Em julgamento recente, a 3ª Turma do STJ deu parcial provimento a um Recurso Especial para obrigar a mãe de uma criança a apresentar contas ao pai. Mas o que isso significa na prática? A guarda unilateral é a responsabilidade exclusiva dado a um genitor de decidir sobre a vida da criança, restando ao outro genitor apenas a supervisão e o pagamento da pensão alimentícia. A este último genitor foi dado a possibilidade de fiscalizar a pensão alimentícia, através da ação de prestação de contas, com fundamento no artigo 1.583, § 5º, do Código Civil, que diz: ““sempre será parte legítima para solicitar informações ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos”. Dessa forma, quando no caso concreto o genitor, que não possui a guarda da criança, deparar-se com indícios de mau uso da pensão alimentícia, ele poderá requerer por via judicial a prestação de contas quanto o uso dessas verbas. Entretanto, deverá ser bem comprovada esses índices, sob pena da ação de prestação de contas ser indeferida. A partir desses entendimento do STJ e do resultado da prestação de contas, poderá acarretar o surgimento de outras ações, como, ação pedido de revisão de alimentos, ação de pedido de guarda, destituição de poder familiar ou reparação por danos materiais ou morais. Portanto, é sempre bom os dois genitores estarem desempenhando suas funções de forma correta para o melhor interesse do menor, e caso um não esteja, estará o outro fiscalizando.