Terminações nervosas
No sistema nervoso central há regi- Por outro lado, as regiões com uma
ões com alta concentração de corpos grande quantidade de prolongamen-
celulares de neurônios e regiões com tos de neurônios (axônios) possuem
alta concentração de prolongamentos grande quantidade de fibras nervo-
de neurônios, principalmente axônios. sas mielinizadas e por essa razão
As regiões com grande concentra- apresentam coloração esbranquiça-
ção de corpos celulares de neurônios da. Constituem a substância bran-
têm coloração acinzentada, sendo ca do sistema nervoso central.
por isso denominadas substância Enquanto que a substância cinzenta
cinzenta do sistema nervoso central. é o local de recepção e de integração
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 5 ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 6
Subtálamo 3. TELENCÉFALO
O subtálamo é a zona de transição O telencéfalo compreende os dois
entre o diencéfalo e o tegmento do hemisférios cerebrais e a lâmina ter-
mesencéfalo. É considerado a menor minal situada na porção anterior do III
formação diencéfalica, e sua princi- ventrículo. Os dois hemisférios, afas-
pal formação é o núcleo subtalâmico, tados pela fissura longitudinal, são
relacionado com o controle do movi- unidos por uma larga faixa de fibras
mento somático. comissurais, o corpo caloso.
Em relação à sua localização, é limita- A superfície do cérebro, córtex cere-
do lateralmente pela cápsula interna, bral, apresenta depressões denomi- Figura 9. Lobo da Ínsula
medialmente pelo hipotálamo e su- nadas sulcos, que delimitam os giros Fonte: retirado de www.kenhub.com
periormente pelo tálamo. cerebrais.
Os sulcos mais importantes dos he- SE LIGA! A divisão em lobos, embora de
misférios cerebrais são o sulco late- grande importância clínica, não corres-
ral (de Sylvius) e o sulco central (de ponde a uma divisão funcional, exceto
pelo lobo occipital, que está todo, direta
Rolando). ou indiretamente, relacionado com a vi-
são.
SAIBA MAIS!
A existência dos sulcos permite considerável aumento de superfície sem grande aumento do
volume cerebral. Cerca de 2/3 da área ocupada pelo córtex cerebral estão “escondidos” nos
sulcos.
MAPA MENTAL TELENCÉFALO Os giros existentes no lobo temporal O lobo parietal possui 2 sulcos prin-
são cipais: pós central e intraparietal.
Além disso, possui 3 giros:
• Giro temporal superior: entre os
sulcos lateral e temporal superior. • Giro pós central: entre os sulcos
Telencéfalo central e pós-central, onde se lo-
• Giro temporal médio: entre os sul-
caliza uma das mais importantes
cos temporal superior e temporal
áreas sensitivas do córtex, a área
inferior.
somestésica.
Dois hemisférios cerebrais Lâmina terminal • Giro temporal inferior: abaixo do
• Giro supramarginal: curvado, em
sulco temporal inferior.
torno da extremidade posterior do
Superfície cerebral possui
• Giros temporais transversos: locali- sulco lateral.
zados no assoalho do sulco lateral.
• Giro angular: curvado em torno da
porção terminal e ascendente do
Sulcos sulco temporal superior.
frontal inferior. Entre o sulco central e cos principais: temporal superior e Fonte: retirado de www.kenhub.com
sulco pré central, está o giro pré cen- temporal inferior. Neste lobo, evi-
tral, onde se localiza a principal área dencia-se a área da audição localiza- O lobo occipital se localiza na face A ínsula pode ser observada ao se
motora do cérebro. Além desse im- da no giro temporal transverso ante- dorsolateral do cérebro, ocupando afastar os lábios do sulco lateral (figu-
portante giro, o lobo frontal possui os rior, que é a porção posterior do giro uma área pequena. Apresenta giros e ra 9). Este lobo cerebral é o de menor
giros frontal superior, frontal médio temporal superior, visível afastando- sulcos irregulares. crescimento durante o desenvolvi-
e frontal inferior. O giro frontal infe- -se os lábios do sulco lateral. mento, por isso fica recoberto pelos
rior do hemisfério cerebral esquerdo
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 13 ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 14
lobos vizinhos (frontal, temporal e pa- o rostro do corpo caloso, que ter-
rietal). mina na comissura anterior. Entre
Apresenta alguns sulcos e giros, den- a comissura anterior e o quiasma
tre eles: sulco circular da ínsula, sulco óptico há a lâmina terminal, subs-
central da ínsula, giros curtos e giro tância branca fina que une os he-
longo da ínsula. misférios cerebrais e forma o limite
anterior do III ventrículo.
2. Fórnix: feixe complexo de fibras,
Face medial não pode ser visto em toda sua
Seccionando o cérebro no plano sagi- extensão no corte sagital. Emer-
tal mediano é possível visualizar es- ge abaixo do esplênio do corpo
truturas como o corpo caloso (con- caloso. Constituído por duas me-
junto de fibras mielínicas que formam tades laterais e simétricas, unidas
a maior comissura inter-hemisférica), no trajeto do corpo caloso. Divide-
o fórnix e o septo pelúcido. -se em: corpo do fórnix, no qual
1. Corpo caloso: conjunto de fibras suas duas metades se unem; co-
mielínicas que cruzam o plano lunas do fórnix, extremidades que
sagital e mediano e penetram de se afastam anteriormente; pernas
cada lado no centro branco me- do fórnix: extremidades que se
dular, unindo áreas simétricas do afastam posteriormente. As colu-
córtex de cada hemisfério cerebral. nas do fórnix terminam no corpo
Divide-se em: tronco que se di- mamilar correspondente, cruzan-
lata posteriormente no esplênio e do a parte lateral do III ventrículo.
se flete anteriormente em direção As pernas divergem e penetram
a base do cérebro para constituir em cada lado do corno inferior do
o joelho que se afilae para formar ventrículo lateral, onde se ligam ao Figura 11.. Hipocampo e fórnice
hipocampo. Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana: 6. Ed. Philadelphia: Elsevier, 2014.
• Giro occipito-temporal: abaixo ◊ Ramo marginal: que se curva Face inferior -hipocampal, cuja porção anterior
do sulco calcarino, continua ante- na direção da margem supe- se curva em torno do sulco do hi-
A face inferior do lobo temporal
riormente com o giro para-hipo- rior do hemisfério. pocampo para formar o úncus.
apresenta três sulcos principais, de
campal no lobo temporal. ◊ Sulco subparietal: que conti- direção longitudinal: • Sulco do hipocampo
nua posteriormente na direção
do sulco do cíngulo. • Sulco occipito-temporal: junta-
Os lobos frontal e parietal, vistos na mente com o sulco temporal inferior SE LIGA! A parte anterior do giro para-
face medial, possuem alguns sulcos: • Sulco paracentral: destacando- limita o giro temporal inferior. Medial- -hipocampal é a área entorrinal, relacio-
nada com a memória e uma das primei-
• Sulco do corpo caloso: começa -se do sulco do cíngulo em direção mente, se limita com o sulco colate- ras regiões do cérebro a serem lesadas
abaixo do rostro do corpo caloso, à margem superior do hemisfério. ral, o giro occipito-temporal lateral. na doença de Alzheimer.
contorna o tronco e o esplênio, Na face medial superior do lobo
frontal e parietal encontra-se o ló- • Sulco colateral: pode ser contínuo
onde continua, já no lobo temporal, com o sulco rinal. Inicia-se próximo
bulo paracentral. Nas partes an- A face inferior do lobo frontal apre-
com o sulco do hipocampo. ao pólo occipital e se dirige para
terior e posterior dessa estrutura senta um único sulco importante, o
• Sulco do cíngulo: curso paralelo ao localizam-se, respectivamente, as frente, delimitando com o sulco sulco olfatório, que aloja o bulbo ol-
sulco do corpo caloso, do qual é se- áreas motora e sensitiva, relacio- calcarino e o sulco do hipocam- fatório, estrutura que recebe os fila-
parado pelo giro do cíngulo. Poste- nadas com a perna e o pé. po, respectivamente, o giro occípi- mentos que constituem o nervo olfa-
riormente divide-se em dois ramos: to-temporal medial e o giro para- tório, I par craniano.
SE LIGA! O bulbo olfatório, de formato ◊ Lateral e Inferior: Fórnix, tála- Os núcleos da base são corpos neu- caudado, observa-se discreta emi-
ovoide e achatado, composto por subs-
tância cinzenta, continua posteriormente
mo, veia tálamo estriada, es- ronais, ou seja, substância cinzenta, e nência arredondada formada pela
com o trato olfatório e ambos se alojam tria terminal e caudado. tem atuação na modulação da ativi- amígdala cerebral.
no sulco olfatório. O trato se bifurca, pos- dade motora. Compõem os núcleos
teriormente e forma as estrias olfatórias • Núcleo caudado: possui cabeça,
da base: o núcleo caudado, núcleo
medial e lateral, que delimitam o trígo- • Corno posterior: estende-se para corpo e cauda. A cabeça do npu-
lentiforme o claustrum, o corpo amig-
no olfatório. Atrás do trígono e adiante
dentro do lobo occipital. Tem como cleo caudado se funde com a parte
do trato óptico, localiza-se a substância daloide (ou amígdala) e o núcleo ac-
limite o corpo caloso em toda sua anterior do putâmen e forma então
perfurada anterior, por onde passam pe- cumbens.
quenos vasos. formação. o corpo estriado, que tem relação
Na extremidade da cauda do núcleo com a motricidade.
• Corno inferior: curva-se inferior-
Ventrículos laterais mente e depois anteriormente em
Putâmen
Os hemisférios cerebrais possuem direção ao polo temporal a partir
Núcleo lentiforme
cavidades revestidas de epêndima do trígono colateral. Possui como Corpo Globo pálido
limites estriado
e contendo líquido cerebroespinhal, Núcleo caudado
os ventrículos laterais esquerdo e ◊ Inferior: Sulco colateral e hipo-
direito, que se comunicam com o III campo.
ventrículo pelo respectivo forame in- relação lateral extrema.
◊ Súpero-medial: Cauda do cau- • Núcleo lentiforme: localizado la-
terventricular. Divisões do ventrículo dado, estria terminal e corpo teral e anteriormente ao tálamo. • Corpo amigdaloide: localizado
lateral são: amigdaloide. Formado pelo putâmen e globo na parte anterior do lobo temporal
• Corno anterior: possui como limi- ◊ Anterior, posterior e lateral: pálido. O globo pálido é dividido e tem relação com as emoções e
tes Substância branca. pela lâmina medular medial em principalmente com o medo.
segmento interno e segmento ex-
◊ Anterior e superior: corpo ca- • Hipocampo: acima do giro para- • Núcleo accumbens: situado na
terno.
loso -hipocampal. Constituído de ar- zona de união entre o caudado e o
◊ Posterior: Forame interventri- queocorte, tem funções relaciona- • Claustrum: se localiza próximo ao putâmen. Importante área de pra-
cular. das à memória. Liga-se às pernas córtex da ínsula. Tem como relação zer do cérebro.
do fórnix por um feixe de fibras si- medial a cápsula externa e como
◊ Medial: Septo pelúcido.
tuadas ao longo de sua borda me-
◊ Lateral e assoalho: Cabeça do dial, a fímbria do hipocampo.
Caudado
• Corpo: estende-se de dentro do
Estruturas subcorticais
lobo parietal. Possui como limites:
◊ Superior: Corpo Caloso. Além do córtex, já descrito, o telencé-
falo compreende também estruturas
◊ Posterior: Esplênio do corpo subcorticais como os núcleos da base
caloso. e a substância branca.
◊ Medial: Septo pelúcido.
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 19 ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 20
4. TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico interpõe-se entre
a medula e o diencéfalo, situando-
-se ventralmente ao cerebelo. Na sua
constituição entram corpos de neurô-
nios que se agrupam em núcleos e
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 21 fibras nervosas, que, por sua vez, se
agrupam em feixes denominados tra-
tos, fascículos ou lemniscos.
MAPA MENTAL ANATOMIA DO TELENCÉFALO
O sulco mediano posterior termina na parte basilar do osso occipital e o dorso íntimas. Entre os dois, emerge o ner- metade caudal do tecto do ventriculo.
metade do bulbo, devido ao afasta- da sela túrcica do esfenoide. Sua base, vo intermédio, que é a raiz sensitiva Por meio destas cavidades o líquido
mento de seus lábios, que contribuem situada ventralmente, apresenta es- do VII par. cérebro-espinhal, que enche a cavi-
para a formação dos limites laterais triação transversal em virtude da pre- dade ventricular, passa para o espaço
do IV ventrículo. Entre este sulco e o sença de numerosos feixes de fibras SE LIGA! A síndrome ângulo ponto-ce-
subaracnóideo.
sulco lateral posterior está situada a transversais que a percorrem. Estas rebelar ocorrem em casos de tumores Assoalho do IV ventrículo: tem for-
área posterior do bulbo, continuação fibras convergem de cada lado para que acometem essa área. É bem rica em
ma losângica e é formado pela parte
do funículo posterior da medula e, formar um volumoso feixe, o pedúncu- sintomatologia devido a grande quanti-
dade de raízes nervosas presentes nes- dorsal da ponte e da porção aberta do
como este, dividida em fascículo grá- lo cerebelar médio, que penetra no he- sa área. bulbo. Limita-se ínfero-lateralmente
cil e fascículo cuneiforme pelo sulco misfério cerebelar correspondente. pelos pedúnculos cerebelares inferio-
intermédio posterior. res e pelos tubérculos do núcleo grá-
Estes fascículos são constituídos por A parte dorsal da ponte não apresen- cil e do núcleo cuneiforme. Limita-se
SE LIGA! o pedúnculo cerebelar médio
fibras nervosas ascendentes, pro- só apresenta fibras aferentes que che- ta linha de demarcação com a par- súpero-lateralmente pelos pedúncu-
venientes da medula, que terminam gam dos núcleos pontinos. te dorsal da porção aberta do bulbo, los cerebelares superiores, ou bra-
em duas massas de substância cin- constituindo ambas o assoalho do IV ços conjuntivos, compactos feixes de
zenta, os núcleos grácil e cuneiforme, ventrículo. fibras nervosas que, saindo de cada
Considera-se como limite entre a
situados na parte mais cranial dos ponte e o braço da ponte o ponto de hemisfério cerebelar, fletem-se cra-
respectivos fascículos, onde deter- emergência do nervo trigêmeo, V par Quarto ventrículo nialmente e convergem para penetrar
minam o aparecimento de duas emi- craniano. Esta emergência se faz por no mesencéfalo.
nências, o tubérculo do núcleo grácil, O quarto ventrículo é uma cavidade
duas raízes, a raiz sensitiva do ner- O assoalho é percorrido em toda a sua
medialmente, e o tubérculo do núcleo que tem uma forma losângica e está
vo trigêmeo e a raiz motora do nervo extensão pelo sulco mediano, que se
cuneiforme, lateralmente. Essas emi- situada entre o bulbo e a ponte ven-
trigêmeo. Percorrendo longitudinal- perde cranialmente no aqueduto ce-
nências são separadas por conta do tralmente, e o cerebelo, dorsalmente.
mente a superfície ventral da ponte rebral e caudalmente no canal central
surgimento do IV ventrículo, continu- Continua caudalmente com o canal
existe um sulco, o sulco basilar, que do bulbo. De cada lado do sulco me-
ando-se cranialmente no pedúnculo central do bulbo e cranialmente com
geralmente aloja a artéria basilar. diano existe a eminência medial, limi-
cerebelar inferior. o aqueduto cerebral, através da qual
A parte ventral da ponte é separada o IV ventrículo, se comunica com o III tada lateralmente pelo sulco limitante.
do bulbo pelo sulco bulbo-pontino, ventrículo. A cavidade do IV ventri- Este sulco separa os núcleos motores,
CONCEITO! O pedúnculo cerebelar in- de onde saem de cada lado a partir culo se prolonga de cada lado para derivados da lâmina basal e situados
ferior é uma estrutura constituída por
da linha mediana o VI, VII e VIII pares formar os recessos laterais, situados medialmente, dos núcleos sensitivos,
grosso feixe de fibras de conexão entre
cranianos. O VI par, nervo abducente, na superfície dorsal do pedúnculo ce- VI, derivados da lâmina alar e situa-
o bulbo e a medula com o cerebelo.
emerge entre a ponte e a pirâmide do rebelar inferior. Estes recessos se co- dos lateralmente.
bulbo. O VIII par, nervo vestíbulo-co- municam de cada lado com o espaço De cada lado, o sulco limitante se alar-
clear, emerge lateralmente, próximo a subaracnóideo por meio das abertu- ga para consumir duas depressões, a
Ponte um pequeno lóbulo do cerebelo, de- ras laterais do IV ventriculo (forames fóvea superior e a fóvea inferior. Me-
nominado flóculo. O VII par, nervo fa- de Luschka). Há também uma aber- dialmente à fóvea superior, a eminên-
A ponte está localizada entre o bulbo
cial, emerge medialmente ao VIII par, tura mediana do IV ventriculo (fora- cia mediai dilata-se para constituir de
e o mesencéfalo. Está situada ventral-
com o qual mantém relações muito me de Magendie), situado no meio da cada lado uma elevação arredondada,
mente ao cerebelo e repousa sobre
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 27 ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 28
o colículo facial, formado por fibras do ventrículo é constituído pela tela co- sencéfalo pode ser observado que Correspondendo à substância negra
nervo facial, que neste nível contor- rioide, estrutura formada pela união o tegmento é separado da base por na superfície do mesencéfalo existem
nam o núcleo do nervo abducente. do epitélio ependimário, que reves- uma área escura, a substância negra, dois sulcos longitudinais: um lateral,
Na parte caudal da eminência me- te internamente o ventrículo, com a formada por neurônios compostos sulco lateral do mesencéfalo, e outro
dial observa-se, uma pequena área pia-máter, que reforça externamen- por melanina. mediai, sulco mediai do pedúnculo
triangular de vértice inferior, o trígono te este epitélio. A tela corioide emite cerebral. Estes sulcos marcam na su-
do nervo hipoglosso, correspondente projeções vascularizadas e irregula- SE LIGA! Uma característica importante
perfície o limite entre base e tegmen-
ao núcleo do nervo hipoglosso. Late- res, que se invaginam na cavidade da maioria dos neurônios da substância to do pedúnculo cerebral. Do sulco
ralmente ao trígono e caudalmente à ventricular para formar o plexo corioi- negra é que eles utilizam como neuro- mediai emerge o nervo oculomotor, III
fóvea inferior, existe uma outra área de do IV ventrículo. transmissor a dopamina. A degenera- par craniano.
ção dos neurônios dopaminérgicos da
triangular de coloração ligeiramente substância negra está associada às per-
acinzentada, o trígono do nervo vago, SE LIGA! Os plexos coroides produzem turbações motoras que caracterizam a
que corresponde ao núcleo dorsal do o líquido cerebroespinhal que se acu- Doença de Parkinson.
vago. mula na cavidade ventricular, passando
ao espaço subaracnóideo através das
Lateralmente ao sulco limitante há aberturas laterais e da abertura mediana
uma grande área triangular que se do IV ventrículo. Através das aberturas
estende de cada lado, a área vestibu- laterais próximas do flóculo do cerebelo
exterioriza-se uma pequena porção do
lar, correspondendo aos núcleos ves- plexo corioide do IV ventrículo.
tibulares do nervo vestíbulo-coclear.
Cruzando transversalmente a área
vestibular para se perderem no sul- Mesencéfalo
co mediano, frequentemente existem
O mesencéfalo localiza-se entre a
finas cordas de fibras nervosas que
ponte e o cérebro, do qual é separado
constituem as estrias medulares do
por um plano que liga os corpos ma-
IV ventrículo. Estendendo-se do fó- Figura 19. Secção transversal do mesencéfalo
milares, pertencentes ao diencéfalo,
vea superior em direção ao aquedu- Fonte: MACHADO, A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional: 3. Ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
à comissura posterior. É atravessado
to cerebral, lateralmente à eminência
por um estreito canal, o aqueduto ce-
mediai, encontra-se o locus-ceruleus, O teto do mesencéfalo apresenta pares cranianos que emerge dorsal-
rebral, que une o III ao IV ventrículo. O
área de coloração ligeiramente escura quatro eminências arredondadas na mente, contorna o mesencéfalo para
teto do mesencéfalo localiza-se dor-
cuja função se relaciona com o meca- vista dorsal, os colículos superiores e surgir ventralmente entre a ponte e o
salmente ao aqueduto; ventralmente
nismo do sono. inferiores, separados por dois sulcos mesencéfalo.
temos os dois pedúnculos cerebrais,
Assoalho do IV ventrículo: A me- que, por sua vez, se dividem em uma perpendiculares em forma de cruz. Cada coliculo se liga a uma pequena
tade cranial do teto do IV ventrículo parte dorsal, o tegmento (predomi- Na parte anterior do ramo longitu- eminência oval do diencéfalo, o cor-
é constituída por uma fina lâmina de nantemente celular), e outra ventral, a dinal da cruz aloja-se o corpo pineal po geniculado, através de estruturas
substância branca, o véu medular su- base do pedúnculo (formada de fibras que, entretanto, pertence ao diencé- alongadas que são feixes de fibras
perior, que se estende entre os dois longitudinais). falo. Caudalmente a cada colículo in- nervosas denominados braços dos
pedúnculos cerebelares superiores. ferior emerge o IV par craniano, nervo colículos. O colículo inferior se liga ao
Em uma secção transversal do me-
Em sua metade caudal, o teto do IV troclear. O nervo troclear, único dos
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 29
corpo geniculado medial pelo braço des feixes de fibras que surgem na
do colículo inferior, e faz parte da via borda superior da ponte e divergem
auditiva. O colículo superior se liga ao cranialmente para penetrar profunda-
corpo geniculado lateral pelo braço mente no cérebro. Delimitam, assim,
do colículo superior, e faz parte da via uma profunda depressão triangular, a
óptica. fossa interpeduncular, limitada ante-
Vistos ventralmente, os pedúnculos riormente por duas eminências per-
cerebrais aparecem como dois gran- tencentes ao diencéfalo, os corpos ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 30
NC VI (abducente)
NC VIII (vestíbulo-coclear)
NC IX (glossofaríngeo)
NC XI (acessório)
5. CEREBELO
CURIOSIDADE! Embora tenha funda-
O cerebelo situa-se dorsalmente ao mentalmente função motora, estudos
bulbo e à ponte, contribuindo para recentes demonstraram que está tam-
a formação do teto do IV ventrículo. bém envolvido em algumas funções
cognitivas.
Repousa sobre a fossa cerebelar do
osso occipital e está separado do lobo
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 31 occipital do cérebro por uma prega da CURIOSIDADE! Cerebelo vem do latim
dura-máter denominada tenda do ce- e significa pequeno cérebro.
ESTRUTURAS MACROSCÓPICAS DO TRONCO ENCEFÁLICO rebelo. Liga-se à medula e ao bulbo
pelo pedúnculo cerebelar inferior e à
Distingue-se no cerebelo o vérmis,
Tubérculo no núcleo ponte e mesencéfalo pelos pedúncu-
Olivas Pirâmides Fissura mediana superior
cuneiforme
Tubérculo no núcleo grácil
porção ímpar e mediana, ligado a
los cerebelares médio e superior, res-
duas grandes massas laterais que
pectivamente.
BULBO são os hemisférios cerebelares. O
O cerebelo é importante para a ma- vérmis é pouco separado dos hemis-
nutenção da postura, equilíbrio, coor- férios na face dorsal do cerebelo, o
TRONCO
denação dos movimentos e aprendi- que não ocorre na face ventral, onde
Eminência medial
ENCEFÁLICO zagem de habilidades motoras. dois sulcos bem evidentes o separam
das partes laterais.
Colículo facial
Lócus-ceruleus
Pedúnculos
Base
cerebelares
A superfície do cerebelo apresenta dular do cerebelo, de onde irradiam As tonsilas são evidentes na face Os lóbulos do cerebelo podem ser
sulcos de direção predominantemen- as lâminas brancas do cerebelo, re- inferior do cerebelo e preojetam-se agrupados em estruturas maiores, os
te transversal, que delimitam lâminas vestidas externamente por uma fina medialmente sobre a face dorsal do lobos separados pelas fissuras póste-
finas denominadas folhas do cerebe- camada de substância cinzenta, o bulbo. Esta relação é importante, pois ro-lateral e prima. Chega-se, assim, a
lo. Existem também sulcos mais pro- córtex cerebelar. No interior do corpo em certos casos de hipertensão cra- uma divisão transversal em que a fis-
nunciados, as fissuras do cerebelo, medular há quatro pares de núcleos niana as tonsilas podem comprimir o sura póstero-lateral divide o cerebelo
que delimitam lóbulos, cada um deles de substância cinzenta, que são os bulbo com graves consequências. em um lobo flóculo-nodular e o corpo
podendo conter várias folhas. núcleos centrais do cerebelo: dente- do cerebelo. Este, por sua vez, é divi-
O cerebelo é constituído de um cen- ado, interpósito (dividido em emboli- SE LIGA! Isto decorre, por exemplo, de
dido em lobo anterior e lobo posterior
tro de substância branca, o corpo me- forme e globoso) e o fastigial. acidente nas punções lombares, quando pela fissura prima.
a retirada do líquor diminui subitamente
a pressão no espaço subaracnóideo da
medula. Neste caso, estando aumenta-
da a pressão intracraniana, as tonsilas
podem ser deslocadas caudalmente,
penetrando no forame magno e compri-
mindo o bulbo, o que pode ser fatal.
DIVISÃO DO CEREBELO
Lobo anterior
Lobo posterior
Divisão em Fissura
lobos póstero-lateral
Lobo flóculo-nodular
Figura 23. Secção sagital mediana do cerebelo
Fonte: MACHADO, A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional: 3. Ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
São três pedúnculos cerebelares: su- como limite entre a ponte e o pedún-
sua importância é apenas topográfi- perior, médio e inferior. O pedúnculo culo cerebelar o ponto de emergência
SE LIGA! Os núcleos centrais do cere- ca. A nomenclatura dos lóbulos e fis- cerebelar superior liga o cerebelo ao do nervo trigêmeo. O pedúnculo cere-
belo têm grande importância funcional e suras do cerebelo é bastante confu- mesencéfalo. O pedúnculo cerebelar belar inferior liga o cerebelo à medula.
clínica. Deles saem todas as fibras ner-
sa, havendo considerável divergência médio é um enorme feixe de fibras
vosas eferentes do cerebelo
entre os autores. Os lóbulos recebem que liga o cerebelo à ponte e cons-
denominações diferentes no vermis e titui a parede dorsolateral da metade Composto por seis regiões para fins
A divisão do cerebelo em lóbulos não nos hemisférios. cranial do IV ventrículo. Considera-se de descrição
tem nenhum significado funcional e
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 35 ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO (NEUROANATOMIA) 36
• Cada lobo marcado por dobras (gi- • Contínuo com medula espinhal
ros) e ranhuras (sulcos) • Contém porção inferior do quarto
ventrículo