EDUCAÇÃO
Aline Michele
Nascimento
Augustinho
Educação, cidade e
movimentos sociais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar as dinâmicas e relações existentes entre
as escolas e os contextos urbanos a partir das leituras da sociologia da
educação e da sociologia dos movimentos sociais. As cidades envolvem
práticas sociais que impactam não apenas a vida estudantil, mas também
outras esferas da vida social e das trajetórias biográficas dos alunos. Por
isso, as relações entre as cidades e as escolas oferecem desafios e pos-
sibilidades de crescimento. Além disso, as escolas, nesse contexto, são
determinantes para a organização social, a mobilidade e a transformação
de cenários de desigualdade.
Ao longo deste texto, você vai ver como identificar a presença da
escola no contexto urbano. Também vai conhecer a importância his-
tórica, social e política dessa instituição. Além disso, vai verificar que o
espaço físico e a localização geográfica têm profunda importância em
um contexto urbano dividido entre periferias e centros. Por fim, você vai
conhecer as reflexões e os diálogos empreendidos pelos movimentos
sociais voltados à educação.
2 Educação, cidade e movimentos sociais
Theodor Adorno (2006) indica que, conhecendo os horrores do nazismo e das guerras,
cidadãos do mundo poderiam evitar que eles acontecessem novamente. Afinal, o
conhecimento histórico dos processos civilizatórios é essencial para que os indivíduos
possam escolher os melhores caminhos para a sociedade e para que não permitam
controles externos.
Educação, cidade e movimentos sociais 3
do país. Assim, como você pode notar, as escolas se configuram como espaços
estratégicos fundamentais para a sociabilidade e para a difusão ou cristalização
de elementos culturais nas cidades.
Por isso é tão importante que a escola seja acessível a todos os cidadãos,
independentemente de origem, classe social ou gênero. Quando ela não é
acessível, ou quando há diferenças na qualidade dos conteúdos ofertados
pelas escolas, o resultado é o desequilíbrio social, cultural e econômico. Isso
causa impactos na mobilidade e na ocupação dos espaços sociais por todos
os grupos, além de desigualdades e até mesmo tensões sociais.
https://goo.gl/PyZ4MM
As relações entre a escola e a cidade sempre foram objeto de reflexão para especia-
listas em educação. O acesso, a permanência, as instalações e o entorno das escolas,
no contexto urbano, oferecem um panorama dos projetos e da importância que a
educação possui na sociedade. A escola está conectada com a vida urbana, com
os contextos culturais, com suas particularidades geográficas? Ou é apenas uma
instituição centralizada, reproduzida sem qualquer atenção aos outros aspectos da
vida social? As reflexões sobre essas dinâmicas tendem a causar impactos tanto nas
políticas educacionais quanto nas decisões sobre os acessos e a mobilidade nos
projetos urbanísticos.
No link a seguir, você pode conferir um texto em que Paulo Freire discorre sobre as
possibilidades, dificuldades e conquistas da educação na cidade de São Paulo, a partir
das especificidades de uma metrópole.
https://goo.gl/6CXooS
sociais específicos, como o Movimento dos Sem Teto e o Movimento dos Sem
Terra. Nesse caso, a articulação se dá por meio de apoio, e não de apropriação
da pauta pelo movimento estudantil.
No link a seguir, você pode ver uma entrevista com a coordenadora do Instituto
Brasileiro de Direito Urbanístico (IBDU) da região Nordeste. Ela analisa as condições
de moradia, acesso e segurança das cidades diante do conceito de direto à cidade
para todos os cidadãos.
https://bit.ly/2QH5izk
No link a seguir, veja a reportagem sobre uma mobilização social que ocorreu a partir
de uma pauta estudantil.
https://goo.gl/zwhWRi
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Leituras recomendadas
FREIRE, P. A educação na cidade: manifesto à maneira de quem, saindo, fica. São Paulo:
Cortez, 1991. Disponível em: <http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/han-
dle/7891/4394>. Acesso em: 14 nov. 2018.
G1 ZONA DA MATA. Estudantes da UFJF se mobilizam para pedir intérpretes de Libras.
2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2018/08/20/
estudantes-da-ufjf-se-mobilizam-para-pedir-interpretes-de-libras.ghtml>. Acesso
em: 14 nov. 2018.
RIBEIRO, L. C. Q.; KATZMAN, R. A cidade contra a escola? Segregação urbana e desi-
gualdades educacionais em grandes cidades da América Latina. Rio de Janeiro: Letra
Capital, 2008.
PEREIRA, A. C. R. Os novos movimentos sociais e a educação em direitos humanos
nas ações e políticas públicas do brasil contemporâneo. Revista Entreideias: Educação,
Cultura e Sociedade, Salvador, v. 4, n. 2, p. 90-105, jan./jun. 2015. Disponível: <https://
portalseer.ufba.br/index.php/entreideias/article/view/8145&ved=2ahUKEwjF_vX93Zj
eAhUhvFkKHWBWANoQFjADegQIBxAB&usg=AOvVaw2uhVpf0JA20WoZzTGD-uVu>.
Acesso em: 14 nov. 2018.
SPÓSITO, M. P. A ilusão fecunda. São Paulo: Hucitec, 1993.
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