversas das
O CRU E O COZIDO: reinantes nos vales do Nilo e do Eufrates.”
OS MITOS SOBRE A ORIGEM DO FOGO. André Aymard e Jeannine Auboyer. “O homem no Oriente próximo”.
O antropólogo Claude Lévi-Strauss propôs que o co-
nhecimento e uso do fogo constituíssem o divisor de O trecho mostra a originalidade da civilização cretense,
águas entre a natureza e a cultura. Por meio do fogo, o entre 2000 e 1400 a.C., em relação às sociedades do Me-
homem afasta-se da natureza, desenvolve técnicas diterrâneo Oriental e do Oriente Médio, caracterizadas
mais avançadas e, mais importante, distingue-se em re- a) pela alta produção de gêneros alimentícios com um mí-
lação à natureza e aos animais. Assim, haveria uma nimo de esforço individual.
oposição básica entre alimentos crus e cozidos, sendo b) pela inexistência de contatos comerciais com economias
estes últimos tomados também, como índice de identi- dos povos vizinhos.
ficação entre as comunidades tribais atuais. c) pela divisão socialmente igualitária dos bens produzidos
em grande escala.
Sobre o conhecimento do fogo, marque a alternativa d) pelo conhecimento dos segredos da escrita pela casta de
correta: produtores agrícolas.
a) O domínio do fogo possibilitou ao homem do Paleolítico e) pela presença do trabalho coletivo em regiões favoráveis
melhorar a alimentação com mais variedade de carne as- à economia agrícola.
sada e verduras cozidas.
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42. (UNITAU SP/2018) Os povos do Antigo azeite, ouro, cerâmica e escravos. Os fenícios também
Egito e da Mesopotâmia têm lugar de desta- são os responsáveis pela criação da
que na História da Antiguidade. Sobre es- a) literatura.
ses povos, podemos afirmar: b) escrita alfabética.
I. Na historiografia, foram conhecidas, tradi- c) roda.
cionalmente, como "civilizações hidráulicas”, devido à d) matemática.
relação com a hidrografia das regiões nas quais se es-
tabeleceram. 45. (UEG/2018) Leia o texto a seguir.
II. Ambos tinham uma organização estatal, com cobran- Uma das mais importantes contribuições dos fenícios
ças de impostos. Seus governantes exerciam poder po- ao legado cultural do Oriente Próximo foi o alfabeto [...].
lítico, econômico e religioso, o que pode ser definido O alfabeto fenício, composto por 22 letras, todas con-
como Estado Teocrático. sonantais, difundiu-se por todo o Mediterrâneo, influen-
III. A escrita representava, para essas sociedades, um ciando o alfabeto grego, do qual derivam o latino e
conhecimento superior e importantíssimo, e, por ser re- quase todos os alfabetos atuais (árabe, hebraico e ou-
passada para toda a sua população, chegou até os dias tros).
de hoje. AQUINO, R. S. L.; FRANCO, D. A.;
LOPES, O. G. P. C. História das soci-
edades. Rio de Janeiro: Ao livro
Está CORRETO o que se afirma em Técnico, 1980. p. 127.
a) I e II, apenas.
b) I, apenas. A criação do alfabeto fenício representou um conside-
c) II e III, apenas. rável avanço quanto à simplificação da comunicação
d) I e III, apenas. escrita, tendo sido desenvolvido inicialmente para
e) I, II e III. a) facilitar o registro das atividades comerciais realizadas
pelos fenícios.
43. (UDESC/2017) “Quem construiu Tebas, a das sete b) ajudar na propagação da religião animista praticada na
portas? Nos livros vem o nome dos reis, mas foram os Fenícia.
reis que transportaram as pedras? Babilônia, tantas ve- c) contribuir com a diplomacia na instável região do Mar Me-
zes destruída, quem outras tantas a reconstruiu? Em diterrâneo.
que casas da Lima Dourada moravam seus obreiros?” d) passar mensagens em código durante os períodos de
(Perguntas de um operário que lê. Bertold Brecht) guerra.
e) difundir a escrita entre as classes menos favorecidas e
Heródoto de Halicarnasso, nascido no século V a.C., é os escravos.
comumente conhecido como “o Pai da História”. De
acordo com o historiador François Hartog, Heródoto in- 46. (PUCCamp SP/2018) [...] A evolução realizou-se de
teressava-se, entre outras questões, pelas maravilhas e fato e o conjunto das prescrições divinas que consti-
pelos monumentos considerados, muitas vezes, ex- tuem a Lei (Torá) é formado por diversas contribuições,
pressões da influência divina. sem que se consiga um acordo para ventilá-las e datá-
Considerando os questionamentos de Bertold Brecht, las uma a uma. Contentar-nos-emos, assim, com as li-
assinale a alternativa que contém a melhor interpreta- nhas gerais.
ção para a frase de Heródoto: “O Egito é uma dádiva do (AYMARD, André e AUBOYER, Jeannine.
Nilo”. O Oriente e a Grécia antiga. v.2. In: CROU-
ZET, Maurice (dir.), História geral das civili-
a) Permite constatar o desconhecimento de Heródoto no
zações. Trad. São Paulo: Difel, 1971, p. 54)
que diz respeito à Geografia, uma vez que os rios que atra-
vessam o território egípcio são Tigre e Eufrates. O texto refere-se a uma civilização que se desenvolveu
b) Representa um anacronismo pois, no século V a.C., no primeiro milênio antes de Cristo. É correto afirmar:
quando proferida, o Egito era ainda colônia do grande Im- a) A importância da história dessa civilização se expressa,
pério Bizantino. principalmente, por meio da constituição de um Estado cen-
c) Atribui apenas à presença do Nilo o desenvolvimento do tralizado baseado na religião dualista, dos egípcio e dos
Egito, porém não considera a importância da presença hu- persas.
mana, do trabalho empreendido na utilização do rio e dos b) Os antigos povos que originaram essa civilização tinham
benefícios naturais para o desenvolvimento da região. como livro sagrado o Novo Testamento, que compreende
d) Representa a profunda religiosidade do povo egípcio, o vários outros livros, dentre os quais está o Genesis, que
qual atribuía ao deus Nilo o desenvolvimento do Império, à trata da Criação.
época, no período pré-dinástico. c) A importância do estudo dessa civilização se justifica pelo
e) Atribui centralidade às ações do imperador Nilo que, en- monoteísmo ético que surge e se desenvolve, constituindo
tre os séculos VI a.C. e V a.C., administrou o processo de um ponto de partida para o cristianismo e o islamismo.
expansão territorial do Império Egípcio, sem, todavia, res- d) Os traços religiosos e culturais específicos dessa civiliza-
saltar a participação dos soldados que lutavam sob o co- ção decorrem do seu distanciamento ante as demais cultu-
mando do imperador. ras dos povos do Oriente Próximo e o caráter democrático
do governo.
44. (UECE/2019) No século VIII a.C. os fenícios protago- e) Os governantes dessa civilização eram considerados
nizaram uma intensa movimentação no Mar Mediterrâ- deuses, o que obrigava toda a população a prestar-lhes
neo ao lançarem seus navios para o alto mar, imple- obediência e culto divino e a dedicar-se à produção para
mentando uma rede de comercialização de ferro, vinho, sustentar os reis.
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47. (FUVEST/2020) Ao primeiro brilho da alvorada che- d) A evolução da literatura oral gerou a necessidade de re-
gou do horizonte uma nuvem negra, que era conduzida gistrar os textos poéticos declamados pelos grandes orado-
[pelo] senhor da tempestade (...). Surgiram então os res da Antiguidade clássica.
deuses do abismo; Nergal destruiu as barragens que e) O desenvolvimento do comércio levou à criação da es-
represavam as águas do inferno; Ninurta, o deus da crita, utilizada, inicialmente, para realizar registros contá-
guerra, pôs abaixo os diques (...). Por seis dias e seis beis e firmar contratos.
noites os ventos sopraram; enxurradas, inundações e
torrentes assolaram o mundo; a tempestade e o dilúvio 49. (FATEC SP/2017) No século V a.C., Heródoto, histo-
explodiam em fúria como dois exércitos em guerra. Na riador grego, afirmou que “O Egito é uma dádiva do
alvorada do sétimo dia o temporal (...) amainou (...) o Nilo”.
dilúvio serenou (...) toda a humanidade havia virado ar-
gila (...). Na montanha de Nisir o barco ficou preso (...). Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a
Na alvorada do sétimo dia eu soltei uma pomba e deixei principal razão de se atribuir ao rio Nilo uma importân-
que se fosse. Ela voou para longe, mas, não encon- cia tão grande para o desenvolvimento do Egito Antigo.
trando um lugar para pousar, retornou. Então soltei um a) Nos períodos de cheias, as águas desse rio fertilizavam
corvo. A ave viu que as águas haviam abaixado; ela co- as margens, o que possibilitou a agricultura.
meu, (...) grasnou e não mais voltou para o barco. Eu b) Os faraós construíram barragens para obter eletricidade,
então abri todas as portas e janelas, expondo a nave aumentando a produção de itens de exportação.
aos quatro ventos. Preparei um sacrifício e derramei vi- c) A navegação pelo grande rio permitiu que os egípcios
nho sobre o topo da montanha em oferenda aos deuses conquistassem o sul da Europa, formando um grande impé-
(...). rio.
A Epopeia de Gilgamesh, São Paulo: Martins Fontes, 2001. d) Das margens do rio se retirava o barro com que eram
fabricados os tijolos utilizados na construção das grandes
Com base no texto, registrado aproximadamente no sé- pirâmides.
culo VII a.C. e que se refere a um antigo mito da Meso- e) Atravessando a África de norte a sul, o Nilo possibilitou a
potâmia, bem como em seus conhecimentos, é possível integração cultural e econômica da área entre o Saara e o
dizer que a sociedade descrita era deserto da Namíbia.
a) mercantil, pacífica, politeísta e centralizada.
b) agrária, militarizada, monoteísta e democrática. 50. (Centro Universitário de Franca SP/2016) As águas
c) manufatureira, naval, monoteísta e federalizada. dos rios Tigre e Eufrates permitiram o desenvolvimento
d) mercantil, guerreira, monoteísta e federalizada. de uma rica cultura agrícola e o surgimento das primei-
e) agrária, guerreira, politeísta e centralizada. ras cidades na Mesopotâmia. Todavia, a agricultura só
começou a progredir quando os povos da região desen-
48. (ETEC SP/2019) Em 1929, o arqueólogo alemão Ju- volveram estruturas complexas.
lius Jordan desenterrou uma vasta biblioteca de tábuas (Fausto Henrique Gomes Nogueira e Marcos Alexandre Capellari.
de argila com um tipo de escrita conhecida como “cu- Ser protagonista, 2010. Adaptado.)
neiforme”, com cinco mil anos de idade, mais antigas
que exemplares semelhantes encontrados na China, no As estruturas complexas referidas no texto relacionam-
Egito e na América. se, diretamente,
As tábuas estavam em Uruk, uma cidade mesopotâmica a) ao desenvolvimento dos centros urbanos e à exploração
– e uma das primeiras do mundo – às margens do rio comercial de bens manufaturados.
Eufrates, onde hoje fica o Iraque. b) ao estabelecimento de uma rede de estradas que unifi-
As tábuas não haviam sido usadas para escrever poe- cava as cidades em um só império.
sia ou enviar mensagens a lugares remotos. Foram em- c) à unificação das leis, dos impostos e da moeda para or-
pregadas para fazer contas – e também para elaborar ganizar a administração de um grande império.
os primeiros contratos. d) ao aperfeiçoamento técnico que propiciou a realização
<https://tinyurl.com/ycuj8mq6> Acesso em: 26.10.2018. Adaptado. de obras para controlar os recursos hídricos.
e) às inovações na contabilidade dos recursos naturais por
O texto faz referência a um período muito conhecido da meio da criação de um alfabeto fonético mais prático do que
história da Humanidade, no qual surgiram os primeiros a escrita cuneiforme.
registros escritos.
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jovem parece não ter direito a dizer uma palavra de con- Lefèbvre afirma que, rapidamente, as indústrias aproxi-
sentimento nesse acordo celebrado entre sogro e maram-se destas cidades, transformaram o seu caráter,
genro. É a transferência propriamente dita da noiva que adaptando-se às novas necessidades. Este movimento
constitui a realização do casamento, na qual se efetiva de absorção foi se dando à medida que estas cidades
a união, gamos, do casal. Por meio dessa transferência encontravam-se em territórios/países que estavam se
a noiva muda de casa, oikos, e também de senhor, industrializando, o que é possível ser observado até os
kyrios nossos dias. De fato, a indústria apropriou-se até
(Duby, Georges e Perrot, Michelle – História das Mulheres no Oci- mesmo dos símbolos urbanos pré-industriais, como
dente - Vol. 1: A Antiguidade, sob a direção de Pantel, Pauline Sch-
Atenas e Veneza, criando espaços dicotômicos: a Ate-
mitt - Porto: Edições Afrontamento, p.206)
nas antiga em acrópole e a Atenas moderna − industrial
A partir do texto, referente ao cotidiano das mulheres − junto ao porto; a Veneza, símbolo do renascimento
na Grécia Antiga, podemos afirmar que: urbano mercantil e a Veneza continental − área de con-
a) As mulheres da Antiguidade foram muito mais livres do centração de suas indústrias atualmente.
(SPOSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e urbanização. São
que se pode imaginar, pois, mesmo que em estado de sub- Paulo: Contexto, 1988. p. 51)
missão aos homens, decidiam sobre a vida política das ci-
dades-estados. Na Grécia antiga, a acrópole, existente em Atenas, era
b) Na sociedade grega o casamento seguia ritos estritos, a) exclusiva à mais poderosa cidade da Grécia, devido ao
num cerimonial regido por religiosos que organizavam a seu desenvolvimento peculiar baseado na democracia e em
mesma simbologia em todos os momentos de matrimônio. instituições que concentravam funções políticas e religiosas
c) As mulheres helênicas estavam inseridas em uma socie- integradas a esse regime e propositalmente instaladas fora
dade patriarcal que, por mais que pudesse tratá-las por ve- do perímetro urbano.
zes com alguma deferência, as submetia ao controle do po- b) estratégica, uma vez que sua construção em lugares al-
der masculino. tos, também encontrada em outras cidades, como Esparta,
d) A liberdade que as mulheres gregas, em especial as ate- facilitava a defesa dos edifícios de grande importância polí-
nienses, conquistaram ao longo da História, foi notável. Em tica, simbólica e religiosa, ali construídos.
Atenas elas podiam participar dos jogos, ir ao teatro, votar c) projetada em várias cidades-estados mediante uma so-
e participar das decisões políticas. lução arquitetônica que favorecia a concentração e o isola-
mento, distante do centro, de importantes edifícios aos
52. (Fac. Santo Agostinho BA/2020) “A mitologia grega quais a população comum não tinha acesso e que cum-
teve papel fundamental na transmissão de valores que priam a função de armazenar a riqueza local.
soam familiares a nós ainda hoje. Das noções de ciúme d) sagrada, na medida em que simbolizava o Olimpo e abri-
e de inveja, da soberba ao heroísmo, somos herdeiros gava o Partenon, templo dedicado à deusa Atena e que era
de determinado jeito de pensar que nasceu na Grécia uma edificação obrigatória em todas as cidades da Grécia
Antiga”. antiga, posteriormente copiada e adaptada ao culto de Mi-
nerva, nas cidades do Império Romano.
Favorecem a identificação entre as sociedades contem- e) monumental, uma vez que abrigava o centro político, cul-
porâneas e as características dos deuses gregos: tural e religioso de Atenas, a maior cidade da Grécia antiga,
a) o politeísmo antropozoomórfico entre as divindades gre- e que recebia peregrinações, festividades como as Olimpí-
gas. adas e concorridos espetáculos dramatúrgicos em seus
b) os sentimentos humanos entre as divindades gregas. grandes teatros de arena.
c) a imortalidade e o poder sobrenatural dos deuses gregos.
d) as mensagens de bondade dos deuses gregos. 54. (UNCISAL AL/2020) Enquanto permitia a escravidão
e) o monoteísmo caracterizado da figura de Zeus. e a desigualdade da mulher, a Atenas clássica praticava
a democracia executora de poder de forma ainda mais
53. (PUCCamp SP/2020) As cidades comerciais euro- enfática que a modernidade. Inversamente, existem Es-
peias eram o lugar da riqueza acumulada na primeira tados que proíbem a escravidão, dão igualdade de di-
fase do capitalismo. Já se constituíam espaços de con- reitos às mulheres e reconhecem os direitos de liber-
centração de capitais disponíveis acumulados com o dade, mas não são organizados democraticamente.
mercantilismo, eram o espaço do poder econômico e HÖFFE, Otfried. A democracia no mundo hoje.
político (lugar de moradia dos capitalistas e sede dos São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 135 (adaptado).
Estados modernos), e nelas também se concentrava
uma grande reserva de força de trabalho. Além disto, o A partir das informações do texto precedente, é correto
capitalismo comercial ajudou a criar nas cidades uma inferir a existência de
infraestrutura muito importante para o desenvolvi- a) democracia ampla na Atenas clássica.
mento industrial. Houve um grande avanço técnico e ci- b) cidadania ampla em Estados contemporâneos.
entífico, formou-se uma rede bancária e um mercado c) cidadania restrita na Atenas clássica e em Estados con-
urbano, pois na medida em que, afastados de suas con- temporâneos.
dições de produção no campo e impedidos de conti- d) democracia restrita na Atenas clássica e em Estados
nuar a realizar sua produção artesanal, os trabalhado- contemporâneos.
res tornaram-se consumidores dos elementos necessá- e) cidadania restrita na Atenas clássica e democracia res-
rios à sua sobrevivência. trita em Estados contemporâneos.
As cidades comerciais já eram, de fato, o “bom” lugar
para o desenvolvimento industrial. E assim se deu.
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55. (ESPM SP/2019) Os progressos da escultura podem Assinale a alternativa correta.
ser explicados, em primeiro lugar, pela própria quali- a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
dade dos materiais de que os artistas passaram a dis- b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
por. Depois de um período de aprendizado em traba- c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
lhos de madeira e de pedra branda, a escultura grega d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
passou a usar principalmente o mármore de grãos finos e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
e compactos. Os processos de fundição de bronze fo-
ram provavelmente importados do Egito. 58. (UNITAU SP/2019) “Descendo a montanha, os bár-
(Auguste Jardé. A Grécia baros e o soberano aproximaram-se do ponto visado.
Antiga e a Vida Grega)
Leônidas e os gregos, marchando como para uma
morte certa, avançaram muito mais do que haviam feito
A vida grega, que reservava ao corpo um papel tão im- antes, até o ponto mais largo do desfiladeiro, já sem a
portante, era favorável ao desenvolvimento da escul- proteção da muralha. Nos encontros anteriores não ha-
tura. Assinale a alternativa correta sobre a escultura na viam deixado os pontos mais estreitos, combatendo
Grécia Antiga: sempre ali; mas, nesse dia, a luta travou-se num trecho
a) por refletir o teocentrismo na cultura grega, as esculturas mais amplo, ali perecendo grande número de bárbaros.
eram sempre estátuas de deuses; Leônidas foi morto nesse encontro, depois de haver
b) a nudez era evitada, pois para um grego o nu era escan- praticado os mais prodigiosos feitos”.
daloso; HERÓDOTO. História. São Paulo: Ediouro, 2001, p. 875-6.
c) havia uma completa ruptura entre a escultura e a arqui-
tetura, artes que não dialogavam; O texto descreve um episódio na Batalha de Termópi-
d) ao conferir ao corpo um papel tão importante, o atleta, las, fato que marca o contexto da Segunda Guerra Mé-
estivesse ele em repouso ou em plena atividade, foi o mo- dica. Sobre esse evento histórico, é CORRETO afirmar:
delo predileto dos escultores; a) Foi uma aliança entre cidades gregas, liderada pelo rei
e) a estatuária grega ficou limitada a finalidade funerária e Leônidas de Esparta, com o objetivo de lutar contra o exér-
comumente representavam o morto em atitudes familiares. cito persa.
b) Foi uma aliança entre as cidades-estado lideradas por
56. (Mackenzie SP/2019) A Confederação de Delos, or- Atenas, tendo como objetivo lutar contra os exércitos bár-
ganizada no século V a. C., que chegou a registrar cerca baros. No trecho, evidencia-se a superioridade dos gregos.
de 400 políeis gregas, está vinculada c) Formou a Liga de Delos, sob a liderança de Esparta. O
a) à derrota grega nas Guerras Púnicas e à necessidade de evento descrito marca a expansão do Império Grego ao
unir forças para enfrentarem um inimigo em comum. conquistar trechos amplos das terras dos bárbaros.
b) à extinção do sistema de produção escravista grego e ao d) Formou a Liga do Peloponeso, sob a liderança de Ate-
caos econômico que tal fato determinou. nas. Tal união possibilitou que Leônidas tivesse sucesso
c) à unificação política das cidades-estados gregas a fim de em suas conquistas de terras bárbaras, avançando muito
fazerem frente à invasão macedônica. mais do que havia feito antes.
d) à defesa por parte grega do controle comercial do Medi- e) Lideradas por Leônidas, rei dos Persas, os gregos de
terrâneo ocidental diante da ascensão persa. Atenas lutavam contra os exércitos macedônicos, liderados
e) à supremacia de Atenas diante das demais cidades gre- por Alexandre, o Grande.
gas após a vitória sobre os macedônios.
59. (UNCISAL AL/2019) A democracia na
57. (UEL/2019) Durante as guerras entre os Persas e os Grécia Antiga significou a chance de os
Gregos, no mundo antigo, um conjunto de ações foi re- homens se entenderem no ambiente pú-
alizado, o que levou à produção de narrativas sobre es- blico e resolverem suas diferenças em
ses episódios, com consequências também para os prol de interesses coletivos. Isso se dava
seus vizinhos macedônicos. Com base nos conheci- em reuniões e assembleias (na ágora, praça pública
mentos sobre esse processo histórico, considere as grega) nas quais as decisões eram tomadas após uma
afirmativas a seguir. série de debates e questionamentos. Em vez da força
I. A Liga do Peloponeso, criada por Esparta, uniu-se à física, da violência e dos privilégios, a palavra passou a
Confederação de Delos, liderada por Atenas, e com representar um instrumento poderoso para os cida-
essa unificação as esquadras dos gregos tornaram-se dãos, que deveriam entre si argumentar, questionar, re-
fortificadas com os grandes navios de combate. futar, esclarecer, dialogar, persuadir etc., para, assim,
II. A Confederação de Delos reuniu as cidades-estado chegar a um consenso sobre o que era melhor para a
gregas contra a invasão persa e, no decorrer dos con- sociedade.
flitos, sua sede foi transferida para Atenas, com a fun- Disponível em: http://educacao.globo.com.
ção de unificar os tributos e a frota.
III. Na obra História da Guerra do Peloponeso, escrita Na Grécia Antiga, a adoção da democracia resultou na
pelo general ateniense Tucídides, foi descrito o flagelo a) escravização dos indivíduos negros.
da peste natural, que se abateu sobre eles, expondo as b) concessão do estatuto de cidadãs gregas às mulheres.
ilusões de seu mundo. c) garantia de representação política da população como
IV. Plutarco descreveu as habilidades de Alexandre um todo.
Magno na conquista e unificação dos povos envolvidos d) inclusão irrestrita das camadas sociais na categoria de
no conflito, por meio da miscigenação e integração cul- cidadãos.
tural e do incentivo às artes e às ciências. e) manutenção da exclusão de amplos grupos de indivíduos
não aceitos como cidadãos.
21
60. (UNESP/2019) – São uma formosura os governantes algumas pessoas, em algumas cidades, sabiam ler e es-
que tu modelaste, como se fosses um estatuário, ó Só- crever; e sem dúvida a porcentagem dessas pessoas
crates! [...] era maior nas democracias do que em outros regimes.
– Ora pois! Concordais que não são inteiramente uto- (J. T. Hooker. “Introdução”. In: Lendo o passado:
a história da escrita antiga do cuneiforme ao alfabeto, 1996.)
pias o que estivemos a dizer sobre a cidade e a consti-
tuição; que, embora difíceis, eram de algum modo pos-
síveis, mas não de outra maneira que não seja a que A ligação entre a escrita e a organização política pode
dissemos, quando os governantes, um ou vários, forem ser explicada pela
filósofos verdadeiros, que desprezem as honrarias atu- a) dependência das decisões coletivas às explicações filo-
ais, por as considerarem impróprias de um homem livre sóficas sobre a existência da humanidade.
e destituídas de valor, mas, por outro lado, que atri- b) participação nas guerras entre cidades gregas de indiví-
buem a máxima importância à retidão e às honrarias duos com ampla formação militar.
que dela derivam, e consideram o mais alto e o mais c) necessidade de conferir plena publicidade às manifesta-
necessário dos bens a justiça, à qual servirão e farão ções da vida social para o conjunto dos cidadãos.
prosperar, organizando assim a sua cidade? d) concessão aos comerciantes estrangeiros alfabetizados
(Platão. A República, 1987.) do direito de participação na assembleia dos cidadãos.
e) fundamentação das leis da cidade nos textos religiosos
O texto, concluído na primeira metade do século IV a.C., de ampla circulação no mundo grego.
caracteriza
a) a predominância das atividades econômicas rurais sobre 63. (ENEM/2019) A soberania dos cidadãos dotados de
as urbanas e enfatiza o primado da racionalidade. plenos direitos era imprescindível para a existência da
b) a organização da pólis e sustenta a existência de um go- cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a propor-
verno baseado na justiça e na sabedoria. ção desses cidadãos em relação à população total dos
c) o caráter aristocrático da pólis durante o período das tira- homens livres podia variar muito, sendo bastante pe-
nias em Atenas e defende o princípio da igualdade social. quena nas aristocracias e oligarquias e maior nas de-
d) a estruturação social da pólis e destaca a importância da mocracias.
CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.
democracia, consolidada durante o período de Clístenes.
e) a importância da ação de legisladores, como Drácon e
Sólon em Atenas, e apoia a consolidação da militarização Nas cidades-estado da Antiguidade Clássica, a propor-
espartana. ção de cidadãos descrita no texto é explicada pela ado-
ção do seguinte critério para a participação política:
61. (IFGO/2019) “[...] O médico grego Hipócrates (460- a) Controle da terra.
377 a.C) foi o primeiro a olhar para um homem tendo um b) Liberdade de culto.
ataque epilético – uma crise de perda de consciência, c) Igualdade de gênero.
acompanhada de convulsões – e dizer: “Não há ne- d) Exclusão dos militares.
nhum deus aí dentro; é um fenômeno do corpo desse e) Exigência da alfabetização.
indivíduo”. Hipócrates afirmava que todas as doenças
possuem uma causa natural, não devendo ser encara- 64. (UCS RS/2019) Mesmo com a certeza de que o es-
das como punição divina”. porte surgiu há muitos anos, não é possível indicar,
CAMPOS, Flávio de; MIRANDA, Renan Garcia. A escrita da história. com precisão, uma data. No entanto, há registros que
São Paulo: Escala Educacional, 2005, p. 51. apontam que entre os hominídeos já ocorriam práticas
esportivas, quando, para sobreviver, era preciso lutar,
É correto afirmar que a explicação de Hipócrates para a correr, saltar, lançar objetos, praticar arco e flecha, na-
epilepsia: dar, entre outras atividades.
a) está ligada à religiosidade dos gregos, os quais eram po- Disponível em: < https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/arti-
gos/educacao-fisica/a-origem-do-esporte/55138>. Acesso em: 7 ago.
liteístas, ou seja, adoravam vários deuses, como Zeus,
18. (Parcial e adaptado).
Apolo, Posêidon, Hera, Palas-Atena, Afrodite e muitos ou-
tros. A Grécia Antiga era constituída de cidades-estado for-
b) está relacionada à principal função da religião grega, que temente marcadas por rivalidades que, comumente, le-
era fazer com que o indivíduo se sentisse parte de uma co- vavam a guerras. Entretanto, a paixão dos gregos pelos
munidade de cidadãos, compartilhando os mesmos valores esportes estabelecia uma trégua para a realização dos
e ideais. célebres Jogos Olímpicos que aconteciam em Olímpia.
c) chama atenção para o racionalismo grego, para a inves- Havia diferentes modalidades: ginástica, corridas, lu-
tigação sistemática, para a ideia de que o mundo é regido tas, lançamento de discos e de lanças, corridas de ca-
por leis da natureza, e não por deuses cheios de caprichos. valos, e os vencedores recebiam prêmios muito sim-
d) diz respeito à vida política grega que, diferentemente de ples: uma coroa de louros e o nome inscrito em uma
outras civilizações, compreendia que os problemas da co- lista especial. Mas o que valia mesmo era a fama con-
munidade são provocados pelos seres humanos e exigem quistada, o reconhecimento.
soluções humanas. Fonte: SCHIMIDT, Mario. Nova História Crítica. SP: Editora Nova Ge-
ração, 1999. (Adaptado.)
62. (SANTA CASA/2019) A afirmação de que os gregos
se haviam “alfabetizado” no final do século VIII a.C., A partir da leitura do excerto e de seus conhecimentos
embora seja rigorosamente verdadeira, precisa ser mo- em História, assinale a alternativa correta.
dificada de forma considerável, porque, do contrário,
nos levará a interpretações errôneas. A verdade é que
22
a) A vitória na maioria das competições estabelecia a su- c) homens bons maiores de 20 anos que haviam se estabe-
premacia política de uma cidade-estado sobre a outra. lecido e acumulado posses naquela Cidade-Estado, inde-
b) A Guerra do Peloponeso coroou a superioridade física e pendentemente de sua origem, e que com provassem te-
militar dos espartanos sobre os atenienses, embora, ao fi- rem tempo livre para se dedicar às questões públicas.
nal, tenha aberto caminho ao domínio macedônio. d) patriarcas, líderes de famílias extensas, que estivessem
c) A sociedade ateniense, que tinha características milita- na maturidade e em dia com seus impostos, e aos ex-es-
ristas, privilegiava a educação esportiva, com vistas à pre- cravos ou prisioneiros de guerra, premiados por terem par-
paração para as guerras. ticipado em alguma guerra em defesa de Atenas.
d) A democracia espartana colocava no ostracismo todo ci- e) anciãos (assim considerados os homens com mais de 60
dadão inapto para os esportes e para a guerra, por consi- anos), que por sua riqueza recebiam a denominação de
derá-lo uma ameaça ao sistema democrático. aristocratas e eram eleitos os representantes do povo se-
e) As conquistas de Alexandre Magno sobre o Império Ro- gundo os princípios da democracia ateniense.
mano espalharam a cultura grega no ocidente e, com ela, a
adoração pelos esportes. 68. (FATEC SP/2018) Ernst Gombrich, historiador de
arte, afirmou que uma das principais características
65. (UECE/2019) Com a morte de Alexandre, o Grande, dos templos gregos da Antiguidade eram suas propor-
iniciou-se a fase conhecida como Helenismo. Conside- ções humanas. Em outras palavras, os homens não se
rando os valores e ideais desse período, atente para os sentiam minúsculos em relação a essas imponentes
seguintes itens: construções.
I. favorecimento da unificação entre a cultura superior
e a cultura popular; Essa característica da arquitetura reflete um aspecto
II. reforço dos elos entre o indivíduo e a comunidade, importante da religião grega, já que
repudiando o individualismo; a) os deuses gregos eram considerados infalíveis e repre-
III. destaque para os ideais filosóficos do epicurismo e sentavam um modelo de perfeição a ser seguido pelos hu-
do estoicismo. manos.
b) as divindades gregas, na concepção dos filósofos da
É correto somente o que consta em época, eram a personificação da terra, da água, do fogo e
a) II e III. do ar, os quatro elementos naturais.
b) III. c) os deuses gregos, segundo a tradição oral, escolhiam as
c) I e II. cidades que iriam proteger a partir da apreciação estética
d) I. das construções a eles devotadas.
d) os deuses gregos, embora fossem imortais, apresenta-
66. (ENEM/2019) Quando se trata de competência nas vam características de personalidade que os assemelha-
construções e nas artes, os atenienses acreditam que vam aos humanos, como maldade, egoísmo e fraqueza.
poucos sejam capazes de dar conselhos. Quando, ao e) a legislação determinava que os templos fossem cons-
contrário, se trata de uma deliberação política, toleram truídos a partir das orientações dos oráculos dos deuses,
que qualquer um fale, de outro modo não existiria a ci- que estabeleciam a forma, as dimensões e os materiais
dade. usados na construção.
BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000
(adaptado).
69. (UNICAMP/2018) Os gregos sentiram paixão pelo
humano, por suas capacidades, por sua energia cons-
De acordo com o texto, a atuação política dos cidadãos trutiva. Por isso, inventaram a polis: a comunidade ci-
atenienses na Antiguidade Clássica tinha como carac- dadã em cujo espaço artificial, antropocêntrico, não go-
terística fundamental o(a) verna a necessidade da natureza, nem a vontade dos
a) dedicação altruísta em ações coletivas. deuses, mas a liberdade dos homens, isto é, sua capa-
b) participação direta em fóruns decisórios. cidade de raciocinar, de discutir, de escolher e de des-
c) ativismo humanista em debates públicos. tituir dirigentes, de criar problemas e propor soluções.
d) discurso formalista em espaços acadêmicos. O nome pelo qual hoje conhecemos essa invenção
e) representação igualitária em instâncias parlamentares. grega, a mais revolucionária, politicamente falando,
que já se produziu na história humana, é democracia.
67. (FMABC SP/2018) A concepção de cidadania no (Adaptado de Fernando Savater, Política para
contexto ateniense (séculos VI a.C a IV a.C) e as insti- meu filho. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 77.)
tuições provenientes do legado cultural greco-romano
foram referências importantes para a cultura política Assinale a alternativa correta, considerando o texto
ocidental. A cidadania, em Atenas, era restrita aos acima e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga.
a) indivíduos naturais de Atenas, filhos de pai ateniense, do a) Para os gregos, a cidade era o espaço do exercício da
sexo masculino, proprietários de terras e maiores de 18 liberdade dos homens e da tirania dos deuses.
anos, e que deveriam, ainda, defender a cidade − estado no b) Os gregos inventaram a democracia, que tinha então o
caso de conflitos bélicos. mesmo funcionamento do sistema político vigente atual-
b) homens letrados da elite ateniense, com mais de 21 mente no Brasil.
anos, excluindo-se os estrangeiros ou eupátridas, conside- c) Para os gregos, a liberdade dos homens era exercida na
rados os únicos indivíduos aptos a conduzir o povo, de polis e estava relacionada à capacidade de invenção da po-
acordo com a concepção hierarquizada de democracia da- lítica.
quele tempo. d) A democracia foi uma invenção grega que criou proble-
mas em função do excesso de liberdade dos homens.
23
70. (UNITAU SP/2018) Sobre a Grécia antiga e a polis, é 73. (Mackenzie SP/2020) A expansão da civilização ro-
CORRETO afirmar: mana e a conquista do Mediterrâneo, se por um lado
a) A polis foi criada por um povo superior, homogêneo, com- trouxeram riquezas e poderio à Roma; por outro lado,
posto por guerreiros que, por volta de 2000 a.C., conquista- provocou um conflito entre as antigas instituições polí-
ram a região da Grécia e, do século VIII ao VI, passaram de ticas, frente à nova realidade social e econômica dos
uma sociedade camponesa e guerreira para uma civilização romanos. Isso se deve
centrada na cidade. a) às Guerras Púnicas que resultaram no predomínio marí-
b) No início do século VIII a.C., o mundo grego estava or- timo- mercantil romano sobre o Mediterrâneo, onde Cartago
ganizado politicamente em várias cidades. Cada cidade teve que se render à Roma, porém os cartaginenses não
compreendia várias tribos, estando fragmentada em frátrias aceitaram submeter-se às leis romanas.
(essas, divididas em clãs). A junção dessas cidades tem o b) à inadequação entre a estrutura política republicana e a
nome de polis. expansão do sistema escravista de produção, cuja principal
c) Os gregos espalharam cidades por todo o Mediterrâneo. consequência foi a crise da República Romana e o estabe-
Esses entrepostos comerciais rivalizavam com os grandes lecimento do Império.
mercadores orientais egípcios e persas. c) à expansão externa de Roma que provocou a vinda de
d) A polis era um pequeno Estado soberano que compreen- imensos contingentes de prisioneiros de guerra na condição
dia uma cidade e o campo ao redor, e podia ser definida de escravos, favorecendo os pequenos e médios proprietá-
pelo demos que a compunha, ou seja, pela coletividade rios de terra.
submetida a costumes fundamentais e unida pelo culto co- d) à conquista do Mediterrâneo e à abertura de novos mer-
mum a divindades protetoras. cados à economia romana que prejudicaram fortemente o
e) Os membros da polis acreditavam descender de um an- desenvolvimento da manufatura e dos produtos romanos
cestral comum e se encontravam ligados por estreitos laços frente à concorrência das mercadorias estrangeiras.
de solidariedade, inclusive com os estrangeiros que passa- e) às vitórias advindas após as Guerras Púnicas, que foram
vam a fazer parte desses grupos. responsáveis pelo início de um período de prosperidade
econômica e, consequentemente, paz social e estabilidade
política.
24
75. (PUC SP/2019) “Como, ao tempo 77. (Mackenzie SP/2019) No processo histórico da
em que o Império se enfraquecia, a Re- Roma Antiga, a República, como regime político foi
ligião Cristã se afirmava, os Cristãos substituída pelo Império. Sobre a ordem imperial, é cor-
exprobavam aquela decadência aos pa- reto afirmar que a
gãos, e estes pediam contas dela à Re- a) concentração dos poderes na figura do imperador tran-
ligião Cristã. quilizava a classe dos patrícios e senadores que concorda-
Diziam os Cristãos que Diocleciano perdera o Império vam com esse tipo de regime que, de acordo com eles, se-
associando-se a três colegas, porque cada Imperador ria o único capaz de sufocar a anarquia e as rebeliões de
queria fazer despesas tão grandes e manter exércitos escravos.
tão fortes como se ele fosse único. b) criação do império, obra elaborada pelo Primeiro e Se-
Que, por isso, não sendo proporcional o número dos gundo Triunvirato, expressou o triunfo da vontade dos ge-
que davam ao número dos que recebiam, os encargos nerais, para os quais o regime imperial seria o tipo de go-
se tornaram tão grandes que os agricultores abandona- verno ideal, para controlar a crise social do final da Repú-
ram as terras e elas viraram florestas” blica.
(Montesquieu, Charles de Secondat, Baron de, 1689-1755 – Conside- c) base do império foi sustentada pelo poder dos campone-
rações sobre as causas da grandeza dos romanos e da sua deca-
ses romanos, nos campos, e pela plebe nos centros urba-
dência/Montesquieu; introdução, tradução e notas de Pedro
Vieira Mota. – São Paulo : Saraiva, 1997 – Páginas 304 e 305) nos, principais interessados na existência de uma ordem
que lhes assegurasse o domínio da terra e a permanência
A partir do texto ao lado, pode-se entender que a crise da prática do pão e circo.
do Império Romano decorreu, dentre outros fatores: d) vitória da participação popular no cerne da vida política
a) Da entrada dos chamados “povos bárbaros”, que intensi- marcou, profundamente, o novo regime político, diferente
ficaram trocas comerciais na parte ocidental, levando à de- do que ocorreu tanto no período monárquico, quanto no pe-
sestruturação da vida rural. ríodo republicano.
b) Da ascensão do cristianismo, religião que negava a di- e) crise econômica pelo qual Roma passava nos últimos
vindade do Imperador, e dos altos custos militares, levando anos da República, decorrente das inúmeras derrotas mili-
à inevitável oneração dos tributos sobre os agricultores. tares enfrentadas pelos romanos e os gastos despendidos
c) Da expansão territorial constante, o que levou à substi- para consolidar a conquista do Mediterrâneo, levaram o
tuição de camponeses livres por escravos, causando forte povo a apoiar o novo regime.
êxodo rural.
d) Das trocas culturais com outros povos, o que levou a crí- 78. (UFPR/2019) Leia o trecho abaixo, escrito por Agos-
ticas internas ao poder central, já que permitiu a penetração tinho de Hipona (354-430) em 410, sobre a devastação
de ideais republicanos trazidos pelos “povos bárbaros”. de Roma:
76. (FUVEST/2019) (…) o “arco do triunfo” é um frag- Não, irmãos, não nego o que ocorreu em Roma. Coisas
mento de muro que, embora isolado da muralha, tem a horríveis nos são anunciadas: devastação, incêndios,
forma de uma porta da cidade. (...) Os primeiros exem- rapinas, mortes e tormentos de homens. É verdade. Ou-
plos documentados são estruturas do século II a.C., vimos muitos relatos, gememos e muito choramos por
mas os principais arcos de triunfo são os do Império, tudo isso, não podemos consolar-nos ante tantas des-
como os arcos de Tito, de Sétimo Severo ou de Cons- graças que se abateram sobre a cidade.
(Santo Agostinho. Sermão sobre a de-
tantino, todos no foro romano, e todos de grande beleza
vastação de Roma. Tradução de Jean
pela elegância de suas proporções. Lauand. Disponível em: <http://www.
PEREIRA, J. R. A., Introdução à arqui- hottopos.com/mp5/agostinho 1.htm#_ft-
tetura. Das origens ao século XXI. Porto n2>. Acesso em 11 de agosto de 2018.)
Alegre: Salvaterra, 2010, p. 81.
Considerando os conhecimentos sobre a história do
Dentre os vários aspectos da arquitetura romana, des- Império Romano (27 a.C. – 476 d.C.) e as informações
taca-se a monumentalidade de suas construções. A re- do trecho acima, assinale a alternativa que situa o con-
lação entre o “arco do triunfo” e a História de Roma está texto histórico em que ocorreram os problemas relata-
baseada dos sobre Roma e a sua consequência para o Império,
a) no processo de formação da urbe romana e de edificação entre os séculos IV e V.
de entradas defensivas contra invasões de povos conside- a) Trata-se do contexto das invasões dos povos visigodos,
rados bárbaros. sendo uma das causas do final do Império Romano do Ori-
b) nas celebrações religiosas das divindades romanas vin- ente.
culadas aos ritos de fertilidade e aos seus ancestrais etrus- b) Trata-se do contexto dos saques de povos vândalos,
cos. sendo uma das causas do final do Sacro Império Romano-
c) nas celebrações das vitórias militares romanas que per- Germânico.
mitiram a expansão territorial, a consolidação territorial e o c) Trata-se do contexto das pilhagens de povos ostrogodos,
estabelecimento do sistema escravista. sendo uma das causas do final do Império Bizantino.
d) na edificação de monumentos comemorativos em memó- d) Trata-se do contexto das incorporações de povos vikings,
ria das lutas dos plebeus e do alargamento da cidadania sendo uma das causas do final do Sacro Império Romano
romana. do Oriente.
e) nos registros das perseguições ao cristianismo e da des- e) Trata-se do contexto das invasões de povos bárbaros,
truição de suas edificações monásticas. sendo uma das causas do final do Império Romano do Oci-
dente.
25
79. (PUC RS/2019) Durante o período conhecido como 81. (FAMEMA/2019) O problema das “origens” do feu-
Baixo Império, Roma viveu um processo de enfraqueci- dalismo gerou inúmeras polêmicas sobre o fim do Im-
mento de seu poderio militar e econômico, causado pério Romano no Ocidente (século V) e o surgimento
principalmente pela das instituições feudais. Comumente, aceita-se a tese
a) Guerra Civil, que envolveu patrícios e plebeus, determi- da junção de formas sociais romanas e germânicas
nando a desorganização e a diminuição da produção agrí- que, justapostas, engendrariam as bases da sociedade
cola. feudal.
b) adesão do Imperador Constantino ao cristianismo, pro- Outros historiadores têm procurado ver na própria
vocando a diminuição da força do paganismo, que ainda era crise interna do império, particularmente a partir do sé-
o principal fator de coesão interna do Império. culo III, as causas da decadência romana e sua fragili-
c) fixação das fronteiras, responsável pela diminuição do dade em face dos bárbaros.
afluxo de riquezas, crise de reprodução do escravismo e di- (Francisco C. T. da Silva. Sociedade feudal, 1982. Adaptado.)
minuição da produção agrícola e do comércio.
d) crise do comércio romano através do Mediterrâneo, cau- As origens do sistema feudal podem ser encontradas
sada pela ocupação do Norte da África pelos povos classi- a) no declínio da escravidão no Império Romano, o que ori-
ficados como bárbaros. ginou nova forma de trabalho, e na noção de fidelidade pes-
soal dos germanos.
80. (ETEC SP /2019) b) no fortalecimento da autoridade imperial, que se sobre-
“Todos os caminhos levam a Roma”. pôs ao Senado romano, e na tradição das leis escritas dos
povos germânicos.
c) no fracasso da reforma agrária no Império Romano, o que
intensificou as guerras civis, e na concepção de poder di-
vino dos germanos.
d) na assimilação dos povos dominados, que se tornaram
plenos cidadãos romanos, e na ideia de propriedade pri-
vada dos germanos.
e) na crise dos minifúndios romanos, o que gerou intenso
êxodo rural, e nas relações escravistas típicas das comuni-
dades germânicas.
26
A queda do Império Romano do Ocidente foi provocada, 85. (UNESP/2018)
entre outros fatores,
a) pela fragilização do poder central, que gradualmente per-
deu o controle das províncias que compunham o Império.
b) pelo declínio econômico das colônias asiáticas, que dei-
xaram de fornecer matérias-primas à capital do Império.
c) pela hegemonia econômico-financeira da Igreja, que pas-
sou a combater militarmente os imperadores pagãos.
d) pelo desenvolvimento militar dos impérios macedônio e
persa, que se tornaram rivais de Roma e a derrotaram.
e) pelas invasões dos bárbaros, que saquearam o Império
Romano e, assim, facilitaram sua conquista pelos hunos.
(http://recursostic.educacion.es.)
84. (UFPR/2018) Leia o texto a seguir:
O mapa do Império Romano na época de Augusto (27
Foi a República Romana que primeiro uniu a grande a.C. – 14 d.C.) demonstra
propriedade agrícola com a escravidão em grupos no a) a dificuldade das tropas romanas de avançar sobre terri-
interior em maior escala. O advento da escravidão tórios da África e a concentração dos domínios imperiais no
como um modo de produção organizado inaugurou – continente europeu.
como na Grécia – a fase clássica que distinguia a civili- b) a resistência do Egito e de Cartago, que conseguiram
zação romana, o apogeu de seu poder e de sua cultura. impedir o avanço romano sobre seus territórios.
Mas enquanto na Grécia isso havia coincidido com a c) a conformação do maior império da Antiguidade e a im-
estabilização da pequena agricultura e de um compacto posição do poder romano sobre os chineses e indianos.
corpo de cidadãos, em Roma foi sistematizado por uma d) a iminência de conflitos religiosos, resultantes da tensão
aristocracia urbana a qual já gozava de um domínio so- provocada pela conquista de Jerusalém pelos cristãos.
cial e econômico sobre a cidade. O resultado foi a nova e) a importância do Mar Mediterrâneo para a expansão im-
instituição rural do latifundium escravo extensivo. A perial e para a circulação entre as áreas de hegemonia ro-
mão de obra para as enormes explorações que emer- mana.
giam do século III a.C. em diante era abastecida pela es-
petacular série de campanhas que deu a Roma o poder 86. (PUC SP/2018) Considere os textos abaixo.
sobre o mundo mediterrâneo.
(ANDERSON, Perry. Passagens da “[...] Amúlio expulsa seu irmão e apodera-se do trono.
antiguidade ao feudalismo. São Pa-
ulo: Brasiliense, 1995, p. 58.) Depois deste crime, cometeu outro: ele extermina todos
os filhos varões do irmão e, sob o pretexto de honrar
Tendo como alvo a República Romana, assinale a alter- sua sobrinha Réia Sílvia, colocando-a entre as vestais,
nativa correta. ele tira toda a esperança de se tornar mãe condenando-
a) A desestruturação agrária em Roma, que estabeleceu a à virgindade perpétua.
sistemas de latifúndios, beneficiou os grupos empobreci- Mas acredito que o destino estava encarregado da fun-
dos, uma vez que estes podiam abandonar o campo e se dação de uma cidade tão poderosa: era a ele que cabia
estabelecer em cidades. lançar os alicerces deste vasto império que iguala o dos
b) As guerras constantes ajudaram as classes dominantes deuses. [...]”
Tito Livio – História de Roma, livro I, p.10. - Texto
da Roma republicana a desviar a atenção dos problemas traduzido e adaptado de TITO LÍVIO. Historia de
fundiários derivados do latifundium nos séculos seguintes. Roma desde su fundación. (Ab urbe condita). http:
c) Foi por meio da intervenção dos irmãos Graco que o pro- //historicodigital.com/download/tito%20livio%20i.
blema da reforma agrária foi resolvido no século II, pois os pdf, acesso em 07/11/17
poderes políticos foram transplantados ao senado e, assim,
Roma viu mais um século de paz. “Os romanos foram honrados em quase todas as na-
d) Os tribunos da plebe tiveram um papel importante no pro- ções: impuseram as leis da sua hegemonia a muitos po-
cesso da reforma agrária romana, possibilitando a transfor- vos: hoje, as letras e a história celebram-nos em quase
mação do modo de vida de maneira a permitir que todo pe- todas as raças. Não têm motivo para queixar-se da jus-
queno agricultor transformasse sua propriedade em um Do- tiça do Deus supremo e verdadeiro: eles receberam sua
mus. recompensa...; os judeus, que tinham morto Cristo, fo-
e) O domínio social e econômico das cidades provinha de ram justamente entregues aos romanos, para a glória
delicada relação entre a manutenção de sistemas agrários destes. Aqueles, que pelas suas virtudes, [...] procura-
em que a mão de obra escrava era aproveitada de forma ram e obtiveram a glória terrestre deviam vencer aque-
esporádica e a utilização ocasional de grandes extensões les que, com seus enormes vícios, mataram e recusa-
de terra. ram o dispensador da verdadeira glória e da Cidade
Eterna.”
Santo Agostinho – A Cidade de Deus – Livro
V, cap. XVIII, p. 527. - Texto adaptado: http:
//charlezine.com.br/wp-content/uploads/Cidade
-de-Deus-Agostinho.pdf. Acesso em 07/11/17
27
Os textos foram escritos por cidadãos romanos, em di- c) a escravidão caracterizava as relações de produção em
ferentes épocas, e tratam momentos distintos da histó- Roma e os escravos, em sua inferioridade jurídica, desem-
ria de Roma. No entanto, eles concordam que penhavam uma função produtiva, marcados por um lugar
a) a dominação militar de Roma sobre outros povos não se- social de pobreza, privação e precariedade, estando asso-
ria duradoura. ciados às formas braçais de trabalho e à produção de bens
b) o poder de Roma dependeu da conquista militar e da materiais em uma sociedade altamente hierarquizada.
aceitação das leis. d) a justificativa moral da escravidão sofreu uma intensa
c) a explicação para o imenso poderio romano é de ordem transformação ao longo dos séculos, de tal forma que a pró-
religiosa. pria sociedade romana passou a questioná-la, tornando
d) o crime e os vícios dos fundadores de Roma foram os mais brandas as relações escravistas em meio à transfor-
fundamentos do império. mação do cristianismo em religião oficial do Império, o que
contribuiu para o aprofundamento da crise do escravismo.
87. (ESPM SP/2018) Sobretudo a partir dos Antoninos, e) as relações escravistas caracterizaram os tempos da Re-
crescera a importância dos elementos das províncias pública romana, muito associadas ao poder dos patrícios,
na economia, na administração e no recrutamento mili- pertencentes à aristocracia de grandes proprietários, mas
tar. Assim, em 212 foi estabelecido o Edito de Caracala. entraram em decadência na passagem para o Império, pois
(Rubin Santos Leão de Aquino. História os generais que centralizaram o poder reconheciam na es-
das Sociedades: das comunidades pri-
cravidão um mecanismo de enfraquecimento do exército.
mitivas às sociedades medievais)
28
a) os bárbaros germânicos, que partilharam o território do
Império Romano Ocidental a partir do século V, incorpora-
ram imediatamente a parte essencial desse legado, as leis
escritas, abandonando o direito consuetudinário.
b) a Igreja, sucessora do poder político universalista ro-
mano, entesourou nos mosteiros medievais essa produção
91. (UPE/2018) O Saltério de Chludov, hoje na Rússia, é legislativa e a reutilizou para a criação do direito canônico
um dos mais importantes documentos provenientes do na Alta Idade Média, monopolizando o uso da lei escrita.
Império Bizantino. Essa iluminura, em especial, retrata c) os reis da Baixa Idade Média desenvolveram a atividade
um importante movimento sociopolítico ocorrido nesse legislativa em suas monarquias nascentes a partir dos mo-
Estado, denominado de delos fornecidos pelo direito romano, recuperando as leis
escritas que chegavam até eles em cópias feitas por mon-
ges alto-medievais.
d) a estrutura imperial romana oriental manteve-se mesmo
depois das incursões germânicas do século V, e o impera-
dor Justiniano, no século VI, encomendou a compilação do
direito romano antigo, acrescentando a ele as leis e a juris-
prudência de seu governo.
29
95. (UNIFOR CE/2019) A morte de Maomé gerou um va- Sobre esse período e com o auxílio das informações do
zio político e religioso, durante forte conflito no mundo mapa, é correto afirmar que
islâmico. Como consequência, surgiu uma grande ci- a) durante o domínio do Império Romano do Ocidente, a
são dividindo os islâmicos entre xiitas e sunitas, após expansão árabe facilitou a difusão da língua latina na região
661. norte da África.
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: Sociedade e cidadania. b) os povos árabes conseguiram alcançar regiões além do
oceano Atlântico fazendo uso dos seus conhecimentos car-
Quais são as características que diferenciam sunitas e tográficos.
xiitas? c) durante a Antiguidade, bizantinos, francos e indianos per-
a) Para os xiitas, somente parentes de Maomé poderiam mitiram o avanço dos povos árabes, tanto no continente eu-
liderar os muçulmanos; para os sunitas, quem seguisse os ropeu, quanto no asiático.
ensinamentos de Maomé poderia liderá-los. d) o domínio árabe alcançou cidades como Bizâncio, Poi-
b) Para os xiitas, os omíadas eram os escolhidos de Maomé tiers e Roma, sobre as quais exerce influência cultural, po-
para sucessão; mas, para os sunitas, os líderes deveriam lítica e econômica até o presente.
ser os abássidas, herdeiros diretos de Maomé. e) a expansão árabe levou para a Europa, sobretudo a partir
c) Entre os xiitas, a verdade não estaria em Maomé, mas da Península Ibérica, transformações culturais e inovações
no Alcorão; diferentemente dos sunitas, que seguiam a na Álgebra, na Astronomia, na Medicina entre outras áreas.
Suna, e, por isso, prestavam cega obediência a Maomé.
d) Os xiitas acreditavam que jihad significava guerra san- 98. (UNIFOR CE/2019) Em 2017, pesquisadores das Uni-
grenta contra cristãos; para os sunitas, jihad significaria versidades de Uppsala e Estocolmo, ambas na Suécia,
guerra sangrenta contra judeus nascidos em Jerusalém. refizeram pesquisas com fósseis vikings encontrados
e) Os xiitas acreditavam que Maomé pregava a paz entre há mais de cem anos. Os resultados mostraram que o
religiões; os sunitas acreditavam que Maomé pregava esqueleto, assim como as armas, escudo, peças para
guerra entre religiões não muçulmanas. jogos de guerra e dois cavalos pertenceram a uma mu-
lher, muito viajada, que morrera por volta dos 30 anos
96. (FAMEMA/2018) Ibn al-Khatib, médico e filósofo mu- de idade. Esta descoberta trouxe à luz novas compre-
çulmano de Granada, escreveu sobre a Peste Negra no ensões sobre o papel das mulheres na Suécia do século
século XIV: “A existência do contágio é estabelecida X.
pela experiência, investigação, evidência dos sentidos GALILEU. Mulheres vikings também eram
e relatos dignos de fé. O fenômeno do contágio torna- guerreiras. Disponível em www.revistagali-
se claro para o investigador que verifica como aquele leu.globo. com>. Acesso em 01 Out 2018.
que entra em contato com os enfermos apanha a do-
ença, enquanto o que não está em contato permanece A partir do texto, é possível afirmar, sobre o papel das
são, e como a transmissão se efetua através do vestu- mulheres na Europa medieval, que
ário, vasilhame e atavios.” a) o exemplo acima descreve uma mulher que foi casada
Maria Guadalupe Pedrero-Sánchez. A Península Ibérica entre o Ori-
com um homem de muitas posses, por isso ela foi enterrada
ente e o Ocidente, 2002. Adaptado.
junto aos seus bens, demonstrando que ela era muito im-
Esse comentário sobre a epidemia revela portante.
a) o predomínio de superstições típicas da mentalidade me- b) as mulheres vikings cumpriam funções míticas e religio-
dieval. sas, pois em nome da pureza de seus corpos eram lembra-
b) a oposição entre estudos teóricos e investigação cientí- das como sinônimo de bondade, fé e vitória frente aos ini-
fica. migos.
c) a importância da religião na explicação das causas do c) os registros encontrados são falsos, pois não é possível
fenômeno. dizer quem os colocou naquela cova, podendo ser de um
d) as bases do método científico desenvolvido no mundo homem ou mulher que simplesmente foram jogados ali.
islâmico. d) por meio de novas metodologias de análise, é possível
e) os vínculos entre ciência e fé na realização de experiên- rever a forma como as mulheres são descritas no passado,
cias. tendo papéis importantes e fortes na sociedade medieval.
e) a descoberta mostra que todas as mulheres vikings eram
97. (ETEC SP /2017) Restritos à Península Arábica até a fortes, não tinham trabalhos enfadonhos, podendo ir para
primeira metade do século VII, os árabes chegaram a onde desejassem sem pedir autorização aos seus líderes.
diferentes regiões até o ano de 750 d.C., entrando em
contato com outros povos. Observe o mapa que apre- 99. (UNITAU SP/2016) “Carlos Magno, o primeiro euro-
senta o alcance desse movimento no período citado. peu?
Nos séculos VIII e IX, a dinastia franca dos carolíngios
reúne a maior parte da Cristandade sob seu único do-
mínio: a Gália, a Germânia e a Itália. Será por longo
tempo, mesmo depois de sua separação, o coração da
Europa. O Império Carolíngio foi um fracasso, mas dei-
xou uma herança muito importante para a Europa”.
LE GOFF, Jacques. Uma breve história da Europa. 4 ed. Petrópolis-
RJ: Vozes, 2007, p. 62.
30
a) devido a sua relação com a religião católica e a unifica- Média. Seu autor, o holandês Johan Huizinga, só a con-
ção entre germânicos e cristãos que passaram a conviver siderou completa em sua quinta edição, em 1940, após
pacificamente no território em que hoje é a Europa. várias revisões. Nesta obra, Huizinga faz uma profunda
b) devido a sua liderança política na formação do Império, análise do final da Idade Média e, como ilustra bem o
o que permitiu conter as invasões dos povos não latinos, trecho selecionado,
também chamados de bárbaros, que permaneciam pagãos. a) compara o movimento romântico à valorização da ordem
c) devido a seu elo com as origens e os costumes germâni- burguesa, que surgia durante o chamado Outono da Idade
cos, que deram origem à Europa e consolidaram o território Média.
europeu. b) aponta a Idade Média como uma época exclusivamente
d) porque Carlos Magno foi um rei que conciliou as deman- nobiliárquica, sem outros componentes culturais relevantes.
das de seus súditos e doou o patrimônio de São Pedro. c) entende a Idade Média como uma natural continuidade
e) devido a sua relação com a religião cristã, à medida que da Antiguidade, com predomínio da razão sobre o espiritu-
sua conversão e a subsequente expansão do Império pos- alismo.
sibilitaram a unificação dos cristãos. d) Mostra como a visão romântica foi sendo substituída por
uma percepção mais abrangente da sociedade medieval.
100. (UFPR/2020) Sobre a iluminura abaixo, é INCOR-
RETO afirmar: 102. (PUCCamp SP/2020) Considere as
afirmações a seguir sobre a sociedade
medieval.
31
negociado como mercadoria, diferentemente do traba- rizontal, do tempo, do trabalho e do cálculo, podia mi-
lhador no sistema capitalista, facilmente descartado e nar por dentro o sistema feudal para transformá-lo em
substituído. sistema capitalista. Foi preciso, entretanto, esperar
II. As sociedades existentes antes da Revolução Indus- pela revolução industrial.”
trial eram quase todas de caráter aristocrático e hierar- LE GOFF, Jacques. O Apogeu da
Cidade Medieval. São Paulo,
quizadas. A economia era primordialmente agrícola, em
Martins Fontes, 1992. p.58.
que o comércio ocupava um papel complementar. O ob-
jetivo máximo era suprir as necessidades da sociedade Em relação ao trabalho, a cidade feudal diferia do
como um todo. Com o advento da economia de mer- campo, entre outras razões, por:
cado capitalista, o objetivo era a obtenção do lucro, a) Na cidade feudal, na sua maioria, o capital na forma de
mesmo que fosse necessário transformar a força de tra- máquina estava no domínio da burguesia.
balho em mercadoria. b) Na cidade o trabalho das corporações de ofício era exe-
III. A sociedade capitalista é uma organização social re- cutado pelo trabalhador na condição de escravo.
gida pelas necessidades das leis de mercado, não ape- c) Na cidade feudal, na sua maioria, o trabalho era livre,
nas para satisfazer às necessidades humanas. Nelas os ainda que as cidades sofressem a opressão senhorial.
trabalhadores modernos são livres, pois não estão su- d) Na cidade o trabalho das corporações de ofício era exe-
jeitos à autoridade de um senhor, como antigamente, cutado pelo trabalhador na condição servil.
porém, na economia de mercado atual, os empregados e) A presença do maquinário fabril, nas cidades feudais, era
só têm participação como vendedores de sua força de o diferenciador do trabalho do campo, realizado de forma
trabalho. manual pelo camponês.
Assinale 106. (Mackenzie SP/2019) Leia o documento abaixo:
a) se somente a I estiver correta.
b) se somente a I e a II estiverem corretas. “É permitido a qualquer, sem punição, auxiliar o seu se-
c) se somente a I e a III estiverem corretas. nhor, se alguém o ataca, e obedecer-lhe em todos os
d) se somente a II e a III estiverem corretas. casos legítimos, exceto no roubo, no assassinato e na-
e) se todas estiverem corretas. quelas coisas que não são consentidas a ninguém,
sendo reconhecidas como infames pelas leis. O senhor
104. (FUVEST/2019) Os comentadores do texto sagrado deve proceder da mesma maneira com o conselho e a
(…) reconhecem a submissão da mulher ao homem ajuda; e deve ir em auxilio do seu homem em todas as
como um dos momentos da divisão hierárquica que re- vicissitudes, sem malícia. É permitido a todo o senhor
gula as relações entre Deus, Cristo e a humanidade, en- convocar o seu homem que deve estar à sua direita no
contrando ainda a origem e o fundamento divino da- tribunal; e mesmo que seja residente no mais distante
quela submissão na cena primária da criação de Adão mansus de quem o protege, deverá ir ao pleito se o seu
e Eva e no seu destino antes e depois da queda. senhor o convocar”
CASAGRANDE, C., A mulher sob custódia, in: História das Mulhe-
(Pedrero-Sanchez, M. Guadalupe.
res, Lisboa: Afrontamento, 1993, v. 2, p. 122-123.
História da Idade Média: textos e
testemunhos. São Paulo: Unesp,
O excerto refere-se à apreensão de determinadas pas- 1999, p. 95)
sagens bíblicas pela cristandade medieval, especifica-
mente em relação à condição das mulheres na socie- O trecho acima foi extraído de um documento inglês do
dade feudal. A esse respeito, é correto afirmar: século XI e diz respeito a uma típica relação feudal. A
a) As mulheres originárias da nobreza podiam ingressar nos relação em evidência é a
conventos e ministrar os sacramentos como os homens de a) Vassalagem: relação recíproca entre senhores em que
mesma condição social. fica acordado a proteção por parte do Suserano e o trabalho
b) A culpabilização das mulheres pela expulsão do Paraíso nos campos por parte do Vassalo.
Terrestre servia de justificativa para sua subordinação so- b) Servidão: relação vertical entre senhores e camponeses
cial aos homens. que, uma vez presos à terra, não podem abandonar suas
c) As mulheres medievais eram impedidas do exercício das obrigações nos feudos.
atividades políticas, ao contrário do que acontecera no c) Vassalagem: relação horizontal entre senhores a qual
mundo greco-romano. cria uma teia de alianças políticas e uma maior descentrali-
d) As mulheres medievais eram iletradas e tinham o acesso zação do poder.
à cultura e às artes proibido, devido à sua condição social e d) Servidão: relação entre senhores e servos a qual estabe-
natural. lece um acordo de proteção e ajuda econômica em troca de
e) A submissão das mulheres medievais aos homens es- terras para o plantio.
teve desvinculada de normatizações acerca da sexuali- e) Vassalagem e Servidão: relações equivalentes entre no-
dade. bres e servos em que os vassalos asseguram o trabalho
nas terras senhoriais.
105. (IFBA/2019) “Mas é verdade que a cidade medieval,
por sua lógica econômica fundada mais no dinheiro do
que na terra, por seu sistema de valores no qual, em
face do ideal aristocrático de hierarquia vertical, de du-
ração, de ociosidade e de largueza, impunha a si
mesmo outra concepção, outro ideal de hierarquia ho-
32
107. (UFPR/2019) Leia o trecho abaixo, retirado de A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
uma carta escrita entre 830 e 840 pelo aristocrata de cima para baixo, é
franco Eginhardo, em favor de camponeses: a) V – F – F – F.
b) V – V – F – F.
Ao nosso mui querido amigo, o glorioso conde Hatton, c) F – F – V – V.
Eginhardo, saudação eterna do Senhor. Um dos vossos d) F – V – V – F.
servos, de nome Huno, veio à igreja dos santos márti- e) F – V – V – V.
res Marcelino e Pedro pedir mercê* pela falta que come-
teu contraindo casamento sem o vosso consentimento 109. (ACAFE SC/2019) Em 1054, o Cisma do Oriente ser-
[...]. Vimos, pois, solicitar a vossa bondade para que em viu para acentuar o distanciamento já existente entre
nosso favor useis de indulgência em relação a este ho- Constantinopla e a Igreja da Europa Ocidental. Uma das
mem, se julgais que a sua falta pode ser perdoada. De- principais consequências do Cisma do Oriente foi:
sejo-vos boa saúde com a graça do Senhor. a) a criação do termo “cristãos novos” para designar a po-
(Cartas de Eginhardo. Tradução de Ricar- pulação do Império bizantino que tinha se desfiliado da
do da Costa. Extratos de documentos me-
Igreja Romana.
dievais sobre o campesinato (sécs. V-XV).
Disponível em: <https://www.ricardocosta. b) a Convocação das Cruzadas para invadir e conquistar o
com/extratos-de-documentos-medievais-so- reino de Jerusalém e a formação de um Exército no Império
bre-o-campesinato-secs-v-xv#footnoteref19 Bizantino para apoiar os cruzados que se dirigiam para a
_nuc8key>. Acesso em 11 de agosto de 2018.)
Terra Santa.
c) o início das Guerras Religiosas, que vai determinar o sur-
*pedir mercê = pedir intercessão gimento da Reforma Protestante e acentuar as divisões in-
ternas do cristianismo europeu.
No extrato acima, encontramos elementos da vida so- d) o surgimento da Igreja Ortodoxa, ligada ao Patriarcado
cial e econômica do período medieval europeu (Alta de Constantinopla e a Igreja Católica Apostólica Romana,
Idade Média). Esse documento insere-se em qual sis- dirigida pelo Papa.
tema social, político e econômico predominante nesse
contexto? 110. (ESPM RS/2019) Além de criar o produto necessá-
a) Feudalismo, caracterizado pela ruralização da economia, rio à própria subsistência e à suas famílias, os campo-
pela relação senhorial entre nobres e servos e pela atuação neses eram obrigados a tarefas suplementares para o
social e política da Igreja Católica. Senhor. Eram as obrigações servis.
b) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da econo- (Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das comu-
mia, pela relação senhorial entre nobres e camponeses e nidades primitivas às sociedades medievais)
pela atuação social e política da Igreja Protestante.
c) Socialismo, caracterizado pela ruralização da economia, Banalidades é uma entre as obrigações servis que po-
pela relação remunerada entre nobres e servos e pela atu- deria ser definida como:
ação cultural e política da Igreja Cristã. a) trabalho compulsório de alguns dias por semana na re-
d) Mercantilismo, caracterizado pela urbanização da econo- serva senhorial.
mia, pela relação campesina entre nobres e vassalos e pela b) taxa cobrada por ocasião do casamento do camponês.
atuação social e política da Igreja Ortodoxa. c) imposto de transmissão que recaía sobre as heranças
e) Feudalismo, caracterizado pela urbanização da econo- servis.
mia, pela relação agrária entre o clero e os servos e pela d) taxas pagas pelo camponês pelo uso do forno, do moi-
atuação social e cultural da Igreja Cristã. nho, do lagar do senhor.
e) imposto pago à Igreja utilizado para a manutenção da
108. (UFRGS/2019) Assinale com V (verdadeiro) ou F capela local.
(falso) as afirmações abaixo, a respeito da história do
cristianismo entre os séculos IV e XV. 111.(ETEC SP /2019) Para o homem europeu medieval,
o referencial de todas as coisas era o sagrado, fenô-
( ) O predomínio da Igreja cristã no Ocidente ocorre a meno comum de sociedades muito dependentes da na-
partir da conversão do imperador Constantino em 312, tureza e, portanto, à mercê de forças desconhecidas e
e da imediata proibição imposta a outras religiões con- não controláveis. Isso gerava, compreensivelmente, um
sideradas pagãs. sentimento generalizado de insegurança. Temia-se pelo
( ) A difusão ideológica do cristianismo ocorreu tam- resultado, quase sempre pobre, das colheitas. Temia-
bém graças a obras dos chamados pais da Igreja, como se a presença frequente das epidemias, que não se sa-
o africano Agostinho, bispo de Hipona e autor de Ci- bia combater. Desamparado diante de uma natureza fre-
dade de Deus. quentemente hostil, o indivíduo procurava as origens
( ) A gradual intervenção no estabelecimento de nor- disso, e as possíveis escapatórias, num mundo do
mas a respeito do matrimônio e do modelo familiar con- Além.
tribuiu para o processo de controle social por parte da Franco Júnior, Hilário. A Idade Média, nascimento do Ocidente.
São Paulo: Brasiliense, 2006, p. 139. Adaptado.
Igreja.
( ) A Ordem de Cristo, criada em Portugal no século
XIV, foi uma ordem de caráter religioso e militar institu- De acordo com o autor, é correto afirmar que
ída como prevenção contra a expansão territorial fran- a) o desenvolvimento do sistema de rotação tornava as co-
cesa, realizada pelos cavaleiros templários em nome de lheitas previsíveis e dinamizava as redes comerciais inter-
Filipe IV. continentais, das quais a Europa feudal era o principal cen-
tro produtor.
33
b) a sacralização foi substituída pelos investimentos no de- 114. (Famerp/2019) Enquanto nas cidades o poder ficou
senvolvimento da ciência, vista como meio de solucionar os nas mãos dos bispos, nos campos, concentrou-se na
problemas que afligiam o europeu medieval. dos grandes proprietários. O governo romano perdeu
c) a relação da sociedade medieval com a natureza era pa- força: já não era capaz de cobrar os impostos de ma-
cífica, porque o racionalismo indicava soluções práticas neira eficiente, nem mesmo de pagar os exércitos. Em
para os problemas cotidianos. 476, o último imperador romano foi deposto. Era o fim
d) a sensação de insegurança diante do inesperado fez com do Império Romano e do mundo antigo e o início de
que essas sociedades medievais buscassem a solução no uma nova era, a Idade Média.
sobrenatural. Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.
e) a sociedade medieval, de valores antropocêntricos, viu
na domesticação da natureza a solução para problemas sa- O texto alude à gênese de duas características impor-
nitários. tantes da Idade Média Ocidental:
a) o fim do comércio internacional e o crescimento do repu-
112. (Mackenzie SP/2019) ‘“O que se deve chamar de blicanismo.
feudalismo (modo de produção feudal, sociedade feu- b) a feudalização e o aumento do poder político da Igreja.
dal, sistema feudal etc.) é o conjunto da formação social c) o desaparecimento do poder real e a ruralização.
dominante no Ocidente da Idade Média Central, com d) a supressão dos exércitos nacionais e o avanço do isla-
suas facetas política, econômica, ideológica, institucio- mismo.
nal, social, cultural, religiosa. Em suma, uma totalidade e) o igualitarismo social e a autossuficiência das proprieda-
histórica, da qual o feudo foi apenas um elemento.” des rurais.
Franco Júnior, Hilário. A Idade Média: Nascimento do Ocidente.
115. (FGV/2019) Vivendo num mundo agrícola, em que
Entre os séculos IX e XIII, a Europa ocidental conheceu se percebe cotidianamente como alguns seres preci-
o auge do modo de produção feudal. Sobre o feuda- sam morrer para que outros possam viver, convivendo
lismo, é INCORRETO afirmar que com a constante ameaça da fome, das epidemias e das
a) foi resultado de uma lenta transformação, que teve início guerras, os medievais sentiam a onipresença da morte,
no final do Império Romano, passou pelas invasões germâ- mas isso não os incomodava. Eles tinham dela uma vi-
nicas e começou a estruturar-se após o período carolíngio. são natural, tranquila, diferente da de seus descenden-
b) em sua formação, apresenta tanto raízes romanas (Vilas tes dos séculos seguintes.
e Colonato) como raízes germânicas (Comitatus e Benefi- (Hilário Franco Júnior, A Idade Média, nascimento do Ocidente)
cium).
c) sua sociedade era composta por três camadas fixas, ou Para o homem medieval, a morte
seja, de difícil mobilidade: os sacerdotes, os guerreiros e os a) era o começo da vida eterna, conforme o cristianismo en-
trabalhadores. sinava e, chegado o momento, as pessoas procuravam se
d) a Vassalagem, representada pela relação entre senhores preparar, sendo que a grande tragédia não era morrer, mas
feudais e seus servos, apresenta como principal caracterís- morrer inesperadamente, sem ter se confessado.
tica a fidelidade do vassalo a seu suserano. b) representava a ausência da graça divina e apresentava-
e) os servos não eram trabalhadores livres, mas também se com vigor em momentos de descuido geral com as prá-
não eram escravos. Estavam ligados à terra, não podendo ticas religiosas mais usuais, como no caso dos cultos e dos
ser retirados dela para serem vendidos. sacramentos, especialmente a confissão.
c) mostrava a diferença entre os homens e apontava para a
113. (Univag MT/2019) A fome se limita, salvo exceção, necessidade da acumulação de bens materiais e morais
à categoria dos pobres. Essa discriminação social das como uma garantia para se ter um lugar no paraíso, con-
calamidades que atingem os pobres e poupam os ricos forme a doutrina consolidada na Idade Média ocidental.
é tão normal na Idade Média que todos se surpreendem d) continuava sendo uma presença cotidiana mesmo após
quando sobrevém um flagelo que mata todas as clas- as modificações ocorridas com a Crise do Século XIV, com
ses indistintamente: a peste negra. o notável desenvolvimento da mentalidade coletivista, já
Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval, 2016. que a morte se tornou objeto de culto para todos os ho-
mens.
Justifica-se essa interpretação do historiador pois e) manifestava-se de forma macabra, mórbida e destrutiva
a) os elevados pagamentos devidos pelos camponeses re- e precisava ser antecedida de boas ações, caso das esmo-
duziam sua fonte de sustento, tornando-os mais suscetíveis las e outras formas de caridade, para que os homens tives-
à fome, crônica na Idade Média. sem a certeza de um justo julgamento divino.
b) os progressos da medicina medieval, principalmente no
século XIV, reduziram a mortalidade, amenizando os efeitos
da nova epidemia.
c) os senhores feudais tinham maior resistência às doenças
por viverem sob melhores condições, sendo pouco atingi-
dos pela peste negra.
d) os rendimentos dos camponeses diminuíram na crise de
mão de obra gerada pela peste negra, causando fome ge-
neralizada até entre os senhores.
e) os sacerdotes reforçavam a estratificação social ao con-
siderarem o trabalho manual desonroso, condenando os
servos à miséria na Idade Média.
34
118. (UNICAMP/2020) O surgimento das primeiras uni-
versidades, nos séculos XII e XIII, marca um momento
116. (FATEC SP/2020) Observe o gráfico. capital da história do Ocidente medieval. Em relação à
época anterior, esse momento comportou elementos de
continuidade e de ruptura. Os primeiros devem ser bus-
cados na localização urbana das universidades, no
conteúdo dos ensinamentos, no papel social dos ho-
mens de saber. Já os elementos de ruptura foram inici-
almente de ordem institucional. No âmbito das institui-
ções educativas, este sistema era novo e original. As
comunidades autônomas dos mestres e dos estudan-
tes eram protegidas pelas mais altas autoridades leigas
e religiosas daquele tempo, permitindo tanto progres-
sos no domínio dos métodos intelectuais e em sua di-
fusão como uma inserção mais eficiente das pessoas
de saber na sociedade da época.
(Adaptado de J. Verger, Cultura, ensino e sociedade no ocidente nos
séculos XII e XIII. Bauru: EDUSC, 2001, p.189-190.)
35
Iluminura extraída de La vie de Monseigneur Saint De- “E não [foram às cruzadas] apenas homens da plebe,
nis, glorieux apôtre de France, compilada segundo Hil- mas também reis, duques, marqueses e outros podero-
duin pelo abade Gilles, século XIV (manuscrito 2092, sos deste mundo, acreditando assim que prestavam
f.1). Paris, Biblioteca Nacional da França. serviço a Deus. [...] Porém, as intenções destas várias
pessoas eram diferentes. Algumas, na realidade, ávidas
Em 1300, menos de 20% da população do Ocidente re- de novidades, iam para saber coisas novas sobre as ter-
side em cidades e a maior aglomeração é, de longe, Pa- ras. Outras eram levadas pela pobreza, por estarem em
ris, com... 200 mil habitantes, não mais. situação difícil em sua casa; estes homens foram com-
bater não apenas os inimigos da Cruz de Cristo, mas
Podemos inferir, com base nas afirmações acima, que mesmo os amigos do nome cristão, onde quer que vis-
as cidades medievais: sem a oportunidade de aliviar a sua pobreza”.
a) Surgiram ou se multiplicaram durante o período tradicio- PEDRERO-SANCHEZ, M. G.
Histórias da Idade Média:
nalmente conhecido como “Baixa Idade Média”, resultando
textos e testemunhas. São
da crise do Sistema Feudal europeu e despontando como Paulo: Ed. da Unesp, p. 86.
áreas comerciais e aristocráticas que traduziam um mundo
em transição. Sobre as cruzadas, é CORRETO afirmar:
b) Evidenciaram uma mudança radical do modo de vida feu- a) Diferentes personagens participaram do movimento das
dal, haja vista que se tornaram centros comerciais por ex- cruzadas, mas pode-se afirmar que os nobres iam para as
celência, reduzindo a presença aristocrática num cenário batalhas em busca de riqueza e de terras no Oriente Médio.
preponderantemente urbano. b) O movimento cruzadista é um exemplo das relações en-
c) Eram áreas caracterizadas pela defesa, como percebe- tre nobreza e Igreja, segundo as quais a primeira controlava
mos na imagem, o que explica a exclusividade do comércio, o destino da segunda.
indústria e produção agrícola intramuros. c) A miséria levou diversas pessoas às cruzadas, pois o
d) Eram áreas de extensão do poder feudal, com total poder voto de pobreza e o combate ao inimigo de Cristo eram atos
aristocrático sobre a ascendente burguesia, que natural- de fé.
mente se submetia aos seus senhores, mantendo a política d) As intenções das várias pessoas que iam às cruzadas
de obrigações ou impostos que vinha sendo praticada eram diversas, mas a principal era conhecer coisas novas,
desde o início da “Idade Média”. para fugir da estagnação científica imposta pela Igreja.
e) As cruzadas compõem um movimento complexo, que ar-
120. (UNITAU SP/2019) “Nem todas as cidades medie- ticulou estruturas políticas, religiosas, sociais, culturais e
vais foram cercadas por muralhas; muitas só o foram mentais.
inteiramente após 1340, sob o efeito da Guerra dos Cem
Anos. Ao contrário, numerosas aldeias foram fortifica- 122. (PUC RS/2019) A partir do século XII, houve um
das. E, não obstante, a muralha foi o elemento mais im- crescimento agrícola, comercial e urbano na Europa
portante da realidade física e simbólica das cidades me- Ocidental. A competição entre as cidades das princi-
dievais”. pais rotas comerciais fez com que comerciantes, arte-
LE GOFF, J. O apogeu da cida-
sãos e bispos se aliassem para a construção de gran-
de medieval. São Paulo: Martins
Fontes, 1992, p. 14-15. des catedrais. Estas se sobrepunham às demais cons-
truções urbanas com suas altas torres, pórticos escul-
A partir de seus conhecimentos sobre a Idade Média, e pidos na pedra, arcos ogivais e rosáceas coloridas. O
considerando a leitura do texto, é CORRETO afirmar: novo estilo construtivo estava relacionado a uma nova
a) As muralhas foram instrumentos para a defesa das cida- sensibilidade religiosa, na qual o homem se elevava em
des em meio a um contexto de grandes fluxos populacionais direção a Deus.
e das migrações germânicas, causadas pela descentraliza-
ção do poder imperial. O contexto e a descrição do estilo da época correspon-
b) Nos séculos XIII e XIV, as muralhas tinham finalidades dem à arte
muito distintas no campo e na cidade, servindo, na primeira a) gótica.
realidade, para a proteção, e, na segunda, para a demarca- b) barroca.
ção do espaço e da propriedade burguesa. c) românica.
c) A importância das muralhas para a história medieval é d) renascentista.
simbólica, posto que elas foram elementos presentes nas
estruturas mentais e no imaginário das pessoas que vive- 123. (UFRGS/2019) Assinale a alternativa correta sobre
ram nesse período. a chamada Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre In-
d) O período da Idade Média se estende por cerca de mil glaterra e França.
anos, marcados, principalmente, por inseguranças, instabi- a) O conflito marcou a gradual transformação dos exércitos
lidades e medos que faziam com que as muralhas fossem feudais em forças militares profissionalizadas e iniciou o
um refúgio na Idade das Trevas. lento processo de decadência da aristocracia feudal nos
e) A existência de muralhas não era suficiente para distin- respectivos países.
guir cidades de aldeias, pois havia aldeias e vilas fortifica- b) A guerra foi vencida pela Inglaterra e teve como conse-
das, bem como cidades sem muralhas. quência a eclosão de rebeliões na França que culminaram
com a deposição da dinastia dos Valois do trono francês.
121. (UNITAU SP/2019) Leia o trecho do texto Annales c) O confronto consolidou a transformação da Inglaterra na
Herbipolensis, de autor anônimo, do início do século principal potência econômica do período moderno, por meio
XII: do processo de pacificação interna que se seguiu à guerra.
36
d) A consequência da guerra para os dois países foi a con- d) as mulheres eram obrigadas a pagar impostos, o que in-
solidação de estruturas sociais feudais, tornadas mais for- cluía o dízimo, e os homens, livres de qualquer tributo, con-
tes com o enfraquecimento das monarquias centrais. seguiam acumular mais bens e, ocasionalmente, enrique-
e) A origem do conflito foi a invasão da Inglaterra pela cer.
França e a subsequente instalação de uma dinastia pró- e) os homens dedicavam-se ao comércio, o que incluía des-
França no trono inglês, derrubada ao longo da guerra. locamentos para regiões afastadas de casa, e as mulheres
incumbiam-se do trabalho nas lavouras e, ocasionalmente,
124. (ETEC SP /2019) Os Estados Unidos levaram o ho- na forja de metais.
mem à Lua há quase 50 anos, mas estadunidenses
ainda morrem de uma doença que arrasou a Europa na 126. (IFGO/2019) A partir do final do século XI tornou-se
Idade Média, a chamada peste negra. comum, na Europa Medieval Ocidental, que era a obri-
No final da Idade Média, a doença causou cerca de 50 gação de todos os cristãos combater o Islã. Este é o
milhões de mortes na África, Ásia e Europa. A epidemia contexto em que se desenvolvem as Cruzadas. Sobre
dizimou metade da população europeia. esse movimento, é correto afirmar que:
A bactéria responsável pela doença – Yersinia pestis – a) foi um movimento promovido pelos muçulmanos, que
chegou aos EUA em 1900, por meio de barcos a vapor também era conhecido pelo nome de jihad.
infestados de ratos, um dos tipos de roedores respon- b) as Cruzadas tinham pouca influência religiosa, tratando-
sáveis pela transmissão da doença, de acordo com Da- se de um movimento de caráter político e militar que preten-
niel Epstein, da Organização Mundial da Saúde (OMS). dia ampliar o controle de mais terras por parte dos reinos
<https://tinyurl.com/y8jqf3um> Acesso em: 26.10.2018. Adaptado. cristãos do Ocidente.
c) o combate ao Islã foi um movimento efêmero de forma
A bactéria chegou à Europa medieval que os europeus precisavam dedicar apenas poucos ho-
a) alojada no sangue de cachorros de caça importados pela mens e pouco tempo em tal missão.
casa real britânica, interessada em fomentar novos hábitos d) tratou-se de um movimento de caráter religioso e militar
culturais no nascente Estado-nação. que tinha como objetivo central a retomada da Terra Santa
b) devido aos fenômenos climáticos que, no século XVI, que, naquele momento, estava sob o controle dos muçul-
provocaram o brusco aquecimento do continente e diversas manos.
alterações no regime de chuvas.
c) pela rota do Mar do Norte, onde os navios pesqueiros 127. (UFU/2019) A partir do século XI, observa-se em vá-
portugueses realizavam a caça comercial de baleias infec- rias localidades da Europa Ocidental uma intensifica-
tadas desde o século VII. ção das atividades comerciais. Dentre os fatores que
d) alojada em ratos, instalados nos navios que realizavam explicariam esse “renascimento comercial”, analise as
as viagens de intercâmbio comercial entre o Ocidente e o informações abaixo.
Oriente a partir do século XII.
e) por meio de peregrinos que, da Terra Santa, caminhavam I. Uma forte diminuição demográfica, causada pela cha-
a Santiago de Compostela, na atual Espanha, fugindo da mada peste negra e pelas chamadas invasões bárbaras.
perseguição do Império Romano. II. O aumento do número de cidades e da intensificação
da divisão social do trabalho que ajudou no desenvol-
125. (UNESP/2019) Por muitíssimo tempo escreveu-se a vimento do artesanato.
história sem se preocupar com as mulheres. No século III. O aumento da atividade bancária como atividade
XII assim como hoje, masculino e feminino não andam cada vez mais significativa para expansão do comércio.
um sem o outro. As damas de Guînes e as damas de
Ardres tiveram todas por marido um ás da guerra, se- Em relação a essas informações, assinale a alternativa
nhor de uma fortaleza que seu mais remoto ancestral que apresenta as afirmativas corretas.
havia edificado. a) II e III.
(Georges Duby. Damas do século XII: a lembrança das ancestrais,
b) I e II.
1997. Adaptado.)
c) I e III.
O texto trata de relações desenvolvidas num meio so- d) I, II e III.
cial específico, durante a Idade Média ocidental. Nele,
a) as mulheres passavam a maior parte de seu tempo nas 128. (ENEM/2019) A cidade medieval é, antes de mais
igrejas, o que incluía o trabalho de orientação religiosa, e os nada, uma sociedade da abundância, concentrada num
homens atravessavam as noites em tabernas e restauran- pequeno espaço em meio a vastas regiões pouco povo-
tes. adas. Em seguida, é um lugar de produção e de trocas,
b) os homens controlavam os espaços públicos, o que in- onde se articulam o artesanato e o comércio, sustenta-
cluía as ações militares, e as mulheres, confinadas ao es- dos por uma economia monetária. É também o centro
paço doméstico, eram associadas à maternidade e, ocasio- de um sistema de valores particular, do qual emerge a
nalmente, à santidade. prática laboriosa e criativa do trabalho, o gosto pelo ne-
c) os homens responsabilizavam-se pelos assuntos cultu- gócio e pelo dinheiro, a inclinação para o luxo, o senso
rais, o que incluía a instrução dos filhos, e as mulheres de- da beleza. É ainda um sistema de organização de um
dicavam-se ao preparo das refeições cotidianas e, ocasio- espaço fechado com muralhas, onde se penetra por
nalmente, de banquetes. portas e se caminha por ruas e praças e que é guarne-
cido por torres.
LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente Medie-
val. Bauru: Edusc, 2006.
37
No texto, o espaço descrito se caracteriza pela associ- c) a impossibilidade de juntar dinheiro para a compra da
ação entre a ampliação das atividades urbanas e a terra onde trabalhavam fez com que muitos camponeses se
a) emancipação do poder hegemônico da realeza. revoltassem, porque se colocaram contra os senhores que
b) aceitação das práticas usurárias dos religiosos. aumentaram os impostos e exigiram o pagamento de no-
c) independência da produção alimentar dos campos. vos; algo considerado ilegal.
d) superação do ordenamento corporativo dos ofícios. d) o recrudescimento da servidão decorria de uma nova es-
e) permanência dos elementos arquitetônicos de proteção. trutura econômica presente na Inglaterra, onde as peque-
nas propriedades rurais e os campos comunais perdiam es-
129. (Famerp/2018) “O Ocidente havia conhecido so- paço para os latifúndios produtores de matéria-prima para
mente três modos de acesso ao poder: o nascimento, o a nascente indústria.
mais importante, a riqueza, muito secundário até o sé- e) as insurreições camponesas ocorridas na Inglaterra e
culo XIII salvo na Roma Antiga, o sorteio, de alcance li- parte do Norte da Europa decorreram do rápido processo
mitado entre os cidadãos das cidades gregas da Anti- de dissolução dos laços servis de produção, dirigido por
guidade.” uma nova elite de proprietários rurais, que detinha forte re-
(Jacques Le Goff. Os intelectuais presentação no Parlamento inglês.
na Idade Média, 1985. Adaptado.)
131. (IFRS/2018) Leia o trecho a seguir e, posterior-
O excerto sustenta que o acesso ao poder por meio da mente, assinale a alternativa correta.
riqueza era secundário na Europa Ocidental até o sé-
culo XIII, quando Fugir era o principal recurso que podiam. Os ricos fu-
a) as monarquias nacionais sobrepuseram-se aos direitos giam para suas casas de campo, como os jovens patrí-
da nobreza senhorial sobre os seus feudos. cios de Florença de que fala Boccaccio, que se instala-
b) o esfacelamento do poder imperial romano transferiu as ram num palácio no campo [...]. Os pobres das cidades
funções de defesa militar para os burgueses das cidades. morriam em seus buracos [...]. O fato de serem os po-
c) os reis absolutistas constituíram seus exércitos com re- bres mais duramente atingidos do que os ricos foi ob-
cursos de impostos arrecadados de banqueiros e comerci- servado com clareza na época, tanto no norte quanto
antes. no sul. Um cronista escocês, John de Fordun, afirmou
d) as atividades comerciais e artesanais produziram novos que a peste “ataca em especial os mais humildes e os
grupos sociais no interior das cidades medievais. plebeus – raramente os magnatas”. Simon de Corvino,
e) a fragmentação econômica do continente europeu foi de Montpellier, fez a mesma observação. Atribuiu isso
substituída por um só padrão monetário. à miséria, à necessidade e às dificuldades [...]. Os con-
tatos íntimos e a falta de condições sanitárias era a ou-
130. (FGV/2018) Este documento, do século XIV, encon- tra metade da verdade.
tra-se nos arquivos de Assize, na ilha de Ely, na Ingla- TUCHMAN, Barbara. Um espelho dis-
terra: tante: o terrível século XIV. Rio de Ja-
Adam Clymne foi preso como insurgente e traidor de neiro: José Olympio, 1999. p. 92.
seu juramento e porque traiçoeiramente com outros ce-
lebrou uma insurreição em Ely. Penetrando na casa de O trecho revela, essencialmente
Thomas Somenour onde se apossou de diversos docu- a) os efeitos do crescimento urbano e populacional pelos
mentos e papéis selados. E ainda, que o mesmo Adam quais a Europa Ocidental passava durante a expansão co-
no momento da insurreição, estava andando armado e mercial na Baixa Idade Média e que acabaram contribuindo
oferecendo armas, levando um estandarte, para reunir para a disseminação da peste negra.
insurgentes, ordenando que nenhum homem de qual- b) a crescente diferenciação social entre burguesia e prole-
quer condição, livre ou não, deveria obedecer ao se- tariado nas décadas iniciais da Revolução Industrial, o que
nhor e prestar os serviços habituais, sob pena de de- propiciou o surto de cólera nos bairros operários, nos quais
gola. os números de mortos cresciam pela impossibilidade de
O acima mencionado Adam é culpado de todas as acu- acesso ao tratamento médico.
sações. Pela ordem da justiça, o mesmo Adam foi le- c) os momentos decisivos que puseram fim ao Império Ro-
vado e enforcado. mano do Ocidente com o surto de lepra, após as invasões
(Leo Huberman. História da ri- dos povos bárbaros que culminara com a destituição do úl-
queza do homem, 2008. Adaptado) timo imperador.
d) o resultado dos contatos entre europeus e populações
Considerando o documento, é correto afirmar que, no originárias da América durante período das grandes nave-
século XIV, gações, que produziram uma mortandade destes últimos
a) as violentas revoltas e mortes de camponeses foram pro- por não disporem de anticorpos para resistir aos microrga-
vocadas pelo desespero em não conseguir pagar, em di- nismos vindos do Velho Mundo.
nheiro, aos senhores feudais, as novas taxas e o aumento e) as condições impostas aos indivíduos cativos originários
das já existentes, além da exigência de mais tempo de tra- do continente africano que, transportados em navios de
balho nas reservas senhoriais. carga com destino ao Novo Continente no intuito de servi-
b) as revoltas camponesas aconteceram, tanto na Inglaterra rem de mão de obra escrava, estavam sujeitos a inúmeras
como na França, contra os cercamentos, que empobrece- infecções.
ram os trabalhadores e os obrigaram a deixar a terra pelo
não pagamento do aumento dos aluguéis, o que enriqueceu
ainda mais os senhores da terra.
38
132. (PUC RS/2018) Por trás do ressurgimento da indús- A imagem acima faz referência aos efeitos que a peste
tria e do comércio, que se verificou entre os séculos XI bubônica causou na Europa. Levando em conta seus
e XIII, achava-se um fato de importância econômica fun- conhecimentos sobre o assunto e a análise da imagem,
damental: a imensa ampliação das terras aráveis por é CORRETO afirmar:
toda a Europa e a aplicação de métodos mais adequa- a) A peste atingiu, principalmente, a população pobre das
dos de cultivo. cidades medievais, devido à desnutrição desse grupo so-
(LEWIS, Munford, A Cidade na História. cial.
Ed. Itatiaia Limitada, Belo Horizonte,
b) Na forma bubônica, o vetor da peste é o rato, que vive
1965, vol I, p.336).
sob uma temperatura de 25 a 35 graus e sob uma umidade
Com base no texto, é correto afirmar que relativa do ar de 90% a 95%.
a) a Alta Idade Média caracterizou-se pela reorganização c) As zonas rurais, de população mais esparsa, foram mais
espacial das áreas rurais, aumentando significativamente a poupadas do que as cidades, cujo desenvolvimento popu-
produção de grãos para abastecer a emergente população lacional foi marcante nos séculos anteriores.
urbana. d) O enterro dos mortos, mesmo com a peste ainda se ca-
b) o contexto descrito foi também decorrência da abertura racterizava por um ritual de suma importância, que era indi-
dos portos europeus no mar Mediterrâneo, que ampliou o vidualizado, de modo a valorizar cada alma.
comércio e favoreceu a criação de novos núcleos urbanos. e) O número de mortos dentre a população masculina era
c) as condições climáticas mais severas na porção oeste do superior ao número de mulheres, devido ao excesso de tra-
continente europeu contribuíram, nesse período, para a in- balho dos homens nos campos.
trodução de um sistema de uso intensivo do solo.
d) a presença de uma atividade industrial organizada, asso- 135. (UNITAU SP/2018) “A chamada Guerra dos Cem
ciada à queda da produção de têxteis e ao desenvolvimento Anos opõe, a partir de 1328, os dois reinos mais pode-
comercial, favoreceu a redução das áreas de florestas na rosos do Ocidente [...]. Durante mais de um século, os
região. soberanos ingleses reivindicam a Coroa da França, lan-
çam a partir de suas possessões continentais sérias
133. (PUC RS/2018) A respeito do Renascimento Co- ofensivas, ganhando importantes batalhas”.
BASCHET, J. A civilização feudal:
mercial e Urbano na Europa dos séculos XII e XIII, con- do ano mil à colonização da América.
sidere as afirmações a seguir. São Paulo: Globo, 2006, p. 250.
I. As cidades situavam-se no cruzamento de rotas co- Sobre a Guerra dos Cem Anos, é CORRETO afirmar:
merciais ou à beira de rios, eram cercadas por mura- a) Foi um dos maiores conflitos da Idade Média, envolvendo
lhas, e o crescimento populacional provocava a ocupa- a França e a Inglaterra; está relacionada às questões da
ção de terrenos extramuros. sucessão do trono inglês e ocorreu durante os séculos XIII
II. O processo de expansão urbana estava ligado ao e XIV.
crescimento da produção agrícola e ao fortalecimento b) A Guerra dos Cem Anos testemunha o fato de que os
de rotas comerciais terrestres entre as cidades portuá- conflitos armados, com inovações militares, tornavam-se
rias italianas, as feiras francesas e as cidades da região mais devastadores, afetando populações rurais e urbanas.
de Flandres. c) O início da Guerra dos Cem Anos aconteceu devido à
III. “O ar das cidades torna os homens livres” era um morte do rei francês Carlos IV, que não deixou herdeiros.
ditado do período, referindo-se ao costume de conside- Essa lacuna fez com que o rei Eduardo III, da Inglaterra,
rar livre o servo que trabalhasse por determinado perí- assumisse o reino francês.
odo de tempo no burgo. d) A Guerra dos Cem Anos foi a última guerra feudal e,
IV. A autonomia administrativa e jurídica das cidades desde o seu início, França e Inglaterra contavam com exér-
era conquistada através do pagamento de franquias citos nacionais para servir aos seus reinos, não depen-
aos senhores feudais ou da compra de cartas de privi- dendo exclusivamente da aristocracia feudal.
légios. e) A vitória em muitas batalhas colocou os franceses em
posição vantajosa, e possibilitou a conquista de territórios
Estão corretas as afirmativas continentais e insulares.
a) I e II, apenas.
b) III e IV, apenas. 136. (ENEM/2018) A existência em Jerusalém de um
c) I, II e III apenas. hospital voltado para o alojamento e o cuidado dos pe-
d) I, II, III e IV. regrinos, assim como daqueles entre eles que estavam
cansados ou doentes, fortaleceu o elo entre a obra de
134. (UNITAU SP/2018) assistência e de caridade e a Terra Santa. Ao fazer, em
1113, do Hospital de Jerusalém um estabelecimento
Gilles le Muisit, central da ordem, Pascoal II estimulava a filiação dos
The Plague of
hospitalários do Ocidente a ele, sobretudo daqueles
Tournai. Ms.
13076, fol. 24, que estavam ligados à peregrinação na Terra Santa ou
Bibli- em outro lugar. A militarização do Hospital de Jerusa-
othèque Royale lém não diminuiu a vocação caritativa primitiva, mas a
Albert 1er,
fortaleceu.
Brussels.
DEMURGER, A. Os Cavaleiros
de Cristo. Rio de Janeiro: Jor-
ge Zahar, 2002 (adaptado).
39
O acontecimento descrito vincula-se ao fenômeno oci- A partir do século XII ao XV, na Europa, algumas cate-
dental do(a) drais passaram a ser construídas adotando um novo
a) surgimento do monasticismo guerreiro, ocasionado pelas estilo arquitetônico: o gótico. Ao contrário do estilo ro-
cruzadas. mânico, tais igrejas primavam pela verticalidade, le-
b) descentralização do poder eclesiástico, produzida pelo veza, harmonia dos traços e luminosidade, através dos
feudalismo. vitrais coloridos. O surgimento do estilo gótico está li-
c) alastramento da peste bubônica, provocado pela expan- gado ao
são comercial. a) movimento cruzadístico que, ao tentar retomar Jerusa-
d) afirmação da fraternidade mendicante, estimulada pela lém do domínio mulçumano, permitiu o contato com esse
reforma espiritual. estilo mais decorativo, de características orientais.
e) criação das faculdades de medicina, promovida pelo re- b) fortalecimento do sistema feudal e a necessidade de va-
nascimento urbano. lorização dos feudos por meio de tais construções monu-
mentais, reafirmando o poder do senhor das terras.
137. (PUC RS/2017) Considerando o Renascimento Co- c) advento do trabalho servil, em detrimento do trabalho es-
mercial e Urbano da Europa nos séculos XII e XIII, ana- cravo, o que deve ter estimulado a criatividade dos constru-
lise as sentenças abaixo e preencha os parênteses com tores da época, possibilitando utilizar novas técnicas de
V (verdadeiro) ou F (falso). construção
d) aumento da riqueza e autonomia das cidades, que com-
( ) A Itália, Flandres e a região da Champagne eram os petiam entre si para edificar catedrais mais altas e decora-
principais eixos econômicos da Europa Ocidental no das, sinal de prosperidade do novo núcleo urbano.
período. e) reavivamento da fé e a necessidade dos senhores feu-
( ) Os habitantes das cidades que se dedicavam ao dais demostrarem sua devoção à Igreja Católica e ao movi-
comércio constituíram uma nova classe social – a bur- mento das Cruzadas, financiando novas igrejas a cada vi-
guesia. tória alcançada no Oriente.
( ) A economia urbana começava a se libertar do do-
mínio das corporações de ofício e a estabelecer o livre 139. (UEA AM/2017) A riqueza se cria de modo brutal na
comércio, provocando o fim dos privilégios da nobreza cidade, no século XIII, com os mercadores, os burgue-
e dos monopólios comerciais reais. ses, o comércio. Diante da arrogância dos novos ricos,
( ) As condições de higiene das cidades medievais as novas ordens mendicantes querem dar o exemplo.
melhoraram com a implantação do urbanismo e de ser- Os monges chegam a uma cidade e se estabelecem no
viços de esgoto e água encanada, dificultando a disse- limite, na proximidade de suas portas, onde o terreno é
minação de epidemias. barato. Os mendicantes, dominicanos e franciscanos,
( ) As principais cidades comerciais queriam mostrar modestamente instalados na periferia, perto da mura-
sua riqueza e importância através da construção de lha, tornam-se conhecidos, estimados e poderosos.
grandes catedrais góticas, o que se tornou possível (Jacques Le Goff. Por amor às cidades, 1998. Adaptado.)
pela adoção de novas técnicas de construção.
O historiador descreve uma situação histórica de
O correto preenchimento dos parênteses, de cima para a) fortalecimento da economia feudal e de rebeliões popu-
baixo, é lares contra o domínio dos nobres.
a) V – F – V – F – F b) transformação da sociedade medieval europeia e de mo-
b) V – F – F – V – V dificações nos padrões de atuação da Igreja.
c) V – V – F – F – V c) descontentamento das camadas sociais empobrecidas
d) F – V – F – V – F da cidade e de aliança dos reis com os burgueses.
e) F – V – V – V – F d) ruptura das ordens religiosas com o poder do Papa e de
expansão da doutrina cristã em meio aos servos.
138. (Mackenzie SP/2017) e) democratização das instituições políticas medievais e de
adoção do socialismo pelo cristianismo primitivo.
40
c) os impostos deixavam de ser cobrados à população, em
decorrência das pressões exercidas pelas revoltas campo-
nesas contra as monarquias, abalando assim o padrão de
vida da nobreza.
d) os reis, que detinham amplos poderes durante a Idade
Média, deixaram de ser valorizados e reconhecidos, em vir-
141. (FGV/2018) Aproveitando-se do reforço populacio- tude do questionamento do absolutismo e das pressões
nal e espiritual, os reinos cristãos acentuaram sua ofen- exercidas pelos burgueses nos Parlamentos.
siva contra os domínios muçulmanos. Em 1492, con- e) os camponeses, com a formação dos Estados-nações,
cluía-se a conquista da península, com a incorporação passaram a ser considerados cidadãos, com direito à parti-
de Granada. cipação política, e consumidores com poder de compra, al-
A reconquista representou, para os ibéricos, uma pri- terando por completo a economia rural e a sociedade esta-
meira expansão feudal. Caracterizou-se pela incorpora- mental vigentes.
ção de novas terras, pelo crescimento demográfico,
pelo desenvolvimento das cidades, das atividades mer- 143. (UEG GO/2020) Leia o texto a seguir.
cantis e pela expansão cristã. No entanto, 1492 não se
encerra em Granada. Meses depois, em outubro, Co- Nasce daí o debate: se é melhor ser amado que temido
lombo daria continuidade à conquista material e espiri- ou o inverso. Dizem que o ideal seria viver-se em ambas
tual. Do outro lado do Atlântico. as condições, mas, visto que é difícil acordá-las entre
(Flavio de Campos. Folha de si, muito mais seguro é fazer-se temido que amado,
S. Paulo, 17.10.2000. Adaptado) quando se tem de renunciar a uma das duas.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2008. p. 80.
A Reconquista Ibérica
a) remonta aos meados do século IX, momento no qual os A famosa citação de O Príncipe explica a estratégia de
cristãos ibéricos, refugiados no norte da península, consti- funcionamento das monarquias absolutistas, nas quais
tuíram-se em pequenos reinos independentes e, a despeito o rei
das suas diferenças étnicas e das rivalidades, edificaram a) vale-se da prática de suplícios e execuções públicas,
uma identidade cultural e política, porque objetivavam ven- como enforcamento e decapitações, para reforçar o temor
cer militarmente os muçulmanos. de seus súditos.
b) contrapõe-se ao movimento das Cruzadas porque a luta b) promove a transformação dos servos em soldados por
e as ofensivas contra o poder mulçumano não foram reali- meio de recrutamento compulsório e treinamento militar ri-
zadas como uma conquista militar, mas por meio de lenta e goroso e cruel.
progressiva incorporação de novas terras, obtidas com as c) rompe com a Igreja, uma vez que o exercício do poder
relações de vassalagem, em especial a partir do século XII. não pode ser conciliado com a doutrina de amor universal
c) significou uma recomposição das forças cristãs ociden- dos evangelhos.
tais e parte das orientais, a partir do início do século XIV, d) estimula a perseguição de heréticos, tornando-se, a partir
unificadas pelo Concílio de Trento, que estabeleceu uma da permissão do Papa, o chefe honorário do Tribunal da
nova mística em torno da figura de Jesus Cristo, que passou Santa Inquisição.
a ser tratado como tendo essência divina e não humana. e) permite a livre manifestação da opinião dos intelectuais
d) constitui-se em um processo que tem as suas origens para difundir uma imagem pública ambígua que perpassa
localizadas após a formação das nações ibéricas, Portugal pelo temor e o amor.
e Espanha, em fins do século XIV, porque a expulsão dos
invasores mouros dependia de uma enorme ação militar 144. (IFBA/2019) A Idade Moderna entre
que apenas Estados unificados podiam organizar e arcar os séculos XV e XVIII foi um período de
com os custos. intensas mudanças sociais, políticas,
e) dependeu menos da ação das forças cristãs ibéricas e econômicas, geográficas e culturais en-
muito mais da progressiva fragilização dos domínios mou- tre outras mudanças, entre as quais po-
ros nessa região, condição do califado de Granada, no sé- demos ressaltar:
culo XIII, que foi obrigado a mandar forças militares para a) Na Idade Moderna, em razão do absolutismo dos reis, foi
conter uma série de invasões aos seus domínios no Norte desenvolvida e implantada a cultura da tolerância religiosa,
da África. sobretudo entre católicos e luteranos após 1517.
b) A sociedade de Antigo Regime da Idade Moderna tinha
142. (PUCCamp SP/2020) O Antigo Regime foi conside- como característica a igualdade perante a lei, fruto da Soci-
rado, por alguns historiadores, um período de impor- edade de Corte.
tantes transformações políticas e econômicas, vistas c) A expansão marítima, comercial e militar organizada pe-
como parte da transição do feudalismo para o capita- los países europeus desenvolveu na América uma socie-
lismo, uma vez que dade com base no trabalho livre e na liberdade comercial.
a) o surgimento das cidades, somado às recentes invasões d) A Revolução Industrial, no século XVI, constituiu uma so-
bárbaras, contribuíam para acelerada fragmentação da pro- ciedade dividida entre capital e trabalho.
priedade da terra, até então concentrada nos grandes feu- e) A formação do Estado Moderno constituindo o território
dos. mais ou menos centralizado, como foi o caso de Portugal e
b) a burguesia despontava como força política e econômica, da Espanha.
ameaçando o status, o prestígio junto à Coroa e a estabili-
dade da nobreza no poder.
41
145. (PUCCamp SP/2019) Montaigne, um nobre pensa- 147. (SANTA CASA/2018) Os homens não tiram prazer
dor do século XVI, foi um conservador, mas nada teve algum da companhia uns dos outros (e sim, pelo con-
de rígido ou estrito, muito menos de dogmático. Seu trário, um enorme desprazer), quando não existe um
conservadorismo pode ser visto, sob certos aspectos, poder capaz de manter a todos em respeito. [...]
como o que no século XIX viria a ser chamado de libe- Portanto tudo aquilo que é válido para um tempo de
ralismo. Para ele, o melhor governo seria o que menos guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem,
se faz sentir e assegura a ordem pública sem pôr em o mesmo é válido também para o tempo durante o qual
perigo a vida privada e sem pretender orientar os espí- os homens vivem sem outra segurança senão a que
ritos. Um tal tipo de governo é o que convém a homens lhes pode ser oferecida por sua própria força e sua pró-
esclarecidos, conscientes de seus direitos e deveres e pria invenção. [...]
obedientes às leis da pátria e do príncipe, homens que Portanto não é de admirar que seja necessária alguma
agem não por temor, mas por vontade própria. coisa mais, além de um pacto, para tornar constante e
(Do encarte à edição de Montaigne. duradouro seu acordo: ou seja, um poder comum que
Coleção Os pensadores. São
os mantenha em respeito, e que dirija suas ações no
Paulo: Abril, 1972, p. 223)
sentido do benefício comum.
(Thomas Hobbes. Leviatã, 1983.)
No âmbito das formulações acerca do que seria um
bom governo, a figura do “Príncipe” no século XVI foi Thomas Hobbes (1588-1679) defende, no texto,
teorizada por Nicolau Maquiavel, e fundamentou uma a) a instituição de um poder político soberano, capaz de
nova doutrina política que propunha a conter os homens e permitir a vida em sociedade.
a) separação entre moral e política, valorizando as estraté- b) a submissão plena a um poder religioso, que impeça os
gias racionais para que o Príncipe reforçasse seu poder e, homens de lutarem uns contra os outros.
assim, fortalecesse o Estado. c) a constituição de um pacto social, necessário para que
b) elaboração de discursos messiânicos, salvacionistas, re- os homens retornem à liberdade do estado de natureza.
forçando o poder taumaturgo do rei e a nobreza como eixos d) a guerra social, fundamental para que se eliminem as di-
do Estado. ferenças entre as classes e se construa uma sociedade
c) eleição do Príncipe por assembleias de nobres e plebeus, igualitária.
como forma de popularizar a monarquia. e) a implantação de uma ditadura, que elimine as disputas
d) subordinação do Príncipe aos ideais da cavalaria cristã político-partidárias e suprima a democracia.
da Idade Média, visando sua aprovação pelos pobres e a
expansão da fé. 148. (UEMG/2013) O Absolutismo como forma de go-
e) a derrubada das monarquias por meio da escolha nomi- verno esteve presente na península Ibérica, na França
nal de um chefe de Estado que não estivesse ligado às no- e na Inglaterra, tendo impactado e influenciado as mai-
brezas feudais. ores economias de seu tempo.
146. (PUCCamp SP/2019) Sem dúvida, a construção do Seus pensadores mais conhecidos e suas teorias fo-
enredo regional paulista deu-se, no IHGSP, tendo como ram:
base aspectos seletivos de grave consequência. A a) Nicolau Maquiavel e sua teoria de que o indivíduo estava
identificação dos seus escritores com o passado não subordinado ao Estado; Thomas Hobbes, criador da teoria
comportava a presença negra: sua ciência – literatura do Contrato; Jacques Bossuet e Jean Bodin, que defende-
abria espaço, apenas, ao lendário mundo dos herdeiros ram que o Rei era um representante divino.
da nobreza europeia, de braços dados com os seguido- b) Nicolau Maquiavel e a teoria do Contrato; Thomas
res de Peri-Tibiriçá. Hobbes e a teoria da supremacia do Rei como represen-
(Ferreira, Antonio Celso. A epopeia
bandeirante: letrados, instituições, tante divino; Jacques Bossuet e Jean Bodin, que defende-
invenção histórica (1870-1940). São ram a subordinação do indivíduo ao Estado.
Paulo, Ed. UNESP, 2002, p. 147) c) Maquiavel, Jacques Bossuet e Jean Bodin, cujas teorias
só se diferenciaram na aplicabilidade teológica, bem como
O lugar social da nobreza europeia durante o Antigo Re- Thomas Hobbes, que preconizou o indivíduo como senhor
gime era de seus direitos.
a) compatível com o de classe dominante, exercendo o po- d) Maquiavel e Thomas Hobbes, que conceberam o Con-
der sem sofrer pressão da burguesia e outros grupos soci- trato Social, Jacques Bossuet, que estabeleceu o conceito
ais. de individualismo primordial, e Jean Bodin, que defendeu a
b) isento de uma série de pesadas obrigações tributárias, primazia da esfera governamental.
as quais recaíam fundamentalmente sobre os camponeses.
c) questionado pelo Clero, que apregoava uma sociedade 149. (FM Petrópolis RJ/2020) Em 1514, o rei português
menos desigual desde o fim do feudalismo, após as perdas D. Manuel seguiu com uma grandiosa embaixada rumo
populacionais causadas pelas pestes e guerras. ao Vaticano para encontrar-se com o Papa Leão X.
d) decadente em função da incapacidade das cortes em
conter as rebeliões camponesas que, em toda a Europa, Músicos abriam a segunda parte do desfile, preparando
minaram de forma decisiva os privilégios nobiliárquicos. a multidão para as grandes sensações: um elefante
e) cobiçado pela burguesia, que dispunha de mais riquezas (animal que Roma não via desde os tempos do império
e maior poder político de fato, uma vez que dela provinham romano) coberto por um grande tapete oriental, sobre o
os governantes, com o fim da sociedade estamental. qual repousava um cofre artisticamente trabalhado,
contendo o pontifical que D. Manuel oferecia a Leão X;
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uma onça domesticada, deitada sobre um cavalo da 151. (PUCCamp SP/2020) O Brasil custou a ganhar o pri-
Pérsia; e dois leopardos, carregados em gaiolas doura- meiro papel no teatro da expansão ultramarina de Por-
das. Não fora possível apresentar o rinoceronte, morto tugal. Útil, promissora, mas não essencial, a posse do
durante a viagem (mas depois empalhado), assim como Novo Mundo não foi durante todo o século XVI, e nem
os carregamentos de pimenta malagueta, cravo, canela nos inícios do século seguinte, a principal arma econô-
e gengibre, caras especiarias transportadas em uma mica ou simbólica a sustentar a potência portuguesa.
nau que naufragara. Ainda em 1648, o padre Antônio Vieira escreveu um ar-
AMADO, J. e FIGUEIREDO, L. C. O Brasil no Império Português. razoado a pedido de D. João IV em que aconselhava a
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001, p. 8.
entrega de Pernambuco aos holandeses visando a pre-
servação do Estado da Índia portuguesa, pela ‘pouca
A descrição da comitiva de D. Manuel confirma a con- consideração que tem Pernambuco com tudo isto’, di-
solidação dos domínios portugueses sobre o(a) ante do que se tinha na Ásia: a conversão de ‘tantos
a) comércio da região mediterrânica reinos e impérios regados com o sangue de tantos már-
b) percurso africano para a Ásia tires’ (...)”.
c) exploração do leste asiático (Adaptado de: DORÉ, Andréa. Antes de existir o Brasil: os portugue-
d) tráfico de produtos norte-americanos ses na Índia, entre estratégias da Coroa e táticas individuais. Histó-
e) rota comercial das Antilhas ria (São Paulo), v. 28, n. 1, 2009, p. 169-189)
150. (FUVEST/2020) A representação cartográfica a se- A expansão ultramarina de Portugal deve ser compre-
guir refere‐se à viagem de circunavegação, iniciada em endida no contexto
Sanlúcar de Barrameda, na Andaluzia, em 20 de setem- a) do imperialismo lusitano, uma vez que Portugal tinha pos-
bro de 1519, e comandada pelo português Fernão de sessões na África, na Ásia e no continente americano, con-
Magalhães, a serviço da monarquia da Espanha. A des- tando com a burguesia comercial mais poderosa e influente,
peito da repercussão da viagem para o desenvolvi- política e militarmente, da Europa.
mento dos conhecimentos náuticos e para a exploração b) do mercantilismo, processo histórico de ampliação dos
do Oceano Pacífico, Battista Agnese foi um dos poucos mercados no qual Portugal teve inegável pioneirismo, em
cartógrafos a registrar a empreitada de Magalhães. virtude de sua precoce unificação garantida pela Revolução
de Bragança, que expulsou os muçulmanos da Península
Ibérica.
c) do início do capitalismo comercial, quando surgem potên-
cias marítimas europeias, Portugal e Espanha, cujos reis,
com o apoio das burguesias nacionais, se empenham na
busca pela descoberta de novas rotas e territórios, com vis-
tas à aquisição de metais preciosos e matérias-primas ren-
táveis, como as especiarias.
d) do metalismo, política de extração e acúmulo de ouro pe-
los Estados nacionais recém-constituídos na Europa, os
quais, a exemplo da Inglaterra, investiam esse capital ad-
quirido no desenvolvimento industrial a fim de ampliarem as
exportações e obterem melhores resultados em sua ba-
Battista Agnese, Atlas Portulano, 1545. Biblioteca Digital Mundial. lança comercial.
Disponível em https://www.wdl.org/pt/.
e) da União Ibérica, período em que Portugal e Espanha se
unem por meio de casamentos que asseguram o poder ao
A representação cartográfica de Battista Agnese
Reino de Castela, patrocinando largamente as expedições
a) revelava a permanência das técnicas e sentidos simbóli-
marítimas a partir das técnicas e do conhecimento desen-
cos da cosmografia medieval, que orientaram os navegado-
volvido na Escola de Sagres.
res ibéricos na época da expansão ultramarina.
b) estava vinculada aos dogmas cristãos e procurava con-
152. (UNIRG TO/2020) Leia o texto a seguir.
ciliar o registro da viagem de Fernão de Magalhães com a
perspectiva de Terra Plana ainda presente entre letrados
Os Descobrimentos não estiveram, na sua gênese, re-
cristãos.
lacionados com atividade científica e pedagógica de-
c) estava baseada nos relatos dos navegadores, no acú-
senvolvida pela Universidade em Lisboa, tendo antes
mulo de conhecimentos acerca das rotas marítimas e em
sido consequência do desejo da expansão do comércio
estimativas de distâncias a partir de cálculos matemáticos
e da religião. Só lentamente contribuíram para a moder-
e da planificação do globo terrestre.
nização do ensino universitário.
d) apresentava o Oceano Pacífico em suas reais dimensões RODRIGUES, Isilda Teixeira; FIOLHAIS, Carlos. O ensino da medi-
de acordo com o entendimento de Fernão de Magalhães e cina na Universidade de Coimbra no século XVI. História, Ciências,
de Cristóvão Colombo e em desacordo com as perspectivas Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, abr./jun. 2013, p.
cristãs. 435-456. (Adaptado).
e) estava assentada nos conhecimentos e detalhamentos
geográficos bíblicos e nas formulações cosmológicas de De acordo com o texto, a gênese dos Descobrimentos
Ptolomeu, fundamentais para o sucesso da viagem de Fer- se explica pela
não de Magalhães. a) propagação dos princípios protestantes.
b) decadência do conhecimento teórico.
c) abundância de escolas náuticas.
d) exploração das rotas oceânicas.
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153. (IFMT/2019) A respeito do processo de Expansão ser conhecida em seus portos de origem, em Londres,
Marítimo-Comercial europeia, ocorrida entre os séculos Liverpool, Bristol – na Inglaterra; em Boston, Nova York
XV e XVI, assinale a alternativa INCORRETA: e Filadélfia – nos Estados Unidos.
a) A expansão marítima e a colonização das novas terras (REDIKER, Marcus. O Navio negreiro: uma história huma-
na. São Paulo, 2011, p. 314)
contaram com o apoio e a participação da Igreja Católica.
b) A burguesia mercantil dos países ibéricos ajudou a pa-
trocinar as viagens marítimas. O comércio marítimo, interligando importantes portos
c) Portugal e Espanha foram países pioneiros no processo de vários continentes, foi uma marca fundamental das
de expansão marítima. práticas econômicas que caracterizaram o Mercanti-
d) As viagens pelo Oceano Atlântico só foram possíveis de- lismo. Dentre os princípios e práticas do Mercantilismo,
vido a algumas inovações tecnológicas, como o astrolábio destaca-se
e a bússola. Além disso, desenvolveram-se estudos de car- a) a mínima regulamentação da economia pelo Estado,
tas náuticas e a caravela. uma vez que se incentivava o empreendedorismo e a livre
e) Ao se tornarem colonizadores, os europeus absorveram concorrência comercial.
e expandiram os princípios religiosos e hábitos culturais dos b) o pacto colonial, que compreendia a adoção de medidas
povos americanos. que asseguravam o exclusivismo da exploração das ativi-
dades econômicas da colônia por sua metrópole.
154. (Unicentro PR/2019) São fatores da expansão ma- c) o metalismo, conceito que representava a busca inces-
rítima portuguesa no século XV: sante por metais preciosos, principalmente no Novo Mundo,
a) Fragmentação do poder político, fortalecimento da no- a fim de suprir os desejos de ostentação das burguesias
breza feudal e crescimento das atividades agrícolas. mercantis.
b) Centralização monárquica, apoio da burguesia mercantil d) o superávit da balança comercial, expresso na prevalên-
e ação do Estado. cia das exportações sobre as importações, garantindo capi-
c) Instabilidade política interna, absolutismo e burguesia in- tal suficiente para o investimento no projeto de industrializa-
dustrial crescente. ção de base.
d) Perseguição religiosa, necessidade de povoamento e e) a contenção de gastos públicos, pois se acreditava que
mercantilismo. o Estado deveria resguardar suas riquezas para os conflitos
e) Destino manifesto, estado mínimo e empreendedorismo. militares, cabendo à iniciativa privada ou à Igreja projetos
de conquista e colonização.
155. (UNIFOR CE/2019) Dentro do processo revolucio-
nário inglês, durante a Dinastia Tudor, a política mer- 157. (Unicentro PR/2019) Assinale a alternativa correta
cantilista ajudou a Inglaterra a se transformar em po- sobre as principais características do mercantilismo
tência econômica. Com a indústria têxtil e a produção como política econômica do Estado Absolutista.
de carvão surgiu uma burguesia próspera. a) Balança comercial favorável, bulionismo e sistema colo-
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: nial.
Sociedade e cidadania. Vol. 3. 2016. b) Liberalismo econômico, especulação financeira e ba-
lança comercial deficitária.
A partir da situação desenhada acima, é correto afirmar c) Hegemonia da Igreja, contrarreforma e reforma protes-
que os fluxos populacionais e econômicos do período tante.
resultaram d) Livre comércio, estado mínimo e incentivo ao empreen-
a) no empoderamento da nobreza monopolista e liberal, dedorismo.
que comprou os meios de produção, garantindo forte explo- e) Desemprego estrutural, degradação da natureza e flexi-
ração contra os trabalhadores. bilização das leis trabalhistas.
b) no surgimento do Capitalismo, que se solidificou intensa-
mente no espaço urbano deste período, resultando no sur- 158. (Famerp/2019) A base comum das ideias mercanti-
gimento das primeiras universidades. listas consiste na atuação de dois novos fatores: os Es-
c) na prosperidade da gentry, que não desejava negociar tados modernos nacionais, ou seja, as monarquias ab-
com a pequena nobreza rural, pois praticavam a agricultura solutas, e os efeitos de toda ordem provocados pelas
comercial sem respeitar as leis. grandes navegações e descobrimentos sobre a vida
d) no crescimento econômico, permitindo que os pequenos das sociedades europeias.
e médios proprietários rurais prosperassem, afastando a (Francisco Falcon. Mercantilismo e transição, 1986. Adaptado.)
gentry para longe do poder.
e) em cercamentos, quando a gentry e os yeomen expulsa- Os dois fatores mencionados no texto expressam-se,
ram os camponeses para fora da rota comercial da época, respectivamente,
empobrecendo-os cada vez mais. a) no intervencionismo econômico dos Estados modernos e
no aumento dos metais nobres entesourados.
156. (PUCCamp SP/2019) Em fins da década de 1780, b) na redução significativa do comércio interno europeu e
navios negreiros haviam cruzado o Atlântico aos milha- na colonização da América e da África.
res, transportando milhões de escravos para planta- c) no desenvolvimento de teorias voltadas à defesa do livre
tions do Novo Mundo e ajudando a criar uma nova e pu- comércio e na política de degredo de encarcerados.
jante economia capitalista atlântica. De repente, em d) na difusão das ideias sociais libertárias e no aperfeiçoa-
1788-9, todos eles foram chamados de volta para casa mento dos instrumentos e das técnicas de navegação.
por assim dizer, por abolicionistas, que tomaram cons- e) no controle político burguês dos Estados modernos e no
ciência de que o que se passava nesses navios era mo- surgimento de órgãos regradores do comércio internacio-
ralmente indefensável e que a violência do tráfico devia nal.
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159. (UDESC SC/2018) Leia o texto a seguir: da magia como uma forma legítima de conhecimento do
mundo natural, motivo para proibição do livro.
“Todo poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem c) O processo contra Galileu foi além de uma admoestação,
como ministros de Deus e seus representantes na terra. ordenando que abjurasse da teoria heliocentrista defendida
Consequentemente, o trono real não é o trono de um por Copérnico e não a divulgasse e nem a ensinasse.
homem, mas o trono do próprio Deus. d) Após o Concílio de Trento, os doutores da Igreja procu-
Resulta de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada, e raram estabelecer uma atitude de conciliação e diálogo com
que atacá-lo de qualquer maneira é sacrilégio. (...) os filósofos naturalistas e matemáticos, com a finalidade de
controlar o conhecimento da Natureza.
O poder real é absoluto. O príncipe não precisa dar con- e) O livro de Galileu Galilei foi motivo de escândalo e con-
tas de seus atos a ninguém.” denação, por submeter a teologia à filosofia natural, questi-
(Jaques-Bénigne Bossuet, 1627-1704) onando os dogmas religiosos e a verdade revelada pelas
Escrituras.
Assinale a alternativa que apresenta a forma de go-
verno à qual o trecho se refere. 162. (UNICAMP/2019) Leia o texto a seguir e observe a
a) Democracia representativa figura do Homem Vitruviano.
b) Monarquia constitucional
c) Absolutismo monárquico Ao longo da vida, cada vez mais, Leonardo da Vinci pas-
d) República monarquista sou a perceber que a matemática era a chave para
e) Monarquia populista religiosa transformar suas observações em teorias. Não existe
certeza na ciência em que a matemática não possa ser
160. (ACAFE SC/2017) A formação dos Estados Moder- aplicada, declarou.
nos, o Absolutismo Monárquico e o Mercantilismo ca- (Adaptado de Walter Isaacson,
racterizaram a centralização política em várias partes Leonardo da Vinci. Rio de Ja-
neiro: Intrínseca, 2017, p. 52.)
da Europa, em oposição ao poder político descentrali-
zado do sistema feudal. Assim, é correto afirmar, ex-
ceto:
a) O mercantilismo foi caracterizado pelo controle estatal
da economia e priorizava o domínio de colônias para forne-
cer matérias primas e criar mercados consumidores para a
metrópole.
b) O casamento de Fernando, herdeiro do trono de Aragão,
com Isabel, do trono de Castela, consolidou a formação do
território que corresponde à Espanha.
c) O processo de fortalecimento do poder real atingiu seu
ápice com o absolutismo. O monarca passou a exercer o
controle total sobre o comércio, as manufaturas e sobre a
máquina administrativa.
d) As Guerras da Reconquista, ao expulsarem os muçulma-
nos da Europa, contribuíram decisivamente para a forma-
ção da Monarquia francesa numa aliança com setores da
nobreza. O Homem Vitruviano, Leonardo Da Vinci, 1490.
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163. (UNICAMP/2019) Antes de Copérnico, Kepler e Ga- b) efervescência criativa que marcou o chamado século das
lileu, os cosmólogos elaboravam sistemas que repre- Luzes nas artes e no pensamento europeu, a partir do ques-
sentavam os corpos celestes por meio de esferas en- tionamento de dogmas e da propagação do cientificismo.
caixadas umas nas outras, propostas e desenvolvidas c) proliferação de artistas e intelectuais na Europa, princi-
por Eudoxo e Aristóteles, de modo a distinguir os mun- palmente na Itália, impulsionada pela bonança econômica
dos celeste e terrestre. É nesse contexto, caracterizado propiciada pelo mercantilismo e o mecenato estatal após a
pela tese de que o cosmo é composto de dois mundos unificação do Estado italiano.
distintos (céu e Terra), e pelo axioma platônico, que d) revalorização da arte greco-romana conjugada a ideais
deve ser entendido o conteúdo da carta de Kepler humanistas e ao racionalismo, em contraste com a arte me-
(1604). Ele apresenta uma etapa do processo de rompi- dieval, fortemente influenciada pela religiosidade.
mento com essa distinção e com o axioma platônico. e) propagação do imaginário cristão que tomou conta da
Na carta, Kepler apresenta os procedimentos para obter Europa após um período no qual predominaram o absolu-
as duas primeiras leis dos movimentos planetários. A tismo, a desesperança em relação à humanidade e o ceti-
importância disso é tão grande que a segunda lei apa- cismo nas artes.
rece antes da primeira, e a lei das áreas só se torna ope-
rante numa órbita elíptica, não podendo ser aplicada às 165. (Unicentro PR/2019) O Renascimento, sob influên-
órbitas circulares sem produzir discrepâncias com re- cia da cultura greco-romana, supunha que o ser hu-
lação aos dados observacionais de Tycho Brahe. mano era capaz de um entendimento racional do
(Adaptado de Claudemir Roque Tossato, Os primórdios da primeira mundo. Assinale a alternativa correta para as caracte-
lei dos movimentos planetários na carta de 14 de de-
rísticas que marcaram essa influência.
zembro de 1604 de Kepler a Mästlin. Scientiae Studia, São Paulo, v.
1, n. 2, p. 199-201, jun. 2003.) a) Teocentrismo e medievalismo
b) Idealismo e romantismo
Considerando o contexto histórico descrito e as leis fí- c) Humanismo e racionalismo
sicas apresentadas por Kepler, assinale a alternativa d) Idealismo e teocentrismo
correta. e) Romantismo e racionalismo
a) Copérnico, Kepler e Galileu fazem parte da chamada Re-
volução Científica que rompe com leituras especulativas do 166. (ACAFE SC/2019) Com as transformações socioe-
Universo, baseadas em premissas aristotélicas e tomistas, conômicas iniciadas na Baixa Idade Média europeia,
e propõe análises empiristas do mundo natural. O conceito como por exemplo, o Renascimento Comercial e Ur-
de órbitas circulares para o movimento dos planetas em bano, o movimento denominado Renascimento Cultural
torno do Sol, em que a distância entre o planeta e o Sol cresceu e provocou rupturas e mudanças no universo
permanece constante durante o movimento, foi abando- europeu.
nado por Kepler.
b) A Revolução Científica da época Moderna propõe a rup- Acerca do Renascimento Cultural e Científico, todas as
tura com o ideal divino, sendo, por isso, combatida pela alternativas estão corretas, exceto a alternativa.
Igreja Católica, que defendia a orquestração divina sobre o a) Os mecenas buscavam incentivar o teocentrismo e a in-
mundo humano e natural. O conceito de órbitas circulares tensificação dos valores desenvolvidos pela filosofia esco-
para o movimento dos planetas em torno do Sol, em que a lástica.
distância entre o planeta e o Sol é variável durante o movi- b) O antropocentrismo caracterizou muitas ações renascen-
mento, foi abandonado por Kepler. tistas, o “humano” ocupou o lugar cultural até então vincu-
c) Copérnico, Kepler e Galileu foram perseguidos pela lado ao divino, ao espiritual.
Igreja Católica do período Moderno, por representarem o c) Nicolau Copérnico refutou o geocentrismo, formulando a
questionamento dos ideais medievais sobre a organização Teoria Heliocêntrica.
do céu e da Terra e sobre a onipresença divina. O conceito d) O Renascimento subtraiu da Igreja o monopólio da expli-
de órbitas circulares para o movimento dos planetas em cação dos fenômenos do mundo. O método experimental
torno do Sol, para as quais a distância entre o planeta e o passou a determinar muitos saberes.
Sol é variável durante o movimento, foi abandonado por Ke-
pler. 167. (FUVEST/2018) Tanto no desenvolvimento político
d) A Revolução Científica da época Moderna, incentivada como no científico, o sentimento de funcionamento de-
pela Igreja Católica, propõe a manutenção do antropocen- feituoso, que pode levar à crise, é um pré-requisito para
trismo medieval, associado aos conhecimentos empíricos a revolução.
T. S. Kuhn. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Pers-
para a leitura e representação do mundo natural. O conceito
pectiva, 1989.
de órbitas circulares para o movimento dos planetas em
torno do Sol, para as quais a distância entre o planeta e o Analise as quatro afirmações seguintes, acerca das re-
Sol permanece constante durante o movimento, foi abando- voluções políticas e científicas da Época Moderna.
nado por Kepler. I. A concepção heliocêntrica de Nicolau Copérnico, sus-
tentada na obra Das revoluções das esferas celestes,
164. (PUCCamp SP/2019) O termo “Renascimento Cul- de 1543, reforçava a doutrina católica contra os postu-
tural” foi cunhado para explicar a lados protestantes.
a) retomada da produção artística na Europa, após a Idade II. A Lei da Gravitação Universal, proposta por Isaac
Média, período em que a arte pictórica havia sido abando- Newton no século XVII, reforçava as radicais perspecti-
nada em razão da penúria econômica e de catástrofes pro- vas ateístas que haviam pautado as ações dos grupos
vocadas por epidemias, como a peste negra. revolucionários na Inglaterra à época da Revolução Pu-
ritana.
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III. Às experiências com eletricidade realizadas por Ben- 169. (UNCISAL AL/2020) Observe as imagens a seguir,
jamin Franklin no século XVIII, somou-se sua atuação que circularam no continente europeu no final da dé-
no processo de emancipação política dos Estados Uni- cada de 20 e no início da década de 30 do século XVI.
dos da América.
IV. Os estudos sobre o oxigênio e sobre a conservação
da matéria, feitos por Antoine Lavoisier ao final do sé-
culo XVIII, estavam em consonância com a racionaliza-
ção do conhecimento, característica da Ilustração.
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170. (Unicentro PR/2019) Entre os princípios básicos da c) a partir da reforma luterana, desenvolveram-se, por toda
Reforma Luterana, encontram-se os seguintes: a Europa, igrejas protestantes e/ou reformadas, centraliza-
a) A conduta de comprar indulgências e praticar o celibato das, cujas autoridade e limites se sobrepunham às frontei-
clerical. ras dos Estados Nacionais do período.
b) O clero é o único intermediário entre Deus e os fiéis e d) a salvação era obtida por meio da graça de Deus, mas
são reafirmados os sete sacramentos. também pela participação na eucaristia, momento em que
c) A língua oficial da Reforma Luterana é o latim, tanto para o pão e o vinho se transformavam no corpo de Cristo (tran-
o culto quanto para a Bíblia. substanciação), segundo João Calvino.
d) A salvação é alcançada pela fé e o fiel é capaz de inter-
pretar ele mesmo os textos bíblicos através dessa mesma 173. (UECE/2019) Numere os ideais das reformas religi-
fé. osas que ocorreram no decorrer do século XVI, apre-
e) O pão e o vinho transformam-se em corpo e sangue de sentados abaixo, de acordo com os seguintes repre-
Cristo na Eucaristia. sentantes dos movimentos reformistas:
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175. (UEG GO/2016) Leia o texto a seguir. ra civil, instaurou uma República que durou entre os
O desenvolvimento do racionalismo eco- anos 1649 e 1658.
nômico é parcialmente dependente da téc-
nica e do direito racionais, mas é ao Considera-se como alguns dos principais feitos do pe-
mesmo tempo determinado pela habili- ríodo Cromwell, EXCETO,
dade e disposição do homem em adotar a) a conquista da Irlanda, com a expropriação dos proprie-
certos tipos de conduta racional prática [...]. As forças tários de terra e dos camponeses.
mágicas e religiosas e as ideias éticas de dever nelas b) a vitória dos ideais Levellers (sufrágio, fim dos monopó-
baseadas têm estado sempre, no passado, entre as lios, separação entre Estado e Igreja etc.).
mais importantes influências formativas de conduta. c) a conquista da Escócia, com o intuito de impedir ali o re-
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. estabelecimento da velha ordem.
d) o empreendimento de uma política naval e comercial
Uma das mais conhecidas explicações sobre a origem mais avançada por meio do Ato de Navegação de 1651.
do capitalismo é a do sociólogo alemão Max Weber, que
postula a afinidade entre a ética religiosa e as práticas 178. (UniRV GO/2019 - adaptado) As raízes no mundo
capitalistas. Essa relação se mostra claramente na ética contemporâneo começaram no Reino Unido ao longo
do do século XVII, as Revoluções Inglesas prepararam o
a) Catolicismo romano, que por meio da cobrança de dízi- país para liderar a fase industrial do capitalismo. A In-
mos e vendas de indulgências estimulou a acumulação de glaterra que jamais conseguiu consolidar o regime ab-
capital. solutista acabou por desenvolver um sistema próprio
b) Puritanismo calvinista, que concebe o sucesso econô- com maiores espaços democráticos e isonômicos. So-
mico como indício da predestinação para a salvação. bre as Revoluções Inglesas, assinale V (verdadeiro) ou
c) Luteranismo alemão, que defendia que cada pessoa de- F (falso) para as alternativas.
via seguir a sua vocação profissional para conseguir a sal-
vação. I. Após a formação do Reino Unido da Grã-Bretanha,
d) Anglicanismo britânico, que, ao desestimular as esmolas, com a união dos reinos da Inglaterra e Escócia por
permitiu o incremento da poupança nas famílias burguesas. Jaime I, seu filho Carlos I adotou uma postura autoritá-
e) Catolicismo Ortodoxo, que, ao abrir mão dos luxos nas ria em relação aos parlamentares britânicos. Esse ar-
construções arquitetônicas, canalizou capital para investi- roubo absolutista deu início à Revolução Puritana.
mentos econômicos. II. Após o reinado autoritário de Jaime I, o Parlamento
Britânico, dominado pelos protestantes chamados pu-
176. (ACAFE SC/2017) No ano de 2017 lembra-se os 500 ritanos, tirou proveito da apatia e submissão de Carlos
anos da Reforma Protestante. A publicação das 95 te- I para tomar o poder, impondo uma política antibur-
ses de Martinho Lutero iniciou um confronto entre guesa ao Reino Unido.
Roma e o monge agostiniano. III. Oliver Cromwell assumiu o controle do Parlamento
Britânico que em pouco tempo converteu-se em uma
Considere a Reforma Protestante e seus desdobramen- ditadura. Durante a República Cromwell, medidas como
tos, ocorrida na Europa, e analise as afirmações a se- os Atos de Navegação permitiram mais autonomia eco-
guir. nômica e a ampliação da esquadra britânica, mudanças
essenciais para a projeção da futura potência econô-
I. A ética Calvinista glorificava o trabalho e o lucro e mica britânica.
classificava a riqueza como uma graça divina. IV. A Revolução Gloriosa tem esse nome porque após
ll. Para reforçar o catolicismo na Inglaterra e, com o uma série de conflitos políticos entre grupos religiosos,
apoio do Papa Clemente, Henrique VII fundou a Ordem o Parlamento Britânico estruturou um novo formato po-
Anglicana. lítico que vigoraria no Reino Unido até a atualidade, a
lll. Em sua doutrina, Lutero manteve o celibato e a litur- monarquia parlamentar, na qual o rei reina, mas não go-
gia em latim. verna.
lV. Excomungado pela Igreja Católica, Lutero recebeu a
proteção da nobreza alemã. a) V – V – F – V
b) F – V – F – F
Todas as afirmações corretas estão em: c) V – F – V – V
a) I - II - III d) V – V – V – V
b) II - III - IV e) F – V – V – F
c) I - IV
d) II - III 179. (UNITAU SP/2018) “Não havia direitos humanos na
Grécia. Isso pode soar estranho, até porque Atenas
177. (UFU/2019) As revoluções que abalaram a Ingla- ainda hoje aparece como um momento alto, insupe-
terra no século XVII caracterizaram a superação tanto rado, do regime político democrático. Mas o fato é que
do modo de produção feudal quanto do Antigo Regime a democracia, pelo menos entre os Antigos, não incluía
e de suas instituições. Isso possibilitou o surgimento e o que chamamos direitos humanos, e que são uma in-
o desenvolvimento de uma sociedade burguesa e a fu- venção moderna. A Inglaterra, hoje sinônimo de calma
tura emergência da produção capitalista no país. Um resolução dos conflitos, já se viu tomada por guerras
dos principais nomes desse processo revolucionário civis; e foi por ocasião de uma delas, entre 1640 e 1660,
foi o de Oliver Cromwell que, após um período de guer- que se tornou comum a alusão aos direitos do ‘freeborn
49
englishman’, o inglês nascido livre ou livre por nas- 181. (Fac. Direito de Franca SP/2015) O Ato de Navega-
cença. [...] A Assembléia, seja ela a francesa de 1789 ou ção (1651) de Oliver Cromwell tinha, como um de seus
a da ONU de 1948, apenas declara os direitos, ela não principais objetivos,
os cria. A Constituição brasileira de 1988, tão difamada a) conter os avanços militares franceses no Mar do Norte,
pelos autoritários, segue essa (boa) lição: pela primeira limitando a expansão napoleônica à Europa continental.
vez em nossa história, os direitos humanos precedem b) atender às exigências políticas da aristocracia britânica,
o funcionamento dos poderes de Estado”. impedindo a ascensão política e comercial da burguesia.
RIBEIRO, Renato J. Uma idéia c) obter o controle militar e comercial da rede fluvial euro-
que nasceu há 300 anos. Folha de
peia, facilitando o rápido acesso das naus britânicas à Eu-
São Paulo, 03 de dezembro de 1998.
ropa continental.
O texto acima faz referência à criação dos Direitos Hu- d) ampliar a presença comercial e militar britânica nos ma-
manos, uma das grandes inovações dos revolucioná- res, assegurando maiores ganhos financeiros e melhor po-
rios ingleses no século XVII, que surgem na Moderni- sicionamento estratégico.
dade como direitos naturais, e se relaciona à e) romper a hegemonia árabe na navegação para as Índias,
a) Magna Carta, promulgada na Revolução Puritana, que ampliando sua presença no Oriente Próximo e no Extremo
depôs o Rei Carlos I, que pretendia restaurar a cobrança de Oriente.
impostos navais sobre as cidades costeiras e impor aos
presbiterianos escoceses as regras da igreja anglicana. 182. (Famerp/2016) O período de 1603 a 1714 foi talvez
b) Magna Carta, documento que previa a garantia de plenos o período mais decisivo na história da Inglaterra. […]
direitos aos “homens livres” da Inglaterra, por parte do rei, Jaime I e seu filho [na primeira metade do século XVII]
que não deveria abusar de seu poder para coagi-los. destituíram juízes que atuavam de forma muito inde-
c) Declaração de Direitos, promulgada em 1651, durante a pendente, contrariando desejos da realeza; após 1701,
Revolução Puritana, quando Cromwell eliminou as taxa- os juízes só poderiam ser removidos de suas funções
ções excessivas sobre as mercadorias negociadas com a por meio de notificações de ambas as Casas do Parla-
Inglaterra, e abafou as revoltas internas. mento.
(Christopher S. Hill. O século das revoluções, 1603-1714, 2012.)
d) Declaração de Direitos, da Revolução Gloriosa, quando
o Parlamento inglês, apoiado por comerciantes, financistas O excerto descreve transformações ocorridas na histó-
e proprietários rurais depôs o rei Jaime II, que pretendia res- ria inglesa no sentido
taurar o catolicismo na Inglaterra. a) de extinção da monarquia e de proclamação da república
e) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, docu- parlamentarista.
mento culminante da Revolução Gloriosa, que define os di- b) de fortalecimento do feudalismo e de conquista do parla-
reitos individuais e coletivos dos homens como universais. mento pela nobreza.
c) de ascensão do poder popular e de controle do parla-
180. (UNITAU SP/2017) “Em janeiro de 1649, o rei foi de- mento pelos camponeses.
capitado em frente ao palácio de Whitehall, em Londres. d) de abolição do absolutismo e de reforço do poder do par-
Pouco tempo depois, discursando ao Parlamento, Oli- lamento.
ver Cromwell, justificando as várias medidas revolucio- e) de ampliação dos direitos do Estado e de domínio do par-
nárias, chegou a dizer o seguinte: ‘Quando chegar o lamento pelos juízes.
momento de prestarmos contas a eles (o eleitorado),
poderemos dizer: Oh! Brigamos e pelejamos pela liber- 183. (UDESC SC/2016) “Podemos ser algo simplistas e
dade na Inglaterra’”. dizer que houve duas revoluções na Inglaterra dos me-
HILL, C. O eleito de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 1988,
p. 179. ados do século XVII. Uma, a que venceu, estabeleceu
os sagrados direitos de propriedade (abolição dos títu-
No século XVII, ocorreram duas revoluções na Ingla- los feudais sobre a terra, o fim da taxação arbitrária),
terra: a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa. So- conferiu poder político aos proprietários (soberania do
bre essas revoluções, é CORRETO afirmar: Parlamento e da common law, supressão dos tribunais
a) Embora ambas tenham sido caracterizadas como revo- que funcionavam com base na prerrogativa e removeu
luções burguesas, mantiveram a monarquia como regime tudo que impedia o triunfo da ideologia dos homens
político. com propriedades — ou seja, da ética protestante.
b) Ambas foram, na essência, revoluções burguesas que Houve, porém, outra revolução, que nunca chegou a se
criaram condições políticas essenciais à burguesia, favore- concretizar, embora de tempos em tempos ameaçasse
cendo a eclosão da Revolução Industrial. acontecer. Ela poderia haver estabelecido um sistema
c) Nas duas houve regicídio, abolindo-se, assim, o regime comunal de propriedade e uma democracia muito mais
monarquista e instaurando-se o parlamentarismo. ampla nas instituições legais e políticas; poderia,
d) Ambas promoveram a integração dos partidos, homoge- também, haver retirado da Igreja Anglicana o seu
neizando a atuação da burguesia nos processos revolucio- caráter oficial e repudiado a ética protestante. O objeto
nários e erradicando a disputa política no incipiente regime deste livro está em examinar essa revolta no interior da
parlamentarista. Revolução e a fascinante torrente de ideias radicais que
e) Ambas promoveram a reversão do processo de imple- ela desencadeou.” (Hill, p. 32). Por radicais, o autor en-
mentação do regime parlamentarista, devido à manutenção tende grupos que elaboraram projetos de mudança
da monarquia com vantagens econômicas para os nobres drástica no sistema político, social e religioso da Ingla-
e burgueses. terra.
50
Assinale a opção correta acerca de dois grupos de atu- 187. (FPS PE/2016) A burguesia enfrentou dificuldades
ação na Revolução Inglesa, cujas projetos estão inseri- políticas, mas conseguiu ser hegemônica e derrotar a
dos nessa “outra revolução” protagonizada por movi- nobreza. Suas estratégias tiveram sucesso redefinindo
mentos radicais mencionados por Christopher Hill. a forma de organizar a sociedade da época. Com a che-
a) anglicanos e anabatistas gada da burguesia ao poder, houve:
b) tory e Whigs a) o fim da escravidão e do feudalismo, com a desorganiza-
c) diggers e quakers ção total da nobreza.
d) luteranos e levellers b) a queda do grupos sociais que pregavam a exploração e
e) socialista utópicos e anarquistas desigualdade econômica.
c) a reforma jurídica da sociedade, trazendo mais dina-
184. (UFAM/2015) “O século XVII é decisivo na história mismo aos contratos e aos direitos dos cidadãos.
da Inglaterra. É a época em que a Idade Média chega ao d) a afirmação da ideias iluministas, como a consolidação
fim.” Tais afirmações do historiador Christopher Hill in- da democracia defendida por Rousseau.
dicam um processo revolucionário que levará à conso- e) a expansão da riqueza material com a ocupação das ci-
lidação do sistema capitalista na nação inglesa no sé- dades e a perda crescente da produção agrícola.
culo XVIII. Das alternativas a seguir, apenas uma NÃO
apresenta as condições sociais presentes nesse pro- 188. (UFGD MS/2015) “[...] o velho sistema tradicional,
cesso revolucionário. Assinale-a: embora ineficaz e opressor, era também um sistema de
a) A emergência de uma burguesia urbana, com interesse considerável certeza social e, num nível bastante mise-
nas transformações estruturais que levassem ao lucro. rável, de alguma segurança econômica, para não men-
b) A formação de um proletariado urbano e de uma massa cionarmos que era consagrado pelo costume e pela tra-
camponesa explorada. dição. As fomes periódicas, o peso do trabalho, que fa-
c) A decadência da aristocracia que servia de alicerce ao ziam os homens se tornarem velhos aos 40 anos de
absolutismo monárquico. idade e as mulheres aos 30, eram atos de Deus; só se
d) A emergência de uma pequena e média nobreza rural transformaram em atos pelos quais os homens eram
com uma mentalidade liberal e capitalista em formação. considerados responsáveis em tempos de miséria
e) A presença de uma mentalidade cristã nas camadas mé- anormal ou de revolução”.
dias urbanas, com a finalidade de manter as estruturas co- (HOBSBAWN, Eric J. A era das revoluções. 9 ed. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1994, p. 177)
munais.
185. (UFJF/2015) O processo histórico denominado Re- O texto se refere a um período de transformações na
volução Inglesa ou Revolução Gloriosa teve como Europa do século XVIII, caracterizado:
palco a Inglaterra no período de 1640 a 1688, lançando a) pelas revoluções socialistas organizadas por grupos
as bases da Monarquia Parlamentar Inglesa. Sobre a anarquistas, como os fabianos, ludistas e cartistas.
Revolução Inglesa, assinale a alternativa INCORRETA. b) pela presença dos sindicatos de trabalhadores nos deba-
a) Esse foi um momento marcado pelo fortalecimento do tes que contribuíram para a melhoria das condições de tra-
Parlamento através da Carta de Direitos que limitava o po- balho na indústria têxtil.
der do soberano. c) por ondas revolucionárias conservadoras que defendiam
b) A religião oficial do Estado continuou sendo o Anglica- a fome e o trabalho como condições para a purificação do
nismo, contudo, prevaleceu a liberdade de culto. homem.
c) Ambas as revoluções propunham a centralização do po- d) pelas imediatas conquistas de direitos trabalhistas no
der nas mãos do monarca em detrimento do parlamento. processo de industrialização e de urbanização ocorrido na
d) O Parlamento representava os interesses de uma elite Inglaterra.
relacionada com o comércio a qual conseguiu inúmeras li- e) pelo questionamento à sociedade de ordens do Antigo
berdades. Regime e à influência do clero na política absolutista fran-
e) O sistema parlamentar inglês é um modelo de represen- cesa.
tatividade que influenciou na organização de constituições
em diversos países do Ocidente. 189. (UFU/2019) “A apaixonada crença no progresso
que professava o típico pensador iluminista refletia os
186. (UEA/2016) A Revolução Industrial na Inglaterra, a aumentos visíveis no conhecimento e na técnica, na ri-
Independência dos EUA e a Revolução Francesa, fenô- queza, no bem-estar e na civilização que podia ver em
menos históricos ocorridos na segunda metade do sé- toda a sua volta e que, com certa justiça, atribuía ao
culo XVIII, transformaram profundamente a história da avanço de suas ideias. No começo do século, as bruxas
Europa e da América, à medida que abalaram as bases ainda eram queimadas; no final, os governos do Ilumi-
do Antigo Regime, compostas pelo nismo, como o austríaco, já tinham abolido não só a tor-
a) mercantilismo, colonialismo e absolutismo monárquico. tura judicial, mas também a servidão”
HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro:
b) capitalismo monopolista, imperialismo e parlamenta- Paz e Terra, 1982. p. 38.
rismo.
c) sistema de fábricas, presidencialismo e regime constitu- Considerando-se o Movimento Iluminista, são caracte-
cional. rísticas desse movimento, EXCETO,
d) trabalho operário, pacto federativo e governo republi- a) críticas ao mercantilismo e às instituições centralizadoras
cano. do absolutismo.
e) livre-cambismo, pensamento iluminista e estado demo- b) críticas ao monopólio comercial, pois esse inviabilizaria o
crático. mercado autorregulado.
51
c) críticas ao questionamento, à investigação e à experiên- A expressão analisada no texto tem como fundamento o se-
cia como forma de conhecimento da natureza. guinte princípio iluminista:
d) crença nos direitos naturais (à vida, à liberdade e à pro- a) legítima defesa
priedade privada). b) igualdade jurídica
c) soberania popular
190. (USF SP/2018) Conhecido como o século das Lu- d) liberdade individual
zes ou do Iluminismo, o século XVIII foi marcado por um
movimento do pensamento europeu (ocorrido mais es- 192. (UEFS BA/2018) É do interesse daqueles que pro-
pecificamente na segunda metade do século XVIII) que duzem mercadorias, que a quantidade delas efetiva-
abrangeu o pensamento filosófico e gerou uma grande mente levada a mercado não exceda a procura efetiva;
revolução nas artes (principalmente na literatura), nas e interessa aos compradores que essa quantidade não
ciências, nos costumes, na teoria política e na doutrina seja inferior à procura.
jurídica. O Iluminismo também se distinguiu pela cen- Se num dado momento a produção excede a procura
tralidade da ciência e da racionalidade crítica no ques- efetiva, algumas das partes componentes do preço de-
tionamento filosófico. vem ser pagas abaixo do seu valor natural. Nesse caso,
Disponível em: <https://www.max- a quantidade posta à disposição do mercado diminuirá
well.vrac.puc-rio.br/15543/15543_
até se tornar apenas suficiente para abastecer a pro-
3.pdf>. Acesso em: 12/09/2017.
cura efetiva.
Tomando como base o contexto abordado, podemos Se, pelo contrário, a quantidade levada a mercado for
afirmar corretamente que numa dada ocasião inferior à procura efetiva, seu preço
a) o liberalismo econômico deu ênfase à economia mercan- subirá acima do valor natural. A produção das merca-
tilista, na qual o Estado seria responsável pela regulamen- dorias tenderá a aumentar, forçando uma queda dos
tação de preços e mercados para evitar abusos que preju- preços. Dessa forma, a quantidade posta no mercado
dicariam a população. alcançará rapidamente o valor suficiente para satisfazer
b) a Escola Fisiocrata sustentou a ideia de que existem leis a procura efetiva.
(Adam Smith. Investigação sobre
naturais regendo a sociedade, mas que poderiam ser alte- a natureza e as causas da riqueza
radas pelo bem da humanidade, e, além disso, defendeu das nações, 1974. Adaptado.)
que a indústria e o comércio seriam responsáveis pela ri-
queza de uma nação. O livro de Adam Smith foi publicado em primeira edição
c) as ideias defendidas por John Locke, na obra O contrato em 1776. O texto resume o princípio central da teoria do
social, afirmam que o soberano deve conduzir o Estado de autor sobre produção e circulação de mercadorias, sus-
forma democrática, de acordo com a vontade do povo. tentando que
d) o Despotismo Esclarecido, ligado à associação entre as a) a riqueza de um país resulta dos lucros obtidos no co-
ideias das luzes e o poder absolutista dos reis, foi aplicado mércio com outras nações.
com ênfase em todos os Estados europeus no início do sé- b) os mercados internos dos países devem ser protegidos
culo XVIII, resultando no nascimento de dezenas de monar- em relação à concorrência estrangeira.
quias parlamentaristas. c) a livre concorrência produz associações de empresas
e) o Iluminismo combateu o mercantilismo, o tradiciona- para controlar o mercado.
lismo religioso herdado da Idade Média e a divisão da soci- d) a busca desenfreada por lucro pelos capitalistas é preju-
edade em estamentos. dicial à sociedade.
e) a economia funciona com leis próprias sem a intervenção
191. (UERJ/2018) “Direitos Humanos” é uma daquelas regulatória do Estado.
expressões que, por sua amplitude, tem sido usada de
várias maneiras e a serviço de diversas ideologias. 193. (ENEM/2018) O século XVIII é, por diversas razões,
Cada um que queira definir quais são os direitos, cada um século diferenciado. Razão e experimentação se ali-
qual que queira estabelecer seu padrão do “humano”. avam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho
No Brasil, por exemplo, a mídia relaciona a dita expres- para o estabelecimento do conhecimento científico, por
são quase sempre com a questão policial, atribuindo- tanto tempo almejado. O fato, a análise e a indução pas-
lhe um sentido negativo de estímulo à impunidade. savam a ser parceiros fundamentais da razão. É ainda
Essa imagem, além de reducionista, por desprezar ou- no século XVIII que o homem começa a tomar consci-
tras dimensões como a dos Direitos Econômicos, Soci- ência de sua situação na história.
ais e Culturais (DESCs) e a dos Direitos de Solidarie- ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY,
C. B. História da cidadania. São
dade, é também falsa. No particular da luta contra a tor-
Paulo: Contexto, 2003.
tura, o que se defende não é o “criminoso”, mas a pes-
soa, independentemente de quem seja e de que título No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão fi-
carregue: assassino, estuprador, menor infrator, poli- losófica mencionada no texto tinha como uma de suas
cial, governador… características a
Não se milita pela impunidade, mas pelo respeito às ga- a) aproximação entre inovação e saberes antigos.
rantias mínimas estabelecidas em nossa Constituição, b) conciliação entre revelação e metafísica platônica.
por um sistema prisional mais ressocializador, por uma c) vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.
polícia que transmita menos medo e mais segurança. d) separação entre teologia e fundamentalismo religioso.
Luta-se também contra a impunidade daqueles que se e) contraposição entre clericalismo e liberdade de pensa-
julgam acima da lei. mento.
Adaptado de fundacaomargaridaalves.org.br, 06/09/2006.
52
194. (SANTA CASA/2018) Um medo assombrou a se- cráticas e partidos que se proclamam, todos eles, do-
gunda metade do século XVIII: o espaço escuro, o ante- nos exclusivos da verdade, ou seja, do que é melhor
paro da escuridão que impede a total visibilidade das para todos?
coisas, das pessoas, das verdades. Dissolver os frag- (Francisco J. Calazans Falcon apud Fausto Henrique Gomes No-
gueira e
mentos de noite que se opõem à luz, fazer com que não
Marcos Alexandre Capellari (orgs.). Ser protagonista, 2010.)
haja mais espaço escuro na sociedade, demolir estas
câmaras obscuras onde se fomentam o arbitrário polí- No trecho, o autor avalia que, em termos políticos,
tico, os caprichos da monarquia, as superstições religi- a) o espólio iluminista predominante é a legitimação do
osas, os complôs dos tiranos e dos padres, as ilusões exercício do poder com base em uma verdade revelada
da ignorância, as epidemias. pela religião.
(Michel Foucault. Microfísica do poder, 1988.)
b) a contribuição iluminista essencial é a divisão dos pode-
No pensamento iluminista do século XVIII europeu, a res e a formulação de um contrato social.
“escuridão” mencionada no texto é frequentemente as- c) o patrimônio iluminista mais relevante é a formação de
sociada governos baseados no poder hereditário.
a) às revoltas populares e à defesa da igualdade social. d) o mais importante legado iluminista é a consolidação de
b) ao poder da Igreja e ao absolutismo monárquico. democracias participativas.
c) ao crescimento do banditismo e à decadência da aristo- e) a principal herança iluminista é conservadora e contrária
cracia. à concretização da soberania popular.
d) ao avanço do liberalismo e à crise da produção industrial.
e) à ascensão burguesa e às críticas à Igreja católica. 197. (Inst. Superior de Tecn. Aplicada CE/2017) Em re-
lação ao movimento iluminista que se expandiu na Eu-
195. (UNESP/2017) O alvo dos ataques extremistas é o ropa no século XVIII, é correto afirmar que ele
Iluminismo. E a melhor defesa é o próprio Iluminismo. a) contribuiu para o estabelecimento das primeiras leis de
“Por mais que seus valores estejam sendo atacados proteção ao trabalhador, no processo da Primeira Revolu-
por elementos como os fundamentalistas americanos e ção Industrial.
o islamismo radical, isto é, pela religião organizada, o b) consolidou o Estado democrático, com o estabeleci-
Iluminismo continua sendo a força intelectual e cultural mento de eleições diretas e do sufrágio secreto e universal,
dominante no Ocidente. O Iluminismo continua ofere- pela Revolução Gloriosa.
cendo uma arma contra o fanatismo”. Estas palavras do c) possibilitou a expansão da diplomacia, levando ao desa-
historiador britânico Anthony Pagden chegam em um parecimento dos conflitos armados por disputas territoriais.
momento em que algumas forças insistem em dinami- d) influenciou as revoluções de caráter burguês na França,
tar a herança do Século das Luzes. “O Iluminismo é um contribuindo para a supressão do Antigo Regime.
projeto importante e em incessante evolução. Proporci- e) estabeleceu os princípios socialistas no processo das re-
ona uma imagem de um mundo capaz tanto de alcançar voluções liberais de 1820 e 1830, ampliando dos direitos
certo grau de universalidade quanto de libertar-se das sociais.
restrições do tipo de normas morais oferecidas pelas
comunidades religiosas e suas análogas ideologias lai- 198. (PUCCamp SP/2017) Os enciclopedistas constituí-
cas: o comunismo, o fascismo e, agora, inclusive, o co- ram uma pequena elite de letrados e de técnicos, liga-
munitarismo”, afirma Pagden. dos à vida material como elementos de ponta do pro-
(Winston Manrique Sabogal. “‘O Iluminismo continua oferecendo gresso econômico e também estreitamente vinculados
uma arma contra o fanatismo’”. www.unisinos.br. Adaptado.) ao aparato estatal, o qual se esforçaram por tornar me-
lhor e mais racional. (...) Por toda a parte na Europa das
No texto, o Iluminismo é entendido como Luzes, encontramos esta pretensão e esta vontade [dos
a) um impulso intelectual propagador de ideologias políticas filósofos] de pôr-se à testa e na direção da sociedade.
e religiosas contrárias à hegemonia do Ocidente. (VENTURI, Franco. Utopia e reforma no Iluminismo. Bauru: Edusc,
2003, p. 44, 239-240)
b) um movimento filosófico e intelectual de valorização da
razão, da liberdade e da autonomia, restrito ao século XVIII.
c) uma tendência de pensamento legitimadora do domínio A elite intelectual a que o texto se refere foi responsável
colonialista e imperialista exercido pelas nações europeias. pela organização e publicação do mais importante veí-
d) um projeto intelectual eurocêntrico baseado em imagens culo de divulgação das ideias do Iluminismo, no século
de mundo dotadas de universalidade teológica. XVIII: a Enciclopédia. Essa obra de inspiração raciona-
e) uma experiência intelectual racional e emancipadora, de lista,
origem europeia, porém passível de universalização. a) defendia a teoria de que a economia deveria funcionar
por suas próprias leis e na eliminação da intervenção do
196. (Uni-FaceF SP/2017) No plano político restou-nos Estado sobre os negócios comerciais que entravava as
principalmente a vertente autoritária do Iluminismo, aduanas internas.
sempre distante e hostil à participação popular, tão eli- b) estabelecia a tese segundo a qual as estruturas sociais
tista hoje quanto o eram à sua época os nossos tão fa- eram determinadas pelas circunstâncias ambientais e pela
miliares “déspotas esclarecidos”. De fato, como desig- liberdade como direito incontestável de todos os homens da
nar, na atualidade, senão como manifestações “ilumi- época.
nistas”, as formas iluminadas de que se revestem tan- c) afirmava que a única esperança de garantir os direitos de
tas ditaduras e líderes carismáticos, tantas elites tecno- cada um seria ceder todos esses direitos à comunidade civil
para que a governasse de acordo com as ideias dos filóso-
fos iluministas.
53
d) defendia uma monarquia absolutista moderada por um visse naquela situação e prosseguiria até me destruir;
governo baseado na razão e no ideário político e social vi- pois ninguém pode desejar ter-me em seu poder abso-
gente na época e não mais pelos pressupostos religiosos luto, a não ser para me obrigar à força a algo que vem
divulgados pela Igreja. contra meu direito de liberdade, ou seja, fazer de mim
e) propunha, de maneira geral, a imediata autonomização um escravo. Escapar de tal violência é a única garantia
da Igreja em relação ao Estado e o combate às superstições de minha preservação.
e às diversas manifestações do pensamento dogmático LOCKE, John. Segundo Tratado do Governo Civil. Cap. 3, tópico 17.
[s/p]. Disponível em: <http://www.filosofia.com.br/figuras/livros_in-
eclesiástico.
teiros/133.txt>. Acesso em: 30 out. 2015.
199. (ENEM/2017) Os direitos civis, surgidos na luta Na relação entre Indivíduo e Governo, o Liberalismo de
contra o Absolutismo real, ao se inscreverem nas pri- John Locke, como expresso no texto, estabelece que a
meiras constituições modernas, aparecem como se a) legitimação do poder deva advir do estado de medo.
fossem conquistas definitivas de toda a humanidade. b) subordinação ao poder do governo deva ser limitado.
Por isso, ainda hoje invocamos esses velhos “direitos c) separação dos poderes deva ser a base da igualdade.
naturais” nas batalhas contra os regimes autoritários d) subjugação deva provocar desejos libertários de poder.
que subsistem. e) ação soberana deva resguardar a segurança do cidadão.
QUIRINO, C. G.; MONTES, M. L. Consti-
tuições. São Paulo: Ática, 1992 (adaptado).
202. (UFPR/2020) Estou tentando resgatar o pobre tece-
O conjunto de direitos ao qual o texto se refere inclui lão de malhas, o meeiro luddita, o tecelão do “obsoleto”
a) voto secreto e candidatura em eleições. tear manual, o artesão “utópico” e mesmo o iludido se-
b) moradia digna e vagas em universidade. guidor de Joanna Southcott, dos imensos ares superi-
c) previdência social e saúde de qualidade. ores de condescendência da posteridade. Seus ofícios
d) igualdade jurídica e liberdade de expressão. e tradições podiam estar desaparecendo. Sua hostili-
e) filiação partidária e participação em sindicados. dade frente ao novo industrialismo podia ser retró-
grada. Seus ideais comunitários podiam ser fantasio-
200. (FGV/2016) “O gênero humano é de tal ordem que sos. Suas conspirações insurrecionais podiam ser te-
não pode subsistir, a menos que haja uma grande infi- merárias. Mas eles viveram nesses tempos de aguda
nidade de homens úteis que não possuam nada.” perturbação social, e nós não. Suas aspirações eram
(Dicionário filosófico, verbete Igualdade) válidas nos termos de sua própria experiência.
(E. P. Thompson. A formação da classe operária inglesa.
V.1(4. ed.). São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 13.)
“O comércio, que enriqueceu os cidadãos na Inglaterra,
contribuiu para os tornar livres, e essa liberdade deu
por sua vez maior expansão ao comércio; daí se formou Com base no trecho acima, assinale a alternativa cor-
o poderio do Estado.” reta.
(Cartas inglesas) a) O novo industrialismo substituiu as técnicas tradicionais
de trabalho e os modos de vida dos camponeses, evidenci-
Sobre os trechos de Voltaire, é correto afirmar que o ando o progresso das técnicas da manufatura fabril.
autor b) Os trabalhadores ingleses já estavam agrupados em par-
a) define, com suas ideias, os interesses da burguesia como tidos políticos antes mesmo do surgimento da industrializa-
classe, no século XVIII: o comércio como condição para a ção, demonstrando uma organização que seguia cada ofí-
acumulação de capital, a riqueza como fator de liberdade e cio de trabalho, como o alfaiate, o artesão e o tecelão.
do poder de Estado e a propriedade ligada à desigualdade. c) Os trabalhadores que viveram antes da era da industria-
b) crê, como filósofo iluminista do século XVIII, nas igualda- lização tiveram sua memória utilizada como símbolo de re-
des social e política, pois a filosofia burguesa elabora uma sistência dos movimentos operários posteriores.
doutrina universalista que confunde a causa da burguesia d) A história que a classe operária inglesa contou sobre a
com a de toda a humanidade. industrialização não leva em consideração o crescimento
c) critica a centralização do poder na medida em que ela econômico do período, nem o papel de liderança assumido
breca a liberdade, impedindo o progresso das técnicas e a pelos empresários industriais.
expansão do comércio que geram riqueza, e, ao mesmo e) As hostilidades dos trabalhadores ingleses às novas téc-
tempo, aceita a propriedade como fundamento da igual- nicas industriais informam o modo como os indivíduos fo-
dade. ram afetados pelo surgimento da industrialização.
d) considera que a burguesia não se constitui em uma
classe no século XVIII, e ela precisa do poder do Estado 203. (UNCISAL AL/2020) Revolução Industrial é um
centralizado para garantir a sua riqueza e, nessa medida, termo geral, largamente usado para descrever um con-
aproxima-se da nobreza para obter apoio político. junto de mudanças tecnológicas e organizacionais que
e) defende, como representante da Ilustração, a liberdade foram consideravelmente além daquele que é o aspecto
ligada à ausência da propriedade e elabora princípios uni- mais bem conhecido destas: a invenção de máquinas
versais, com direitos e deveres para todos os homens, o motorizadas.
DAVIES, Norman. Europe: a history.
que faz a igualdade econômica ser o fundamento da socie-
London: Pimlico, 1997, p. 679 (tradução livre).
dade.
Além da “invenção de máquinas motorizadas”, outras
201. (UNCISAL AL/2016) Tenho razão em concluir que inovações técnicas e/ou organizacionais característi-
aquele que me colocasse sob seu poder sem meu con- cas da primeira fase da Revolução Industrial (1760-
sentimento me usaria como lhe aprouvesse quando me 1840) na Europa ocidental foram
54
a) o arado e o moinho hidráulico. 206. (UNIFOR CE/2019) Em meados do século XVIII
b) a automação da produção e a prensa de tipos móveis. ocorreu na Europa, mais especificamente na Inglaterra,
c) o beneficiamento do ferro e o trabalho artesanal domés- um conjunto de inovações tecnológicas que transfor-
tico. maram completamente a relação do ser humano com a
d) o motor de combustão interna e a adição do petróleo à natureza. A partir daquele momento tornou-se possível
matriz energética. a reprodução gigantesca de bens, homens e das pró-
e) a iluminação a gás e a adoção do carvão mineral como prias inovações. O limite a este crescimento hoje é
importante fonte de energia. dado pela própria natureza e as soluções são dadas
pelo progresso tecnológico. A este processo no século
204. (FUVEST/2019) Sob qualquer aspecto, este [a Re- XVIII denominou-se Primeira Revolução Industrial. A
volução Industrial] foi provavelmente o mais importante marca fundamental foi a invenção da máquina a vapor,
acontecimento na história do mundo, pelo menos do tear mecânico, com a indústria têxtil e a indústria do
desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi ini- ferro.
ciado pela Grã-Bretanha. É evidente que isto não foi aci-
dental. Analise as afirmações a seguir sobre as condições tec-
Eric Hobsbawm, A Era das Revo- nológicas, organizacionais e sociais da Primeira Revo-
luções. São Paulo: Paz e Terra,
lução Industrial:
2005. 19ª edição, p. 52.
A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra nos de- I. A Primeira Revolução Industrial caracterizou-se por
cênios finais do século XVIII, ser um processo social mais técnico do que propria-
a) deveu-se ao pioneirismo científico e tecnológico dos bri- mente científico, no qual as oficinas e a praticidade das
tânicos, aliado a uma grande oferta de mão de obra especi- invenções foram determinantes.
alizada e a uma política estatal pacifista e voltada para o II. As transformações sociais foram significativas com
comércio. a evolução da burguesia e de uma classe operária, que
b) originou-se das profundas transformações agrárias ex- desde o início das mudanças participou dos frutos do
pressas pela concentração fundiária, perda da posse da crescimento da produção e da renda.
terra pelo campesinato e formação de uma mão de obra as- III. A Inglaterra, apesar de não ter sido o primeiro país a
salariada. desenvolver uma sociedade plenamente de mercado,
c) vinculou-se à derrocada da aristocracia e à ascensão da tornou-se dominante na Primeira Revolução Industrial.
burguesia, orientada pela política mercantilista e sintetizada Este país tornou-se a “oficina do mundo”.
na filosofia de Adam Smith. IV. Esta nova sociedade do grande enriquecimento e da
d) resultou da supressão de leis protecionistas de inspira- grande transformação necessitou de matérias primas
ção mercantilista e do combate ao tráfico negreiro, com vis- para os primeiros setores, como a lã e a seda; e com-
tas à conquista de mercados externos consumidores. bustíveis como fonte de energia, como o carvão e o pe-
e) decorreu da ampla difusão de um ideário Ilustrado, o qual tróleo.
teria promovido aquilo que o sociólogo alemão Max Weber V. Para consolidar o crescimento da nova sociedade in-
descreve como o “espírito do capitalismo”. dustrial na Inglaterra foram essenciais a existência pré-
via de uma sociedade voltada para o mercado, ricas
205. (Mackenzie SP/2019) A Revolução Industrial, que fontes de matéria prima na Inglaterra e no exterior e um
ocorreu no final do século XVIII, e início do século XIX, domínio internacional dos mercados.
enquanto processo global às sociedades ocidentais,
pode ser caracterizada como sendo É correto apenas o que se alega em:
a) os aperfeiçoamentos da máquina a vapor, aplicados so- a) I, III, V
bretudo na produção têxtil e metalúrgica, que eram superior b) II, IV, V
à força da água, do vento, do animal e do homem. A grande c) I, II, III
mudança é que as ferramentas não somente auxiliam o tra- d) I, IV, V
balho humano mas também o substituem. e) II, III, IV
b) o conjunto de descobertas e a evolução tecnológica em
que as ferramentas, que desde a Pré-História são funda- 207. (IFMT/2019) “Estabelecida na passagem do século
mentais para o trabalho humano, são aperfeiçoadas graças XVIII para o século XIX, a Revolução Industrial repre-
ao uso da força hidráulica e a eólica, nunca antes utilizadas sentou uma profunda alteração social que incidiu sobre
na produção de bens materiais. os tradicionais ritmos da vida coletiva. Encerrou sécu-
c) a utilização e dinamização de outros setores da econo- los de domínio do mundo rural e liberou o potencial pro-
mia, como o têxtil e o metalúrgico, graças à utilização de dutivo das sociedades humanas, permitindo, assim, a
novas fontes de energia, como os derivados do petróleo (di- multiplicação acelerada e ilimitada de homens, merca-
esel e gasolina) e da energia hidráulica. dorias e serviço”.
(Fonte: Campos, F. & Et. Al. Ofi-
d) a reunião de todas as invenções, que desde a Renas- cina de História. Vol.3. 2. Ed. São
cença com a divisão do trabalho nas corporações de ofício Paulo: Leya, 2016. p.16.)
e a utilização de ferramentas na produção de liga de metal,
possibilitaram o surgimento das fábricas. Sobre a Revolução Industrial, é CORRETO afirmar que:
e) o conjunto de medidas, que possibilitaram que o trabalho a) Marcou a transição da manufatura para a maquinofatura.
humano fosse totalmente substituído em todas as fases do b) Significou a permanência de antigas técnicas de produ-
processo produtivo pela força mecânica, graças ao forte in- ção manuais na fabricação de bens.
tervencionismo e ao apoio estatal da Inglaterra.
55
c) Nas fábricas, não era permitido o trabalho feminino e in-
fantil e logo foram estabelecidas leis para preservar o bem-
estar do operariado.
d) Ficou restrita ao território europeu, principalmente na In-
glaterra.
e) A maioria das indústrias foram instaladas na zona rural,
em locais afastados dos centros de consumo. 211. (UNIFICADO RJ/2014) A crise política do Antigo Re-
gime que antecede a Revolução Francesa foi acompa-
208. (UFT/2019) Durante a Revolução Industrial, o cer- nhada de uma crise econômica. A crise da indústria
camento dos campos comuns – processo conhecido francesa, devido, em parte, ao tratado firmado com a In-
como enclousers – aumentou a produtividade agrícola glaterra, em 1786, compõe o conjunto de dificuldades
e daquele momento. Por esse tratado, os ingleses expor-
a) levou à especialização do trabalho camponês, o que aca- tariam tecidos para a França que, por sua vez, exporta-
bou por evitar a emigração para as cidades e a moderniza- ria vinhos para a Inglaterra. A crise econômica francesa
ção do modo de vida rural. se agravou ainda mais em função desse tratado porque
b) levou à industrialização da produção agrícola, processo a) a interferência das condições climáticas sobre a agricul-
conhecido como Revolução Verde, e que foi fundamental tura na França reduziu a sua competitividade econômica
para o posterior desenvolvimento do país. em relação aos agricultores ingleses.
c) transformou profundamente o universo econômico e cul- b) a excessiva cobrança de impostos sobre os vinicultores
tural dos camponeses, que tiveram que se submeter à nova da França provocou uma retração da produção e conse-
ordem nascente, a do sistema capitalista. quente colapso desse setor.
d) potencializou a Reforma Agrária Inglesa, o que acabou c) as indústrias francesas sucumbiram à concorrência, em
por dividir a terra em pequenas propriedades e contribuiu seu mercado interno, da vigorosa indústria têxtil inglesa.
para o fortalecimento do capitalismo no país. d) o ritmo de produção dos vinhos franceses era inferior à
produtividade econômica dos vinicultores ingleses.
209. (Unicentro PR/2019) Para além dos aspectos estri- e) os ingleses descumpriram os termos do tratado, reexpor-
tamente econômicos, a Revolução Industrial represen- tando os vinhos franceses para vários países da Europa.
tou uma mudança social fundamental em outros aspec-
tos da vida dos trabalhadores. Assinale a alternativa 212. (FPS PE/2020) A Revolução Francesa abalou a po-
que contém as novas características do trabalho indus- lítica e provocou mudanças nas relações sociais. Com
trial. a vitória da burguesia, firmou-se o declínio da nobreza
a) Trabalho na agricultura de subsistência com técnicas tra- e a sociedade conseguiu:
dicionais. a) conviver com desigualdades sociais, mas com amplas li-
b) Trabalho familiar e no espaço doméstico, o que permitiu berdades democráticas na construção do sistema eleitoral.
grandes ganhos econômicos para a classe trabalhadora. b) extinguir a nobreza, realizando uma grande reforma
c) Trabalho comunitário através de mutirões e uma menta- agrária que aumentou a produção de algodão.
lidade religiosa. c) garantir direitos que favoreceram a afirmação inicial do
d) Expansão de uma moral hedonista e aristocrática. capitalismo e sua travessia histórica.
e) Proletarização das classes trabalhadoras e submissão d) afirmar a necessidade de garantir a solidariedade sem
do trabalho à disciplina fabril de produção. exploração econômica.
e) fortalecer um modelo político que copiava as ideias de
210. (ENEM/2019) Dificilmente passa-se uma noite sem Rousseau e defendia as críticas de Voltaire ao feudalismo.
que algum sitiante tenha seu celeiro ou sua pilha de ce-
reais destruídos pelo fogo. Vários trabalhadores não di- 213. (ESPM SP/2019) No dia do golpe, 9 de novembro, a
retamente envolvidos nos ataques pareciam apoiá-los, sucessão dos eventos é fulminante. Os episódios têm
como se vê neste depoimento ao The Times: “deixa início já às 5 horas da manhã quando as convocações
queimar, pena que não foi a casa”; “podemos nos aque- para uma reunião urgente, às 7, são expedidas. Às 6,
cer agora”; “nós só queríamos algumas batatas, há um Talleyrand preparava a carta de demissão do diretor
fogo ótimo para cozinhá-las”. Barras; às 7, um magote de oficiais se acotovela nas
HOBSBAWM, E.; RUDÉ, G. Capitão Swing. Rio de Janeiro: Francisco portas da casa de Napoleão, que lhes fala da situação
Alves, 1982 (adaptado).
difícil do país (...) Na cidade, vendem-se por toda parte
panfletos que apresentam Napoleão como o salvador.
A revolta descrita no texto, ocorrida na Inglaterra no sé- (Carlos Guilherme Mota. A Revolução Francesa)
culo XIX, foi uma reação ao seguinte processo socioes-
pacial: O cenário descrito no texto deve ser relacionado com:
a) Restrição da propriedade privada. a) o Período do Terror, durante a Revolução Francesa;
b) Expropriação das terras comunais. b) o Grande Medo, processo de violência desencadeado
c) Imposição da estatização fundiária. por camponeses, durante a Revolução Francesa;
d) Redução da produção monocultora. c) o Golpe do 9 Termidor, quando a alta burguesia reassu-
e) Proibição das atividades artesanais. miu o poder através dos girondinos;
d) a implantação da Monarquia hereditária, quando Napo-
leão se fez proclamar imperador;
e) o Golpe do 18 Brumário, quando a burguesia encontra o
braço forte armado para consolidar os seus interesses.
56
214. (UCB DF/2019) Ao longo do século 18, vários inte- c) “O homem é o lobo do homem”, que alerta para a neces-
lectuais franceses elaboraram um pensamento que sidade de formas substitutas de governo desde a queda da
questionava a sociedade comandada pelos monarcas monarquia (democracia, parlamentarismo ou presidencia-
absolutos e recusavam por completo inúmeras institui- lismo), de modo que os indivíduos respeitem as regras so-
ções que sobreviviam desde os tempos medievais, ciais para a convivência pacífica, daí a importância da Re-
como a servidão. Tinha início a Revolução Francesa. gra da Lei.
VAINFAS, Ronaldo et al. História: d) “Liberdade, igualdade e fraternidade” entre os indivíduos,
o longo século XIX. Vol. 2. São
pois são as bases para qualquer Estado soberano que
Paulo: Saraiva, 2010.
adote o sistema democrático de governo.
A respeito da Revolução Francesa, assinale a alterna-
tiva correta. 217. (Mackenzie SP/2019)
a) Foi o marco inaugural, no mundo ocidental, dos tempos
contemporâneos.
b) Baseou-se na desobediência civil e na resistência pací-
fica dos trabalhadores franceses.
c) Os ideais pregados pela revolução foram sufocados pela
burguesia francesa.
d) Os revolucionários franceses defendiam o Estado Abso-
lutista.
e) O alto clero e a nobreza apoiavam a luta pelo fim dos
privilégios.
57
218. (Unicentro PR/2019) “Para o historiador, todos os 220. (FM Petrópolis RJ/2020) “Viva la Pepa”, gritavam
acontecimentos, mesmo os remotos, têm atualidade e os deputados das Cortes de Cádiz em dezembro de
vida. Mas isso é ainda mais verdadeiro no caso da Re- 1813, comemorando a Constituição Espanhola de 1812.
volução Francesa de 1789, que transformou o modo de As tropas napoleônicas que ocupavam a Espanha ha-
vida até daqueles que pouco souberam ou sabem sobre viam sido derrotadas; José Bonaparte, o rei estran-
ela, até hoje em dia. Não será exagero dizer que ela aju- geiro, foi obrigado a renunciar ao cargo que lhe havia
dou a dar forma ao mundo ocidental contemporâneo, sido concedido pelo irmão. Os representantes da As-
moldando as instituições e os ideais que nos animam e sembleia de Cádiz ainda não sabiam que sua Constitui-
que consideramos universais.” ção, ratificada em 19 de março de 1812, seria abolida
GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. por Fernando 7º. Bourbon, restituído, contava com o
apoio do Congresso de Viena e dos espanhóis, os quais
Sobre a Revolução Francesa é correto afirmar. o apelidaram de O Desejado.
a) A Revolução Francesa ocorreu em meio a uma crise eco- MANAUT, Luna Bolívar. Invasão da Espanha pelos franceses infl ue-
nômica e foi produto de revoltas de burgueses, campone- nciou independências na América Latina. Portal DW. Disponível em:
<https://www.dw.com/pt-br/invas%C3%A3o-da-espanha-pelos-fran-
ses e trabalhadores urbanos.
ceses-influenciou-independ%C3% Aancias-na-am%C3%A9rica-la-
b) A Revolução Francesa é considerada a primeira Revolu- tina/a-5272750>. Acesso em: 10 de jul. 2019. Adaptado.
ção Comunista, pois, até hoje, esse sistema molda as insti-
tuições no mundo ocidental. As oposições entre o movimento de Cádiz e o Con-
c) Foi uma revolução comandada por Napoleão Bonaparte gresso de Viena, conforme o texto descreve, estão sin-
que, influenciado pelo Iluminismo, organizou um golpe de tetizadas pelo antagonismo entre
estado contra Luiz XVI. a) capitalismo e socialismo
d) A Revolução Francesa foi um movimento caracterizado b) anarquismo e imperialismo
pelo terror, organizado pelo revolucionário Robespierre, em c) medievalismo e renascimento
apoio ao absolutismo de Luiz XVI. d) liberalismo e absolutismo
e) Trata-se de uma revolução burguesa, inspirada no Ilumi- e) colonialismo e bonapartismo
nismo e comandada por Robespierre, na qual o Czar Nico-
lau II foi executado na guilhotina. 221. (UERJ/2019)
58
222. (PUCCamp SP/2019) A ascensão ao governo da 225. (FPS PE/2017) Por meio das suas ações militares
França e a queda de Napoleão Bonaparte foram marca- e políticas, Napoleão tornou-se uma figura histórica e
das, respectivamente, polêmica no mundo ocidental, pois:
a) pelo golpe de estado conhecido como 18 de brumário, e a) assumiu o poder de forma democrática, devido à imensa
pelas sucessivas derrotas do exército napoleônico para os popularidade que detinha entre a burguesia.
ingleses e seus aliados. b) valorizava exacerbadamente o militarismo, o que o impe-
b) pelo início do período ditatorial conhecido como Grande diu de melhorar outras áreas deficitárias da sociedade fran-
Terror, e pela restauração do poder monárquico, exercido cesa.
pelos Bourbons. c) teve entre seus principais atos o Bloqueio Continental,
c) pelo fim do período conhecido como Diretório, com a re- que isolou a Inglaterra, devido ao apoio irrestrito de todos
cuperação do poder pela burguesia, e pela vitória dos mo- os países europeus.
vimentos populares que destituíram Napoleão do trono im- d) conviveu de forma pacífica com a Igreja Católica, reco-
perial. nhecendo a ligação existente entre o Estado e a religião.
d) pela dissolução da Assembleia e a instauração de um e) tinha grandes ambições expansionistas, o que intensifi-
governo formado por três cônsules (Consulado), e pela in- cou as tensões com a Inglaterra e provocou fortes disputas
vasão inglesa que se seguiu à morte de Napoleão na bata- na geopolítica europeia.
lha de Waterloo.
e) pela condenação do líder Robespierre à guilhotina, por 226. (Fac. Direito de Sorocaba SP/2016) A interpretação
membros da alta burguesia contrários à Revolução, e pelo liberal do Estado era defendida pelos juristas da escola
acordo estabelecido entre as monarquias francesa e in- de São Paulo. Conformaram um modelo no qual demo-
glesa, que levaram Napoleão à prisão, na ilha de Elba. cracia combinava com evolução, e em que o fenômeno
das raças mistas – tão propagado pelos acadêmicos de
223. (FATEC SP/2018) Ao assumir o poder na França, Recife – incomodava, porém fazia parte de um rol mais
Napoleão Bonaparte anunciou que o período contur- abrangente de preocupações.
bado da Revolução de 1789 chegaria ao fim. Em busca Reconhece-se no modelo paulista um “liberalismo con-
de conciliação nacional, ele afirmava estar acima dos servador” mais próximo da reação posterior à Revolu-
interesses particulares e prometia que, a partir daquele ção Francesa, em que o conceito de liberdade aparecia
momento, iria fazer da França a maior potência do condicionado à noção de ordem. Além do mais, apesar
mundo. da influência anglo-saxônica, o liberalismo chega ao
país “respirando bolor bragantino”, o que lhe conferiu
Conhecido como Era Napoleônica, o período em que uma imagem não só conservadora, como elitista e anti-
Napoleão Bonaparte governou a França ficou marcado popular. Assim, assimilado com certas adaptações que
a) pela promulgação de um novo Código Civil que, entre o fariam conviver com a escravidão e o latifúndio du-
outras determinações, separou Igreja e Estado, legalizou o rante o Império, e com a hipertrofia estatal e o autorita-
divórcio e consolidou a abolição dos direitos feudais da no- rismo político republicano, o liberalismo revelava clara-
breza e do clero. mente seu lado antidemocrático, no Brasil.
b) pela manutenção dos laços de cooperação entre França (Lilia Moritz Schwarcz, O espetáculo das raças. Adaptado)
e Inglaterra e pelo Tratado de Versalhes, que estabeleceu
o princípio de autodeterminação dos povos. A “reação posterior à Revolução Francesa” refere-se
c) pela adoção do pluralismo religioso, ocasionado pela a) à defesa dos interesses das camadas ricas, para quem a
chegada à França de imigrantes oriundos das colônias fran- manutenção da ordem social moldava a ideia de liberdade.
cesas no Oriente Médio e na África. b) às decisões do Congresso de Viena, que revogou o ab-
d) pela guerra contra os Estados Unidos e pela conquista solutismo e os privilégios sociais para atender à burguesia.
dos territórios indígenas do oeste da América do Norte. c) aos vínculos políticos entre a burguesia e o proletariado,
e) pela criação da União Europeia, que unificou econômica em função da necessidade de vencer o clero e a realeza.
e politicamente todos os países do continente. d) às propostas dos jacobinos, que impuseram um regime
baseado no terror para assegurar a igualdade econômica.
224. (UEFS BA/2018) O mapa da Europa das guerras na- e) ao apoio popular dado ao Império Napoleônico, graças à
poleônicas foi redelineado com considerável atenção aprovação de medidas de cunho social, como a reforma
para o equilíbrio das cinco grandes potências que agrária.
emergiram das guerras: a Rússia, a Grã-Bretanha, a
França, a Áustria e a Prússia. 227. (Mackenzie SP/2020) “A história de todas as socie-
(Eric J. Hobsbawm. A era das dades até agora tem sido a história das lutas de classe.
revoluções, 1981. Adaptado.) Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo,
membros das corporações e aprendiz, em suma, opres-
A reorganização da Europa realizada pelo Congresso sores e oprimidos, estiveram em contraposição uns
de Viena (1814-1815) provocou, na primeira metade do aos outros e envolvidos em uma luta ininterrupta, ora
século XIX, uma série de movimentos disfarçada, ora aberta, que terminou sempre com a
a) socialistas e anarquistas. transformação revolucionária da sociedade inteira ou
b) internacionalistas e europeístas. com o declínio conjunto das classes em conflito.”
c) religiosos e feudais. Trecho do Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx e Friedrich
d) monárquicos e absolutistas. Engels – 1848
e) nacionalistas e liberais.
Sobre o contexto histórico e as propostas de Marx e En-
gels considere as seguintes afirmações:
59
I. O Manifesto do Partido Comunista foi escrito às vés- As ideias marxistas conseguiram aceitação dentro do
peras das Revoluções de 1848, as quais abalaram os movimento operário e fortaleceram sindicatos. O mar-
setores mais conservadores da Europa, preocupada em xismo:
barrar o avanço das transformações iniciadas com a a) criticava a exploração capitalista, sem pregar revolução.
Revolução Francesa de 1789. b) defendia a democracia direta, com governos elitizados.
II. Assim como em 1871 na Comuna de Paris; em 1848, c) teve grande repercussão nos sindicatos norte-america-
a classe operária europeia tornara-se protagonista nos nos.
movimentos revolucionários críticos do modelo capita- d) mostrava as desigualdades sociais trazidas pela mais-
lista e da sua exploração do trabalho. valia.
III. Conhecida como a Primavera dos Povos, as Revolu- e) ganhou espaço na montagem das políticas colonizado-
ções de 1848 uniram anarquistas, comunistas e socia- ras.
listas em torno de um projeto essencialmente marxista,
culminando em ações revolucionárias nas principais 230. (UCB DF/2019) Karl Marx partiu da relação entre
capitais europeias. proprietários e não proprietários dos meios de produ-
IV. Na construção de sua teoria, Marx e Engels reapro- ção para caracterizar a formação das classes sociais e
priam-se criticamente da filosofia alemã, em especial da sociedade capitalista. Para ele, essa divisão social é
Hegel, das reflexões dos socialistas utópicos, da teoria a primeira forma de divisão do trabalho: a divisão entre
econômica inglesa e da prática política dos movimen- aqueles que produzem e aqueles que se apropriam da
tos sociais e operários europeus. produção.
MACHADO, I. J.; AMORIM, H.;
BARROS, C. R. Sociologia hoje: ensi-
Assinale se
no médio. 2. ed. São Paulo: Ática, 2016.
a) apenas II e III são corretas.
b) apenas I é correta. No que se refere à formação e à relação das classes so-
c) I, II e III são corretas. ciais, considerando-se a concepção de Karl Marx, assi-
d) I, II e IV são corretas. nale a alternativa correta.
e) todas são corretas. a) A dinâmica social está centrada na propriedade coletiva.
b) Aqueles que possuem a posse dos meios de produção
228. (Faculdade Cesgranrio RJ/2019) A crise do Antigo compram a força de trabalho dos que não possuem condi-
Regime foi marcada por profunda transformação da ções materiais de produzir a própria subsistência.
concepção de Estado e do exercício do poder político. c) A sociedade capitalista organiza-se com base no inte-
Essa transformação foi impulsionada por teóricos resse da classe proletariada.
como Thomas Hobbes, John Locke, Jean- Jacques Ro- d) As classes sociais expressam-se unicamente pela divi-
usseau, entre outros, que consagraram as concepções são econômica entre os indivíduos.
de que a propriedade privada é direito natural dos indi- e) A sociedade é dividida em inúmeras classes ou em es-
víduos, de que o indivíduo é a origem e o destinatário tratos sociais, de acordo com o poder econômico de cada
do poder político (contrato social) e de que o indivíduo indivíduo.
exerce seu poder por meio da representação escolhida
em eleições. 231. (PUCCamp SP/2019) Montaigne, um nobre pensa-
dor do século XVI, foi um conservador, mas nada teve
Em termos políticos, essa crise e as novas teorias pro- de rígido ou estrito, muito menos de dogmático. Seu
postas foram fundamentais para o surgimento da con- conservadorismo pode ser visto, sob certos aspectos,
cepção de como o que no século XIX viria a ser chamado de libe-
a) Estado Anarquista ralismo. Para ele, o melhor governo seria o que menos
b) Estado Democrático de Direito se faz sentir e assegura a ordem pública sem pôr em
c) Estado Liberal perigo a vida privada e sem pretender orientar os espí-
d) Estado Socialista ritos. Um tal tipo de governo é o que convém a homens
e) Estado Neoliberal esclarecidos, conscientes de seus direitos e deveres e
obedientes às leis da pátria e do príncipe, homens que
229. (FPS PE/2019) agem não por temor, mas por vontade própria.
(Do encarte à edição de Montaigne.
Coleção Os pensadores. São
Paulo: Abril, 1972, p. 223)
60
c) das liberdades individuais e do sistema representativo, 234. (Unicentro PR/2018) Belle Époque é um termo que
baseado nas escolhas dos indivíduos em eleições regula- se refere
res. a) Ao final do século XIX e início do século XX, marcado
d) do sistema federativo, como forma de permitir a partici- pelo espírito confiante de que não haveria mais guerras,
pação política democrática dos cidadãos, em âmbito local. pela fé inabalável no progresso científico e por um desen-
e) do despotismo esclarecido, no qual o monarca era esco- volvimento gigantesco no campo das artes.
lhido por votação, entre os chamados “homens bons”. b) Ao início do século XVI, marcado pela ascensão do Re-
nascimento que resgatou a cultura greco-romana e os valo-
232. (Faculdade Cesgranrio RJ/2018) Retomada por um res da filosofia.
“velho discurso” que tentava justificar as teorias e prá- c) Ao século IV a.C., época de maior esplendor da demo-
ticas liberais – que, embora comprometidas com o prin- cracia na Atenas do período Clássico.
cípio da igualdade, negavam às mulheres o acesso à ci- d) A este início de século XXI, em que o homem se vanglo-
dadania, através da ênfase na diferença entre os sexos ria das descobertas cada vez mais incríveis no campo da
–, tal imagem seria revigorada a partir das “descobertas ciência.
da medicina e da biologia, que ratificavam cientifica- e) Ao século XVIII e ao papel desempenhado pelo Ilumi-
mente a dicotomia: homens, cérebro, inteligência, ra- nismo na tarefa de esclarecer as mentes no objetivo de for-
zão lúcida, capacidade de decisão versus mulheres, co- mar o homem contemporâneo.
ração, sensibilidade, sentimentos.”
ENGEL, M. “Psiquiatria e feminilidade” 235. (UNIFOR CE/2017)
In DEL PRIORI, M. (org.) História das
mulheres no Brasil. São Paulo:
Contexto, 2002, p. 332.
61
236. (ENEM/2017) O dicionário da Real Academia Espa- d) os líderes revolucionários de 1848, os mesmos da revo-
nhola não usa a terminologia de Estado, nação e língua lução de 1830, sob forte propaganda das ideias liberais e
no sentido moderno. Antes de sua edição de 1884, a pa- influenciados pela luta política, convocaram e obtiveram o
lavra nación significava simplesmente “o agregado de apoio das classes populares, no Parlamento, contra o rei
habitantes de uma província, de um país ou de um Luís Felipe.
reino” e também “um estrangeiro”. Mas agora era dada e) o rei Luís Felipe, no trono francês entre 1830 e 1848, foi
como “um Estado ou corpo político que reconhece um derrubado por uma bem orquestrada luta política no Parla-
centro supremo de governo comum”. mento, que uniu liberais e socialistas, vitoriosa para essa
HOBSBAWM, E. J. Nações e nacionalismo aliança, que formou o governo provisório e elegeu o presi-
(desde 1870). Rio de Janeiro: Paz e
dente Luís Bonaparte.
Terra, 1990 (adaptado).
A ideia de nação como lugar de pertencimento, ao qual 238. (UFPR/2016) A unificação alemã foi articulada pelo
os indivíduos têm ligação por nascimento, constitui-se reino da:
na Europa do final do século XIX. Sua difusão resultou a) Prússia, após a derrota da Comuna de Paris na Guerra
a) na rápida ascensão de governos com maior participação Franco-Prussiana, apoiado em uma aliança com a aristo-
popular, dado que a unidade nacional anulava as diferenças cracia austríaca e a burguesia prussiana.
sociais. b) Áustria, devido à sua superioridade industrial e militar
b) na construção de uma cultura que incorporava todas as dentro da Confederação Germânica, apoiado em uma ali-
parcialidades equilibradamente dentro de uma identidade ança com a aristocracia prussiana.
comum. c) Áustria, como resposta à ameaça prussiana de unifica-
c) na imposição de uma única língua, cultura e tradição às ção após a instituição do Zollverein na Confederação Ger-
diferentes comunidades agregadas ao Estado nacional. mânica, apoiado em uma aliança com a aristocracia austrí-
d) na anulação pacífica das diferenças étnicas existentes aca.
entre as comunidades que passaram a compor a nacionali- d) Prússia, devido ao seu poderio militar e força econômica
dade. dentro da Confederação Germânica, apoiado em uma ali-
e) em um intenso processo cultural marcado pelo protago- ança entre a aristocracia e a alta burguesia.
nismo das populações autóctones. e) Prússia, devido à mobilização nacionalista da Confede-
ração Germânica durante a Guerra Franco-Prussiana, apoi-
237. (FGV/2016) “(...) os homens que naquele momento ado em uma aliança com a grande burguesia austríaca.
estavam encarregados de pôr termo à Revolução de
1848 eram precisamente os mesmos que fizeram a de 239. (UniCESUMAR PR/2016)
30. (...)
O que a distinguia ainda, entre todos os acontecimen-
tos que se sucederam nos últimos sessenta anos na
França, foi que ela não teve por objetivo mudar a forma,
mas alterar a ordem da sociedade. Não foi, para dizer a
verdade, uma luta política (...), mas um embate de
classe (...).
Havia se assegurado às pessoas pobres que o bem dos
ricos era de alguma maneira o produto de um roubo cu-
jas vítimas eram elas (...).
É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrível
não foi fruto da ação de certo número de conspiradores,
mas a sublevação de toda uma população contra outra
(...).” Eugène Delacroix. La Liberté guidant le peuple , 1830. Museu do
(Alexis de Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991) Louvre.
A partir do texto, é correto afirmar que A tela foi pintada em 1830, após as lutas que levaram à
a) a revolução limitou-se, em 1848, a apelos políticos, no queda de Carlos X e ao encerramento do período da
sentido de a classe burguesa, líder do movimento, atrair as chamada Restauração Francesa. A partir da observa-
classes populares para a luta, contra o absolutismo de Car- ção da imagem e de seus conhecimentos, pode-se afir-
los X, usando as ideias liberais como combustível para a mar que
implantação do Estado liberal. a) as armas empunhadas pelos diversos personagens indi-
b) a revolução de 1848, liderada pelos homens de 1830, isto cam a valorização da cultura militarista, que triunfou na
é, a classe burguesa, tinha como maiores objetivos a queda França após a ascensão política de Napoleão Bonaparte.
de Luís Bonaparte e a vitória das ideias socialistas, prega- b) a figura feminina, em primeiro plano, representa a liber-
das nos banquetes e nas barricadas contra o rei e contra a dade, que guia personagens de diferentes procedências so-
nobreza. ciais na luta pela recuperação dos valores da Revolução de
c) a revolução de 1848, influenciada pelo socialismo utó- 1789.
pico, significou a luta entre a classe burguesa, líder da re- c) os corpos empilhados na parte inferior sugerem o sacrifí-
volução de 1830, e as classes populares que, cada vez cio daqueles que lutavam, desde a Revolução de 1789, pela
mais organizadas na campanha dos banquetes e nas barri- libertação da França, então controlada pelo Império Britâ-
cadas, forçaram a queda do rei Luís Felipe. nico.
62
d) a bandeira tricolor, ao alto, representa a celebração do 242. (FGV/2015) A unidade italiana – o processo de
retorno ao Antigo Regime, objetivo alcançado após a vitória constituição de um Estado único para o país – conserva
francesa na guerra contra a Áustria e a Prússia. o sistema oligárquico (...) Isto não impede a formação
e) o barrete sobre a cabeça da figura feminina evoca as lu- do Estado, mas retarda a eclosão do fenômeno nacio-
tas populares em apoio ao rei, durante a Revolução de nal.
1789, e a defesa da monarquia manifesta nas várias clas- (Leon Pomer, O surgimento das nações, 1985, p. 40-42)
ses sociais.
Fizemos a Itália; agora, precisamos fazer os italianos.
(Massimo d’Azeglio apud E. J. Hobsbawm, A era do capital, 1977, p.
240. (Mackenzie SP/2015) Ao analisar os acontecimen-
108)
tos e consequências de 1848, na França, Karl Marx de-
nominou de “18 brumário de Luís Bonaparte” o golpe A partir dos textos, é correto afirmar que
de Estado realizado por esse último. A denominação é a) apesar de ter nascido antes da nação, o Estado italiano,
historicamente possível, pois unificado em 1871, representou os interesses dos não- -
a) estendeu a ação de seu Império da França até o norte da proprietários, o que implicou a defesa de mudanças revolu-
África, incluindo regiões na Itália e Alemanha, territórios an- cionárias, que tornaram o Estado não autoritário e permiti-
teriormente também conquistados por seu tio. ram a emergência do sentimento nacional, já fortificado pe-
b) organizou um Império de caráter despótico absolutista, las guerras de unificação.
impôs a censura aos meios de comunicação e proclamou- b) o Estado italiano, nascido em 1848, na luta da alta bur-
se cônsul vitalício, atitudes já realizadas por Napoleão. guesia do norte pelo poder, representava os interesses li-
c) assim como Napoleão, Luís Bonaparte legitimou seu berais, isto é, a unidade do país como um alargamento do
golpe por meio de um plebiscito, extinguindo a República Estado piemontês, na defesa da pequena propriedade e do
até então vigente para proclamar-se imperador. voto universal, condições para a consolidação do senti-
d) Luís Napoleão, assim como Napoleão, a princípio reali- mento nacional que cria os italianos.
zou reformas absolutistas para depois, já no Império, intro- c) em 1848, a criação do Estado italiano, pela burguesia do
duzir princípios iluministas de administração pública. Reino das Duas Sicílias, foi uma vitória do liberalismo, pois
e) assim como seu tio, Luís Bonaparte se auto coroou im- a estrutura fundiária, baseada na grande propriedade, e a
perador, reduziu a interferência do alto clero no governo e exclusão política dos não-proprietários permaneceram, en-
limitou o direito ao voto a critérios censitários. corajando os valores nacionais, condição para diminuir as
diferenças regionais.
241. (Mackenzie SP/2015) Como a maioria dos estudio- d) em 1871, o processo de unificação e o sentimento naci-
sos, não considero a ‘nação’ como uma entidade social onal estavam intimamente ligados, na medida em que a
originária ou imutável. A ‘nação’ pertence exclusiva- classe proprietária do centro da península, vitoriosa na
mente a um período particular e historicamente recente. guerra contra a Áustria, absorveu os valores populares na-
Por essa razão as nações são, do meu ponto de vista, cionais, o que legitimou a formação do Estado autoritário,
fenômenos duais, construídos essencialmente pelo defensor das desigualdades regionais.
alto, mas que, no entanto, não podem ser compreendi- e) o Estado italiano nasceu antes da nação, em 1871, como
das sem ser analisadas de baixo, ou seja, em termos de uma construção artificial, frágil e autoritária da alta burgue-
suposições, esperanças, necessidades, aspirações e sia do norte, cujos interesses de dominação excluíram as
interesses das pessoas comuns, as quais não são ne- mudanças revolucionárias e atrasaram a emergência do
cessariamente nacionais e menos ainda nacionalistas. sentimento nacional, ainda estranho para a grande maioria
Eric J. Hobsbawm. Nações e nacionalismo desde 1780.
das diferentes regiões da península.
Na visão do autor, o conceito de “nação”
a) é o resultado da interação entre economia e cultura sem, 243. (PUCCamp SP/2020) Em nenhum outro romance do
no entanto, significar que anseios populares serão levados Brasil tinha aparecido, como ocorreu em O cortiço, de
em consideração na elaboração de projetos nacionais, ela- Aluísio Azevedo, semelhante coexistência de todos os
borados e impostos pelas elites. nossos tipos raciais, justificada na medida em que as-
b) relaciona-se à política engendrada por governantes, que sim eram os cortiços e assim era o nosso povo, é claro
impõem ao resto da população a noção de pertencimento e que visto numa perspectiva pessimista, como a dos na-
o sentimento de lealdade ao país, mesmo que, para isso, turalistas em geral. Deste modo, o cortiço ganha signi-
guerras sejam realizadas. ficado diferente do que tinha em Zola, pois em vez de
c) surge em um determinado estágio de desenvolvimento representar apenas o modo de vida do operário, passa
dos povos e dá-se, necessariamente, por meio de conflitos a representar, através dele, aspectos que definem o
armados contra os inimigos ou aqueles que potencialmente país todo. E como solução literária foi excelente, por-
possam se tornar empecilho ao projeto político então im- que graças a ele o coletivo exprime a generalidade do
posto. social.
CANDIDO, Antonio. O discurso e a cidade.
d) ultrapassa o discurso político e, para ser compreendido,
é necessário que se vejam as relações sociais, tecnológicas O modo de vida do operário foi denunciado por vários
e culturais que permitem a criação de aspectos legitimado- movimentos que, no século XIX, apontavam sua preca-
res de uma unidade política, social e cultural. riedade e reivindicavam melhores condições de traba-
e) só pode ser compreendido e analisado a partir da pers- lho e de subsistência. Na história desse movimento
pectiva política, pois essa permite forjar uma unidade entre operário no século em questão, destacase o evento que
os povos e institui todos os outros aspectos necessários motivou a criação do Dia do Trabalhador, comemorado
para o desenvolvimento do país. em 1o de maio:
63
a) a derrota da Comuna de Paris, movimento operário que 245. (ESPM SP/2017) O empresário Henry Ford (1863-
tomou a capital francesa e foi violentamente reprimido. 1947) foi um gênio e também um homem cheio de con-
b) a repressão ao ludismo, responsável por uma ampla des- tradições: abriu as portas de suas fábricas para ho-
truição de máquinas, na Inglaterra e na Alemanha. mens de diversas partes do mundo. Foi capaz de dobrar
c) o massacre aos trabalhadores engajados no cartismo, o salário mínimo na sua fábrica, atraindo a fúria de seus
em Londres, após a publicação da Carta do Povo. rivais, mas colocou um capanga para liderar, a base do
d) o assassinato dos operários na cidade de Chicago, no medo, sua indústria; contratou um navio para levar pa-
contexto de uma ampla greve geral na cidade. cifistas à Europa para tentar acabar com a Primeira
e) o incêndio criminoso à fábrica têxtil que matou dezenas Guerra, mas apresentava um antissemitismo que lhe
de operárias grevistas, em Nova York. rendeu elogios de Adolf Hitler.
(Richard Snow. Ford – O homem que transformou o consumo e in-
ventou a Era Moderna)
244. (UNIOESTE PR/2020) Leia atentamente a afirmação
abaixo:
O texto trata de Henry Ford, empresário responsável
“O momento seguinte da expansão da economia indus- pelo fordismo, termo este que pode ser definido como:
trial, e aquele que mais diretamente nos interessa aqui, a) sistema produtivo que consiste na divisão do trabalho e
foi desencadeado pelo advento da chamada Segunda especialização do operário em uma só tarefa;
Revolução Industrial, também intitulada de Revolução b) um processo industrial em que há produção em série,
Científico-Tecnológica, ocorrida de meados do século linhas de montagem, produção em massa;
(XIX) à sua plena configuração em 1870 (...) No curso de c) um processo industrial que adota a utilização de peque-
seus desdobramentos surgirão, apenas para se ter uma nos e altos índices de terceirização;
breve ideia, os veículos automotores, os transatlânti- d) um processo de produção caracterizado pelo altíssimo
cos, os aviões, o telégrafo, o telefone, a iluminação elé- grau de informatização e automação, forte presença dos
trica e a ampla gama de utensílios domésticos, a foto- sindicatos trabalhistas e mão de obra altamente qualificada;
grafia, o cinema, a televisão, os arranha-céus e seus e) sistema de administração da produção que determina
elevadores (...) o sabão em pó, os refrigerantes gaso- que nada deve ser produzido, transportado ou comprado
sos, o fogão a gás, o aquecedor elétrico, o refrigerante antes da hora certa.
e o sorvete, as comidas enlatadas, as cervejas engarra-
fadas, a Coca-Cola, a aspirina, o Sonrisal (...) E não era 246. (UFJF MG/2015) Leia as afirmações abaixo sobre
só uma questão de variedade de novos equipamentos, os sistemas de produção industrial, e considere-as ver-
produtos e processos que entravam para o cotidiano, dadeiras (V) ou falsas (F).
mas o mais perturbador era o ritmo com que estas ino- I) A partir do Fordismo, não foi possível conciliar o bi-
vações invadiam o dia-a-dia das pessoas, principal- nômio produção em massa/consumo em massa, posto
mente no contexto de outro fenômeno derivado da re- que os salários pagos aos trabalhadores não permitiam
volução, as grandes metrópoles modernas (...)” a aquisição das mercadorias produzidas.
SEVCENKO, N. “O prelúdio republicano: astúcias da ordem e ilu- II) A concepção fordista tinha em vista o aumento da
sões do progresso”. produção. Para tanto, os operários, dispostos juntos a
In: SEVCENKO, N. (Org.). História da vida privada no Brasil: da Belle esteiras, realizavam atividades padronizadas, marca-
Époque à era do Rádio.
das pelos gestos repetitivos na produção industrial.
São Paulo: Companhia das Letras, 1998, v. 3, p. 09-10.
III) Com a associação entre Fordismo e Taylorismo, o
Sobre os impactos causados pela chamada “Segunda trabalho industrial foi fragmentado, pois cada trabalha-
Revolução Industrial” é CORRETO afirmar que: dor passou a exercer uma atividade específica no sis-
a) como resultado das transformações históricas do capita- tema industrial. Assim, cada vez mais se acentuava a
lismo, exclusivamente nos Estados Unidos, esta revolução separação entre trabalho intelectual e trabalho braçal,
gerou uma sociedade baseada no consumismo. com a valorização do primeiro.
b) todos os produtos, processos e equipamentos listados IV) Nas últimas décadas do século XX, surgiu um novo
pelo autor na citação acima não pertencem mais ao cotidi- sistema de produção, o Toyotismo, marcado pela flexi-
ano das pessoas que vivem no século XXI. bilização da produção de modo a adequá-la à demanda
c) seu ritmo perturbador provocou mudanças nos hábitos e do mercado. Esse modelo implicou crescentes investi-
comportamentos sociais, destaque para as práticas do con- mentos em tecnologia e redução da oferta de empregos
sumo de produtos industrializados. no setor industrial.
d) uma das características desta revolução nos campos da V) Diferentemente do Fordismo, no sistema toyotista,
ciência e da tecnologia foi ser responsável por transformar os trabalhadores são qualificados para conhecer todas
a União Soviética numa potência capitalista mundial. as etapas do processo de produção, devendo estar ap-
e) as grandes metrópoles representaram um “fenômeno de- tos a exercer mais de uma função, estimulando o au-
rivado da revolução”, porque foram nelas que a expansão mento da concorrência entre os trabalhadores, que dis-
da economia industrial trouxe o fim do consumismo. putam melhores índices de produtividade entre si.
64
247. (Fac. Santo Agostinho BA/2020) Observe a ima- a) Conferência de Verdun, cujo tratado final dividiu a Europa
gem. ocidental entre os herdeiros de Carlos Magno, no início do
século X.
b) Conferência de Tordesilhas, cujo tratado final dividiu os
territórios da América entre Portugal e Espanha no final do
século XV.
c) Conferência de Madri, que tinha por objetivo rever as de-
terminações de Tordesilhas, cujo tratado vinha sendo des-
respeitado desde meados do século XVI.
d) Conferência de Berlim, que dividiu o território do conti-
nente africano entre as principais potências mundiais do fi-
nal do século XIX.
e) Conferência de Versalhes, que separou a Alemanha e
sua capital, Berlim, nas partes Oriental e Ocidental em me-
ados do século XX.
65
África, 1911 a) Império Austro-húngaro e Inglaterra.
b) Estados Unidos e França.
c) Portugal e Espanha.
d) Inglaterra e França.
e) Alemanha e Holanda.
66
c) controle da mão de obra africana, pelas grandes indús- 256. (Unicentro PR/2018) O Imperialismo do século XIX,
trias britânicas, buscando garantir a oferta de trabalhado- momento da história em que as nações desenvolvidas
res, o que possibilitou o desencadear da Primeira Revolu- do continente europeu se lançaram à conquista de ter-
ção Industrial Inglesa. ritórios na Ásia e África, a fim de explorá-los, retirando
d) dominação imperialista sobre a África o que possibilitou suas riquezas naturais e convertendo suas nações em
o conhecimento e a exploração do continente africano pelo mercados consumidores para os seus produtos, foi ali-
capital britânico em nome do progresso da humanidade e cerçado em teorias que justificavam essa forma de ex-
da civilização. ploração a partir da noção de cultura, até então recente
e) apoio dos britânicos ao processo de descolonização afri- ciência antropológica. Segundo essa teoria, as nações
cana interessada em barrar o crescente aumento das áreas passavam estágios de desenvolvimento, do primitivo
de influência soviética e estadunidense sobre a África no ao civilizado. Assim, caberia aos europeus a chamada
contexto da Guerra Fria. “missão civilizadora”. Qual o nome dessa teoria?
a) Evolucionismo
254. (UEFS BA/2018) Com o início da anexação do Mar- b) Predestinação
rocos pela França, uma crise violenta eclode entre a c) Darwinismo social
França e a Alemanha, que, em 1911, coloca uma canho- d) Eurocentrismo
neira diante de Agadir, para demonstrar sua decisão de e) Liberalismo
partir para o confronto. A prova de força se resolve com
a devolução à Alemanha de parte de Camarões. Em 257. (UPE/2018) O darwinismo social pode ser definido
1912, o sultão do Marrocos decide assinar um tratado como a aplicação das leis da teoria da seleção natural
de protetorado que põe seu país sob a tutela francesa. de Darwin na vida e na sociedade humanas. Seu grande
(Marc Ferro. A coloni- mentor foi o filósofo inglês Herbert Spencer, criador da
zação explicada a to-
expressão “sobrevivência dos mais aptos”, que, mais
dos, 2017. Adaptado.)
tarde, também seria utilizada por Darwin.
Fonte: BOLSANELLO, Maria Augusta. Darwinismos social, eugenia e
O historiador descreve as relações de força presentes racismo científico: sua repercussão na sociedade e na educação
nos processos de anexação de territórios e mercados brasileiras./http://www.scielo.br/pdf/er/n12/n12a14.pdf /Adaptado.
pelos países imperialistas europeus. São exemplos
dessas relações: Essa teoria foi utilizada no século XIX pelas nações eu-
a) oposições culturais entre os povos expansionistas e de- ropeias para justificar a
cisões arbitradas por organizações políticas supranacio- a) independência da Oceania.
nais. b) colonização dos Estados Unidos.
b) disputas entre economias industrializadas e acordos em c) dominação imperialista na Ásia e África.
prejuízo de sociedades colonizadas. d) supremacia racial das nações latino-americanas.
c) divergências de sistemas sociais entre nações coloniza- e) inferioridade dos Estados Unidos frente ao Japão.
doras e missões civilizadoras dos povos cristãos nos países
afro-asiáticos. 258. (UEFS BA/2017) O expansionismo europeu sobre o
d) guerras mundiais desencadeadas nas áreas colonizadas Norte e o centro da África e sobre parte da Ásia, no de-
e desindustrialização das nações dominadoras. correr do século XIX,
e) divisões dos conquistadores em exploradores e favorá- a) resultou do avanço do poder do mercado financeiro e ca-
veis aos povos colonizados e formação da liga internacional racterizou a postura imperialista dos povos africanos.
de nações dominadas. b) confirmou a supremacia britânica sobre os mares e reve-
lou o declínio da influência norte-americana no continente
255. (UNIFOR CE/2018) O Imperialismo foi a política do africano.
capital financeiro, pelo menos após o período depres- c) ampliou o mercado consumidor para as manufaturas bri-
sivo iniciado em 1873. O sistema econômico baseado tânicas e francesas e freou o crescimento industrial dos pa-
na livre iniciativa, na propriedade privada e na acumu- íses africanos.
lação de capital, expandiu-se pelo mundo abrindo no- d) facilitou a circulação marítima entre os Oceanos Atlântico
vos mercados e dominando novas fontes de matéria e Pacífico e restabeleceu as rotas comerciais para o Ori-
prima. Este fenômeno histórico levou à primeira Guerra ente.
Mundial. Pode-se afirmar sobre o Imperialismo que: e) derivou da busca de matérias-primas e novas fontes de
a) No Imperialismo formal não existe domínio militar nem energia e enfrentou forte resistência dos povos locais.
presença direta no território.
b) Como formas de trabalho sob o Imperialismo pode-se
destacar o assalariamento, a escravidão e entrega de par-
cela da produção.
c) Os Estados Unidos da América não participaram da polí-
tica imperialista, pois eram isolacionistas.
d) Austrália e Nova Zelândia são exemplos de colônias de
enquadramento.
e) A Índia é o maior exemplo de colônia de enraizamento
britânica, com presença militar.
67
259. (FIEB SP/2017) c) O processo neocolonialista na África não ultrapassou es-
treita faixa litorânea. As regiões interiores do continente não
foram alcançadas pelas políticas de dominação europeia.
d) O processo neocolonialista não poupou vários países da
América do Sul, que permaneceram subordinados à Espa-
nha e a Portugal até meados do século 20.
e) Em algumas regiões da Ásia, como a Índia e a China, os
efeitos do imperialismo traduziram-se em profundas altera-
ções culturais, sobretudo linguística, quando as áreas colo-
niais adotaram oficialmente o idioma das metrópoles euro-
peias.
260. (UCB DF/2017) A partir de 1870, as potências euro- A Alemanha saiu derrotada da Primeira Guerra Mundial
peias intensificaram a busca por mercados consumido- e por isso teve que arcar com os custos da Guerra e
res para as suas manufaturas e áreas produtoras de demais obrigações que foram impostas pelo Tratado de
matérias-primas (cobre, borracha, ferro etc.) para suas Versalhes.
indústrias. Além disso, buscavam também oportunida-
des de investimentos para seus capitais e suas colô- Além dos custos da Guerra, o Tratado de Versalhes de-
nias para acomodar o excedente populacional. Por terminava que
isso, lançaram-se em uma disputa acirrada pela Ásia, a) a Alemanha seria desarmada, seu Exército ficaria redu-
África e Oceania. Essa corrida por colônias, no século zido a 100 mil homens.
19, é chamada de imperialismo ou neocolonialismo. b) as minas de carvão da região do Sarre seriam desativa-
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História, sociedade e cidadania: 3º ano. das e seriam controladas pelo Exército francês.
1ª. ed. São Paulo: FTD, 2013, com adaptações.
c) a região da Alsácia-Lorena deveria ser entregue à Ingla-
terra que, junto com a França, teria o direito de explorá-la
Acerca da política de dominação imperialista europeia, por 50 anos e depois a Alemanha poderia comprá-la de
em diversas regiões do mundo, nos séculos 19 e 20, as- volta.
sinale a alternativa correta. d) a Alemanha dividiria o custo da Guerra com a URSS (ex-
Rússia) e com a Itália, mas continuaria a ter de indenizar os
a) Um dos efeitos do imperialismo em sua versão neocolo- países vencedores.
nialista, na Ásia, foi a ocupação e a exploração do Japão e) a Alemanha seria dividida em duas, sendo uma parte so-
nas últimas décadas do século 19. bre o domínio russo e outra sobre o domínio inglês.
b) O imperialismo apoiava-se em uma pseudociência, se-
gundo a qual a raça branca (europeia) era superior às de-
mais, o que justificava a dominação de outros povos na
África, na Ásia, na América e na Oceania.
68
262. (PUCCamp SP/2020) Então, a era moderna é uma 264. (UNITAU SP/2019) Com tantos homens no exército,
era obtusa de carnificina, guerra e opressão, tipificada as mulheres agora podiam ser motoristas de ônibus e
pelas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, pela nu- funcionárias do metrô. A gama de empregos em que
vem de fumaça nuclear sobre Hiroshima e pelas manias atuavam aumentou com o passar do tempo, e elas aca-
sangrentas de Hitler ou de Stalin? Ou é uma era de paz, baram exercendo papel crucial na indústria pesada.
simbolizada pelas trincheiras nunca cavadas na Amé- Cerca de um quarto da força de trabalho da Renault era
rica do Sul, as nuvens de cogumelo que nunca apare- feminina, e a proporção era ainda mais alta em muitas
ceram sobre Moscou e Nova York e as visões serenas fábricas de munição. [...] As mulheres podiam ser tão
de Mahatma Gandhi e Martin Luther King? Para satisfa- militantes quanto os homens nas lutas trabalhistas. As
zer otimistas e pessimistas, podemos concluir dizendo costureiras de Paris entraram em greve em janeiro de
que estamos no limiar do céu e do inferno, movendo- 1917, seguidas pelas trabalhadoras das fábricas de mu-
nos nervosamente dos portões de um para a antessala nições – as munitionnettes. Ao longo da primavera, a
do outro. onda de greve se espalhou entre os homens e outras
(HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. indústrias.
Trad. Janaína Marcoantonio. 38. ed. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. COLIN, J. Paris: biografia de uma
385) cidade. Porto Alegre: L&PM, 20-
13, p. 406-407. Adaptado.
A Primeira Guerra Mundial ocorreu a partir da formação
de dois grandes blocos Os efeitos da Primeira Guerra Mundial alteraram signi-
a) contrapostos por razões ideológicas entre a defesa de ficativamente o contexto econômico, social e político
jovens repúblicas e a manutenção de tradicionais monar- do século XX. Suas consequências foram relevantes
quias imperiais. para as novas formas de sociabilidade e para as reivin-
b) motivados por questões imperialistas e compostos inici- dicações políticas das décadas posteriores ao conflito.
almente por três potências de cada lado, número que, no Quanto às mulheres, é CORRETO afirmar:
entanto, se expandiu consideravelmente ao longo da a) A Primeira Guerra Mundial produziu as condições para a
guerra. emergência das reivindicações políticas das mulheres, par-
c) constituídos, de um lado, por países que possuíam colô- ticularmente quanto às demandas relacionadas à equipara-
nias na África e, de outro, por aqueles que pretendiam ad- ção de direitos com os homens.
quiri-las. b) A Primeira Guerra Mundial possibilitou, pela primeira vez,
d) organizados em função do desenvolvimento tecnológico o emprego de mulheres em fábricas, o que ampliou a atua-
que detinham e que separava os que já haviam passado ção feminina para além do trabalho doméstico.
pela Revolução Industrial e os que eram essencialmente c) A Primeira Guerra Mundial ampliou a participação das
agrários. mulheres no trabalho fabril, sem contribuir com a produção
e) polarizados em torno de grandes lideranças carismáticas das condições relacionadas à luta por equiparação de direi-
e personalistas existentes nos dois lados do conflito, que se tos com os homens.
colocavam como líderes mundiais. d) A Primeira Guerra Mundial foi uma exceção na conjun-
tura do século XX, caracterizado por escassa participação
263. (UNIFOR CE/2020) A Primeira Grande Guerra Mun- das mulheres no mercado de trabalho.
dial foi um dos conflitos mais graves da história, com e) A Primeira Guerra Mundial iniciou um processo de dis-
cerca de 8 milhões de mortos, entre civis e militares. puta por vagas, entre homens e mulheres, no mercado de
trabalho, com a equiparação imediata dos direitos.
A respeito deste momento histórico, leia as informa-
ções abaixo: 265. (UFPR/2019) Considere o cartaz produzido durante
I. O estopim para a guerra ocorreu em Sarajevo, então a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), lançado em
capital da Sérvia, quando Francisco Ferdinando, her- 1918 nos Estados Unidos pela Associação Cristã de
deiro do trono austríaco, foi assassinado. Moças (Y.W.C.A.). No cartaz está escrito: “Para cada
II. O Japão juntou-se aos Aliados (França, Grã- Breta- soldado, uma mulher trabalhadora – Apoie nossa se-
nha e Rússia), assim como a Itália e os Estados Unidos gunda linha de defesa (Y.W.C.A.) – Campanha para o
posteriormente. Trabalho Unido da Guerra”.
III. O Tratado de Versalhes foi assinado antes da Pri-
meira Grande Guerra e, por ter estabelecido duras con-
dições aos alemães, estes declararam guerra contra a
França.
IV. Após a Primeira Grande Guerra, a Áustria e a Hun-
gria uniram-se, em tratado internacional, e formaram o
Império Austro-húngaro.
69
Considerando esse documento, os conhecimentos so- 267. (UniRV GO/2019) A primeira metade do século XX
bre a Primeira Guerra Mundial e sobre a condição das foi definida pelos dois primeiros conflitos globais da
mulheres no mundo do trabalho na virada do século XIX história humana. Fruto de um mesmo processo geopo-
para o século XX, identifique como verdadeiras (V) ou lítico, as duas Guerras Mundiais podem ser considera-
falsas (F) as seguintes afirmativas: das um único evento com uma grande trégua no meio.
A respeito das Guerras Mundiais, assinale V (verda-
( ) A Primeira Guerra Mundial foi marcada por uso li- deiro) ou F (falso) para as alternativas.
mitado de propaganda, dirigindo-se a setores específi-
cos das sociedades em guerra para mobilizar seu I. A Primeira Guerra Mundial teve início com a invasão
apoio. da Polônia pela Alemanha. Ao evidenciar o expansio-
( ) Após o término da guerra, as mulheres que ocupa- nismo alemão, esse ataque levou o Reino Unido e a
ram os postos de trabalho foram incentivadas a deixá- França a apoiar a Rússia, que tinha a Polônia como
los para que retomassem seus papéis de mãe e esposa. zona de influência, contra a aliança de Alemanha, Itália
( ) O cartaz demonstra uma realidade vivida pelos Es- e Áustria.
tados Unidos, enquanto os demais países da Tríplice II. O contexto da paz armada dividiu os impérios euro-
Entente não incentivaram o trabalho feminino. peus em dois blocos de potências, a Tríplice Aliança,
( ) O trabalho feminino em indústrias e setor de servi- liderada pelos alemães, e a Tríplice Entente, liderada
ços já era uma realidade conhecida antes da Primeira pelos britânicos, que foram postas em rota de colisão
Guerra, em decorrência da Revolução Industrial. pelo conflito entre os impérios russo e austro-húngaro,
devido à Crise dos Balcãs.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência cor- III. O racismo e o antissemitismo alemão foram os prin-
reta, de cima para baixo. cipais motivadores da Primeira Guerra Mundial. Apesar
a) F – F – V – V. da derrota da Alemanha nesse conflito, os ideais detur-
b) V – V – F – F. pados do nazismo permaneceram vivos no país, defla-
c) F – V – F – V. grando a Segunda Guerra Mundial duas décadas de-
d) V – V – V – F. pois do fim da primeira.
e) V – F – V – V. IV. O nacionalismo foi um elemento comum à causa
alemã na Primeira e na Segunda Guerra, entretanto, en-
266. (UERJ/2019) quanto na Primeira Guerra Mundial o conflito definiu-se
TRATADO DE VERSALHES (1919) por disputas territoriais e imperialistas, na Segunda, o
racismo e preconceitos típicos do nazismo tiveram pa-
PARTE VII pel preponderante nos atos de guerra.
Sanções
Artigo 227 a) F – F – V – V
As Potências aliadas ou associadas acusam publica- b) F – V – F – V
mente a Guilherme II de Hohenzollern, ex-Imperador da c) V – F – V – F
Alemanha, por ofensa suprema contra a moral interna- d) V – V – F – F
cional e a autoridade sagrada dos Tratados.
70
269. (UNIFOR CE/2020) A figura abaixo representa a Re- Considerando as informações do texto, a respeito do
volução Russa, em 1917, em um momento em que Le- papel do Partido Bolchevique no socialismo soviético,
nin discursava para soldados: assinale a alternativa correta.
a) Após conquistar o Estado, o Partido Bolchevique passou
a tomar as próprias decisões com base na participação po-
pular e permitiu o pluripartidarismo.
b) Em 1922, os bolcheviques, apoiados no poder popular,
convocaram eleições gerais para a estruturação do socia-
lismo na URSS.
c) O Politburo do Partido Bolchevique gradualmente assu-
miu o poder, isolando-se dos sovietes.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/revolucao-russa/ d) Com a chegada de Stalin ao poder, em 1917, os conse-
lhos populares, espalhados por todas as repúblicas socia-
A respeito deste momento histórico, é possível afirmar listas soviéticas, tinham o poder de vetar as decisões do
que núcleo principal do Partido Bolchevique.
a) houve uma guerra civil entre os Vermelhos (menchevi- e) Após a instalação da URSS, em 1925, Lênin liderou o
ques) e os Brancos (bolcheviques). partido comunista na implantação da Nova Política Econô-
b) os bolcheviques saíram vitoriosos e, em 1922, criaram a mica (NEP), cujo objetivo era acabar com a propriedade pri-
União Soviética, ao fim do congresso dos sovietes. vada.
c) após a morte de Lênin, ocorreram disputas pelo poder,
até que Stalin venceu Trotsky, tornando-se líder do Partido 272. (FMABC SP/2018) Considere o trecho a seguir, es-
Comunista Russo, fundado pelos Brancos, também conhe- crito por Lênin, em 1921.
cidos como socialistas revolucionários.
d) Stalin permaneceu muito tempo no poder em razão da A extrema ruína, agravada pela má colheita de 1920, fez
relação amistosa que firmou com a oposição a seu governo, com que essa passagem se tornasse necessária com a
mediante alianças e troca de favores. máxima urgência, diante da impossibilidade de se esta-
e) em 1917, o partido bolchevista, até então comandado por belecer com rapidez a grande indústria. Daí que, em pri-
Stalin, assumiu o poder, após a abdicação do czar Nicolau meiro lugar, tenha que se melhorar a situação dos cam-
I, encerrando mais de 300 anos de império da dinastia Ro- poneses. Meios: imposto em espécie, desenvolvimento
manov. da troca entre a agricultura e a indústria, desenvolvi-
mento da pequena indústria.
270. (UEG GO/2019) Leia o texto a seguir. (Apud MARQUES. A. et. al. História
Contemporânea através de textos.
São Paulo: Contexto, 2011, p. 129)
A revolução permanente é uma utopia: a guerra perma-
nente é uma realidade. 1914-1985: Primeira Guerra Mun- A solução apresentada por Lênin para a crise descrita,
dial, Guerra do Rif, Guerra Civil Espanhola, Segunda se enquadrava na
Guerra Mundial, guerras da Indochina, da Coréia, do Vi- a) concepção desenvolvimentista contida nas diretrizes de-
etnã, da Argélia, a chamada “Guerra Fria”. fendidas pela Internacional Comunista, que, em nome do
VICENT, G; PROST, A. Histó-
ria da Vida Privada. São Paulo:
fortalecimento da URSS para a futura expansão do socia-
Cia. das Letras, 1992. p. 201. v. 5. lismo, propunha que não houvesse um rompimento brusco
com as práticas capitalistas, naquela fase de afirmação ge-
Após a morte de Lênin houve um racha entre os líderes opolítica do país.
da Revolução Russa. Como contraposição à tese da b) implementação da Nova Política Econômica (NEP), ado-
“revolução em um só país”, a concepção de Revolução tada como forma de reaquecimento da economia para a su-
Permanente, uma proposta que pretendia transformar o peração da crise provocada pela guerra civil, que autorizava
processo revolucionário em ação incessante e global, a existência de empresas e propriedades particulares, bem
foi defendida por como o ingresso de capital estrangeiro.
a) Stálin, sucessor de Lênin. c) política de reconstrução apelidada de “Socialismo em um
b) Trotsky, líder do exército vermelho. só país”, que visava superar os prejuízos provocados pela I
c) Nicolau II, último czar da Rússia. Guerra Mundial, a fim de que o país adquirisse mais auto-
d) Gorbatchov, criador da Perestroika. nomia, passando a investir na pequena indústria para subs-
e) Marx, principal teórico do comunismo. tituir as importações.
d) estratégia denominada Comunismo de Guerra que, di-
271. (UCB DF/2019) O Partido Bolchevique desempe- ante do bloqueio econômico instituído pelos países ociden-
nhou o papel de vanguarda revolucionária, que, se- tais por meio do Cordão Sanitário, buscava industrializar ra-
gundo Lênin, deveria guiar a sociedade até o socia- pidamente a URSS e suprir as necessidades emergenciais
lismo. Em 1922, as diversas regiões do antigo império com a ajuda de investidores estrangeiros simpatizantes do
czarista passaram a ser denominadas União das Repú- socialismo.
blicas Socialistas Soviéticas (URSS). A liderança polí- e) formulação do Plano Quinquenal, cuja primeira versão foi
tica ficava a cargo do Partido Bolchevique. empregada com bastante êxito nos anos 1920, a fim de que,
CAMPOS, F.; PINTO, J. P.; CLA- mediante o esforço conjunto da população e medidas de
RO, R. Oficina de história. 2. ed. planejamento e coletivização, a URSS se industrializasse,
São Paulo: Leya, 2016.
superando a condição de país essencial mente agrário.
71
273. (UEG GO/2018) Observe a charge a seguir: b) Uma das memórias mais vivas em nosso tempo presente
acerca da chamada “Revolução Russa” – conhecida pela
internet e em livros didáticos – é a imagem de Leon Trostky
discursando para os trabalhadores na Praça Vermelha em
maio de 1919.
c) A consolidação da União das Repúblicas Socialistas So-
viéticas (URSS), em 1922, depois de uma guerra civil de
quase cinco anos, teve como seu grande líder Josef Stalin,
um liberal democrata que defendia a necessidade de im-
plantar uma reforma socialista.
d) Na Rússia do século XXI, em pleno ano do centenário da
“Revolução Russa”, o governo de Vladimir Putin decidiu
construir uma estátua em homenagem a Josef Stálin, o
grande líder daquele evento histórico.
e) Os bolcheviques, liderados por Plekhanov e Tolstói e que
representavam a ala mais conservadora dos revolucioná-
rios russos, foram derrotados pelos mencheviques nas jor-
nadas de outubro de 1917.
72
277. (PUCCamp SP/2017) O texto “Ao vencedor, as ba- a) Belle Époque e New Deal.
tatas” diz que para os revolucionários russos as bata- b) New Deal e Crise de 1929.
tas seriam a entrada numa nova ordem social e política. c) American Way of Life e Crise de 1929.
Nesse novo cenário, uma das principais palavras de or- d) American Way of Life e New Deal.
dem era: Todo o poder aos sovietes, que e) Belle Époque e Crise de 1929.
a) significava afastar os burgueses que, depois da queda
do Czar, haviam se apropriado do governo em benefício de 279. (PUC SP/2020) Leia os textos abaixo com atenção.
seus interesses.
b) demonstrava o caráter popular e operário da revolução TEXTO I
que, durante o movimento, acentuou as diferenças entre Em 1928, o então chairman do Fed, Adolph Miller, se
nobres e burgueses. defrontava com dilema semelhante depois do longo
c) implicava rígida planificação central e alto controle polí- Bull Market dos anos 1920. Naquele momento o Fed, de-
tico do Estado, que determinava os objetivos e os métodos liberadamente, estabeleceu que a deflação (...) seria um
da planificação. objetivo da política de juros. A queda do mercado do
d) implicava implantar o socialismo no país em que, com a segundo semestre de 1929 foi bem-vinda, sendo esta
formação dos Conselhos, o poder passou para as mãos do uma das principais razões para que o Fed evitasse re-
Governo Provisório. laxar a política monetária, quando a oferta monetária e
e) significava retornar parcialmente ao capitalismo com o a economia entraram em colapso.
objetivo de aumentar a produção e superar a crise política (Nunes, João Marcus Marinho – O vôo da águia: a economia ameri-
cana no fim do milênio São Paulo: Saraiva, 2002. - P.188)
e social no país.
278. (Fac. Santo Agostinho BA/2020) Observe as ima- TEXTO II - ENTENDA A CRISE FINANCEIRA DOS ESTA-
gens a seguir. DOS UNIDOS - (UOL/ECONOMIA - 31/03/2008 - DA RE-
DAÇÃO)
Imagem I
Financeiras americanas confiaram de modo excessivo
em clientes que não tinham bom histórico de paga-
mento de dívidas nos últimos anos. (...)
Os clientes davam como garantia suas casas, mas o
mercado imobiliário entrou em crise em meados do ano
passado. Os preços dos imóveis caíram, reduzindo as
garantias dos empréstimos.
Com medo, os bancos dificultaram novos empréstimos.
Isso fez cair o número de compradores de imóveis,
agravando ainda mais a crise no setor, que começou a
ser observada em julho de 2007.
Retirado de https://econo-
mia.uol.com.br/ultnot/2008/03/31/ult4294u1176.jhtm acessado em
31/08/2019
Disponível em: <https://bit.ly/2m1qcPp>. Acesso em: 09 set. 2019.
A partir da leitura dos textos, assinale a alternativa que
Imagem II expresse diferenças e/ou semelhanças entre as crises
econômicas de 1929 e 2008.
a) Tanto a crise de 1929 quanto a de 2008 foram precedidas
por períodos de crescimento que dificultaram a percepção
de sinais de seu desaquecimento. Em 1928 e em 2007, por
exemplo, o desemprego aumentou e o consumo diminuiu.
b) Uma das diferenças entre os momentos históricos está
relacionada ao fato de não existir ligação entre a crise de
1929 e a especulação financeira, diferentemente do que se
observou em 2008, normalmente associada à crise imobili-
ária.
c) O resultado das duas crises, em seus devidos momentos
históricos, também foi semelhante. Delas decorreram a as-
Disponível em: <https://bit.ly/2kDlwij>. Acesso em: 09 set. 2019. censão de regimes totalitários e a intensificação de práticas
econômicas liberais, com a diminuição do intervencionismo
Em meio à riqueza dos anos de 1920, prosperou uma estatal.
cultura de prazer sem limites nos Estados Unidos. En- d) Ambas as crises foram detonadas por uma especulação
tretanto tudo ruiu com a quebra da Bolsa de Nova Ior- financeira decorrente do setor imobiliário, fator que explica
que. a desconfiança dos bancos em relação a esses investido-
res, o que levou a menores créditos e à vertiginosa queda
Podemos afirmar que esses dois acontecimentos estão do consumo.
diretamente relacionados às imagens representados
como
73
280. (UEG GO/2020) Leia o texto a seguir. 282. (UNIFOR CE/2020) Os Anos Vinte do século XX
marcaram um período de bastante crescimento econô-
A Grande Depressão confirmou a crença de intelectu- mico nos Estados Unidos, entretanto esta “era da pros-
ais, ativistas e cidadãos comuns de que havia alguma peridade” foi interrompida com a Quebra da Bolsa de
coisa fundamentalmente errada no mundo em que vi- Nova York, em 1929, marcando o início da “Grande De-
viam. Quem sabia o que se podia fazer a respeito? Cer- pressão”.
tamente poucos dos que ocupavam cargos de autori-
dade em seus países e com certeza não aqueles que A respeito deste momento histórico e das suas conse-
tentavam traçar um curso com os instrumentos de na- quências para a economia, leia atentamente as afirma-
vegação tradicionais do liberalismo secular ou da fé tra- tivas abaixo:
dicional, e com cartas dos mares do século XIX, nas
quais era claro que não se devia mais confiar. I. Nos Estados Unidos, houve queda no preço das co-
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das lheitas, empobrecimento das áreas rurais e milhões de
Letras, 1995, p. 86.
pessoas ficaram desempregadas.
II. Franklin Roosevelt, então Presidente dos Estados
O texto citado revela que as mais bem-sucedidas medi- Unidos, iniciou uma série de reformas econômicas que
das econômicas utilizadas para combater os efeitos da ficaram conhecidas como “Doutrina Monroe”.
Crise de 1929 advieram de novas posturas em relação III. No Brasil, a Grande Depressão da década de 1930
às teorias econômicas vigentes, como aquelas coloca- provocou um aumento acentuado no preço do café, um
das em prática pelo presidente norte-americano Fran- dos principais produtos de exportação do país.
klin Roosevelt. Essas medidas consistiram basica-
mente É correto apenas o que se afirma em
a) na adoção dos chamados Planos Quinquenais, de inspi- a) I.
ração soviética, aumentando a presença do Estado em se- b) II.
tores estratégicos da economia. c) I e II.
b) no aumento dos gastos públicos, por inspiração dos pre- d) I e III.
ceitos keynesianos, para estimular a criação de empregos e) II e III.
e amparar socialmente os trabalhadores.
c) no estímulo e ocupação da fronteira agrícola do oeste 283. (ACAFE SC/2019) Quase noventa anos já se passa-
para aumentar a produção de alimentos e consequente- ram da Crise mundial de 1929. Seu início ocorreu nos
mente diminuir os efeitos da fome. Estados Unidos e seus reflexos atingiram muitos paí-
d) no apego a uma ortodoxia financeira liberal, procurando ses.
manter o equilíbrio do orçamento por meio de cortes de des-
pesas públicas. Nesse contexto, todas as alternativas estão corretas,
e) na manutenção do padrão-ouro como base das transa- exceto a:
ções internacionais e como antídoto para combater os efei- a) O início da crise nos Estados Unidos está ligado direta-
tos da hiperinflação. mente aos gastos militares após a participação na Primeira
Guerra Mundial (1914-1918).
280. (UNICAMP/2020) Na Era da Catástrofe (1914-1945), b) A diminuição das exportações gerou uma superprodu-
com a Grande Depressão desencadeada pela crise de ção, produzindo-se mais do que os mercados consumiam,
1929, tornava-se cada vez mais claro que a paz, a esta- tendo como resultados: desemprego e falências de empre-
bilidade social, a economia, as instituições políticas e sas.
os valores intelectuais da sociedade liberal burguesa c) As especulações na Bolsa de Valores de Nova York au-
entraram em decadência ou colapso. mentavam. Em 1929 os investidores tentavam vender suas
(Adaptado de E. J. Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século
XX, 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 112.) ações. Muita gente vendendo e ninguém comprando, essa
situação causou o “crash” (quebra) da bolsa.
A partir do trecho acima e dos conhecimentos sobre o d) O Brasil foi atingido principalmente nas suas exportações
período que vai de 1914 a 1945, é correto afirmar: de café. Os Estados Unidos eram um dos principais com-
a) A crise de 1929 e as guerras mundiais levaram ao co- pradores e diminuíram muito a importação do café brasi-
lapso do liberalismo político e econômico na Europa e, ao leiro.
mesmo tempo, à expansão das democracias liberais em pa-
íses africanos e do Oriente Médio. 284. (FGV/2019) CRISE DE 1929 – A depressão que afe-
b) As soluções para a crise de 1929 centraram-se em um tou a economia mundial entre 1929 e 1934 foi a mais
aprofundamento das políticas liberais do New Deal, que longa e profunda recessão econômica já experimen-
promoviam responsabilidade fiscal e diminuição do papel tada até hoje. Ela se anunciou, ainda em 1928, por uma
do Estado como motor de desenvolvimento. queda generalizada nos preços agrícolas internacio-
c) São marcos da crise do liberalismo na Europa: o colapso nais. Mas o fator mais marcante foi a crise financeira
das principais democracias, a ascensão de governos totali- detonada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque. Desde
tários e autoritários e a descrença no livre-mercado após a 1927, a economia norte-americana vinha experimen-
crise de 1929. tando um boom artificial, alimentado por grandes movi-
d) Verificou-se nesse período o colapso das democracias mentos especulativos nas bolsas e pela supervaloriza-
liberais, com a ascensão do totalitarismo na Europa, e o au- ção de ações sem a cobertura adequada.
(https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/
mento das liberdades econômicas, com a diminuição do pa-
AEraVargas1/anos20/CafeEIndustria/Crise29)
pel do Estado como solução para a crise de 1929.
74
A respeito do evento apresentado no verbete, é correto a) estatizar os setores mais produtivos da economia e esta-
afirmar que belecer um rígido controle alfandegário.
a) no contexto da crise, a prosperidade era aparente, pois o b) controlar a inflação por meio do confisco de bens e pro-
capitalismo liberal interpretava a crise de superprodução, dutos, e estimular a migração dos desempregados para o
isto é, a restrição dos mercados externo e interno, o grave campo.
desemprego, o crédito fácil, a exagerada especulação na c) promover ajuda econômica às famílias mais necessita-
Bolsa de Valores e a concentração da renda como pertur- das e oferecer mais empregos por meio de parcerias pú-
bações do pós-guerra e não como a crise da estrutura do blico-privadas e aumento de gasto público.
capitalismo. d) regular o mercado por meio da criação de uma nova
b) tal crise foi um abalo conjuntural, que não atingiu a repro- bolsa de valores e investir na indústria bélica para aumentar
dução do sistema capitalista, pois os altos índices de de- o superávit comercial.
semprego, a crise de superprodução e a especulação na e) fortalecer os investimentos na produção de matéria-
Bolsa de Valores fazem parte das crises cíclicas do capita- prima para exportação e refrear o processo de industrializa-
lismo, e as produções agrícola e industrial estavam em ex- ção por meio do aumento tributário.
pansão, baseadas na livre empresa que enriqueceu a mai-
oria dos americanos. 286. (UniRV GO/2018) Após a Crise de 1929, regimes au-
c) a euforia do sonho americano de riqueza fácil só funcio- toritários espalharam-se pelo mundo. Polarizados entre
nou para a indústria do lazer, e a alta taxa de desemprego esquerda e direita, as ditaduras autocratas prospera-
como alerta ao Estado liberal não foi suficiente para mostrar ram por toda a década de 30 e 40. Sobre os Totalitaris-
a perda do poder de compra dos trabalhadores, uma vez mos de Direita, assinale (V) para as alternativas verda-
que a especulação na Bolsa de Valores e o superlucro dos deiras e (F) para as falsas.
empresários encobriram o verdadeiro motivo da crise: a
baixa do preço dos produtos agrícolas. I. O fracasso do liberalismo no entre guerras abriu es-
d) o crack da Bolsa de Nova Iorque está diretamente ligado paço para um avanço do socialismo na Europa Oriental.
à situação do pós-guerra: países endividados, produção em Os regimes fascistas funcionavam como um “cordão
baixa, desemprego e inflação; como o Estado era interven- de isolamento”, com governos fortemente estatizados,
cionista, medidas imediatas foram implantadas para conter impedindo que o socialismo chegasse à Europa Oci-
a escalada do desemprego, incentivar a produção e expor- dental.
tação e aumentar os salários dos trabalhadores em geral. II. A ascensão do fascismo (1933) e do nazismo (1936)
e) por ser estrutural, a crise não comprometeu o sistema refletiam o mesmo nacionalismo que levou à Primeira
capitalista, que permaneceu liberal, sem a intervenção do Guerra Mundial, revitalizado pela falência do modelo li-
Estado, uma vez que o próprio mercado se autorregulou, no beral. Essa proposta sobrepunha os interesses do Es-
sentido de adequação do volume produzido com as oscila- tado sobre os interesses individuais, fomentado pelo
ções do mercado, ajudando a diminuir drasticamente o de- patriotismo.
semprego, a inflação e a manter ou ampliar o lucro dos em- III. Os regimes totalitaristas caracterizavam-se pelo uni-
presários. partidarismo, por um líder carismático, pela militariza-
ção e aparelhamento do Estado, pelo forte controle da
285. (PUCCamp SP/2019) Os contos de Dalton Trevisan, economia pelo Estado e pela perseguição das oposi-
boa parte dos quais determinados a falar da cidade de ções políticas. Brasil, Portugal e Espanha foram países
Curitiba, da qual o próprio autor se vê como um “vam- palco desses regimes.
piro”, falam, porém, de mais lugares e mais gentes. Ti- IV. A vitória aliada na Segunda Guerra Mundial derru-
pos humanos rebaixados pela miséria, por obsessões bou os mais proeminentes regimes totalitários de di-
viciosas, pela humilhação social desfilam diante do lei- reita, entre eles o nazismo alemão, o fascismo italiano
tor, como também desfilam diante do mesmo leitor as e o Estado Novo brasileiro ruíram em 1945 devido à
marginalizadas personagens paulistanas de João Antô- guerra.
nio ou as cariocas de Rubem Fonseca, todas evidenci-
ando que o progresso não veio para todos. De fato, há a) V – V – V – V
na ficção desse período uma espécie de desventrar da b) V – F – V – F
sociedade brasileira, de modo a sublinhar uma violên- c) F – F – F – F
cia que, infelizmente, não cedeu lugar em nossos dias, d) F – V – F – V
pelo contrário: naturaliza-se como se inevitável, fa-
zendo agora conviver nos mesmos limites urbanos a 287. (ESPM SP/2017) A corrente do capitalismo cuja
barbárie do crime organizado e o avanço tecnológico, a doutrina se caracteriza por um forte intervencionismo
penúria dos serviços públicos e a ostentação do luxo do Estado na economia é:
particular, a carência do essencial e as ofertas do su- a) Liberalismo.
pérfluo. b) Neoliberalismo.
(FORTUNATO, Aquiles. Inédito) c) Keynesianismo.
d) Social-Democracia.
A demanda pelos serviços públicos e pelo amparo es- e) Imperialismo.
tatal foi sensível nos Estados Unidos, durante a Grande
Depressão. A política econômica empregada nesse
país para amenizar a crise econômica vigente procurou,
entre outras estratégias,
75
288. (UFGD MS/2017) O Estado de Bem-Estar Social, as- 290. (UNIRG TO/2020) Leia o texto a seguir.
sim como foi definido, se desenvolveu após a Segunda
Guerra Mundial, tendo como importante referência o Os judeus comunistas e social-democratas estariam
Keynesianismo, entendido como uma teoria econômica tentando promover na Alemanha a destruição do Reich.
proposta pelo economista inglês John Maynard Keynes Como toda grande mudança brusca, a nova república
em seu livro “Teoria geral do emprego, do juro e da mo- traz o atordoamento; como toda crise, a nova república
eda” com o intuito de reverter os efeitos nefastos da traz a ansiedade e a raiva; impregnada de medo, a nova
crise econômica de 1929. Ao refletir sobre o funciona- república traz consigo a paranoia. A teoria da conspira-
mento do Estado de Bem-Estar Social, argumenta-se ção judaica cumpre assim um papel duplo, o explica-
que: tivo, por um lado, e o mobilizador, por outro. Ela explica
a) O Estado de Bem-Estar Social fundamenta-se em um o porquê da crise e mobiliza a população contra o ini-
pensamento econômico que defende a não intervenção po- migo comum, ela transfere as energias represadas pelo
lítica nos assuntos econômicos medo e as deposita na raiva.
b) O Estado de Bem-Estar Social é o resultado de uma es- LIEBEL, Vinícius. Uma facada pelas costas: paranoia e Teoria da
Conspiração entre
tratégia neoliberal para enfrentar o desemprego crescente,
conservadores no refluxo das Greves de 1917 na Alemanha. Revista
por meio de políticas anticíclicas. Brasileira de História,
c) Atribui-se ao Estado o dever de garantir direitos sociais e vol. 37, n. 76, p. 45-71. (Adaptado).
econômicos ao fim de reequilibrar as distorções do livre
mercado. No contexto das primeiras décadas do século XX, o
d) O Estado de Bem-Estar Social se desenvolveu sobre comportamento descrito da população da Alemanha
uma concepção totalitária da política, defendendo o ultrana- proporcionou a
cionalismo, o etnocentrismo e o militarismo. a) diáspora que acelerou o processo de isolamento da reli-
e) O funcionamento do Estado de Bem-Estar Social incen- gião semita.
tivou, ao redor do mundo, a concentração de renda nas b) perseguição que ocasionou o extermínio de populações
mãos de uma minoria privilegiada. de origem judaica.
c) dispersão que proporcionou o processo de miscigenação
289. (PUC SP/2020) Na iminência da Primeira Guerra, da cultura hebraica.
entre 16 e 18 de maio de 1914, ocorreu o Terceiro Con- d) expulsão que provocou o enfraquecimento econômico da
gresso da ANI (Associação Nacionalista Italiana). (...) comunidade israelita.
Protagonista inegável do Congresso é Alfredo Rocco.
(...) 291. (FPS PE/2020) Os regimes totalitários deram um
Se no Congresso de Roma definiu-se a relação entre golpe nas utopias democráticas e se firmaram em mui-
democracia e nacionalismo, no de Milão afirma-se a di- tos países da Europa. Analisando seu fortalecimento,
ferença entre nacionalismo e liberalismo (...) A questão podemos afirmar que:
fundamental, agora, é a relação entre Estado e indiví- a) contaram com ajuda fundamental dos princípios iluminis-
duo. (...) O Estado não pode ser dividido em partidos e tas defendidos no século XVIII.
sindicatos; deve ser orgânico e, no interior da constru- b) tiveram o apoio da Igreja Católica em países como a Es-
ção orgânica da sociedade, o indivíduo deve deixar de panha e a Itália, garantindo seus poderes religiosos.
estar na base da construção social, como na tradição c) negaram valores democráticos, assumindo as doutrinas
liberal. As únicas coletividades orgânicas para Rocco comunistas e incentivando o preconceito racial.
são a família e a nação. d) organizaram os sindicatos e os partidos políticos sem
(Limoncic, Flávio – A experiência nacional: identidades e conceitos persegui-los e evitando a violência contra parlamentares.
de nação na África, Ásia, Europa e nas Américas – 1ª ed. – Rio de
e) destruíram os princípios democráticos na Europa, apesar
Janeiro: Civilização Brasileira, 2017. - Páginas 252 e 253)
de suas derrotas e da sua condenação aos excessos do
A partir da leitura atenta do texto, podemos inferir que, militarismo.
na Itália:
a) O nacionalismo foi sendo construído como ideia, a partir 292. (IFPR/2020) Durante a década de 1920, o nazifas-
do século XX e teve, como base de sua lógica política, a cismo surgiu em oposição às democracias liberais e ao
liberdade individual e a livre concorrência, ideais absorvidos comunismo soviético. Em poucos anos, esse tipo de
nas primeiras décadas daquele século. governo se espalhou pelo mundo. Apesar de os gover-
b) O Estado Orgânico, assim como o nacionalismo, foram nos nazifascistas serem diferentes em alguns aspec-
ideais mais tarde absorvidos pelo fascismo italiano, tidos tos, estes tinham algumas características em comum.
como importantes na eliminação da luta de classes, no uni- A partir dos seus conhecimentos, assinale a alternativa
partidarismo e no controle dos sindicatos. que corresponde a uma das características do nazifas-
c) Nacionalismo e liberalismo eram componentes importan- cismo.
tes para a construção do regime democrático italiano, que a) Liberdades individuais garantidas.
se consolidou no início do século XX e serviu como base b) Fortalecimento das lutas sociais.
para outros sistemas políticos europeus. c) Militarismo.
d) O Estado orgânico, defendido por Alfredo Rocco, deveria d) Pacifismo.
levar em consideração o pluripartidarismo na construção de
valores nacionais, já que a diversidade era vista como base
fundamental de uma nação forte.
76
293. (UFGD MS/2020) A diferença fundamental entre as Sobre a ascensão dos fascistas e nazistas ao poder na
ditaduras modernas e as tiranias do passado está no Itália e Alemanha, podemos afirmar que
uso do terror não como meio de extermínio e amedron- a) tanto Mussolini como Hitler foram convidados a assumir
tamento dos oponentes, mas como instrumento corri- o cargo de chefe de governo por um chefe de Estado no
queiro, para governar as massas perfeitamente obedi- exercício de suas funções oficiais. Nos dois casos, fica evi-
entes. O terror, como o conhecemos hoje, ataca sem dente o interesse das alas conservadoras em fortalecer a
provocação preliminar, e suas vítimas são inocentes extrema direita para impedir o avanço das esquerdas.
até mesmo do ponto de vista do perseguidor. b) a ascensão de Mussolini ao poder foi diferente da ascen-
ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. são de Hitler. O primeiro, a partir da Marcha sobre Roma,
São Paulo, Companhia das Letras, 2004, p. 25 (Fragmento).
aplica um golpe violento derrubando o rei Victor Emanuel
III. O segundo é convidado pelo presidente Hindenburg a
Sobre os regimes totalitários europeus emergidos no assumir o cargo de chanceler alemão.
século XX, assinale a alternativa correta. c) Mussolini assume o poder convidado pelo rei Victor Ema-
a) A forma de governar pelo terror não estava na centrali- nueI III após a manifestação fascista conhecida como Mar-
dade dos regimes, pois tinham como premissa básica a de- cha sobre Roma. Hitler torna-se chanceler após um bem-
mocracia. sucedido Golpe de Estado, derrubando o presidente Hin-
b) O pluripartidarismo era parte dos aparatos ideológicos, denburg e toda a cúpula política alemã.
pois quanto mais partidos tivessem nos regimes, maior era d) tanto Mussolini como Hitler ascende ao poder pela via
a capacidade de controle das massas. golpista. Mussolini após uma demonstração de poder com
c) O terror, manifesto nas diversas formas de violência, era milhares de fascistas em Roma. Hitler após uma grande
exclusivamente uma forma de resistência ante o exércitos marcha que tem início em Munique (Putsch da Cervejaria)
de libertação nacional dos regimes. e é finalizada com a ocupação do Reichstag e sua nomea-
d) Era proibido censurar os meios de comunicação. ção como chanceler alemão.
e) O terror se apresenta como instrumento necessário para e) o rei italiano Victor Emanuel III e o presidente alemão
a realização de ideologia específica nos regimes. Hindenburg convidaram, respectivamente, Mussolini e Hi-
tler para assumirem os cargos de chefe de governo. A mo-
294. (Faculdade Cesgranrio RJ/2019) Após a Primeira tivação principal era alçar ao poder as lideranças da es-
Guerra Mundial, as sociedades europeias vivenciaram querda para que fosse possível combater com mais eficácia
uma crise. Essa conjuntura favoreceu a ascensão de o avança da extrema direita italiana e alemã.
um fenômeno político, caracterizado por uma perspec-
tiva nacionalista, antiliberal, antidemocrática e antisso- 296. (UERJ/2019)
cialista. Defensor do capitalismo monopolista e do to- CERIMÔNIA DE ABERTURA DAS OLIMPÍADAS DE
talitarismo de Estado, utilizou, sistematicamente, a pro- BERLIM (1936)
paganda como recurso. De caráter militarista e expan-
sionista, esse fenômeno foi essencial para a eclosão da
Segunda Guerra Mundial.
77
297. (UERJ/2019) 299. (UFGD MS/2019) O século XX foi marcado por mu-
danças estruturais em vários segmentos da sociedade
europeia. No que se refere ao cenário político, tem-se
nos regimes de governos totalitários a marca caracte-
rística de propostas de governo assentadas a partir de
uma pauta nacionalista. Considerando os principais re-
gimes totalitários, assinale a alternativa correta.
a) O Nazifascimo ocorreu na Alemanha e na Itália, entre os
anos de 1920 a 1945; o Franquismo, na Espanha, entre os
anos de 1939 a 1976; o Salazarismo, em Portugal, entre os
anos de 1926 a 1974; e o Stalinismo, na União Soviética,
entre os anos de 1924 a 1953.
b) A primeira e a segunda guerras mundiais foram decor-
O cartaz acima, divulgado no aeroporto, nas ruas e nos rências da união de todos os países que tiveram regimes
ônibus de Yerevan, capital da Armênia, faz alusão ao totalitários implantados.
líder otomano Talaat Pasha e a Adolf Hitler. A imagem é c) Não houve regimes totalitários na Europa que tivessem
uma das muitas espalhadas pela cidade para lembrar o suscitado impactos significativos na vida da população.
centenário do massacre de até 1,5 milhão de armênios d) O czarismo foi um regime totalitário que marcou o século
nas mãos dos turcos-otomanos, cujo império estava se XX, com profundas transformações estruturais na União
desintegrando em meio à Primeira Guerra Mundial Soviética.
(1914-1918). Muitos eram civis deportados a regiões de- e) Durante o período de 1914 a 1945, os regimes nazista e
sérticas, onde morreram de fome e sede. Outros milha- fascista adotaram uma economia liberal de mercado, ge-
res foram massacrados. No centro da cidade, muitos rando grande desenvolvimento industrial e, consequente-
pontos de ônibus exibem fotos de sobreviventes. mente, o pagamento das dívidas herdadas da Primeira
Adaptado de bbc.com, 24/04/2015. Guerra Mundial.
Através da lembrança do massacre dos armênios, em 300. (UNESP/2019) – Então, todos os alemães dessa
1915, é possível comparar experiências históricas com época são culpados?
o objetivo de fomentar, na atualidade, práticas sociais – Esta pergunta surgiu depois da guerra e permanece
de reconhecimento de: até hoje. Nenhum povo é coletivamente culpado. Os
a) atos de genocídio e reparação das famílias vitimadas alemães contrários ao nazismo foram perseguidos, pre-
b) ações de expansionismo e continuidade das disputas ter- sos em campos de concentração, forçados ao exílio. A
ritoriais Alemanha estava, como muitos outros países da Eu-
c) projetos do totalitarismo e permanência de regimes auto- ropa, impregnada de antissemitismo, ainda que os an-
cráticos tissemitas ativos, assassinos, fossem apenas uma mi-
d) estratégias de conquista e convocação de tribunais inter- noria. Estima-se hoje que cerca de 100 000 alemães par-
nacionais ticiparam de forma ativa do genocídio. Mas o que dizer
dos outros, os que viram seus vizinhos judeus serem
298. (PUCCamp SP/2019) Os decênios de 30 e 40 foram presos ou os que os levaram para os trens de deporta-
momentos de renovação dos assuntos e busca da na- ção?
turalidade (...) A maioria dos escritores estavam de fato (Annette Wieviorka. Auschwitz explicado à minha filha, 2000. Adap-
tado.)
construindo uma nova maneira de escrever, tornada
possível pela liberdade que os modernistas do decênio
Ao tratar da atitude dos alemães frente à perseguição
de 1920 haviam conquistado e praticado. A posição po-
nazista aos judeus, o texto defende a ideia de que
liticamente radical de vários desses autores, como Gra-
a) os alemães comportaram-se de forma diversa perante o
ciliano Ramos, fazia-os procurar soluções antiacadêmi-
genocídio, mas muitos mostraram-se tolerantes diante do
cas e acolher os modos populares; mas ao mesmo
que acontecia no país.
tempo os tornava mais conscientes da sua contribuição
b) esse tema continua presente no debate político alemão,
ideológica e menos conscientes daquilo que na ver-
pois inexistem fontes documentais que comprovem a ocor-
dade traziam como revolução formal. As obras de al-
rência do genocídio.
guns inovadores, como Clarice Lispector e Guimarães
c) esse tema foi bastante discutido no período do pós-
Rosa, produziram um toque novo, que só mais tarde se-
guerra, mas é inadequado abordá-lo hoje, pois acentua as
ria captado pelo público e a maioria da crítica.
(Adaptado de: CANDIDO, Antonio. A divergências políticas no país.
educação pela noite e outros ensaios. São d) os alemães foram coletivamente responsáveis pelo ge-
Paulo: Ática, 1987, p. 205-206, passim) nocídio judaico, pois a maioria da população teve participa-
ção direta na ação.
A década de 1930 foi marcada por eventos de grande e) os alemães defendem hoje a participação de seus ances-
impacto mundial, conhecidos pela historiografia como trais no genocídio, pois consideram que tal atitude foi uma
ascensão do estratégia de sobrevivência.
a) comunismo e Crise do Petróleo.
b) neoliberalismo e Grande Guerra.
c) stalinismo e Descolonização.
d) socialismo e Primeira Intifada.
e) nazifascismo e Grande Depressão.
78
301. (PUCCamp SP/2020) Então, a era mo- b) os alemães, ao adotarem a tática de “terra arrasada”,
derna é uma era obtusa de carnificina, acabaram por infligir enormes perdas humanas e materiais
guerra e opressão, tipificada pelas trin- à União Soviética, a qual, apesar do heroísmo demostrado
cheiras da Primeira Guerra Mundial, pela nessa batalha, é obrigada a recapitular junto ao Terceiro
nuvem de fumaça nuclear sobre Hiroshima Reich.
e pelas manias sangrentas de Hitler ou de Stalin? Ou é c) a Operação Barbarossa, nome dado ao plano de guerra
uma era de paz, simbolizada pelas trincheiras nunca ca- alemão contra os russos, a fim de conquistar os poços de
vadas na América do Sul, as nuvens de cogumelo que petróleo do Cáucaso e a cidade de Stalingrado, foi um fra-
nunca apareceram sobre Moscou e Nova York e as vi- casso. Essa batalha foi o marco do início da derrota alemã.
sões serenas de Mahatma Gandhi e Martin Luther King? d) os soviéticos tiveram expressiva ajuda norte-americana
Para satisfazer otimistas e pessimistas, podemos con- nesse episódio de guerra, pois sem a contribuição dos Es-
cluir dizendo que estamos no limiar do céu e do inferno, tados Unidos, seria impossível vencer o exército alemão,
movendo-nos nervosamente dos portões de um para a mais bem equipado e com maior número de combatentes.
antessala do outro. e) foram utilizadas, na batalha de Stalingrado, novas armas
(HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. de guerra na ofensiva alemã sobre os soviéticos, o que ga-
Trad. Janaína Marcoantonio. 38. ed. Porto Alegre: L&PM, 2018, p.
rantiu o rápido avanço das tropas nazistas e o quase ani-
385)
quilamento da cidade, que foi salva graças à ação dos avi-
Entre as diversas causas da ascensão de Hitler ao po- ões bombardeiros americanos.
der e da própria Segunda Guerra Mundial, a historiogra-
fia costuma apontar 303. (UFPR/2019) No preâmbulo da Declaração Univer-
a) o revanchismo francês, causado pela perda de parte de sal dos Direitos Humanos, lê-se:
seu território, como a Alsácia e Lorena, para os alemães.
b) o desenvolvimento de armas nucleares pela URSS e os “[...] Considerando que o desconhecimento e o des-
Estados Unidos, que desestabilizaram o poderio bélico vi- prezo dos direitos do Homem conduziram a atos de bar-
gente e dividiram a Alemanha. bárie que revoltam a consciência da Humanidade e que
c) os efeitos do Tratado de Versalhes, acordo de paz que o advento de um mundo em que os seres humanos se-
impôs à Alemanha responsabilidades e o pagamento de re- jam livres de falar e de crer, libertos do terror e da mi-
parações aos países envolvidos. séria, foi proclamado como a mais alta inspiração do
d) o impacto do julgamento de Nuremberg, que culpabilizou Homem [...]”.
a Alemanha e seus aliados pela tragédia humana e os pre-
juízos econômicos causados à Europa na guerra anterior, A partir dos conhecimentos sobre o contexto histórico
que haviam iniciado. dessa declaração, assinale a alternativa que indica os
e) o fracasso da República de Weimar, que tentou executar, eventos históricos em que ocorreram “atos de barbá-
com a ajuda da URSS, uma política de desenvolvimento rie” no século XX, antes da publicação desse docu-
que resultasse na rápida industrialização da Alemanha, po- mento e que tiveram impacto na sua elaboração.
rém sem apoio popular. a) Guerra Civil Russa e construção da Cortina de Ferro na
Europa.
302. (Mackenzie SP/2020) b) Primeira Guerra Mundial e limpeza étnica na Iugoslávia.
“(...) A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais. c) Guerra Civil Espanhola e ataques terroristas da Al-Qaeda
Os telegramas de Moscou repetem Homero. nos Estados Unidos.
Mas Homero é velho. Os telegramas cantam um d) Guerra Russo-Japonesa e genocídio dos tutsis em Ru-
mundo novo anda.
que nós, na escuridão, ignorávamos. e) Segunda Guerra Mundial e Holocausto.
Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída,
na paz de tuas ruas mortas, mas não conformadas, 304. (UNCISAL AL/2019) Talvez a Segunda Guerra Mun-
no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das dial pudesse ter sido evitada se tivesse sido restaurada
bombas, a economia pré-guerra como um sistema global de
na tua fria vontade de resistir.” próspero crescimento e expansão econômica. Con-
(Carlos Drummond de Andrade. Carta a Stalingrado do livro Rosa do tudo, em meados da década de 20 do século XX, a eco-
Povo”. Em Poesia e Prosa. nomia mundial mergulhou na maior e mais dramática
Rio de janeiro, Editora Nova Aguilar, 1983) crise que conhecera desde a Revolução Industrial, o
que levou ao poder, na Alemanha e no Japão, as forças
O trecho acima relata, poeticamente, uma das maiores políticas do militarismo e da extrema direita, empenha-
batalhas da Segunda Guerra Mundial, a batalha de Sta- das no rompimento deliberado com o status quo mais
lingrado, em 1943, na União Soviética. Stalingrado tor- pelo confronto que pela mudança negociada aos pou-
nou-se sinônimo mundial do heroísmo e da luta pela pá- cos.
tria. A respeito desse episódio histórico e suas conse- HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos: o breve século XX (1914 –
quências é correto assinalar que 1921).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 43 (adaptado).
a) Hitler, ao ordenar a invasão da União Soviética, em julho
de 1941, aproveitou-se do espírito anticomunista presente
nos Estados Unidos que, mesmo descontente com os ru- O tratado de paz ao fim da Primeira Guerra Mundial não
mos da guerra, não saiu do seu isolamento político tradici- teve o efeito esperado, porque privou a Alemanha e a
onal. Rússia do que ambas ainda consideravam ser seu por
direito. Em 1930, as duas nações, achando-se prejudi-
cadas, estavam prontas para recuperar territórios à for-
79
ça. Embora ideologicamente distantes, combinaram se- 307. (ACAFE SC/2019) Em 2019 completam-se 80 anos
cretamente invadir a Polônia e dividi-la entre si. do início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do século XX. São Paulo: Acerca dos antecedentes que contribuíram para este
Fundamento Educacional, 2008, p. 134 (adaptado).
conflito e das ações realizadas durante esta guerra, é
correto afirmar que:
Ao tratar da história do século XX, os autores dos tex- a) Antes do início da guerra, alemães e soviéticos assina-
tos anteriormente apresentados ram um pacto de não agressão. Uma das cláusulas deste
a) divergem quanto às causas da Segunda Guerra Mundial. pacto previa a divisão da Polônia entre a Alemanha e a
b) concordam quanto aos agentes da Segunda Guerra União Soviética.
Mundial. b) A Operação Barbarossa visava garantir a hegemonia
c) concordam quanto às medidas que poderiam ter evitado alemã no Canal da Mancha, iniciando a ocupação da
a Segunda Guerra Mundial. França.
d) divergem quanto às ideologias em que se fundamenta- c) Os alemães venceram a Batalha de Stalingrado e força-
vam os agentes da Segunda Guerra Mundial. ram o recuo do Exército vermelho. Os britânicos foram de-
e) concordam quanto ao papel da Primeira Guerra Mundial cisivos para a reorganização do Exército soviético e para
para a deflagração da Segunda Guerra Mundial. seu posterior avanço rumo a Berlim.
d) Durante a Segunda Guerra, o mapa da Europa modifi-
305. (Unicentro PR/2019) Sobre a II Guerra Mundial cou-se, surgiram a Iugoslávia e a Romênia, e a República
(1939-1945), é correto afirmar: Tcheca separou-se da Eslováquia.
a) Ao final da II Guerra, todas as populações por ela deslo-
cadas retornaram a seus países de origem. 308. (ETEC SP /2018) Na manhã de 6 de agosto de 1945,
b) Ao final da II Guerra Mundial, a Alemanha estava derro- os Estados Unidos atacaram a cidade de Hiroshima, no
tada e as quatro potências vencedoras - União Soviética, Japão, com uma bomba atômica que matou, instanta-
Estados Unidos, Reino Unido e França - assumiram o poder neamente, cerca de 60 mil pessoas. Após a explosão, a
e dividiram o território alemão em quatro zonas de ocupa- região atingida foi tomada por um incêndio, enquanto,
ção. formada por uma nuvem de poeira radioativa, uma
c) No desenrolar da II Guerra Mundial, dois grupos defini- chuva ácida contaminou rios, plantações, poços de
ram as posições dos países na guerra. De um lado, os paí- água e o solo de Hiroshima. Nos sobreviventes, a con-
ses do Eixo: Alemanha, Japão e URSS; do outro lado, os taminação causou perda de cabelo, falência de órgãos,
Aliados: Estados Unidos, Inglaterra, Itália e França. colapso do sistema imunológico e desenvolvimento de
d) A II Guerra Mundial iniciou quando a Alemanha teve suas diferentes tipos de câncer.
fronteiras invadidas pela Polônia e pela Rússia.
e) A II Guerra Mundial ocorreu devido ao interesse dos co- Sobre o ataque estadunidense à cidade de Hiroshima, é
munistas soviéticos em dominar a Europa. correto afirmar que
a) estabeleceu uma nova ordem mundial, na qual o Japão
306. (Fac. Israelita de C. da Saúde Albert Einstein ocupou o centro como potência hegemônica militar e eco-
SP/2019) Depois do ataque japonês a Pearl Harbor, e nômica.
com a entrada dos Estados Unidos na guerra contra o b) ocorreu no momento em que a Guerra Fria atingiu o ápice
Eixo, o leque de produtos comprados à América Latina da tensão, como resposta dos Estados Unidos à expansão
aumentou bastante. A borracha e o quartzo brasileiro da União Soviética na região dos Sudetos.
adquiriram um papel vital na defesa do continente. c) criou as condições políticas para a implementação de um
(Antonio Pedro Tota. O imperialismo sedutor, 2000.)
novo acordo entre as potências asiáticas, no qual a Coreia
O texto trata da Segunda Guerra Mundial e revela um do Norte desempenhou o papel de mediadora.
desdobramento d) foi um dos últimos eventos da Segunda Guerra Mundial
a) da política de Boa Vizinhança, que intensificou a circula- e ocorreu quando a guerra já havia acabado no continente
ção de mercadorias e produtos culturais nas Américas, re- europeu, com a rendição da Itália e a morte de Hitler.
forçando a liderança estratégica norte-americana no conti- e) marcou o início da intervenção militar europeia na Ásia e
nente. na África, caracterizada pela adoção de medidas econômi-
b) do imperialismo norte-americano, que impôs seu controle cas protecionistas e pela exploração de metais preciosos.
ideológico e econômico sobre a América Latina, freando o
avanço da influência socialista soviética e cubana no conti- 309. (Uni-FaceF SP/2017)
nente.
c) das disputas entre Estados Unidos e Japão no Pacífico,
que provocaram o esforço norte-americano de assegurar a
neutralidade política e diplomática dos países latino-ameri-
canos no conflito mundial.
d) da política do Big Stick, que permitiu aos Estados Unidos
consolidar sua hegemonia mercantil no Atlântico Sul, impe-
dindo que os países da América Latina mantivessem rela-
ções comerciais com a Europa.
e) do New Deal, programa de recuperação financeira que
os Estados Unidos impuseram aos países da América La- (http://veja.abril.com.br.)
tina, reduzindo os efeitos negativos do conflito mundial na
economia do continente.
80
A charge russa de Mikhail Kupriyanov, Porfiry Krylov e Identifica-se como um desses acontecimentos a:
Nikolai Sokolov retrata a) emancipação do Vietnã na pacificação da Indochina
a) a expansão do Terceiro Reich alemão a partir do sucesso b) divisão da Polônia no curso da Segunda Guerra Mundial
da guerra-relâmpago. c) criação da Iugoslávia no final da Primeira Guerra Mundial
b) o momento de equilíbrio de forças entre as tropas aliadas d) reunificação da Alemanha no contexto da crise da
e as do Eixo. U.R.S.S.
c) o esfacelamento do poderio alemão frente à coalizão con-
tra o nazismo. 312. (IFPR/2020) Durante as décadas de 1960 e 1970, o
d) o combate das tropas russas às forças nazistas na frente mundo viveu o auge da Guerra Fria. Esse era um con-
oriental. fronto entre os EUA e URSS para expandir o seu domí-
e) a invasão de territórios russos após a quebra do pacto de nio pelo mundo e aumentar sua área de influência.
não agressão. Como parte dessa política e para garantir seu poder na
América, os EUA:
310. (UNCISAL AL/2017) Em 23 de agosto de 1939, Hitler a) patrocinaram e incentivaram diversos golpes militares
e Stalin assinaram um pacto de não agressão. Alema- nos países da América Latina, no período.
nha e União Soviética se comprometeram a não atacar b) organizaram campanhas para a eliminação das armas
uma à outra e se manter neutras se uma delas fosse nucleares, afastando o perigo de uma guerra atômica.
atacada por uma terceira potência. c) apoiaram os governos revolucionários como o de Fidel
Castro, em Cuba.
d) criaram grandes blocos econômicos para o desenvolvi-
mento da região, pregando o livre mercado na relação entre
os países.
81
bem como entre os que se formam com a desagregação 317. (Famerp/2019) Observe as fotos, respectivamente
da Iugoslávia, Tchecoslováquia e União Soviética. de 1961 e de 1989.
(Disponível em: IANNI, Octávio. A era do globalismo.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. p. 12)
82
319. (UNIT AL/2019) Os Estados Unidos e a União Sovi- a) o desgaste produzido pelas reivndicações do sindicato
ética (URSS) assentaram suas disputas adotando dois Solidariedade na Polônia e a invasão russa do Afeganistão
modelos de prática política, econômica e cultural, com b) a queda do Muro de Berlim e a unificação da Alemanha
o objetivo de internacionalizar seus projetos, de modo ocidental e da Alemanha oriental
a alcançar o maior número possível de adeptos, o que c) o processo de desintegração iugoslavo e o fortalecimento
pode ser identificado do poder instituído em Belgrado
a) no apoio militar com armamentos e soldados dado pela d) a explosão de conflitos separatistas na Tchechênia e na
União Soviética aos revolucionários cubanos, para a im- República modava
plantação do socialismo na ilha caribenha. e) a vitória soviética no embate econômico com os EUA e
b) na aproximação da União Soviética do governo Brejnev na corrida armamentista conhecida como “Guerra nas Es-
e seu projeto liberalizante com a Revolução Cultural chi- trelas”.
nesa, de caráter democratizante.
c) na ocupação e no domínio do Afeganistão e na repressão 323. (FPS PE/2019) Os Estados Unidos conseguiram
aos guerrilheiros muçulmanos do mujahidins, realizados fortalecer sua economia e aumentar seu poderio polí-
pelo governo de Mikhail Gorbachev. tico no mundo contemporâneo. Não se pode negar, no
d) na venda ilegal de armas para o Irã, e no financiamento entanto, que:
dos contrarrevolucionários da Nicarágua, objetivando aca- a) enfrentaram problemas de lutas sociais superados pela
bar com a revolução Sandinista, pelos Estados Unidos, atuação do Congresso.
e) na intervenção estadunidense na Primeira Guerra do b) ganharam espaço político na América Latina, mas não se
Golfo, entre o Irã e o Iraque, provocando a deposição e pri- preocuparam em intervir nos países.
são do ditador Saddam Hussein. c) derrotaram militarmente todos os seus inimigos com uma
tecnologia bélica insuperável.
320. (UECE/2018) No ano de 1963, John F. Kennedy pro- d) abalaram-se com a ascensão econômica da China, per-
feriu um discurso na cidade de Berlim. Com um char- dendo mercado na globalização.
moso sotaque americano, ele disse a frase que entrou e) participam da produção do petróleo, embora não tenham
para a História: “Há dois mil anos o maior orgulho era interferido no mundo asiático.
poder dizer-se: Civis Romanus Sum [Sou cidadão ro-
mano]. Hoje, no mundo livre, o maior orgulho é poder 324. (UFRGS/2019) Leia o trecho abaixo, sobre a histó-
dizer-se Ich bin ein Berliner [Sou um berlinense]”. A vi- ria do neoliberalismo.
sita do presidente americano a essa cidade ocorreu em
um contexto difícil, iniciado em 1961, com a construção Não é novidade que, a partir do momento em que a ne-
do muro que significou a oliberalização foi violenta e repentinamente imposta em
a) materialização da Guerra Fria em Berlim. partes do sul global, nas décadas de 1970 e 1980, seja
b) idealização do desenvolvimento capitalista alemão. por conquista imperial, golpes de Estado internos, exi-
c) efetivação da expansão comunista europeia em Berlim. gência do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou al-
d) marca da superioridade expansionista alemã. guma combinação destes, o trabalho foi amordaçado e
o capital, posto à solta. [...] De um lado, as indústrias
321. (UNESP/2018) A participação norte-americana na estatais são privatizadas, proprietários estrangeiros
Guerra do Vietnã, entre 1961 e 1973, pode ser interpre- são atraídos, a retenção de lucros é assegurada; de ou-
tada como tro, as greves são criminalizadas e os sindicatos, limi-
a) uma ação relacionada à defesa da liberdade, num con- tados, por vezes até declarados ilegais.
texto de expansão do anarquismo nos continentes asiático BROWN, Wendy. Cidadania Sacrificial: neoliberalismo, capital hu-
mano e políticas de austeridade. Rio de Janeiro: Zazie Edições,
e africano.
2018. p. 24.
b) um recuo na política de boa vizinhança que caracterizou
a ação diplomática e comercial dos Estados Unidos após a Considerando a história contemporânea, o texto aborda
Segunda Guerra. algumas práticas associadas à emergência de regimes
c) a busca de recursos naturais e fontes de energia que am- neoliberais pelo globo, ao longo das últimas décadas.
pliariam a capacidade de produção de armamentos nos Es- Assinale a alternativa que indica algumas dessas práti-
tados Unidos. cas.
d) o esforço de contenção da influência soviética sobre a a) A estatização de empresas privadas, a extensão das re-
China, o Japão e os países do Sul e Sudeste asiático. des de proteção social e o controle social dos lucros das
e) um movimento dentro da lógica da Guerra Fria, voltado grandes corporações.
ao fortalecimento da posição geoestratégica dos Estados b) A ampliação dos direitos democráticos, a crítica às polí-
Unidos. ticas de austeridade e a introdução de reformas sociais em
larga escala.
322. (UFRGS/2007) O colapsso da URSS e do Leste Eu- c) A privatização de empresas públicas, a precarização das
ropeu, a partir da segunda metade dos anos 80, foi an- relações laborais e a introdução de políticas de austeridade
tecedido por diversos fatos que apontavam para o es- em larga escala.
gotamento do poder da liderança soviética e de seus d) A defesa do nacionalismo econômico, a quebra de gran-
aliados regionais e para a dificuldade em manter o con- des monopólios corporativos e o enfraquecimento do sis-
trole sobre situações cada vez mais tensa. tema de seguridade social.
e) A criminalização da superexploração do trabalho, a am-
Entre esses fatos, pode–se citar corretamente pliação do setor de serviços e a democratização das rendas
nacionais.
83
325. (Fac. São Francisco de Barreiras BA/2019) Sobre a União Europeia, bloco econômico ao qual o
Reino Unido estava integrado, é CORRETO afirmar que
Disponível em: <http://tpe-me- a) um dos objetivos iniciais do bloco, criado após a Primeira
dia-sante.e-monsite.com>.
Guerra Mundial, era recuperar os países enfraquecidos
econômica e politicamente e conter a influência estaduni-
A imagem satiriza o pro- dense sobre o continente.
cesso de globalização b) não parou de expandir, desde a sua fundação, chegando
econômica que caracte- a ser composto por 27 países, tanto da Europa Ocidental
riza as relações mundi- quanto Oriental, incluindo o Reino Unido, atualmente em
ais e que pode ser identi- processo de saída do bloco.
ficado c) o bloco atualmente, além de ser um mercado comum
consolidado, configura-se como uma união econômica e
a) pela expansão marítima e comercial, na medida em que monetária, visto que todos os seus integrantes adotam uma
os produtos ingleses invadiram e dominaram a economia única moeda, o Euro.
da América Hispânica, da África e da Ásia através do livre d) a crise financeira iniciada nos Estados Unidos em 2008
comércio. não atingiu a economia do bloco dado o elevado desenvol-
b) pelo liberalismo econômico praticado pelos estados ab- vimento econômico e o grau de integração dos seus países
solutistas, como mecanismo de dinamizar o comércio mun- membros.
dial e contribuir para o enriquecimento e fortalecimento do e) apesar da importância política e econômica da União Eu-
poder real. ropeia, diante da saída do Reino Unido, outros países não
c) pela política napoleônica de substituir a Inglaterra pela demonstram mais interesse em integrar o bloco.
França como maior fornecedora de produtos industriais,
abolindo o Antigo Regime e democratizando as relações in- 328. (UNINORTE AC/2017) Um dos sintomas do policen-
ternacionais. trismo do mundo atual foi o sucesso da sigla BRIC ‒
d) pelo mecanismo de superação dos efeitos da crise de usada pela primeira vez em 2001, por O’Neill, chefe de
1929 ao estabelecer a economia de mercado e o Estado pesquisas econômicas de um dos maiores bancos glo-
mínimo, como instrumento de retomada da produção indus- bais de investimento ‒ que identificava um grupo hete-
trial e ampliação da oferta de emprego. rogêneo de economias emergentes formado por quatro
e) pela derrocada do socialismo real e dissolução da União países: Brasil, Rússia, Índia e China. Em abril de 2011,
Soviética, impondo um modelo econômico baseado na pri- foi adicionada a letra “S” em referência à entrada da
vatização das empresas estatais e no estabelecimento de África do Sul (South Africa) e a sigla passou a ser
grandes blocos econômicos. BRICS.
326. (UERJ/2017) Um dos fatores que impulsionaram a As relações internacionais sofrem alterações conforme
tecnologia da informação foi o sucesso dos profissio- a conjuntura política e econômica da época, o que per-
nais indianos nos Estados Unidos, principalmente no mite afirmar que
Vale do Silício. A saída de estudantes indianos gerou a) a Inglaterra, interessada na derrota da França Napoleô-
um intenso debate dentro da Índia: emigrantes eram nica, apoiou com armas e homens a independência das co-
acusados de usarem a excelente educação recebida lônias americanas, objetivando enfraquecer o vasto império
gratuitamente do governo para impulsionar suas carrei- francês.
ras sem dar nada de volta ao país. O grosso da emigra- b) a vitória do norte industrial sobre o sul escravocrata es-
ção indiana hoje vai para os E.U.A., Austrália, Canadá e tadunidense consolidou as fronteiras geográficas dos Esta-
Nova Zelândia. dos Unidos, provocando a rivalidade política e econômica
Adaptado de COSTA, F. Os indianos. São Paulo: Contexto, 2015.
entre os Estados Unidos e a Inglaterra.
Apesar da crítica relatada no texto, a economia indiana c) a bipolarização mundial no contexto da Guerra Fria ocor-
também se beneficiou com a emigração de profissio- reu no plano diplomático e ideológico, buscando evitar um
nais indianos qualificados. Para a Índia, uma conse- conflito de caráter nuclear, extinguindo os conflitos bélicos
quência positiva desse processo demográfico tem no contexto mundial.
sido: d) a desagregação da União Soviética e o desmantela-
a) barateamento da mão de obra local mento do socialismo real contribuíram para a hegemonia
b) recebimento de remessas financeiras estadunidense e a imposição do processo de globalização
c) diminuição dos índices de desemprego e das políticas neoliberais a partir da década de 90 do sé-
d) ampliação das exportações da indústria culo XX.
e) o avanço do terrorismo, inerente à cultura islâmica, tem
327. (IFPE/2017) REINO UNIDO DECIDE DEIXAR A contribuído para o fortalecimento dos organismos internaci-
UNIÃO EUROPEIA EM REFERENDO onais e para a ampliação das políticas sociais e humanitá-
Em decisão histórica, que tem potencial para mudar o rias nos EUA e na Europa, para conter os extremismos.
rumo da geopolítica mundial pelas próximas décadas,
os britânicos decidiram, em referendo, deixar a União
Europeia (UE). A opção de "sair" venceu a de permane-
cer no bloco europeu por mais de 1,2 milhão de votos
de diferença.
Reino Unido decide deixar a União Europeia em referendo (Adap-
tado). Portal G1.
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329. (Famerp/2016) Bancos chineses negociam a concessão de um empréstimo de US$ 7 bilhões para a constru-
ção de uma refinaria que poderia fazer do Equador um importante produtor de gasolina, diesel e outros derivados
do petróleo. Em todo o país, o dinheiro chinês está construindo estradas, pontes e hospitais. Os bancos estatais
chineses já destinaram quase US$ 11 bilhões ao país, e o governo equatoriano quer mais.
(Folha de S.Paulo, 08.08.2015.)
330. (FUVEST/2016) O processo de expansão das características multilaterais do sistema ocidental nas diversas
áreas do mundo conheceu crescente impasse a partir do início do novo século. A sustentabilidade de um sistema
substancialmente unipolar mostrou-se cada vez mais crítica, precisamente em face das transformações estrutu-
rais, ligadas, antes de mais nada, ao crescimento econômico da Ásia, que pareciam complementar e sustentar a
ordem mundial do pós-Guerra Fria. A ameaça do fundamentalismo islâmico e do terrorismo internacional dividiu
o Ocidente. O papel de pilar dos Estados Unidos oscilou entre um unilateralismo imperial, tendendo a renegar as
próprias características da hegemonia, e um novo multilateralismo, ainda a ser pensado e definido.
Silvio Pons. A revolução global: história do comunismo internacional
(1917_1991). Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.
O texto propõe uma interpretação do cenário internacional no princípio do século XXI e afirma a necessidade de
se
a) valorizar a liderança norte americana sobre o Ocidente, pois apenas os Estados Unidos dispõem de recursos financeiros
e militares para assegurar a nova ordem mundial.
b) reconhecer a falência do modelo comunista, hegemônico durante a Guerra Fria, e aceitar a vitória do capitalismo e da
lógica multilateral que se constituiu a partir do final do século XX.
c) combater o terrorismo islâmico, pois ele representa a principal ameaça à estabilidade e à harmonia econômica e política
entre os Estados nacionais.
d) reavaliar o sentido da chamada globalização, pois a hegemonia política e financeira norte_americana tem enfrentado
impasses e resistências.
e) identificar o crescimento vertiginoso da China e reconhecer o atual predomínio econômico e financeiro dos países do
Oriente na nova ordem mundial.
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86
IMAGEM II
Registro rupestre. Representação dos chamados “vea-
dinhos azuis”, tesouro de um dos sítios arqueológicos
da Serra da Capivara, no Piauí.
331. (Fac. Israelita de C. da Saúde Albert Einstein
SP/2019) Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pe-
los europeus, um grande movimento de migração pa-
rece ter se iniciado no sul da floresta amazônica. Os po-
vos que se moviam falavam línguas aparentadas, de
uma grande família de línguas que denominamos tupi-
guarani. Praticavam a coivara e eram bons caçadores e
pescadores.
(Norberto Luiz Guarinello.
Os primeiros habitantes do Brasil, 2009. Adaptado.)
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O texto acima se refere à guerra e ao ritual antropofá- deram fundação a esta nação brasileira, que não pode
gico realizados pelos índios Tupinambá. Sobre isso, ser um acompanhamento, deve ser uma nação brasi-
está CORRETO afirmar: leira que reconhece a diversidade cultural, que reco-
a) Eram mecanismos políticos de acomodação, capazes de nhece 206 línguas que ainda são faladas aqui, além do
articular povos de diferentes línguas e culturas em um português. [...] O encontro e o contato entre as nossas
mesmo sistema de interdependência regional. culturas e os nossos povos, ele nem começou ainda e
b) Eram praticados por aldeias aliadas, que formavam con- às vezes parece que ele já terminou.
juntos multicomunitários e étnicos, com o objetivo de refor- KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. Disponível em
<http://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/narrativas-indige-
çar os laços de consanguinidade entre os aliados.
nas/narrativa-krenak>. Acesso em: 08/mai./2015.
c) Eram dispositivos cruciais na organização das comunida-
des Tupinambá, ocupando uma posição simbólica que, em De acordo com o texto e com seus conhecimentos so-
outros sistemas, caberia à circulação de bens de prestígio. bre o contato entre as etnias indígenas brasileiras e os
d) Eram formas de subjugar, escravizar e extrair tributos por europeus, é CORRETO afirmar:
uma elite indígena que se encontrava, às vésperas do con- a) O contato entre brancos e indígenas começou na Anti-
tato com os europeus, cada vez mais poderosa. guidade, quando houve efetivamente a maior aproximação
e) Eram os meios que os Tupinambá, que eram canibais, entre essas culturas.
encontraram para comercializar escravos e alimentar as co- b) Devido ao fato de terem visões distintas, cada um dos
munidades indígenas, cuja escala populacional era superior lados – brancos e indígenas – compreende o contato de
a 10 mil pessoas. uma forma diferente.
c) Os encontros entre diferentes povos e culturas no Brasil
334. (UEPA/2015) Eu acredito que é no contexto dessa ocorreram anteriormente à chegada dos portugueses, em
guerra crônica que nós devemos examinar o fenômeno 1500, e continuaram ocorrendo até os dias atuais.
peculiar da mandioca brava, o único alimento básico do d) O período imigratório do século XIX ampliou significativa-
mundo que é venenoso. Sugiro que a adoção dessa mente o contato entre europeus e índios no Brasil e, por-
planta representou uma estratégia de defesa específica tanto, pode ser considerado o principal marco desse pro-
para uma situação de guerra constante do tipo “guerra cesso.
de saque”. e) O contato entre essas culturas foi constituído de modo
(BECKERMAN, Stephen. A Amazônia estava repleta de gente em
1492? Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi. Coleção Emilie tolerante e pacífico.
Snethlage, 1991, p. 149)
336. (UNICAMP/2020) Na América Portuguesa do século
A incorporação de certos alimentos pelos grupos indí- XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha
genas americanos, como o citado no Texto IV, repre- também a existência de uma política indígena frente
sentou uma forma de proteção desses grupos porque aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins ti-
o: nham seus próprios motivos para se aliarem aos fran-
a) processo requerido para se tornar comestível é demo- ceses ou aos portugueses.
rado, assegurando que os inimigos de um grupo tenham di- (Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma história
indígena.
ficuldade em se prover dos campos de sua vítima.
São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992, p. 18.)
b) trabalho exigido para a colheita do produto permite a mo-
bilidade dos inimigos, possibilitando combates intensos fa- Com base no excerto e nos seus conhecimentos sobre
vorecendo a defesa. os primeiros contatos entre europeus e indígenas no
c) consumo desse alimento pelos inimigos é determinante, Brasil, assinale a alternativa correta.
promovendo a morte de parte deles com a ingestão do pro- a) A população ameríndia era heterogênea e os conflitos
duto. entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de
d) esforço realizado para a extração da planta desgasta os acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica
invasores, garantindo resultado favorável aos invadidos. dos seus contatos com os europeus.
e) caminho percorrido para atravessar os campos é longo, b) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados
permitindo a organização eficiente dos defensores. contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e
portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador
335. (UNITAU SP/2015) Nós vimos chegar que os nativos exerciam.
os pretos, os brancos, os árabes, os italia- c) Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo sou-
nos, os japoneses. Nós vimos chegar todos beram explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-
esses povos e todas essas culturas. Somos los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o im-
testemunhas da chegada dos outros aqui, pacto da presença portuguesa.
os que vêm com antiguidade, e mesmo os cientistas e d) As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as
os pesquisadores brancos admitem que sejam seis mil, outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi al-
oito mil anos. Nós não podemos ficar olhando essa his- terado com a chegada dos europeus, que passaram a in-
tória do contato como se fosse um evento português. O centivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio
encontro com as nossas culturas, ele transcende a colonial.
essa cronologia do descobrimento da América, ou das
circunavegações, é muito mais antigo. Reconhecer isso
nos enriquece muito mais e nos dá a oportunidade de ir
afinando, apurando o reconhecimento entre essas dife-
rentes culturas e “formas de ver e estar no mundo” que
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337. (UNESP/2019) O dia em que o capitão-mor Pedro d) a presença de muitos brancos europeus, desterrados ou
Álvares Cabral levantou a cruz [...] era a 3 de maio, náufragos, que haviam se convertido em caciques indíge-
quando se celebra a invenção da Santa Cruz em que nas ou autoridades locais, promovendo práticas de es-
Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e por esta cambo com piratas espanhóis e ingleses, que precisaram
causa pôs nome à terra que se encontrava descoberta ser toleradas pela Coroa portuguesa.
de Santa Cruz e por este nome foi conhecida muitos e) a densidade populacional alta na faixa litorânea, em fun-
anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz per- ção da farta exploração da pesca e da facilidade das tribos
deu todo o domínio que tinha sobre os homens, rece- do litoral em trocarem seus excedentes de alimentos, por
ando perder também o muito que tinha em os desta meio da navegação marítima, em contraste com a popula-
terra, trabalhou que se esquecesse o primeiro nome e ção escassa e rarefeita no interior do território.
lhe ficasse o de Brasil, por causa de um pau assim cha-
mado de cor abrasada e vermelha com que tingem pa- 339. (UniRV GO/2019) A oficialização da existência do
nos [...]. território brasileiro em 1500 não deu início imediato à
(Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de Mello e Souza. colonização. O período entre esse evento e o início da
O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.)
colonização efetiva na década de 1530 é chamado de
período Pré-Colonial. A respeito desse período, assi-
O texto revela que nale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.
a) a Igreja católica defendeu a prática do extrativismo du-
rante o processo de conquista e colonização do Brasil. I. Os conflitos entre portugueses e franceses domina-
b) um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Bra- ram o período inicial do Brasil, que foi tomado pelos
sil orientou as ações dos mercadores portugueses. portugueses dos colonizadores franceses. O protago-
c) os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do nismo francês na ocupação brasileira foi fundamental
Novo Mundo sempre respeitaram motivações e princípios para a resistência dos nativos aos interesses portugue-
religiosos. ses.
d) o objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil II. O Tratado de Tordesilhas dividiu o mundo entre as
foi impedir o avanço do protestantismo nas terras do Novo grandes potências católicas do mundo: França, Portu-
Mundo. gal e Espanha. Na determinação do tratado, a América
e) uma visão mística da colonização acompanhou a explo- cabia aos espanhóis, a África aos franceses e a Ásia
ração dos recursos naturais existentes nas terras conquis- aos portugueses. Porém os portugueses invadiram o
tadas. Brasil e a África, desrespeitando o tratado para formar
seu império.
338. (PUCCamp SP/2019) Embora crítico do “índio de III. A exploração do pau-brasil por portugueses e fran-
lata de goiabada” do romantismo brasileiro, Oswald de ceses marcou todo o período colonial e gerou um forte
Andrade teve pouco ou nenhum contato com a cultura enfrentamento entre europeus e indígenas, resultando
ameríndia; seus índios são frutos da leitura dos relatos no extermínio militar de várias tribos indígenas para
de viajantes e documentos da era colonial, além de an- abrir espaço para a extração da valiosa madeira.
tropólogos europeus em voga na época. No conhecido IV. O início efetivo da colonização adotou o sistema de
epigrama do Manifesto antropófago de 1928 − “Antes capitanias submissas a um governo geral. Essa estru-
dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha tura foi adotada na América Portuguesa a fim de com-
descoberto a felicidade” − não é difícil detectar o eco bater os indígenas que lutavam em defesa das matrizes
do relato feito pelo escrivão Pero Vaz de Caminha, no de pau-brasil, e só o permitiram após muita morte e vi-
qual este atesta o caráter pacífico e receptivo dos nati- olência.
vos: “certamente essa gente é boa e de bela simplici-
dade”. a) V – V – V – V
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos.
São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p.155) b) V – F – V – F
c) F – V – F – V
No processo de descoberta e conquista com vistas à d) F – F – F – F
ocupação do território brasileiro, os portugueses se de-
pararam com 340. (Mackenzie SP/2018) “(...) Neste dia, a horas de vés-
a) a diversidade indígena que se traduzia na existência de pera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum
diversas culturas, línguas e formas de organização social, e monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas
na resistência à colonização e à catequização, manifesta- ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao
das no grande número de conflitos e na necessidade de ne- monte alto o capitão pôs o nome – o Monte Pascoal, e
gociação e alianças por parte de portugueses. à terra – a Terra de Vera Cruz.”
CAMINHA, Pero Vaz de. “Carta. In: Freitas
b) o predomínio de tribos caçadoras e coletoras, nômades,
a el -rei D. Manuel”.In FREITAS, Gustavo
que mudaram drasticamente seu modo de vida para seden- de. 900 textos e documentos de história.
tário, logo após entrarem em contato com as técnicas de Lisboa: Plátano, 1986. V. II, p. 99-100.
agricultura trazidas pelos colonizadores.
c) a cordialidade dos nativos, que reconheceram a superio- O texto acima é parte da carta do escrivão, Pero Vaz de
ridade do homem branco ao constatarem a tecnologia das Caminha, tripulante a bordo da armada de Pedro Álva-
embarcações e das armas de fogo, assumindo uma postura rez Cabral, ao rei português D. Manuel, narrando o des-
amigável que facilitou a instalação pacífica dos primeiros cobrimento do Brasil. Essa expedição marítima pode
núcleos de povoamento. ser entendida no contexto socioeconômico da época,
como uma
89
a) tentativa de obtenção de novas terras, no continente eu- 342. (IFMT/2018) Observe a charge da cartunista Laerte.
ropeu, para ceder aos nobres portugueses, empobrecidos
pelo declínio do feudalismo, verificado durante todo o sé-
culo XIV.
b) consolidação do poder da Igreja junto às Monarquias ibé-
ricas, interessada tanto em reprimir o avanço mulçumano
no Mediterrâneo, quanto em cristianizar os indígenas do
Novo Continente.
c) busca por ouro e prata no litoral americano, para suprir a
escassez de metais preciosos na Europa, o que prejudicava
Disponível em: https://imagohistoria.
a continuidade do comércio com o Oriente.
blogspot.com.br/2017/11/charges-
d) conquista do litoral brasileiro e sua ocupação, garantindo historicas-brasil-colonia.html
que a coroa portuguesa tomasse posse dos territórios a ela
concedidos, pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494. A partir da análise da charge, e levando em considera-
e) tomada oficial das terras garantidas a Portugal, pelo ção os seus conhecimentos sobre o “descobrimento do
acordo de Tordesilhas, e o controle exclusivo português da Brasil”, escolha a alternativa INCORRETA.
rota atlântica, dando-lhes acesso ao lucrativo comércio de a) A charge faz referência ao desembarque da esquadra
especiarias. portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral que apor-
tou em terras brasileiras em 1500.
341. (UDESC SC/2018) É prática comum nos programas b) A primeira menção documental sobre os grupos nativos
escolares a delimitação de datas que marcam o início e, que habitavam o território brasileiro foi escrita por Pero Vaz
muitas vezes, o fim de processos históricos. No caso de Caminha, cronista que acompanhou a viagem coman-
da História do Brasil, o ano de 1500 recebe bastante dada por Cabral.
atenção. c) A charge apresenta um humor crítico ao antever que uma
das consequências da colonização portuguesa foi a tomada
A respeito do ano de 1500 como início oficial da História da posse da terra dos nativos.
do Brasil, analise as proposições. d) O contato com os europeus foi uma das causas do geno-
cídio de grupos indígenas que não tinham imunidade contra
I. A definição de datas como marcos históricos tem im- a gripe, a tuberculose e a sífilis, doenças que, antes da che-
plicações políticas, uma vez que elege certos eventos gada dos europeus ao Novo Mundo, não existiam na Amé-
como fundamentais. No caso da História do Brasil, a ên- rica.
fase no ano de 1500 ressalta a importância atribuída à e) A charge evidencia a raiva e indignação do indígena di-
chegada dos europeus para a constituição da história ante da ocupação de seu território.
brasileira.
II. Ao definir o ano de 1500 como marco inicial para a 343. (IFRS/2017) As primeiras décadas após a oficializa-
História do Brasil, corre-se o risco de desconsiderar a ção do “achamento” do Brasil, em 1500 pela esquadra
importância da história, as características e os costu- de Cabral, foram marcadas por um escasso interesse
mes dos vários grupos indígenas que já habitavam o da parte dos portugueses em relação às novas terras.
território, que seria posteriormente conhecido como Essa tendência permaneceu até a introdução do sis-
Brasil. tema de Capitanias Hereditárias. Sobre esse período de
III. A definição do ano de 1500, como marco para o início tempo inicial, é INCORRETO afirmar que
oficial da História do Brasil, foi resultado de uma série a) as primeiras tentativas francesas de penetração no terri-
de demandas populares que reivindicavam a possibili- tório ocorreram nessa época pré-colonial, inconformados
dade de opinar a respeito da oficialização da História com o estabelecimento do Tratado de Tordesilhas, os fran-
Nacional. ceses a muito custo foram combatidos por Cristóvão Jac-
ques e suas expedições de guarda-costas.
Assinale a alternativa correta. b) houve a concessão real de um estanco de exploração ao
a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. comerciante de origem judaica Fernão de Noronha, que o
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. usou com o objetivo de extração de pau-brasil.
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. c) a penetração no interior foi de pequena intensidade, ha-
d) Somente a afirmativa I é verdadeira. vendo, primordialmente, o interesse de construção de feito-
e) Somente a afirmativa II é verdadeira. rias no litoral.
d) foi de muita importância o trabalho das populações au-
tóctones, especialmente o dos grupos tupi, para tanto foi
importante o sistema de escambo.
e) a sistemática derrubada das árvores de pau-brasil so-
mente foi introduzida como recurso, após a observação da
impossibilidade de exploração alternativa, pela falta de ri-
quezas minerais e pela total infertilidade do solo para plan-
tação de qualquer tipo de produto relevante.
90
344. (ENEM/2017) Os cartógrafos portugueses teriam 346. (IFBA/2015) Analise a figura e o texto a seguir:
falseado as representações do Brasil nas cartas geo-
gráficas, fazendo concordar o meridiano com os aci-
dentes geográficos de forma a ressaltar uma suposta
fronteira natural dos domínios lusos. O delineamento
de uma grande lagoa que conectava a bacia platina com
a amazônica já era visível nas primeiras descrições ge-
ográficas e mapas produzidos por Gaspar Viegas, no
Atlas de Lopo Homem (1519), nas cartas de Diogo Ri-
beiro (1525-27), no planisfério de André Homen (1559),
nos mapas de Bartolomeu Velho (1561).
KANTOR, Í. Usos diplomáticos da ilha-Brasil: polêmicas
cartográficas e historiográficas. Varia Historia,
n. 37, 2007 (adaptado).
91
347. (UNITAU SP/2014) Analise a imagem abaixo de a) desinteresse português pelo Brasil nos primeiros anos de
Theodore de Bry, Grandes Viagens, 1592. colonização, deu-se em decorrência dos tratados comerci-
ais assinados com a Espanha, que tinha prioridade pela ex-
ploração de terras situadas a oeste de Greenwich.
b) maior distância marítima era a maior desvantagem brasi-
leira em relação ao comércio com as Índias.
c) desinteresse português pode ser melhor explicado pela
resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam o de-
sembarque e o reconhecimento das novas terras.
d) abertura de um novo mercado na América do Sul, ampli-
ava as possibilidades de lucro da burguesia metropolitana
portuguesa.
e) relativo descaso português pelo Brasil, nos primeiros
trinta anos de História, explica-se pela aparente inexistência
de artigos (ou produtos) que atendiam aos interesses da-
queles que patrocinavam as expedições.
92
b) A edificação do Palácio de Nova Friburgo, por Holande-
ses, na região serrana do Rio de Janeiro, onde fundaram
sua primeira colônia, e a fundação da cidade de Macapá
como parte da Guiana Francesa, antes de sua retomada
pelos portugueses.
c) A ocupação temporária de Salvador pelos holandeses e
a fundação da Confederação dos Tamoios por colonizado-
351. (FATEC SP/2020) O projeto de ocupação populaci- res franceses, que organizaram os índios da região do lito-
onal da Colônia foi estabelecido entre 1534 e 1536, com ral norte de São Paulo para guerrear contra tropas portu-
a adoção do sistema de capitanias hereditárias, que já guesas.
havia sido empregado com sucesso nas ilhas atlânticas d) A primeira colonização do Rio de Janeiro por calvinistas
e, além do Brasil, seria estendido à Angola. O objetivo franceses e a participação dos comerciantes holandeses na
do rei D. João III com o sistema de capitanias hereditá- Guerra dos Mascates, em Pernambuco, contra os portugue-
rias era promover a ocupação territorial, transferindo o ses.
ônus para particulares. O sistema consistia na conces- e) A fundação da colônia denominada França Antártica na
são pelo rei de extensos domínios a particulares, os Baía do Rio de Janeiro e a construção da Cidade Maurícia
quais recebiam uma carta de doação real e um foral, no pelos holandeses, em uma parte de Recife.
qual estavam especificadas suas obrigações. O dona-
tário, nome dado ao particular que recebia a capitania, 353. (Mackenzie SP/2019) As diversas etapas político-
tinha o direito de explorá-la economicamente, adminis- administrativas do Período Colonial brasileiro são mar-
trar a Justiça e, ao mesmo tempo, estava obrigado a se cadas
sujeitar à autoridade da Coroa, a recolher os tributos e a) pelo prestígio das Câmaras Municipais, em que se mani-
a expandir a fé católica, entre outras atribuições. Cabia festava o poder político dos grandes proprietários de terras
ao donatário, ainda, a concessão de sesmarias, gran- locais.
des extensões de terras que estão na origem do latifún- b) pela seleção dos altos cargos da hierarquia administra-
dio no Brasil. O sistema, contudo, começou a apresen- tiva e eclesiástica entre os naturais da Colônia.
tar problemas para os donatários. Poucas foram as ca- c) pela progressiva autonomia da Colônia, principalmente
pitanias que efetivamente prosperaram. após a elevação a Vice-Reinado em 1720.
<https://tinyurl.com/y6q37ysu> Acesso em: 15.10.2019. Adaptado. d) pelo incentivo à ocupação de terras no interior no país e
pela catequese dos povos indígenas pelos jesuítas.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, al- e) pela superposição do poder dos representantes eclesiás-
gumas das causas do fracasso do sistema descrito no ticos sobre o poder dos donatários, evidenciando o forte ca-
texto. ráter religioso da nossa colonização.
a) A maior parte dos donatários enfrentou a resistência dos
grupos indígenas à ocupação de seus territórios tradicio- 354. (UNICAMP/2019) Entre os séculos XVII e XVIII, o
nais, os altos custos de manutenção e de desenvolvimento nheengatu se tornou a língua de comunicação interét-
das capitanias e/ou a falta de assistência por parte da Co- nica falada por diversos povos da Amazônia. Em 1722,
roa portuguesa. a Coroa exortou os carmelitas e os franciscanos a ca-
b) Por serem de origem nobre, os donatários não demons- pacitarem seus missionários a falarem esta língua geral
traram as habilidades necessárias para administrar adequa- amazônica tão fluentemente como os jesuítas, já que
damente os recursos econômicos de suas capitanias e ge- em 1689 havia determinado seu ensino aos filhos de co-
rar lucros, forçando a Coroa portuguesa a promulgar a Lei lonos.
de Terras. (Adaptado de José Bessa Freire,
c) A natureza política do sistema de capitanias hereditárias Da “fala boa” ao português na
Amazônia brasileira. Amerín-
foi questionada pela burguesia portuguesa, que recorreu a
dia, Paris, n. 8, 1983, p.25.)
cortes internacionais para impedir a distribuição da maior
parte das terras americanas aos membros da nobreza. Com base na passagem acima, assinale a alternativa
d) O declínio do sistema é consequência do fracasso agrí- correta.
cola, causado pela alternância de períodos de chuva in- a) Os jesuítas criaram um dicionário baseado em línguas
tensa e secas prolongadas, características do clima de indígenas entre os séculos XVI e XIX, que foi amplamente
monções predominante na maior parte do território ameri- usado na correspondência e na administração colonial nos
cano. dois lados do Atlântico.
e) O sistema entrou em colapso quando a terceira geração b) O texto permite compreender a necessidade de o coloni-
de donatários foi derrotada na guerra contra os corsários zador português conhecer e dominar a língua para poder
franceses, que, após a vitória, ocuparam os territórios das disciplinar os índios em toda a Amazônia durante o período
antigas capitanias hereditárias. pombalino e no século XIX.
c) O aprendizado dessa língua associava-se aos projetos
352. (UniCESUMAR PR/2020) França e Holanda invadi- de colonização, visando ao controle da mão de obra indí-
ram e instalaram colônias no litoral brasileiro ao longo gena pelos agentes coloniais, como missionários, colonos
do período colonial. São exemplos dessas investidas: e autoridades.
a) A construção de São Luís, no Maranhão, como capital da d) A experiência do nheengatu desapareceu no processo
França Equinocial, e a criação da Companhia das Índias de exploração da mão de obra indígena na Amazônia e em
Ocidentais, para colonizar o Brasil holandês, quando houve função da interferência da Coroa, que defendia o uso da
a ocupação de Olinda, cidade que passou a sediá-la. língua portuguesa.
93
355. (Univag MT/2019) A colonização do Brasil baseou- a) a cana de açúcar era um produto autóctone, ou seja, na-
se, fundamentalmente, na distribuição barata da terra e tivo do Brasil e gradativamente foi caindo no gosto dos por-
no acesso fácil ao trabalho compulsório, particular- tugueses e dos europeus, a partir do século XVI;
mente no período entre 1550 e 1750. b) a produção e comercialização do açúcar ocorreram sob
A distribuição de terras deveria, conforme a lei, ser gra- a influência do livre-cambismo em que se baseou o empre-
tuita (passa-se a cobrar foro a partir de 1699), devendo endimento colonial português;
o requerente dar provas de ter condições para por as c) a metrópole estabeleceu o monopólio real, porém a co-
terras em cultivo, comprovando a posse de escravos e mercialização do açúcar passou para os porões dos navios
de animais de tiro para as fainas agrícolas. holandeses, que acabaram por assumir parte substancial
(Francisco C. T. da Silva. “Conquista e Colonização da América Por- do tráfego entre Brasil e Europa;
tuguesa”.
d) os portugueses mantiveram um rigoroso monopólio so-
In: Maria Yedda Linhares (org.). História geral do Brasil, 2016. Adap-
tado.) bre o processo de produção e refinação do açúcar, só per-
mitindo a participação de estrangeiros na comercialização
Na América Portuguesa, a distribuição de terras do produto;
a) privilegiou as pessoas detentoras de recursos econômi- e) para implantação da indústria canavieira no Brasil, o pro-
cos, gerando forte concentração fundiária. jeto colonizador luso precisava contar com mão de obra
b) combinou uma estrutura feudal aos objetivos mercantis compulsória e abundante, dada a extensão do território e
da colonização, priorizando a ajuda militar. por isso sempre privilegiou a utilização dos nativos, cuja
c) facilitou o acesso de todos os colonos indistintamente, captura proporcionava grandes lucros para a coroa.
proporcionando grande equilíbrio social.
d) levou à formação de uma camada de pequenos proprie- 358. (PUCCamp SP/2019) Depois de 1930, o panorama
tários rurais, diversificando a sociedade. novelístico do país mudou; revelou-se aos neonatura-
e) estimulou o uso de mão de obra livre na agropecuária, listas brasileiros um ambiente desconhecido. E dez
mesmo preservando a escravidão indígena. anos mais tarde os “introspectivos” (como Octavio de
Faria e Dionélio Machado) começarão a denunciar uma
356. (FUVEST/2020) As tentativas holandesas de con- mentalidade desconhecida. Antes de Jorge Amado es-
quista dos territórios portugueses na América tinham crever os três romances do cacau, José Lins do Rego,
por objetivo central mestre de todos os outros, já criara os cinco romances
a) a apropriação do complexo açucareiro escravista do do açúcar, que continuarão, acredito, como o maior mo-
Atlântico Sul, então monopolizado pelos portugueses. numento novelístico da época.
Adaptado de: CARPEAUX, Otto Maria. Ensaios reunidos.
b) a formação de núcleos de povoamento para absorverem
a crescente população protestante dos Países Baixos.
c) a exploração das minas de ouro recém‐descobertas no A introdução do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil,
interior, somente acessíveis pelo controle de portos no pelos portugueses,
Atlântico. a) partiu da iniciativa dos donatários, ao instalarem-se em
d) a ocupação de áreas até então pouco exploradas pelos seus lotes e constatarem o quanto o solo de massapé era
portugueses, como o Maranhão e o Vale Amazônico. favorável a esse tipo de produto, que se encontrava em alta
e) a criação de uma base para a ocupação definitiva das no mercado, apesar da concorrência holandesa.
áreas de mineração da América espanhola. b) foi concomitante à introdução dessa cultura na Ilha da
Madeira e nas feitorias portuguesas na África, no contexto
357. (ESPM SP/2019) A primeira vez que se mencionou do auge do tráfico negreiro, que garantia o fornecimento de
o açúcar e a intenção de implantar uma produção desse mão de obra especializada.
gênero no Brasil foi em 1516, quando o rei D. Manuel c) ocorreu devido à experiência que estes já possuíam com
ordenou que se distribuíssem machados, enxadas e de- essa cultura em outras regiões sob seu domínio, e da pos-
mais ferramentas às pessoas que fossem povoar o Bra- sibilidade de que a cana se desenvolvesse bem em solo
sil e que se procurasse um homem prático e capaz de litorâneo.
ali dar princípio a um engenho de açúcar. d) foi resultante das experiências feitas pelos jesuítas ao
Os primeiros engenhos começaram a funcionar em Per- cultivarem diversos tipos de alimento e constatarem que o
nambuco no ano de 1535, sob a direção de Duarte Coe- clima e as condições da terra eram propícios a esse produto
lho. A partir daí os registros não parariam de crescer: de origem asiática, desconhecido do mercado europeu.
quatro estabelecimentos em 1550; trinta em 1570, e 140 e) aconteceu após o contato destes com os índios, e a ob-
no fim do século XVI. A produção de cana alastrava-se servação de sua múltipla utilização pelos nativos na cons-
não só numericamente como espacialmente, chegando trução de suas ocas e como alimento de fácil obtenção.
à Paraíba, ao Rio Grande do Norte, à Bahia e até mesmo
ao Pará. Mas foi em Pernambuco e na Bahia, sobretudo 359. (SANTA CASA/2019) Pois a cana-de-açúcar intro-
na região do recôncavo baiano, que a economia açuca- duzida no Brasil pelo colonizador português alcançou
reira de fato prosperou. Tiveram início, então, os anos um tal esplendor de viço no massapê do Nordeste – na
dourados do Brasil da cana, a produção alcançando então Nova Lusitânia – que o açúcar fabricado com o
350 mil arrobas no final do século XVI. suco da cana regional nos engenhos do mesmo Nor-
(Lilia M. Schwarcz. deste projetou de súbito o Brasil no mercado europeu.
Brasil: uma Biografia) […] O açúcar assim produzido logo superou, em impor-
tância, a madeira de tinta que vinha dando valor econô-
A partir do texto e considerando a economia açucareira mico ao Brasil na Europa; e que já lhe dera o próprio
e a civilização do açúcar, é correto assinalar: nome: Brasil.
(Gilberto Freyre. Açúcar: uma sociologia do doce, 1997.)
94
Gilberto Freyre alude a duas atividades econômicas do O texto acima
período colonial brasileiro: a produção de açúcar e a a) referenda as teses que advogam o predomínio do traba-
extração do pau-brasil. Percebe-se, pela argumentação lho não escravo na colônia, incluindo a mão de obra indí-
do autor, que a exploração gena.
a) da cana-de-açúcar exigiu a instalação de um complexo b) relativiza a explicação da estrutura econômica colonial
econômico na colônia, favorecido pelas condições locais de baseada no trinômio latifúndio-exportação-trabalho es-
produção. cravo.
b) da cana-de-açúcar agregou as diversas economias regi- c) aponta para o fácil acesso à terra na América Portu-
onais da colônia às sociedades urbanas litorâneas. guesa, aspecto que coloca em xeque as teses da hegemo-
c) da cana-de-açúcar foi possível, sobretudo, devido à nia dos grandes proprietários.
abundância de mão de obra escrava indígena. d) enumera vários fatores, entre eles a presença dos mes-
d) do pau-brasil teve efeitos econômicos pouco significati- tiços e libertos, que explicam as dificuldades da Coroa e da
vos em razão da escassez da madeira na faixa litorânea. Igreja em disciplinar a sociedade colonial.
e) do pau-brasil permitiu à metrópole portuguesa acumular
o capital necessário para iniciar a colonização do Brasil. 363. (ENEM/2012) Dos senhores dependem os lavrado-
res que têm partidos arrendados em terras do mesmo
360. (UNITAU SP/2018) O açúcar foi o principal produto engenho; e quanto os senhores são mais possantes e
brasileiro de exportação durante a época colonial. bem aparelhados de todo o necessário, afáveis e verda-
Mesmo durante o auge da exploração do ouro, quando deiros, tanto mais são procurados, ainda dos que não
o Brasil encheu os cofres europeus e ajudou a impulsi- têm a cana cativa, ou por antiga obrigação, ou por preço
onar a Revolução Industrial na Inglaterra, o valor das que para isso receberam.
exportações de açúcar excedeu o de qualquer outro ANTONIL, J. A. Cultura e opulência do Brasil [1711]
produto. Assinale a alternativa que apresenta o(s) me-
canismo(s) empregado(s), na economia colonial, para Segundo o texto, a produção açucareira no Brasil colo-
favorecer esse quadro. nial era
a) A imigração maciça de portugueses para trabalhar nas a) baseada no arrendamento de terras para a obtenção da
terras interiores da colônia. cana a ser moída nos engenhos centrais.
b) A utilização predominante da mão de obra indígena nas b) caracterizada pelo funcionamento da economia de livre
lavouras açucareiras. mercado em relação à compra e venda de cana.
c) O incentivo dado pela coroa portuguesa à adoção do tra- c) dependente de insumos importados da Europa nas frotas
balho assalariado livre. que chegavam aos portos em busca do açúcar.
d) A adoção da mão de obra escrava africana e o pacto co- d) marcada pela interdependência econômica entre os se-
lonial. nhores de engenho e os lavradores de cana.
e) O predomínio de pequenas propriedades rurais produ- e) sustentada no trabalho escravo desempenhado pelos la-
zindo açúcar para exportação. vradores de cana em terras arrendadas.
361. (UTF PR/2018) Se as especiarias dominaram o co- 364. (UEFS BA/2018) Não só o algodão, o bicho-da-seda
mércio marítimo português durante o século XV, um sé- e a laranjeira introduziram os árabes e mouros na Pe-
culo depois esse papel foi ocupado, no Brasil, pela pro- nínsula: desenvolveram a cultura da cana-de-açúcar
dução açucareira, que abrangia a lavoura de cana pro- que, transportada depois da Ilha da Madeira para o Bra-
priamente dita e a fabricação do açúcar nos engenhos. sil, condicionaria o desenvolvimento econômico e so-
Muitos historiadores denominam essa economia de cial da colônia portuguesa na América, dando-lhe orga-
plantation, expressão emprestada dos ingleses para in- nização agrária e possibilidades de permanência e fixi-
dicar as lavouras tropicais. Assinale a alternativa que dez. O mouro forneceu ao colonizador do Brasil os ele-
apresenta os três elementos nos quais esse tipo de pro- mentos técnicos de produção e utilização econômica
dução se fundamentava. da cana.
(Gilberto Freyre. Casa-Grande e Senzala, 1989.)
a) Latifúndio, monocultura e mão de obra escrava.
b) Latifúndio, policultura e mão de obra escrava.
c) Latifúndio, monocultura e mão de obra livre. Ilustra o argumento do autor sobre os efeitos da econo-
d) Minifúndio, monocultura e mão de obra escrava. mia da cana-de-açúcar na história da colônia do Brasil
e) Minifúndio, policultura e mão de obra livre. a referência
a) à instalação de um complexo econômico constituído pela
362. (UNIMONTES/2010) Brancos pobres, mestiços e li- grande exploração agrícola, aos maquinários para a trans-
bertos com frequência viviam na dependência dos se- formação da matéria-prima e à utilização de trabalho com-
nhores de engenho ou outros fazendeiros, recebendo pulsório.
às vezes parcelas de terra em arrendamento ou parceria b) à uniformização econômica do extenso território da colô-
(...) Sabe-se ainda da existência de uma população nia, à expansão da catequese em meio às populações indí-
crescente de lavradores independentes em terras pró- genas e à produção em grande escala do açúcar para o
prias ou ocupando terras devolutas, produzindo ali- mercado interno.
mentos em regime de autossubsistência ou para mer- c) à constituição de uma sociedade nobiliárquica de origem
cados locais, sempre ameaçados pelos fazendeiros em europeia, à submissão da população nativa ao trabalho ex-
sua posse, em geral conhecidos em suas característi- tenuante da produção tropical e à economia de coleta de
cas. produtos nativos.
Ciro Flamarion Cardoso. O trabalho na colônia. In: FERREIRA, Olavo d) à urbanização das sociedades litorâneas, à chegada de
Leonel. História do Brasil. mão de obra estrangeira especializada em equipamentos
95
industriais e ao predomínio da mão de obra europeia imi- 367. (UNCISAL AL/2017) No Brasil colônia, o responsá-
grante nos trabalhos agrícolas. vel pela produção açucareira – o senhor de engenho –
e) à formação de governos autônomos no nordeste do Bra- tinha enorme prestígio social. Era um tipo de “nobre da
sil, à liberdade de venda no exterior da produção colonial e terra”, um membro da “açucarocracia”, que produzia a
aos investimentos de grandes somas de capital em manu- partir de um modelo centrado nos princípios capitalis-
faturas têxteis. tas de produção da época. A agricultura assentava-se
sobre o latifúndio monocultor, escravista e exportador.
365. (Mackenzie SP/2017) No Brasil do sé- VAINFAS, Ronaldo (Dir.). Dicionário do Brasil colonial.
culo XVI, a sociedade tinha, no engenho, o
centro de sua organização. Assinale a al- O modo de produção descrito no texto é conhecido
ternativa que NÃO atesta a importância do como
engenho no período colonial. a) roça.
a) A grande propriedade era monocultora e também escra- b) plantation.
vocrata, voltada para o mercado externo, sendo a monta- c) agrofeudal.
gem da estrutura de produção açucareira, um empreendi- d) rotação de cultivo.
mento de alto custo. e) agricultura coletiva.
b) Os senhores de engenhos, por serem proprietários de
terras e escravos, detinham o poder político e controlavam 368. (PUCCamp SP/2017) As colônias que se formaram
as Câmaras Municipais, sendo denominados de “homens na América portuguesa tiveram, desde o século XVI, o
bons”, estendendo tal poder para o interior de sua família. caráter de sociedades escravistas. Com o passar do
c) Alguns engenhos funcionavam como unidades de produ- tempo, consolidaram-se em todas elas algumas práti-
ção autossuficientes, pois além de oficinas para reparos de cas relacionadas à escravidão que ajudaram a cimentar
suas instalações, produziam alimentos necessários à so- a unidade e a própria identidade dos colonos luso-bra-
brevivência de seus moradores. sileiros. Dentre essas práticas, ressalta-se a combina-
d) No engenho também havia alguns tipos de trabalhadores ção entre um avultado tráfico negreiro gerido a partir
assalariados, como o feitor, o mestre de açúcar, o capelão dos portos brasileiros e altas taxas de alforria.
BERBEL, Márcia. Escravidão e política.
ou padre, que se sujeitavam ao poder e à influência do
grande proprietário de terras.
e) Os grandes engenhos contavam com toda a infraestru- Os holandeses, durante o governo de Maurício de Nas-
tura não apenas para atender às necessidades básicas de sau, lançaram mão de algumas estratégias ao se relaci-
sobrevivência, mas voltadas à atividade intelectual que tor- onarem com os colonos luso-brasileiros durante o pe-
nava o engenho centro de discussões comerciais. ríodo em que dominaram parte do Nordeste brasileiro,
no século XVII. Dentre essas estratégias, incluem-se
366. (UNIFOR CE/2017) O Complexo Econômico Nor- a) a busca do controle do tráfico negreiro a partir de um en-
destino estruturou-se no Nordeste do Brasil ao longo treposto na África do Sul, a expropriação dos engenhos de
dos séculos XVI e XVII, a partir da produção de cana de açúcar mais produtivos e a difusão do calvinismo aos colo-
açúcar para exportação. Esta produção articulou-se nos luso-brasileiros.
com a pecuária no interior da região. Sobre este período b) o estímulo à imigração holandesa para o nordeste brasi-
da história econômica do Brasil pode-se afirmar que: leiro, a limpeza étnica da porção urbana da região ocupada
e a expansão da cultura canavieira para o Suriname.
I. O aproveitamento do escravo indígena revelou-se in- c) o controle das rotas comerciais no Atlântico, a implanta-
viável na escala requerida, o que levou ao aprofunda- ção do trabalho livre em sua área de influência, e a forma-
mento da importação de africanos. ção de uma colônia judaica na região do Maranhão.
II. A criação de gado no interior do Nordeste ocorreu, d) o estabelecimento de redes de comércio com os produ-
especialmente, para abastecer a região açucareira de tores de uma vasta região da costa nordestina, certa tole-
carne e animais de tiro. rância religiosa e a manutenção das relações escravistas.
III. O crescimento destas economias se dava intensiva- e) a formação de um exército anti-lusitano de alforriados em
mente incorporando as mais modernas técnicas produ- Recife, o estabelecimento de alianças com os espanhóis e
tivas. a concessão de créditos aos colonos protestantes.
IV. As “Invasões Holandesas” foram consequências do
alto interesse comercial e financeiro dos holandeses no 369. (PUCCamp SP/2017) Mais do que resultante de aca-
negócio do açúcar. sos e similares, como aconteceu a muitos países, o Bra-
V. O desenvolvimento de uma economia açucareira nas sil é produto de uma obra. Em sua primeira parte, feita
Antilhas, depois da expulsão dos holandeses do Brasil, à medida e semelhança do colonizador. Depois, condu-
em nada prejudicou o florescimento da Região Nor- zida pela classe dominante dele herdeira, no melhor e
deste do Brasil. sobretudo no pior da herança. O sistema aí nascente
projetou-se na história como um processo sem inter-
Está correto o que se afirma em: rupção, sem sequer solavancos. Escravocrata por tanto
a) I, II, IV. tempo, fez a abolição mais conveniente à classe domi-
b) I, II, V. nante, não aos ex-escravizados. A República trouxe re-
c) III, IV e V. cusas superficiais ao Império, ficando a expansão repu-
d) I, III, e V. blicana do poder e dos direitos reduzida, no máximo, a
e) II, III e IV. farsas, a começar do método fraudador das "eleições a
bico de pena".
(FREITAS, Jânio de. Folha de S. Paulo, 30/04/2017)
96
Sobre a obra colonizadora, a que o texto de Jânio de a) gerou lucros impressionantes para a Coroa Portuguesa,
Freitas se refere, é correto afirmar que a até o momento em que a Inglaterra passou a controlar e a
a) opção pela implantação da economia açucareira, com cercear o tráfico, pilhando os carregamentos dos navios
base na grande propriedade rural e no trabalho escravo, ar- tumbeiros.
ticula-se com o mecanismo de dominação colonial e com a b) garantiu a mão de obra nas plantations portuguesas, in-
política mercantilista. glesas e holandesas, no continente americano, por mais de
b) colonização se estabelece dentro dos padrões de povo- três séculos, a custo zero para fazendeiros e traficantes.
amento e expansão religiosa, resultou da expansão marí- c) se amparou em teses racistas que negavam aos africa-
tima dos países da Europa e se constituiu numa sociedade nos de cor negra a condição de seres humanos, sendo pro-
de europeus sem miscigenação. ibido apenas quando o racismo foi considerado ilegal no
c) exploração econômica da colônia, com base na produção mundo ocidental.
de açúcar, pretendeu impor a reserva de mercado metropo- d) foi uma continuidade da escravidão existente na África,
litano por meio de um sistema de livre comércio que atingia que vigorava em todo o continente em função das guerras
todas as riquezas coloniais. intertribais, apenas ampliando sua proporção, sob gerenci-
d) escolha pela produção açucareira na colônia objetivava amento de espanhóis e portugueses.
demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos na e) envolveu diversos países europeus e um sofisticado es-
América, tendo como elemento propulsor o desenvolvi- quema de captura e transações comerciais, a partir da ação
mento da expansão comercial e marítima. de vários agentes intermediários, caso dos chamados pum-
e) existência, na colônia recém descoberta, de uma estru- beiros.
tura produtiva já instalada pela população nativa foi capaz
de viabilizar uma efetiva exploração econômica segundo os 372. (UFT TO/2019) As afirmativas a seguir abordam so-
padrões da política mercantilista. bre os quilombos e quilombolas na formação territorial
do Brasil.
370. (ESPM SP/2017) A expansão da agroindústria açu-
careira atingiu proporções assombrosas. O negócio da I. Os negros lutando pela liberdade nunca aceitaram
produção e comercialização do açúcar formava uma passivamente a escravidão. Muitos fugiram e formaram
complexa rede de interesses que atraiu ataques estran- quilombos que são espécies de vila onde os refugia-
geiros. dos, os quilombolas, tinham autonomia.
Em 1624 membros do exército da Companhia das Ín- II. São considerados quilombolas os remanescentes
dias Ocidentais atacaram e ocuparam a sede do go- das comunidades que mantém certas tradições cultu-
verno-geral em Salvador, e lá ficaram durante quase um rais ao longo do tempo.
ano. Em 1630, o ataque a Recife iniciou uma longa III. O quilombo dos Palmares localizado na serra da Bar-
guerra de ocupação e reconquista, na qual todos os re- riga no estado de Alagoas teve como principal líder de
cursos materiais e humanos da colônia foram mobiliza- resistência e escravidão Zumbi dos Palmares.
dos para expulsar os invasores. IV. Os quilombos estão distribuídos e reconhecidos nas
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme regiões Norte e Nordeste, não havendo registros em ou-
Mota. História do Brasil)
tras regiões do Brasil.
O texto deve ser relacionado com: Considerando-se as afirmativas assinale a alternativa
a) invasões francesas; CORRETA.
b) ataques de corsários ingleses; a) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas
c) confrontos com espanhóis; b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
d) invasões holandesas; c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas
e) ataques de corsários franceses. d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas
371. (PUCCamp SP/2020) Se o espírito comunitário pre- 373. (IFBA/2019) “Voyages contém dados sobre mais de
valecia em situações de perigo (...), havia outras em que 3,8 milhões de escravos embarcados em navios luso-
o individualismo predominava. Quando uma embarca- brasileiro na África e cerca de 3,4 milhões desembarca-
ção negreira era apreendida e levada até um porto para dos nas Américas (…). A maior parte dos africanos tra-
julgamento, nada mais havia a fazer além do salve-se- zidos por comerciantes luso-brasileiros embarcou em
quem-puder: era isto o que queria dizer a atitude do navios que haviam partido de portos brasileiros. De
mestre, piloto, contramestre e mais três marinheiros do acordo com Voyages, pelo menos 37% dos escravos
Aracaty, que fugiram em um escaler assim que um ofi- transportados por traficantes luso- brasileiros embar-
cial do navio apreensor subiu a bordo para inspecionar caram em navios que haviam partido do Rio de Janeiro,
o porão, deixando a bordo apenas dois marinheiros e o 36% em navios saídos de Salvador da Bahia e 12% em
cozinheiro da tripulação. embarcações de Recife em Pernambuco. O restante,
(RODRIGUES, Jaime. Cultura marítima: marinheiros e escravos no
tráfico negreiro para o Brasil (sécs. XVIII e XIX). Rev. bras. Hist. cerca de 15%, foi transportado em navios que haviam
[online]. 1999, v.19, n. 38. pp. 15-53) partido de outros portos, com Lisboa, Porto, Belém do
Pará e São Luís do Maranhão.”
Os navios negreiros eram parte de um sistema de trá- SILVA, Daniel B. Domingues da. Brasil e
Portugal no Comércio atlântico de escravos:
fico de pessoas que
um balanço histórico e estatístico. In. GUE-
DES, Roberto (org.). África – Brasileiros e Por-
tugueses. Rio de Janeiro, Mauad X, 2013 p.53-54.
97
No início do século XVII, o tráfico de escravos da África escravidão indígena perdeu força e foi abandonada no sé-
para o Brasil passou a ser regular e tinha intima relação culo XVIII.
com as economias desenvolvidas no Brasil colonial. e) após utilizar o trabalho indígena com o escambo, os por-
Com base nos dados apresentados, é possível afirmar tugueses recorrem à sua escravização. Isso se deve à ne-
que: cessidade portuguesa de mão de obra para a grande la-
voura e à indisposição indígena para o trabalho aos moldes
I. Pelos dados apresentados, o porto do Rio de Janeiro europeus. No século XVII, é substituída definitivamente
já era o mais concorrido para o desembarque de pes- pela escravidão africana.
soas na condição de escravos, podendo evidenciar a
maior atividade econômica desta região, como, por 375. (UFPR/2018) Leia o texto abaixo:
exemplo, a economia aurífera ou do ouro.
II. A cidade do Salvador, com base nos dados apresen- [...] O quilombo aparecia onde quer que a escravidão
tados, mantinha o segundo lugar no trato de escravos surgisse. Não era simples manifestação tópica. Muitas
podendo evidenciar a continuidade da importância da vezes, surpreende pela capacidade de organização,
economia do açúcar e do tabaco. pela resistência que oferece; destruído parcialmente
III. Pernambuco, pelos dados do Voyages, aparecia com dezenas de vezes e novamente aparecendo, em outros
12% dos navios embarcados revelando a falência da locais, plantando a sua roça, constituindo suas casas,
economia açucareira e aurífera daquela região. reorganizando a sua vida social e estabelecendo novos
IV. A presença de diversos portos no trato ou tráfico de sistemas de defesa. O quilombo não foi, portanto, ape-
escravos evidencia o quanto a economia do escra- nas um fenômeno esporádico. Constituía-se em fato
vismo e da escravidão estavam disseminadas na Idade normal dentro da sociedade escravista. Era reação or-
Moderna. ganizada de combate a uma forma de trabalho contra a
qual se voltava o próprio sujeito que a sustentava.
Marque a alternativa que apresenta as preposições ver- MOURA, Clóvis. Rebeliões da Senzala.
dadeiras:
a) Se somente as proposições I e III forem verdadeiras. A respeito da história dos quilombos no Brasil, consi-
b) Se somente as proposições I, III e IV forem verdadeiras. dere as seguintes afirmativas:
c) Se somente as proposições II e III forem verdadeiras. 1. Foi uma forma de organização dos escravos libertos,
d) Se somente as proposições I, II e IV forem verdadeiras. que não encontraram lugar na sociedade brasileira pós-
e) Se todas as proposições forem verdadeiras. abolição.
2. O quilombo marcou sua presença durante todo o pe-
374. (Mackenzie SP/2019) “A grande lavoura açucareira ríodo escravista, existindo praticamente em toda a ex-
na colônia brasileira iniciou-se com o uso extensivo da tensão do território nacional.
mão de obra indígena (...) Do ponto de vista dos portu- 3. Sua estrutura social respondia a uma lógica particu-
gueses, no período de escravidão indígena, o sistema larmente militar, que visava desestabilizar a estrutura
de relações de trabalho era algo que fora pormenoriza- social dos senhores de escravos.
damente elaborado. Tal período foi também aquele em 4. A quilombolagem se constituiu na unidade básica de
que o contato entre os europeus e o gentio começou a resistência, fruto das contradições estruturais do sis-
criar categorias e definições sociais e raciais que ca- tema escravista, e sua dinâmica refletia a negação
racterizaram continuamente a experiência colonial.” desse sistema.
(Schwartz, Stuart B. Segredos Internos:
Engenhos e escravos na sociedade colonial. Assinale a alternativa correta.
São Paulo: Cia das Letras, 2005, p. 57)
a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
Sobre o trabalho escravo durante o período colonial é c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
correto afirmar que d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
a) o uso da mão de obra indígena estendeu-se durante todo e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
o período colonial. No primeiro momento, durante a extra-
ção do pau-brasil, os portugueses utilizavam o escambo. 376. (UFGD MS/2019) Leia este trecho do poema Navio
No segundo momento, a partir da produção canavieira, foi Negreiro (1883), de Castro Alves.
organizada a escravidão dos povos indígenas.
b) desde o primeiro contato com os portugueses, os indíge- III
nas foram submetidos ao trabalho escravo. Seja na extra- Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
ção do pau-brasil seja na grande lavoura canavieira, o sis- Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
tema escravista baseado na mão de obra nativa predomi- Como o teu mergulhar no brigue voador!
nou diante de outras formas de trabalho. Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
c) a partir da necessidade de mão de obra para a produção É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
canavieira, os povos indígenas foram submetidos à escra- Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que hor-
vidão. Porém, a partir da chegada dos primeiros grupos de ror!
africanos, a escravidão indígena foi paulatinamente aban-
donada até chegar ao fim em meados do século XVII. IV
d) a escravidão indígena foi implantada durante o chamado Era um sonho dantesco... o tombadilho
Período Pré-colonial e tinha como objetivo usar o máximo Que das luzernas avermelha o brilho.
de mão de obra para a extração do pau-brasil. Com a im- Em sangue a se banhar.
plantação da grande lavoura e a chegada dos africanos, a
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Tinir de ferros... estalar de açoite... 379. (ENEM/2018) Outra importante manifestação das
Legiões de homens negros como a noite, crenças e tradições africanas na Colônia eram os obje-
Horrendos a dançar... tos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegu-
Disponível em: <http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm>. rança tanto física como espiritual gerava uma necessi-
dade generalizada de proteção: das catástrofes da na-
Ao longo da história, ocorreram movimentações de tureza, das doenças, da má sorte, da violência dos nú-
contingentes humanos no Brasil, que influenciaram a cleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios
formação social, política e econômica do território e da de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e
população brasileiros. Assinale a alternativa correta até atrair mulheres, o costume era corrente nas primei-
que denomina a classificação do movimento populaci- ras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas
onal intenso e involuntário de parte considerável da po- escravos, mas também homens brancos.
pulação de um território que é forçada (muitas vezes, CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros.
com violência) a se dispersar para outros territórios, a In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil
para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da
exemplo do tráfico de milhões de africanos que foram
Palavra, 2013 (adaptado).
trazidos de forma violenta, degradante e involuntária
para o trabalho escravo, ocorrido no Brasil, entre os sé- A prática histórico-cultural de matriz africana descrita
culos XVI e XIX. no texto representava um(a)
a) Diáspora. a) expressão do valor das festividades da população pobre.
b) Migração pendular. b) ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado.
c) Migração interna. c) estratégia de subversão do poder da monarquia portu-
d) Evacuação. guesa.
e) Êxodo rural. d) elemento de conversão dos escravos ao catolicismo ro-
mano.
377. (UniCESUMAR PR/2018) A adoção do regime es- e) instrumento para minimizar o sentimento de desamparo
cravista de trabalho na América portuguesa, regime social.
não mais dominante nas modernas economias mercan-
tis europeias, deveu-se, entre outros, 380. (IFGO/2018) Leia o texto sobre a vinda dos escra-
a) à ameaça de invasão francesa e holandesa nas colônias vos negros da África para o Brasil:
americanas.
b) ao fracasso do apresamento de indígenas para o traba- “[...] Os bantos (angolas, caçanjes e bengalas, etc.) cuja
lho na lavoura. vinda se deu entre fins do século XVI perdurando até
c) ao projeto da Companhia das Índias Ocidentais no Nor- XIX, vieram especialmente para as regiões de Minas Ge-
deste brasileiro. rais e Goiás; [...] E os sudaneses (iorubas ou nagôs, je-
d) à estrutura político-administrativa das capitanias heredi- jes, fanti-achanti; haussás e mandigasislamizados, etc.)
tárias coloniais. originários da África Ocidental, tem sua entrada no Bra-
e) ao modelo de exploração econômica adotado no Brasil sil, em meados do século XVII, perdurando até a metade
por Portugal. do século XIX, se concentraram nas regiões açucarei-
ras, sobretudo, Bahia e Pernambuco”.
378. (IFMT/2018) A discussão sobre a escravidão afri- NASCIMENTO, Alessandra Amaral Soares. Candomblé e umbanda:
cana no Brasil, entre os séculos XVI e XIX, não se res- práticas religiosas da identidade negra no Brasil. RBSE, n. 9, v. 27,
tringe apenas à questão econômica. Os historiadores p. 923-944.
Dez. 2010. p. 926. Disponível em: <http://www.cchla.ufpb.br/rbse/In-
têm destacado também a luta pela liberdade, as socia-
dex.html>. Acesso em: 30 abr. 2018.
bilidades, solidariedades, religiosidades, culturas e for-
mas de resistência ao cativeiro. Sobre os aspectos da Marque a alternativa correta, no que se refere às formas
escravidão no Brasil, considera-se CORRETO que: de resistência à escravidão negra no Brasil:
a) a luta contra a escravidão foi a principal bandeira da elite a) Em alguns engenhos brasileiros, os escravos podiam
letrada, influenciada pelas ideias iluministas, que via nessa plantar suas roças nos dias santos e nos domingos.
instituição a causa da desigualdade social brasileira. b) A sociedade colonial assentava-se na oposição entre se-
b) as fugas individuais e coletivas de escravizados eram nhores e escravos. Os demais grupos sociais definiam-se a
constantes. Muitos formavam comunidades com organiza- partir de seu grau de proximidade ou distância desse núcleo
ção social própria e uma rede de alianças, os chamados fundamental.
quilombos. c) Os escravos eram propriedades, comprados da mesma
c) os senhores de engenhos adotaram o método do vigiar e forma que se adquire um animal, uma roupa. Tanto seu tra-
punir, frente aos possíveis escravizados revoltosos, impe- balho como sua vontade pertenciam ao seu proprietário.
dindo amplamente as fugas e rebeliões dentro de suas pro- d) Os escravos organizavam fugas coletivas ou individuais
priedades. para os quilombos. A preservação da religiosidade, das
d) a Igreja conseguiu promover a ampla e irrestrita conver- crenças e ritos africanos era outra forma de resistência à
são dos diversos grupos de africanos ao catolicismo, que escravidão.
foram impedidos de reproduzir suas práticas religiosas an-
cestrais.
e) os africanos escravizados eram proibidos de participar
de agremiações religiosas, atividades de ganho fora das
propriedades dos seus senhores e de contraírem o matri-
mônio por serem cativos.
99
381. (FAMEMA/2018) Havia muito capital e muita ri- não chegavam para o gasto. O velho capitão-mor era
queza entre os lavradores de cana, alguns ligados por mesmo que menino por alfenim e cocada. E como es-
laços de sangue ou matrimônio aos senhores de enge- tava sempre hospedando frades e padres no seu casa-
nho. Havia também um bom número de mulheres, não rão de Noruega, tinha o cuidado de conservar em casa
raro viúvas, participando da economia açucareira. uma opulência de doces finos.
Digno de nota até o fim do século XVIII, contudo, era o FREYRE, G. Nordeste: aspectos da influ-
ência da cana sobre a vida e a paisagem
fato de os lavradores de cana serem quase invariavel-
do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro:
mente brancos. Os negros e mulatos livres simples- José Olympio, 1985 (adaptado).
mente não dispunham de créditos ou capital para assu-
mir os encargos desse tipo de agricultura. O texto relaciona-se a uma prática do Nordeste oitocen-
(Stuart Schwartz. “O Nordeste açucareiro
tista que está evidenciada em:
no Brasil Colonial”. In: João Luis R. Fra-
goso e Maria de Fátima Gouvêa (orgs). a) Produção familiar de bens para festejar as datas religio-
O Brasil Colonial, vol 2, 2014.) sas.
b) Fabricação escrava de alimentos para manter o domínio
O excerto indica que a sociedade colonial açucareira foi das elites.
a) organizada em classes, cuja posição dependia de bens c) Circulação regional de produtos para garantir as trocas
móveis. metropolitanas.
b) apoiada no trabalho escravo, principalmente o dos lavra- d) Criação artesanal de iguarias para assegurar as redes de
dores de cana. sociabilidade.
c) baseada na “limpeza de sangue”, portanto se proibia a e) Comercialização ambulante de quitutes para reproduzir
miscigenação. a tradição portuguesa.
d) determinada pelos recursos financeiros, o que impedia a
mobilidade. 384. (PUCCamp SP/2017) As colônias que se formaram
e) hierarquizada por critérios diversos, tais como a etnia e na América portuguesa tiveram, desde o século XVI, o
riqueza. caráter de sociedades escravistas. Com o passar do
tempo, consolidaram-se em todas elas algumas práti-
382. (FGV/2018) Como a sociedade do reino e as dos cas relacionadas à escravidão que ajudaram a cimentar
núcleos mais antigos de povoamento – a de Pernam- a unidade e a própria identidade dos colonos luso-bra-
buco, Bahia ou São Paulo – seguiam, em Minas, os prin- sileiros. Dentre essas práticas, ressalta-se a combina-
cípios estamentais de estratificação, ou seja, pauta- ção entre um avultado tráfico negreiro gerido a partir
vam-se pela honra, pela estima, pela preeminência so- dos portos brasileiros e altas taxas de alforria.
cial, pelo privilégio, pelo nascimento. A grande dife- (BERBEL, Márcia; MARQUESE, Rafael e PARRON, Tâmis. Escravi-
dão e política. Brasil e Cuba, c. 1790-1850. São Paulo: Hucitec/Fa-
rença é que, em Minas, o dinheiro podia comprar tanto
pesp. 2010. p. 178-179)
quanto o nascimento, ou “corrigi-lo”, bem como a ou-
tros “defeitos” (...) Como rezava um ditado na época, Segundo o texto e seus conhecimentos sobre a história
“quem dinheiro tiver, fará o que quiser”. da escravidão na América Portuguesa, a sociedade es-
Laura de Mello e Souza. Canalha indômita.
cravista que nela se constituiu apresentava a
No Brasil colonial, tais “defeitos” referem-se a) convivência entre a presença de um grande número de
a) aos que fossem acusados pelo Tribunal da Santa Inqui- alforriados e o denso volume de escravos gerido interna-
sição e aos que estivessem na Colônia sem a permissão do mente, constituindo-se como elemento importante na cons-
soberano português. trução da identidade dos colonos.
b) ao exercício de qualquer prática comercial desvinculada b) dissociação entre tráfico negreiro, controlado pelos por-
da exportação e à condição de não ser proprietário de terras tugueses reinóis, e alforria propiciada pelos colonos locais,
e escravos. gerando uma pluralidade de identidades na sociedade es-
c) aos que explorassem ilegalmente o trabalho compulsório cravista.
dos indígenas e aos colonos que não fizessem parte de al- c) tensão entre práticas de alforria engendradas pelos colo-
guma irmandade religiosa. nos e medidas de estímulo ao tráfico negreiro empregadas
d) aos colonos que se casavam com pessoas vindas da Me- pela Coroa portuguesa, como expressão de projetos dife-
trópole e aos que afrontassem, por qualquer meio, os cha- rentes de sociedade escravista.
mados “homens bons”. d) interação patriarcal entre colonos luso-brasileiros e es-
e) aos de sangue impuro, representados pela ascendência cravos, devido à adoção de práticas de alforria, apesar da
moura, africana ou judaica, e aos praticantes de atividades unidade e resistência vigentes entre os africanos escraviza-
artesanais ou relacionadas ao pequeno comércio. dos e da opressão exercida pela Coroa portuguesa.
e) contradição entre práticas escravistas estimuladas pelos
383. (ENEM/2018) Os próprios senhores de engenho traficantes portugueses que geriam os portos brasileiros e
eram uns gulosos de doce e de comidas adocicadas. as propostas abolicionistas apregoadas pelo colonos luso-
Houve engenho que ficou com o nome de “Guloso”. E brasileiros que defendiam a alforria.
Manuel Tomé de Jesus, no seu Engenho de Noruega,
antigo dos Bois, vivia a encomendar doces às doceiras
de Santo Antão; vivia a receber presentes de doces de
seus compadres. Os bolos feitos em casa pelas negras
100
385. (ENEM/2017) Todos os anos, multidões de portu- transformou em pessoas de qualidade alguns indiví-
gueses e de estrangeiros saem nas frotas para ir às mi- duos que nunca sonhariam em obter esta condição em
nas. Das cidades, vilas, plantações e do interior do Bra- Portugal e criou um novo estado de plebeus [...].
sil vêm brancos, mestiços e negros juntamente com SCHWARTZ, Stuart. Segredos Internos. São Paulo: Companhia das
Letras, p. 214.
muitos ameríndios contratados pelos paulistas. A mis-
tura é de pessoas de todos os tipos e condições; ho-
mens e mulheres; moços e velhos; pobres e ricos; fi- Sobre o critério que organizava a sociedade colonial
dalgos e povo; leigos, clérigos e religiosos de diferen- brasileira, é CORRETO afirmar que
tes ordens, muitos dos quais não têm casa nem con- a) no Brasil, a sociedade colonial reproduziu a estrutura so-
vento no Brasil. cial europeia, sem lhe acrescentar modificações significati-
BOXER, C. O império marítimo português: vas.
1435-1825. São Paulo: Cia. das Letras, 2002. b) na sociedade colonial brasileira, a distinção jurídica es-
sencial que dividia os indivíduos era entre reinóis e brasilei-
A qual aspecto da vida no Brasil colonial o autor se re- ros nascidos na colônia.
fere? c) na sociedade colonial, não valiam os padrões vigentes
a) À imposição de um credo exclusivo. na metrópole, como pureza de sangue ou distinção entre
b) À alteração dos fluxos populacionais. cristãos-novos e velhos.
c) À fragilização do poder da Metrópole. d) no Brasil, a sociedade colonial desenvolveu novos prin-
d) Ao desregramento da ordem social. cípios de classificação social, com base na raça e na cul-
e) Ao antilusitanismo das camadas populares. tura.
e) no Brasil, o novo estado dos plebeus era constituído pe-
386. (UECE/2015) Sobre a sociedade brasileira do perí- los homens brancos pobres e livres e pelos escravos.
odo colonial, pode-se afirmar corretamente que
a) buscava afirmar valores nativistas contestando a explo- 389. (UECE/2014) “Em teoria, as pessoas livres da colô-
ração colonial. nia portuguesa nos trópicos foram enquadradas em
b) era alicerçada em relações sociais que primavam por uma hierarquia de ordens. A divisão em ordens – no-
igualdade e fraternidade. breza, clero e povo – era uma característica do antigo
c) baseava-se em relações sociais de cunho escravista e regime, que as elites desejavam importar para o espaço
patriarcal. colonial.”
d) procurou imprimir uma nova dinâmica social que em nada FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo, Editora da
USP, 2009.
lembrava a metrópole colonizadora.
387. (ENEM/2015) Em sociedade de origens tão nitida- Atente para as afirmações a seguir, acerca da aplicabi-
mente personalistas como a nossa, é compreensível lidade das três ordens mencionadas no excerto acima.
que os simples vínculos de pessoa a pessoa, indepen-
dentes e até exclusivos de qualquer tendência para a I. A transplantação do modelo baseado nas três ordens
cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido – nobreza, clero e povo –, vigente em Portugal, teve
quase sempre os mais decisivos. As agregações e rela- pouco efeito no Brasil.
ções pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro II. A sociedade colonial brasileira era composta de se-
lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre regio- nhores e escravos. Os fidalgos eram muitos, embora a
nalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O gente comum, com pretensão à nobreza, compunha a
peculiar da vida brasileira parece ter sido, por essa maioria da população.
época, uma acentuação singularmente enérgica do afe- III. Na cúpula da pirâmide social da população livre co-
tivo, do irracional, do passional e uma estagnação ou lonial, estavam os grandes proprietários de terras e es-
antes uma atrofia correspondente das qualidades orde- cravos, e os comerciantes voltados para o mercado ex-
nadoras, disciplinadoras, racionalizadoras. terno.
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
É correto o que se afirma em
Um traço formador da vida pública brasileira expressa- a) II apenas.
se, segundo a análise do historiador, na b) I e III apenas.
a) rigidez das normas jurídicas. c) II e III apenas.
b) prevalência dos interesses privados. d) I, II e III.
c) solidez da organização institucional.
d) legitimidade das ações burocráticas. 390. (UEFS BA/2012) A primeira estratificação social na
e) estabilidade das estruturas políticas. colônia brasileira se fundou na cor da pele. Pela cor da
pele se distinguiam os senhores dos escravos. A estra-
388. (UNITAU SP/2015) A sociedade escravista brasi- tificação étnica correspondia exatamente à estratifica-
leira não foi uma criação do escravismo, mas o resul- ção social. A população colonial distribuía-se, pois, em
tado da integração da escravidão da grande lavoura – duas camadas principais: de um lado a nobreza, os se-
que já existia na península ibérica, mas era marginal à nhores, de outro a massa servil. (NOVINSKY, 1972, p.
organização da sociedade por ordens que se desen- 59).
volve na Europa desde o séc. XI – com princípios soci-
ais preexistentes na Europa. A escravidão dos enge- Apesar da estratificação social indicada no texto, havia
nhos transformou e ampliou as categorias tradicionais, outra forma de diferenciação social entre os próprios
brancos na Bahia colonial, baseada
101
a) no nível de riqueza, sendo os brancos pobres compara- Para firmar o Tratado de Santo Ildefonso, em 1777, os
dos aos escravos negros e encarregados de trabalhos bra- portugueses:
çais nas áreas urbanas e rurais. a) entregaram a Ilha de Santa Catarina.
b) na nacionalidade, visto que os estrangeiros, mesmo b) entregaram a Colônia do Sacramento.
brancos eram impedidos de desembarcar nos portos colo- c) entregaram territórios da Amazônia.
niais, inclusive em situações de emergência. d) exigiram territórios na Ásia.
c) na condição de gênero, que destinava à vida reclusa nos e) exigiram ilhas no Caribe.
conventos e mosteiros as mulheres brancas que não se ca-
savam. 393. (UECE/2019) A partir do século XVI, um processo
d) na origem religiosa, que distinguia os cristãos novos de de expansão e interiorização da colonização portu-
origem judaica dos cristãos antigos, sendo os primeiros im- guesa nos territórios do que hoje é o Brasil foi produ-
pedidos de participar de diversas organizações da socie- zindo uma rede de núcleos urbanos fora do espaço da
dade. zona litorânea. Esses núcleos urbanos existiam em fun-
e) no nível intelectual, privilegiando os brancos portadores ção das atividades econômicas realizadas pelos colo-
de educação universitária e excluindo da vida pública os nos nas diversas regiões do interior da América portu-
brancos que possuíam apenas a educação fundamental. guesa. Considerando as atividades econômicas que fo-
ram importantes para o processo de interiorização du-
rante a colonização do Brasil, atente para as seguintes
afirmações:
391. (UFRGS/2019) A respeito das disputas e tratados
fronteiriços celebrados ao longo da história brasileira, I. A indústria têxtil e metalmecânica, introduzida com a
assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes chegada de imigrantes europeus ao sudeste do Brasil,
afirmações. foi fundamental na colonização.
II. A pecuária bovina, realizada tanto nos sertões nor-
( ) O Tratado de Madri (1750) reformulou as fronteiras destinos quanto nos pampas gaúchos, promoveu a
ao sul da América Portuguesa, ao reconhecer a Colônia ocupação de vastas áreas interiores no Brasil.
do Sacramento como território espanhol e os Sete Po- III. A prospecção e mineração de metais e pedras preci-
vos das Missões como território português. osas foram responsáveis pela formação de várias cida-
( ) O desfecho da Guerra Cisplatina, em 1828, não des coloniais brasileiras, sobretudo na região de Minas
acarretou nenhuma modificação territorial no Império Gerais.
Brasileiro. IV. As bandeiras de apresamento de africanos e o co-
( ) O Brasil, no início do século XX, disputou exten- mércio de escravos negros fizeram surgir importantes
sões territoriais com a França, na fronteira com a Gui- agrupamentos urbanos na Amazônia.
ana Francesa, e com a Inglaterra, na divisa com a Gui-
ana, e foi vitorioso em ambas as intermediações diplo- É correto o que se afirma somente em
máticas. a) II e III.
( ) O Tratado de Petrópolis, assinado em 1903, incor- b) I e IV.
porou o território do atual estado do Acre ao Brasil, em c) II e IV.
troca do pagamento de indenizações à Bolívia e ao d) I e III.
Peru.
394. (ESPCEX/2017) O território brasileiro é, atual-
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, mente, bem maior do que as terras atribuídas a Portugal
de cima para baixo, é pelo Tratado de Tordesilhas. A expansão da colônia
a) V – F – F – V. ocorreu graças à ação de bandeirantes, missionários,
b) V – F – F – F. militares e pecuaristas que ocuparam as vastidões
c) V – F – V – F. pouco exploradas das áreas de ambos os lados da linha
d) F – V – F – V. de Tordesilhas. O tratado em que a França renuncia às
e) F – V – V – V. terras que ocupava na margem esquerda do rio Amazo-
nas e aceita o rio Oiapoque como limite entre a colônia
392. (ESPM RS/2019) Ao mesmo tempo em que eram portuguesa e a Guiana Francesa é o
atacados pelo litoral, no Rio Grande, os portugueses a) Segundo Tratado de Ultrech.
procuravam deter o avanço dos jesuítas castelhanos no b) Tratado de Santo Ildefonso.
interior do continente. O objetivo era eliminar as Mis- c) Tratado de Madri.
sões do alto Paraná. Expedições foram enviadas para d) Tratado de Badajós.
fortalecer as defesas no Mato Grosso, e várias fortifica- e) Primeiro Tratado de Ultrech.
ções ou presídios foram construídos naqueles territó-
rios.
A guerra somente terminou em 1776, com a expulsão
dos castelhanos do Rio Grande. O Tratado de Santo Il-
defonso, assinado no ano seguinte, pôs um ponto final
na disputa entre os reinos ibéricos na região.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota.
História do Brasil: uma interpretação)
102
395. (UNIT SE/2016) 397. (UFJF/2015) A ocupação territorial e o povoamento
no Brasil-Colônia atenderam às necessidades euro-
peias de comércio, com novas áreas sendo ocupadas
para o cultivo de diferentes produtos.
103
c) a mão de obra negra e escrava na pecuária era maioria português na América do Sul foram redefinidos. Con-
em relação a outros trabalhadores, mas diferenciava-se forme o novo acordo, sete povoados guarani que fica-
pelo fato de o trabalho ser mais brando. vam a leste do rio Uruguai foram incorporados aos do-
d) nas fazendas de gado, o percentual de livres e escravos mínios portugueses e, por essa razão, seus habitantes
era em torno de cinquenta por cento para cada categoria, foram obrigados a se mudar para a margem oeste do
uma vez que era um trabalho que exigia um grande número rio.
de trabalhadores.
Os povos guarani guerrearam pelo direito de permane-
400. (PUCCamp SP/2019) Esta virtude estrangeira cer em seus povoados e, como foram derrotados em
Me irrita sobremaneira. 1756 pelas tropas ibéricas, acabaram se estabelecendo,
Quem a teria trazido, em sua maioria, na região sob controle espanhol.
com seus hábitos polidos
estragando a terra inteira?
Só eu
permaneço nesta aldeia
como chefe guardião.
Minha lei é a inspiração
que lhe dou, daqui vou longe
visitar outro torrão.
[Peça destinada à catequese, traz como um dos perso- De acordo com as informações apresentadas no texto
nagens o chefe tamoio Guaixará, que realmente existiu e no mapa, é correto afirmar que
e lutou ao lado dos franceses em 1560, na guerra da a) os jesuítas espanhóis estabeleceram as suas missões
Guanabara.] em 1756, na região que hoje corresponde a São Paulo, Pa-
raguai e Argentina.
A catequese no território brasileiro, durante o período b) os índios guarani, obedecendo ao Tratado de Madri, se
colonial, valeu-se de referências da cultura indígena estabeleceram em novos povoados fundados nos arredores
para facilitar a comunicação, como se nota no excerto de Assunção, Curitiba e Florianópolis.
da obra de José de Anchieta. Corresponde a esse as- c) os portugueses fundaram trinta reduções jesuíticas às
pecto do processo colonizatório, margens do rio da Prata, atendendo ao que havia sido defi-
a) a imposição, em todos os núcleos colonizadores, de uma nido pelo Tratado de Tordesilhas no início do século XVII.
“língua geral” criada pelos jesuítas a partir da fusão do por- d) os povoados formados por jesuítas e indígenas na bacia
tuguês e do latim. do Prata foram diretamente afetados pelo Tratado de Madri,
b) a criação de missões jesuíticas a modo de aldeias indí- acordo de limites assinado em 1750.
genas, preservando a autoridade dos caciques e pajés. e) os espanhóis recuperaram, com o Tratado de Tordesi-
c) o surgimento da chamada arte missioneira, na qual se lhas, a região de Porto Alegre, tomada pelos índios guarani
destacam as esculturas católicas com feições indígenas. que não aceitaram ser realocados.
d) a adesão dos índios convertidos à Guerra Santa, uma
vez que as práticas religiosas indígenas foram rapidamente 402. (UFJF/2017) Leia atentamente o trecho a seguir. Ele
substituídas pelas católicas. faz parte do Voto do Padre Antônio Vieira sobre as dú-
e) o uso, pelos jesuítas, de formas de escrita indígena no vidas dos moradores de São Paulo acerca da adminis-
processo de alfabetização desenvolvido nas aldeias. tração dos índios, de 1694.
401. (ETEC SP /2018) A partir do início do século XVII, “São, pois, os ditos índios aqueles que, vivendo livres
padres jesuítas espanhóis fundaram povoados nos e senhores naturais das suas terras, foram arrancados
quais reuniram populações indígenas da região da ba- delas por uma violência e tirania e trazidos em ferros
cia do rio da Prata. Os trinta povos das missões, como com a crueldade que o mundo sabe, morrendo natural
ficaram conhecidos esses aldeamentos, eram forma- e violentamente muitos nos caminhos de muitas léguas
dos especialmente por índios guarani, tradicionais ha- até chegarem às terras de São Paulo, onde os morado-
bitantes locais. De acordo com o Tratado de Tordesi- res delas ou os vendiam, ou se serviam e se servem de-
lhas, esses povoados ficavam na área pertencente à Es- les como escravos”.
VIEIRA, A. (Pe.) Escritos instrumentais sobre os índios.
panha.
São Paulo: Educ; Loyola; Giordano, 1992. p.102.
104
Sobre a escravização das populações indígenas no iní- a) ao processo de interiorização da colonização portuguesa
cio do processo de colonização na América Portu- no Brasil a partir da expansão da atividade pecuarista, por
guesa, assinale a alternativa CORRETA: meio das correntes do sertão de dentro, oriunda da Bahia,
a) a maior parte da população indígena existente dentro do e do sertão de fora originária de Pernambuco.
território vivia em núcleos urbanos próximos dos rios e do b) à grande migração de colonos e de pessoas oriundas de
litoral Atlântico. Portugal para a região que hoje é Minas Gerais, em função
b) essas populações indígenas apresentavam um padrão das descobertas de jazidas de ouro e pedras preciosas, o
cultural e linguístico bastante unificado, não havendo gran- que fez surgirem vários centros urbanos na área.
des diferenciações. c) ao estímulo ao desenvolvimento da colônia, promovido
c) as chamadas “Bandeiras” só aprisionavam os indígenas por Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pom-
quando seu objetivo principal de encontrar riquezas mine- bal, secretário de Estado do Reino, sob o reinado de D.
rais não era alcançado. José I, que incentivou a indústria e a educação no Brasil.
d) a retirada dos indígenas de suas terras e seu aldeamento d) à ocupação de vastos espaços do território da colônia por
nas missões jesuítas contribuíram para a dissolução de colonos espanhóis das regiões do Potosi e do Rio da Prata,
suas crenças religiosas. quando ocorreu a União Ibérica (1580-1640), época em que
e) a mão de obra dos indígenas foi utilizada de forma pre- reis hispânicos governaram o reino de Portugal.
dominante em atividades de caráter artesanal e comercial
controladas por colonizadores. 405. (ACAFE SC/2016) A União Ibérica (1580-1640) ca-
racterizou-se quando Filipe II invadiu Portugal com
403. (PUCCamp SP/2019) A definição das fronteiras na suas tropas e assumiu a coroa portuguesa, unindo Por-
América do Sul, entre o território de colonização portu- tugal e Espanha.
guesa e o de colonização espanhola foi estabelecida
por diversos tratados que se estenderam do período No contexto da União Ibérica, todas as alternativas es-
colonial ao pós-independências. É correto afirmar que tão corretas, exceto a:
o Tratado de a) Em 1640 terminou o domínio espanhol, através do movi-
a) Tordesilhas foi o primeiro tratado entre as duas nações mento liderado pelo Duque de Bragança. O duque foi coro-
ibéricas, porém nunca cumprido, pois o rei de Portugal o ado monarca de Portugal, dando início a dinastia de Bra-
anulou ao constatar as imprecisões das demarcações. gança.
b) Utrecht foi firmado entre Portugal e Espanha com a b) Neste período, o Tratado de Tordesilhas não teve ne-
anuência da França, que, em troca da posse da Guiana nhum efeito entre os limites territoriais portugueses e espa-
Francesa, abriu mão de disputar territórios na América do nhóis na América. Isto favoreceu o avanço português para
Sul. o interior da colônia.
c) Badajós foi estabelecido no contexto da União Ibérica, na c) O principal motivo da União Ibérica foi a tentativa da
Espanha, favorecendo essa nação e tornando partes dos França de anexar a Espanha ao seu território. A União do
atuais estados de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio exército espanhol com o exército português conseguiu afas-
Grande do Sul, territórios de domínio espanhol. tar esta ameaça.
d) Madri foi uma tentativa, no século XVIII, de dirimir os con- d) Os holandeses invadiram o nordeste neste período e do-
flitos fronteiriços, estabelecendo algumas barganhas no sul, minaram Pernambuco, pois os espanhóis não estavam per-
como o reconhecimento da região do Sete povos das Mis- mitindo o contato comercial dos batavos com os produtores
sões como domínio português, e da Colônia do Sacra- de açúcar.
mento, como domínio espanhol.
e) Montevidéu foi assinado por Espanha e Portugal após a 406. (Fac. Direito de Franca SP/2014) O Tratado de Ma-
Guerra da Cisplatina, reconhecendo a região do Rio da dri, assinado por Espanha e Portugal em 1750, delimi-
Prata como parte do Uruguai e, portanto, de domínio espa- tou as linhas divisórias entre possessões espanholas e
nhol. portuguesas no hemisfério Sul, reconhecendo
a) os princípios de inviolabilidade dos acordos assinados
404. (UECE/2019) Segundo nos informa Darcy Ribeiro previamente e mantendo as fronteiras estabelecidas desde
(1995, p.194), em fins do século XVI, a colônia possuía a conquista da América.
3 cidades, a maior delas, Salvador, então sede do Go- b) as áreas efetivamente ocupadas pelas duas metrópoles,
verno Geral, contava com aproximadamente 15 mil ha- que, nos séculos anteriores, haviam interiorizado gradual-
bitantes; no final do século XVII, salvador tinha em mente a colonização.
torno de 30 mil habitantes e Recife tinha 20 mil. Ao final c) a necessidade de proteger as áreas coloniais do avanço
do século XVIII, enquanto cidades centenárias como imperialista de outras potências europeias sobre a América.
Salvador e Recife tinham por volta de 40 mil e 25 mil d) o interesse expansionista dos Estados Unidos, que ele-
habitantes, respectivamente, a jovem cidade de Vila gera o Sul do continente americano como sua área de in-
Rica, hoje Ouro Preto, elevada à categoria de Vila so- fluência.
mente em 1711, já possuía cerca de 30 mil habitantes. e) os territórios indígenas como zonas de proteção máxima,
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Bra- que deviam ser defendidas prioritariamente.
sil. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995, p. 194.
105
407. (UEA AM/2014) As Bandeiras de bandeirante servia para construir a imagem da trajetó-
apresamento de índios e as de pros- ria paulista como um único e decidido percurso rumo
pecção mineral alargaram o território ao progresso, encobrindo conflitos e diferenças.”
da colônia brasileira, ultrapassando o (Abud, K. Maria. In: Matos, M. I. S. de São Paulo e Adoniram Bar-
bosa)
Meridiano de Tordesilhas. Vários trata-
dos foram assinados por Portugal e Es-
panha, visando estabelecer limites entre suas respecti-
vas possessões territoriais na América do Sul, entre os Ainda que essa imagem idealizada do bandeirante te-
quais o Tratado de Madri, de 1750, que nha sido uma construção ideológica, sua importância,
a) consagrou o princípio do direito romano, segundo o qual no período colonial brasileiro, decorre
quem possui de fato deve possuir de direito. a) de sua iniciativa em atender à demanda de mão-de-obra
b) encerrou definitivamente as negociações entre as metró- escrava do Brasil Holandês, durante o governo de Maurício
poles ibéricas sobre a demarcação de suas terras america- de Nassau.
nas. b) de sua extrema habilidade para lidar com o nativo hostil,
c) possibilitou a exclusão do território brasileiro de áreas de garantindo sua colaboração espontânea na busca pelo
mata tropical cobertas por seringueiras no norte do subcon- ouro.
tinente. c) de sua colaboração no processo de expansão territorial
d) legitimou, com a União Ibérica, a existência de uma só brasileira, à medida que ultrapassou o Tratado de Tordesi-
metrópole e uma única colônia nas regiões americanas. lhas e fundou povoados, garantindo, futuramente, o direito
e) sustentou a independência e autonomia dos territórios in- de Portugal sobre essas terras.
dígenas controlados pelos jesuítas no sul do continente. d) de sua atuação decisiva na Insurreição Pernambucana,
que resultou na expulsão dos holandeses do nordeste, em
408. (UFRGS/2014) Sobre o Tratado de Madri, assinado 1654, considerada como o primeiro movimento de cunho
em 1750 por Portugal e Espanha, considere as seguin- emancipacionista da colônia.
tes afirmações. e) da colaboração dos mesmos na formação das Missões
Jesuíticas, cujo objetivo era a proteção e catequização de
I. A Colônia de Sacramento passou para a Espanha, e índios tupis, obstáculo à ocupação do território colonial.
os Setes Povos das Missões passaram para Portugal,
consagrando o princípio do uti possidetis.
II. A expulsão dos jesuítas foi fator importante para a
eclosão da chamada guerra guaranítica (1752-1756), re- 411. (Fac. Direito de São Bernardo do Campo SP/2020)
duzindo os efeitos do Tratado. Ao qualificar o Brasil setecentista como “úbere terreno
III. As Missões retornaram para a Província do Paraguai. para diamantes e impiedades”, o romancista José Sa-
ramago mostrou aguda percepção histórica.
Quais estão corretas? (Souza, Laura de Mello e – O Diabo e a Terra de Santa Cruz: feitiçaria
e religiosidade popular no Brasil colonial – São Paulo: Companhia
a) Apenas I. das Letras, 1986. - p. 153)
b) Apenas II.
c) Apenas III. Ao indicar a “percepção histórica” do escritor portu-
d) Apenas I e II. guês sobre o Brasil setecentista, a autora quis reafir-
e) Apenas I e III. mar:
a) O caráter destrutivo e predatório da colonização portu-
409. (UFPE/2009) A União Ibérica estabeleceu-se entre guesa desde os primeiros anos que aqui tiveram, já organi-
Portugal e Espanha, no final do século XVI, com reper- zando, em nosso litoral, a produção de diamantes com mão
cussões para a administração portuguesa no Brasil co- de obra indígena.
lonial. b) A interiorização violenta e predatória de nosso território
Essa União: em busca de ouro e pedras preciosas, por meio de trabalho
a) transformou a sociedade brasileira da época, devido à livre associado à mão de obra negra, que se perpetuou por
presença constante de navegantes espanhóis trazendo mi- aquela região.
grantes pobres para aqui tentarem a sorte. c) A nossa característica litorânea, com poucas possibilida-
b) deu mais flexibilidade às normas consagradas pelo Tra- des para incursões para o interior, sendo nossa costa única
tado de Tordesilhas e criou mais condições para a expan- área de exploração de gêneros agrícolas, como o açúcar,
são territorial do Brasil. ou de metais preciosos e diamantes.
c) suprimiu a liberdade política de Portugal, sem, contudo, d) A violência no campo, com forte exploração do trabalho
interferir no poder administrativo sobre as colônias mais ri- camponês, apesar de livre, e forte penetração interiorana,
cas. organizada em torno dos garimpos da região do Pará e do
d) não alterou as formas de administração do Brasil não re- Vale Amazônico.
percutindo, portanto, nas relações de Portugal com as de-
mais nações. 412. (UFT/2020) O contexto colonial do século XVIII, em
e) contribuiu para a modernização da colônia, aumentando muito era marcado pelo poder dos homens potentados.
significativamente a sua produção econômica. A historiografia do período assim caracteriza esses ho-
mens: ricos e poderosos; protegidos por uma vasta ca-
410. (Mackenzie SP/2009) “Os bandeirantes foram ro- deia de clientela; impunham o poder pela força; atraíam
mantizados (...) e postos como símbolo dos paulistas e
do progresso, associação enobrecedora. A simbologia
106
para seus domínios todos os tipos de fugitivos e crimi- Uma das características do barroco mineiro, em termos
nosos; desqualificavam seus adversários com trocadi- artísticos e arquitetônicos, é a rica ornamentação das
lhos cômicos e ofensas em público. igrejas. A riqueza propiciada pela extração de minérios
Os confrontos entre os potentados criavam constantes nessa região, no século XVIII, além desse emprego,
situações de violência, como a verificada entre Manuel a) foi usada fundamentalmente na fundação de povoados,
Nunes Viana e Jerônimo Pedroso, em razão do sumiço na urbanização e atendimento à população das principais
de uma espingarda, fato que se tornou uma das motiva- cidades mineiras e em obras públicas executadas pelo go-
ções para o desencadeamento da verno de Dom João VI, ali e no Rio de Janeiro, para o com-
a) Guerra dos Mascates, ocorrida em 1710-1711, que reve- bate às condições insalubres de vida e moradia.
lou a contrariedade dos senhores de engenho em relação b) acabou sendo lentamente apropriada pelos bandeirantes
ao comércio itinerante. paulistas, por meio de sua atuação em diversas rotas de
b) Conjuração Mineira, conspiração da elite mineira contra contrabando, e usada para financiamento do plantio do
o governo português e a ameaça da derrama, ocorrida em café, em todo o Sudeste.
1789. c) sofreu recorrentes confiscos por parte da Coroa Portu-
c) Guerra dos Emboabas, uma série de conflitos entre os guesa, que, por meio de apreensões, cobranças de impos-
paulistas descobridores de minas e forasteiros, ocorrida en- tos e de estratégias como a “derrama”, se apoderou dessas
tre 1707 e 1709. riquezas e as usou para promover a instalação da Família
d) Conjuração Baiana de 1798, uma revolta dos homens li- Real no Brasil.
vres e pobres, inclusive os alfaiates, contra a sobrecarga de d) foi desviada ilegalmente para a Inglaterra, por meio da
impostos cobrados pela coroa portuguesa. atuação de comerciantes ingleses que se fixaram na capital
do reino e fizeram acordos escusos com contratadores e
413. (UNICAMP/2019) Tanto que se viu a abundância do grandes proprietários de minas de ouro e diamantes.
ouro que se tirava e a largueza com que se pagava tudo e) foi absorvida principalmente pela burocracia e pela no-
o que lá ia, logo se fizeram estalagens e logo começa- breza portuguesa instalada no Rio de Janeiro, significou o
ram os mercadores a mandar às Minas Gerais o melhor enriquecimento da elite local e financiou o Estado português
que chega nos navios do Reino e de outras partes. De até o declínio dessa atividade, ainda naquele século.
todas as partes do Brasil, se começou a enviar tudo o
que dá a terra, com lucro não somente grande, mas ex- 415. (ACAFE SC/2019) A descoberta de
cessivo. Daqui se seguiu, mandarem-se às Minas Ge- ouro no interior do atual estado de Minas
rais as boiadas de Paranaguá, e às do rio das Velhas, Gerais gerou um grande deslocamento
as boiadas dos campos da Bahia, e tudo o mais que os populacional, transferindo parte da po-
moradores imaginaram poderia apetecer-se de qual- pulação colonial do litoral para o interior.
quer gênero de cousas naturais e industriais, adventí- Uma série de mudanças ocorreu na colônia, dentro do
cias e próprias. contexto da mineração. Sobre o ciclo do ouro no perí-
(Adaptado de André Antonil, Cultura e Opulência do Brasil. Belo Ho- odo colonial brasileiro, todas as alternativas estão cor-
rizonte: Itatiaia-Edusp, 1982, p. 169-171.)
retas, exceto a alternativa.
a) A transferência da capital da colônia de Salvador para o
Sobre os efeitos da descoberta das grandes jazidas de Rio de Janeiro também está inserida no contexto da mine-
metais e pedras preciosas no interior da América por- ração.
tuguesa na formação histórica do centro-sul do Brasil, b) A mineração favoreceu o surgimento de núcleos urbanos
é correto afirmar que: no interior da colônia.
a) A demanda do mercado consumidor criado na zona mi- c) Foi criado um comércio interno com o charque e outros
neradora permitiu a conexão entre diferentes partes da Co- produtos da pecuária (couro, sebo).
lônia que até então eram pouco integradas. d) A riqueza do ouro serviu para proporcionar o início da
b) A partir da criação de rotas de comércio entre os campos industrialização brasileira nas regiões Sudeste e Sul.
do sul da Colônia e a região mineradora, Sorocaba e suas
feiras perderam a relevância econômica adquirida no sé- 416. (UNIFOR CE/2018)
culo XVII.
c) O desenvolvimento socioeconômico da região das minas
e do centro-sul levou a Coroa a deslocar a capital da Colô-
nia de Salvador para Ouro Preto em 1763.
d) Como o solo da região mineradora era infértil, durante
todo o século XVIII sua população importava os produtos
alimentares de Portugal ou de outras capitanias.
107
“A descoberta do ouro no fim do século XVII foi fruto 418. (ESPM SP/2017) O ouro saiu com fartura da terra
das inúmeras bandeiras que partiam da vila de São até por volta de 1750. Durante esse tempo, o trânsito de
Paulo de Piratininga para o interior do país. As Minas pessoas e mercadorias foi intenso no caminho novo.
passaram, então, a representar o sonho do enriqueci- Por ele chegavam a Vila Rica açúcar, cachaça, gado,
mento fácil: estradas, vilas e fazendas surgiram em pólvora, fumo, azeites, arroz, sal do reino, marmelada e
ritmo vertiginoso com a chegada de cada vez mais co- vinhos. Com a multiplicação das vilas e dos arraiais, as
lonos e europeus. A organização social e econômica minas, passaram a ser abastecidas de toda a sorte de
que se estabeleceu era inédita na colônia, e os mapas bugigangas: vidro, espelhos, arma de fogo, facas fla-
começavam a demarcar com cuidado a rica região.” mengas, louças, chumbo, veludos, fivelas, pelúcia, cal-
(SCHWARCZ, Lilia; STARLING, Heloísa. Brasil: uma biografia. São ções de damasco carmesim, chapéus com fitas debru-
Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 128-129).
adas de fios de ouro e prata, botinas de couro amarra-
das por cordões, casacos forrados de seda ou de lã fel-
A respeito deste momento histórico no Brasil, avalie as puda.
assertivas abaixo. (Lilia Schwarcz e Heloisa Starling. Brasil: uma biografia)
I. No auge da exploração aurífera, os contrabandistas A partir do texto é possível concluir que uma das con-
encontraram artifícios para escapar da vigilância da Co- sequências da mineração foi:
roa portuguesa. Desse modo, utilizaram, por exemplo, a) a ruralização, pois a população buscava oportunidades
a técnica do “santo do pau oco”, figuras religiosas para de sobrevivência em áreas afastadas de núcleos urbanos;
esconder e transportar ouro, driblando o controle do b) um desenvolvimento comercial associado ao surgimento
fisco. Apesar da ilegalidade da conduta, tal contra- de uma urbanização e a maiores oportunidades no mercado
bando contribuiu para o requinte e o rebuscamento do interno;
estilo Barroco mineiro. c) uma retração dos movimentos culturais e intelectuais lo-
II. A maior parte do trabalho, na época, era realizada por cais em razão da influência cada vez maior da cultura es-
escravos advindos, principalmente, da África, que trou- trangeira;
xeram inúmeras tradições e crenças religiosas que não d) um decréscimo demográfico em função da emigração
se misturaram com o catolicismo dos brancos. produzida pela falta de oportunidades, na colônia;
III. A violência, na época, era recorrente não só nas re- e) um deslocamento do centro de gravidade econômica da
lações entre senhores e escravos. Houve revolta dos região central para o nordeste do Brasil.
colonos em relação à distância e ao isolamento e em
relação aos desmandos da elite, que agia com ampla 419. (UNESP/2017) Em meados do século o negócio dos
liberdade diante da displicência da Coroa em legislar e metais não ocuparia senão o terço, ou bem menos, da
controlar a colônia. população. O grosso dessa gente compõe-se de merca-
dores de tenda aberta, oficiais dos mais variados ofí-
É correto apenas o que se afirma em cios, boticários, prestamistas, estalajadeiros, tabernei-
a) I e III. ros, advogados, médicos, cirurgiões-barbeiros, buro-
b) I, II e III. cratas, clérigos, mestres-escolas, tropeiros, soldados
c) II e III. da milícia paga. Sem falar nos escravos, cujo total, se-
d) I. gundo os documentos da época, ascendia a mais de
e) III. cem mil. A necessidade de abastecer-se toda essa
gente provocava a formação de grandes currais; a pró-
417. (UEFS BA/2017) Integralmente devotada à minera- pria lavoura ganhava alento novo.
ção, pelo menos em seus primórdios, a economia aurí- (Sérgio Buarque de Holanda. “Metais e pedras preciosas”.
fera introduziu dois fenômenos novos e profundamente História geral da civilização brasileira, vol 2, 1960. Adaptado.)
renovadores no quadro colonial.
(Antônio Barros de Castro. “Sete ensaios sobre a economia brasi- De acordo com o excerto, é correto concluir que a ex-
leira”, tração de metais preciosos em Minas Gerais no século
1971. Apud Dea Ribeiro Fenelon (org). 50 textos de história do Bra-
XVIII
sil, 1986.)
a) impediu o domínio do governo metropolitano nas áreas
Os “dois fenômenos” mencionados no texto foram: de extração e favoreceu a independência colonial.
a) a autonomia plena perante a metrópole e o desenvolvi- b) bloqueou a possibilidade de ascensão social na colônia
mento de uma agricultura de subsistência. e forçou a alta dos preços dos instrumentos de mineração.
b) o equilíbrio social entre os grupos presentes na região e c) provocou um processo de urbanização e articulou a eco-
o estímulo ao desenvolvimento de novas formas de expres- nomia colonial em torno da mineração.
são artística. d) extinguiu a economia colonial agroexportadora e incor-
c) a vida econômica voltada para o mercado e a população porou a população litorânea economicamente ativa.
predominantemente distribuída por centros urbanos. e) restringiu a divisão da sociedade em senhores e escra-
d) o predomínio da mão de obra assalariada sobre a es- vos e limitou a diversidade cultural da colônia.
crava e a fácil obtenção de alforria pelos escravizados.
e) a comunicação fácil com as demais regiões da colônia e
o surgimento de uma economia monetarizada.
108
420. (UNITAU SP/2017) A sociedade de Minas Gerais, no 423. (ENEM/2017) Na antiga Vila de São José del Rei, a
século XVIII, cultivou características de uma civilização atual cidade de Tiradentes (MG), na primeira metade do
urbana, cujos traços podem ser percebidos, por exem- século XVIII, mais de cinco mil escravos trabalhavam na
plo, na sua arquitetura barroca. A exploração do ouro mineração aurífera. Construíram sua capela, dedicada
nas Minas permitiu, também, que surgisse, à margem a Nossa Senhora do Rosário. Na fachada, colocaram
daquela sociedade, um imenso contingente de “des- um oratório com a imagem de São Benedito. A comuni-
classificados” sociais, escravos e forros, homens e mu- dade do século XVIII era organizada mediante a cor, por
lheres, que criaram uma multiplicidade de arranjos e isso cada grupo tinha sua irmandade: a dos brancos,
soluções cotidianas para sobreviver no mundo colonial dos crioulos, dos mulatos, dos pardos. Em cada locali-
mineiro. dade se construía uma igreja dedicada a Nossa Se-
nhora do Rosário. Com a decadência da mineração, a
Sobre o tema abordado no texto acima, é CORRETO população negra foi levada para arraiais com atividades
afirmar: lucrativas diversas. Eles se foram e ficou a igreja. Mas,
a) O caráter específico das Minas Gerais fez surgir peque- hoje, está sendo resgatada a festa do Rosário e o Terno
nas vendas de mantimentos, cujo comércio, em sua maio- de Congado.
ria, era feito por mulheres forras ou escravas. CRUZ, L. Fé e identidade cultural. Disponível
em: www.revistadehistoria.com.
b) A violência nas áreas mineradoras atingiu níveis muito
br. Acesso em: 4 jul. 2012.
elevados e impossibilitou a presença de mulheres e de or-
dens religiosas na região. Na lógica analisada, as duas festividades retomadas re-
c) Às escravas e forras não existia nenhuma possibilidade centemente, na cidade mineira de Tiradentes, têm como
de ascensão social nas Minas Gerais, devido a restrições propósito
sociais impostas pela Igreja local. a) valorizar a cultura afrodescendente e suas tradições reli-
d) A presença de mulheres brancas em Minas impediu a giosas.
generalização da prática do concubinato e da miscigena- b) retomar a veneração católica aos valores do passado co-
ção, comuns na região açucareira do Nordeste. lonial.
e) A sociedade mineira colonial caracterizou-se pela imobi- c) reunir os elementos constitutivos da história econômica
lidade social e pelo fortalecimento das hierarquias, dificul- regional.
tando a concessão de alforrias às escravas. d) combater o preconceito contra os adeptos do catolicismo
popular.
421. (ENEM/2017) Todos os anos, multidões de portu- e) produzir eventos turísticos voltados a religiões de origem
gueses e de estrangeiros saem nas frotas para ir às mi- africana.
nas. Das cidades, vilas, plantações e do interior do Bra-
sil vêm brancos, mestiços e negros juntamente com 424. (FATEC SP/2014) Durante o período colonial, a ex-
muitos ameríndios contratados pelos paulistas. A mis- ploração de trabalhadores escravos de origem africana
tura é de pessoas de todos os tipos e condições; ho- foi fundamental para o desenvolvimento das atividades
mens e mulheres; moços e velhos; pobres e ricos; fi- produtivas em toda a América Portuguesa.
dalgos e povo; leigos, clérigos e religiosos de diferen-
tes ordens, muitos dos quais não têm casa nem con- No ciclo do ouro, no século XVIII, os escravos não fo-
vento no Brasil. ram responsáveis apenas pela parte braçal, mas tam-
BOXER, C. O império marítimo português:
1435-1825. São Paulo: Cia. das Letras, 2002. bém pelo desenvolvimento de técnicas que nunca ti-
nham sido aplicadas na região de Minas Gerais como,
A qual aspecto da vida no Brasil colonial o autor se re- por exemplo, a técnica das canoas (que eram lavadou-
fere? ros, espécies de mesas) em que se depositava o casca-
a) À imposição de um credo exclusivo. lho retirado dos rios ou tabuleiros em pequenos mon-
b) À alteração dos fluxos populacionais. tes para ser lavado e apurado.
(http://www.palmares.gov.br/2008/06/livro-valoriza-historia-afro-bra-
c) À fragilização do poder da Metrópole.
sileira-do-ciclo-deouro/
d) Ao desregramento da ordem social. Acesso em: 08.01.2014. Adaptado)
e) Ao antilusitanismo das camadas populares.
Considerando os elementos apresentados, é correto
422. (ENEM/2019) A partir da segunda metade do século concluir que a mineração no período colonial
XVIII, o número de escravos recém-chegados cresce no a) reproduzia o modelo de extração trazido pelos coloniza-
Rio e se estabiliza na Bahia. Nenhum lugar servia tão dores portugueses.
bem à recepção de escravos quanto o Rio de Janeiro. b) agregava procedimentos técnicos desenvolvidos pelos
FRANÇA, R. O tamanho real da escravidão. O Globo, 5 abr. 2015
escravos africanos.
(adaptado).
c) dependia de grandes máquinas extratoras importadas da
Na matéria, o jornalista informa uma mudança na dinâ- Europa.
mica do tráfico atlântico que está relacionada à se- d) visava à exploração do ouro, abundante nas regiões lito-
guinte atividade: râneas.
a) Coleta de drogas do sertão. e) era prejudicada pela inexperiência dos escravos nas mi-
b) Extração de metais preciosos. nas.
c) Adoção da pecuária extensiva.
d) Retirada de madeira do litoral.
e) Exploração da lavoura de tabaco.
109
425. (UNITAU SP/2014) A escravidão no Brasil tornou- II. Entre os séculos XVIII e XIX, essa atividade comer-
se predominantemente negra no início do século XVII, cial, apesar de ter sido alvo de pesados impostos, for-
sendo utilizada tanto nos centros urbanos como nas taleceu a economia das regiões Sul e Centro-Sul do
zonas rurais e de mineração. Nos centros urbanos, Brasil (hoje Sudeste).
existiam os escravos domésticos, de ganho e de alu- III. Estes animais viabilizavam o transporte das riquezas
guel. Sobre os escravos de ganho, é CORRETO afirmar no interior da Colônia e não constituíam-se em fonte
que rentável, posto que tinham longas distâncias a percor-
a) trabalhavam em atividades remuneradas mas não tinham rer e morriam facilmente.
nenhuma autonomia em relação ao seu proprietário.
b) todos os escravos de ganho eram alforriados. É correto o que se afirma em
c) desempenhavam as mais variadas tarefas sob a supervi- a) I, II e III.
são de terceiros. b) I e II, apenas.
d) suas atividades restringiam-se ao ganho advindo de pro- c) II e III, apenas.
cedimentos da compra e venda de escravos. d) I, apenas.
e) parte do dinheiro obtido nos serviços realizados era re-
passada aos senhores, mas aos escravos era permitido 428. (PUC RS/2017) Sobre o processo de exploração co-
conservar uma parcela, utilizada em alimentação, vestuário, lonial do Brasil por Portugal, é correto afirmar:
compra de ferramentas e, eventualmente, na alforria. a) Foi dividido em três ciclos de exploração econômica: pro-
dução açucareira, no litoral da região Nordeste; mineração,
426. (IFGO/2013) O artigo mais importante do intercâm- no Sudeste e Centro- Oeste; e extrativismo da borracha, no
bio com as Minas era o gado bovino. Os currais baianos Norte.
exportavam para as Gerais boiadas e mais boiadas. b) Caracterizou-se por relativa estabilidade política, na me-
Esse negócio era muito vantajoso para os criadores dida em que, durante a colonização, não ocorreram movi-
que tinham currais ao longo do rio São Francisco. mentos revolucionários de contestação ao Pacto Colonial.
ZEMELLA, Mafalda. O abastecimento da c) Levou ao desenvolvimento das manufaturas locais, como
capitania das Minas Gerais no século XVIII.
consequência da exploração de ouro durante o período da
mineração (século XVIII), o que permitiu o acúmulo de ca-
Assinale a alternativa correta: pital e a criação de um mercado interno na colônia.
a) O trecho demonstra o equívoco dos estudos históricos d) Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de
que apontavam o século XVIII como o “século do ouro” na Ouro, em decorrência da descoberta de ouro e do início da
economia colonial e que o grande produto comercializado extração aurífera na região de Minas Gerais.
nessa época era a carne bovina. e) Teve como base do trabalho a mão de obra escrava, que
b) A aquisição de gado baiano mostra que a pecuária foi era trazida da África, tendo em vista que, por receio de re-
uma prática econômica importante para o desenvolvimento belião das populações originais da colônia, não houve es-
da mineração. Afinal, foi o trânsito do gado que impulsionou cravidão indígena.
as primeiras descobertas de metais preciosos no território
colonial. 429. (UNIFOR CE/2017) Em fins do século XVII e ao
c) O crescente comércio de gado destacado no trecho se longo do século XVIII, desenvolveu-se, nas regiões su-
relaciona com um dos efeitos da instalação da atividade mi- deste e centro oeste do Brasil, a mineração. O ouro e os
neradora. No caso, o rápido e volumoso incremento da po- diamantes promoveram vasta transformação no cená-
pulação localizada no interior do território colonial. rio social e econômico da colônia. Sobre este período
d) O comércio de gado, apesar de volumoso, era uma ativi- da história econômica do Brasil pode-se afirmar que:
dade ilegal durante o período colonial. A Coroa Portuguesa a) Do ponto de vista demográfico, a economia mineira
exigia que esse tipo de mercadoria fosse exclusivamente pouco contribuiu para a transformação da colônia, por
importada da metrópole. causa da alta taxa de mortalidade.
e) Muitos estudiosos colocam em dúvida a dimensão dada b) O sucesso da empresa mineradora se deu, dentre outros
à criação bovina feita “ao longo do rio São Francisco”. Isso aspectos, pelo conhecimento técnico dos portugueses e do
porque a região nordeste é historicamente conhecida por conhecimento que os “paulistas” possuíam da região.
seus graves problemas ligados à seca. c) O grau de investimento era bastante elevado na empresa
mineradora, o que limitou a atividade aos grandes minera-
427. (UECE/2011) “Desde que os portugueses encontra- dores com recursos suficientes para comprar muitos escra-
ram o ouro no Brasil, tanto o escoamento da produção vos.
colonial quanto o abastecimento das regiões produto- d) O auge da economia mineira manteve-se até meados do
ras foram feitos no lombo de animais de carga”. século XIX, quando enfrentou a concorrência da corrida do
SUPRINYAK, Carlos Eduardo. Revista de História da
Biblioteca Nacional. Ano 5, n. 52, p 76/77. ouro na Califórnia.
e) Devido a uma geografia de fácil acesso e a fortes diver-
Com relação ao tema do fragmento acima, analise as gências políticas, a economia mineira não criou relações
afirmações a seguir. comerciais com o sul do Brasil.
I. O comércio de animais de carga gerou imensa pros- 430. (PUC GO/2017) É com certa sabedoria que se diz:
peridade para aqueles que lidavam com essa atividade, pelos olhos se conhece uma pessoa. Bem, há olhares
pois os animais que circulavam pelos caminhos das de todos os tipos — dos dissimulados aos da cobiça,
tropas significavam, eles mesmos, intensa atividade seja pelo vil metal ou pelo sexo.
econômica.
110
Garimpeiro se conhece pelos olhos. Olhos de febre, do. Em 1750 Dom João V foi sucedido por seu filho Dom
que flamejam e reluzem. Há, em suas pupilas, o ouro. O José I, cujo reinado se assinalou pela longa predomi-
brilho dourado tatua a íris. Trata-se apenas de um re- nância do Marques de Pombal nos assuntos de Estado
flexo de sua alma e daquilo que corre em suas veias. É e pelo reinado da devota, e mais tarde louca, Dona Ma-
um vírus. A princípio, um sonho distante, mas, ao cor- ria I, que sucedeu ao seu pai em 1777.
rer dos dias, torna-se uma angustiante busca. Na pri- (Kenneth Maxwell. Marques de Pombal: paradoxo do Iluminismo)
meira vez que o ouro fagulha na sua frente, na bateia,
toda a alma se contamina e o vírus se transforma em A partir da leitura do texto e tendo em conta a relação
doença incurável. entre a política de Marques de Pombal e o Brasil, assi-
Todos, no garimpo, têm histórias semelhantes. Têm fa- nale a alternativa que apresente a grande riqueza que
mília, filhos, empregos em suas cidades, nos distantes fluía para Portugal levada do território brasileiro, bem
estados, mas, de repente, espalha-se a notícia do ouro. como uma medida da administração pombalina com im-
Então, largam tudo, vendem a roupa do corpo e lá se pacto na exploração de tal riqueza:
vão. Caçar o rastro do ouro é a sina. Nos olhos, a febre a) ouro – criação da Derrama;
— um brilho dourado doentio. Sim, é fácil conhecer um b) ouro – criação das Casas de Fundição;
garimpeiro. c) ouro – Tratado de Methuen;
Todos sabem que, no garimpo, não é lugar para se vi- d) cana de açúcar – criação do Conselho Ultramarino;
ver. Mas ninguém abandona o seu posto. Suor, lama, e) cana de açúcar – extinção das Capitanias Hereditárias.
pedregulhos, pepitas douradas, cansaço — é a vida que
até o diabo rejeita. 432. (FGV/2018) Encontro, teoricamente inexplicável, de
Por onde passam, o rastro da destruição. A Amazônia é dois fenômenos que deveriam em princípio repelir-se
nossa. Tratores e retroescavadeiras derrubam e limpam um ao outro: o Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto,
a floresta; as dragas chegam, os rios se contaminam ali estavam eles juntos, articulados, durante todo o pe-
rapidamente de mercúrio. Quem pode mais chora me- ríodo pombalino.
FALCON, F. J. C., A época pombalina. São Paulo: Ática, 1982, p. 483.
nos. Na trilha do brilho dourado, nada se preserva. Ai
daqueles que levantarem alguma voz... No dia seguinte,
o corpo é encontrado no meio da selva, um bom prato Entre as medidas implementadas durante o período em
aos bichos. que o Marquês de Pombal foi o principal ministro do rei
(GONÇALVES, David. Sangue verde. português D. José I, é correto apontar:
Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 5-6. Adaptado.) a) A anistia aos mineradores da colônia que possuíam dé-
bitos tributários com a metrópole portuguesa.
O texto faz menção a garimpos. Durante o século XVIII, b) A implementação de medidas liberalizantes e a extinção
o território goiano experimentou uma notável ascensão das companhias de comércio monopolistas.
econômica em decorrência do encontro e da extração c) O estabelecimento do Diretório dos Índios, que significou
de ouro. Acerca dos condicionantes da ocorrência de uma tentativa de enfraquecer o poder dos jesuítas.
ouro em Goiás, bem como de seus desdobramentos, d) A intensificação das perseguições aos judeus e cristãos-
analise as afirmativas a seguir: novos bem como o fortalecimento do Tribunal do Santo Ofí-
cio.
I. Ao longo do Século XVIII, os locais de maior probabi- e) O fortalecimento da nobreza e do clero em detrimento
lidade de se encontrar ouro eram as áreas de nascentes dos setores financeiros e mercantis da sociedade portu-
dos principais rios. guesa.
II. A historiografia de Goiás registra que muitos dos
aglomerados urbanos surgiram próximos aos rios, em 433. (UEA AM/2017) No extremo norte, a especiaria, a
decorrência da associação com o ouro. famosa droga do sertão, encontrava pela frente não a
III. Após o declínio na produção de ouro, a tendência procura nos mercados do consumo, mas os meios de
observada foi o surgimento de aglomerados urbanos transporte que eram escassos. Embora a busca ou co-
nas margens das rodovias que passavam por Goiás. lheita da droga fosse incentivada pelo poder público, os
IV. As cidades que surgiram em decorrência da econo- que com ela mercadejavam não obtinham os rendimen-
mia aurífera experimentam franca ascensão até os dias tos excessivos ou mesmos satisfatórios para uma vida
atuais. menos difícil.
Arthur Cézar Ferreira Reis. “O comércio colonial”.
Em relação às proposições analisadas, assinale a única
alternativa cujos itens estão todos corretos: Em vista dessas condições econômicas coloniais na
a) I e II. metade do século XVIII, o marquês de Pombal, ministro
b) I e IV. do rei D. José I,
c) II e III. a) entregou a direção do trabalho econômico, político e so-
d) II e IV. cial da região à Companhia de Jesus.
b) abriu os portos da região aos comerciantes e aos navios
431. (ESPM SP/2020) Três monarcas governaram Portu- das nações amigas de Portugal.
gal durante o século XVIII. O longo reinado de Dom c) reservou ao Estado metropolitano a exploração do con-
João V cobriu a primeira metade do século, durante a junto dos produtos florestais.
qual fluíram grandes riquezas para Lisboa, vindas dos d) concedeu o monopólio do comércio da região à Compa-
territórios brasileiros, a ‘vaca leiteira’ de Portugal, nhia do Grão-Pará e Maranhão.
como tão pitorescamente descreveu o professor Char- e) permitiu, por meio de um decreto, a escravização da mão
les Boxer o papel da América Portuguesa nesse perío- de obra indígena para o trabalho na floresta.
111
434. (Mackenzie SP/2015) A expulsão da Companhia de 437. (UFU/2015) A partir de 1750-60, a produção minera-
Jesus de todos os territórios portugueses, em 1759, foi dora começou a declinar. Tal mudança, articulada a ou-
uma das medidas mais polêmicas tomadas por Pombal. tros elementos, determinou uma revisão da política
Em geral, as justificativas para esse ato são a total in- mercantilista durante a administração do Marquês de
compatibilidade entre o controle das práticas pedagó- Pombal, secretário de Estado de D. José I.
gicas adotadas pelos jesuítas e o projeto educacional ALBUQUERQUE, Manuel Maurício de. Pequena História
da Formação Social Brasileira. 2.ed. Rio de Janeiro: Graal, 1981,
iluminista pombalino. Todavia, é importante assinalar
p.100. (Adaptado).
que tal expulsão também está relacionada
a) aos embates entre o Despotismo Esclarecido e as con- A crise econômica da segunda metade do século XVIII
vicções dogmáticas da Igreja, que persistiram no governo abriu caminho para as reformas pombalinas, vistas
de Pombal e de D. Maria I. como inevitáveis para a recuperação econômica do
b) à imposição do catolicismo como religião oficial da colô- reino de Portugal e que se caracterizavam, entre outras
nia, fruto da subordinação da coroa portuguesa às decisões medidas,
do papa. a) pelo estreitamento das relações comerciais com a Ingla-
c) ao controle do comércio de escravos africanos pelos je- terra, país que era visto como mercado seguro dos produtos
suítas na região norte, impedindo lucros para a coroa por- primários das colônias portuguesas.
tuguesa. b) pelo estreitamento das relações com a Igreja, com o au-
d) à influência da burguesia huguenote na corte de D. José mento da presença dos jesuítas, vistos como agentes im-
I, exigindo o direito de educar os filhos dos colonos, até en- portantes da modernização educacional.
tão monopólio dos jesuítas. c) pelo incentivo à produção manufatureira na colônia, com
e) ao interesse em estabelecer o controle sobre as frontei- o objetivo de diminuir a dependência econômica em relação
ras da América portuguesa e sobre os recursos econômicos aos produtos primários.
produzidos nessas regiões. d) pelo surgimento dos primeiros projetos de abolição de
escravos, com o objetivo de formar um mercado consumi-
435. (UFAM/2015) A partir de 1750-60, a produção mine- dor para as indústrias da colônia.
radora colonial começou a declinar. Tal mudança, arti-
culada a outros elementos, determinou a retomada da 438. (Mackenzie SP/2019)
política colbertista durante a administração do Marquês “O resto empório das douradas Minas
de Pombal, secretário de Estado de D. José I. Com o Por mim o falará: quando mais finas
objetivo de libertar a economia portuguesa da domina- Se derramam as lágrimas no imposto
ção britânica e tornar mais autônomo o Estado Portu- Clama o desgosto de um país decadente. ”
guês, Pombal tomou medidas muito severas para impe- (Cláudio Manoel da Costa)
dir a evasão de capitais. Das alternativas a seguir assi-
nale aquela que NÃO se insere no conjunto dessas me- O intelectual e advogado, autor da poesia acima, foi um
didas: dos integrantes da mais importante revolta colonial bra-
a) Protecionismo alfandegário. sileira, conhecida como Inconfidência Mineira. Sobre
b) Estímulo à indústria manufatureira. esse movimento podemos afirmar que
c) Instalação de refinarias de açúcar nas missões jesuíticas. a) era de natureza nativista e influenciado pelos discursos
d) Abolição da escravidão em Portugal. iluministas. Buscava a proclamação da república, que teria
e) Incentivo às companhias de comércio. Ouro Preto como capital, também o perdão de todas as dí-
vidas para com a Fazenda Real.
436. (ESPM SP/2015) Em 1759 os jesuítas foram expul- b) manifestava-se contra os rigores da política fiscal metro-
sos de Portugal e do Brasil pelo marquês de Pombal. politana sobre a Capitania das Minas, exercida através da
Nas reformas pombalinas, a expulsão dos jesuítas foi Casa de Contratação, e inspirava-se nos ideais revolucio-
capítulo dos mais dramáticos, ousados e radicais, de- nários franceses.
monstrando até que ponto se reafirmava a soberania do c) visava à independência econômica e à política da Colô-
Estado português na colônia. nia. O levante foi deflagrado quando se exigiu o pagamento
(Carlos Guilherme Mota e Adriana Lopez. História do Brasil: Uma in-
dos impostos atrasados pelas Casas de Fundição em todo
terpretação)
o país.
Os problemas em questão têm por origem o seguinte: d) era de caráter nacionalista, visando à independência da
a) Pombal acusava a Companhia de Jesus de formar um Colônia e ao rompimento dos lanços com a metrópole, com
verdadeiro Estado dentro do Estado e resistir ao poder do o livre direito de implantação de manufaturas nas capitanias
rei; e ao comércio exterior.
b) Pombal condenava o monopólio do comércio de escra- e) foi ideologicamente influenciado pelos princípios iluminis-
vos africanos pela Companhia de Jesus; tas, divulgados em Minas por uma elite intelectual e acolhi-
c) Pombal se ressentiu da recusa por parte da Companhia dos pela população local, devido à crise econômica.
de Jesus de participar da colonização do Estado do Grão-
Pará e Maranhão; 439. (UECE/2018) Leia atentamente o seguinte excerto:
d) Pombal rompeu com os jesuítas após a Companhia de “O papel de herói da Inconfidência Mineira cabe ainda
Jesus apresentar uma decidida condenação ao tráfico ne- a Tiradentes porque ele foi o inconfidente que recebeu
greiro praticado pelo governo português; a pena maior: a morte na forca, uma vez que o próprio
e) Os jesuítas apoiavam as pretensões espanholas nas ne- réu, durante a devassa, assumiu para si toda a culpa.
gociações dos tratados de limites ocorridos no século XVIII. Sabe-se, no entanto, que sua morte se deve também em
112
grande parte à acusação dos demais inconfidentes, b) Foi um dos nomes dados à Inconfidência Mineira, que
bem como a sua condição social: pertencente à camada entre seus participantes teve Joaquim José da Silva Xavier.
média da sociedade mineira, sem importantes ligações c) Os altos impostos e o rígido controle sobre a exploração
de família, sem ilustração nem boas maneiras”. do ouro também contribuíram para o levante de Vila Rica.
Cândida Vilares Gancho & Vera Vilhena de d) Um dos líderes da revolta foi enforcado e teve seu corpo
Toledo. Inconfidência Mineira. São Paulo,
esquartejado e exposto em praça pública.
Editora Ática, Série Princípios,1991. p.45.
Sobre a Inconfidência Mineira, ocorrida em Vila Rica no 442. (ESPM SP/2018) A rebelião começou quando o go-
período da mineração aurífera, é correto afirmar que verno português proibiu a circulação de ouro em pó,
a) representou o exemplo de revolta popular contra a domi- exigindo que todo o ouro extraído fosse entregue às Ca-
nação colonial portuguesa no Brasil, uma vez que, oriunda sas de Fundição, onde seria transformado em barras e
das camadas mais humildes de Minas Gerais, inclusive es- quintado.
(Cláudio Vicentino. História do Brasil)
cravos, chegou a contagiar indivíduos pertencentes às mais
altas posições sociais. A rebelião a que o texto se refere foi:
b) foi uma representação dos interesses de grupos da elite a) a Inconfidência Mineira;
local, intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros, em li- b) a Inconfidência Baiana;
vrarem-se do controle e dos impostos cobrados pela coroa c) a Guerra dos Mascates;
portuguesa na região, mas não havia consenso em relação d) a Revolta de Felipe dos Santos;
à libertação dos escravos. e) a Guerra dos Emboabas.
c) marcou o início do processo de independência do Brasil,
baseado na luta armada do povo contra as forças leais a 443. (UEFS BA/2018) A Inconfidência Mineira (1789) e a
Portugal, e em defesa dos ideais liberais e republicanos, Conjuração Bahiana (1798) expressaram localmente o
como o fim da escravidão, direito ao voto universal mascu- conjunto de mudanças ocorridas no Mundo Ocidental a
lino e governo presidencialista. partir de meados do século XVIII. Apesar de suas dife-
d) apesar de bem sucedida, com a proclamação da inde- renças, os dois movimentos opunham-se
pendência de Minas Gerais, teve pouco impacto na história a) à submissão colonial implícita na política mercantilista
do Brasil, uma vez que seus objetivos extremamente popu- metropolitana.
lares não foram bem aceitos pelas elites econômicas de ou- b) à importação de ideais iluministas pela cultura brasileira.
tras regiões da colônia. c) à divisão do país entre ricos donatários portugueses.
d) à influência das independências das Colônias Inglesas
440. (FATEC SP/2018) Na década de 1780, na capitania da América.
de Minas Gerais, ocorreu um dos primeiros movimen- e) à participação de homens livres pobres na preparação da
tos emancipatórios do Brasil colônia. independência.
Conhecido como Inconfidência Mineira, esse movi- 444. (FUVEST/2017) Os ensaios sediciosos do final do
mento foi provocado principalmente século XVIII anunciam a erosão de um modo de vida. A
a) pela política de incentivo ao desenvolvimento econômico crise geral do Antigo Regime desdobra-se nas áreas pe-
do Sul do país; pela promulgação da lei de terras e pela riféricas do sistema atlântico – pois é essa a posição da
proibição da importação de escravos africanos. América portuguesa –, apontando para a emergência de
b) pela política de isenção de impostos de importação sobre novas alternativas de ordenamento da vida social.
a carne argentina; pela presença holandesa no Recife e István Jancsó, “A Sedução da Liberdade”. In: Fernando Novais,
pela influência das ideias imperialistas estadunidenses. História da Vida Privada no Brasil, v.1. São Paulo: Companhia das
c) pelo aumento de impostos sobre a importação de bens Letras, 1997. Adaptado.
de prestígio; pela chegada da família real portuguesa à ci-
dade do Rio de Janeiro e pelo perdão das dívidas da no- A respeito das rebeliões contra o poder colonial portu-
breza. guês na América, no período mencionado no texto, é
d) pela cobrança dos quintos e pela ameaça constante da correto afirmar que,
derrama; pelo aumento do custo de vida, pelo fechamento a) em 1789 e 1798, diferentemente do que se dera com as
das manufaturas locais e pela influência das ideias iluminis- revoltas anteriores, os sediciosos tinham o claro propósito
tas. de abolir o tráfico transatlântico de escravos para o Brasil.
e) pelo fim do pacto colonial; pelo fechamento das universi- b) da mesma forma que as contestações ocorridas no Ma-
dades do Rio de Janeiro e de Salvador e pela abolição da ranhão em 1684, a sedição de 1798 teve por alvo o mono-
escravidão no território nacional. pólio exercido pela companhia exclusiva de comércio que
operava na Bahia.
441. (ACAFE SC/2018) A Revolta de Vila Rica no século c) em 1789 e 1798, tal como ocorrera na Guerra dos Mas-
XVIII mostrou os abusos que as autoridades portugue- cates, os sediciosos esperavam contar com o suporte da
sas cometiam com os mineradores e a população de França revolucionária.
Minas Gerais. d) tal como ocorrera na Guerra dos Emboabas, a sedição
de 1789 opôs os mineradores recém-chegados à capitania
No contexto dessa revolta é correto afirmar, exceto: aos empresários há muito estabelecidos na região.
a) O movimento reivindicava a redução dos preços dos ali- e) em 1789 e 1798, seus líderes projetaram a possibilidade
mentos e o cancelamento da medida que proibia a circula- de rompimento definitivo das relações políticas com a me-
ção de ouro em pó. trópole, diferentemente do que ocorrera com as sedições
anteriores.
113
445. (UNIFOR CE/2017) I. Foi somente no final do século XVIII que os bandei-
rantes encontraram as primeiras jazidas em Minas Ge-
rais. A data e o local exato dos primeiros achados não
são conhecidos, mas se sabe que a descoberta do ouro
de aluvião nos vales dos rios Araguaia e Cuiabá ocor-
reu entre os anos de 1693 e 1695.
II. Com a descoberta das jazidas, muitos portugueses,
vindos da metrópole ou da própria colônia, correram
para Minas Gerais, provocando violentas disputas entre
paulistas e portugueses. Esses conflitos ficaram co-
nhecidos como Guerra dos Balaios, desfavorável aos
portugueses, que foram obrigados a procurar novas ja-
zidas no interior do Brasil, como no Paraná e Mato
Grosso do Sul.
III. Todas as minas pertenciam a Portugal, que concedia
lotes (datas) aos mineradores que explorassem o ouro.
O trabalho, entretanto, era realizado por escravos ne-
gros, em locais denominados lavras. O principal órgão
do esquema administrativo português era a Intendência
das Minas, criado em 1702.
VI. O imposto cobrado pela exploração das jazidas cor-
(Tiradentes esquartejado, óleo sobre tela de Pedro Américo) respondia a um quinto de qualquer quantidade de metal
extraído. Cobrar o quinto era a principal função da In-
Sobre os sentidos da Inconfidência Mineira e o papel de tendência das Minas. Diversos mineiros revoltaram-se
Tiradentes na construção da nação brasileira, é possí- contra a criação das Casas de Fundição, que dificulta-
vel afirmar, exceto: vam o comércio do ouro dentro da capitania, facilitando
a) O programa político dos Inconfidentes sofreu influência apenas a cobrança de impostos. Assim, em 1720, eclo-
do movimento de independência dos EUA, havendo indí- diu a Revolta de Vila Rica.
cios de contato entre Thomas Jefferson e representantes
do movimento mineiro na França, no contexto das tratativas a) F – F – V – V
para acordos comerciais entre EUA e Portugal. b) F – V – F – V
b) Tiradentes foi condenado à morte junto com outros in- c) V – V – V – V
confidentes, que posteriormente tiveram suas penas comu- d) V – F – F – V
tadas em degredo. A execução de Tiradentes foi mantida
principalmente em razão de sua posição de liderança inte- 447. (UNITAU SP/2017) “A sede insaciável do ouro esti-
lectual do movimento. mulou a tantos deixarem suas terras e a meterem-se por
c) Nomear o movimento como “Inconfidência Mineira” signi- caminhos tão ásperos como são os das minas, que di-
fica tratar seus membros como traidores da Rainha, reti- ficultosamente se poderá dar conta do número das pes-
rando seu caráter de movimento político republicano e pela soas que atualmente lá estão. Contudo, os que assisti-
independência, de caráter iluminista. Ultimamente, o movi- ram nela nestes últimos anos por largo tempo, e as cor-
mento tem sido renomeado de “Conjuração Mineira”. reram todas, dizem que mais de trinta mil almas se ocu-
d) Não havia intenção dos inconfidentes de libertar toda a pam, umas a catar, e outras a mandar catar nos ribeiros
colônia brasileira, apenas Minas Gerais, Rio de Janeiro e do ouro, e outras a negociar, vendendo e comprando o
São Paulo, pois naquele momento uma identidade nacional que se há mister não só para a vida, mas para o regalo”.
ainda não havia se formado. Tiradentes só foi transformado ANTONIL, André João, 1711, Cultura e opulência do Brasil
em “herói nacional” depois da proclamação da República. por suas drogas e minas. Lisboa: CNCDP, 2001, p. 242.
e) O benefício por delações já existia nas Ordenações Fili-
pinas, legislação portuguesa segundo a qual foram julgados Sobre o impacto da descoberta das minas no Brasil co-
os membros do movimento, tendo sido utilizado por Silvério lonial, é INCORRETO afirmar:
dos Reis para livrar-se de dívidas com a Coroa portuguesa a) Permitiu o desenvolvimento do comércio de outras regi-
e receber favores reais. ões da colônia, devido à necessidade de abastecimento das
minas.
446. (UniRV GO/2017) Ao final do domínio espanhol b) Desencadeou uma grande onda migratória de portugue-
(1640), Portugal estava mergulhado em grave crise eco- ses e de pessoas de outras regiões da colônia que, junto
nômica. Os preços do açúcar haviam caído no mercado dos escravos, formariam uma nova composição social.
internacional, devido, sobretudo, à concorrência do c) Desenvolveu um novo sistema de fiscalização, especial-
açúcar antilhano. O governo português buscava exaus- mente para a atividade mineradora, que começava com a
tivamente novas fontes de riqueza, revigorando o an- distribuição das terras na forma de datas para exploração.
tigo sonho de encontrar ouro no Brasil. Levando em d) Na região aurífera, a liberdade esteve muito mais aces-
consideração a História do Brasil, em especial, o Perí- sível às escravas, mas também aos escravos de ganho, do
odo Minerador, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para que nas regiões açucareiras.
as alternativas. e) Apesar de suas características distintas, a região mine-
radora desenvolveu um modelo de sociedade semelhante à
do Nordeste agrário, em que predominou a imobilidade so-
cial.
114
448. (UNIFOR CE/2016) A Economia Mineira no Brasil,
no século XVIII, desenvolveu-se a partir da descoberta
de ouro e diamantes nas Gerais. Os homens do Pirati- 451. (Fac. Direito de São Bernardo do Campo SP/2020)
ninga foram essenciais pelo conhecimento do território Em 1810, após a assinatura do Tratado da Aliança e
e Portugal providenciou ajuda técnica. Amizade entre o Conde de Linhares, ministro plenipo-
tenciário do Regente D. João, e Lord Strangford, repre-
Sobre este período da História do Brasil, podemos afir- sentante do rei da Inglaterra Jorge III, os ingleses da-
mar que vam continuidade a um longo período de ingerências
a) a descoberta de Ouro no Brasil não provocou processo sobre a nossa política interna.
de imigração de Portugal para o Brasil, pois a quantidade
de ouro não era significativa. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que tra-
b) o trabalho escravo não foi importante nesta etapa da eco- duz CORRETAMENTE o significado desse tratado e o
nomia brasileira, pela natureza da mineração. contexto ao qual ele está inserido.
c) a organização da Economia mineira estava baseada na a) Domínio das nossas exportações através de um pro-
incerteza, mobilidade da empresa, alta lucratividade e es- grama de forte controle sobre nossos portos, impedindo que
pecialização. pudéssemos nos relacionar comercialmente com outras na-
d) o abastecimento de alimentos e outros foi facilitado pelo ções.
transporte fluvial e pela geografia da Região das Minas. b) Redução de impostos para produtos ingleses, facilitando
e) o declínio da produção de ouro e a consequente estag- sua entrada no mercado brasileiro e provocando déficits em
nação da economia se deu na segunda metade do século nossa Balança Comercial, além de destruir indústrias lo-
XIX. cais, devido à forte concorrência.
c) Abertura dos Portos às Nações Amigas, o que facilitava
449. (Fac. Direito de Franca SP/2016) Da riqueza extra- a entrada de produtos estrangeiros e gerava uma forte de-
ída das Minas, quase tudo ia para a Metrópole, onde se pendência do capital britânico, necessário para financiar a
consumia em gastos suntuários, em construções mo- modernização de portos e estradas.
numentais — como o Convento de Mafra —, no paga- d) Compromisso assinado com os ingleses visando a uma
mento das importações de que Portugal necessitava. lenta e gradual libertação dos escravos, já que a escravidão
Poucos foram os privilegiados que enriqueceram na ca- foi se tornando um severo entrave para as pretensões capi-
pitania do ouro, e insignificantes os efeitos produtivos talistas dos ingleses no cenário mundial.
gerados pela mineração, de um e outro lado do Atlân-
tico. 452. (PUC SP/2020) Leia atentamente os textos abaixo.
Laura Vergueiro. Opulência e miséria das Minas Gerais. São Paulo:
Brasiliense, 1983, p. 76.
TEXTO I
A partir do texto e de seus conhecimentos, é correto No dia em que D. João desembarcou no Rio de Janeiro,
afirmar que a mineração brasileira, no século XVIII, em 1808, recebeu “um belo presente” de um traficante
a) gerou grandes recursos que foram consumidos principal- de escravos local: a melhor casa da cidade, situada
mente em Portugal ou que acabaram nos cofres britânicos. num belo e vistoso terreno. “Ceder” a Quinta da Boa
b) promoveu maior equilíbrio social no Brasil colonial e faci- Vista à família real assegurou a Elias Antônio Lopes o
litou a muitos escravos a alforria e a riqueza. status de “amigo do rei”.
(Schwarcz, Lilia Moritz – Sobre o autoritarismo brasileiro – 1ª ed. –
c) estimulou a economia colonial, ampliando a produção de São Paulo: Companhia das Letras, 2019 - p.95)
manufaturados e de alimentos em todo o território do Brasil.
d) permitiu a construção de obras faraônicas em Portugal e TEXTO II
determinou a eliminação da miséria social no Brasil. Todos os informantes de um inquérito realizado – cerca
de uma centena de pessoas – indicavam que eram inú-
450. (ACAFE SC/2016) A mineração durante o período meras as situações em que se podia usar o “sabe com
colonial brasileiro foi uma das frentes que contribuíram quem está falando?” (...) como ocasiões globais em que
para a interiorização da economia e para o surgimento se procura “sentir-se importante” ou “mostrar a posi-
de vilas e cidades no interior. Acerca desse contexto e ção social”.
sobre o ciclo do ouro é correto afirmar, exceto: (DaMatta, Roberto – Carnavais, malandros e heróis: para uma socio-
a) Intensificação das bandeiras de apresamento e escravi- logia do dilema brasileiro – 6ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997 - p.
zação dos indígenas que eram a principal mão de obra na 187)
exploração do ouro de aluvião e das lavras.
b) A ação dos tropeiros contribuiu para o surgimento de um Percebemos, nestes dois excertos, traços da caracteri-
mercado interno. A região mineradora era abastecida por zação de nossa sociedade, pois:
esta atividade com charque e outros derivados da pecuária. a) Éramos, durante o período joanino, uma sociedade ca-
c) A Guerra dos Emboabas foi um conflito que resultou das racterizada por relações patrimonialistas e favorecimentos
tentativas de controle das minas de ouro descobertas pelos em troca de poder e prestígio, o que não se percebe hoje,
colonos e bandeirantes que desejavam o monopólio da ex- já que vivemos sob indiscutível regime democrático e uma
ploração e eram contrários a presença de portugueses e Carta Constitucional que rege, de fato, o nosso cotidiano.
exploradores de outras regiões. b) Tanto durante o período joanino, como no atual, perce-
d) As casas de fundição exerciam a função de controlar a bemos uma sociedade hierarquizada, com privilégios e ga-
cobrança do quinto, um imposto sobre o ouro extraído pelos rantias para aqueles que gravitam em torno do poder, ape-
mineradores. O ouro “quintado” era transformado em barras sar da existência, em determinados períodos, de um verniz
com o selo real português. democrático que aponta para uma suposta igualdade.
115
c) DaMatta atenta para um exemplo de sociedade ampla- b) o emprego das reformas pombalinas, que tiveram o apoio
mente regida por clientelismos e favorecimentos de poucos, de Dom João VI, uma vez que cediam às pressões externas
nos transformando em uma oligarquia de fato. Essa percep- da Inglaterra e às internas, da elite colonial, pela ampliação
ção, porém, não é notada no texto da Lilia Schwarcz, que das possibilidades de comércio e a liberação das manufa-
retrata o período joanino. turas.
d) Os atuais regimes democráticos no ocidente foram o re- c) a grave crise financeira vivida pela Coroa devido ao es-
sultado de ampla discussão política ao longo da História. gotamento das jazidas de ouro no Brasil e às despesas com
No Brasil, por exemplo, nossa democracia atual se reflete o combate às tropas de Napoleão na Europa, situação que
plenamente no cotidiano de nossa sociedade, o que nos obrigou a Coroa a decretar a liberação do comércio para as
distância do modus operandi da antiga sociedade joanina. nações europeias, incluindo a Inglaterra.
d) o controle marítimo do tráfico negreiro exercido pela In-
453. (UNICAMP/2020) glaterra, que interrompeu o fornecimento de mão de obra
escrava, impulsionando o Brasil para atividades comerciais
e manufatureiras, dada a dificuldade na manutenção da
plantation.
e) as exigências realizadas pela Inglaterra, que, aprovei-
tando-se da crise do sistema colonial português, concedeu
ajuda e empréstimos à Coroa, formalizando tratados comer-
ciais que lhe conferiam o monopólio na venda de produtos
manufaturados e na ampliação da malha ferroviária, no Bra-
sil.
116
457. (FGV/2019) Considere as seguintes afirmações so- b) às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto,
bre o processo de emancipação política no Brasil: exigindo a volta imediata do monarca a Portugal.
c) à posição de independência de D. João VI em relação às
I. Ocorreu no contexto geral da crise do Antigo Regime pressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras
e teve como elementos particulares a instalação da do rio da Prata.
Corte no Rio de Janeiro e a articulação política entre a d) às implicações que os movimentos de independência na
elite colonial e setores da burocracia portuguesa. América espanhola traziam para a dominação portuguesa
II. Foi provocado pelas movimentações separatistas na no Brasil.
Província de Cisplatina e na Bahia, no contexto de fra- e) ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se
gmentação da América espanhola. tornasse imperador do Brasil independente.
III. Foi precedido pelo fim da exclusividade comercial da
Metrópole e pela transformação do estatuto político do 460. (UNIRG TO/2018) “...sobre se achar interrompido e
antigo domínio colonial para a condição de Reino Unido suspenso o comércio desta capitania com grave preju-
de Portugal e Algarves. ízo dos meus vassalos, e da minha Real Fazenda, em
razão das críticas e públicas circunstâncias da Europa,
Está correto que se afirma em e querendo dar sobre este importante objeto alguma
a) I e III, apenas. providência pronta, capaz de melhorar o progresso de
b) I, II e III tais danos, sou servido ordenar interina e provisoria-
c) I e II, apenas. mente, enquanto não consolido um sistema geral que
d) II e III, apenas. efetivamente regule semelhantes matérias, o seguinte:
e) III, apenas. primeiro, que sejam admissíveis nas Alfândegas do
Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas, e mercado-
458. (UECE/2019) Durante treze anos a família real por- rias transportadas, ou em navios estrangeiros das po-
tuguesa esteve no Brasil, que foi sede do império ultra- tências que se conservam em paz e harmonia com a mi-
marino português. Nesse período, diversas medidas to- nha Real Coroa, ou em navios dos meus vassalos [...];
madas pela corte proporcionaram transformações pro- Segundo: Que não só os meus vassalos, mas também
fundas na economia, na política e na cultura do Brasil. os sobreditos estrangeiros possam exportar para os
Assim, é correto afirmar que, nesse período, ocorreu portos que bem lhes parecer, a benefício do comércio e
a) a Confederação do Equador, em 1824, que foi uma rebe- da agricultura, que tanto desejo promover, todos e
lião das províncias nordestinas contra o autoritarismo, que quaisquer gêneros e produções coloniais...”
pretendia a fundação de uma república por estas partes do Disponível em http://www.historia.seed.pr.gov.br/arquivos/
File/fontes%20historicas/abertura_portos_1808.pdf.
Brasil.
Acesso em: 4 out. 2017. Adaptado.
b) a Revolução Pernambucana, em 1817, contra a opres-
são dos tributos para custear a corte no Rio de Janeiro, que Desse modo, Dom João VI realizou a “abertura dos por-
marcou a insatisfação dos brasileiros contra a exploração tos às nações amigas”, ainda na primeira semana de
portuguesa. sua estadia no Brasil. Acerca das “críticas e públicas
c) a Noite das Garrafadas, episódio que envolveu apoiado- circunstâncias da Europa”, afirmadas no documento,
res do rei e seus opositores, logo antes de sua abdicação e avalie as afirmações a seguir:
retorno para Portugal.
d) expulsão do rei português de terras brasileiras, por sua I. O texto se refere às conquistas napoleônicas e à inva-
resistência em aceitar a constituição elaborada pela Assem- são da Península Ibérica, que acabaram por ocasionar
bleia Constituinte e a imposição de uma constituição por ele a transferência da corte lusitana para a colônia brasi-
outorgada. leira.
II. O texto se refere aos problemas gerados pelo “Blo-
459. (FUVEST/2018) Na edição de julho de 1818 do Cor- queio Continental”, que alterou as relações comerciais
reio Braziliense, o jornalista Hipólito José da Costa, re- e políticas de vários países com a monarquia britânica.
sidente em Londres, publicou a seguinte avaliação so- III. O texto se refere às campanhas militares da Alema-
bre os dilemas então enfrentados pelo Império portu- nha que, ao adentrar com relativo atraso nas conquis-
guês na América: tas coloniais, gerou o desequilíbrio das forças geopolí-
ticas europeias e a viagem do príncipe-regente Dom
A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no Brasil Joao VI ao Brasil.
lhe dará ocasião para ter mais ou menos influência na- IV. O texto se refere às consequências desastrosas da
queles acontecimentos; a independência em que el-rei Revolução Industrial, que incluíam o trabalho operário
ali se acha das intrigas europeias o deixa em liberdade com jornadas de quase vinte horas, o emprego de mu-
para decidir-se nas ocorrências, segundo melhor con- lheres e de crianças, sem legislação que as protegesse.
vier a seus interesses. Se volta para Lisboa, antes da-
quela crise se decidir, não poderá tomar parte nos ar- Assinale a alternativa que indica os itens que contêm
ranjamentos que a nova ordem de coisas deve ocasio- somente assertivas corretas:
nar na América. a) I e II.
b) II e III.
Nesse excerto, o autor referia-se c) II e IV.
a) aos desdobramentos da Revolução Pernambucana do d) I e IV.
ano anterior, que ameaçara o domínio português sobre o
centro-sul do Brasil.
117
461. (UniCESUMAR PR/2018) No ano de 2008, comemo- 463. (UCB DF/2018) O bloqueio continental
rou-se os 200 anos da Chegada da Família Real ao Bra- imposto pela França e as relações entre
sil. Tal evento, ocorrido em 1808, pode ser considerado Portugal e Inglaterra foram fundamentais
o embrião que gerou o Estado brasileiro a partir da dé- para a transferência da Corte portuguesa
cada de 1820. Dentre os feitos ocorridos, assinale a al- ao Brasil em 1808, fazendo do Rio de Ja-
ternativa que apresenta um importante passo à eman- neiro a nova sede da coroa. A chegada da Corte e a ins-
cipação política do Brasil. talação das instituições políticas, administrativas e ju-
a) A Abertura dos Portos às Nações amigas, que permitiu rídicas do governo português no Rio de Janeiro acarre-
ao Brasil ter autonomia política frente a Portugal, podendo taram diversas mudanças na colônia. Essas mudanças
a colônia celebrar contratos com qualquer outra nação sem deram início a um processo que resultou na indepen-
maiores ônus. dência do Brasil.
b) A elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Por- PELLEGRINI, Marco Cesar; DIAS, Adriana
Machado; GRINBERG, Keila. Contato histó-
tugal e Algarves, que colocou a antiga colônia americana
ria, 2o ano. 1a. ed. São Paulo: Quinteto Edi-
em pé de igualdade com a Metrópole Europeia. torial, 2016, com adaptações.
c) A Revolução Pernambucana, que foi um evento que ce-
lebrou a emancipação econômica do Brasil diante da Me- A respeito das mudanças que conduziram o Brasil ao
trópole europeia e deu impulso à conquista da independên- processo de independência, assinale a alternativa cor-
cia, em 1822. reta.
d) O dia do fico, celebrado em 9 de janeiro de 1822, que foi a) Com a chegada da família real e da Corte portuguesa ao
a data em que d. João VI declarou às cortes europeias que Brasil em 1808, Portugal foi relegado à condição de colônia.
não tinha qualquer intenção de abandonar o Brasil. b) Assim que desembarcou no Brasil em 1808, D. João as-
e) A Revolução Liberal do Porto, que foi um grande incen- sinou o decreto que definiu o Pacto Colonial, dando a Por-
tivo à emancipação política brasileira, já que defendeu a tugal exclusividade sobre o comércio colonial brasileiro.
ideia de um mundo sem metrópoles e colônias. c) A elevação do Brasil à condição de Reino Unido a Portu-
gal, em 1815, seguiu a orientação do Congresso de Viena
462. (PUCCamp SP/2018) A nossa independência ainda na manutenção do absolutismo monárquico e, ao mesmo
não foi proclamada. Frase típica de D. João VI: − Meu tempo, contribuiu para o processo de independência do
filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum País.
aventureiro o faça. Expulsamos a dinastia. É preciso ex- d) Com o retorno de D. João e sua Corte para Portugal, em
pulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de abril de 1821, o Brasil retorna à condição de colônia de Por-
Maria da Fonte. tugal.
Contra a realidade social, vestida e opressora, cadas- e) O partido político denominado “partido brasileiro”, for-
trada por Freud − a realidade sem complexos, sem lou- mado por proprietários rurais, liberais radicais e republica-
cura, sem prostituições e sem penitenciárias do matri- nos, apoiava a separação de Portugal e defendia a frag-
arcado de Pindorama. mentação do território brasileiro e a criação de vários esta-
(ANDRADE, Oswald de. Manifesto
dos independentes.
Antropófago. Revista de Antropofa-
gia, n. 1, ano 1, maio de 1928. Apud
SCHWARTZ, Jorge (org). Vanguar- 464. (UEFS BA/2018) Do ponto de vista econômico, a
das latino-americanas. Polêmicas, concessão mais onerosa para os interesses da colônia
manifestos e textos críticos. São Paulo:
foi a tarifa de 15% ad valorem a ser cobrada sobre as
Edusp/ Iluminuras/ Fapesp, 1995, p. 147)
mercadorias inglesas entradas nos portos brasileiros,
A transferência da família real portuguesa para o Brasil em navios ingleses ou portugueses [...]. Situação agra-
foi sucedida por algumas mudanças importantes na re- vada pelo fato de a Carta de Abertura dos portos fixar a
lação entre Portugal e sua principal colônia, que ocor- taxa de 16% ad valorem para os navios portugueses e
reram ao longo do governo de D. João VI, tais como: 24% para todas as demais nações.
(José Jobson de Andrade
a) o acirramento do Pacto Colonial e a liberação da criação Arruda. Uma colônia en-
de manufaturas e fábricas no território brasileiro, aumen- tre dois impérios, 2008.)
tando a integração econômica entre metrópole e colônia.
b) a abertura dos portos às nações amigas de Portugal e a O excerto refere-se aos tratados de 1810 assinados en-
intensificação do controle da extração e da comercialização tre os governos português e inglês, que tiveram como
de minérios. uma de suas consequências
c) a transformação da colônia em Reino Unido a Portugal e a) o estímulo ao desenvolvimento das manufaturas no Bra-
Algarves, e a proibição do tráfico de escravos. sil.
d) a definição das fronteiras que hoje compõem o mapa po- b) o fortalecimento do controle metropolitano sobre o co-
lítico atual do Brasil e o estreitamento de laços econômicos mércio colonial.
com a Inglaterra. c) a ligação das atividades econômicas coloniais com uma
e) a concretização da União Ibérica, por meio da atuação economia industrial.
política de Carlota Joaquina, e a distribuição de títulos no- d) a crise das exportações de produtos primários do Brasil
biliárquicos como estratégia de troca de favores. para a Europa.
e) a adoção no conjunto do Império português da política do
livre-cambismo.
118
465. (UNITAU SP/2018) “Nenhuma comemoração igua- 467. (UCS RS/2017) A Biblioteca Nacional do Brasil,
lou-se em deslumbramento às festas decorrentes da considerada pela UNESCO uma das dez maiores biblio-
aclamação de D. João VI, em 6 de fevereiro de 1818. tecas nacionais do mundo, é também a maior da Amé-
Apoiada nos artistas franceses, a decoração foi depu- rica Latina. O núcleo original de seu acervo é a antiga
rada de vestígios nativos e pôde resplandecer a gran- livraria de D. José, cuja origem remonta às coleções de
deza da ocasião. Finalmente, o rei receberia publica- livros de D. João I e de seu filho D. Duarte. Quando D.
mente a confirmação no trono que já ocupava e o jura- João VI e sua Corte chegaram ao Rio de Janeiro, em
mento dos súditos. [...] A festa se espalhou pelas ruas consequência da invasãodas tropas de Napoleão Bona-
e teve no Campo de Santana outro polo importante. Um parte em Portugal, trouxeram consigo parte da Biblio-
palacete de madeira foi erguido para abrigar Sua Majes- teca Nacional Portuguesa, que era composta por cerca
tade e a família real e transformou-se no centro do se- de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, es-
gundo dia dos festejos, reservado às manifestações po- tampas, moedas e medalhas.
pulares. Os soldados dos batalhões fizeram evoluções, Disponível em: <https://www.bn.gov.br/sobre-bn/historico>. Acesso
em: 5 mar. 17. (Parcial e adaptado.)
seguidos dos dançarinos do Real Teatro, além de cor-
rida de touros. No dia 8, a real família e o soberano vol-
taram ao palacete, de onde assistiram a uma queima de Sobre o período e os acontecimentos históricos referi-
fogos, cujo ponto culminante foi a expressão ‘Viva El dos no texto, é correto afirmar que a
Rei’ iluminada no céu, quando D. João recebeu para a a) invasão das tropas napoleônicas em Portugal é um dos
cerimônia do beija-mão”. exemplos do expansionismo francês ocorrido mesmo de-
Adaptado de HERMANN, J. O rei da pois da obediência ao Bloqueio Continental pela Coroa Por-
América: notas sobre a aclamação tardia tuguesa.
de d. João VI no Brasil. Topoi, v. 8, n. b) transferência da Família Real Portuguesa e de toda sua
15, jul.-dez., 2007, p. 124-158.
Corte para o Brasil inaugura o processo de independência
das colônias europeias na América.
Em relação à importância das festas e demais manifes- c) chegada da Família Real Portuguesa trouxe algumas mo-
tações coletivas realizadas no Império, como a Festa de dificações ao Brasil, como a abertura da Biblioteca Nacio-
Aclamação de D. Joao VI, descrita acima, é CORRETO nal, a fundação do Banco do Brasil e a passagem de Colô-
afirmar: nia a Reino Unido.
a) São demarcações de territórios, vinculando a imagem do d) América Latina, no início do século XIX, viveu um período
soberano à imagem do império português em todo o conti- de forte desenvolvimento cultural, com o estabelecimento
nente americano. de suas primeiras bibliotecas e universidades.
b) Sua importância reside na sua eficácia simbólica, cum- e) Corte Portuguesa permaneceu no Brasil até a Proclama-
prindo a função de aproximar o soberano das massas e re- ção da República, em 1889, sendo expulsa juntamente com
forçar o seu poder político. D. Pedro II.
c) Mantinham estreitas as relações quase sempre conflitu-
osas entre a Igreja e o Império, fazendo coincidir o ato civil 468. (FPS PE/2018) Os movimentos de rebeldia contra
com as festividades religiosas. Portugal não conseguiram acabar com o domínio por-
d) Buscavam glorificar as culturas nativas e o passado co- tuguês nos três primeiros séculos da sua ocupação. No
lonial, e implantar um certo padrão de civilização inspirado século XIX, com a organização da Revolução de 1817,
nos trópicos. houve:
e) Funcionavam como instrumento de apoio e de integração a) o fim do domínio português nas capitanias de Pernam-
da diversidade de culturas presentes no Brasil no período buco e Rio de Janeiro.
pré-independência. b) a extinção do uso da mão de obra escrava na produção
do açúcar.
466. (Univag MT/2018) Aconselhada por José da Silva c) a organização de uma resistência ao governo central du-
Lisboa, o futuro Visconde de Cairu, a primeira medida rante 5 anos.
adotada pelo príncipe regente pôs fim ao sistema colo- d) a grande divulgação de ideias liberais e debates sobre a
nial português: em janeiro de 1808, após desembarcar libertação dos escravos.
em Salvador, na Bahia, o futuro João VI decretou a aber- e) a articulação de Pernambuco com São Paulo para evitar
tura dos portos brasileiros “às nações amigas”. a cobrança de impostos extorsivos.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota.
História do Brasil: uma interpretação, 2008.)
469. (FUVEST/2010) “Eis que uma revolução, procla-
Essa afirmação é correta, pois a abertura dos portos, mando um governo absolutamente independente da su-
em 1808, jeição à corte do Rio de Janeiro, rebentou em Pernam-
a) permitiu que os Estados Unidos assumissem a condição buco, em março de 1817. É um assunto para o nosso
de principal parceiro comercial do Brasil. ânimo tão pouco simpático que, se nos fora permitido
b) provocou o rompimento definitivo dos laços coloniais en- [colocar] sobre ele um véu, o deixaríamos fora do qua-
tre Brasil e Portugal. dro que nos propusemos tratar.”
F. A. Varnhagen. História geral do Brasil, 1854.
c) impediu a Inglaterra de continuar a controlar a circulação
de mercadorias na costa brasileira.
d) significou o fim da exclusividade portuguesa na relação O texto trata da Revolução pernambucana de 1817.
de compra e venda de produtos coloniais. Com relação a esse acontecimento é possível afirmar
e) obrigou Portugal a encerrar suas atividades exploradoras que os insurgentes
na América e no litoral africano.
119
a) pretendiam a separação de Pernambuco do restante do a história do país. O legado discutido e um argumento
reino, impondo a expulsão dos portugueses desse território. que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista
b) contaram com a ativa participação de homens negros, para o segundo estão associados, respectivamente,
pondo em risco a manutenção da escravidão na região. em:
c) dominaram Pernambuco e o norte da colônia, decretando a) Integridade territorial – Centralização da administração
o fim dos privilégios da Companhia do Grão-Pará e Mara- régia na Corte.
nhão. b) Desigualdade social – Concentração da propriedade fun-
d) propuseram a independência e a república, congregando diária no campo.
proprietários, comerciantes e pessoas das camadas popu- c) Homogeneidade intelectual – Difusão das ideias liberais
lares. nas universidades.
e) implantaram um governo de terror, ameaçando o direito d) Uniformidade cultural – Manutenção da mentalidade es-
dos pequenos proprietários à livre exploração da terra. cravista nas fazendas.
e) Continuidade espacial – Cooptação dos movimentos se-
470. (Fac. Direito de São Bernardo do Campo SP/2017) paratistas nas províncias.
“A cidade do Rio de Janeiro recebeu a família real por-
tuguesa com festas. Seus moradores pareciam pres- 472. (ENEM/2013) A vinda da família real deslocou defi-
sentir que suas vidas iriam mudar. Como que confir- nitivamente o eixo da vida administrativa da Colônia
mando aquele pressentimento, seis dias após a che- para o Rio de Janeiro, mudando também a fisionomia
gada, o príncipe-regente D. João assinou uma impor- da cidade. A presença da Corte implicava uma alteração
tante carta-régia. Era a abertura dos portos do Brasil ao do acanhado cenário urbano da Colônia, mas a marca
comércio com todos os países que estivessem em 'paz do absolutismo acompanharia a alteração.
e harmonia' com o governo de D. João.” FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995 (fragmento).
Ilmar Rohloff de Mattos e Luis Affonso Seigneur de Albuquerque.
Independência ou morte. São Paulo: Atual. 1991, p. 16-17. Adaptado. As transformações ocorridas na cidade do Rio de Ja-
neiro em decorrência da presença da Corte estavam li-
É correto afirmar que a medida tomada por D. João en- mitadas à superfície das estruturas sociais porque
cerrou o monopólio que caracterizava as relações entre a) a pujança do desenvolvimento comercial e industrial reti-
a metrópole portuguesa e a colônia brasileira e rava da agricultura de exportação a posição de atividade
a) estabeleceu a obrigação de exportar a totalidade da pro- econômica central na Colônia.
dução agrícola da colônia para a Grã-Bretanha e para os b) a expansão das atividades econômicas e o desenvolvi-
Estados Unidos, que impuseram seu domínio comercial so- mento de novos hábitos conviviam com a exploração do tra-
bre o Brasil. balho escravo.
b) contribuiu para a alteração dos hábitos de parte da popu- c) a emergência das práticas liberais, com a abertura dos
lação colonial, que passou a consumir muitas mercadorias portos, impedia uma renovação política em prol da forma-
inglesas que antes não chegavam aos portos do Brasil. ção de uma sociedade menos desigual.
c) determinou a autonomia política e econômica do Brasil, d) a integração das elites políticas regionais, sob a liderança
que rapidamente assinou acordos de intercâmbio comercial do Rio de Janeiro, ensejava a formação de um projeto polí-
com os demais países da América Latina. tico separatista de cunho republicano.
d) facilitou o acesso de embarcações estrangeiras aos por- e) a dinamização da economia urbana retardava o letra-
tos da colônia, que passou a receber artistas e intelectuais mento de mulatos e imigrantes, importante para as neces-
norte-americanos, que passaram a dominar culturalmente o sidades do trabalho na cidade.
Brasil.
473. (ENEM/2010) Eu, o Príncipe Regente, faço saber
471. (ENEM/2014) TEXTO I aos que o presente Alvará virem: que desejando pro-
O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portu- mover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos
gal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou ser-
Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte vido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja
espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de a este respeito no Estado do Brasil.
hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de Alvará de liberdade para as indústrias (1º de Abril de 1808).
Carvalho) In Bonavides, P.; Amaral, R. Textos políticos da História do
Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).
TEXTO II
Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-co- O projeto industrializante de D. João, conforme ex-
mum segundo o qual foi D. João VI o responsável pela presso no alvará, não se concretizou. Que característi-
unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Bra- cas desse período explicam esse fato?
sil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, a) A ocupação de Portugal pelas tropas francesas e o fe-
uma fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso for- chamento das manufaturas portuguesas.
talecer um Império com os territórios de Portugal e Bra- b) A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio
sil começou já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello) industrial inglês sobre suas redes de comércio.
1808 – O primeiro ano do resto de nossas vidas. c) A desconfiança da burguesia industrial colonial diante da
chegada da família real portuguesa.
Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada da d) O confronto entre a França e a Inglaterra e a posição
família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois im- dúbia assumida por Portugal no comércio internacional.
portantes historiadores brasileiros se posicionam di- e) O atraso industrial da colônia provocado pela perda de
ante de um dos possíveis legados desse episódio para mercados para as indústrias portuguesas.
120
474. (FM Petrópolis RJ/2019) 477. (Mackenzie SP/2018) “(...). Conquistar a emancipa-
ção definitiva e real da nação, ampliar o significado dos
princípios constitucionais foi tarefa delegada aos pós-
teres”.
COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia
à república: momentos decisivos. São
Paulo; Livraria Editora Ciências
Humanas, 1979. P.50.
BECK, A. “Armandinho” Diário Catarinense. Edição de 5 set. 2017.
A análise acima, da historiadora Emília Viotti da Costa,
No contexto da independência brasileira, a charge iro- refere-se à proclamação da independência do Brasil,
niza o(a) em 7 de setembro de 1822. A análise da autora, a res-
a) influência econômica inglesa sobre o Brasil peito do fato histórico, aponta que
b) imperialismo dos EUA sobre a América do Sul a) apesar dos integrantes da elite nacional terem alcançado
c) controle napoleônico sobre Portugal seu objetivo: o de romper com os estatutos do plano colo-
d) domínio brasileiro sobre a Província Cisplatina nial, no que diz respeito às restrições à liberdade de comér-
e) vigência da União Ibérica cio, e à conquista da autonomia administrativa, a estrutura
social do país, porém, não foi alterada.
475. (ENEM/2019) Entre os combatentes estava a mais b) a independência do Brasil foi um fato isolado, no contexto
famosa heroína da Independência. Nascida em Feira de americano de luta pela emancipação das metrópoles. Isso
Santana, filha de lavradores pobres, Maria Quitéria de se deu porque era a única colônia de língua portuguesa, e
Jesus tinha trinta anos quando a Bahia começou a pe- porque adotava, como regime de trabalho, a escravidão
gar em armas contra os portugueses. Apesar da proibi- africana.
ção de mulheres nos batalhões de voluntários, decidiu c) caberia, às futuras gerações de brasileiros, o esforço no
se alistar às escondidas. Cortou os cabelos, amarrou sentido de impor seus valores para Portugal, rompendo, de-
os seios, vestiu-se de homem e incorporou-se às filei- finitivamente, os impasses econômicos impostos à Colônia
ras brasileiras com o nome de Soldado Medeiros. pela metrópole portuguesa desde o início da colonização.
GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. d) apesar de alguns setores da elite nacional possuírem in-
teresses semelhantes à burguesia mercantil lusitana e, por-
No processo de Independência do Brasil, o caso men- tanto, afastando-se do processo emancipatório nacional,
cionado é emblemático porque evidencia a com a eminente vinda de tropas portuguesas para o país,
a) rigidez hierárquica da estrutura social. passaram a apoiar a ideia de independência.
b) inserção feminina nos ofícios militares. e) assim como Portugal passava por um processo de rees-
c) adesão pública dos imigrantes portugueses. truturação, após a Revolução Liberal do Porto; no Brasil,
d) flexibilidade administrativa do governo imperial. esse movimento emancipatório apenas havia começado e
e) receptividade metropolitana aos ideais emancipatórios. só fora concluído, com a subida antecipada ao trono, de D.
Pedro II, em 1840.
476. (UECE/2018) “A ordem econômica seria preser-
vada, a escravidão mantida. A nação independente con- 478. (PUCCamp SP/2018) Dentre os fatores que contri-
tinuaria subordinada à economia colonial, passando do buíram para que D. Pedro I proclamasse a Independên-
domínio português à tutela britânica. A fachada liberal cia do Brasil, havia
construída pela elite europeizada ocultava a miséria e a a) a pressão exercida pelas correntes positivistas e os mo-
escravidão da maioria dos habitantes do país. Conquis- vimentos tenentistas, exigindo que o Brasil, de forma seme-
tar a emancipação definitiva da nação, ampliar o signi- lhante aos países vizinhos, aderisse ao regime republicano,
ficado dos princípios constitucionais seria tarefa rele- em prol da ordem e do progresso.
gada aos pósteros”. b) a articulação política entre militares, a elite ilustrada e al-
COSTA, Emília Viotti da. Introdução ao estudo da guns políticos ligados ao Partido Liberal, motivada pela in-
emancipação política do Brasil. satisfação com a histórica subordinação do Brasil a Portu-
gal.
Considerando o processo de independência do Brasil, c) a mobilização da elite portuguesa, após a Revolução Li-
assinale a afirmação verdadeira. beral do Porto, pressionando o príncipe regente para que
a) Não ocorreu nenhuma ocultação dos reais problemas so- regressasse a sua terra natal e para que o Brasil voltasse à
ciais e econômicos do país após a independência, já que a condição colonial.
elite local buscou solucioná-los imediatamente. d) o impacto do crescimento de movimentos populares in-
b) Apenas ocorreu a independência econômica do Brasil, dependentistas, a exemplo da Confederação do Equador,
mas não a política, pois a elite nacional europeizada sub- em Pernambuco, e da Cabanagem, no Grão-Pará, que tive-
meteu-se aos interesses da Inglaterra. ram grande repercussão nacional.
c) Pelo fato de a monarquia ter sido logo adotada como e) a rejeição nacional à monarquia da coroa portuguesa e à
forma de governo, a independência não representou mu- escravidão, uma vez que os países vizinhos ao Brasil já
danças sociais significativas, pois estas ficariam a cargo de eram repúblicas e haviam abolido o trabalho escravo.
gerações futuras.
d) Não houve acordo de independência com os Britânicos,
que reagiram o quanto puderam à independência do Brasil,
já que ela representaria a real autonomia econômica do
país.
121
479. (PUC RS/2017) Sobre a Independência do Brasil, 481. (UEMG/2017) “Ouvi, ó Povos, o grito,
afirma-se: Que vamos livres erguer;
O Brasil sacode o jugo,
I. Implicou uma ruptura de laços políticos e econômicos Independência ou Morrer.
com Portugal, já que no Brasil seria adotado um regime
político constitucional, e Portugal manteria o sistema Congresso opressor jurara
absolutista. Nossos povos abater:
II. Pode ser considerada uma decorrência da vinda da Em seu despeito amamos
Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, na medida em Independência ou Morrer.
que esse acontecimento implicou um processo cres-
cente, e difícil de ser revertido, de autonomização polí- Depois de trezentos anos
tico-econômico da colônia. Livre o Brasil vai viver:
III. Está associada a uma profunda mudança estrutural Deve a Pedro a Liberdade,
interna, por colocar em cheque a base econômico-so- Independência ou morrer.”
cial que sustentou a exploração econômica do Brasil (“Independência ou morrer”. Poesia anônima, publicada pela Tipo-
grafia do Diário no ano de 1822, Rio de Janeiro. Apud: CARVALHO,
durante o regime colonial.
José Murilo de, BASTOS, Lúcia & BASILE, Marcelo (Orgs.).
IV. Sofreu resistência dentro do próprio País, tendo em Guerra literária: panfletos da Independência (1820-1823). Belo Hori-
vista que determinadas Províncias, como o Grão-Pará e zonte:
o Maranhão, tinham mais vínculos com Lisboa do que Editora UFMG, 2014, 257-258. 4 v.)
com o Rio de Janeiro.
No cenário político em que a poesia acima foi elabo-
Estão corretas apenas as afirmativas rada, as relações entre Brasil e Portugal agravaram-se
a) I e III. devido à/ao
b) II e IV. a) tentativa das Cortes portuguesas de recolonizar o Brasil.
c) I, II e IV. b) objetivo das elites brasileiras de expulsar o Príncipe Re-
d) I, III e IV. gente.
e) II, III e IV. c) expectativa dos liberais portugueses em fortalecer o Ab-
solutismo.
480. (Fac. Israelita de C. da Saúde Albert Einstein d) esforço dos deputados escravistas para criar a Constitui-
SP/2017) “A vinda da Corte com o enraizamento do Es- ção cidadã.
tado português no Centro-Sul daria início à transforma-
ção da colônia em metrópole interiorizada. Seria esta a 482. (UNITAU SP/2017) “A campanha dos jornais brasi-
única solução aceitável para as classes dominantes em leiros contra as medidas das Cortes foi a primeira
meio à insegurança que lhes inspiravam as contradi- grande ação da imprensa brasileira. Ela uniria inicial-
ções da sociedade colonial, agravadas pelas agitações mente todas as tendências e seria particularmente in-
do constitucionalismo português e pela fermentação tensa entre o final de 1821 e o final de 1822”.
LUSTOSA, Isabel. Insultos impressos: a guerra dos jornalistas na In-
mais generalizada no mundo inteiro da época, que a
dependência
Santa Aliança e a ideologia da contrarrevolução na Eu- 1821 – 1823. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 134.
ropa não chegavam a dominar.”
Maria Odila Leite da Silva Dias. A interiorização da metrópole e
Em relação ao papel desempenhado pela imprensa na
outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005.
difusão das ideias sobre a emancipação política do Bra-
O texto oferece uma interpretação da independência do sil, é CORRETO afirmar:
Brasil, que implica a) As ideias republicanas cresceram e passaram a aparecer
a) o reconhecimento da importância do processo de eman- nas páginas dos jornais, levando a população a apoiar a
cipação, que influenciou a luta por autonomia na Europa e emancipação.
em outras partes da América, impulsionou a economia mun- b) Os jornais eram francamente opinativos e políticos, com
dial e estabeleceu as bases para um pacto social dentro do a defesa do pensamento dos vários movimentos que eclo-
Brasil. diram no Brasil pela Independência.
b) a caracterização da emancipação como um ato mera- c) Os jornais fluminenses fizeram forte campanha contra a
mente formal, uma vez que ela não foi acompanhada de proposta das Cortes portuguesas de elevar o Brasil à con-
alterações significativas no cenário político, nem de refor- dição de Reino Unido.
mas sociais e econômicas capazes de romper a dependên- d) A imprensa brasileira teve um importante papel no com-
cia externa do Brasil. bate à política portuguesa de recolonizar o Brasil e de ex-
c) o reconhecimento da complexidade do processo de tinguir as instituições criadas no Rio de Janeiro.
emancipação, afetado simultaneamente por movimentos e) A imprensa brasileira realizou intensa campanha contra
como os reflexos da Revolução Francesa, a Revolução do a pressão das Cortes portuguesas que exigiam a abdicação
Porto, as disputas políticas na metrópole e na colônia e as de D. Pedro I.
tensões sociais dentro do Brasil.
d) a caracterização da emancipação como uma decorrência 483. (Centro Universitário de Franca SP/2016) O in-
inevitável do declínio econômico português provocado pela gresso das províncias no jogo político, com expressão
invasão napoleônica, pelo endividamento crescente com a geográfica autônoma, vinha dos dias da independência.
Inglaterra e pela redução nos recursos obtidos com a colo- Portugal, na desvairada política recolonizadora ex-
nização do Brasil. pressa nas Cortes de Lisboa, tentara fragmentar o
Reino Unido num feixe heterogêneo de províncias, de-
122
pendentes diretamente do ultramar, sem subordinação privilégios a eles proporcionados pela estrutura colo-
ao foco de poder situado no Rio de Janeiro, sob o co- nial e desejava o retorno de Dom Pedro a Portugal para
mando do príncipe D. Pedro. Os representantes brasi- que as medidas recolonizadoras fossem aplicadas.
leiros não sentiram, desde logo, no plano dispersador, II. O Partido Brasileiro reunia burocratas, grandes pro-
o golpe vibrado contra a unidade nacional. prietários de terras, advogados e investidores urbanos
(Raymundo Faoro. Os donos do poder, 2000.) nascidos no Brasil. Esse grupo foi privilegiado pela
abertura dos portos de 1808 e gostaria que fosse man-
O excerto refere-se a uma medida aprovada nas Cortes tida a elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e
de Lisboa no período em que D. Pedro era príncipe re- Algarves.
gente do Brasil. É correto afirmar que tal medida
a) visava à emancipação das províncias, o que propiciaria Acerca das duas proposições acima, é correto afirmar
o surgimento de diferentes países no território brasileiro. que
b) representava o fortalecimento do governo do príncipe re- a) ambas são verdadeiras.
gente já que anulava a subordinação das províncias ao go- b) I é falsa e II é verdadeira.
verno português. c) ambas são falsas.
c) concretizava o ideal de uma pátria única, constituída por d) I é verdadeira e II é falsa.
meio de uma federação de províncias autônomas.
d) pretendia descentralizar o poder na colônia, dando maior 487. (IFSC/2015) O processo de independência do Bra-
autonomia para as províncias a fim de enfraquecer o go- sil foi efetivado com o Grito do Ipiranga de D. Pedro I
verno do príncipe regente. em 1822. Alguns historiadores aceitam que esse pro-
e) procurava criar um governo central fortalecido na colônia cesso pode ser analisado desde o ano de 1808. Sobre o
para facilitar o domínio da metrópole portuguesa. período de 1808 a 1822 é CORRETO afirmar que:
a) Em 1821 D. Pedro I tentou proclamar a independência,
484. (PUC SP/2016) “Em 1822, a América espanhola, de porém foi sufocado pela Revolução Pernambucana.
independência conquistada em oposição a uma metró- b) O ano de 1808 é marcado pela vinda da família real
pole e suas Cortes em muitos aspectos tidas por opres- portuguesa ao Rio de Janeiro.
soras, agora plenamente reconhecida por uma potência c) No ano de 1815 toda a família real portuguesa retornou
de primeira grandeza como eram os Estados Unidos, a Portugal, permitindo a José Bonifácio articular a inde-
ofereceria um modelo para a independência do Brasil.” pendência com seu filho Pedro.
João Paulo Pimenta. A independência do Brasil e a experiência
d) A abertura dos portos em 1815 tirou o Brasil do status
hispano-americana (1808-1822). São Paulo: Hucitec, 2015, p. 448.
de colônia, pois poderia comercializar com todos os países
O caráter exemplar que a independência da América es- com tarifas iguais.
panhola representou, segundo o texto, para aqueles e) O Grito do Ipiranga foi apenas simbólico. Desde 1821 o
que lutavam pela independência do Brasil pode ser Brasil não tinha nenhuma ligação política com Portugal.
identificado, por exemplo, na
a) capacidade de manter a coesão territorial da antiga colô- 488. (FGV/2015) Observe o mapa.
nia, que acabou por gerar uma única e poderosa nação.
b) subserviência imediata aos interesses comerciais e polí-
ticos norte-americanos, que rapidamente se impuseram so-
bre toda a América.
c) disposição de defender princípios emancipacionistas e
enfrentar militar e politicamente as forças da metrópole.
d) possibilidade de estabelecer laços comerciais imediatos
e lucrativos com as antigas colônias portuguesas do litoral
africano.
486. (UECE/2016) Atente ao que se diz a respeito dos Os dados do mapa mostram que a emancipação política
dois partidos políticos denominados Partido Português do Brasil
e Partido Brasileiro, considerando os acontecimentos a) efetivou-se com o chamado Grito do Ipiranga, porque to-
que culminaram com o processo de emancipação polí- das as províncias do Brasil, imediatamente, passaram a
tica brasileira de 1822. obedecer às ordens vindas do Rio de Janeiro na pessoa do
Imperador Dom Pedro I e romperam todos os laços com as
I. O Partido Português, composto em sua maioria por Cortes de Lisboa, defensoras da recolonização brasileira.
comerciantes portugueses, gostaria de ver mantidos os
123
b) ocorreu de forma homogênea, com a divisão da liderança a) proibia a participação de representantes brasileiros esta-
do movimento emancipacionista entre os principais coman- belecidos na Colônia nos trabalhos do novo Parlamento
dos regionais do Brasil e com a constituição de acordos po- português (as Cortes portuguesas).
líticos que garantiram a unidade territorial e a efetivação do b) se aliava aos ingleses, para anular as conquistas políti-
federalismo. cas e administrativas alcançadas pelo Brasil, após a trans-
c) dividiu as regiões brasileiras entre as defensoras de uma ferência da Corte, em 1808.
emancipação vinculada ao fim do tráfico de escravos, caso c) estabelecia a recolonização do Brasil, que implicava a
das províncias do Norte e do Nordeste, e as províncias do anulação da abertura dos portos e na retomada do controle
Centro-Sul, contrárias à separação definitiva de Portugal e administrativo brasileiro.
favoráveis à constituição de uma monarquia dual. d) instalava a censura da imprensa no Brasil, fechando os
d) foi um processo complexo, no qual não houve adesão jornais que circulavam nas áreas urbanas e que faziam crí-
imediata de algumas províncias ao Rio de Janeiro, repre- ticas à política das Cortes portuguesas.
sentado pelo poder do imperador Dom Pedro I, pois essas e) impôs as tarifas Alves Branco, que elevaram considera-
províncias continuaram fiéis às Cortes de Lisboa, levando a velmente os impostos sobre as mercadorias exportadas
guerras de independência. pelo Brasil, especialmente o cacau e a borracha.
e) diferencia-se radicalmente das experiências da América
espanhola, porque a América portuguesa obteve a sua in-
dependência sem que houvesse qualquer movimento de re-
sistência armada por parte dos colonos ou da metrópole,
interessados em uma separação negociada.
124
493. (ENEM/2019) Art. 90. As nomeações dos deputados As mudanças realizadas no projeto original do Monu-
e senadores para a Assembleia Geral, e dos membros mento à Independência expressam o seguinte interesse
dos Conselhos Gerais das províncias, serão feitas por das autoridades governamentais da época:
eleições, elegendo a massa dos cidadãos ativos em as- a) reconhecimento da liderança de D. Pedro nas lutas pela
sembleias paroquiais, os eleitores de província, e estes, autonomia
os representantes da nação e província. b) culto à identidade nacional instituída pela centralização
monárquica
Art. 92. São excluídos de votar nas assembleias paro- c) alusão ao ideário republicano presente em episódios an-
quiais: teriores ao grito do Ipiranga
I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais se não d) valorização da participação popular no processo de se-
compreendem os casados, os oficiais militares, que fo- paração entre Brasil e Portugal
rem maiores de vinte e um anos, os bacharéis formados
e os clérigos de ordens sacras. 495. (ESPM SP/2018) Contudo, não há como negar que
II. Os filhos de famílias, que estiverem na companhia de não melhorara nem progredira o Estado Oriental sob o
seus pais, salvo se servirem a ofícios públicos. domínio do Brasil. As guerras civis que antecederam à
III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os da conquista luso-brasileira já o haviam arruinado ex-
guarda-livros, e primeiros caixeiros das casas de co- cessivamente, acabando-lhe o comércio exterior e ex-
mércio, os criados da Casa Imperial, que não forem de tinguindo-lhe a indústria dos campos. A guerra de D.
galão branco, e os administradores das fazendas rurais João VI quase dizimou-lhe a população, terminando por
e fábricas. devastá-lo. O império não conseguira reabilitar-lhe as
IV. Os religiosos e quaisquer que vivam em comuni- forças, ocupando-o mais militar que civilmente. Ainda
dade claustral. em Montevidéu se travaram relações e alianças de fa-
V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil mílias entre orientais e brasileiros. Nas vilas e aldeias,
réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou emprego. porém, e no campo os habitantes fugiam do contato
BRASIL. Constituição de 1824. Disponível em: www.planalto.gov.br. com os conquistadores, e só entretinham comunicação
Acesso em: 4 abr. 2015 (adaptado).
com seus vizinhos de Entre Rios. Não é, portanto, de
admirar que a maioria dos habitantes da província Cis-
De acordo com os artigos do dispositivo legal apresen- platina se mostrasse logo em 1825 contrária ao império,
tado, o sistema eleitoral instituído no início do Império pois se haviam submetido pela força das armas e não
é marcado pelo(a) ligada por espontânea vontade.
a) representação popular e sigilo individual. (Fernando Cacciatore de Garcia. Fronte-
b) voto indireto e perfil censitário. ira Iluminada: história do povoamento,
c) liberdade pública e abertura política. conquista e limites do Rio Grande do
Sul a partir do Tratado de Torde-
d) ética partidária e supervisão estatal.
silhas 1420-1920)
e) caráter liberal e sistema parlamentar.
O texto aborda o contexto gerador para a Guerra da Cis-
494. (UERJ/2018) O Monumento à Independência, loca- platina a qual, iniciada em 1825, provocou:
lizado em São Paulo, foi criado em 1922 para as come- a) a independência política da Província da Cisplatina, que
morações do centenário da emancipação política brasi- se constituiu em República do Uruguai;
leira. O projeto vencedor, sem a aprovação unânime da b) a consolidação da permanência da Banda Oriental da
comissão julgadora, foi alterado e teve de incluir episó- Cisplatina como província do Império do Brasil;
dios e personalidades vinculados ao processo da inde- c) a incorporação da Banda Oriental da Cisplatina às Pro-
pendência, tais como: na lateral esquerda do monu- víncias Unidas do Prata;
mento, passaram a figurar os inconfidentes mineiros d) a imediata intervenção inglesa em favor do Brasil, forta-
(1789); na lateral direita, os revolucionários pernambu- lecendo a política de D. Pedro I para a região do Prata;
canos (1817). Na face frontal, permaneceram as escul- e) a intervenção direta de Bolívar que visava derrotar a in-
turas “Independência ou Morte” e “Marcha Triunfal da fluência de D. Pedro e da Santa Aliança na América do Sul.
Nação Brasileira”.
496. (ESPM SP/2018) Assim, as províncias do nordeste,
há muito insatisfeitas com a política da corte, e agitadas
com essa guerra de palavras, manifestaram-se em uma
nova explosão revolucionária.
Contra decisões de D. Pedro I, conclamava o Typhis
Pernambucano: ‘Eia, pernambucanos! A nau da pátria
está em perigo, cada um a seu posto, unamo-nos com
as províncias limítrofes. Escolhamos um piloto, que
mareie a nau ameaçada de iminente e desfechada tem-
pestade; elejamos um governo supremo, que nos con-
Os contextos políticos nos quais são criados os monu- duza à salvação e à glória.’.
mentos interferem na valorização de determinadas in- (Lúcia Bastos Pereira das Neves. "A
terpretações sobre as experiências históricas por eles Vida Política" in: Crise Colonial e
representadas. Independência / coordenação
Alberto da Costa e Silva)
125
a) a Confederação do Equador; O fragmento é parte da carta de D. Pedro a D. João VI,
b) a Revolução Pernambucana de 1817; versando sobre o tratado por meio do qual Portugal re-
c) a Praieira; conhecia a independência do Brasil, mediante:
d) a Sabinada; a) a renovação dos tratados comerciais de 1810;
e) a Cabanagem. b) a concessão aos portugueses da Ilha de Trindade;
c) a assinatura de um acordo de reciprocidade;
497. (FGV/2018) Em março de 1823, foi instalada a pri- d) o compromisso assumido pelo Brasil de cessar o tráfico
meira Assembleia Constituinte do Brasil. A seu res- negreiro;
peito, é correto afirmar: e) o pagamento pelo Brasil de uma indenização de 2 mi-
a) Estabeleceu a primeira Constituição brasileira, responsá- lhões de libras.
vel pela organização política do país com a manutenção da
escravidão. 500. (UniCESUMAR PR/2017) “Nós estamos, sim, inde-
b) Estabeleceu o Poder Moderador como forma de garantir pendentes, mas não constituídos. Ainda não formamos
a participação do monarca brasileiro. sociedade imperial, senão no nome. O Brasil, só pelo
c) Implementou o parlamentarismo, responsável pela esta- fato da sua separação de Portugal e proclamação da
bilidade política do regime ao longo do século XIX. sua independência, ficou de fato independente não só
d) Foi dissolvida pelo monarca em meio às divergências das no todo, como em cada uma de suas partes ou provín-
suas correntes políticas. cias; e estas, independentes umas das outras. Ficou o
e) Ampliou o direito de voto a todos os homens livres nasci- Brasil soberano, não só no todo, como em cada uma
dos no Brasil a partir da Independência. das suas partes ou províncias.”
Frei Caneca. Ensaios políticos. Rio de Janeiro: Puc, 1976.
498. (UniRV GO/2018) Em 1824, o imperador D. Pedro I
outorgou a carta constitucional que formatou o Império O texto, publicado em 1824, em meio à Confederação
do Brasil. A respeito da mais duradoura Carta Magna do Equador, pode ser interpretado como
brasileira, que definiu o ordenamento jurídico do país a) uma crítica à centralização política do Estado brasileiro e
por 65 anos, assinale (V) para as afirmativas verdadei- uma defesa da autonomia das províncias.
ras e (F) para as falsas. b) uma reação às revoltas localistas que ocorriam em várias
partes do Brasil e tentavam impedir a unidade nacional.
I. Constituição de 1824 era conhecida como “Constitui- c) uma defesa da unidade latino-americana e da interven-
ção da Mandioca” devido ao voto censitário, que definia ção política e militar brasileira na Província Cisplatina.
a participação eleitoral no Império pelo nível de riqueza, d) uma proposta de entendimento político entre o governo
calculado inicialmente em alqueires de mandioca. imperial e os governos provinciais.
II. A Constituição de 1824 definia o Brasil como um Im- e) uma tentativa de reaproximar o governo imperial brasi-
pério Absolutista, no qual todos os poderes concentra- leiro e as Cortes portuguesas.
vam-se em D. Pedro I, sem nenhuma representatividade
democrática. 501. (FM Petrópolis RJ/2017) O texto a seguir é um fra-
III. Apesar de simbolizar uma postura liberal com elei- gmento de decreto de D. Pedro I, de 1823, em que o
ções e divisão de poderes, a Constituição de 1824 ins- imperador dissolve a Assembleia Constituinte.
tituía além dos 3 poderes um quarto poder, o Modera-
dor, que facultava ao imperador intervir na atuação dos Havendo Eu convocado, como Tinha Direito de convo-
outros poderes, garantindo um caráter autoritário ao car, a Assemblea Geral, Constituinte e Legislativa, [...]
imperador. e havendo esta Assemblea perjurado ao tão solemne
IV. A Constituição de 1824 estabelecia, através da divi- juramento, que prestou á Nação [...]: Hei por bem, como
são de poderes, um governo extremamente liberal, di- Imperador, e Defensor Perpetuo do Brasil, dissolver a
vidindo o poder não em 3, mas em 4 partes, possibili- mesma Assemblea, e convocar já huma outra na forma
tando uma participação de todos os níveis da socie- das Instruções, feitas para a convocação desta, que
dade nas eleições, limitando os poderes do imperador. agora acaba; a qual deverá trabalhar sobre o Projecto
de Constituição, que Eu Hei-de em breve Apresentar;
a) V – F – V – F que será duplicadamente mais liberal, do que a extincta
b) V – V – V – V Assemblea acabou de fazer.
D. PEDRO I. Decreto de dissolução da Assembleia Nacional Consti-
c) V – F – V – F
tuinte,
d) F – V – F – V em 12 nov. 1823 apud PEREIRA, V. “A longa ‘noite da agonia’”. Re-
vista de
499. (ESPM SP/2017) Vossa majestade verá que fiz de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: SABIN, ano 7, n. 76,
jan. 2012, p. 42.
minha parte tudo quanto podia e, por mim, no dito tra-
tado, está feita a paz. É impossível que vossa majes-
tade, havendo alcançado suas reais pretensões negue Com base na justificativa do ato político explicitado no
ratificar um tratado que lhe felicita seus reinos, abrindo- texto do decreto, e analisando as suas consequências,
lhe os portos ao comércio estagnado, e que vai pôr em identifica-se um antagonismo entre:
paz tanto a nação portuguesa, de que vossa majestade a) Monarquia e República
é tão digno rei, como a brasileira, de que tenho a ven- b) Capitalismo e Socialismo
tura de ser imperador. c) Imperialismo e Independência
(Paulo Rezzuti. D. Pedro: a história não contada. O ho- d) Absolutismo e Liberalismo
mem revelado e) Nacionalismo e antilusitanismo
por cartas e documentos inéditos)
126
502. (IFRS/2017) Assinale a alternativa que 504. (ENEM/2017) O major Schaeffer recebeu do go-
melhor define o caráter da política de D. Pe- verno de Dom Pedro I promessas de recompensa finan-
dro I através do Poder Moderador, instituído ceira para cada imigrante recrutado. Para obter maior
pela carta constitucional de 1824. lucro, montou uma rede de subagentes espalhados
a) O Poder Moderador, que era representado pelo próprio pela Alemanha a fim de angariar colonos e soldados
imperador, levou à descentralização política característica para emigração. Os alemães que aceitavam vir para o
do primeiro reinado, pois D. Pedro, a partir deste poder, dis- sul do país achavam que receberiam 50 hectares de
tribuía cargos a vários políticos numa clara estratégia de terra, vacas, bois e cavalos, auxílio de um franco por
manter a estabilidade de seu governo. pessoa no primeiro ano e de 50 cêntimos no segundo;
b) O Poder Moderador significou uma estratégia política além da isenção de impostos nos primeiros dez anos,
moderna e avançada, pois somente o Brasil possuía 4 po- liberação do serviço militar, nacionalização imediata e
deres no contexto latino-americano do século XIX. liberdade de culto. Entretanto, no decorrer dos anos,
c) O Poder Moderador significou uma estratégia conserva- vários desses compromissos nunca foram cumpridos.
dora, pois, através dele, o senado brasileiro protagonizou A Hora. Caderno especial: 192 anos de colonização
alemã no RS. Disponível em: https://issuu.com.
as principais decisões políticas, tornando o imperador uma
Acesso em: 8 set. 2016 (adaptado).
figura simbólica com poderes limitados.
d) O Poder Moderador centralizou as decisões políticas no Considerando a conjuntura histórica da primeira me-
judiciário que, através de suas medidas, inibia as ações dos tade do século XIX, essa política imigratória tinha como
demais políticos. objetivo
e) O Poder Moderador, política que D. Pedro I implementou, a) legitimar a utilização do trabalho livre.
caracterizou-se pela centralização acentuada, pois na prá- b) garantir a ocupação dos territórios platinos.
tica anulava os demais poderes. c) possibilitar a aplicação da reforma fundiária.
d) promover o incremento do comércio fronteiriço.
503. (FGV/2017) Examine o mapa e) assegurar a modernização das frentes agrícolas.
O BRASIL APÓS A INDEPENDÊNCIA 505. (ENEM/2017) CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉ-
RIO DO BRASIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824)
Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organi-
zação política, e é delegado privativamente ao Impera-
dor, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Re-
presentante, para que incessantemente vele sobre a
manutenção da independência, equilíbrio e harmonia
dos demais Poderes Políticos.
Disponível em: www.planalto.gov.br.
Acesso em: 18 abr. 2015 (adaptado).
127
507. (UNIT AL/2016) A criação da honorífica Ordem do Cruzeiro por D. Pedro
I representava a
a) limitação do imperador em remunerar financeiramente os
feitos públicos.
b) preocupação em disseminar os ideais revolucionários
franceses no Brasil.
c) concessão de privilégios sociais em oposição ao modelo
estamental europeu.
d) inspiração nos ideais liberais divulgados pela imprensa
dos radicais jacobinos.
e) manutenção de práticas típicas das monarquias absolu-
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/disco-
virtual/galerias/imagem/0000001344/md.0000026265.jpg>. Acesso
tistas na nação independente.
em: 13 out. 2015.
510. (UNICAMP/2014) Para Portugal, não era interes-
A charge, referente à história política brasileira, faz uma sante trazer para o Brasil imigrantes de estados possui-
crítica dores de colônias, tais como França, Inglaterra, Ho-
a) à divisão e independência de poderes, durante o Brasil landa e Espanha. Abrir as portas da colônia e, depois,
colonial. do recém-criado império do Brasil poderia significar um
b) às características autoritárias do governo de D. Pedro I. risco. Daí, a preferência por imigrantes dos estados ale-
c) ao absolutismo que caracterizou o governo de D. Pedro mães, da Suíça, e da Itália. Pedro I continuou essa polí-
II. tica enfatizando que era necessário apoiar o desenvol-
d) ao Padroado, instituição atuante durante o governo de vimento da agricultura, pelo aliciamento de bons colo-
Deodoro da Fonseca. nos que aumentassem o número de braços dos quais
e) ao regime ditatorial militar estabelecido por Getúlio Var- necessitávamos.
gas. (Adaptado de João Klug, “Imigração no Sul do Brasil, em
Keila Grinberg e Ricardo Sales (org.). O Brasil Imperial. v. III. 1870-
1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 247.)
508. (IFAL/2016) No dia 11 de março de 1831, os portu-
gueses festejavam o regresso de D. Pedro I da viagem Assinale a alternativa correta.
que fizera a Minas Gerais. Em meio à comemoração, os a) A grande entrada de imigrantes no Brasil ocorreu a partir
brasileiros, descontentes com as atitudes do soberano do Primeiro Reinado, em função do fim do tráfico negreiro e
e inconformados com a influência dos portugueses na da maciça propaganda promovida pelo governo brasileiro
vida burocrática e administrativa do país, partiram para na Europa.
a luta. O episódio é lembrado em nossa história como a b) No Primeiro Reinado, a entrada de imigrantes associava-
“noite das garrafadas” e um dos motivos deflagradores se ao incremento da produção agrícola e tinha em conta o
da abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro. Dentre cenário internacional, no qual as metrópoles europeias dis-
as atitudes do Imperador, que geraram descontenta- putavam territórios e riquezas.
mento entre os brasileiros, podemos destacar c) Em meio à corrida imperialista do século XIX, Portugal
a) o desejo de conduzir o Brasil à condição de Reino Unido empenhou-se pelo fim da escravidão em Lisboa e do tráfico
de Portugal e Algarves e reestabelecer a condição de par- negreiro em suas colônias africanas.
ceiro comercial da Inglaterra. d) A imigração no Brasil surgiu como questão a partir da
b) seus relacionamentos extraconjugais e a criação do Pro- implantação da Lei Áurea, que alterou os modos de paga-
jeto de Lei que poria fim à escravidão levando a economia mento do trabalho livre.
brasileira ao colapso.
c) a forte oposição à Constituição de 1824, o aumento de 511. (PUC RS/2014) Depois de declarada a Independên-
impostos a serem pagos pelos grandes latifundiários e as cia do Brasil, foi necessário dar uma ordenação legal ao
medidas protecionistas para proteger a indústria nacional. novo país por meio da sua primeira constituição. Sobre
d) a vontade de abdicar do trono em favor de seu filho D. esse processo, é INCORRETO afirmar que:
Pedro II, para em seguida, rumar a Portugal e reconquistar a) O primeiro projeto de constituição recebeu o nome de
a Coroa Portuguesa em poder de seu irmão D. Miguel. Constituição da Mandioca, porque estabelecia que, para vo-
e) o autoritarismo, a restrição à liberdade de imprensa, o tar ou se eleger, a pessoa deveria comprovar uma renda
fechamento da Assembleia Nacional Constituinte e a impo- mínima, equivalente a determinada quantidade de alqueires
sição da primeira Constituição. plantados desse vegetal.
b) A Assembleia Legislativa reunida em 1823 para elaborar
509. (CEFET MG/2015) Com a naturalidade de um sobe- a primeira Constituição do Brasil foi dissolvida por D. Pedro
rano que sabia usar da autoridade em sua plenitude, D. I, por ter proposto um projeto que privilegiava os grandes
Pedro criou a Ordem do Cruzeiro. Não será certamente proprietários de terra e excluía os pobres da participação
coincidência que o ato aproximava-se daquele de Na- política.
poleão Bonaparte ao estabelecer a legião de Honra c) A primeira Constituição do Brasil foi outorgada por D. Pe-
(1802). Também a coroação de 10 de dezembro tivera dro I e estabelecia o voto censitário e a formação de quatro
como modelo, em grande medida por intermédio da poderes – Legislativo, Judiciário, Executivo e Moderador –,
competência de Jean-Baptiste Debret, a cerimônia de ficando os dois últimos sob controle do Imperador.
sagração do imperador francês.
Fonte: NEVES, Lúcia Bastos Pereira. A vida Política. In: COSTA
E SILVA, Alberto (coord.) Crise Colonial e Independência: 1808-1930.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2011 (Adaptado)
128
d) A primeira Constituição brasileira, estabelecida em 25 de d) a vitória do partido brasileiro de orientação liberal contra
março de 1824, instituiu uma monarquia hereditária no Bra- o autoritarismo absolutista do Imperador, apoiado pelo par-
sil e o catolicismo como religião oficial do novo País, subor- tido português.
dinando a Igreja ao controle do Estado. e) a repulsa aos acordos do governo com a Inglaterra que
e) Instituído pela Constituição outorgada de 1824, o Poder visavam estabelecer a liberdade religiosa para os cultos
Moderador garantia a D. Pedro I o direito de nomear minis- protestantes no Brasil.
tros, dissolver a Assembleia Legislativa, controlar as Forças
Armadas e nomear os presidentes das províncias, favore- 514. (Fac. Santa Marcelina SP/2013) Resulta daí que a
cendo a concentração de poderes no Imperador. Independência se fez por uma simples transferência pa-
cífica de poderes da metrópole para o novo governo
512. (UERN/2014) “Como Imperador Constitucional (...) brasileiro. E na falta de movimentos populares, na falta
disse ao povo no dia primeiro de dezembro, em que fui de participação direta das massas neste processo, o
coroado e sagrado, que minha espada defenderia a pá- poder é todo absorvido pelas classes superiores da ex-
tria, a nação e a constituição, se fosse digna do Brasil colônia, naturalmente as únicas em contato direto com
e de mim. Ratifico hoje, mui solenemente perante vós o regente e sua política. Fez-se a Independência prati-
essa promessa, e espero que me ajudeis a desempe- camente à revelia do povo; e se isto lhe poupou sacrifí-
nhá-la, fazendo uma constituição sábia e justa, ade- cios, também afastou por completo sua participação na
quada e executável (...)” nova ordem política. A Independência brasileira é fruto
(Fala de D. Pedro I, em 3 de maio de 1823, citada em Bonavides, P.: mais de uma classe que da nação tomada em conjunto.
Vieira, R. A. A. Textos políticos da história do Brasil. Forataleza; (Caio Prado Jr. Evolução política do Brasil: Colônia e Império.)
UFCE, s/d. p. 100.)
A partir do texto, é correto afirmar que o processo de
A partir da leitura atenta do texto e tendo em vista a ou- emancipação do Brasil
torga da Constituição de 1824, marque a alternativa cor- a) preservou as estruturas oriundas do período colonial.
reta. b) trouxe mudanças profundas na organização social.
a) A Constituinte de 1823 perjurou, aos olhos de D. Pedro I, c) foi semelhante ao processo de independência do Haiti.
as promessas e designações por ele estabelecidas. d) seguiu o modelo político e social dos Estados Unidos.
b) Essa Constituição (1824) foi a confirmação dos anseios e) foi liderado por setores sociais que representavam a
e propostas empreendidas pelo imperador no ano anterior classe média.
a seus constituintes.
c) Ambas as constituições, tendo em vista o objetivo a que 515. (FGV/2013) A história da construção do Estado bra-
se propunham, lograram êxito e contribuíram para a estabi- sileiro na primeira metade do século XIX foi a história
lidade política do Império. da tensão entre unidade e autonomia. Por outro lado,
d) A Constituição de 1824, tanto quanto a de 1823 (da Man- no interior do Estado, de elites com fortes vínculos com
dioca) sinalizam o cunho democrático preconizado por D. os interesses de sua região de origem e ao mesmo
Pedro I em seu governo. tempo comprometidas com uma determinada política
nacional, pautada pela negociação destes interesses e
513. (UEFS BA/2014) — O Imperador abdicou! pela manutenção da exclusão social, marcou não ape-
Aquele grito movimentou a multidão, que fluiu e refluiu nas o século XIX, como também o século XX. Através
como uma enorme onda. Sobre ela viajou a notícia: do parlamento essas elites regionais têm imposto uma
“Abdicou! Abdicou!” determinada dinâmica para o jogo político que se mate-
E a massa popular espalhou-se pela cidade. Embriaga- rializa na imensa dificuldade de empreender reformas
dos de alegria, saíram pelas ruas, sem freios, em busca sociais profundas.
dos portugueses, dos “colunas”, para castigá-los. O Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no
quarteirão português foi invadido, assaltado, esbordo- Brasil. São Paulo: Globo, 2005, p. 11-12.
ado. Com taponas, murros, cacetadas, “os cabras” se
vingaram dos “pés-de-chumbo”, desforrando-se da De acordo com o ponto de vista apresentado no texto,
Noite das Garrafadas. Foram à desforra no Rio de Ja- a) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância
neiro, nas Províncias, no Brasil inteiro. (TAVARES, política acentuadas nas últimas décadas com a redemocra-
1986, p. 26). tização do país.
TAVARES, L. H. D. O fracasso do Imperador: a b) o parlamento é a única instituição política imune aos in-
abdicação de D. Pedro I. São Paulo: Ática, 1986.
teresses e ao controle das elites regionais brasileiras.
c) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças
A alegria popular, referida no texto com a notícia da ab- às transformações políticas ocorridas na primeira metade
dicação de Pedro I, em abril de 1831, expressava do século XIX no Brasil.
a) a derrota da nobreza brasileira pelas massas popula- d) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com
res de orientação anarquista. base em negociações entre as elites regionais e a exclusão
b) o poder político da Igreja, cuja oposição aos escânda- social de outros setores.
los da vida pessoal de D. Pedro I sublevara o povo contra o e) as características descritas sobre o Estado revelam a su-
Imperador. premacia do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo na
c) a aliança política entre os grandes proprietários para história política brasileira.
derrubar o Imperador, temerosos da abolição da escrava-
tura.
129
Corte, como a Cabanagem, no Pará, a Balaiada, no Ma-
ranhão, e a Sabinada, na Bahia. Mas, de todas elas, a
516. (FM Petrópolis RJ/2019) Considere o texto da his- Revolução Farroupilha era aquela que mais preocupa-
toriadora Maria de Fátima Gouvêa sobre o período das ria, não só pela sua longa duração como pela sua situ-
regências no Brasil (1831-1840). ação fronteiriça da província do Rio Grande, tradicio-
nalmente a garantidora dos limites e dos interesses an-
O Ato Adicional de 1834 transformou os Conselhos Ge- tes lusitanos e agora nacionais do Prata.
PESAVENTO, S. J. Farrapos com a faca na bota. In: FIGUEIREDO, L.
rais das Províncias em assembleias legislativas provin- História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro:
ciais, tendo ainda ampliado o número de representan- Casa da Palavra, 2013.
tes provinciais reunidos no âmbito do legislativo pro-
vincial, ficando essas assembleias encarregadas de au- A característica regional que levou uma das revoltas ci-
xiliar os presidentes de província na gestão administra- tadas a ser mais preocupante para o governo central
tiva sob sua jurisdição. era a
GOUVÊA, M. F. O império das pro- a) autonomia bélica local.
víncias. Rio de Janeiro, 1822-1889.
Rio de Janeiro: Civilização b) coesão ideológica radical.
Brasileira, 2008, p. 19. c) liderança política situacionista.
d) produção econômica exportadora.
A medida descrita pelo texto possui, explicitamente, um e) localização geográfica estratégica.
perfil
a) autoritário e absolutista 519. (PUC SP/2018) Considere os fragmentos abaixo.
b) federalista e regressista
c) descentralizador e progressista “LEI DE 18 DE AGOSTO DE 1831
d) democrático e socialista Cria as Guardas Nacionais e extingue os corpos de mi-
e) centralizador e liberal lícias, guardas municipais e ordenanças. [...]”
Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed
/lei_sn/1824-1899/ lei-37497-18-agosto-1831-56430
517. (UFU/2019) “[...] foi o mais notável movimento po- publicacaooriginal-88297-pl.html (texto adaptado)
pular do Brasil. O único em que as camadas mais infe-
riores da população conseguiram ocupar o poder de “De tão conservadora, e atuante, ela criou uma tradi-
toda uma província com certa estabilidade. [...] primeira ção, estendendo a sua atuação até a Primeira Repú-
insurreição popular que passou da simples agitação blica, sobretudo nas áreas rurais do país.”
para uma tomada efetiva de poder.” SCHWARCZ, Lilia e STARLING, Heloisa. Brasil: uma
PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil e outros estudos. biografia. São Paulo: Cia Das Letras, 2015, p. 24 8 .
São Paulo: Brasiliense, 1975. p. 69. (Adaptado)
Assinale a alternativa que situa CORRETAMENTE a cri-
A citação acima diz respeito à Cabanagem, uma das ação da Guarda Nacional e as razões de sua permanên-
principais revoltas ocorridas no chamado Período Re- cia até a Primeira República.
gencial Brasileiro. Acerca desse movimento, é correto a) Em meio às disputas entre Moderados, Exaltados e Res-
afirmar que tauradores no Rio de Janeiro pelo governo central da Re-
a) ocorreu na cidade de Salvador, em 1835, com significa- gência, e da ocorrência de revoltas nas províncias, a
tiva participação de africanos escravizados de origem mu- Guarda Nacional foi constituída pelas elites locais como
çulmana. O levante durou menos de 24 horas e foi dura- força repressiva confiável, tornando-se uma das bases do
mente reprimido. Os revoltosos sobreviventes foram mor- poder local até a chamada República Oligárquica.
tos, presos ou degradados. b) Para garantir a ordem e conter as revoltas dos Restaura-
b) ocorreu no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841 e foi dores partidários do retorno de D. Pedro I, a Guarda Nacio-
liderado por homens pobres (com apoio de escravos, de va- nal foi constituída para enfrentar as Guardas Municipais for-
queiros e mesmo de alguns fazendeiros) que enfrentaram madas por portugueses aliados aos proprietários rurais, o
grandes proprietários de terra, comerciantes e autoridades que garantiu um instrumento de repressão eficiente até a
políticas. Primeira República.
c) ocorreu na província da Bahia entre os anos de 1837 e c) Com o objetivo de substituir as Ordenanças de origem
1838. Seu objetivo era, dentre outros, a criação de uma re- portuguesa, responsáveis pela guarda pessoal do impera-
pública de caráter transitório até que Dom Pedro II alcan- dor, a Guarda Nacional foi criada de acordo com o modelo
çasse a maioridade. francês das milícias de cidadãos, e eram forças responsá-
d) ocorreu na província do Grão-Pará, entre 1835 e 1840, veis por proteger pessoalmente os regentes e, posterior-
em decorrência da exploração sofrida pelos trabalhadores mente, os presidentes da República.
submetidos a um regime de trabalho de semiescravidão. d) De acordo com os interesses dos Moderados, Exaltados
Esses foram violentamente reprimidos e aproximadamente e Restauradores, aliados durante todo o Período Regencial
30 mil pessoas morreram assassinadas por tropas imperiais para garantir a unidade territorial do país, a Guarda Nacio-
e em incêndios. nal foi criada para apoiar o Exército na tarefa de garantir a
segurança das fronteiras, o que explica a sua atuação du-
518. (ENEM/2019) A Regência iria enfrentar uma série rante a República da Espada.
de rebeliões nas províncias, marcadas pela reação das
elites locais contra o centralismo monárquico levado a
efeito pelos interesses dos setores ligados ao café da
130
520. (USF SP/2018) A carta de despedida de D. Pedro I c) uma intensa disputa entre deputados abolicionistas e es-
é um dos documentos que assinalam o triunfo do Par- cravistas, resultando em leis ora mais severas, ora mais
tido Brasileiro sobre o Partido Português e a passagem brandas em relação aos negros escravizados, até a conces-
do Primeiro Reinado ao Período Regencial. Em 1834, foi são da liberdade às crianças nascidas de pais escravos.
promulgado um Ato Adicional à Constituição, que ten- d) muitas ações governamentais de caráter social que bus-
tava conciliar os interesses das facções políticas. Esse cavam salvaguardar a ordem por meio de leis que se diri-
período conturbado de nossa história, caracterizado giam especificamente às várias categorias de cidadãos na
por lutas entre restauradores, exaltados e moderados, cidade e no campo, incluindo os escravos.
assim como pelas rebeliões provinciais que colocaram
em risco a integridade territorial e política do país, en- 522. (ACAFE SC/2018) “A criação de gado se generali-
cerrou-se em 1840, com o golpe da maioridade e o início zou, na região, assim como a transformação da carne
do Segundo Reinado. bovina em charque (carne-seca). O charque era um pro-
COSTA, Luís César Amad & MELLO, duto vital...”
Leonel Itaussu de Almeida. História Fonte: FAUSTO, Boris. História do
do Brasil. São Paulo: Scipione, Brasil. 5ª. Edição. São Paulo: Ed-
2007, p.169. (Adaptado). itora da Universidade de São Pau-
lo, 1997. Página 168.
Ao ler o texto, percebemos que surge, após o Primeiro
Reinado, uma nova fase para a história política brasi- Pode-se afirmar que as questões envolvendo o charque
leira. Durante essa fase ou período, resultaram num conflito ocorrido no período regencial
a) ocorreu a manutenção do Conselho de Estado, órgão que chegou até o início do Segundo Reinado no Brasil.
que assessorava o imperador no exercício do poder Mode- Nesse sentido, é correto afirmar:
rador. a) As questões envolvendo o charque foi um dos motivos
b) a Revolução Farroupilha, que apresentava caráter sepa- da Guerra dos Farrapos, iniciada no Rio Grande do Sul.
ratista e republicano, foi motivada pelo descontentamento b) Esse conflito ocorreu na região mineradora, entre os pro-
com a política tributária aplicada à província, entre outros dutores nordestinos e gaúchos, e ficou conhecido como
fatores. Guerra dos Emboabas.
c) o Golpe da Maioridade, desfechado pelo Partido Conser- c) A produção de charque em Mato Grosso, área de intensa
vador, trouxe harmonia política às próximas quatro déca- pecuária no Segundo Reinado, ocasionou um conflito entre
das, evitando confrontos ideológicos entre os partidos da produtores locais e estancieiros oriundos do Rio Grande do
época. Sul. A solução foi a divisão de Mato Grosso, criando-se o
d) o Brasil experimentou pela primeira vez o sistema parla- estado de Mato Grosso do Sul.
mentarista, que ficou conhecido como “parlamentarismo às d) Após este conflito, o Imperador D. Pedro II autorizou a
avessas”, visto que o Primeiro-Ministro tinha poderes redu- importação de charque do Uruguai e da Argentina, já que
zidos. as charqueadas da região sudeste foram extintas. O char-
e) foi marcado por grandes conflitos externos, como foi o que platino entrava no Brasil com baixas taxas alfandegá-
caso da Guerra do Paraguai, que, ao seu final, elevou o rias.
prestígio do exército brasileiro no contexto da política naci-
onal. 523. (UniCESUMAR PR/2018) Considere o texto abaixo.
521. (Fac. Direito de São Bernardo do Campo As principais determinações do Ato Adicional que per-
SP/2018) LEI Nº 4 DE 10 DE JUNHO DE 1835. mitiram a aplicação da expressão “experiência republi-
cana” foram as que estabeleciam a criação de uma Re-
[...] A Regência Permanente em Nome do Im- gência Una, cujo titular deveria ser escolhido por meio
perador o Senhor D. Pedro Segundo faz saber a todos de eleições diretas para um mandato de quatro anos, e
os súditos do Império que a Assembleia Geral Legisla- a que extinguiu o Conselho de Estado. Além delas, ou-
tiva Decretou, e Ela Sancionou a Lei seguinte: tra determinação aproximava-se dos dispositivos da
Art. 1º Serão punidos com a pena de morte os escravos Constituição norte-americana. Era a que criava as As-
ou escravas, que matarem por qualquer maneira que sembleias Legislativas Provinciais.
seja, propinarem veneno, ferirem gravemente ou fize- (In: TEIXEIRA, Francisco M. P.
Brasil, História e Sociedade.
rem outra qualquer grave ofensa física a seu senhor, a
São Paulo: Ática, 2001, p. 33)
sua mulher, a descendentes ou ascendentes [...].
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil
_03/leis/ lim/LIM4.htm - Texto adaptado. Com base no texto, é correto afirmar que o Ato Adicio-
nal, ao conceder autonomia administrativa e legislativa
O conteúdo dessa lei sugere que o contexto do Período às províncias,
Regencial no Brasil foi marcado por a) estabelecia um sistema de organização do poder formal-
a) uma relativa tranquilidade, sobretudo nas relações entre mente semelhante ao da federação existente nos Estados
os senhores e seus escravos, já que as leis garantiam pu- Unidos.
nições severas aos escravos que se insurgissem contra os b) ampliava as liberdades civis e o direito à grande proprie-
seus senhores, o que desmobilizava os seus movimentos. dade da terra a todo cidadão assim como nos Estados Uni-
b) muitos movimentos de escravos, que questionavam a or- dos.
dem por meio de ações individuais violentas, motins orga- c) limitava as funções das Assembleias Legislativas Provin-
nizados e rebeliões armadas, o que levou a classe domi- ciais nos âmbitos político e judiciário, como nos Estados
nante a tornar as punições mais severas. Unidos.
131
d) fortalecia a autoridade política e administrativa do poder 526. (UNITAU SP/2018) Analisada como mais um movi-
central semelhante ao estabelecido na Constituição norte- mento regional, típico do período regencial do Império
americana. do Brasil, a Cabanagem foi um movimento social que
e) instituía um regime político de concentração de poder ocorreu em Belém do Pará, em 1835, e deixou mais de
como o estabelecido nos Estados autônomos norte-ameri- 30 mil mortos e uma população local que só voltou a
canos. crescer significativamente em 1860. No entanto, os ca-
banos e suas lideranças vislumbravam outras perspec-
524. (UFGD MS/2018) De acordo com o historiador tivas políticas e sociais. Eles se autodenominavam "pa-
Paulo Pereira de Castro, o período regencial brasileiro triotas", mas ser patriota não era necessariamente si-
(1831-1840) teria sido uma “experiência republicana”. nônimo de ser brasileiro.
Sobre esse contexto, assinale a alternativa correta. RICCI, M. Cabanagem, cidadania e
identidade revolucionária. Tempo, vol.
a) Foi um momento marcado por uma relativa estabilidade
11, n. 22, Niterói, 2007. Adaptado.
econômica, na qual a população detinha uma maior partici-
pação política, de acordo com o Ato Adicional de 1834. Sobre o movimento da Cabanagem e sobre a identifica-
b) Um período em que, embora conturbado politicamente, ção de seus protagonistas como patriotas, é CORRETO
foram aprovadas algumas medidas de caráter liberal, de- afirmar:
vido à pressão exercida pela Inglaterra, tais como a refor- a) O movimento era comandado por proprietários de terra
mulação do Código de Processo Criminal, que proibia o trá- portugueses, que não reconheciam a independência do
fico de africanos escravizados. Brasil, por isso se denominavam “patriotas”.
c) Expressa um momento em que o país adotou o sistema b) O movimento matou mestiços, índios e africanos pobres
republicano de governo, liderado apenas por brasileiros. Tal ou escravos, mas dizimou, principalmente, os grandes pro-
fato provocou protestos por parte dos monarquistas em prietários de terra, denominados “patriotas”.
quase todas as províncias, nas chamadas rebeliões do pe- c) A má administração portuguesa, de caráter colonialista,
ríodo regencial. despertou o motim dos pequenos proprietários de terra e
d) Período de relativa descentralização política, conferindo dos escravos, que se denominaram “patriotas”.
certa autonomia às províncias, fato evidenciado pela refor- d) Os cabanos, ao longo do movimento, se denominavam
mulação do Código de Processo Criminal e a instituição do “patriotas”, porque criaram um sentimento comum de iden-
Ato Adicional de 1834. tidade entre povos de etnias e de culturas diferentes.
e) Período em que eclodiram diversos levantes nas provín- e) O motim era liderado pela população pobre que migrou
cias, protestando contra medidas que visavam ao fortaleci- para a capitania, após 1831, e era contra o governo Impe-
mento do poder central, tais como a reformulação do Có- rial, por isso denominavam-se “patriotas”.
digo de Processo Criminal e a instituição do Ato Adicional.
527. (ESPCEX/2018) Em 1834, numa tentativa de harmo-
525. (IFMT/2018) No século XIX, durante o período das nizar as diversas forças em conflito no País, grupos po-
regências, de 1831 a 1840, ocorreram inúmeras revoltas líticos, como o dos moderados, promoveram uma re-
nas províncias brasileiras. As crises econômica, social forma na Constituição do Império, mediante a promul-
e política foram os motivos de tantas revoltas, sobre as gação do Ato Adicional. Observe os enunciados abaixo.
quais se pode afirmar que:
a) a maior parte da população das cidades e do campo le- I. Criação do Conselho de Estado.
vava uma vida próspera, mas almejava mudanças na carga II. Criação das Assembleias Legislativas provinciais.
tributária, considerada elevada. III. A regência deixava de ser trina para se tornar una.
b) a elite brasileira esteve à frente das rebeliões contra os IV. Fundação do Clube da Maioridade.
governos regenciais, tendo como principal reivindicação a
fragmentação territorial do Brasil para a formação de novas Assinale a opção em as afirmativas estão relacionadas
repúblicas. ao Ato Adicional.
c) o bom desempenho econômico brasileiro nessa fase fez a) I e II
com que as províncias almejassem maior repasse dos re- b) II e IV
cursos para suas localidades, contestando as decisões dos c) II e III
governos regenciais. d) I e IV
d) as rebeliões nas províncias ocorreram em virtude da não e) III e IV
aceitação do rompimento dos laços coloniais com Portugal,
desde 1822. 528. (Mackenzie SP/2017) “... esses males, nós os te-
e) as revoltas regenciais tiveram razões socioeconômicas e mos suportado em comum com as outras Províncias da
políticas, algumas delas: a Cabanagem (1835-1840), no União Brasileira (...). Para que lançássemos mãos das
Pará; a Revolução Farroupilha (1835-1845), no Rio Grande armas foi preciso a concorrência de outras causas (...)
do Sul; a Sabinada (1831-1833), na Bahia; e a Balaiada que nos dizem respeito(...) e que nos trouxeram íntima
(1838-1841), no Maranhão. convicção da impossibilidade de avançarmos na car-
reira da Civilização e prosperidade sujeitos a um go-
verno que há formado o projeto iníquo de nos submeter
à mais abjeta escravidão(...).
132
a) fortalecimento do poder central nas mãos da elite latifun- 530. (IFBA/2017) “Queremos Pedro II,
diária, ligados ao setor exportador, impedindo assim a par- Ainda que não idade.
ticipação política das camadas médias urbanas, sobretudo A nação dispensa a Lei
dos militares. E viva a maioridade”.
b) estabelecimento de tarifas alfandegárias favoráveis aos
interesses dos estanceiros gaúchos e charqueadores e As ações pela antecipação da maioridade, expresso na
maior autonomia aos governos provinciais. quadrinha popular do século XIX, confirma a esperança
c) desejo de um governo federalista capaz de limitar o an- de superação da crise vigente durante o Período Re-
seio e efetiva participação das classes populares e ampliar gencial. Dentre os fatos constitutivos desta crise, pode-
o poder dos grandes proprietários de escravos junto ao go- mos destacar como principais:
verno. a) Este ato significou a diminuição das atribuições de D. Pe-
d) anseio autonomista das diversas províncias do país e eli- dro II, e uma tentativa de solucionar a crise social e econô-
minação do regime de produção escravista, vigente tam- mica que atingia as províncias do norte do país.
bém no sul do país, para tentar dinamizar o mercado con- b) A proposta da antecipação da maioridade do imperador
sumidor nacional. foi apresentada pelos liberais para solucionar a crise polí-
e) repúdio à política centralizadora do governo imperial, as- tica vivida pelo país.
sim como às demais rebeliões populares que assolavam o c) O golpe da maioridade foi uma manobra dos conserva-
país, defendendo reformas sociais e a adesão a um regime dores para antecipar a maioridade de D. Pedro, o qual as-
unitarista. sume o poder aos 17 anos.
d) O golpe da maioridade ocorre no momento em que os
529. (Mackenzie SP/2017) “(...) no segundo ano do go- problemas sociais que marcaram o período regencial: fome,
verno de Araújo Lima aumentaram as disputas políticas seca e estagnação das culturas tradicionais tinham sido to-
no Congresso. (...) por lá os ânimos estavam divididos. talmente superados.
A saída veio rápida, e inesperada, a despeito de não ser e) A medida foi apresentada no momento em que a revoltas
de todo inusitada. O único consenso possível foi ante- regenciais foram reprimidas pelos governos locais com
cipar a maioridade política do menino Pedro, que na ajuda do governo central.
época contava apenas catorze anos. (...). Por isso pre-
parou-se um golpe, o golpe da maioridade, e o maior 531. (IFBA/2017) O Período Regencial é considerado
ritual público que o Brasil já conheceu”. como um dos mais agitados da História do Brasil. A In-
Lilia M. Schwarcz e Heloísa M. Starling. Brasil: Uma biografia. São dependência ainda era recente e os debates acerca do
Paulo:
grau de autonomia das Províncias eram muito presen-
Companhia das Letras, 2015, p. 266
tes. Sobre esse contexto e as revoltas dele decorrentes,
Assinale a alternativa correta que contenha o contexto marque V para Verdadeiro e F para Falso. Em seguida,
em que ocorreu o golpe a que o texto se refere. assinale a alternativa que representa a sequência cor-
a) A antecipação da maioridade do imperador demonstrou reta:
a incapacidade política das elites brasileiras, reunidas no
partido conservador, em gerenciar o país; daí a necessi- ( ) O grupo político dos liberais exaltados defendiam,
dade de recorrer à figura de D. Pedro, ainda menino, para dentre outras ideias, uma maior autonomia das Provín-
solucionar o problema. cias.
b) O golpe da maioridade foi a resposta dos Conservadores ( ) A Revolta dos Malês, que ocorreu em Salvador,
às reformas promovidas pelos Liberais, o que reforçou o 1835, demonstrou às elites o poder de contestação de
clima de instabilidade política vivida no país e acentuou a africanos e escravos, desencadeando no aumento da
crise política, só superada, por sua vez, com a proclamação repressão aos revoltosos.
da República. ( ) A Sabinada e a Cabanagem foram exemplos dos
c) Diante das várias rebeliões regenciais, dos projetos re- poucos movimentos ocorridos no Brasil durante a Re-
publicanos e da radicalização da situação, reforçou-se uma gência. As demais Províncias vivenciaram esse período
saída simbólica, sustentada em um regime monárquico de sem conflitos.
governo, em que só o monarca poderia garantir a unidade ( ) Nesse período, o chamado Ato Adicional estabele-
nacional. ceu a criação das Assembleias Provinciais e da Regên-
d) Diante das pressões políticas, da crise econômica e das cia Una, eletiva e temporária.
insatisfações sociais, a maioridade de D. Pedro foi a saída ( ) A Farroupilha, que durou cerca de 10 anos, foi um
encontrada pela família imperial, à revelia do Congresso, movimento do período regencial que resultou na Inde-
para se manter a unidade nacional e o poder das elites pendência do Rio Grande do Sul e sua união com o Uru-
agrárias nacionais. guai.
e) Venerado pelas camadas populares, D. Pedro II usou de
sua popularidade para angariar apoio à sua ascensão ao A sequência correta é:
poder, mesmo que, para isso, tenha mergulhado o país em a) V, V, F, V, F.
uma instabilidade política que só seria superada com a Lei b) V, F, F, V, V.
Áurea. c) F, V, F, V, V.
d) F, F, F, V, V.
e) V, V, F, F, F.
133
532. (UFU/2011) Leia o texto a seguir. d) Os liberais moderados, ou chimangos, eram comercian-
tes portugueses, aristocratas e integrantes da alta patente
Os malês encontraram na Bahia de 1835 um campo fér- do exército, que defendiam a volta do ex-imperador e a au-
til onde semear a rebeldia escrava e tentar mudar a so- tonomia das províncias.
ciedade em favor dos africanos. Fundada na desigual- e) Os restauradores, ou caramurus, eram membros do setor
dade etnorracial e social, a Bahia vivia nesse período rural abolicionista e intelectuais da classe média; defendiam
uma crise econômica e política. As revoltas das classes as reformas socioeconômicas que visavam à expulsão do
livres pobres e dos dissidentes liberais de um lado e, ex-imperador.
de outro, as dos escravos africanos, ameaçavam a he-
gemonia política dos grandes senhores da Bahia e a 534. (UFJF/2017) Leia atentamente o texto abaixo e em
própria ordem escravocrata. seguida responda:
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil:
a história do levante dos malês em 1835.
“O Ato Adicional de 1834 reformou a constituição em
São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 545.
sentido descentralizante. Criou as assembleias provin-
Considerando o texto acima, assinale a alternativa cor- ciais, concedendo mais poder às províncias, e aboliu o
reta sobre a revolta dos malês de 1835. Conselho de Estado. À maior descentralização seguiu-
a) Os malês representavam uma identidade étnica africana se um recrudescimento dos conflitos e revoltas provin-
que foi recusada pela maioria dos outros grupos de escra- ciais. Nunca houve período mais conturbado na história
vos, que vinham de regiões diferentes da África. do Brasil.”
CARVALHO, J. M.. D. Pedro II: ser ou não ser.
b) Os malês estavam em uma camada intermediária entre
as classes livres pobres e os escravos, pois estavam em As revoltas ocorridas durante o período regencial ex-
uma situação social superior à dos escravos. pressavam um grande descontentamento com o pro-
c) As classes livres e pobres uniram-se aos grandes propri- jeto centralizado de Estado, liderado pelas elites enrai-
etários de terra na Bahia para derrotar os malês em sua re- zadas na Corte. Sobre as revoltas regenciais é COR-
volta, pois ambos os grupos queriam preservar a suprema- RETO afirmar que:
cia branca sobre os escravos. a) os revoltosos eram formados, exclusivamente, por gran-
d) A revolta dos malês representou uma resistência impor- des proprietários de terra que disputavam entre si o direito
tante às estruturas sociais vigentes no Brasil, sobretudo à de maior representatividade e projeção no cenário nacional.
ordem social ligada à escravidão africana. b) em sua maioria, as revoltas regenciais ameaçavam a uni-
dade do Império por meio de reinvindicações que poderiam
533. (UEL PR/2017) levar à fragmentação do território em pequenas repúblicas.
c) índios e africanos foram os grupos sociais que represen-
taram maior resistência aos movimentos revoltosos, lutando
ao lado do governo imperial.
d) a luta contra a escravidão era uma reivindicação comum
a todas as revoltas que ocorreram no período, represen-
tando o início das manifestações abolicionistas no país.
e) o sucesso dos conflitos armados contribuiu para que as
províncias alcançassem maior autonomia administrativa e
suas elites pudessem implementar projetos políticos base-
ados no federalismo.
134
536. (FATEC SP/2017) Leia o texto. e diferentes experiências testadas, abarcando amplo le-
que de estratos sociais. O mosaico regencial não se re-
Em abril de 1831, Dom Pedro I abdicou ao trono do Bra- duz, portanto, a mera fase de transição, tampouco a
sil em favor de seu filho, Dom Pedro de Alcântara que uma aberração histórica anárquica, nem mesmo a sim-
tinha, então, cinco anos de idade. Uma Regência foi cri- ples ‘experiência republicana’”.
ada para governar até que Dom Pedro II, como ficaria Marcello Basile. “O laboratório da nação: A era regencial *1831-
1840). In: Keila Grinberg e Ricardo Salles. O Brasil Imperial. Volume
conhecido, atingisse a maioridade e pudesse ser coro-
II – 1831-1870. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p.97
ado.
Assinale a alternativa que contenha elementos caracte-
Durante o Período Regencial, a política brasileira foi rísticos do Período Regencial (1831-1840).
marcada a) Suspensão do Poder Moderador, causando oposição de
a) pela intensificação da política expansionista do regente setores políticos conservadores; surgimento do abolicio-
Feijó, que acentuou os conflitos internacionais no Cone Sul nismo radical, contribuindo para revoltas de escravos na
(Guerras da Cisplatina e do Paraguai), e pelo aumento pro- Bahia; fundação do Partido Republicano que, aliado às For-
gressivo da dívida externa brasileira. ças Armadas, acirrou a oposição ao Império.
b) pela fragmentação do Império, marcada pela perda de b) Intensa oposição à antecipação da maioridade de D. Pe-
territórios fronteiriços (Província Cisplatina, Amazônia Co- dro II, visto com uma ameaça aos interesses das camadas
lombiana) nos combates com as tropas de Simón Bolívar e populares; profundas diferenças ideológicas entre as fac-
José de San Martín. ções políticas das elites, levando a confrontos armados;
c) pelo pacto federativo, conduzido pelo jovem imperador, anulação da Constituição de 1824.
que favoreceu as demandas dos regionalistas, concedendo c) Surgimento de diferentes projetos políticos, como a de-
autonomia administrativa às províncias. fesa do republicanismo; mobilização do exército contra a
d) pela promulgação da primeira Constituição do Império, ascensão política das camadas populares; aprofundamento
que sofreu forte resistência das elites regionais por seu ca- das desigualdades sociais, em virtude da alta inflação e da
ráter centralizador, pela criação do poder Moderador e pela especulação financeira.
extensão do direito de voto aos analfabetos. d) Disputa pelo governo regencial, representada pela falta
e) pela criação das Assembleias Legislativas Provinciais e de unidade da elite política regencial e pela vacância do
pela eclosão de rebeliões em diversas províncias, sendo al- trono; formação de facções políticas distintas, portadoras
gumas de caráter popular (como a Cabanagem) e outras de diferentes projetos; ativa mobilização popular, com re-
comandadas pelas elites regionais (caso da Guerra dos voltas em diversas províncias.
Farrapos). e) Eclosão de diversas revoltas sociais e políticas, em pro-
víncias do Norte e Nordeste; surgimento de facções políti-
537. (FGV/2017) Sobre a regência do paulista Diogo An- cas, com projetos de governo diferentes; movimento em
tônio Feijó, entre 1835 e 1837, é correto afirmar que torno da antecipação da maioridade de D. Pedro II, como
a) o regente conseguiu vencer a eleição devido ao apoio forma de garantir o atendimento de reivindicações popula-
recebido dos produtores de algodão do Nordeste, classe res.
emergente nos anos 1830, o que possibilitou o combate às
rebeliões regenciais e o início do processo de centralização 539. (ACAFE SC/2016) A fase histórica do Brasil conhe-
político-administrativa. cida como Período Regencial foi de 1831 com a abdica-
b) o apoio inicial que Feijó recebeu de todas as forças polí- ção de D. Pedro I até o final de 1840, quando Pedro de
ticas do Império foi, progressivamente, sendo corroído por- Alcântara assumiu o trono do Império do Brasil.
que o regente eleito mostrou simpatia pelo projeto político
da Balaiada, que defendia uma Monarquia baseada no voto Acerca do período regencial é correto afirmar, exceto:
universal. a) Politicamente, os Liberais Moderados eram formados por
c) a opção de Feijó em negociar com os farroupilhas e com proprietários rurais e comerciantes brasileiros das provín-
a liderança popular da Cabanagem provocou forte reação cias. Defendiam a manutenção da escravidão.
dos grupos mais conservadores, especialmente do Partido b) Criação da Guarda Nacional que, entres outras funções,
Conservador, que organizaram a queda de Feijó por meio servia para reprimir conflitos e rebeliões regionais. Os gran-
de um golpe de Estado. des proprietários rurais receberam o título de “Coronel”.
d) o isolamento político do regente Feijó, que provocou a c) A Guerra da Cisplatina e a Confederação do Equador fo-
sua renúncia do mandato, relacionou-se com a sua incapa- ram movimentos que aconteceram no período regencial e
cidade de conter as rebeliões que se espalhavam por várias serviram de pretexto para antecipar a maioridade de Pedro
províncias do Império e com a vitória eleitoral do grupo re- de Alcântara (D. Pedro II), e levá-lo ao trono do Império.
gressista. d) Em 1835, escravos de origem islâmica realizaram a Re-
e) as condições econômicas brasileiras foram se deterio- volta dos Malês, em Salvador, na Bahia. A revolta foi sufo-
rando durante a década de 1830 e provocaram um forte cada por forças imperiais e muitos revoltosos foram presos
desgaste da regência de Feijó, que renunciou ao cargo de- e degredados.
pois de um acordo para uma reforma constitucional.
540. (ESPM SP/2016) A antinomia centralização-descen-
538. (Mackenzie/2016) O período das regências consti- tralização foi um dos principais temas presentes nos
tui momento crucial do processo de construção da na- debates parlamentares. Para alguns a proposta de des-
ção brasileira. Por sua pluralidade e ensaísmo [foi] um centralização era a única capaz de salvar o país da de-
grande laboratório político e social, no qual as mais di- sagregação. Acreditavam que, com a concessão de
versas e originais fórmulas políticas foram elaboradas maior liberdade de ação, as províncias continuariam li-
135
gadas ao império. Para outros, era justamente essa Estabelecendo uma comparação entre a Homestead
maior autonomia que poderia levar a ruptura definitiva. Act de 1862, que regulamentou a política de terras nos
Apesar da oposição dos dois argumentos, o objetivo de EUA, e a Lei de Terras de 1850 no Brasil, é correto afir-
ambos os grupos era o mesmo: preservar à unidade na- mar que
cional. a) a Homestead Act de 1862 dificultava o acesso à terra,
(...) Em 12 de maio de 1840, depois de prolongados de- pois estipulava valores muito altos para a compra de terri-
bates parlamentares foi aprovada a Lei Interpretativa do tórios a oeste do rio Mississipi, resultando na baixa ocupa-
Ato Adicional de 1834. ção europeia e na prevalência de povos indígenas. Tal qual
(Sonia Guarita do Amaral – organizadora. O Brasil como Império) os EUA, a Lei de Terras de 1850 impede que setores popu-
lares tenham acesso à terra no Brasil, pelo seu alto custo.
A Lei Interpretativa do Ato Adicional deve ser relacio- b) a Lei de Terras de 1850 proibia a aquisição de terras pú-
nada com: blicas por qualquer outro meio que não fosse a compra, fi-
a) a extinção da Regência Trina e a criação da Regência nalizando as formas tradicionais de aquisição de terras me-
Una; diante doações do governo. De maneira diferente, o Ho-
b) a abolição do Conselho de Estado, principal órgão de as- mestead Act de 1862 doava terras exclusivamente à popu-
sessoria do imperador; lação indígena e africana interessada na ocupação do
c) a criação das Assembleias Legislativas Provinciais, com oeste.
deputados eleitos que possuíam um relativo poder delibe- c) a política rural, tanto no Brasil como nos Estados Unidos,
rativo; estava ligada a uma certa concepção de trabalho não es-
d) a criação da Guarda Nacional, subordinada ao Ministério cravo. Mas, enquanto a Lei de Terras de 1850 dificultava a
da Justiça e, em grande parte, controlada pelos senhores obtenção de terra pelo trabalhador livre, o Homestead Act
de terras e de escravos; de 1862 doava terras aqueles que desejassem nela se ins-
e) diminuição dos poderes das Assembleias Legislativas talar.
Provinciais, assegurando o retorno da centralização dos po- d) Brasil e EUA desenvolvem suas políticas de terras dentro
deres. de um contexto de crise do sistema escravocrata e neces-
sidade crescente da mão de obra do trabalhador livre euro-
peu. Assim, tanto a Lei de Terras de 1850 quanto a Homes-
tead Act de 1862 democratizam o acesso à terra em seus
541. (Univag MT/2020) O processo de consolidação to- respectivos países.
mou uma década. Em 1845, terminou a mais longa re- e) as leis agrárias brasileira e norte americana, completa-
belião regencial, a Farroupilha. Em 1848, os liberais fi- mente diferentes, estão vinculadas a necessidades de
zeram uma última revolta, chamada Praieira, em Per- substituição gradual da mão de obra escrava. A Lei de Ter-
nambuco [...]. Fechava-se com essa revolta o ciclo de ras de 1850 democratiza a terra na medida, em que possi-
rebeliões iniciado após o Ato Adicional. O sistema es- bilita a posse a quem ocupá-la por mais de 5 anos, en-
tabilizou-se sob a hegemonia dos conservadores, que quanto o Homestead Act de 1862 estabelece a posse pela
se estenderia por cerca de dez anos. compra.
(José Murilo de Carvalho. “A vida política”. In: José Murilo de Carva-
lho (coord.).
A construção nacional: 1830-1889, 2012.) 543. (ESPM SP/2019) Somente a partir de 1850 vai se
observar um maior dinamismo no desenvolvimento
O processo de consolidação do Estado brasileiro de- econômico do país em geral e de suas manufaturas em
pendeu da particular. O crescimento do número de empresas in-
a) afirmação do modelo federalista que a reforma constitu- dustriais se faria com relativa rapidez.
(Sonia Mendonça. A In-
cional estabeleceu. dustrialização Brasileira)
b) aliança entre liberais e conservadores que levou à abdi-
cação do monarca. O assunto tratado no texto guarda relação com:
c) repressão a movimentos separatistas que ameaçaram a a) a eficácia duradoura da tarifa Alves Branco que protegeu
unidade do país. a produção brasileira da concorrência dos produtos estran-
d) vitória da classe média urbana que obteve o direito de geiros, sobretudo ingleses;
participação eleitoral. b) o fim do tráfico de africanos para o Brasil, estipulado pela
e) aprovação de medidas reacionárias que limitaram os po- Lei Eusébio de Queirós, medida que liberou capitais, até
deres do imperador. então empatados na compra de escravos, para outras ativi-
dades, como indústria, serviços urbanos e bancos;
542. (Mackenzie SP/2020) “A fim de regularizar a propri- c) a opção firme do governo imperial por apoiar a indústria
edade da terra de acordo com as novas necessidades em detrimento da agricultura, o que é comprovado pelo au-
econômicas e os novos conceitos de terra e de traba- xílio irrestrito às atividades do Visconde de Mauá;
lho, diversas leis importantes foram decretadas em di- d) a expansão da indústria, a partir de meados do século
ferentes países durante o século XIX. O ritmo da mu- XIX, que ocorreu em todos os grandes centros do país, con-
dança, entretanto, variou de um país para o outro e, forme comprovam o elevado número de empresas com
dentro dos limites de um mesmo país, de uma região mais de cem trabalhadores em regiões como o norte e o
para outra, de acordo com o grau e a intensidade com nordeste;
que o desenvolvimento da economia industrial e co- e) a formação de um consistente mercado interno decor-
mercial afetou essas áreas.” rente da mineração, que impulsionou uma robusta urbani-
(VIOTTI da Costa, Emília. Da Monarquia à República: Momentos de-
cisivos. São Paulo: Unesp, 1998. p.170)
zação capaz de oferecer escoamento da produção no âm-
bito local.
136
544. (UniCESUMAR PR/2019) Considere as afirmações deixa então de ser o seu pequeno mundo para se tornar
abaixo sobre as características históricas da Regência unicamente seu meio de vida, sua fonte de renda […].
e do II Reinado. (Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 1987.)
I. O período, que se iniciou com o Golpe que antecipou O “caráter próprio” das fazendas de café do Oeste pau-
a maioridade de Pedro II para seus 15 anos, foi marcado lista de 1840 pode ser explicado, em parte, pelo
por intensas disputas políticas entre o Partido Portu- a) menor isolamento dessas fazendas em relação aos
guês e o Partido Brasileiro. meios urbanos.
II. Várias revoltas provinciais eclodiram no decorrer b) emprego exclusivo de mão de obra imigrante e assalari-
deste período, como a Farroupilha e a Revolução Prai- ada.
eira. c) desaparecimento das práticas de mandonismo local.
III. D. Pedro II extinguiu o poder moderador e governou d) maior volume de produção de mantimentos nessas fa-
sob o sistema Parlamentarista assumindo, concomitan- zendas.
temente, a função de Primeiro Ministro e a de Impera- e) esforço de produzir prioritariamente para o mercado in-
dor. terno.
IV. Com o objetivo de estimular o sentimento naciona-
lista e construir uma imagem positiva do Império, o go- 547. (FGV/2019) Considere a tabela a seguir.
verno financiou vários projetos, como a criação do Ins-
tituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o estímulo à Comércio Exterior do Brasil em Contos de Réis
pintura histórica de nomes como Victor Meirelles e Pe-
dro Américo.
545. (UFRGS/2019) A Revolução Praieira foi um movi- (Caio Prado Júnior, História econômica do Brasil. Adaptado)
mento que arregimentou oligarcas e setores empobre-
cidos da população pernambucana contra o Império do Os dados, dentro do contexto do Brasil oitocentista,
Brasil. Ao divulgarem o “Manifesto ao Mundo”, os re- mostram
beldes exigiam, entre outras demandas, o voto livre e a) o aguçamento da dependência econômica em relação
universal, a independência dos poderes constituídos, o aos Estados Unidos, apenas superada na última década do
fim do Poder Moderador e o monopólio de brasileiros século XIX, com o início da industrialização em São Paulo.
no comércio varejista. b) a revitalização econômica derivada de uma ação decisiva
do Estado Imperial, porque foram mobilizados recursos ori-
Em relação aos seus ideais, é correto afirmar que os undos de uma taxação extra sobre a compra e venda de
rebeldes escravos a partir de 1850.
a) foram inspirados pela Revolução Francesa, eram favorá- c) a ressignificação econômica brasileira, porque as regiões
veis à centralização política no poder executivo e partidários nordestinas produtoras de açúcar até o século XVIII se vol-
da presença portuguesa na economia. tam para a produção algodoeira, gerando um progressivo
b) foram influenciados pela “Primavera dos Povos” de 1848, superavit comercial.
eram liberais e possuíam um componente antilusitano. d) a importância da lavoura cafeeira para a reorganização
c) eram adeptos das teorias socialistas, incentivando a luta da economia nacional, além de promover um aparelha-
de classes e a administração centrada no poder do impera- mento técnico, materializado, por exemplo, nas estradas de
dor. ferro.
d) lutavam contra o predomínio das oligarquias regionais, e) a adaptação da economia nacional aos interesses da
preconizavam a “revolução dos pobres” e a independência burguesia financeira francesa, porque os recursos gerados
da região Nordeste. pela exportação de café foram destinados ao pagamento da
e) defendiam o fim do Império, o retorno à condição colonial dívida externa pública.
e o incentivo ao comércio interno.
548. (ENEM/2019) O Instituto Histórico e Geográfico
546. (UNESP/2019) É particularmente no Oeste da pro- Brasileiro (IHGB) reuniu historiadores, romancistas, po-
víncia de São Paulo – o Oeste de 1840, não o de 1940 – etas, administradores públicos e políticos em torno da
que os cafezais adquirem seu caráter próprio, emanci- investigação a respeito do caráter brasileiro. Em certo
pando-se das formas de exploração agrária estereoti- sentido, a estrutura dessa instituição, pelo menos
padas desde os tempos coloniais no modelo clássico como projeto, reproduzia o modelo centralizador impe-
da lavoura canavieira e do “engenho” de açúcar. A si- rial. Assim, enquanto na Corte localizava-se a sede, nas
lhueta antiga do senhor de engenho perde aqui alguns províncias deveria haver os respectivos institutos regi-
dos seus traços característicos, desprendendo-se mais onais. Estes, por sua vez, enviariam documentos e re-
da terra e da tradição – da rotina rural. A terra de lavoura latos regionais para a capital.
DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve história do Brasil.
São Paulo: Planeta do Brasil, 2010 (adaptado).
137
De acordo com o texto, durante o reinado de D. Pedro O historiador refere-se ao regime monárquico brasileiro
II, o referido instituto objetivava como “ficção parlamentar”, porque
a) construir uma narrativa de nação. a) o ordenamento político brasileiro era sustentado pelas
b) debater as desigualdades sociais. tradições orais.
c) combater as injustiças coloniais. b) os ministros podiam governar sem contar com o apoio do
d) defender a retórica do abolicionismo. Parlamento.
e) evidenciar uma diversidade étnica. c) o debate de ideias políticas no país estava interditado
pelo governo imperial.
549. (ENEM/2019) LEI N. 601, DE 18 DE SETEMBRO DE d) a manutenção de grupos dirigentes submetia-se ao exer-
1850 cício do poder moderador.
D. Pedro II, por Graça de Deus e Unânime Aclamação e) o poder absolutista do rei proibia a constituição de parti-
dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpé- dos políticos.
tuo do Brasil: Fazemos saber, a todos os nossos súdi-
tos, que a Assembleia Geral decretou, e nós queremos 552. (UFRGS/2018) Sobre a sociedade brasileira no sé-
a Lei seguinte: culo XIX e a construção do Estado imperial, considere
Art. 1º Ficam proibidas as aquisições de terras devolu- as seguintes afirmações.
tas por outro título que não seja o de compra.
Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2014 (adap- I. O liberalismo, marcado pela defesa da propriedade
tado).
privada e livre comércio, foi uma das correntes de pen-
samento adotadas pelas elites escravocratas brasilei-
Considerando a conjuntura histórica, o ordenamento ras.
jurídico abordado resultou na II. A unidade nacional, a integridade territorial e a escra-
a) mercantilização do trabalho livre. vidão estão entre os principais pilares da monarquia.
b) retração das fronteiras agrícolas. III. A nobreza imperial, definida como uma classe social
c) demarcação dos territórios indígenas. distinta, era um segmento restrito reservado àqueles
d) concentração da propriedade fundiária. que possuíam vínculos de consanguinidade com a aris-
e) expropriação das comunidades quilombolas. tocracia europeia.
550. (PUCCamp SP/2018) O século XIX brasileiro nos le- Quais estão corretas?
gou três ideologias de razoável consistência: as três a) Apenas I.
importadas, como era de esperar em nações periféri- b) Apenas II.
cas; mas as três enraizadas no cotidiano mental das c) Apenas III.
nossas classes políticas, como a sua longa duração faz d) Apenas I e II.
supor. e) I, II e III.
A primeira informou o conservadorismo das oligar-
quias do Segundo Império assentadas nos engenhos 553. (UEFS BA/2018) Em verdade, que é o nosso go-
nordestinos e fluminenses e, a partir dos anos de 1840, verno representativo, o nosso parlamento, as nossas
no café valparaibano. A segunda chamou-se novo libe- altas corporações? Tudo isto se assenta no ar. É o ce-
ralismo (em oposição à anterior, que também se dizia tro, que eleva os humildes e precipita os soberbos. Por
liberal) e lutou, dos anos 60 aos 80, pela abolição e pela baixo está o povo desprezado. Pois que o ponto de
reforma eleitoral. A terceira vertente, enraizada no Po- apoio é o trono, quantas diligências para cercá-lo, para
sitivismo, veio a frutificar no tenentismo e no republica- acariciá-lo, para prendê-lo aos antigos preconceitos, ou
nismo gaúcho do início do século XX. às ideias novas que vão rompendo!
(Adaptado de: BOSI, Alfredo. Dialé-
(Aureliano Cândido Tavares Bastos.
tica da colonização. São Paulo:
A província: estudo sobre a descentra-
Companhia das Letras, 1992, p. 304)
lização no Brasil, 1975. Adaptado.)
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